quarta-feira, 20 de junho de 2012

Roteiro de estudo: Expansão marítima

Confira um roteiro de estudo sobre a expansão marítima


Lista de exercícios sobre a expansão marítima
1. (Unicamp) Podemos dizer que a idéia de globalização é mais antiga do que imaginamos. Alguns acreditam que sua origem remonta a uma Bula Papal, de 1493, que pela primeira vez empregou a palavra descobrimento. Por este documento, a Europa adquiria o direito de converter à sua religião os povos do mundo e se apropriar das terras por ela descobertas. Evidentemente, trata-se de uma idéia unilateral e unidimensional de globalização: foram desconsideradas, quando não aniquiladas, as diferenças culturais e sociais.

(Adaptado de Eduardo Subirats, O MUNDO, TODO E UNO)


a) Quais os países europeus que desencadearam essa globalização?
b) Por que o autor considera unilateral essa globalização?
c) De acordo com o enunciado, qual o significado de descobrimento para os europeus? Por que, hoje, eles são contestados?


resposta:

a) Portugal e Espanha, inicialmente.
b) Porque, para ele, envolve uma relação desigual de domínio cultural.
c) O achado de novos territórios passíveis de apropriação. Tal ideia revela uma perspectiva etnocêntrica, pois desconsidera o ponto de vista das populações nativas, que, aqui, desevolviam uma cultura própria.

 2. Leia o texto e responda às questões a seguir.
 
Do outro lado do Mar Tenebroso águas fervilhantes, ares envenenados, animais fantásticos e canibais monstruosos espreitavam a imaginação dos que desciam o
Atlântico em direção ao sul.
 Quando o navegador da Ordem de Cristo Gil Eanes passou o Cabo Bojador, um pouco ao sul das ilhas Canárias, em 1434, mais do que realizar um avanço náutico, estava desmontando uma mitologia milenar. Acreditava-se que depois do cabo, localizado no
que é hoje o Saara Ocidental, começava o Mar Tenebroso, onde a água fumegava sob o sol, imensas serpentes comeriam os desgraçados que caíssem no oceano, o ar seria envenenado, os brancos virariam pretos, haveria cobras com rostos humanos, gigantes, dragões e canibais com a cabeça no ventre.
 O estrondo das ondas nos penhascos do litoral, que podia ser ouvido a quilômetros de distância, as correntes fortíssimas e as névoas de areia reforçavam o pânico dos pilotos. Quando finalmente reuniu coragem e viu que do outro lado não havia nada de especial,
Eanes abriu o caminho para o sul.
 "Super Interessante", fevereiro de 1998, p.39.


a) Segundo o texto, que conhecimentos os europeus tinham, especialmente, sobre o Oceano Atlântico?

b) O que os levou a se aventurar pelos mares a partir do século XV?
resposta:

a) Imaginavam se tratar de um mar tenebroso, repleto de perigos, animais imensos, seres fantásticos e aspectos sobrenaturais, de modo que era muito arriscado o navegar.
b) A necessidade de buscar novas rotas marítimas rumo ao Oriente, o domínio de novas técnicas navais, o desejo de conquistar novas terras, a busca por novas fontes de riqueza, a intenção de expandir o cristianismo, etc.

3. Leia o texto a seguir e responda às questões propostas. 
 
Se o tempo permitir, logo partirei a circular esta ilha até conseguir falar com o cacique e ver se posso obter dele ouro que ouço dizer que usam, e depois partir para outra ilha vastíssima, que acho que deve ser Cipango [...], para entregar as cartas de Vossas Majestades ao Grande Cã, pedir resposta e regressar com ela.

Cristóvão Colombo, 21 de outubro de 1492. In: Diários da descoberta da América. Porto Alegre: L&PM, 1991, p. 65.

a) Aonde Colombo pensava estar chegando?
b) Por meio de que leituras ele chegou a essa conclusão?
c) Comente as descrições de viagens fantásticas e a busca do paraíso terrestre pelos europeus.


resposta:
a) Na ilha de Cipango, ou seja, o Japão.
b) Pela referência ao grande Cã, além de mapas, como o de Toscanelli, Colombo teria lido livros de viagens, como o Livro das maravilhas, de Marco Polo.
c) Lendas e descrições de viagens fantásticas encantavam os navegadores europeus, aguçando o desejo de encontrar reinos semelhantes a um paraíso terrestre. O relato das riquezas e do exotismo da Ásia despertou a atenção dos europeus nos séculos XIV e XV.

4. (Unicamp) Herói ou vilão, Colombo simboliza a conquista. 
(Folha de S. Paulo, 12/10/91)

a) Por que Colombo é tratado como herói ou vilão?
b) Por que ele é símbolo da conquista?

 resposta:
a) Para os europeus, Colombo é considerado herói porque descobriu a América e deu início ao processo colonizador espanhol. Já pros ameríndios, pode ser considerado um vilão, porque deu início ao processo de destruição e aculturação dos povos americanos. 
b) Ele foi considera símbolo da conquista por ser um navegador, explorador de novos territórios.

5. (Unicamp) O recente episódio das eleições livres no Timor Leste oficializou a independência daquele território após longo processo de dominação; seus primórdios situam-se no século XVI e coincidem com as primeiras viagens marítimas dos europeus ao Oriente.
a) Qual a nacionalidade dos europeus que chegaram pioneiramente no arquipélago onde hoje se situa o Timor Leste e qual o episódio histórico relacionado a esse empreendimento?
b) Cite duas razões para o interesse dos europeus pelo Oriente, no século XVI.
c) Que semelhança há entre a formação histórica de Timor Leste e a do Brasil?


resposta:
a) A resposta correta deveria mencionar que os primeiros europeus que contataram e se estabeleceram no arquipélago da Indonésia (onde se situa o Timor Leste) foram os portugueses. E que a descoberta daquele território pelos navegadores portugueses integrou os episódios dos “grandes descobrimentos” europeus ocorridos durante os séculos XV e início do XVI. A propósito da designação dos “grandes descobrimentos” também poderiam ser indicadas outras expressões geralmente utilizadas para nomeá-los: as grandes navegações; a expansão marítima; a descoberta do caminho para as Índias realizada por Vasco da Gama.
b) A resposta deste item, cobrou duas razões que estiveram na origem do interesse dos europeus em geral e dos portugueses em particular, por possessões no Oriente. Elas poderiam ser escolhidas dentre as seguintes colocações: o domínio de rotas comerciais até então sob controle dos árabes e venezianos; a busca de produtos valorizados pelo comércio europeu (a exemplo das especiarias, tecidos finos, porcelanas); a necessidade de ouro e metais amoedáveis necessários ao incremento do comércio; a procura de investimentos para a burguesia mercantil européia; o domínio de monopólios; a conquista de territórios adequados à formação de entrepostos ou colônias;  a expansão do catolicismo; e a descoberta de novas rotas.
c) Uma vez constatada a nacionalidade portuguesa dos descobridores e colonizadores do Timor Leste e o relacionamento deste episódio com os grandes descobrimentos, este item solicitou do candidato a identificação de uma semelhança entre aquele empreendimento e a formação histórica do Brasil. Esperava-se então que ele lembrasse das seguintes aproximações: que ambos os territórios foram incorporados ao império português durante a expansão ultramarina do final do XV e início do XVI; ou que se tornaram colônias portuguesas fornecedoras de produtos para o comércio europeu; ou ainda que em ambos os territórios constituíram-se sociedades mestiças que integraram nativos, brancos e negros; ou que se tornaram sociedades que partilham uma mesma cultura, em especial a língua, e uma herança colonial  representada pela situação de  subdesenvolvimento.
7. (ENEM)


 Tirinha do Hagar sobre navegantes

 
De acordo com a história em quadrinhos protagonizada por Hagar e seu filho Hamlet, pode-se afirmar que a postura de Hagar

a) valoriza a existência da diversidade social e de culturas, e as várias representações e explicações desse universo.
b) desvaloriza a existência da diversidade social e as várias culturas, e determina uma única explicação para esse universo.
c) valoriza a possibilidade de explicar as sociedades e as culturas a partir de várias visões de mundo.
d) valoriza a pluralidade cultural e social ao aproximar a visão de mundo de navegantes e não-navegantes.
e) desvaloriza a pluralidade cultural e social, ao considerar o mundo habitado apenas pelos navegantes.


resposta:[B] 
 
A postura exclusivista e limitada de Hagar fica clara na alternativa B; todas as demais citam palavras como "pluralidade" e "diversidade", que são incompatíveis com uma visão de mundo em que só existiriam dois tipos de pessoas. Embora a última alternativa afirme corretamente que Hagar desvaloriza essa pluralidade, falha ao atribuir-lhe falsamente a afirmação de que apenas navegantes habitam o mundo.

 8. (Unicamp) Como defensor dos índios e denunciante das atrocidades dos conquistadores, frei Bartolomé de Las Casasdesenvolveu a imagem da “destruição das Índias”, que era produto da preocupação do frade com o futuro da sociedade que se organizava: a nova sociedade começava distorcida, prenhe de desequilíbrios e de injustiças, carente dos mais elementares direitos. Com exceção de Las Casas, no século XVI prevaleceu a visão otimista da conquista:  acreditava-se que a nova sociedade era inteiramente benéfica para os aborígenes, pois se partia da premissa de que a civilização européia era superior à civilização americana. O importante era o resultado final, a propagação de valores cristãos e a organização de uma sociedade alicerçada nesses valores.
(Adaptado de Hector Hernán Bruit, Bartolomé de Las Casas e a simulação dos vencidos: ensaio sobre a conquista hispânica da América. Campinas: Editora da Unicamp; São Paulo: Iluminuras, 1995, p. 17, 55.)  

a)  A partir do texto, identifique duas visões opostas sobre a conquista da América, presentes no século XVI.
b)  Cite dois exemplos de mobilização política das populações indígenas na América Latina contemporânea.
resposta:
a) A partir da leitura do texto, o candidato deveria perceber duas visões opostas a respeito da conquista da América presentes no século XVI: de um lado, uma visão que se caracterizava pela denúncia do desequilíbrio, da injustiça e da ausência de direitos na sociedade que se organizava naquele período. De outro lado, uma visão otimista, que defendia que aquela sociedade era benéfica para os indígenas, uma vez que a civilização européia era superior às civilizações americanas encontradas pelo colonizador.
b) São numerosos os exemplos que poderiam ser citados; dentre eles, os mais conhecidos são: o movimento zapatista de Chiapas, no México, e o movimento dos cocaleros da Bolívia, do qual emergiu o atual presidente Evo Morales. 


9. (ENEM) Michel Eyquem de Montaigne (1533-1592) compara, nos trechos, as guerras das sociedades Tupinambá com as chamadas “guerras de religião” dos franceses que, na segunda metade do século XVI, opunham católicos e protestantes.

“(…) não vejo nada de bárbaro ou selvagem no que dizem daqueles povos; e, na verdade, cada qual considera bárbaro o que não se pratica em sua terra. (…) Não me parece excessivo julgar bárbaros tais atos de crueldade [o canibalismo] , mas que o fato de condenar tais defeitos não nos leve à cegueira acerca dos nossos. Estimo que é mais bárbaro comer um homem vivo do que o comer depois de morto; e é pior esquartejar um homem entre suplícios e tormentos e o queimar aos poucos, ou entregá-lo a cães e porcos, a pretexto de devoção e fé, como não somente o lemos mas vimos ocorrer entre vizinhos nossos conterrâneos; e isso em verdade é bem mais grave do que assar e comer um homem previamente executado. (…) Podemos portanto qualificar esses povos como bárbaros em dando apenas ouvidos à inteligência, mas nunca se compararmos a nós mesmos, que os excedemos em toda sorte de barbaridades.”
(MONTAIGNE, Michel Eyquem de, Ensaios, São Paulo: Nova Cultural, 1984).

De acordo com o texto, pode-se afirmar que, para Montaigne,

a) a idéia de relativismo cultural baseia-se na hipótese da origem única do gênero humano e da sua religião.
b) a diferenças de costumes não constitui um critério válido para julgar as diferentes sociedades.
c) os indígenas são mais bárbaros do que os europeus, pois não conhecem a virtude cristã da piedade.
d) a barbárie é um comportamento social que pressupõe a ausência de uma cultura civilizada e racional.
e) a ingenuidade dos indígenas equivale à racionalidade dos europeus, o que explica que os seus costumes são similares.


resposta:[B]

Comentários: Apesar de ser uma questão de Relativismo Cultural, a letra A está incorreta por dar um falso conceito do mesmo. É o que, no post como resolver questões objetivas, eu chamo de “pegadinha”. Relativismo Cultural é um termo da antropologia, e está relacionado à necessidade de analisar uma cultura sob o ponto de vista dela mesma. Neste sentido, as características culturais de um povo devem ser respeitadas, uma vez que não existe superioridade de uma cultura sobre outra, apenas diferenças.


2 comentários:

  1. Muito obrigado adorei as questões,estou iniciando minha jornada peo mundo da educação ,sua página me ajudou muito.

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  2. Muito obrigado adorei as questões,estou iniciando minha jornada peo mundo da educação ,sua página me ajudou muito.

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