segunda-feira, 30 de novembro de 2009

história na mídia

Nazista é julgado por morte 27.900 judeus na Polônia

O suposto criminoso nazista ucraniano John Demjanjuk, de 89 anos e entregue pelos Estados Unidos à Alemanha em maio, responde a partir de hoje, na Audiência de Munique, por cumplicidade no assassinato de 27.900 judeus no campo de extermínio de Sobibór, na Polônia.
Demjanjuk, que foi guarda voluntário da SS (as tropas de proteção do partido nazista alemão), responde por acusações feitas pela Promotoria de Munique e apoiadas por testemunhos de sobreviventes e 30 familiares das vítimas.
Será um julgamento por indícios, já que quase não há mais testemunhas do ocorrido nos seis meses em que Demjanjuk supostamente atuou como Trawniki (guarda voluntário) em Sobibór.
Trata-se do último grande processo na Alemanha por delitos do nazismo, devido à avançada idade tanto dos criminosos quanto de suas vítimas, além de ser também o primeiro julgamento de um estrangeiro no país. Demjanjuk é ucraniano.
A principal prova contra ele é um carteira de identidade das SS com o número 1393, segundo a qual prestou serviços no campo e durante o período em que morreram 27.900 judeus em Sobibór.
Demjanjuk, que nasceu em Dobowoije (Ucrânia) em 1920, nega ter trabalhado como guarda voluntário e foi recrutado pelo Exército Vermelho para lutar contra as tropas de Hitler, mas, em 1942, foi capturado pelas SS.
Segundo a acusação, foi treinado até se tornar um dos 150 Trawniki do campo.


fonte: Agência EFE http://www.yahoo.com.br/ acesso em 30/11/2009

domingo, 29 de novembro de 2009

Carandiru

INTERTEXTO
Massacre do Carandiru






Estação Carandiru








Estação Carandiru (1999) é um livro do médico oncologista, professor e escritor Dráuzio Varella (1943).
No best-seller, o autor conta sua experiência como médico voluntário, a partir de 1989, na Casa de Detenção de São Paulo, onde realiza atendimento em saúde, especialmente na prevenção da AIDS. Conta o que ouviu dos presos ou o que presenciou e termina com um relato do massacre de 1992, quando foram assassinados cento e onze detentos no "Pavilhão 9". O autor registra que, segundo os presos, foram mais de "...250 mortos, contados os que sairam feridos e nunca retornaram".
Editado pela Companhia das Letras, o livro é considerado um dos maiores fenômenos editoriais brasileiros, com mais de 460 mil exemplares vendidos e Prêmio Jabuti 2000 de Livro do Ano de Não-Ficção. Foi adaptado para o cinema com o filme Carandiru.




O massacre na Casa de Detenção de São Paulo ou o massacre do Carandiru, como foi popularizado pela mídia, ocorreu no dia 2 de outubro de 1992, quando uma rebelião causou a morte de cento e onze detentos pela Polícia Militar do Estado de São Paulo.










Origem da rebelião e intervenção policial
A rebelião teve início com uma briga de presos no Pavilhão 9 da Casa de Detenção. A intervenção da Polícia Militar, liderada pelo coronel Ubiratan Guimarães, tinha como justificativa acalmar a rebelião, mas acabou por realizar uma verdadeira chacina no local. Sobreviventes afirmam que o número de mortos é superior ao divulgado e que a Polícia estava atirando em detentos que já haviam se rendido ou que estavam se escondendo em suas celas. Nenhum dos sessenta e oito policiais envolvidos no massacre foram mortos. A promotoria do julgamento do coronel Ubiratan classificou a intervenção como sendo "desastrosa e mal-preparada".


Carandiru (filme)

Brasil Argentina 2002 147 min
Produção
Direção
Hector Babenco



Roteiro/Guião
Hector Babenco
Fernando Bonassi

Victor Navas


Elenco
Luiz Carlos Vasconcelos
Rodrigo SantoroMilton GonçalvesAilton Graça
Maria Luisa Mendonça














Carandiru é um filme brasileiro e argentino de 2002, do gênero drama, dirigido pelo argentino naturalizado brasileiro Hector Babenco.
O filme é uma superprodução baseado no livro Estação Carandiru, do médico Drauzio Varella, onde ele narra suas experiências com a dura realidade dos presídios brasileiros em um trabalho de prevenção à AIDS realizado na Casa de Detenção.
O orçamento de Carandiru foi de doze milhões de reais.

Sinopse
O filme aborda o cotidiano da extinta "Casa de Detenção", mais conhecida por Carandiru (por se localizar no bairro de mesmo nome na cidade de São Paulo), antes e durante o massacre ocorrido em 2 de outubro de 1992, em que 111 presos foram mortos.





Canções

"Diário de um Detento" (Mano Brown, Jocenir) – Racionais MC's em Sobrevivendo No Inferno (1997)

"Haiti" (Caetano Veloso, Gilberto Gil) – Caetano Veloso e Gilberto Gil em Tropicália 2 (1993)










Diário de um Detento

Essa canção de rap do grupo Racionais MC's, foi escrita pelo ex-detento Jocenir. A letra da música aborda a a rebelião do presídio do Carandiru, ocorrida em 2 de outubro de 1992, quando 111 presídiários foram mortos pela polícia em evento que ficou conhecido como Massacre do Carandiru. O nome também é titulo de um livro do mesmo autor.








Curiosidades
Até então não se sabe ao certo de quem veio a ordem para atuar, mas aponta-se para o então governador de São Paulo, Luiz Antônio Fleury Filho. Ao longo da música existem duas passagens em que é citado o nome de Fleury. Esta foi a música que impulsionou a carreira do grupo e ainda hoje é considerada a melhor música do grupo Racionais MC's.
Diário de um Detento é quase todo cantado por Mano Brown, um dos quatro integrantes da banda, e em um pequeno trecho ocorre a participação de Ice Blue, outro integrante do grupo.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

HISTÓRIA NA MÍDIA


Maluf e Tuma responderão por ocultar mortos na ditadura

Foto de 1990 mostra um funcionário colocando em sacos algumas das 1500 ossadas encontradas no Cemitério Dom Bosco em Perus, zona oeste de São Paulo. O Ministério Público Federal em São Paulo (MPF-SP) ofereceu nesta quinta-feira denúncia à Justiça Federal contra o ex-governador de São Paulo, deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), e o senador Romeu Tuma (PTB-SP) por ocultação de cadáveres durante o período da ditadura militar no Brasil (1964-1985).
O Ministério Público Federal em São Paulo (MPF-SP) ofereceu hoje denúncia à Justiça Federal contra o ex-governador de São Paulo, deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), e o senador Romeu Tuma (PTB-SP) por ocultação de cadáveres durante o período da ditadura militar no Brasil (1964-1985). Além dos dois parlamentares, foram denunciados em duas ações civis públicas o ex-prefeito da capital paulista Miguel Colasuonno, o médico legista e ex-chefe do necrotério do Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo Harry Shibata, e o ex-diretor do Serviço Funerário Municipal Fábio Pereira Bueno.
O MPF-SP requer na Justiça que os cinco percam suas funções públicas e o direito à aposentadoria, bem como sejam condenados a reparar danos morais coletivos, mediante indenização de, no mínimo, 10% do patrimônio pessoal de cada um. Por se tratar de ações civis públicas, a iniciativa não ameaça os mandatos de Tuma e Maluf, protegidos pela Constituição Federal. A procuradora responsável pelo caso, Eugênia Augusta Gonzaga Fávero, propôs que as indenizações sejam revertidas em medidas que preservem a memória das vítimas da ditadura.
Nas ações entregues à Justiça, o MPF-SP afirma que desaparecidos políticos foram sepultados nos cemitérios de Perus e Vila Formosa, na capital paulista, de forma "ilegal" e "clandestina", com a participação do IML e da Prefeitura de São Paulo. Segundo a procuradora, ambos contribuíram para que as ossadas permanecessem sem identificação em valas comuns dos cemitérios e atestaram falsos motivos de morte a vítimas de tortura. De acordo com a denúncia, o legista Harry Shibata teria ocultado os reais motivos dos óbitos de inúmeros militantes políticos, como, por exemplo, do jornalista Vladimir Herzog.
O MPF-SP aponta que Paulo Maluf, quando era prefeito, ordenou a construção do cemitério de Perus. De acordo com as ações, algumas valas do recinto tinham quadras marcadas específicas para receber a ossada de "terroristas". Os documentos entregues à Justiça apontam ainda que o projeto original do cemitério previa um crematório, mas a Prefeitura desistiu após a empresa contratada ter estranhado o plano, que não previa um hall para orações. De acordo com o MPF-SP, o governo municipal chegou a fazer sugestões buscando mudar a legislação para dispensar a autorização da família para realizar procedimento, o que possibilitaria que indigentes fossem cremados.
As denúncias salientam ainda a participação nas operações de agentes do Departamento Estadual de Ordem Política e Social, o Deops, órgão estadual de repressão que teve como chefe o atual senador Romeu Tuma. Segundo o MPF-SP, há documentos que comprovam a ocorrência de interrogatórios "sob tortura" na instituição e que demonstram que Tuma tinha conhecimento das várias mortes ocorridas sob a tutela de policiais do Deops, mas não as comunicou aos familiares dos mortos.
As ações civis públicas oferecidas hoje pelo MPF não são as primeiras que procuram responsabilizar o Estado pela ocultação da ossada de perseguidos políticos. No Distrito Federal tramita ação, com atuação do MPF-DF e do MPF-PA, para identificar guerrilheiros e moradores da região do Araguaia, mortos na ofensiva do governo para exterminar a guerrilha na década de 1970. No Rio Grande do Sul, o MPF pediu a abertura de inquérito para que sejam apuradas as reais circunstâncias da morte do presidente João Goulart, na Argentina, em 1976.
"Depois de 39 anos, abordar de forma leviana um assunto dessa natureza é no mínimo uma acusação ridícula", disse Maluf, em nota. A reportagem procurou Tuma, mas o senador estava em voo. Segundo sua assessoria, Tuma ainda não recebeu informações sobre a denúncia.


quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Vendo o monstro se criar
Por: José Valmir Dantas de Andrade
Os episódios de corrupção envolvendo somente as mansões dos homens públicos não focam uma série de outras ações corruptas; a imprensa foca tão somente o fato individual. O que seria viável era fazer uma discussão mais profícua sobre causas. A filosofia tem um princípio básico segundo o qual nada surge e/ou emerge do nada, do acaso. Nada é causa de si mesmo. Há sempre uma gênese, uma origem das coisas; uma causa que causa os fenômenos. No caso particular da corrupção no Brasil, não é algo natural, sempre houve uma estrutura jurídico-política que, reforçada pelo modo de produção capitalista, a forjou e sustentou. E, diga-se de passagem, o modo de produção capitalista encontrou no Brasil, um solo fértil para produzir e reproduzir corrupção e desigualdade social.
A nossa elite, por sua vez, sempre nadou de braçadas, certos da impunidade, certos de que as leis no nosso país, até hoje, só têm servido para punir pobres e minorias excluídas. O músico Herbert Viana ilustrou de uma forma eloqüente a nossa realidade, na música Selvagem, quando canta:
"A polícia apresenta suas armas
Escudos transparentes, cassetetes
Capacetes reluzentes
E a determinação de manter tudo
Em seu lugar
O governo apresenta suas armas
Discurso reticente, novidade inconsistente
E a liberdade cai por terraAos pés de um filme de Godard
A cidade apresenta suas armas
Meninos nos sinais, mendigos pelos cantos
E o espanto está nos olhos de quem vê
O grande monstro a se criar
Os negros apresentam suas armas
As costas marcadas, as mãos calejadas
E a esperteza que só tem quem tá
Cansado de apanhar".
As nossas cidades foram formadas e, ainda estão se formando a partir destes arquétipos; são mansões da elite governante, os mendigos pelas ruas, meninos nos sinais e o espanto em nossos olhos vendo, impotentes, o grande monstro a se criar. Essa situação em si já é amoral e, mais amoral ainda, é saber que a desigualdade, além de tudo, de toda a sua gravidade, aqui é fruto de corrupção. Para ser mais claro, é fruto de roubo da coisa pública.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

HISTÓRIA NA MÍDIA






Modelo cubano é posto em xeque no 50º aniversário da revolução
Historiadores dizem ser difícil fazer um balanço dos avanços de Cuba. É preciso relativizar impacto do embargo dos EUA, afirmam analistas.
Daniel Buarque
Do G1, em São Paulo



Foto: AFP
Anúncio comemora o 50º aniversário da Revolução Cubana (Foto: AFP)
Um dos principais marcos da história do continente, a Revolução Cubana completa 50 anos nesta quinta-feira (1º). Alvo ao mesmo tempo de idolatria e de críticas violentas, o modelo cubano entra na sua sexta década depois de tirar do poder um ditador e instaurar um modelo político controverso, aclamado em sua busca pela igualdade social e acusado de tolher a liberdade da população.

Por mais recheada de polêmicas e debates que seja a história recente de Cuba, a importância da tomada do poder pelo grupo liderado por Fidel Castro, 50 anos atrás, é consensual, segundo o historiador Luís Fernando Ayerbe, autor de “A Revolução Cubana” (Ed. UNESP).
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“O momento de tomada do poder é fundamental, pois é quando um grupo de rebeldes idealistas consegue apoio popular para derrotar uma ditadura bem armada. É muito importante. O que veio depois disso foi um processo longo, que não é consenso entre os pesquisadores e que leva a muita divergência”, disse, em entrevista ao G1. Segundo o historiador Antoni Kapcia, professor da universidade britânica de Nottingham especialista em América Latina, entretanto, foi este momento revolucionário que pôs em marcha o que se seguiu desde então. “O momento exato da revolução foi o que pôs em marcha o processo que se seguiu e que mudou a história do continente. É o ponto em que tudo começou, um ponto de mudança que se seguiu até 1962, quando se tornou claro o que aconteceria desde então”, disse ao G1. “As mesmas estruturas e ideologia dos primeiros anos sobrevivem até hoje, bem como os processos de participação e envolvimento popular. Também sobrevive o compromisso com o bem-estar social. Paralelo a isso, há a sobrevivência do embargo norte-americano”, disse Kapcia. Balanço Segundo os pesquisadores ouvidos pelo G1, é difícil fazer um balanço que avalie os avanços e retrocessos de Cuba desde a revolução. Eles apontam que houve erros do governo instaurado em 1959, mas alegam que Cuba muitas vezes agiu sob pressão internacional, e que, por ser um caso único no mundo atual, não pode ser julgado de forma simplista. “É difícil dizer se o modelo cubano é bem-sucedido ou se fracassou. O sistema implantado funcionou muito bem em termos de benefícios aos cidadãos, manutenção da unidade e da segurança, incluindo participação popular e resistência ao embargo. Cuba é um caso único, que resistiu a todo tipo de pressão internacional, e seu modelo não pode ser copiado, por mais que seja inspiração para movimentos de esquerda que existem até hoje no continente”, disse o professor britânico. Embargo No cerne das discussões sobre os lados positivos e negativos do modelo cubano encontra-se o cerco dos Estados Unidos à economia do país: o embargo econômico. Para os que defendem a ilha, o bloqueio econômico é responsável pela penúria em que vivem muitos cubanos. Sem poder fazer negócios com a mais importante economia do mundo, a ilha amarga sérios problemas econômicos, e acaba penalizando a qualidade de vida. Segundo os historiadores entrevistados, o embargo é, sim, importante, mas não pode ser apontado como única causa dos problemas cubanos. “O embargo norte-americano é muito mais importante de que os críticos de Cuba sabem, e muito menos relevante do que o governo cubano historicamente alega. Ele foi responsável pela aproximação entre Cuba e a União Soviética, por exemplo, e fez com que a economia cubana se tornasse dependente do Estado. As coisas pioraram nos anos 90, é verdade, e não se pode ignorar seus efeitos, mas culpar o embargo por tudo é tirar a responsabilidade dos cubanos por muitos erros na condução do país”, disse Kapcia. O professor Ayerbe faz coro com o britânico, e diz que o impacto do embargo precisa ser relativizado. “É um grave problema, atrapalha a economia do país e sua integração global, mas o país já vem estreitando relações comerciais com muitos países do mundo, independentemente do bloqueio dos Estados Unidos. Não se pode dizer que é o fator principal dos problemas cubanos, por mais que seja, sim, importante.” A mudança de liderança política nos Estados Unidos, entretanto, não deve diminuir a pressão do país em relação a Cuba, segundo Ayerbe. “É difícil imaginar que o embargo vai ser encerrado pelo novo governo dos EUA. Obama já disse ser contra o embargo, mas existem vários entraves políticos e econômicos, que fazem com que o governo mantenha a política em relação à ilha.” Futuro A manutenção do modelo atual e o futuro de Cuba têm sido objeto de análises no mundo inteiro desde que Fidel Castro se afastou do poder, em 2006, e renunciou à presidência, no início de 2008. Para alguns pesquisadores, o caminho a ser seguido pelo irmão do líder da Revolução, Raúl Castro, segue os passos do que aconteceu na China, que se abriu ao capital internacional. Para o professor da universidade britânica, no entanto, os passos de Raúl na presidência dão impressão de que a guinada política do país não vai ser tão radical. “Os líderes cubanos têm medo dos custos de seguir o modelo chinês, que é cheio de desigualdades e de corrupção. Não acredito que eles sigam este exemplo, e acho que vão tentar seguir o que existe no Vietnã, que tem uma economia mais moderna e aberta, mas menos capitalista que a da china atual. Não acho que eles estejam próximos de se tornar uma democracia multipartidária, entretanto.”

HISTÓRIA NA MÍDIA

Cronologia da Revolução Cubana
Veja as principais datas da revolução que levou Fidel Castro ao poder em Cuba
Da BBC

1959: Nasce a Revolução
01/01/1959 - Fulgencio Batista renunciou ao cargo de presidente de Cuba e fugiu do país quando guerrilheiros revolucionários, liderados por Fidel Castro, entraram na cidade de Santiago de Cuba. Enquanto uma coluna do Exército 26 de Julho de Fidel Castro entrou no porto da cidade, um outro grupo de rebeldes tomou a capital, Havana, levando o general Batista a fugir às 3 horas da manhã para Ciudad Trujillo, na República Dominicana. Depois de perder o apoio do governo dos EUA, o governo de Batista ficou em situação frágil quando a ofensiva contra os rebeldes em meados de julho fracassou. O general Batista havia liderado dois golpes. No segundo, em 1952, ele tomou o lugar do presidente eleito Carlos Prío.
16/02/1959 - O líder revolucionário Fidel Castro tornou-se o mais jovem premiê da história de Cuba, assumindo o cargo aos 32 anos. O Exército 26 de Julho assumiu o controle do país no dia 1º de janeiro, após a fuga do presidente Fulgencio Batista.
Fidel sucedeu a José Miró Córdoba, que assumira o cargo no dia 5 de janeiro, mas renunciou dias depois sem explicação, juntamente com todo o gabinete.
"Nós temos grandes planos", disse Fidel Castro. "Sofremos quando não conseguimos colocá-los (os planos) em prática rapidamente, mas preparativos técnicos levam tempo."
15/04/1959 - Fidel Castro visita os EUA, numa viagem marcada por tensões com o governo americano, preocupado com sua retórica anti-americana. Apesar de a Casa Branca ter reconhecido formalmente o novo regime cubano seis dias após Fidel ter tomado o poder, o presidente Dwight D. Eisenhower não encontrou Fidel durante sua visita, devido principalmente a tensões causadas pela decisão cubana de nacionalizar fábricas e propriedades agrárias controladas por americanos.
Os EUA romperam relações diplomáticas com Cuba em janeiro de 1961.

1960: Divergências entre os EUA e Cuba
05/07/1960 - O governo anunciou que todas as empresas americanas em Cuba seriam nacionalizadas sem indenização.
A ordem foi um dos primeiros passos na guerra econômica já em andamento entre os dois países, e ocorreu depois que os EUA reduziram a cota de importação de açúcar em 700 mil toneladas.
O clima era de tensão desde que Fidel Castro sancionou a primeira Lei de Reforma Agrária, que permitiu a expropriação de latifúndios por um preço considerado inadequado pelas prorietárias, as empresas americanas.

1961: Invasão da Baía dos Porcos
17/04/1961 - Um exército de contra-revolucionários invadiu a ilha com o objetivo de destruir o líder do país, Fidel Castro.
A força, com cerca de 1,4 mil exilados cubanos, desembarcou na Baía dos Porcos, com apoio de forças aéreas e navais dos EUA. Miró Cardona, líder do movimento, disse que havia começado a batalha "para liberar nossa pátria do regime despótico de Fidel Castro".
Fidel liderou, ele próprio, a operação para repelir a invasão, dizendo em um discurso na rádio cubana que "os gloriosos soldados do Exército revolucionário e da milícia nacional estão lutando contra o inimigo em todos os pontos onde ele desembarcar".
19/04/1961 - A invasão da Baía dos Porcos terminou depois que os exilados cubanos que tentaram derrubar o governo de Fidel Castro foram capturados.
Os contra-revolucionários apoiados pelos EUA tinham a intenção de penetrar na ilha e unir os cubanos em torno de sua causa.
Mas o apoio não veio, e a Brigada 2506 ficou atolada em um pântano na Baía dos Porcos.
Um total de 104 membros da Brigada 2506 foram mortos e 1.189 foram capturados.
01/05/1961 - O primeiro-ministro de Cuba, Fidel Castro, proibiu eleições no país depois de declarar a ilha uma "nação socialista".
Discursando em um desfile de 1º de Maio em Havana, Fidel disse que "a revolução não tem tempo para eleições".
"Não há governo mais democrático na América Latina do que o governo revolucionário", acrescentou ele.
De acordo com o correspondente da BBC Erik de Mauny, a revolução de Fidel Castro parecia então ser popular entre os agricultores, mas não entre as classes mais abonadas que tiveram suas terras e propriedades confiscadas.
04/09/1961 - Os EUA aprovaram uma lei autorizando o presidente Kennedy a impor um "embargo comercial total" contra Cuba. A Lei de Ajuda Externa proibiu qualquer auxílio à ilha.
Um embargo parcial já havia sido imposto pelo presidente Eisenhower em 1960, mas excluía alimentos e remédios.

1962: A Crise dos Mísseis
22/10/1962 - Após a descoberta de mísseis soviéticos em Cuba, o presidente Kennedy fez um pronunciamento na TV declarando um bloqueio naval contra Cuba e ameaçando: "É política desta nação considerar qualquer lançamento de míssil nuclear contra qualquer nação do Hemisfério Ocidental um ataque contra os Estados Unidos, exigindo uma resposta retaliatória completa à União Soviética."
Analistas disseram que o mundo estava à beira da guerra nuclear.
28/10/1962 - O líder russo Nikita Khrushchev concordou em desmobilizar todos os mísseis russos colocados em Cuba, pondo fim à ameaça iminente de guerra nuclear.
O anúncio foi feito em uma mensagem pública ao presidente americano John F. Kennedy na Rádio Moscou.
Em resposta, Kennedy disse que a decisão era "uma importante contribuição à paz" e prometeu que os EUA não invadiriam Cuba.
O clima era de tensão desde que um avião de reconhecimento U2 havia revelado a existência de vários mísseis na ilha no dia 14 de outubro.
24/12/1962 - O último dos mais de mil prisioneiros da invasão da Baía dos Porcos, em Cuba, foi enviado para os EUA antes do Natal. O governo concordou em receber uma recompensa de US$ 53 milhões em alimentos e suprimentos médicos, doada por empresas de várias partes dos EUA, como condição para a libertação dos exilados cubanos.
O transporte por via aérea dos prisioneiros começou no dia 23, quando os primeiros 107 homens embarcaram em um DC-6 da Pan American World Airways em uma base militar perto de Havana.
Uma multidão de 10 mil exilados cubanos nos EUA receberam os 1.113 homens libertados por Cuba no Dinner Key Auditorium, no subúrbio de Miami.

1963-1971: Morre 'Che' Guevara
09/10/1967 - Surgiram notícias de que o líder revolucionário marxista Ernesto "Che" Guevara fora morto durante uma batalha entre soldados do Exército e guerrilheiros na selva boliviana.
Uma declaração emitida pelo comandante da 8ª Divisão do Exército Boliviano, coronel Joaquín Zenteno Anaya, anunciava que o líder guerrilheiro de 39 anos havia sido morto a tiros perto do vilarejo de Higueras, no sudeste do país.
Guevara era um ex-braço direito do premiê cubano Fidel Castro, mas desaparecera em 1965 e seu paradeiro vinha sendo muito debatido desde então.
Um exame necrológico no corpo de Che Guevara, realizado dois dias após sua morte, sugeriu que ele não foi morto num tiroteio, mas capturado e executado um dia depois.

1971-1980: Vozes dissidentes
04/11/1975 - Começou um envio maciço de tropas cubanas para Angola, uma semana antes da data marcada pelos nacionalistas para declarar a independência do país.
As tropas apóiam o Movimento Popular para a Libertação de Angola (MPLA), que vinha lutando pela independência de Portugal desde 1961.
As forças cubanas se confrontariam, em Angola, com as tropas da África do Sul, que apóiavam as forças da Unita.
Angola era o mais novo front das várias guerras "indiretas" entre a União Soviética, que entrou com as forças cubanas, e o Ocidente, que apoiava a Unita.
27/03/1976 - Forças sul-africanas retiram-se de Angola, no que foi visto como uma vitória da presença militar cubana no país.
As tropas cubanas tinham sido enviadas a Angola antes da independência do país, em novembro do ano anterior, e vinham lutando contra tropas sul-africanas que apoiavam as forças rebeldes da Unita.
As forças cubanas apoiavam o comunista Movimento Pela Libertação de Angola (MPLA), e receberam apoio da União Soviética.
02/12/1976 - Castro se tornou presidente de Cuba depois de mudanças na Constituição do país.
Ele vinha ocupando o cargo de primeiro-ministro desde 1959, após a vitória da revolução cubana e da fuga de Fulgencio Batista.
As mudanças constitucionais tinham o objetivo de institucionalizar a revolução e fazer de Fidel Castro presidente do Conselho de Estado e Conselho de Ministros.
A Constituição foi aprovada por um referendo nacional no dia 15 de fevereiro deste ano.

1981-1990: Resistência no exílio
31/10/1980 - O êxodo em massa de cubanos para os EUA, conhecido como "Fuga de Mariel", teve fim depois de um acordo entre os dois países.
Os cubanos começaram a seguir para os EUA no dia 15 de abril, quando, depois de uma desaceleração da economia do país, o governo anunciou que quem quisesse poderia partir.
Um total de 125 mil migrantes havia deixado o porto de Mariel, em Cuba, para fazer a travessia para a Flórida.
Mas o êxodo se mostrou um problema para o presidente americano Jimmy Carter, depois que foi descoberto que vários dos exilados eram ex-prisioneiros ou pessoas com problemas mentais.
25/10/1983 - Forças invasoras americanas entraram em choque com soldados cubanos na ilha caribenha de Granada.
Uma coalizão dos EUA e forças regionais entrou em Granada depois de uma luta de poder na ilha que se seguiu ao assassinato do primeiro-ministro Maurice Bishop seis dias antes.
Bishop desenvolvera laços estreitos com Cuba desde que chegara ao poder na revolução de Granada, em 1979.
A invasão foi considerada pelas Nações Unidas como "uma violação flagrante das leis internacionais" por 122 votos a nove.
17/09/1989 - Os últimos soldados cubanos que haviam entrado na Etiópia em 1977, como parte da Guerra de Ogaden, deixam o país.
Cerca de 15 mil soldados cubanos tomaram parte inicialmente no conflito na conturbada região do leste da África durante uma de várias guerras indiretas entre as potências.
Cuba apoiou os etíopes contra a Somália em uma batalha pelo deserto de Ogaden.
Cerca de 400 cubanos morreram durante o conflito inicial, que durou até 1978 - embora vários dos soldados tenham permanecido no país até a década de 80.

1991-1995: Fim de uma longa relação
06/11/1993 - O governo cubano anunciou que as estatais cubanas seriam abertas ao investimento privado.
A iniciativa tinha o objetivo de estimular a economia de Cuba, gravemente afetada pela dissolução de seu principal parceiro comercial, a União Soviética, em 1991.
Com o fim da União Soviética, Cuba permanece como um dos poucos países comunistas do mundo, ao lado de Coréia do Norte e Vietnã.
Os EUA mantém um embargo comercial com Cuba desde que Fidel Castro ordenou a nacionalização de todas as sua indústrias na ilha em 1961.
12/03/1996 - O Congresso dos EUA aprovou lei reforçando o embargo comercial do país a Cuba.
A Lei Helms-Burton ampliou a medida, tornando passíveis de processo empresas estrangeiras que tenham relações comerciais com Cuba.
A lei tinha o objetivo de trazer "uma transição pacífica para uma democracia representativa e uma economia de mercado em Cuba".
A proposta não foi aprovada originalmente quando foi apresentada no Congresso em 1995, mas foi reapresentada depois que caças cubanos derrubaram dois aviões privados operados por um grupo anti-castrista no mês anterior.

1996-2000: Entre a realidade e a esperança
21/01/1998 - O papa João Paulo 2º pediu reformas e a libertação de presos políticos em Cuba, ao mesmo tempo em que condenou tentativas dos EUA de isolar o país.
Em pronunciamento na capital, Havana, o papa disse que a liberdade de consciência é "a base e o fundamento de todos os direitos humanos".
Um Estado moderno não pode tornar o ateísmo ou a religião um de seus ordenamentos políticos", acrescentou.
João Paulo 2º foi o primeiro pontífice a visitar a ilha caribenha comunista. O presidente Fidel Castro, que estudou em um colégio jesuíta, declarou Cuba um Estado ateu depois que assumiu o poder em 1959.
27/11/1999 - Um menino cubano e dois adultos que sobreviveram ao naufrágio de um barco que seguia para os EUA foram resgatados perto do litoral da Flórida.
A Guarda Costeira encontrou também os corpos de outros sete passageiros que se afogaram, inclusive o da mãe do garoto.
O menino, Elián González, foi resgatado por um pescador a cerca de 3 quilômetros da costa de Fort Lauderdale.
07/12/1999 - Os cubanos realizaram protestos diante da embaixada dos EUA em Havana, exigindo a volta de Elián González, de seis anos. Ele havia sobrevivido ao naufrágio em que sua mãe morreu, na costa da Flórida. Cubanos munidos de faixas gritavam palavras de ordem anti-americanas; e o presidente cubano, Fidel Castro, acusou os EUA de "seqüestrarem" o menino. Os colegas de classe de Elián também estavam na manifestação realizada na capital cubana.
22/04/2000 - Agentes federais dos EUA tomaram o menino de parentes depois de uma batida na casa deles em Miami nas primeiras horas da manhã.
Cerca de 25 agentes derrubaram a porta da casa e saíram do imóvel com Elián enrolado em um cobertor.
O menino foi colocado em um veículo e levado do local em meio a cenas caóticas.
Elián foi colocado em um avião e levado para a base da Força Aérea de Andrews, no subúrbio de Washington, onde viu seu pai pela primeira vez em cinco meses.
14/12/2000 - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, visitou Cuba, onde assinou um acordo para estimular o comércio bilateral.
Durante esta primeira visita de um líder russo desde a desintegração da União Soviética, Putin disse que vinha examinando formas de perdoar a dívida cubana de US$ 11 bilhões.
O comércio da Rússia com Cuba diminuiu acentuadamente desde 1991, chegando agora a US$ 1 bilhão por ano, em comparação aos US$ 3,6 bilhões no último ano de existência da União Soviética.
Mas Putin disse que há questões que ainda precisam ser resolvidas com Cuba, como o pagamento da dívida cubana para com Moscou.

2001-2009: Sem Fidel
06/05/2002 - Cuba foi incluída na lista de países do "Eixo do Mal" dos EUA e acusada de procurar desenvolver armas biológicas.
O subsecretário de Estado americano, John Bolton, colocou a ilha ao lado de Líbia e Síria em uma nova lista de países considerados "Estados que patrocinam terrorismo".
Os três estão "buscando armas de destruição em massa", disse Bolton.
O "Eixo do Mal" original, identificado pelo presidente americano, George W.Bush depois dos ataques de 11 de setembro, era formado por Coréia do Norte, Iraque e Irã.
12/05/2002 - O ex-presidente dos EUA, Jimmy Carter, chegou a Cuba para uma visita de seis dias que tem o objetivo de ajudar a aproximar os dois vizinhos, que brigam há mais de 40 anos.
O governo cubano não está realmente interessado em ter relações normais com o governo dos EUA.
Carter foi recebido no aeroporto por Fidel Castro e conversou com políticos e dissidentes antes de um pronunciamento na TV.
O ex-presidente foi o político americano que ocupou cargo mais elevado a visitar Cuba desde que Fidel Castro subiu ao poder há 43 anos.
Depois que deixou o cargo em 1981, Carter criou uma organização pela causa da paz e o entendimento entre os povos.
01/08/2006 - O veterano líder cubano, Fidel Castro, passou o poder temporariamente a seu irmão, Raúl, por causa de uma doença.
Uma nota escrita pelo presidente e lida na TV por seu secretário pessoal, dizia que Fidel Castro tinha se submetido a uma cirurgia para estancar uma hemorragia interna.
O líder cubano, que completara 80 anos, disse que uma agenda muito cheia nas últiams semanas afetara sua saúde.
Esta foi a primeira vez que Fidel Castro abriu mão de algum de seus poderes desde que assumiu o governo, em 1959.
04/08/2006 - O presidente dos EUA, George W. Bush pediu aos cubanos que trabalhassem por uma transição democrática em suas primeiras declarações desde que Fidel Castro passou por uma cirurgia no estômago.
Bush prometeu apoio de Washington aos cubanos que procurarem "construir um governo de transição em Cuba comprometido com a democracia".
Desde que Fidel Castro passara o poder a seu irmão, Raúl, três dias antes, nenhuma imagem de nenhum dos dois foi divulgada.
Os meios de comunicação cubanos destacaram que as Forças Armadas estavam preparadas para qualquer ataque ao sistema comunista.
11/08/2007 - Um conhecido dissidente cubano foi libertado depois de quase 15 anos na prisão por revelar segredos da segurança do Estado.
Francisco Chaviano, um ex-professor, foi condenado em 1995 e recebeu liberdade condicional.
A Comissão Cubana para os Direitos Humanos e a Reconciliação Nacional, que é independente, disse que ele era o prisioneiro político preso há mais tempo no país.
Chaviano foi um dos principais dissidentes e ativistas pelos direitos humanos de Cuba em meados da década de 90. Em 2006, a Anistia Internacional havia dito que o julgamento militar a que ele havia sido submetido não atendia aos padrões internacionais.
19/02/2008 - O debilitado líder cubano, Fidel Castro, anunciou que não aceitaria outro mandato como presidente, encerrando seus 49 anos no poder.
O líder, de 81 anos de idade, passou o governo temporariamente a seu irmão, Raúl, em julho de 2006, quando foi operado, e não foi visto em público desde então.
O novo Parlamento de Cuba se reuniria em seguida para eleger um novo presidente.
Washington pediu a Cuba que realize eleições livres, e disse que seu embargo que já dura décadas deve continuar em vigor.
25/02/2008 - Raúl Castro foi indicado por unanimidade sucessor de seu irmão, Fidel, como líder de Cuba, pela Assembléia Nacional.
Raúl, na verdade, vinha sendo presidente desde que Fidel foi operado em julho de 2006. Acredita-se que Raúl foi o único nome em uma votação vista como uma formalidade.
Em discurso à nação depois da votação a portas fechadas, Raúl Castro disse que o governo cubano iria continuar a consultar Fidel, de 81 anos, sobre as grandes decisões de Estado - uma iniciativa apoiada pelos integrantes da Assembléia Nacional.
"O comandante-em-chefe da Revolução Cubana é único, Fidel é Fidel, como todos bem sabemos, ele é insubstituível", disse Raúl Castro.
25/12/2008 - O presidente de Cuba, Raúl Castro, teve um encontro com o líder venezuelano Hugo Chávez em sua primeira viagem ao exterior depois que assumiu o poder, substituindo Fidel Castro.
Os dois líderes assinaram uma série de acordos nas áreas comercial e de energia.
O encontro ocorreu poucas semanas antes do 50º aniversário da Revolução Cubana, e Chávez dusse que a viagem teve a "mesma importância" que a primeira viagem internacional de Fidel, também à Venezuela, em 1959.
Na visita de Raúl, também foram anunciados mais de 300 projetos conjuntos nas áreas de saúde, educação, cultura e esporte.
Wyclef Jean - Guantanamera
Hola! Soy Celia Cruz
Y estoy aqui con Wyclef, celebrando Carnival; Azucar!!
Guantanamera
We out here in Miami just shining
Guajira, Guantanamera
Worldwide Guan-tana-mera
Bout to bring it to you in stereo
Guajira voy, de na meda
Yo soy un hombre sincero
That was then, this is now
Welcome to the Carnival, the arrival... c'mon!
De donde crecen las palmas
Spanish Harlem! Oahh-eee-ohh!
Boogie Down Bronx! Oahh-eee-ohh!Manhattan! Oahh-eee-ohh!
Back to Staten! Oahh-eee-ohh!
Guantanamera
Hey yo I'm standing at the bar with a, Cuban cigar
Guajira, Guantanamera
Hey, yo, I think she's eyeing me from afar
Guan-tana-mera...Guajira Guan-tana-mera...
Verse One: Wyclef JeanYo, I wrote this in Haiti, overlooking Cuba
I asked her what's her name, she said, 'Guantanamera'
Remind me of an old latin song, my uncle used to play
On his old forty-five when he used to be alive
She went from a young girl, to a grown womanLike a Virgin,
so she sex with no average mahn
Peep the figure, move like a caterpillar
Fly like a butterfly, let your soul feel her glide
Pac Woman better yet Space Invader
If your name was Chun-Li, we'd be playin Street Fighter
Penny for your thoughts, a nickel for your kiss
A dime if you tell me that you love me
Chorus:Guantanamera
Hey yo, I'm standin at the bar with a,
Cuban cigarGuajira, Guantanamera
Yo, I think she's eyeing me from afar
Guan-tana-mera...
Guajira Guan-tana-mera...
Soy una mujer, sincera
Do you speak English?
De donde crecen las palmas
Can I buy you a drink?
Soy una mujer sincera
Uh-huh uh-huh uh-huh
De donde crecen las palmas
You killin me
Y antes de morir, yo quiero cantar mis versos del alma
Te quiero mama, te quiero!!
Guantanamera
Aiyyo I'm standing at the bar with a, Cuban cigar
Guajira, Guantanamera
Hey yo John Forte, she's eyeing me from far
Guan-tana-mera...Guajira Guan-tana-mera
Verse Two: Lauryn Hill Yo, she was a rose in Spanish Harlem,
mamacita beg your pardon
Make stakes at a faster rate then she fornicates
Pure traits of genius, Goddess of Black Venus
Crab niggaz angry cause they can't get between usto no sele-xion, smooth complexion
The lexicon of Lexington, parents came from Cuba
Part Mexican, pure sweet, dimes fell to her feet
She like Movado, and shook her hips like Delgado
And broke niggaz down from the Grounds to
Apolloand then some, she took her act sent it to dim sumAnd waited patiently while the businessmen come
Call late on purpose, got even politicians nervous
And made plans to infiltrate the street secret service
This gentle flower, fertility was her powerSweet persona,
Venus Flytrap primadonna
Que sera que sera she turned dinero to dinera
Guantanamera
Hey yo
I'm standing at the bar with a, Cuban cigar
Guajira GuantanameraHey yo... I think she's eyein me from afar
Guan-tana-mera...Guajira Guan-tana-mera..
FUVEST 2010 - RESOLUÇÃO COMENTADA


10 E
Cesarismo/cesarista são termos utilizados para caracterizar governantes atuais que, à maneira de Júlio César (de onde o nome), na antiga Roma, exercem um poder
a) teocrático.
b) democrático.
c) aristocrático.
d) burocrático.
e) autocrático.
Resolução
O termo “cesarismo”, aplicado a governos autoritários de caráter personalista (o exemplo clássico é o de Napoleão Bonaparte) tem sua origem, mais do que na referência a Júlio César propriamente dito, na autocracia imperial romana, na qual os imperadores – intitulados “Césares” – governavam de forma discricionária.

11 D
“A instituição das corveias variava de acordo com os domínios senhoriais, e, no interior de cada um, de acordo com o estatuto jurídico dos camponeses, ou de seus mansos [parcelas de terra].”
Marc Bloch. Os caracteres originais da França rural, 1952.
Esta frase sobre o feudalismo trata
a) da vassalagem.
b) do colonato.
c) do comitatus.
d) da servidão.
e) da guilda.
Resolução
A corveia era a única obrigação servil, dentro do feudalismo, que não se caracterizava pelo pagamento em gêneros. Consistia no trabalho obrigatório do servo no manso senhorial (terra de uso exclusivo do senhor), duas ou três vezes por semana. Essa atividade não se restringia ao trabalho agrícola, podendo incluir outras tarefas, como a reparação de fortificações ou a desobstrução dos caminhos durante o inverno.

12 C
Os primeiros jesuítas chegaram à Bahia com o governador-geral Tomé de Sousa, em 1549, e em pouco tempo se espalharam por outras regiões da colônia, permanecendo até sua expulsão, pelo governo de Portugal, em 1759. Sobre as ações dos jesuítas nesse período, é correto afirmar que
a) criaram escolas de arte que foram responsáveis pelo desenvolvimento do barroco mineiro.
b) defenderam os princípios humanistas e lutaram pelo reconhecimento dos direitos civis dos nativos.
c) foram responsáveis pela educação dos filhos dos colonos, por meio da criação de colégios secundários e escolas de “ler e escrever”.
d) causaram constantes atritos com os colonos por defenderem, esses religiosos, a preservação das culturas indígenas.
e) formularam acordos políticos e diplomáticos que garantiram a incorporação da região amazônica ao domínio português.
Resolução
A questão aborda a mais importante atividade desenvol vida no Brasil pela Companhia de Jesus (embora sua atuação mais conhecida seja a catequese dos índios): o controle do ensino na Colônia, o que contribuiu para dar certa unidade cultural a uma população dispersa por um imenso território.
Obs.: Os jesuítas notabilizaram-se como protetores dos índios e seus defensores contra a escravização. Nessa tarefa, promoveram a aculturação dos nativos, o que, paradoxalmente, contribuiu para que eles fossem submetidos com mais facilidade ao poder dos colonizadores.

13 B
“E o pior é que a maior parte do ouro que se tira das minas passa em pó e em moeda para os reinos estranhos e a menor quantidade é a que fica em Portugal e nas cidades do Brasil...”
João Antonil. Cultura e opulência do Brasil por suas drogas e minas, 1711.
Esta frase indica que as riquezas minerais da colônia
a) produziram ruptura nas relações entre Brasil e Portugal.
b) foram utilizadas, em grande parte, para o cumprimento do Tratado de Methuen entre Portugal e Inglaterra.
c) prestaram-se, exclusivamente, aos interesses mercantilistas da França, da Inglaterra e da Alemanha.
d) foram desviadas, majoritariamente, para a Europa por meio do contrabando na região do rio da Prata.
e) possibilitaram os acordos com a Holanda que asseguraram a importação de escravos africanos.
Resolução
Alternativa escolhida por eliminação, pois o texto de Antonil – até por se referir a “reinos estranhos”, no plural – não permite afirmar que a Inglaterra seria a única beneficiária do ouro brasileiro; aliás, o autor sugere que o desvio do metal precioso poderia ser consequência de contrabando. Ademais, o Tratado de Methuen é apenas o fato mais notório da grande dependência econômica de Portugal em relação à Inglaterra, dependência essa que remontava ao primeiro empréstimo feito por Londres a Lisboa em 1641, logo após a Restauração.

14 A
Carlos III, rei da Espanha entre 1759 e 1788, implementou profundas reformas – conhecidas como bourbônicas – que tiveram grandes repercussões sobre as colônias espanholas na América. Entre elas,
a) o estabelecimento de medidas econômicas e políticas, para maior controle da Coroa sobre as colônias.
b) o redirecionamento da economia colonial, para valorizar a indústria em detrimento da agricultura de exportação.
c) a promulgação de medidas políticas, levando à separação entre a Igreja Católica e a Coroa.
d) a reestruturação das tradicionais comunidades indígenas, visando instituir a propriedade privada.
e) a decretação de medidas excepcionais, permitindo a escravização dos africanos e, também, a dos indígenas.
Resolução
Carlos III, representante espanhol do despotismo esclarecido, procurou deter a decadência que minava a Espanha, como, na mesma época Pombal tentava fazer em Portugal. Entre outras medidas de Carlos III para tornar mais rentável a exploração das colônias hispano-americanas, devem-se mencionar a criação de companhias de comércio, a supressão do regime de “porto único”, a criação do Vice-Reino do Prata e a extinção da mita.
Obs.: Didaticamente, as “reformas bourbônicas” ocorridas no reinado de Carlos III são atribuídas a seu principal ministro, o conde de Aranda.

15 D
“Eis que uma revolução, proclamando um governo absolutamente independente da sujeição à corte do Rio de Janeiro, rebentou em Pernambuco, em março de 1817. É um assunto para o nosso ânimo tão pouco simpático que, se nos fora permitido [colocar] sobre ele um véu, o deixaríamos fora do quadro que nos propusemos tratar.”
F. A. Varnhagen. História geral do Brasil, 1854.
O texto trata da Revolução pernambucana de 1817. Com relação a esse acontecimento é possível afirmar que os insurgentes
a) pretendiam a separação de Pernambuco do restante do reino, impondo a expulsão dos portugueses desse território.
b) contaram com a ativa participação de homens negros, pondo em risco a manutenção da escravidão na região.
c) dominaram Pernambuco e o norte da colônia, decretando o fim dos privilégios da Companhia do Grão-Pará e Maranhão.
d) propuseram a independência e a república, congregando proprietários, comerciantes e pessoas das camadas populares.
e) implantaram um governo de terror, ameaçando o direito dos pequenos proprietários à livre exploração da terra.
Resolução
A Revolução Pernambucana de 1817, ocorrida no quadro dos movimentos emancipacionistas latinoamericanos do início do século XIX, objetivava implantar uma república independente em Pernambuco. E, embora conduzida pelas classes dominantes, contou com o apoio dos setores populares.
Obs.: A alternativa a não pode ser inteiramente descartada, pois o movimento de 1817 pretendia de fato separar Pernambuco do Reino Unido criado em 1815; além disso, o antilusitanismo foi uma tônica presente nas principais insurreições lá ocorridas,
desde a Guerra dos Mascates (1710-12) até a Revolução Praieira (1848-49), passando pela Revolução de 1817 e pela Confederação do Equador em 1824.

16 E
No Ocidente, o período entre 1848 e 1875 “é primariamente o do maciço avanço da economia do capitalismo industrial, em escala mundial, da ordem social que o representa, das ideias e credos que pareciam legitimá-lo e ratificá-lo”.
E. J. Hobsbawm. A era do capital 1848-1875.
A “ordem social” e as “ideias e credos” a que se refere o autor caracterizam-se, respectivamente, como
a) aristocrática e conservadoras.
b) socialista e anarquistas.
c) popular e democráticas.
d) tradicional e positivistas.
e) burguesa e liberais.
Resolução
O período citado envolve o início da Segunda Revolução Industrial e do capitalismo monopolista; ele corresponde à consolidação da ordem social dominada pela burguesia e, no plano políticoideológico e econômico, do liberalismo. Este último deve ser entendido em dois níveis: como acesso dos cidadãos à vida política, passando pelo crivo do voto censitário; e como não intervenção do Estado nas relações econômicas, embora coubesse aos governos capita listas um papel crucial na luta pela abertura e/ou conquista de mercados.
17 C
No “Manifesto Antropófago”, lançado em São Paulo, em 1928, lê-se: “Queremos a Revolução Caraíba (...). A unificação de todas as revoltas eficazes na direção do homem (...). Sem nós, a Europa não teria sequer a sua pobre declaração dos direitos do homem.”
Essas passagens expressam a
a) defesa de concepções artísticas do impressionismo.
b) crítica aos princípios da Revolução Francesa.
c) valorização da cultura nacional.
d) adesão à ideologia socialista.
e) afinidade com a cultura norte-americana.
Resolução
O movimento antropofágico (e não “antropófago”) foi uma das correntes que, a partir de 1922, constituíramo Modernismo brasileiro. Caracterizadas pelo estar -dalhaço e pelo desejo de causar impacto, tinham comotraço comum a valorização da cultura brasileira e desuas raízes antropológicas. Esse viés nacionalista
explica a crítica feita no texto à Declaração dos Direitos do Homem da Revolução Francesa – o quepode ter induzido alguns candidatos a optar pela alternativa b.

18 B
A partir da redemocratização do Brasil (1985), é possível observar mudanças econômicas significativas no país.
Entre elas, a
a) exclusão de produtos agrícolas do rol das principais exportações brasileiras.
b) privatização de empresas estatais em diversos setores como os de comunicação e de mineração.
c) ampliação das tarifas alfandegárias de importação, protegendo a indústria nacional.
d) implementação da reforma agrária sem pagamento de indenização aos proprietários.
e) continuidade do comércio internacional voltado prioritariamente aos mercados africanos e asiáticos.
Resolução
Durante o regime militar (1964 - 85), registrou-se uma forte presença do governo na economia, tanto por meio de empresas estatais como por uma política francamente intervencionista. Com a redemocratização, passaram a prevalecer entre os dirigentes do País as ideias neoliberais, traduzidas em medidas como a facilitação das importações e a privatização de empresas e serviços estatais – processo que alcançou o ápice sob a administração de Fernando Henrique Cardoso (1995 - 2002).

19 A
“Mandela para presidente – a escolha do povo”
Fonte: AFP, 1984.
Cartaz de 1994 da campanha de Nelson Mandela à presidência da África do Sul.
Essa campanha representou a
a) luta dos sul-africanos contra o regime do apartheid então vigente.
b) conciliação entre os segregacionistas e os partidários da democracia racial.
c) proposta de ampliação da luta anti-apartheid no continente africano.
d) contemporização diante dos atos de violência contra os direitos humanos.
e) superação dos preconceitos raciais por parte dos africânderes.
Resolução
O regime do apartheid, instituído na África do Sul em 1948, começou a ser desmontado pelo presidente Frederik De Klerk, mas somente se plenificou com a eleição do líder negro Nelson Mandela para a Presidência da República, em 1994.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009



Intertexto


"Leviatã" de Hobbes e "O lobo" de Pitty




Livro mais famoso do filósofo inglês Thomas Hobbes, Leviatã foi publicado em 1651. O seu título se deve ao monstro bíblico Leviatã. O livro, cujo título por extenso é Leviatã ou matéria, forma e poder de um Estado eclesiástico e civil, trata da estrutura da sociedade organizada.
Hobbes alega serem os humanos egoístas por natureza. Com essa natureza tenderiam a guerrear entre si, todos contra todos ("
Bellum omnia omnes"). Assim, para não exterminarmo-nos uns aos outros será necessário um Contrato Social que estabeleça a paz, a qual levará os homens a abdicarem da guerra contra outros homens. Mas, egoístas que são, necessitam de um soberano (Leviatã) que puna aqueles que não obedecem ao contrato social.
Notar que um soberano pode ser uma pessoa tanto quanto um grupo, eleito ou não. Porém, na perspectiva de Hobbes, a melhor forma de governo era a
monarquia — sem a presença concomitante de um Parlamento, pois este dividiria o poder e, portanto, seria um estorvo ao Leviatã e levaria a sociedade ao caos (como na guerra civil inglesa).


Hobbes faz um esforço de análise da sociedade partindo da dissecação dos seus componentes básicos, o Homem e as suas sensações. Ele trabalha inicialmente com uma série de definições, em uma tentativa de criar axiomas da humanidade à semelhança dos que existem na geometria. Define as várias paixões e sentimentos de maneira impessoal e com base em princípios científicos (da época, lembremos que Hobbes viveu no séc. XVII).
Hobbes descreve o Homem em seu Estado Natural como egoísta, egocêntrico e inseguro. Ele não conhece leis e não tem conceito de justiça; ele somente segue os ditames de suas paixões e desejos temperados com algumas sugestões de sua razão natural. Onde não existe governo ou lei, os homens naturalmente caem em "discórdia". Desde que os recursos são limitados, ali haverá "competição", que leva ao medo, à inveja e a disputa. Semeada a "desconfiança", perde-se a segurança de confiar no próximo. Na busca pela "glória", derruba-se os outros pelas costas, já que, para Hobbes, os homens são iguais nas capacidades e na expectativa de êxito, nenhuma pessoa ou nenhum grupo pode, com segurança, reter o poder. Assim sendo, o conflito é perpétuo, e "cada homem é inimigo de outro homem". Nesse estado de guerra nada de bom pode surgir. Enquanto cada um se concentra na autodefesa e na conquista, o trabalho produtivo é impossível. Não existe tranqüilidade para a busca do conhecimento, não existe motivação para construir ou explorar não existe lugar para as artes e letras, não existe espaço para a sociedade só "medo contínuo e perigo de morte violenta". Então a vida do homem nesse estado será "solitária, pobre, sórdida, brutal e curta".
Em contrapartida ao estado de guerra descrito acima, os próprios homens almejariam uma ordem ansiando pela garantia de paz, assim, um Estado que garantisse essa paz, essa vida "acordada".




Obsevemos agora a letra da canção de Pitty que toma como mote o pensamento de Hobbes acerca da humanidade em seu estágio primitivo.




O Lobo
Pitty
Composição: Pitty


Houve um tempo em que os homens
Em suas tribos eram iguais
Veio a fome e então a guerra
Pra alimentá-los como animais
Não houve tempo em que o homem
Por sobre a Terra viveu em paz
Desde sempre tudo é motivo
Pra jorrar sangue cada vez mais.
O homem é o lobo do homem!
O homem é o lobo do homem!
Sempre em busca do próprio gozo
E todo zelo ficou pra trás
Nunca cede e nem esquece
O que aprendeu com seus ancestrais
Não perdoa e nem releva
Nunca vê que já é demais.
O homem é o lobo do homem!
O homem é o lobo do homem!











A filosofia de Hobbes é materialista e mecanicista. Assim como a percepção é explicada mecanicamente a partir das excitações transmitidas pelo cérebro, assim a moral se reduz ao interesse e à paixão. Na fonte de todos os nossos valores, há o que Hobbes denomina endeavour, em inglês, e conatus, em latim, isto é, o instinto de conservação ou, mais exatamente, de afirmação e de crescimento de si próprio; esforço próprio a todos os seres para unir-se ao que lhes agrada e fugir do que lhes desagrada (esse tema do conatus será reencontrado no spinozismo).
É partindo de tais fundamentos psicológicos que Hobbes elabora sua justificação do despotismo. O absolutismo da época de Hobbes geralmente se apóia na teologia (Deus teria investido os reis de seu poder absoluto). Hobbes, ao justificar o poder absoluto do soberano, descobre-lhe uma origem natural.
Para ele, o direito, em todos os casos, reduz-se à força; mas distingue dois momentos na história da humanidade: o estado natural e o estado político. No estado natural, o poder de cada um é medido por seu poder real; cada um tem exatamente tanto de direito quanto de força e todos só pensam na própria conservação e nos interesses pessoais. Para Hobbes, o homem se distingue dos insetos sociais, como as abelhas e as formigas; por isso, o homem não possui instinto social. Ele não é sociável por natureza e só o será por acidente.
Para compreender como o homem se resolve a criar a instituição artificial do governo, basta descrever o que se passa no estado natural; o homem, por natureza, procura ultrapassar todos os seus semelhantes: ele não busca apenas a satisfação de suas necessidades naturais, mas sobretudo as alegrias da vaidade (pride). O maior sofrimento é ser desprezado. Assim sendo, o ofendido procura vingar-se, mas - observa Hobbes, antecipando aqui os temas hegelianos - comumente não deseja a morte de seu adversário e deseja seu cativeiro a fim de poder ler, em seu olhar atemorizado e submisso, o reconhecimento de sua própria superioridade.
É claro que esse estado, em que cada um procura senão a morte, ao menos a sujeição do outro, é um estado extremamente infeliz. As expressões pelas quais Hobbes o descreve são célebres: "Homo homini lupus", o homem é o lobo do homem; "Bellum omnium contra omnes", é a guerra de todos contra todos. Não pensemos que mesmo os homens mais robustos desfrutem tranqüilamente as vitórias que sua força lhe assegura. Aquele que possui grande força muscular não está ao abrigo da astúcia do mais fraco. Este último - por maquinação secreta ou a partir de hábeis alianças - sempre é o suficientemente forte para vencer o mais forte. Por conseguinte, ao invés de uma desigualdade, é uma espécie de igualdade dos homens no estado natural que faz sua infelicidade. Pois, em definitivo, ninguém está protegido; o estado natural é, para todos, um estado de insegurança e de angústia.
Assim sendo, o homem sempre tem medo de ser morto ou escravizado e esse temor, em última instância mais poderoso do que o orgulho, é a paixão que vai dar a palavra à razão. (Essa psicologia da vaidade e do medo é, em Hobbes, uma espécie de laicização da oposição teológica entre o orgulho espiritual e o temor a Deus ou humildade.) É o medo, portanto, que vai obrigar os homens a fundarem um estado social e a autoridade política.
Os homens, portanto, vão se encarregar de estabelecer a paz e a segurança. Só haverá paz concretizável se cada um renunciar ao direito absoluto que tem sobre todas as coisas. Isto só será possível se cada um abdicar de seus direitos absolutos em favor de um soberano que, ao herdar os direitos de todos, terá um poder absoluto. Não existe aí a intervenção de uma exigência moral. Simplesmente o medo é maior do que a vaidade e os homens concordam em transmitir todos os seus poderes a um soberano. Quanto a este último, notemo-lo bem, ele é o senhor absoluto desde então, mas não possui o menor compromisso em relação a seus súditos.
Seu direito não tem outro limite que seu poder e sua vontade. No estado de sociedade, como no de natureza, a força é a única medida do direito. No estado social, o monopólio da força pertence ao soberano. Houve, da parte de cada indivíduo, uma atemorizada renúncia do seu próprio poder. Mas não houve pacto nem contrato, o que houve, como diz Halbwachs, foi "uma alienação e não uma delegação de poderes". O efeito comum do poder consistirá, para todos, na segurança, uma vez que o soberano terá, de fato, o maior interesse em fazer reinar a ordem se quiser permanecer no poder. Apesar de tudo, esse poder absoluto permanece um poder de fato que encontrará seus limites no dia em que os súditos preferirem morrer do que obedecer. Em todo caso, esta á a origem psicológica que Hobbes atribui ao poder despótico. Ele chama de Leviatã ao seu estado totalitário em lembrança de uma passagem da Bíblia (Jó XLI) em que tal palavra designa um animal monstruoso, cruel e invencível que é o rei dos orgulhosos.
Finalmente, o totalitarismo de Hobbes submete - apesar de prudentes reservas - o poder religioso ao poder político. Assim é que ele exclui o "papismo" e o "presbiterianismo" por causa "dessa autoridade que alguns concedem ao papa em reinos que não lhe pertencem ou que alguns bispos, em suas dioceses, querem usurpar".




fontes: wikipédia e site mundodosfilosofos.com.br

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

VESTIBULAR UNEMAT - 2009 INVERNO


HISTÓRIA
QUESTÃO 11
Durante a Primeira República (1889-1930), um dos maiores empreendimentos econômicos no Estado de Mato Grosso foi a empresa Mate Laranjeira. Sobre a sua estrutura organizacional, formas de funcionamento e atividades desenvolvidas assinale a alternativa incorreta.
a. Parte das quotas acionárias da empresa Mate Laranjeira pertenciam à família Murtinho.
b. O plantio da erva-mate exigia grandes investimentos na preparação do solo com vistas à obtenção de bom nível de produtividade.
c. A forma monopolizadora de agir da empresa Mate Laranjeira criou sérios obstáculos para o processo de migração na região, onde o referido empreendimento mantinha suas atividades.
d. A empresa Mate Laranjeira empregava grande quantidade de trabalhadores de origem paraguaia, conhecidos como “mineros”.
e. A fiscalização e controle do patrimônio constituído pela Mate Laranjeira eram feitos por força policial criada pela própria empresa.
QUESTÃO 12
Sobre o processo de Independência das Treze Colônias, atualmente, Estados Unidos da América, é incorreto afirmar.
a. A Lei do Chá (1773), que obrigava os colonos a adquirirem este produto somente da Inglaterra, foi um motivos que levaram as Treze Colônias a lutar pela independência.
b. A Declaração de Independência dos Estados Unidos da América foi assinada, no ano de 1776, pelos representantes das Treze Colônias.
c. A Constituição dos Estados Unidos, proclamada em 1787, adotou para o país o voto censitário e masculino.
d. O reconhecimento da Independência dos Estados Unidos da América, pela Inglaterra, ocorreu em 1783.
e. A França e a Espanha apoiaram a Inglaterra na luta contra as Treze Colônias porque temiam que suas colônias na América também se sublevassem.
QUESTÃO 13
A recente crise do Senado da República no Brasil relacionada aos denominados “atos secretos” trouxe para a mídia a discussão sobre determinados procedimentos que constituem parte da cultura política em nosso país. Sobre esse tema, assinale a alternativa correta.
a. Apesar das dimensões da crise, ela não atingiu os partidos políticos que ficaram imunes ao debate em torno das medidas administrativas adotadas pelo Senado.
b. A existência de “atos secretos” demonstra, por parte dos responsáveis pela sua edição, o interesse em dar ampla publicidade sobre as medidas administrativas que adota.
c. O evento ocorrido no Senado Federal se enquadra nas práticas políticas definidas historiograficamente como clientelismo e nepotismo.
d. O presidente do Senado Federal, José Sarney, ao prestar todos os esclarecimentos na Comissão de Ética, encerrou o episódio dos “atos secretos”.
e. Os “atos secretos” demonstram claramente a adoção dos critérios de impessoalidade e de requisitos pautados no mérito para a nomeação dos servidores beneficiados por este procedimento.
QUESTÃO 14
Para muitos historiadores, o período compreendido entre1850 e 1914, do ponto de vista econômico, é conhecido como “Segunda Revolução Industrial”. Sobre o tema assinale a alternativa correta.
a. Nesse período, a industrialização se concentrou na Inglaterra, que era conhecida como a Oficina do Mundo.
b. Esta fase da industrialização ficou limitada ao uso do ferro, do carvão e do vapor.
c. Nesta época, devido ao progresso econômico que a industrialização proporcionou, o movimento operário praticamente desapareceu na Europa e nos Estados Unidos.
d. Entre os anos de 1873 e 1896, ocorreu uma grave crise econômica na Europa, cuja maior consequência foi o fim dos trustes e cartéis.
e. A deflagração da I Guerra Mundial (1914 - 1918) teve como uma de suas motivações a rivalidade entre as nações industrializadas, resultante do acelerado desenvolvimento econômico ocorrido a partir do final do século XIX.
QUESTÃO 15
A mudança de regime político no Brasil de Monarquia para República resultou de uma série de diferentes fatores. Em relação ao tema, assinale a alternativa incorreta.
a. A avançada idade do imperador Pedro II com sua propalada incapacidade em continuar a governar o país era um dos argumentos utilizados contra a continuidade do regime monárquico.
b. As transformações econômicas na região oeste de São Paulo, com o crescimento da produção cafeeira, fortaleceu o ideário republicano entre parcela da burguesia paulista, que fundou em 1873 o Partido Republicano Paulista (PRP).
c. A criação do Partido Republicano, em 1870, com ativa participação política em todas as províncias no Império, foi a principal causa da mudança do regime Monárquico para República, em 1889.
d. As ideias positivistas difundidas por Benjamin Constant obtiveram grande aceitação por parte dos militares, reforçando, no interior da corporação, a necessidade da mudança do regime.
e. Uma das principais ideias difundidas pelos propagandistas republicanos era a de que a Monarquia significava o atraso e o conservadorismo, e a República, o avanço e o progresso político e social.
QUESTÃO 16
Após o fim da I Guerra Mundial, em 1918, a Itália, como outras nações européias, foi palco de grave crise política, econômica e social. Com base nessa afirmação, assinale a alternativa incorreta.
a. Os trabalhadores italianos sob o fascismo tiveram ampliadas as suas reivindicações, ao mesmo tempo que conquistaram plena liberdade de organização.
b. O medo de uma revolução socialista nesse país, nos moldes da União Soviética, levou
a burguesia a apoiar e financiar os grupos de extrema direita, especialmente o Partido Nacional Fascista.
c. O Partido Nacional Fascista, liderado por Benito Mussolini, defendia a ideia de um Estado forte centralizado.
d. Os fascistas italianos tinham como objetivo garantir a ordem capitalista, os lucros e as propriedades que estavam sendo ameaçadas pelo avanço do comunismo na Europa.
e. Sob o comando de Benito Mussolini e através de uma ideologia expansionista, a Itália conquistou a Etiópia (1935), país do Nordeste africano.
QUESTÃO 17
Do ponto de vista sócio-político e econômico, assinale a alternativa que representa corretamente o período presidencial de Juscelino Kubitschek.
a. A indústria que menos cresceu foi a automobilística, resultado da retração do ingresso de capitais estrangeiros no Brasil.
b. Mesmo com o grande volume de recursos aplicados no Programa de Metas, o governo Kubitschek não teve problemas de déficits do orçamento federal.
c. Apesar das tensas relações entre o Brasil e o FMI, o presidente Kubitschek optou por não romper com o Fundo Monetário Internacional.
d. Dois importantes partidos apoiaram, no Congresso Nacional, os projetos do governo de Juscelino Kubitschek, o PSD e o PTB.
e. Os índices de crescimento e desenvolvimento econômico, durante o governo JK, inibiram o movimento sindical que não conseguiu organizar sequer uma greve dos trabalhadores.
QUESTÃO 18
O ano de 2009 está sendo marcado por inúmeras divergências políticas entre alguns países do continente sul-americano. Assinale a alternativa que expressa corretamente um desses conflitos.
a. Brasil e Bolívia romperam relações diplomáticas por trinta dias devido à nacionalização da refinaria da Petrobrás naquele país.
b. O presidente Evo Morales colocou seu exército de prontidão com o objetivo de forçar o governo chileno a abrir negociação no sentido de criar uma saída para o mar, atendendo a uma demanda boliviana.
c. A notícia de instalação de bases militares norte-americanas, no território colombiano, levou alguns países sul-americanos, sobretudo a Venezuela, a protestar veementemente, inclusive com ameaças de retaliação.
d. O presidente equatoriano Rafael Correa rompeu relações diplomáticas com a Venezuela em virtude de divergências relativas ao combate de drogas na região andina.
e. O governo brasileiro fechou questão, definindo que não pagará nada além do que foi estipulado no contrato com o Paraguai, em relação à venda do excedente de energia elétrica produzida na Usina de Itaipu.
QUESTÃO 19
Uma das características do período colonial brasileiro se refere ao denominado “exclusivo” colonial. Sobre o tema, assinale a alternativa correta.
a. Apesar do controle exercido pela metrópole portuguesa, a colônia brasileira estava liberada para comercializar com outras nações.
b. As concepções que regulavam as normas do “exclusivo” colonial foram criadas segundo os preceitos da revolução industrial.
c. A regra básica, que regia o “exclusivo” colonial, era permitir que navios estrangeiros transportassem produtos da colônia brasileira desde que pagassem os devidos impostos.
d. Um dos princípios básicos, que regiam as relações comerciais definidas pelo “exclusivo”, era obter maior lucro possível com a revenda dos produtos da colônia e, ao mesmo tempo, lucrar com a venda de produtos da metrópole, sem concorrência na Colônia.
e. O “exclusivo” colonial funcionou de maneira eficaz e, com isto, pode evitar todas as formas de desvio, inclusive o contrabando, reflexo da capacidade de Portugal monopolizar seu comércio colonial.
QUESTÃO 20
Em outubro de 2009, completou 80 anos uma das maiores crises da economia capitalista conhecida como “Queda da Bolsa de Nova Iorque de 1929”, cujas implicações tiveram proporções globais. A partir dessa informação, assinale a alternativa incorreta.
a. Na União Soviética, a crise de 1929 teve um impacto avassalador, impedindo que este país colocasse, em prática, o seu programa de rápida industrialização e estabilidade econômica.
b. Esta crise reduziu drasticamente os empréstimos norte-americanos e com isso agravou ainda mais a situação dos países europeus que estavam se recuperando dos excessivos gastos com a I Guerra Mundial.
c. Os países da América Latina como o Brasil, que dependiam da exportação de matériasprimas e alimentos, reduziram fortemente o seu comércio com os países industrializados.
d. Nos Estados Unidos, com a crise, a economia foi reduzida pela metade e o número de desempregados teve um aumento expressivo.
e. Na Europa, a crise de 1929 fortaleceu e, ao mesmo tempo, favoreceu os grupos políticos que combatiam e defendiam os regimes totalitários.
GABARITO
11. B
12. E
13. C
14. E
15. C
16. A
17. E
18. C
19. D
20. A
VESTIBULAR UFGD - 2009 VERÃO


28. Em tempos coloniais, Espanha e Portugal disputaram o domínio sobre a bacia do alto curso do rio Paraguai, onde está localizado o Pantanal. Nesse período houve alguns eventos históricos significativos para o sucesso da conquista e colonização luso-brasileira dessa região platina, quais sejam:
(A) o movimento dos bandeirantes paulistas que expandiram os dominios de Portugal para alem dos limites estabelecidos pelo Tratado de Tordesilhas, de 1494, e a descoberta, das minas de ouro em Cuiabá.
(B) a fundacão, em fins do seculo XVI, do povoado de Santiago de Xerez, localizado na bacia do rio Aquidauana, e a criacao do Presídio de Miranda, na segunda metade do século XVIII, os quais significaram postos avancados do Império Português nos confins dos sertoes.
(C) o funcionamento, entre 1631 e 1659, da Reducão Nossa Senhora da Fé, localizada na região do Itatim, precisamente as margens do rio Mbotetey, atual Miranda, onde padres jesuitas evangelizaram os índios Payagua e Guaikuru, convertendo-os a Fé Cristã e convencendo-os à se tornarem suditos do rei de Portugal.
(D) a fundacão do Forte de Coimbra,em1776, e do povoado de Albuquerque, em 1778, o que foi feito, respectivamente, a mando de Domingo Martinez de Irala e Couto de Magalhães.
(E) a alianca dos indios Payagua com o Rei de Portugal, firmada em 1678, e a descoberta de ouro e diamante as margens do rio Taquari, no atual município sul-matogrossense de Coxim, ocorrida em 1781.
29. Durante a guerra entre o Paraguai e a Tríplice Aliança (1864-1870), algumas regiões da antiga Província de Mato Grosso foram atacadas pelas tropas de Solano Lopes. Essas tropas causaram prejuízos materiais e baixas na população local. Dentre as regiões atingidas, estão

(A) as cidades de Aquidauana, Nioaque e Campo Grande, e o Forte de Coimbra.
(B) a cidade de Corumba, o Forte de Coimbra e a Colonia Militar dos Dourados.
(C) as cidades de Santana do Paranaiba, Coxim e Rio Verde, e o Forte Olímpio.
(D) as cidades de Corumba, Ladario, Caceres e Cuiaba, o Forte de Coimbra e o Presídio de Nioaque.
(E) as cidades de Corumbá e Cáceres, a Colonia Militar dos Dourados e a Marinha de Ladario.

30. Para a independência das colônias da América Espanhola, concorreram diversos fatores, alguns dos quais remontavam a antigas contradições enquanto outros tinham um caráter mais circunstancial. Assinale a alternativa que contém fator(es) que NÃO concorreu(ram) para o processo de independência das antigas colônias espanholas.
(A) Devido ao papel de destaque do Brasil na geopolitica da América do Sul, a independência e o apoio militar brasileiros aos lideres dos territorios vizinhos - Argentina, Uruguai e Paraguai – foram fundamentais para o êxito da autonomia política dessa regiaoemrelacao a Espanha.
(B) O favorecimento dos ou (brancos, nascidos na Espanha), que, em detrimento dos
(brancos, nascidos na America), eram indicados pela metrópole para os mais altos cargos administrativos, jurídicos e eclesiásticos, alimentou na elite intencões de autonomia política.
(C) A ocupacao da Espanha por Napoleao e a deposicao do rei Fernando VII, que foi substituido por José Bonaparte, enfraqueceu os vinculos das colônias com a metrópole, uma vez que o novo governante nao era reconhecido, nem pelos líderes políticos nem pela sociedade colonial em geral, como sucessor legítimo.
(D) Em diversas regiões da América Espanhola, sobretudo no México, os primeiros movimentos em prol da autonomia política foram protagonizados pelas camadas mais pobres e segregadas (indígenas, mesticos e brancos pobres) da populacão. Todavia, a consolidacão da independência só ocorreu sob a lideranca das elites .
(E) A sociedade que emergiu a partir da colonizacao espanhola apresentava profundas contradicões de natureza étnicorracial, social e economica. Nesse sentido, os motivos que levavam indigenas, mesticos e escravos a se engajarem nas lutas pela independencia das colonias eram muito diversos dos interesses dos criollos.

31. Desde a chegada das primeiras caravelas, as formas de relacionamento estabelecidas entre povos indígenas e portugueses, assim como as expectativas dos
colonizadores e do Estado brasileiro em relação à integração dos nativos à sociedade luso-brasileira, variaram de acordo com as circunstâncias históricas.
Acerca dessa temática, assinale a alternativa correta. Iracema Guarani,
(A) Entre 1500 e 1540, as relacões dos indígenas com os portugueses, que se estabeleciam nas poucas feitorias ao longo do litoral, eram relativamente amenas. Os
portugueses ainda nao disputavam as novas terras para estabelecer colonias e lavouras de cana-de-acucar. Muitos deles, a exemplo de Diogo Alvares Correa (Caramuru) e João Ramalho se integraram aos grupos do litoral, tiveram mulheres indígenas, numerosa prole mestica e um modo de vida indigena.
(B) Os jesuítas chegaram juntamente com o primeiro governador geral do Brasil, Tomé de Sousa, em 1549. Ao longo de todo periodo colonial, a Companhia de Jesus
exerceu trabalhos catequeticos e administrou a mão-de-obra indígena das aldeias. Essa modalidade de exploracão da mão-de-obra, que beneficiava tanto os jesuítas quanto os colonos, era chamada de “livre administracão”.
(C) Ao longo do periodo do Brasil imperial, o reconhecimento dos direitos indigenas alcancou seu momento mais elevado. Os romances e o de José de Alencar, refletem os sentimentos de respeito e admiracao da nacao brasileira pelos povos indígenas.
criollos.
(D) Diante da ausencia de uma politica pública de protecão aos indígenas, por volta de 1910 a Igreja Catolica criou o Servico de Protecão ao Índio – SPI. A partir da década de
1970, esse orgão foi extinto e em seu lugar surgiu o Conselho Indigenista Missionário – CIMI.
(E) A Constituicão de 1988 cria a Fundacão Nacional Índioa(FUNAI) visando a integracao progressiva e harmoniosa dos indígenas a comunhão nacional, de acordo com os interesses maiores do pais. Diante desses principios, a expectativa da Carta Magna de 1988 e a de que a médio ou longo prazo os povos indigenas sejam absorvidos pela sociedade nacional.
32. Embora a escravidão tenha sido abolida no Brasil há cerca de 120 anos, ainda persistem formas degradantes de exploração do trabalho, comumente denominadas. Em relação ao trabalho compulsório (não livre), assinale a alternativa correta.
(A) As relacões escravistas introduzidas pelos portugueses no Brasil se inspiravam no escravismo da sociedade Greco- Romana. Na Grécia e Roma antigas, os escravos eram
capturados entre os povos julgados bárbaros e inferiores e submetidos as mesmas condicoes de trabalho que os africanos no Brasil.
(B) A característica central dos regimes escravistas e a negacão da liberdade do escravo. No Brasil o do escravo era o de uma mercadoria, de um objeto de compra e venda.
(C) A escravidão por dívidas consistia em aliciar trabalhadores endividados, interessados em acertar as contas com o antigo patrão. Desse modo, o trabalhador aceitava temporariamente a condicão de escravo ate obter os recursos necessários para saldar sua divida.
(D) No Brasil, as modalidades de trabalho compulsorio sempre estiveram vinculadas unicamente ao ambito rural, enquanto o trabalho livre (assalariado) e exclusivo do meio urbano (oficinas de artesanato, fabricas e servicos).
(E) O trabalho remunerado com um salário mínimo é uma modalidade de trabalho compulsorio, similar ao trabalho escravo.

33. Leia os dois textos a seguir.
“A PRINCESA IMPERIAL Regente em Nome de Sua Majestade o Imperador o Senhor D. Pedro II, Faz saber a todos os súditos do IMPÉRIO que a Assembléia Geral
Decretou e Ela sancionou a Lei seguinte:
Art. 1o - E declarada extinta desde a data desta Lei a escravidão no Brasil.
Art. 2o - Revogam-se as disposicoes em contrario”.
Lei no 3.353, de 13 de maio de 1888.
"Eu sou negro, e hoje enfrento a realidade
E abracado a Beija-Flor, meu amor
Reclamo a verdadeira liberdade”.
Samba-Enredo Sou negro, do Egito à liberdade.
Autores: Ivancue, Claudio Inspiracao, Marcelo Guimaraes, Aloisio Santos.

Oprimeiro texto traz os dois artigos da chamada Lei Áurea que, em 2008, completou 120 anos; o segundo, um trecho do samba-enredo apresentado no Carnaval de 1988 pela Escola de Samba Beija-Flor de Nilópolis. Relacionando um texto ao outro, e considerando o contexto da assinatura da Lei Áurea e suas consequências, assinale a alternativa correta.

(A) Embora a escravidao estivesse presente em todo o Brasil, a economia cafeeira do Centro-Sul abdicou desde sua implantacão desse tipo de mao-de-obra. A expressão “reclamo a verdadeira liberdade”, no segundo texto, demonstra o desconforto do poeta em relacão a suposta presenca da escravidão no Centro-Sul do Brasil, local onde
o carnaval e bastante saliente.
(B) A assinatura da Lei n° 3.353, descrita no primeiro texto, teve como consequência direta o fortalecimento da Monarquia. A abolicão da escravidão, por conta disso, representou, para os ex-escravizados, a verdadeira liberdade, reivindicada pelo poeta no segundo texto.
(C) A assinatura da Lei Aurea, pela Princesa Isabel, apenas oficializou a condicão de liberdade de todos os trabalhadores escravizados, pois eles ja gozavam deste privilégio desde a Lei do Ventre Livre, de 1871. Assim, o segundo texto remete a liberdade já conquistada anteriormente a Lei áurea.
(D) Os movimentos abolicionistas que pressionaram a assinatura da citada lei contaram com a forte presenca de artistas, dentre eles, poetas. O trecho do poema citado no segundo texto faz parte da arte engajada e pode ser tomado como denúncia de que as marcas da escravidão ainda se fazem presentes na sociedade brasileira.
(E) O movimento abolicionista não contou com a participacão dos trabalhadores escravizados, os quais, desde o inicio da escravatura, não encontraram espacos para esbocar qualquer reacao ativa contra sua sina. O segundo texto apresenta o desconforto dos afro-brasileiros com o discurso vitimizador da esquerda política brasileira que atualmente defende a implementacao de políticas de reparacão.

34. A crise financeira que assolou o Planeta em 2008 foi muito noticiada pela imprensa brasileira. Muitos analistas econômicos acabaram por compará-la ao processo que levou à quebra da bolsa de Nova Iorque, em 1929, e ao início da Grande Depressão. Quanto à reação do Brasil à crise mundial de 1929 e seus reflexos, assinale a alternativa correta.
(A) Um dos efeitos da crise na economia brasileira foi a queda do preco do cafe, motivo pelo qual Washington Luis, antecipando-se as propostas dos partidarios de Getúlio Vargas, promoveu uma politica de valorizacao daquele produto, efetuando sua compra, estocagem e queima.
(B) Seguindo os principios propostos pelo economista Keynes, Getulio Vargas implementou no Brasil uma politica que previa a não-intervencão do Estado na economia. Essa forma de organizacao politico-economica ficou conhecida como internacionalista.
(C) Se, por um lado, a Grande Depressão atingiu negativamente a cafeicultura, por outro, contribuiu para o desenvolvimento da industria brasileira no processo
conhecido como “industrializacao por substituicão de importacões”.
(D) Para por fim aos reflexos da crise mundial, o governo brasileiro investiu na democratizacão das instituicões. O fim da política do cafe com leite e a implantacão do Estado Novo são exemplos dessa politica.
(E) Primeiramente Washington Luis, depois Getulio Vargas, para fortalecer o mercado financeiro, disponibilizaram créditos aos investidores internacionais, desestimulando a producão industrial e fortalecendo o setor primario, tido como a única fonte de riqueza de um país.
35. A Europa do século XVIII assistiu a uma revolução filosófica, denominada Iluminismo. As respostas para os problemas de ordem social, da natureza e do Universo anteriormente obtidas na Tradição ou na Bíblia, passaram a ser buscadas em explicações racionais, laicas. Daquele período, o mundo ocidental herdou várias teorias políticas e econômicas que influenciam a humanidade até o presente. Com relação a essas teorias, assinale a alternativa correta.

(A) John Locke (1632-1704) e considerado um dos fundadores do liberalismo politico ao defender o fortalecimento do Estado frente as liberdades individuais, visando limitar a livre competicão e o acesso a propriedade privada.
(B) A democracia moderna e, em grande medida, devedora do pensamento de Montesquieu (1689-1755), pensador que propunha a distribuicão do poder do Estado em três poderes autonomos e complementares, o Executivo, o Legislativo e o Judiciario.
(C) Rousseau (1712-1778), embora defendesse a liberdade, apoiava o absolutismo monárquico e a propriedade privada como expressões da essência bondosa do ser humano quando em estado de natureza.
(D) Com a finalidade de estabelecer um humanismo cristão, Voltaire (1694-1778) propunha que houvesse alianca entre o poder desempenhado pelo Estado e pelas igrejas cristãs. Isso possibilitaria ao Cristianismo vencer as religiões pagãs da época e instaurar a teocracia religiosa cristã, para ele, modelo ideal de governo.
(E) A doutrina do liberalismo econômico formulada por Adam Smith (1723-1790) propunha a total liberdade do Estado para intervir na economia, organizando as leis da oferta e da procura e normatizando a política de precos.

36. Ao longo da história do ocidente, o cristianismo desempenhou papel fundamental na explicação dos processos históricos. No entanto, na história do cristianismo, é possível encontrar doutrinas ou linhas de pensamento contrárias aos dogmas oficiais. Por conta disso os dissidentes fundaram novas igrejas de acordo com suas convicções religiosas. Com relação aos processos de criação de novas igrejas cristãs, assinale a alternativa correta.
(A) O difícil relacionamento entre a igreja romana e a bizantina culminou, em 1054, no Cisma do Oriente, quando o patriarca de Constantinopla rejeitou a supremacia da Sé Romana.
(B) O Grande Cisma do Ocidente foi uma ruptura que ocorreu no cristianismo entre 1378 e 1414, motivada por questões políticas entre Avignon e Roma. Esse cisma e o que explica a existência na atualidade de padres e pastores como ministros religiosos.
(C) No século XVI, as críticas a instituicão clerical tornaram-se bastante intensas. Partidários da teologia tomista, os reformadores protestantes se contrapuseram a doutrina católica do sacerdocio universal e da predestinacão.
(D) Embora Martinho Lutero, ex-monge agostiniano, negasse os princípios da salvacão pela fé e da livre interpretacão da Bilbia, defendidos pela Igreja Catolica, o reformador manteve, na Confissao de Augsburgo, o dogma da transubstanciacao e o latim como lingua oficial de culto.
(E) Areforma religiosa acontecida na Inglaterra no século XVI levou a criacão da Igreja Anglicana. Essa se igualava em tudo ao calvinismo, pois também negava a presenca de imagens sacras em seus templos e a necessidade de um clero.
GABARITO
28 - A
29 - B
30 - A
31 - A
32 - B
33 - D
34 - C
35 - B
36 - A