quarta-feira, 16 de setembro de 2009

O incrível exército de Brancaleone

O incrível exército de Brancaleone
Uma sátira da cavalaria medieval europeia


TÍTULO DO FILME: O INCRÍVEL EXÉRCITO DE BRANCALEONE
(Lâ lncredible Armata Brancaleone, ITA 1965)
Na Idade Média, cavaleiro lidera um pequeno e esfarrapado exército que perambula pela Europa em busca de um feudo.

DIREÇÃO: Mário Monicelli
ELENCO: Vittorio Gassman, Gian Maria Volonté, Catherine Spaak,
90min, Look Filmes.

SINOPSE:

O Exército de Brancaleone é considerado um clássico italiano, que retrata os costumes da cavalaria medieval através da comédia satírica. Na Itália recebeu prêmio de melhor fotografia, melhor figurino e melhor trilha sonora. É um filme inspirado em Dom Quixote, do espanhol Miguel de Cervantes. No enredo Brancaleone e seus homens enfrentam perigos como a peste negra, os sarracenos, os bizantinos e bárbaros, focalizando temas como as relações sociais do feudalismo e o poder da Igreja Católica. O contexto histórico é a Baixa Idade Média, época da crise do sistema feudal. O filme ainda mostra o trinômio: guerra, peste e fome, que marcou o século XIV.
Demolidora e bem-humorada sátira dos costumes dos cavaleiros medievais, com primorosa reconstituição de época.




Este clássico do cinema italiano, retrata os costumes da cavalaria medieval através de uma demolidora e bem humorada sátira. A figura central é Brancaleone, um cavaleiro atrapalhado que lidera um pequeno e esfarrapado exército, perambulando pela Europa em busca de um feudo. Trata-se, como já se disse anteriormente, de uma paródia a D. Quixote de Cervantes. O filme consegue ser bastante hilário, mesmo na reconstituição dos aspectos mais avassaladores da crise do século XIV, representados pela trilogia "guerra, peste e fome", chamada "tríade do demônio". Utilizando-se sempre da sátira, o filme de Monicelli focaliza a decadência das relações sociais no mundo feudal, o poder da Igreja católica, o cisma do Oriente e a presença dos sarracenos.


Caricatura de Brancaleone, por Bira

Na Itália medieval, um grupo de maltrapilhos rouba de um cavaleiro o título de um castelo, situado no feudo de Aurocastro. Mas para se apossarem do feudo, eles necessitam de um cavaleiro: Brancaleone de Nórcia!
Brancaleone é pobre e atrapalhado, mas bem-intencionado. Durante a jornada até o local da propriedade, ele e os maltrapilhos ladrões, que o acompanham como seu "exército", passarão por diversas aventuras bizarras. Em uma delas, quando salva a donzela Matelda, Brancaleone se apaixona pela moça. Matelda, contudo, deve ser enviada a um nobre para se casar. Ela não quer o casamento e tenta convencer Brancaleone a fugir com ela. Mas o cavaleiro não quer quebrar o "código da cavalaria" e levará a moça a seu destino.É acusado de abusar da moça,e preso em uma jaula,até a morte mais com tudo seus amigos o salva, em vouta a seu rumo para o feudo de Aurocastro os sarracenos os pegam .










CONTEXTO HISTÓRICO

A Baixa Idade Média estende-se do século XI ao XIV, caracterizando a crise do feudalismo.O processo de decadência do sistema feudal tem origem nas próprias contradições inerentes a qualquer modo de produção. No século XI, com a necessidade de aumentar a produção de alimentos, os senhores feudais aumentaram a exploração sobre os servos, que iniciaram uma série de revoltas e fugas, agravando a crise já existente.As cruzadas entre os séculos XI e XIII representaram um outro revés para o feudalismo, já que Jerusalém não foi reconquistada pelos cristãos e o cristianismo não foi reunificado, com as igrejas Católica Romana e Ortodoxa permanecendo separadas. A reabertura da navegação no Mediterrâneo entre Oriente e Ocidente (principal desdobramento das Cruzadas), resultou no crescimento de relações econômicas mais dinâmicas, representadas pelo Renascimento Comercial e Urbano.O trinômio "guerra, peste e fome", que marcou o século XIV, afetou tanto o feudalismo decadente, como o capitalismo nascente. A Guerra dos Cem Anos (1337-1453) entre França e Inglaterra devastou várias regiões da Europa, enquanto que a "peste negra" eliminou cerca de 1/3 da população européia. A destruição dos campos, devastando plantações e rebanhos, trouxe a fome e a morte.Nesse contexto de transição do feudalismo para o capitalismo (passagem da Idade Média para Moderna), além do desenvolvimento do comércio monetário, notamos transformações sociais, com a projeção da burguesia, políticas com a formação das monarquias nacionais, culturais com o antropocentrismo e racionalismo renascentistas, e até religiosas com a Reforma Protestante e a Contra Reforma. Nota-se ainda, o início do processo de expansão ultramarina, que abrirá os horizontes comerciais para os Estados europeus fortalecendo tanto a burguesia como os monarcas absolutistas.

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