sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Feliz Ano Velho, de Marcelo Rubens Paiva



Publicado originalmente em 1982, este livro é um relato do acidente que deixou Marcelo Rubens Paiva tetraplégico, poucos dias antes do Natal de 1979. Jovem paulista de classe média alta, vida boa, muitas namoradas, ele vê sua vida se transformar num pesadelo em questão de segundos. Durante um passeio com um grupo de amigos, Marcelo resolve dar um mergulho no lago. Meio metro de profundidade. Uma vértebra quebrada. O corpo não responde. Começa ali, naquele mergulho, a história de 'Feliz Ano Velho'. Apesar do tema trágico, 'Feliz Ano Velho' tem momentos de humor, ternura e erotismo. Marcelo se encarrega de colocar em palavras a relação de amor e respeito à mãe, o carinho das irmãs, a camaradagem e o encorajamento da turma, as festas e fantasias sexuais.

Livro que marcou toda uma geração de leitores e tornou-se obra de referência na literatura brasileira contemporânea, o romance autobiográfico Feliz Ano Velho de Marcelo Rubens Paiva ganha uma nova edição pela Objetiva, que vai relançar toda a obra de ficção do autor. Publicado originalmente em 1982, o livro é um relato verdadeiro do acidente que deixou Marcelo tetraplégico, a poucos dias do Natal de 1979.
Jovem paulista de classe média alta, vida boa, muitas namoradas, estudante de Engenharia Agrícola na Unicamp, ele vê sua vida se transformar num pesadelo em questão de segundos. Durante um passeio com um grupo de amigos, Marcelo, de farra, resolve dar um mergulho no lago. Meio metro de profundidade. Uma vértebra quebrada. O corpo não responde. Começa ali, naquele mergulho, a história de Feliz Ano Velho.

A partir do acidente, Marcelo vê sua vida mudar radicalmente. Seus dias no hospital, as visitas que recebeu, as histórias que viveu são relatadas sob uma nova perspectiva: a de um jovem que sempre fez tudo o que podia e queria, e que, agora, sentado em uma cadeira de rodas, vê-se impotente diante dos acontecimentos, dependendo da ajuda de amigos e familiares para reaprender a viver.

“Levei um ano para escrever este livro, tinha 26 anos. Ouvia Clash, era punk. Fiz só um tratamento depois de escrever, é meu livro mais visceral. É um livro que tem muitos flash-backs, que apareciam quando eu estava cansado de escrever a história principal, do acidente, e começava a falar sobre outras coisas. É um livro sobre construção de identidade, de fé, não é só um livro sobre o acidente”, afirmou Marcelo em entrevista recente.
O autor confere à narrativa a mesma energia e o mesmo fôlego com que transpôs a armadilha do destino. “O livro foi propositalmente coloquial, eu calculei que faltava naquele momento um livro que falasse a linguagem das ruas”. Imóvel numa cama, Marcelo, o personagem, dá asas às lembranças e à imaginação. Foram 12 meses de uma recuperação lenta e dolorosa: dias e noites intermináveis numa UTI, o colete de ferro, a descoberta de que teria como extensão do seu corpo uma cadeira de rodas, os momentos em que chegou a contemplar o suicídio.

Apesar do tema trágico, Feliz Ano Velho – vencedor do Prêmio Jabuti e adaptado para o teatro e cinema – tem momentos de humor, ternura e erotismo. Marcelo se encarrega de colocar em palavras a relação de amor e respeito à mãe, o carinho das irmãs, a camaradagem e encorajamento da turma, as festas e as fantasias sexuais. O acidente no lago seria o segundo tranco na vida do garoto. O primeiro foi aos 11 anos: o “desaparecimento” do pai – o ex-deputado federal Rubens Paiva – pela ditadura militar.





Sobre o autor: O escritor, dramaturgo e jornalista Marcelo Rubens Paiva nasceu em São Paulo, em 1959. Formado pela Escola de Comunicações e Artes da USP, freqüentou o mestrado de Teoria Literária da Unicamp e o King Fellow Program da Universidade de Stanford, Califórnia. Feliz Ano Velho (1982) é seu romance de estréia. Além deste, o escritor publicou 5 romances: Blecaute (1986), Ua:brari (1990), Bala na Agulha (1992) e Não És Tu, Brasil (1996) e Malu de Bicicleta. Todos serão relançados pela Objetiva. Marcelo Rubens Paiva foi traduzido para o inglês, espanhol, francês, italiano, alemão e tcheco. Suas crônicas e contos foram reunidos nos livros. As Fêmeas (1994) e O Homem Que Conhecia as Mulheres (2006). Como dramaturgo, escreveu: 525 Linhas (1989); O Predador Entra na Sala (1997); Da Boca pra Fora – E Aí, Comeu? (1999, Prêmio Shell); Mais-Que-Imperfeito (2000); As Mentiras que os Homens Contam (2001); Closet Show (2001) e No Retrovisor (2002).








Elogios ao livro:
“Um livro emocionante sem ser piegas, crítico e irônico sem ser inocuamente agressivo. E mostra que, apesar de tudo, Marcelo não perdeu a paixão pela vida. Paixão que lhe permite fazer boa literatura.” – Revista Veja
“Marcelo, aos invasores, opõe sua juventude, sua mente sadia. Escreve. Luta. Politizado. Não se entrega, não odeia. Compreende. Sacudiu a poeira, deu a volta por cima.” – Folha de S. Paulo
“Desde que Françoise Sagan cumprimentou suas inquietações adolescentes que um primeiro livro não causava o impacto de Feliz Ano Velho.” – O Estado de S. Paulo
“Paiva releva seu pique e agarra o leitor, prendendo-o numa leitura capaz de varar a madrugada, e passa a ser cantado pelo público, com expectativas e cobranças de quero mais.” – Jornal da Tarde
“A tragédia e o humor, duas maneiras de ver o mundo em uma maravilhosa obra brasileira.” – La Nación (Argentina)
“Devemos aplaudir este jovem e talentoso escritor, que prova a capacidade de renovação da literatura latino-americana.” – Die Zeit (Alemanha)

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