Concurso Historiador 2012
(CEPERJ - RIO DE JANEIRO)
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
21. Durante a Segunda Dominação
Persa (341-333 a .C.),
o Egito foi dominado pela ocupação das tropas de Artaxerxes-Okhos e de seus
sucessores Arsés e Dario III Codomanos. Desta vez, segundo Jean Vercoutter
(VERCOUTTER, Jean. O Egito Antigo. São Paulo: DIFEL, 1980.), o Egito e seus
habitantes sofreram muito sob o domínio persa por cerca de nove anos. A
alternativa que descreve como ocorreu a libertação do domínio persa sobre o
Egito é:
A) Eclodiram várias insurreições
e a mais importante delas, a de Khabash, príncipe do Delta que tomou o
título de rei, logrou manter-se primeiro na região de Mênfi s e, depois,
libertou todo o Egito.
B) A libertação do jugo persa
viria das tropas helenizadas de Alexandre que, em 333 a .C., derrotou Dario III
Codomanos em Issos e, talvez a chamado de algum egípcio, entrou, em 332, no
Egito como um libertador.
C) Embora a revolta de Khabash
não saísse vitoriosa, os egípcios não desanimaram e sob Dario III Codomanos
nova revolta eclodiu e os revoltosos conseguiram bater
o exército persa e restauraram, por mais uns trezentos anos, a autonomia
política do Egito.
D) Embora formalmente a dominação
persa houvesse terminado, depois de nove anos, graças às ações políticas de
Dario III Codomanos, os persas continuaram tendo grande poder sobre o Egito e
este passou a ser a última fronteira contra a helenização do Mediterrâneo.
E) Batido em Pelusa, o exército
persa recuou para Mênfis, mas mostrou-se incapaz de impedir a retomada da
cidade; derrotando sozinho os persas, o Egito passou a ser, depois da Segunda Dominação
Persa, a última fronteira de resistência à dominação persa sobre o mundo
antigo.
resposta:[B]
O referido contexto histórico
assinala a data da anexação do Egito ao domínio macedônico sob o comando de
Alexandre, o Grande, que derrotou o exército persa de Dario III e estendeu seu
controle sob o território egípcio, consolidando assim, o processo de helenização
em seu império.
22. “Aqui falo como prático da
história. Especialista ou sintetizador?
Ambos ao mesmo tempo, porque é
preciso ser as duas coisas. Generalizar no concreto, sem se preocupar com
abstrações feitas em série, este é o máximo pico a ser atingido pelo
historiador, o mais alto e o mais difícil.”
(Febvre, Lucien. Combates por la historia, Barcelona, Ariel, 1970.
p. 214 APUD CARDOSO, Ciro Flamarion S. e BRIGNOLI, Héctor Pérez. Os métodos da história.
São Paulo: Graal, 1981.)
O trecho acima reflete a preocupação de se produzir uma história total, centrada na atividade humana, na vida dos grupos e das sociedades. Ou seja, uma história-problema, que não caísse no refúgio positivista da monografia exclusiva e nem na pretensão absurda da filosofia da história. Tais reflexões são próprias da seguinte escola historiográfica:
A) Historiografi a Liberal e
Romântica
B) Escola Racionalista ou Iluminista
C) História Econômica e Demográfi
ca
D) Historicismo hegeliano
E) Escola dos Annales
resposta:[E]
A chamada escola dos Annales é um
movimento historiográfico que se constitui em torno do periódico acadêmico
francês Annales d'histoire économique et sociale, tendo se destacado por
incorporar métodos das Ciências Sociais à História.
Fundada por Lucien Febvre e Marc
Bloch em 1929, propunha-se a ir além da visão positivista da história como
crônica de acontecimentos (histoire événementielle), substituindo o tempo breve
da história dos acontecimentos pelos processos de longa duração, com o objetivo
de tornar inteligíveis a civilização e as "mentalidades".
23. Segundo Octavio Ianni, a
globalização do mundo expressa um novo ciclo de expansão do capitalismo, como
modo de produção e processo civilizatório de alcance mundial. Um dos
acontecimentos significativos ocorridos nas últimas décadas e que está
relacionado com esse novo ciclo de expansão do capitalismo foi o fim da Guerra
Fria (1945-1989), a desagregação do bloco soviético e a redução das barreiras
às inversões estrangeiras na China e em outros países com regimes socialistas,
além da transição para a economia de mercado em todos os países que compunham o
bloco soviético. A alternativa que, segundo Ianni, melhor reflete o significado de tais mudanças é:
A) Houve uma eclosão de outra
nova Guerra Fria.
B) Ocorreu uma ameaça concreta à
hegemonia econômica capitalista e aos valores liberais burgueses.
C) Destaca-se a abertura de uma
fronteira inesperada e excepcional para novos surtos de acumulação originária
capitalista.
D) A incorporação de valores
socialistas no processo capitalista de produção.
E) O isolamento da Europa
Ocidental, uma vez que as antigas nações socialistas e o oriente ligado à China
acabaram por se tornar aliados dos Estados Unidos.
resposta:[C]
De acordo com a citação de Octávio Ianni, a globalização corresponde ao estágio mais avançado do capitalismo e entre suas consequências temos a abertura de novos mercados em escala planetária, fenômeno que pode melhor ser verificado com o final da Guerra Fria, quando as nações do Leste Europeu, bem como a China foram incorporadas à economia de mercado.
De acordo com a citação de Octávio Ianni, a globalização corresponde ao estágio mais avançado do capitalismo e entre suas consequências temos a abertura de novos mercados em escala planetária, fenômeno que pode melhor ser verificado com o final da Guerra Fria, quando as nações do Leste Europeu, bem como a China foram incorporadas à economia de mercado.
24. “Isso é o que não nos podem
perdoar: que aqui, sob seu nariz, façamos uma revolução socialista.”
(Declaração de Fidel Castro, a 16
de abril de 1961, pela primeira vez publicamente reconhecendo que Cuba era
socialista.)
Sem dúvida, uma das crises mais graves da Guerra Fria, ameaçando descambar para o temido conflito nuclear, foi aquela motivada pela instalação de bases de foguetes soviéticos em Cuba, que acabou provocando o bloqueio naval e aéreo de Cuba pelos EUA (outubro de 1962).
A alternativa que expressa a
maneira como se deu o alinhamento político e diplomático de Cuba com a URSS e à
adoção na ilha latino-americana do modelo soviético socialista é:
A) Embora tivesse mísseis
soviéticos em seu território, desde 1962, a revolução cubana afirmara sua autonomia
diante da URSS ao longo dos anos 60, quando sua extensão para a América Latina
foi considerada uma hipótese possível; Cuba alinhou-se oficialmente política e
diplomaticamente à URSS nos anos 70.
B) Após a morte do Che Guevara,
em outubro de 1967, e do fracasso do projeto da grande zafra, em 1970, quando
pretendeu, em vão, colher 10 milhões de toneladas de açúcar, o afastamento
político e diplomático com a URSS foi inevitável e Cuba aproximou-se do modelo
chinês, aderindo ao maoísmo e à revolução cultural.
C) Embora tenha apoiado a
Revolução Cubana desde o início das ações revolucionárias do pequeno grupo de
Fidel Castro, em Sierra Maestra, a URSS afastou-se de Cuba durante os anos 70,
adotando uma postura neutralista baseada na política de Coexistência Pacífica.
D) Depois de outubro de 1962, o
alinhamento político e diplomático de Cuba com a URSS tendeu a se estabilizar
imediatamente, com a prevalência de aspectos centrais do modelo soviético, como
o partido único, plano centralizado e a estatização da economia.
E) Cuba nunca se alinhou
politicamente à URSS e, muito menos, adotou aspectos centrais do modelo
soviético, a ilha revolucionária sempre optou por um modelo autônomo de
socialismo, inspirado na experiência iugoslava.
resposta:[A]
O alinhamento político e diplomático de Cuba com a URSS e à adoção na ilha latino-americana do modelo soviético socialista ocorre no início dos anos 70.
25. O final dos anos 50 e o
início dos 60, marcados por grande crise na sociedade brasileira, foi um dos
primeiros momentos em que a reforma agrária ocupou uma posição preeminente, polarizando
o debate político e acadêmico, dando origem ao chamado “debate clássico” sobre
a questão agrária brasileira. As posições teóricas em conflito eram variadas,
desde a interpretação marxista ortodoxa, passando pela crítica a essa posição
dentro da própria esquerda, por posturas estruturalistas e pela tese dualista
de Ignácio Rangel, até a visão conservadora e liberal que afirmava que a
reforma agrária não tinha sentido no Brasil.
A alternativa que descreve, de
modo sucinto, a chamada interpretação marxista ortodoxa da sociedade brasileira
é:
A) Encarava o Brasil como um
modelo de capitalismo periférico dependente e visava desenvolver uma teoria da
dependência.
B) Considerava o Brasil um país
marcado por ciclos econômicos e por uma economia dual.
C) Afirmava que a burguesia rural
era progressista e a burguesia urbana conservadora.
D) Defendia a tese de que havia
resquícios feudais na sociedade brasileira no campo.
E) Via o Brasil como marcado por
um modo de produção historicamente novo: o escravismo colonial.
26. Entre 1920 e 1940, não houve
um significativo aumento da população urbana brasileira. Porém, constata-se
que, em 1980, a
maioria da população brasileira (51,5%) passara a ser urbana, em contraste com
os 16% de habitantes que viviam em cidades, em 1940. A transição foi
bastante rápida, a partir dos anos 50.
Tal fenômeno demográfico está
ligado, sem dúvida, às políticas do nacional-desenvolvimentismo adotadas
durante o governo de Juscelino Kubistschek, na década de 50.
A alternativa que revela o aspecto
essencial e peculiar do “nacionaldesenvolvimentismo” de J.K. que o distingue do
“nacionalismo” é:
A) O processo agudo de
substituição de importações, com base inteiramente no capital de empresas
brasileiras.
B) A busca de um crescimento
equilibrado entre o setor agrário, o setor industrial e as atividades
comerciais e monetárias.
C) A associação entre o capital
nacional e o estrangeiro, concedendo inclusive grandes facilidades ao capital
internacional.
D) A defesa intransigente dos
interesses do desenvolvimento nacional e a busca de garantir o emprego dos
campesinos.
E) O protecionismo alfandegário e
o controle das remessas de lucros dos bancos e das empresas multinacionais que
atuavam no Brasil.
Uma das principais características do modelo "nacionaldesenvolvimentista" implantado no Brasil na gestão de JK (1956-1960) foi a abertura da economia brasileira para as empresas multinacionais, oferecendo inúmeras vantagens para a instalação do capital externo no país.
27. Um dos aspectos mais
característicos e coerentes do Governo Vargas foi a política trabalhista. Entre
1930 e 1945, ela passou por várias fases, mas desde logo se mostrou inovadora
com relação ao modelo adotado em toda a Primeira República. A chamada questão
social e as inquietações do período contribuíram muito para as mudanças. A
alternativa que, de um modo geral, expressa os objetivos da política
trabalhista de Vargas é:
A) Priorização dos empregos na
agricultura, principalmente no setor de serviços, e busca de equilíbrio entre
indústria e agropecuária.
B) Repressão dos esforços
organizatórios da classe trabalhadora urbana fora do controle do Estado e
atração desta para o apoio difuso ao governo.
C) Efetivação de uma política
trabalhista de recorte realmente liberal, com regulamentação do direito de greve.
D) Definição dos sindicatos como
órgãos independentes do Estado e resgate dos valores democráticos na
organização sindical.
E) Aproximação das organizações
sindicais, sob controle das correntes de esquerda, como forma de se contrapor
ao fascismo inercial do período.
Uma das características da política trabalhista de Getúlio Vargas foi o corporativismo, ou seja, a intervenção do Estado nas relações entre o capital e o trabalho. Entre outras coisas, os sindicatos ficavam sob a tutela do ministério do Trabalho, portanto, não possuíam autonomia.
28. No Brasil Colonial, além dos
colonizadores da Capitania de São Vicente, que começaram a colonização pelo
litoral, mas tiveram que se atirar na grande aventura rumo ao interior,
escalando a Serra do Mar, devido à concorrência desvantajosa do açúcar
produzido no litoral paulista se comparado com o produzido no Nordeste, outros aventureiros
também contribuíram para a abertura de caminhos por trilhas indígenas até
chegar ao Planalto de Piratininga, a uma altura de oitocentos metros. A alternativa
que corretamente tem o nome de outros europeus de origem, além dos
bandeirantes, que mais contribuíram para a conquista do planalto onde hoje fica
a cidade São Paulo é:
A) jesuítas
B) quilombolas
C) dominicanos
D) cariocas
E) indígenas
resposta:[A]
Os jesuítas se dedicaram na América Portuguesa à catequese indígena e a educação dos colonos, sendo assim, fundaram diversos aldeamentos e colégios, dentre eles o mais famoso foi o de São Paulo de Piratinga, sob os auspícios de Manuel da Nóbrega e José de Anchieta, que foi o núcleo inicial do Planalto de Piratininga, que mais tarde daria origem a Vila de São Paulo.
Os jesuítas se dedicaram na América Portuguesa à catequese indígena e a educação dos colonos, sendo assim, fundaram diversos aldeamentos e colégios, dentre eles o mais famoso foi o de São Paulo de Piratinga, sob os auspícios de Manuel da Nóbrega e José de Anchieta, que foi o núcleo inicial do Planalto de Piratininga, que mais tarde daria origem a Vila de São Paulo.
29. Emília Viotti da Costa
desenvolve um interessante estudo comparativo entre a Lei de Terras de 1850, no
Brasil, e o Homestead Act de 1862, nos Estados Unidos. A autora afirma que,
tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, a política rural estava ligada a uma
certa concepção de trabalho.
A alternativa que, em linhas
gerais, expressa os termos em que Emília Viotti da Costa compara o espírito das duas
leis é:
A) Ambas dificultam a obtenção
de terras pelo trabalhador livre, mas por motivos diferentes.
B) Ambas facilitam a obtenção de
terras pelo trabalhador livre, mas apresentam a defesa de setores sociais
diferentes.
C) O Homestead Act dificultava o
acesso à terra pelo trabalhador livre, enquanto a Lei brasileira de 1850
facilitava, ao máximo, a
obtenção de terras cultiváveis a
todos aqueles que desejassem abandonar o litoral.
D) O Homestead Act defendia a
grande propriedade monocultora, enquanto a Lei de Terras brasileira, de 1850,
visava estimular a pequena propriedade e as formas cooperativas de exploração agrícola.
E) Enquanto a lei brasileira dificultava a obtenção de terra pelo trabalhador livre, o Homestead Act, nos
Estados Unidos, doava terra a todos os que desejassem se instalar.
resposta:[E]
A Lei de Terra, aprovada pelo Parlamento brasileiro em setembro de 1850, atribuía uma valor imobiliário à terra, dificultando dessa maneira o acesso à propriedade rural por parte dos imigrantes ou de ex-escravos, e ainda favoreceu a concentração fundiária no país. Por outro lado, o Homestead Act (1862) garantiu o acesso à terra por parte de milhares de imigrantes, principalmente irlandeses, que ocuparação parte do território estadunidense durante a chamada conquista do Oeste, dedicando-se nessa região à mineração do ouro e a criação de gado.
30. Ao discutir o conceito de
“Idade Média”, Hilário Franco Jr. afirma que um homem medieval não saberia do
que estamos falando se nos utilizássemos de tal conceito. Em seguida, o autor
nos apresenta uma longa trajetória, desde a construção do conceito, no século
XVI, até, pelo menos, o século XIX, em que o período é encarado como “um
período de trevas” ou, no máximo, como um hiato entre os gloriosos tempos da
Antiguidade Clássica e o Renascimento. Na primeira metade do século XIX, entretanto,
houve uma inversão e uma revalorização do período conhecido como Idade Média. O
nome do movimento artístico e literário que empreendeu nova valorização da
Idade Média é:
A) Iluminismo.
B) Protestantismo.
C) Racionalismo.
D) Romantismo.
E) Socialismo utópico.
resposta:[D]
O Romantismo foi um movimento que caracterizou-se como uma visão de mundo contrária ao
racionalismo e ao iluminismo e buscou um nacionalismo que viria a consolidar os
estados nacionais na Europa.
31. Caio Prado Jr., em sua clássica História Econômica do Brasil (PRADO JR. Caio. História econômica do Brasil. São Paulo : Brasiliense, 1982), afirma que, nas transformações sofridas pelo Brasil no século XIX, nenhuma terá contribuído para modificar a fisionomia do país como a verdadeira revolução que se opera na distribuição das atividades produtivas brasileiras, já a partir da primeira metade do século.
A alternativa que ressalta o acontecimento
de natureza geográfica que é destacado por Caio Prado Jr. entre tais
transformações, é:
A) O deslocamento das atividades
mineradoras da região de Goiás Velho para a região das Minas Gerais.
B) A diminuição do contingente
populacional do Centro-Sul do país, causado pela febre amarela.
C) O deslocamento da primazia
econômica das velhas regiões agrícolas do Norte para as mais recentes do
Centro-Sul.
D) A mudança do eixo econômico do
Brasil da região mineradora para as regiões agrárias mais antigas do Norte.
E) A crescente urbanização do
Norte, devida à inversão dos capitais antes utilizados no setor agrário, que
passaram para as atividades comerciais.
resposta:[C]
De acordo com o historiador e economista, Caio Prado Jr., as grandes transformações ocorridas no Brasil no decorrer do século XIX estão ligadas ao deslocamento da primazia econômica das velhas regiões agrícolas do Norte, caracterizadas pela plantation de cana de açúcar pelas regiões mais recentes do Centro-Sul, que irá desenvolver a produção de café, que por sua vez, se consolidará como principal produto da pauta das exportações brasileira durante o referido contexto histórico, o que por sua vez possibilitou uma série de transformações políticas, econômicas, sociais e culturais.
32. Segundo Perry Anderson
(ANDERSON, Perry. Linhagens do Estado Absolutista. São Paulo: Brasiliense,
1985.), durante a Idade Média, a monarquia feudal inglesa foi, de um modo
geral, muito mais poderosa que a da França. Porém, apesar de todas as lendas inglesas
sobre uma inquebrantável continuidade entre a época feudal e a época moderna,
houve uma transformação profunda e radical de muitos traços característicos do
primitivo desenvolvimento feudal. Tendo em vista o poder originário da
monarquia feudal inglesa, a alternativa que expressa, como Anderson
caracteriza, de modo amplo, o absolutismo na Inglaterra é:
A) Tornou-se ainda mais forte e
superou em poder e centralização o Estado Absolutista francês, o mais
formidável absolutismo da Europa continental.
B) A mais forte monarquia
medieval do Ocidente, a inglesa, foi justamente aquela que produziu o
absolutismo mais fraco e de menor duração.
C) Houve uma ruptura profunda
entre a monarquia feudal inglesa e o absolutismo, que deu origem a um regime
absolutista estável, sólido e de longa duração.
D) A transformação mais radical e
profunda entre a época feudal e a época moderna na Inglaterra foi o fato de o
absolutismo inglês deixar de ser só insular e passar a controlar toda a Europa.
E) A tardia centralização da
organização política feudal inglesa deu origem a um ilimitado poder legislativo
do rei absolutista.
33. Eric J. Hobsbawm, ao
caracterizar o mundo na década de 1780, marco contextual inicial da chamada
“Era das Revoluções”, descreve o mundo do período como sendo, ao mesmo tempo,
muito menor e muito maior do que o nosso. A alternativa que coloca em destaque
os motivos segundo os quais Hobsbawm descreve o mundo da década de 1870, na
Europa, como menor do que o nosso é:
A) Mesmo homens cultos conheciam
somente pedaços do mundo habitado, tornando o mundo menor geograficamente;
havia um número menor de pessoas, tornando o mundo menor demograficamente; e as
pessoas eram mais baixas e mais leves do que hoje.
B) Em termos científicos,
culturais e educacionais, o mundo era muito menor, já que o Iluminismo não
havia logrado ainda suas conquistas; o controle estatal sobre os homens e a
natureza era menor e havia menor uso das liberdades individuais.
C) Era menor a expectativa de
vida dos seres humanos; menores as conquistas da ciência e da civilização; mas,
sobretudo, menores os horizontes políticos daqueles seres humanos ainda submetidos
à tirania do Absolutismo e às verdades reveladas da Igreja Católica.
D) A produção industrial era
muito menor, o acesso aos bens de consumo era muitíssimo menor; e ainda menor o
número de trabalhadores organizados em esferas de articulação sindical.
E) Embora populacionalmente o
mundo de 1870 fosse mais habitado do que o mundo no século seguinte, a
colonização humana era menor porque o clima, possivelmente mais quente do que o
de hoje, dificultava a formação de núcleos humanos nas regiões tropicais.
resposta:[A]
Argumenta que, em suas primeiras
aparições, o “pós-moderno” ou a “pós-modernidade”, de um modo geral, carregavam
uma carga semântica negativa e/ou pejorativa.
Entre os nomes presentes nas
alternativas abaixo, aquele que, segundo Anderson, apresentou pela primeira vez
os elementos de uma visão afirmativa do pós-moderno é:
A) Federico de Onis, organizador
de uma famosa antologia de
poetas de língua espanhola.
B) Arnold Toynbee, no oitavo
volume de seu Study of History.
C) Charles Olson, poeta norte-americano.
D) C. Wright Mills, sociólogo
nova-iorquino.
E) Harry Levin, crítico literário
norte-americano.
A) Gustav Glotz.
B) Perry Anderson.
C) Arnold Toynbee.
D) Fustel de Coulanges.
E) Camille Jullian.
resposta:[B]
36. O fenômeno cultural e
religioso, iniciado no século XVI, que rompeu com a unidade do cristianismo no
Ocidente, conhecido como Reforma Protestante, termo inicialmente pejorativo
empregado pelos católicos romanos, nunca foi um movimento unitário, pois havia,
mesmo, uma grande diversidade entre aqueles cristãos da Europa Moderna
Ocidental que acabaram se afastando da Igreja Católica Apostólica Romana.
O líder protestante cujas teses
reformadoras apresentam os ideais de defesa da tese de que a salvação se dá
pela fé e não pelas obras, a ênfase na leitura direta e na interpretação
pessoal do Evangelho e o abandono da ideia de superioridade da Igreja sobre o
Estado, é:
A) Thomas Münzer.
B) João Calvino.
C) João Knox.
D) Henrique VIII.
E) Martinho Lutero.
resposta:[E]
37. Com relação à discussão em
torno do conceito de “capitalismo”, Francisco Calazans Falcon (O capitalismo
unifi ca o mundo. In: REIS FILHO, Daniel A., FERREIRA, Jorge e ZENHA, Celeste
(org). O Século XX: o tempo das certezas. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2000. v.I.) afirma haver duas concepções dicotômicas que determinam
concepções teóricas divergentes de capitalismo e uma periodização distinta para
o fenômeno. Há aqueles que encaram os séculos que antecederam à Revolução
Industrial, desde o século XVI, como um período pré-capitalista, com o mercado
internacional dominado, ao longo desses séculos, por um capital comercial. Por outro
lado, há aqueles que veem Revolução Industrial e capitalismo como coisas
distintas e afi rmam que “o sistema mundial moderno” nasceu ainda no século
XVI, havendo, portanto, apenas uma transição para o capitalismo: aquela
ocorrida no próprio século XVI. Falcon opta por encarar o capitalismo,
industrial e bancário, como algo nascido nos séculos XIX e XX, considerando
pré-capitalistas os séculos XV/XVI ao XVIII.
Uma característica econômica
típica da fase pré-capitalista é:
A) Predomínio da produção
industrial em termos de valor e importância.
B) Transportes cada vez mais eficientes,
em rapidez e capacidade de cargas.
C) Unificação do mercado
nacional, seguida logo depois, por integração, em nível mundial, de mercados
regionais.
D) Crises de subsistência,
caracterizadas por desabastecimento de gêneros alimentícios, tornando a fome
epidêmica.
E) Crises de superprodução e de
baixa de preços, provocadas pela concorrência das potências absolutistas por
mercados de produtos raros.
imperialista, ocorrido no século
XIX, é que ele foi uma busca de ampliação de espaços, por parte principalmente
da Inglaterra, França, Alemanha, Bélgica, Itália, motivada por uma necessidade irrefreável
da ampliação de mercados das economias competitivas do capitalismo bancário e
industrial. Isso acabou implicando uma mudança radical no modo de organização
política dos estadosnações imperialistas.
A alternativa em que aparece a
descrição mais adequada da mencionada mudança radical é:
A) As fronteiras nacionais tinham
sido, até então, a base de sustentação do edifício político do Estado; as
forças avassaladoras do capitalismo industrial pressionavam para que essas fronteiras
fossem rompidas e expandidas a uma dimensão sem precedentes.
B) As rivalidades e disputas
nacionalistas entre as nações europeias pioneiras na industrialização foram
superadas e houve uma aproximação entre elas, dando origem a um modelo de relações
multilaterais cooperativas que serviria de base para a eclosão, no futuro, do
Mercado Comum Europeu.
C) O sistema político-democrático
e liberal não servia aos interesses centralizadores das potências imperialistas
europeias, havendo, de modo geral, inclusive na Inglaterra e na França, uma
descrença generalizada na democracia, nos valores culturais iluministas e um
desrespeito à lei e à ordem institucional.
D) As nações imperialistas
deslocaram seu foco de atenção para o continente americano, preocupadas com o
extraordinário crescimento norte-americano, e abandonaram os territórios africanos
e asiáticos anteriormente conquistados na expansão marítima e comercial
europeia da Idade Moderna.
E) As forças militares das nações
imperialistas perderam a importância que tiveram na fase anterior, quando eram
necessárias para preservar as fronteiras nacionais; os burocratas e servidores administrativos,
principalmente de setores ligados ao comércio, tornaram-se mais importantes do
que os militares.
39. “Os dias difíceis começaram
em setembro, com a tragédia de Sedan. Napoleão III foi feito prisioneiro pelo
inimigo, o império desabava, a França inteira entrava em um estado de agitação
quase (ainda quase) revolucionária. Proclamava-se a República, mas, nas
próprias fileiras republicanas, ao que eu conseguia entender, agitavam-se duas
disposições: uma queria extrair da derrota a oportunidade para uma revolução
social, a outra se dispunha a assinar a paz com os prussianos somente para não
ceder àquelas reformas que – dizia-se – desembocariam em uma forma de rematado
comunismo.”
ECO, Umberto. Cemitério de Praga,
O. trad, Joana Angélica d’Avila Melo. 4 ed. Record, 2011. p. 267).
O acontecimento histórico que,
pelos indícios presentes no texto ficcional de Umberto Eco, narrados pelo
personagem Simonini, estão sendo descritos no trecho ficcional é:
A) Revolução de 1848.
B) Maio de 1968.
C) Comuna de Paris, 1871.
D) Revolução Francesa, 1789.
E) Revolução de 1830.
resposta:[C]
40. A imagem do vaqueiro
nordestino como símbolo de autonomia e de luta contra as intempéries deriva, em
grande parte, do fato de a pecuária, durante o período colonial brasileiro, ter
sido responsável pelo desbravamento do “grande sertão”, realizado pela fi gura solitária
e mestiça do sertanejo.
Os fatores que levaram a pecuária
nordestina, desenvolvida de forma extensiva, especialmente no final do século
XVII e boa parte do século XVIII, a ser realizada em direção ao interior do
país são:
A) A colonização brasileira não
estava ainda plenamente consolidada
e a Coroa Portuguesa, como forma
de proteger os rebanhos brasileiros das ameaças de mercenários, piratas e corsários
ingleses, franceses e holandeses, optou por estimular a criação de gado em
áreas mais longe do litoral.
B) Os homens, envolvidos na
agroindústria açucareira, precisavam de alimentos, mas uma Carta Régia de 1701
proibiu a prática da pecuária na faixa litorânea, a fi m de garantir os
interesses dos senhores de engenho e os lucros obtidos pela Coroa Portuguesa com
a monocultura do açúcar.
C) O tipo de gado bovino trazido
pelos portugueses para o Brasil Colonial, subespécie B. taurus taurus
(exemplos: Angus, Caracu, Charolais, Devon), não se adaptou bem às condições climáticas,
excessivamente úmidas, do litoral brasileiro, e só encontrou uma melhor
adaptação no clima mais seco do semiárido nordestino.
D) Os brasileiros, ávidos de
gêneros alimentícios, temiam que a exploração de gado no litoral, já ocupado
pela lavoura açucareira, tivesse o mesmo destino de servir como produto para exportação
e se organizaram para criar o gado bovino em uma região que estivesse longe das
vistas dos negociantes portugueses.
E) O Brasil Colonial precisava de
uma política agrária que contemplasse, ao mesmo tempo, as ambições
agroexportadoras da metrópole portuguesa e as necessidades internas da
população, pensando assim; a Coroa Portuguesa oferecia terras e incentivos financeiros
ao investidor que desenvolvesse atividades econômicas no interior.
41. É comum entre os
historiadores da Primeira e da Segunda Guerra Mundiais, embora haja
divergências e diferentes ênfases, tratá-las como uma consequência do
desenvolvimento do capitalismo industrial. São fortes os nexos causais
estabelecidos entre industrialização e as rivalidades imperialistas entre os
Estados que se envolveram nos conflitos mencionados. Seja como for, desde a
Primeira Guerra, os dois lados hegemônicos tentaram vencer pela tecnologia.
Entretanto, Eric Hobsbawm, de forma irônica, aponta para o fato de que apenas
uma única arma tecnológica teve um efeito importante na guerra de 1914-1918
(A era da guerra total. In:
HOBSBAWM, Eric. A Era dos Extremos: o breve século XX 1914-1991. São Paulo:
Companhia das Letras, 1995. p. 35 e 36).
A alternativa que explicita a
única arma tecnológica destaca por Hobsbawm e os motivos pelos quais ela se
tornou tão importante é:
A) O gás venenoso, trazido ao
campo de batalha pelos alemães, tradicionalmente bons em química e que se
tornou tão importante a ponto de ser um dos temas mais relevantes a ser
discutido na Convenção de Genebra, regulando os aspectos humanitários das Guerras.
B) Os veículos blindados de
esteira, usados de forma muito eficiente pelos generais britânicos, que
venceram as tropas alemães devido à mobilidade dada por tais veículos aos
combatentes ingleses e seus aliados.
C) As aeronaves que, embora
tivessem pequeno porte e fossem ainda frágeis, lograram apavorar as populações
civis de ambos os lados do conflito; embora não tivessem efeito decisivo nos
combates, os pequenos aviões eram simbolicamente muito importantes e criaram
mitos, como o germânico Barão Vermelho.
D) As aeronaves dirigíveis dos
alemães, em forma de charuto e cheias de gás hélio, que abasteciam as tropas,
retiravam os feridos alemães do cenário de batalhas desenvolvidas em
trincheiras, ainda, e serviam como veículo de combate para atirar mísseis nos
adversários.
E) O submarino, usado dos dois
lados, como forma de dificultar o abastecimento das populações civis e que
acabou, sobretudo, fazendo com que os norte-americanos entrassem no combate
porque seus navios que abasteciam os ingleses foram atacados pelos submarinos
alemães.
resposta:[E]
42. Caracterizado pelo surgimento
e solidifi cação do Iluminismo ou Ilustração, nomes genéricos e generalizantes
que se ligam aos propósitos das burguesias europeias, relacionados com a
administração burocrática do Estado e com o progresso da Ciência e do domínio
científico sobre a vida, o Século VII foi pródigo em novas ideias e novas
formas de governar e administrar. Uma de suas consequências, no campo
administrativo e governamental, foi o surgimento do chamado Despotismo Esclarecido.
Apareceram monarcas que deram uma nova faceta ao absolutismo, mesclando centralização
política com métodos modernizadores de gestão de recorte iluministas. Em meados
do século XVIII, Portugal era um país atrasado, em relação às grandes nações
europeias. Um episódio importante nesse período é, sem dúvida, a chegada ao poder
de D. José I. O referido monarca empreende medidas modernizadoras visando
adequar Portugal aos novos tempos, sem, entretanto, abrir mão da hegemonia
política.
O administrador, colocado no
poder por D. José I, que se notabilizou por ser o representante do Despotismo
Esclarecido em Portugal foi:
A) Sebastião José de Carvalho e
Melo, o Marquês de Pombal.
B) Nuno Álvares Pereira, o Santo
Condestável.
C) Bernardino Luis Machado
Guimarães.
D) José Bonifácio de Andrada e
Silva, o Patriarca da Independência.
E) Luís António Verney.
resposta:[A]
43. Insistindo na unidade básica
do fenômeno conhecido como fascismo e buscando uma teoria geral explicativa
desse tipo de movimento, o historiador Francisco Carlos Teixeira da Silva (Os fascismos.
In: REIS FILHO, Daniel A., FERREIRA, Jorge e ZENHA, Celeste (org). O Século XX:
o tempo das crises. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000. v.II.) destaca
algumas características básicas, que demonstram a coerência interna dos
fascismos europeus de um modo geral.
Tais características básicas estão agrupadas
corretamente na seguinte alternativa:
A) Conservadorismo, paganismo e
cientifi cismo.
B) Irracionalismo, materialismo e
individualismo.
C) Secularização, liberalismo e
ateísmo.
D) Antiliberalismo, antidemocratismo
e anti-marxismo.
E) Individualismo, antissemitismo
e reacionarismo.
44. No Pacífico, do mesmo modo
que na Europa, o fim da Segunda Guerra Mundial foi caracterizado pela
prevalência de aspectos políticos mais do que militares. Os Aliados sabiam que
as Potências do Eixo estavam virtualmente derrotadas e tratavam, cada um por si,
de preservar seus interesses geopolíticos.
De acordo com o contexto asiático
da Segunda Guerra, a alternativa que corresponde corretamente às ações ou
expectativas de um ou mais de um dos países vitoriosos já no fi m do conflito
é:
A) Os soviéticos, já sabedores
que o projeto norte-americano de fabricar a bomba atômica tinha sido bem-sucedido,
desistiram de chegar ao arquipélago japonês e investiram suas forças totalmente
na preservação das quinze repúblicas soviéticas ameaçadas pelo capitalismo.
B) Os EUA, a Inglaterra, a França
e a Holanda, interessados apenas na derrota dos japoneses, desistiram de tentar
recuperar a soberania que tinham sobre as colônias asiáticas invadidas e
decidiram pela não intervenção diante das investidas dos movimentos nacionais
de libertação criados durante a guerra.
C) Na Indonésia, os holandeses
conseguiram impedir que a República proclamada por Sukarno e Hatta, com o apoio
dos japoneses, se impusesse sobre suas intenções imperialistas, e mantiveram o
controle sobre a região até, pelo menos, as guerras anticoloniais da segunda
metade do século XX.
D) Os EUA, visando demonstrar ao
Japão e aos demais Estados a capacidade de destruição da bomba atômica, e, simultaneamente,
tornar desnecessária a ajuda militar soviética para derrotar o Japão, decidiu
lançar sobre Hiroshima e, depois, sobre Nagasaki, bombas que, juntas, mataram
mais de 450 mil pessoas.
E) A França, na Indochina, desistiu
de assinar qualquer acordo com Ho Chi Minh e resolveu, a todo custo, aumentar
ao máximo sua esfera de influência na região. Tal fato acabou dando origem a uma
longa guerra, vencida apenas com a intervenção dos EUA.
45. O Golpe Civil-Militar de 1964,
no Brasil, autodenominado “revolução militar” pelo seu Comando Supremo, depois
de vitorioso, precisou construir uma identidade própria, pois nem todos os que se
uniram para derrotar Jango compartilhavam o mesmo projeto político para o
Brasil e para si próprios. Entre os setores vitoriosos da “revolução militar”
estavam aqueles que se agrupavam em torno do IPES (Instituto de Pesquisa e de
Estudos Sociais).
A alternativa em que estão
mencionadas as expectativas daqueles que se agrupavam em torno do IPES para os
desdobramentos da “revolução” é:
A) Eles queriam legitimar o golpe
por um expediente jurídico junto ao Parlamento, fazer retornar as Forças
Armadas para os quartéis e retomar a vida institucional nos padrões anteriores.
B) Desejavam não dar chance aos
derrotados de, nas eleições previstas de 1965 e 1966, retomarem as posições
anteriores, gravitando em torno dos vitoriosos civis do movimento, como Lacerda
e Magalhães Pinto.
C) Pretendiam destruir a ordem e
as tradições nacional-estatistas do trabalhismo de Jango e colocar em seu lugar
uma alternativa internacionalista-liberal, com um modelo de Estado na economia mais
regulador do que intervencionista.
D) Esperavam contar com o amplo
apoio da população para promoverem ações que levassem à criação e
desenvolvimento de um Estado forte, nacionalista, intervencionista e que
governasse acima dos conflitos de classes.
E) Ainda inspirados nos ideais do
velho Tenentismo, queriam fazer uso das Forças Armadas para fazer o país sair
da dependência externa e do atraso em seus vários aspectos: educacional, moral,
econômico e cultural.
46. O modelo inicial de ocupação
do Brasil Colonial foi aquele instaurado pelas Capitanias Hereditárias, criadas
por D. João III. A alternativa que expressa como era realizado, segundo o
ordenamento da Coroa Portuguesa, o acesso dos donatários às terras brasileiras
é:
A) Os donatários recebiam da
Coroa Portuguesa uma doação, pela qual se tornavam possuidores, mas não
proprietários de terras na América Portuguesa.
B) Os sesmeiros recebiam as
terras, doadas pela Coroa Portuguesa, e tinham a obrigação de dividi-las com os
donatários que tinham direito de explorá-las por cinco anos.
C) Os sesmeiros e donatários
recebiam as terras da Coroa Portuguesa e se tornavam proprietários, desde que
pagassem à Coroa um imposto correspondente a 25% de todo o lucro obtido com a
exploração da terra.
D) Os donatários tinham direito
de explorar a terra por quinze anos, desde que conseguissem um número
expressivo de sesmeiros.
E) Os donatários recebiam da
Coroa uma Carta de Doação que garantia a propriedade vitalícia da terra, mas
ela nunca poderia ser vendida.
47. O Brasil é o único país de
língua portuguesa em toda a América
do Sul. Diferentemente de nossos
vizinhos, em grande maioria de colonização hispânica, após a independência de
Portugal, o Brasil se manteve unificado e não se esfacelou em várias nações. Houve,
porém, um momento de nossa história, já como um país independente, em que, segundo
alguns historiadores, esteve ameaçada a unidade territorial do Brasil, embora a
unidade nunca tenha deixado de prevalecer. No referido momento, as discussões
políticas que estavam na pauta do dia eram em torno dos temas: centralização ou
descentralização do poder, grau de autonomia provincial organização das Forças
Armadas.
A alternativa na qual surge o
nome desse momento histórico mencionado é:
A) República Velha.
B) Estado Novo.
C) Segundo Reinado.
D) Golpe Civil-Militar de 1964.
E) Período Regencial.
resposta:[E]
A) A vitória russa na Guerra
contra os japoneses deu novo fôlego ao regime czarista que, antes do conflito, estava
sendo francamente questionado por variados setores da população russa.
B) A derrota sofrida pelos russos
diante do Japão, primeira vez que um país europeu foi superado por um asiático,
aumentou a insatisfação popular, colocando a lenha definitiva na fogueira do
episódio conhecido como “Ensaio Geral da Revolução”.
C) As muitas baixas sofridas
pelos russos, devido aos combates em território inóspito, levaram à
insatisfação popular e esta foi capitalizada por Lênin, que passou a defender a
deserção dos militares, no evento conhecido como “Pacifi smo Revolucionário”.
D) Muitos dos militares russos
que se envolveram na vitoriosa campanha contra os japoneses estabeleceram
vínculos de companheirismo durante a Guerra e voltaram à Rússia preparados militarmente
e espiritualmente para derrotar o Czar.
E) A derrota para os japoneses
atrasou as intenções revolucionárias tanto de bolcheviques quanto de
mencheviques, pois ambos os grupos consideravam imprudente criticar Nicolau II em
um momento tão doloroso para toda a Rússia.
resposta:[B]
49. Os dois Acordos de Paz de
Camp David, negociados na casa de Jimmy Carter e assinados por Anwar Sadat, do
Egito, e pelo Primeiro-Ministro Menachem Begin, de Israel, em 17 de setembro de
1978, representaram, na época, o ápice de uma reviravolta nas tradicionais
alianças egípcias e o marco inicial para uma mudança de rumos no chamado conflito
árabe-israelense. O conflito bélico entre árabes e israelenses, sem vitórias
espetaculares de nenhuma parte, que levou aos acontecimentos que acabaram se
desdobrando nos acordos de Camp David, ficou conhecido pelo nome de:
A) Guerra do Suez.
B) Guerra do Líbano.
C) Guerra do Golfo
D) Guerra do Yom Kippur.
E) Primeira Intifada.
50. No episódio da exploração da
monocultura do açúcar, que caracteriza o Período Colonial Brasileiro, os
holandeses, em função da agroindústria açucareira do Brasil, desempenhavam a
seguinte atividade:
A) Controlavam a operação de
transporte, refino e distribuição comercial do açúcar brasileiro na Europa.
B) Protegiam o litoral brasileiro,
atuando como mercenários contratados pela Coroa Portuguesa ou pelos Donatários.
C) Financiavam a atividade e
ofereciam seu conhecimento técnico do cultivo de cana-de-açúcar, adquirido
anteriormente nas Antilhas Holandesas.
D) Forneciam gêneros alimentícios
que complementavam a alimentação dos portugueses e escravos africanos dedicados
às atividades da monocultura açucareira.
E) Dedicavam-se a oferecer seus
conhecimentos em técnicas de planejamento urbano, muito úteis na montagem de
novas cidades, como Recife e Olinda.
resposta:[A]
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