sábado, 27 de abril de 2013

Confira a correção da avaliação de História: P1 do 2º Bimestre (Terceiro Ano)


Avaliação de História
Terceiro Ano

1. (ENEM) Eu, o Príncipe Regente, faço saber aos que o presente Alvará virem: que desejando promover e adiantar a riqueza nacional, e sendo um dos mananciais dela as manufaturas e a indústria, sou servido abolir e revogar toda e qualquer proibição que haja a este respeito no Estado do Brasil.
Alvará de liberdade para as indústrias (1º de Abril de 1808), in Bonavides, P.; Amaral, R. Textos políticos da História do Brasil. Vol. 1. Brasília: Senado Federal, 2002 (adaptado).

O projeto industrializante de D. João, conforme expresso no alvará, não se concretizou. Que características desse período explicam esse fato?
a) A ocupação de Portugal pelas tropas francesas e o fechamento das manufaturas portuguesas.
b) A dependência portuguesa da Inglaterra e o predomínio industrial inglês sobre suas redes de comércio.
c) A desconfiança da burguesia industrial colonial diante da chegada da família real portuguesa.
d) O confronto entre a França e a Inglaterra e a posição dúbia assumida por Portugal no comércio internacional.
e) O atraso industrial da colônia provocado pela perda de mercados para as indústrias portuguesas.

resposta:[B]
 Em abril de 1808, D. João decreta o Alvará de Liberdade Industrial, revogando os decretos que proibiam a  instalação de manufaturas na Colônia. No entanto, o crescimento industrial é dificultado pela assinatura dos  tratados de 1810, que concediam tarifas alfandegárias preferenciais aos produtos ingleses, de 15% sobre o  valor, tornando-os mais vantajosos que os nacionais e os portugueses.


2. (Fuvest 2012) Fui à terra fazer compras com Glennie. Há muitas casas inglesas, tais como celeiros e armazéns não diferentes do que chamamos na Inglaterra de armazéns italianos, de secos e molhados, mas, em geral, os ingleses aqui vendem suas mercadorias em grosso a retalhistas nativos ou franceses. (...) As ruas estão, em geral, repletas de mercadorias inglesas. A cada porta as palavras Superfino de Londres saltam aos olhos: algodão estampado, panos largos, louça de barro, mas, acima de tudo, ferragens de Birmingham, podem-se obter um pouco mais caro do que em nossa terra nas lojas do Brasil.
Maria Graham. Diário de uma viagem ao Brasil. São Paulo, Edusp, 1990, p. 230 (publicado originalmente em 1824). Adaptado.

Esse trecho do diário da inglesa Maria Graham refere-se à sua estada no Rio de Janeiro em 1822 e foi escrito em 21 de janeiro deste mesmo ano. Essas anotações mostram alguns efeitos
a) do Ato de Navegação, de 1651, que retirou da Inglaterra o controle militar e comercial dos mares do norte, mas permitiu sua interferência nas colônias ultramarinas do sul.
b) do Tratado de Methuen, de 1703, que estabeleceu a troca regular de produtos portugueses por mercadorias de outros países europeus, que seriam também distribuídas nas colônias.
c) da abertura dos portos do Brasil às nações amigas, decretada por D. João em 1808, após a chegada da família real portuguesa à América.
d) do Tratado de Comércio e Navegação, de 1810, que deu início à exportação de produtos do Brasil para a Inglaterra e eliminou a concorrência hispano-americana.
e) da ação expansionista inglesa sobre a América do Sul, gradualmente anexada ao Império Britânico, após sua vitória sobre as tropas napoleônicas, em 1815.


resposta:[C]
O Bloqueio Continental, imposto por Napoleão, leva à invasão de Portugal por tropas francesas e à consequente  fuga da família real para o Brasil.
Logo ao chegar, em 28/11/1808, D. João decreta a abertura dos portos às nações amigas. A principal beneficiária dessa medida foi a Inglaterra, que inundou o mercado brasileiro com seus produtos manufaturados.
Essa supremacia iria se confirmar com a assinatura dos Tratados de 1810, que fixavam as tarifas para os produtos ingleses em apenas 15% do seu valor; para os portugueses, em 16%; para as mercadorias das demais nações, em 24%.



3. (PITÁGORAS) Responda às questões a partir dos dados da tabela.
LIMA, Heitor Ferreira. História Político-Econômica e Industrial do Brasil. São Paulo, 1970. p.136)
a) EXPLIQUE porque até o ano 1808 não temos a entrada de navios estrangeiros no Brasil.

b) DETERMINE e EXPLIQUE o fato histórico que colaborou para entrada de navios estrangeiros no Brasil a partir de 1808.


resposta:
a) Até 1808, a colônia brasileira não podia receber navios ou produtos que não fossem de Portugal, pois aqui funcionava o Pacto Colonial e o exclusivo metropolitano que proibia o Brasil de estabelecer relações comerciais com outros países além de Portugal.

b) A abertura dos Portos às nações amigas, caracterizando o fim do Pacto Colonial.



4. (Puc-Rio) Surpreendidas pela invasão napoleônica em 1807, as duas Coroas ibéricas tiveram desdobramentos políticos diferenciados.

No caso espanhol, a captura do Rei Fernando VII por Napoleão acelerou a luta pela autonomia nas cidades e províncias de todo o Império. No caso português, a transmigração da família real para a colônia permitiu desdobramentos mais lentos ao Império luso.


Tendo em vista a conjuntura descrita acima:

Cite duas medidas tomadas pelo Príncipe Regente D. João, a partir de 1808, que tenham favorecido a manutenção do controle português sobre as províncias brasílicas e seus territórios;

resposta:
Qualquer ideia de unidade territorial e política-administrativa prévia entre as distintas províncias brasílicas, sem vínculos entre si, dependia necessariamente da submissão e obediência direta a Lisboa. Tal situação viu-se transformada quando, com a vinda da Corte para o Brasil, a unidade do ponto de vista político-administrativo foi transferida de Lisboa para a nova sede da colônia, no Rio de Janeiro.
Assim, o candidato poderá citar quaisquer medidas que tenham contribuído, direta ou indiretamente, para fortalecer essa tentativa de manter as províncias e seus territórios unidos sob o domínio português no Brasil. Por exemplo:
- a transferência para a nova capital das Secretarias de Estado (Conselho do Estado, Mesas do Desembargo do paço e da Consciência e Ordens, Conselho Supremo Militar e Conselho da Fazenda);
- a abertura dos portos às nações amigas. 
- a revogação do Alvará de 1785 que proibia a instalação de manufaturas no Brasil;
- a criação do banco do Brasil e a instalação da Junta de Comércio;
- a elevação do Brasil em 1815 à condição de Reino Unido a Portugal e Algarve;
- a criação da imprensa régia;
- a transformação da cidade do Rio de Janeiro em sede da Corte;
- as práticas de concessão de terras e títulos de nobreza; e,
- Tratados de 1810 com a Inglaterra.
Mais diretamente ligados à ideia da expansão territorial, o candidato poderá citar:
- a invasão de Caiena (Guiana Francesa), em 1809, mantendo-a sob domínio português até 1815;
- a invasão da região do Rio da Prata, em 1811 pela primeira vez e depois em 1816, quando foi anexada a Banda Oriental (atual Uruguai), com o nome de Província Cisplatina.


5. (PUC-Rio) A imagem a seguir, do pintor Jean Baptiste Debret, intitulada "Um funcionário do governo sai a passeio com a família", constitui um registro do cotidiano daqueles que habitavam o Rio de Janeiro no tempo do governo joanino (1808-1821).

  


A partir da observação da gravura e de seus conhecimentos sobre o período: 

a) APRESENTE dois elementos que identificam a posição dos diferentes grupos sociais na hierarquia da sociedade da época. JUSTIFIQUE.   


b) EXPLIQUE por que durante o governo de D. João VI o Rio de Janeiro passou a ser identificado como "nova Lisboa". 


resposta:  

a) O pai (branco) à frente dos demais membros da família simboliza a autoridade e o poder dos homens sobre as mulheres na sociedade da época. O lugar ocupado pela dona de casa (branca) na fila, atrás dos filhos - fossem esses meninos ou meninas - e à frente dos escravos, evidencia, respectivamente, seu papel de mãe dos filhos do marido e de administradora de um lar extenso. A mulher branca exercia, portanto, o domínio sobre os escravos e as escravas no espaço da casa. As redes de poder e hierarquia envolvendo a própria comunidade negra também são perceptíveis na imagem: os escravos(as) que aparecem com melhores vestimentas provavelmente desfrutavam uma posição vantajosa em relação aos seus pares na hierarquia social. Os pés descalços marcam a condição de escravo, diferenciando-os dos libertos e dos livres.

b) O governo de D. João VI proporcionou uma série de melhorias na cidade do Rio de Janeiro e beneficiou os grandes proprietários e comerciantes das capitanias do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais que, por estarem próximos da Corte, desfrutavam de privilégios, proteção e prestígio social. A política joanina gerou um aumento significativo dos impostos para a manutenção da Corte na cidade do Rio de Janeiro, que passou a ser identificada como "nova Lisboa", sobretudo por aqueles que habitavam as demais regiões do Brasil. Comentava-se que o Rio de Janeiro passara a sediar grupos que defendiam os interesses "portugueses" oprimindo os "brasileiros" do restante do país. Sendo assim, o domínio político da colônia passara de Lisboa para o Rio de Janeiro. A Revolução Pernambucana de 1817 constitui um exemplo de tal insatisfação.   



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