terça-feira, 28 de dezembro de 2010



A política externa da era Lula

Pio Penna Filho


Professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB) e Pesquisador do CNPq. E-mail: piopenna@gmail.com

O presidente Lula está se despedindo de oito anos de governo com uma popularidade impressionante, tendo superado todas as pesquisas que analisam a imagem popular de um presidente da república feitas até o momento no Brasil. Creio ser oportuno, no ocaso do seu governo, um balanço dos oito anos de sua política externa.
A projeção internacional do Brasil aumentou após os dois governos de Lula. Nunca tivemos uma visibilidade internacional como temos agora. Isso começou com a própria eleição do Lula, uma vez que o fato de um ex-metalúrgico ter chegado ao poder num país das dimensões do Brasil logo chamou a atenção do mundo. Na sequencia, o carisma do presidente completou e ampliou a imagem inicial favorável.
No contexto regional, apontado como prioritário pela politica externa, muitos foram os desafios encontrados. O Brasil teve que lidar com governos que apresentaram reivindicações sensíveis ao país, como foram os casos do Paraguai (revisão do Tratado de Itaipu) e Bolívia (revisão dos contratos de compra de gás), com a postura dura do governo equatoriano (no caso de investimentos brasileiros no país), se equilibrar politicamente frente às iniciativas bolivarianas da Venezuela chavista, inclusive de sua entrada no Mercosul, e das idas e vindas da Argentina, principalmente no âmbito do Mercosul.
Apontada pelos críticos como uma espécie de “diplomacia da generosidade” (por quase sempre ceder às exigências econômicas e comerciais dos vizinhos), a atitude brasileira na América do Sul tentou contemporizar uma postura de esquerda com pragmatismo político, nem sempre sendo bem sucedida, sobretudo por sua ambiguidade. Evitou assumir responsabilidades maiores, como no caso da crise envolvendo o governo Uribe (na Colômbia), as Farcs, a Venezuela, o Equador e a presença militar norte-americana na região.
No plano mundial, talvez o fato mais marcante tenha sido o reposicionamento do Brasil no sistema financeiro internacional e sua capacidade para enfrentar a pior crise econômica desde o crash da bolsa de Nova Iorque, em 1929. O presidente Lula não se conteve quando anunciou, por exemplo, que passamos a credores do FMI e chegou a criticar, duramente, a irresponsabilidade especulativa dos ricos que, afinal, foram os grandes responsáveis pela crise.
Uma novidade foi a retomada das chamadas relações Sul-Sul. Iniciativas como a IBAS (fórum de diálogo envolvendo Índia, Brasil e África do Sul) e reforço nos programas de cooperação com países menos desenvolvidos, principalmente no continente africano, marcaram de forma contundente a política externa nos últimos oito anos.
Mas a nossa diplomaciateve também os seus pontos fracos. Nos envolvemos no imbróglio hondurenho e continuamos, literalmente, a secar gelo no Haiti. A diplomacia fraquejou também frente à questão dos direitos humanos. Na África, Lula visitou países governados por ditaduras e fez feio ao lado de contumazes desrespeitadores dos mais elementares direitos. Tentou justificar o injustificável quando associou os presos políticos cubanos a bandidos comuns. Iniciou uma aproximação duvidosa com o Irã, um Estado quase pária no sistema internacional.


Em suma, a política externa da era Lula teve aspectos positivos e negativos, aliás como qualquer política externa. O diferencial é que pelo menos saímos um pouco do tradicional, arriscando e ensaiando o exercício de um papel que certamente não poderemos nos furtar num futuro não muito distante.
Conheça a articulação para a formação da candidatura de Tancredo Neves

O historiador Marco Antônio Villa fala sobre a história das eleições no Brasil. Neste vídeo, você assiste a como os partidos articularam a candidatura de Tancredo Neves à presidência da República.
1989: A disputa acirrada no 1º turno


O historiador Marco Antônio Villa, da Universidade Federal de São Carlos, fala sobre a história das eleições no Brasil. Neste vídeo, o historiador conta como foi a disputa pela posto presidencial - havia 22 candidatos - no primeiro turno da primeira eleição direta desde 1960. Enquanto Collor se manteve confortável na liderança, Lula e Brizola brigaram pelo segundo lugar e pelo direito de ir ao segundo turno.
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O historiador Marco Antônio Villa, da Universidade Federal de São Carlos, fala sobre a história das eleições no Brasil. Neste vídeo, Villa discute o O historiador Marco Antônio Villa, da Universidade Federal de São Carlos, fala sobre a história das eleições no Brasil. Neste vídeo, Villa discute o período em que o país foi governado por presidentes militares eleitos primeiro pelo Congresso e depois pelo Colégio Eleitoral. O historiador compara o processo eleitoral do regime brasileiro com o de outras ditaduras da América Latina.
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O historiador Marco Antônio Villa fala sobre a história das eleições no Brasil. Neste vídeo, você assiste o comentário do especialista sobre a participação das mulheres e de analfabetos nas eleições, esta última oficializada na Constituição de 1988.
Conheça as características das eleições entre 1945 e 1960



O historiador Marco Antônio Villa, da Universidade Federal de São Carlos, fala sobre a história das eleições no Brasil. Neste vídeo, o historiador discute a alternância de poder entre situação e oposição entre 1945 e 1960, período marcado pelos mandatos do Marechal Dutra, Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e Jânio Quadros.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Entenda os fatores que levaram o Brasil a entrar na Primeira Guerra Mundial


Trecho da aula de história do Brasil sobre a entrada do país na 1ª Guerra Mundial. Ministrada pelo professor João Daniel.
Ossos oferecem visão sobre a vida dos neandertais
Por Carl Zimmer

New York Times News Service
No fundo de uma caverna, nas florestas do norte da Espanha, estão os resquícios de um terrível massacre. As primeiras pistas apareceram em 1994, quando exploradores encontraram na caverna El Sidrón o que acharam se tratar de mandíbulas humanas. Inicialmente, imaginou-se que os ossos fossem da época da Guerra Civil espanhola. Na ocasião, soldados republicanos usaram a caverna como esconderijo. A polícia descobriu mais fragmentos de ossos em El Sidrón, que foram enviados a cientistas forenses. Estes determinaram que os ossos não pertenciam a soldados, ou mesmo ao humano moderno. Aqueles eram restos mortais de neandertais, mortos há 50 mil anos.

Hoje, El Sidrón é um dos locais mais importantes do mundo para se aprender sobre neandertais, que viveram na Europa e na Ásia entre 240 mil a 30 mil anos atrás. Cientistas descobriram outros 1.800 fragmentos de ossos na caverna, alguns dos quais geraram trechos de DNA.

Mas o mistério permanece há 16 anos. O que aconteceu às vítimas de El Sidrón? Num artigo desta semana em “The Proceedings of the National Academy of Sciences”, cientistas espanhóis que analisaram os ossos e o DNA relatam a terrível resposta. As vítimas eram doze membros de uma mesma família, mortos por canibais.

“Essa é uma descoberta impressionante”, disse Todd Disotell, antropólogo da Universidade de Nova York. Chris Stringer, do Museu de História Natural de Londres, disse que o artigo “nos dá o primeiro vislumbre de estruturas sociais entre os neandertais”.



Todos os ossos foram localizados num espaço com o tamanho de um quarto, apelidado pelos cientistas de Túnel de Ossos. Eles estavam misturados numa confusão de cascalho e lama, sugerindo que eles não morreram nesse cômodo. Em vez disso, eles morreram na superfície acima da caverna.

Seus restos mortais não poderiam ter ficado ali por muito tempo. “Os ossos não foram varridos ou desgastados pela erosão”, disse Carles Lalueza-Fox, da Universidade Pompeu Fabra, em Barcelona, co-autor do novo artigo. Parte do teto no Túnel de Ossos provavelmente desabou durante uma tempestade, e os ossos teriam caído dentro da caverna.




Nenhum osso animal foi arrastado ao Túnel de Ossos junto aos de neandertais. Na verdade, a única outra coisa que os cientistas encontraram lá foram fragmentos de lâminas de ossos. E quando os cientistas examinaram detalhadamente os ossos, eles encontraram marcas de cortes – sinais de que as lâminas haviam sido usadas para separar os músculos dos ossos. Os ossos grandes haviam sido quebrados e abertos. A partir dessas pistas, os cientistas concluíram que os neandertais foram vítimas de canibalismo. Indicações de canibalismo entre neandertais foram encontradas em outros locais, mas El Sidrón é excepcional pela extensão das evidências.

Ao examinar os fragmentos de ossos, os cientistas tentaram juntar os pedaços. Alguns dentes soltos se encaixam com precisão em mandíbulas, por exemplo. “A coisa toda era muito complicada. Na verdade, aquilo estava uma bagunça”, afirmou Lalueza-Fox.

Após anos resolvendo esses quebra-cabeças anatômicos, Lalueza-Fox e seus colegas identificaram 12 indivíduos. O formato dos ossos permitiu que os cientistas estimassem idade e sexo. Os ossos pertenciam a três homens, três mulheres, três meninos adolescentes e três crianças, incluindo um bebê.

Assim que os cientistas souberam com o que estavam lidando, eles examinaram o DNA nos ossos. A escuridão fria e úmida de El Sidrón fez da caverna um excelente armazém para DNA antigo. Lalueza-Fox e seus colegas publicaram uma série de intrigantes relatos sobre seu DNA. Em dois indivíduos, por exemplo, eles encontraram uma variante de gene que pode lhes ter dado cabelos ruivos. Eles se lançaram num ambicioso projeto de encontrar DNA nos dentes de todos os 12 indivíduos. Em um teste, eles conseguiram identificar um cromossomo Y em quatro. Os cientistas já haviam identificado esses quatro como machos – os três homens e um menino adolescente – com base em seus ossos.

Em seguida, os cientistas buscaram por DNA mitocondrial, que é passado de mãe para filho. Eles procuraram especificamente por dois pequenos trechos, chamados HVR1 e HVR2, especialmente inclinados a mutações de geração a geração. Os 12 neandertais geraram HVR1 e HVR2. Os cientistas descobriram que sete deles pertenciam à mesma linhagem mitocondrial, quatro a uma segunda linhagem, e um deles a uma terceira.

Lalueza-Fox argumenta que os neandertais deviam ser parentes próximos. “Se você sai às ruas e coleta amostras de 12 indivíduos aleatoriamente, é praticamente impossível encontrar sete deles com a mesma linhagem mitocondrial”, disse ele. “Mas se você for à festa de aniversario de uma avó, a probabilidade é a de encontrar irmãos, irmãs e primos em primeiro grau. Você facilmente encontraria sete pessoas com a mesma linhagem mitocondrial”.

Os três homens possuíam o mesmo DNA mitocondrial, o que pode significar que eles eram irmãos, primos ou tios. As fêmeas, porém, vinham todas de diferentes linhagens. Lalueza-Fox sugere que os neandertais viviam em pequenos grupos de parentes próximos. Quando dois grupos se encontravam, eles algumas vezes trocavam filhas.

“Só consigo imaginar as meninas neandertais, entregues tão cruelmente quanto as meninas modernas, tendo de deixar seus familiares mais próximos em seu dia de ‘casamento’”, disse Mary Stiner, antropóloga da Universidade do Arizona.

Linda Vigilant, antropóloga do Instituto Max Planck de Antropologia Evolucionária, na Alemanha, considera a pesquisa “um bom começo”. Mas ela contesta a afirmação de Lalueza-Fox, de que os neandertais seriam familiares próximos por pertencerem à mesma linhagem mitocondrial. Em seus estudos com chimpanzés selvagens, ela afirma que alguns chimpanzés com HVR1 e HVR2 idênticos não possuem parentesco próximo.



A melhor forma de resolver o debate, segundo Vigilant, é encontrar mais DNA neandertal, ao qual os genes de El Sidrón possam ser comparados. “É empolgante pensar que podemos realmente ser capazes de solucionar essa questão num futuro próximo”, disse Vigilant.

Lalueza-Fox acha que pode ser possível desenhar uma genealogia detalhada dos neandertais de El Sidrón nos próximos anos. Ele também espera compreender melhor como eles morreram. As lâminas de pedra podem oferecer uma pista. Elas foram feitas de rochas localizadas a apenas algumas milhas da caverna. As vítimas podem ter entrado no território de outro grupo de neandertais. Por seu ato de invasão, eles pagaram o maior preço possível.

Tradutor:
Gabriela D'Ávila

Fonte: www.noticias.uol.com.br

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Conheça mais detalhes da assinatura do Tratado de Tordesilhas

Tratado de Tordesilhas : a divisão do mundo
Por Cristiana Gomes
Na época das grandes navegações, os europeus acreditavam que os povos não cristãos e não civilizados poderiam ser dominados e por esta razão achavam que podiam ocupar todas as terras que iam descobrindo mesmo se essas terras já tivessem dono.

Começou assim uma verdadeira disputa entre Portugal e Espanha pela ocupação de terras.


Para evitar que Portugal e Espanha brigassem pela disputa de terras, os governos desses dois países resolveram pedir ao papa que fizesse uma divisão das terras descobertas e das terras ainda por descobrir.

Em 1493, o papa Alexandre VI criou um documento chamado Bula. Nesse documento, ficava estabelecido que as terras situadas até 100 léguas a partir das ilhas de Cabo Verde seriam de Portugal e as que ficassem além dessa linha seriam da Espanha.

O medo que Portugal tinha de perder o domínio de suas conquistas foi tão grande que, por meio de forte pressão, o governo português convenceu a Espanha a aceitar a revisão dos termos da bula e assinar o Tratado de Tordesilhas (1494).

Então os limites foram alterados de 100 para 370 léguas.

De acordo com o Tratado de Tordesilhas, as terras situadas até 370 léguas a oeste de Cabo Verde pertenciam a Portugal, e as terras a oeste dessa linha pertenciam a Espanha.

O Brasil ainda não havia sido descoberto e Portugal não tinha idéia das terras que possuía. Hoje sabemos onde passava a linha de Tordesilhas: de Belém (Pará) à cidade de Laguna (Santa Catarina).

De acordo com o Tratado, boa parte do território brasileiro pertencia a Portugal, mesmo se fosse descoberto por espanhóis.

Portugueses e brasileiros não respeitaram o tratado e ocuparam as terras que seriam dos espanhóis. Foi assim que o nosso território ganhou a forma atual.

Apesar dessa invasão, os espanhóis não se defenderam, pois estavam ocupados demais com as terras que descobriram no resto da América, ao norte, a oeste e ao sul do Brasil.


Mesmo após 250 anos de descobrimento, os brasileiros continuavam avançando para o interior, não respeitando a linha de Tordesilhas. A maioria nem sabia que ela existia. E assim, terras que seriam da Espanha, foram habitadas por brasileiros.

fonte: site infoescola.com

domingo, 19 de dezembro de 2010

Saiba mais sobre a obra-prima de Picasso, Guernica

Uma das pinturas mais famosas do mundo, Guernica, tem como tema principal a Guerra Civil Espanhola. O mural, feito por Pablo Picasso, representa o bombardeamento da cidade espanhola de Guernica, em 1937, por forças aéreas alemãs, aliadas a Franco.
A destruição de Guernica foi a primeira demonstração da técnica de bombardeamentos de saturação, mais tarde empregado na 2ª Guerra Mundial. O Mural constituiu uma visão profética da desgraça.
Em primeiro plano no quadro, está uma figura fragmentada com a cabeça cortada, à esquerda, e um braço também cortado, ao centro, agarrando uma espada quebrada, emblema bem conhecido da resistência heróica. Junto à espada quebrada encontra-se uma flor, como uma mensagem de esperança numa vida nova, apesar das tentativas do Homem para a destruir constantemente. A comovente delicadeza da flor parece aumentar o horror geral da cena caótica.

Entre as complexas imagens cubistas de "Guernica”, a mãe e o filho são imediatamente interpretados. Uma criança morta, pende inerte nos braços da mãe. O grito da mãe está representado pela língua que sugere a um punhal ou um estilhaço de vidro. Formas semelhantes aparecem um pouco por todo o quadro. A angústia no rosto da mulher que segura a criança é especialmente penetrante, talvez aumentada pelo contraste entre o estilo do rosto e a representação mais convencional da criança.


Embora Picasso raramente desse interpretação aos seus trabalhos, disse que o cavalo ou a angústia do cavalo, que se encontra no centro, representa o Povo.

Por cima da cabeça do cavalo, está um candeeiro elétrico aceso, em forma de sol, que sugere o "olho de deus" que tudo vê.

No lado direito do quadro, duas mulheres olham horrorizadas para o cavalo ferido com medo e pena, sugerindo certas semelhanças, em conceito e semelhança, com as imagens de Cristo na cruz e a presença das três Marias em cena. Picasso procurava talvez uma imagem moderna e secular para exprimir o sofrimento humano, mas uma que não tivesse qualquer simbolismo cristão explicito.

A figura à direita do quadro parece estar a ser consumida pelas chamas de um edifício a arder. Esta figura é também freqüentemente comparada à figura central de "os fuzilamentos" do 3 de Maio de 1808 de Goya. Existe ainda uma semelhança entre os elementos que levaram a ambos os quadros: os dois foram atos de selvagem brutalidade contra pessoas inocentes.
Se existe uma chave para a compreensão da obra de Picasso , ele encontra-se nos olhos por ele pintados. É tão grande a importância de tal órgão que o espectador sente-se imediatamente por ele atraído. No entanto ao pretender dar maior significado à expressão de conjunto estabelece novas associações entre cada traço do rosto e o meio exterior. Aliás, o motivo essencial da criação do Cubismo foi precisamente esse desejo de dissecação, de analisar os objetos para poder reconstitui-los sobre a tela, relevando a estrutura interna e os elementos que nos estão escondidos. A ausência de cor, ou seja, o monocromático é apropriado ao tema do quadro, ainda hoje politicamente controverso em Espanha. O simbolismo da cena resiste a uma interpretação precisa, apesar de vários elementos tradicionais.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Saiba mais sobre a evolução histórica de Cáceres, a princesinha do Paraguai



Neste video, o professor de História Edenilson Morais faz um breve relato acerca da formção histórica de Cáceres, cidade mato-grossense que no período colonial brasileiro exerceu um importante papel na definição da fronteira com o domínio espanhol na América do Sul e que recentemente recebeu o título de patrimônio cultural do Brasil, concedido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
Fundada em 6 de outubro de 1778, a pequena Vila Maria do Paraguai, nome escolhido para homenagear a rainha portuguesa, D. Maria I, acumula em sua história um forte patrimônio cultural. Além de seu centro histórico, das fazendas, das usinas, das manifestações ligadas ao Pantanal e ao Rio Paraguai, temos ainda, a sua pré-história construída por dezenas de nações indígenas e milhares de habitantes, confirmados pelas pesquisas arqueológicas mais recentes.
O local escolhido para a fundação de Cáceres era estratégico para a defesa e incremento da fronteira sudoeste de Mato Grosso em função da facilidade de comunicação entre Vila Bela da Santíssima Trindade e Cuiabá, as duas principais vilas mato-grossenses no século XVIII.
A Fazenda Jacobina, que ainda hoje mantêm sua importância histórica, destaca-se na primeira metade do século XIX por ser a maior da província de Mato Grosso em termos de área e produção.
Em fevereiro de 1754, foi assentado o Marco do Jauru, na foz do rio Jauru no rio Paraguai, definindo assim os limites dos impérios coloniais espanhol e português na América do Sul, fruto do tratado de Madrid. O Marco do Jauru foi transferido em 1883 para a Praça Central de Cáceres e foi tombado pelo Iphan em 1978, no ano do bicentenário da cidade. Junto com a Catedral de São Luis – construída entre 1919 e 1965 – os dois monumentos estão até hoje entre os principais atrativos turísticos da cidade.
Cáceres ao longo de sua história, escapou das duas grandes tragédias mato-grossenses do século XIX: a Guerra do Paraguai e a peste de varíola. Ao fim da guerra, com a livre navegação da bacia do Prata e por conseqüência do rio Paraguai, Cáceres iniciou uma nova fase de desenvolvimento. Foi elevada à condição de cidade em 1874 e recebeu grandes fazendas-indústrias destinadas a produção de carne enlatada para a exportação.
Atualmente, ainda existem importantes construções como as da Fazenda Descalvados, com capela, casa grande, alojamento de operários e galpões industriais, que ainda são utilizados pelo eco-turismo.
A navegação pelo rio Paraguai também proporcionou a chegada de novos materiais de construção e novas influências, o que por sua vez acabou resultando numa arquitetura eclética e rebuscada em grande parte dos imóveis do centro histórico de Cáceres.
Por tudo isso hoje a cidade de Cáceres, a famosa princesinha do Paraguai, é patrimônio cultural brasileiro.
Confira a aula em video.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Conheça a importância histórica dos quilombos em Mato Grosso




O professor de História, Edenilson Morais fala sobre a importância histórica da formação de quilombos em Mato Grosso e pra inicio de conversa é interessante que você tenha em mente que assim como ocorreu em todo o Brasil, também aqui em Mato Grosso o número de quilombos foi bastante expressivo ao longo do período de vigência da escravidão. O mais famoso de todos eles foi o Quilombo do Piolho ou Quariterê, localizado as margens do rio Guaporé e instalado entre 1770/1771, constituindo-se como uma aldeia composta por elementos de variadas etnias, além de negros, tínhamos também muitos índios e mestiços habitando essa comunidade quilombola.
Na época em que fora destruído pelas expedições enviadas pelas autoridades da capitania de Mato Grosso, quem governava esse quilombo era Tereza de Benguela, conhecida entre os quilombolas como “Rainha Tereza”.
Pouco tempo após a destruição desse quilombo, o capitao-general de Mato Grosso, João de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres, ordenou a criação de uma aldeia no exato lugar onde, antes, existia o Quilombo do Piolho. Para isso, libertou vários casais de velhos escravos e os enviou para o local que recebeu o nome de Aldeia Carlota, em homenagem à rainha de Portugal, D. Carlota Joaquina.
Outros quilombos importantes foram instalados na região de Chapada dos Guimarães, principalmente na segunda metade do século 19. Um dos mais importantes quilombos de que se teve notícia estava situado nessa região, às margens do rio Manso.
Foi na década de 1870 que as notícias da existência dos quilombos chapadenses foram divulgadas com grande intensidade, isso no momento histórico em que já estavam em franco avanço as leis abolicionistas, responsáveis pela abolição da escravatura.
Outro quilombo localizado na região foi o do Cansanção, que causava temor a população chapadense devido aos constantes ataques ás propriedades rurais da região.
Vale lembrar ainda que os quilombos eram constituídos não somente de escravos africanos, mas também de homens livres pobres, dentre os quais se incluem soldados desertores e até mesmo criminosos fugitivos da lei, isso sem falar nos indígenas que também marcava presença nos quilombos.
As autoridades governamentais realizavam constantes expedições militares para combater os quilombos.
Somente no fim da década de 1870 é que os quilombos da região da Chapada foram severamente perseguidos e os quilombolas, quando aprisionados, eram inquiridos pelas autoridades, com o objetivo de se obter mais informações sobre esses redutos de resistência.
Mesmo tendo alguns quilombos sofrido perseguições e até mesmo destruição total, sua proliferação no território matogrossense foi uma realidade presente até a véspera da abolição. Esse fenômeno social marcou profundamente a reação da camada mais pobre da sociedade, pois os quilombos, antes de se apresentarem apenas como um refugio de negros escravos, representou o espaço conquistado pelos excluídos, ou seja, negros, brancos pobres e índios.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Professor explica a Revolução Russa
Bolcheviques derrubaram o czarismo em 1917. Lucas Kodama Seco é professor de história em cursinho em São Paulo.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Professor de história explica a Lei da Anistia, aprovada em 1979
Lei favoreceu o processo de redemocratização, que já estava em curso.
Além dos presos políticos, também anistiou militares da repressão.




Em 1979, o Brasil aprova a Lei da Anistia. Ela é fruto de uma série de conquistas sociais e políticas que o Brasil vinha alcançando ao longo do governo Geisel, de acordo com Rogério Athayde, professor de história do Curso pH, no Rio de Janeiro.


No governo Figueiredo, em agosto, a lei é aprovada, favorecendo o processo de redemocratização, que já estava em curso. "Antes, em 1978, havia sido aprovado o fim do Ato Institucional número 5, passo fundamental para que o processo de redemocratização tivesse lugar", ressalta.


Com a Lei da Anistia, exilados políticos retornam ao Brasil. "Figuras importantes, como Leonel Brizola e Prestes voltam ao país e têm a disposição de lutar de forma efetiva pelo fim da ditadura militar."


Segundo o professor, a Lei da Anistia libera alguns presos políticos, mas permaneceram detidos aqueles acusados de terrorismo, que tinham participado da luta armada.


"A Lei da Anistia também será sempre lembrada por um problema, porque ela também anistia militares que participaram da repressão."
Outro fator que contribuiu para o processo de redemocratização foi a campanha pelas Diretas Já, em 1984.

Aprenda as diferenças entre o Colonialismo e o Neocolonialismo

Aprenda as diferenças entre o Colonialismo e o Neocolonialismo


O professor de história do CPV Eduardo Duique dá uma aula em vídeo sobre as diferenças entre colonialismo e neocolonialismo.
"Estamos falando de momentos diferentes da história, o colonialismo tem seu grande momento no século 16. O neocolonialismo se concentra nos séculos 19 e 20", diz. Enquanto o primeiro surge dentro do contexto do capitalismo comercial e mercantil e é estruturado e apoiado pelos estados absolutistas europeus da idade moderna, o neocolonialismo está relacionado à segunda revolução industrial e ao capitalismo financeiro e monopolista. O apoio, neste segundo, vem dos estados burgueses e liberais da Europa contemporânea, dos Estados Unidos da América e do Japão.
Confira a aula em video.

Conheça a história de Gengis Khan, o conquistador





Temudjin, mais conhecido como Gengis Khan, o bárbaro mongol, viveu de 1162 a 1227 e constituiu o maior império da História, unindo China, Turquia, Turkestão, Irã, Iraque e parte de Rússia.

O exército mongol funcionava com precisão e eficiência admiráveis. Organizava-se em dezenas, formados por dez homens que atuavam juntos em combate, saque ou obtenção de suprimentos.

A cada dez dezenas havia um chefe. A cada cem um Kan. E cada mil formavam uma “horda” que era dirigida por um general submisso ao "Grande Khan".

Aprendiam a montar e a utilizar as armas, em especial o arco composto, desde crianças. Todos os homens não incapacitados até 60 anos deviam participar da caça e da guerra.

Dessa maneira, o exército mongol reunia literalmente a totalidade da população masculina adulta.




Os mongóis combatiam sob um restrito código de disciplina. O abandono de um companheiro na batalha era castigado com a morte.

Genghis Khan organizou seu exército de uma forma espetacular, seguindo um sistema decimal, (10 / 100 / 1000 / 10.000). A unidade de 10.000 homens era a maior unidade combatente, como uma divisão moderna, capaz de manter por si só uma prolongada luta.

Os soldados individualmente se identificavam com a unidade de 1.000 homens da qual tomavam parte - o equivalente a um regimento moderno. As tribos mongóis originárias formavam suas próprias unidades de 1.000 homens cada.



Os povos conquistados, como os tártaros e os Merkits, eram desagregados e divididos em unidades de 100 guerreiros, para que não pudessem ser uma ameaça organizada para a família reinante.

O exército estava dividido em dezenas (arban), centenas (yaghun), milhares (mingghan) e dezenas de milhares (tumen).



Os guerreiros mongóis eram especialistas em emboscadas e ataques de surpresa. Os chefes de seu exército faziam grande uso de patrulhas de reconhecimento e de movimentos sincronizados para atacar o inimigo em desvantagem. Eram dirigidos por seus respectivos chefes, mas os cinco generais mais importantes do exercito mongol foram denominados os “Lobos de Temudjin”: Bogorchu suanda (irmão jurado); Yebe a Flecha; Kubilai; Yelme e Subotei.

Estes generais eram guerreiros tão formidáveis, que os inimigos diziam que “eles se alimentavam de sereno e carne humana, e eram tão ferozes que o grande Kahn tinha que amarrá-los”. Quando os liberava para irem à guerra, cavalgavam ao vento diante dos arqueiros, com a boca aberta, babando de alegria.



Ao contrário de todos os exércitos da história, os Mongóis não levavam provisões em suas campanhas, viviam do que encontravam em suas marchas. No deserto sobreviviam bebendo sangue de cavalo (abriam uma pequena ferida para beber dele) e iogurte de leite de égua.

Tinham um hábil serviço de espionagem e estudavam e copiavam técnicas utilizadas pelos seus adversários, como os elefantes persas ou as máquinas pesadas dos chineses.



Os mongóis fizeram uso exaustivo do terror. Se a população de uma cidade era massacrada depois de sua captura, era mais provável que a próxima cidade se rendesse sem luta. Iam se rendendo, cidade após cidade, ante a chegada do exército mongol.

Genghis Khan, não construiu o maior império da história apenas com força bruta e matanças. Também era um grande estrategista, brilhante e bárbaro governante, e um terrível vingador.

Genghis Khan, ou Temudjin, que significa "o que trabalha o ferro", tinha muitos inimigos, entre os quais se destacavam:

- Targutai, que havia matado o seu pai e o perseguia para ser definitivamente o rei dos mongóis.

- Os Mekitas, que o perseguiam porque seu pai Yesuguei havia seqüestrado a bela Joguelún, a mãe de Temudjin.

- Yamuga, um amigo que havia realizado um pacto de sangue e que havia traído Temudjin.

O Grande Khan derrotou todos eles. Os chineses possuíam uma cidade completamente inexpugnável, que os mongóis não podiam vencer, mas sitiaram por longo período ocasionando enormes prejuízos.

O Grande Khan ofereceu aos chineses uma troca para levantar o sitio a cidade:

- “Dêem-me todos os pássaros e aves de sua cidade e eu os deixarei em paz”.

Os chineses fizeram isto com alegria e entregaram todos eles em grandes gaiolas.

Quando o Grande Khan teve as aves em seu poder, passou óleo em suas asas e ateou-lhes fogo e soltou, deixando que voassem para seus ninhos nos telhados da cidade, incendiando-a. Desesperados, os habitantes correram para fora, caindo pelas espadas mongóis.


Em uma batalha crucial contra seus inimigos Targutai e Yamuga, Temudjin, vendo que suas forças eram inferiores, fez com que cada soldado fizesse um boneco do porte de uma pessoa e o pusesse em cada um dos cavalos reserva: quando um cavalo se cansava, montavam no ao lado, sendo este exército um dos mais rápidos da história. O exército via-se duas vezes mais numeroso, atemorizando os adversários, o que foi decisivo para o desenlace vitorioso das batalhas.

O Grande Khan implantou o sistema de correios mais rápido da história, já que cada mensageiro ia a galope rápido, com um bom par de cavalos de reserva, utilizando um sistema de percurso com um alcance de 25 quilômetros por hora, durante 4 horas contínuas para levar as mensagens de um posto a outro.

Durante o percurso os soldados não paravam para trocar os cavalos, evitando perdas de tempo.



Quando os Merkitas raptaram a sua esposa, com ataques fulminantes destruiu vários acampamentos merkitas até encontrar a sua amada. Nesse mesmo dia fez amor com ela por toda noite, vindo seu primogênito a nascer nove meses depois.

A cavalaria mongol não podia fazer frente a uma carga da cavalaria pesada, pelo que simulavam fugir para provocar investidas exaustivas de seus inimigos e torná-los vulneráveis. Depois giravam velozmente, convertendo-se nos caçadores.




Quando suas conquistas os levaram a Hungria, ao não poder comparar a cavalaria rápida mongol com a cavalaria pesada húngara, que era muito afamada pelas proteções que utilizavam seus soldados, como peitoris, escudos e lanças, que naquelas épocas pesavam demais, mas eram imbatíveis nas lutas frente a frente, Gengis Khan simulava retiradas. Quando os cavalos húngaros se esgotavam debaixo do peso das armaduras, os mongóis contra-atacavam por todos os flancos com seus rápidos cavalos, indo atrás deles e atirando flechas e matando-os pelas costas.



Gengis Khan implantou um código de leis muito severas inspirado nas crenças e costumes turco-mongóis. Só seus Generais tinham certa imunidade contra estas leis, porque lhes permitia cometer certo número de erros, enquanto que para o resto do povo não havia perdão.

Marcus Bianco explica a estrutura do sistema colonial

O Professor de História, Marcus Bianco, do Curso Dom Bosco, em Curitiba e COC-Paraíso, em São Paulo, explica de forma simples a estrutura do sistema colonial.