Confira um roteiro de estudo sobre a expansão marítima
Expansão Marítima
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Lista de exercícios sobre a expansão marítima
1. (Unicamp) Podemos dizer que a
idéia de globalização é mais antiga do que imaginamos. Alguns acreditam que sua
origem remonta a uma Bula Papal, de 1493, que pela primeira vez empregou a
palavra descobrimento. Por este documento, a Europa adquiria o direito de
converter à sua religião os povos do mundo e se apropriar das terras por ela
descobertas. Evidentemente, trata-se de uma idéia unilateral e unidimensional
de globalização: foram desconsideradas, quando não aniquiladas, as diferenças
culturais e sociais.
(Adaptado de Eduardo
Subirats, O MUNDO, TODO E UNO)
a) Quais os países europeus que
desencadearam essa globalização?
b) Por que o autor considera
unilateral essa globalização?
c) De acordo com o enunciado, qual
o significado de descobrimento para os europeus? Por que, hoje, eles são
contestados?
resposta:
a) Portugal e Espanha, inicialmente.
b) Porque, para ele, envolve uma relação desigual de domínio cultural.
c) O achado de novos territórios passíveis de apropriação. Tal ideia revela uma perspectiva etnocêntrica, pois desconsidera o ponto de vista das populações nativas, que, aqui, desevolviam uma cultura própria.
2. Leia o texto e responda às questões a seguir.
Do outro lado do Mar Tenebroso águas
fervilhantes, ares envenenados, animais fantásticos e canibais monstruosos
espreitavam a imaginação dos que desciam o
Atlântico em direção ao sul.
Quando o navegador da Ordem de Cristo Gil
Eanes passou o Cabo Bojador, um pouco ao sul das ilhas Canárias, em 1434, mais
do que realizar um avanço náutico, estava desmontando uma mitologia milenar. Acreditava-se
que depois do cabo, localizado no
que é hoje o Saara Ocidental, começava
o Mar Tenebroso, onde a água fumegava sob o sol, imensas serpentes comeriam
os desgraçados que caíssem no oceano, o ar seria envenenado, os brancos
virariam pretos, haveria cobras com rostos humanos, gigantes, dragões e
canibais com a cabeça no ventre.
O estrondo das ondas nos penhascos do
litoral, que podia ser ouvido a quilômetros de distância, as correntes
fortíssimas e as névoas de areia reforçavam o pânico dos pilotos. Quando
finalmente reuniu coragem e viu que do outro lado não havia nada de especial,
Eanes abriu o caminho para o
sul.
"Super Interessante", fevereiro de
1998, p.39.
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a) Segundo o texto, que conhecimentos os europeus tinham, especialmente, sobre o Oceano Atlântico?
b) O que os levou a se aventurar pelos mares a partir do século XV?
resposta:
a) Imaginavam se tratar de um mar tenebroso, repleto de perigos, animais imensos, seres fantásticos e aspectos sobrenaturais, de modo que era muito arriscado o navegar.
b) A necessidade de buscar novas rotas marítimas rumo ao Oriente, o domínio de novas técnicas navais, o desejo de conquistar novas terras, a busca por novas fontes de riqueza, a intenção de expandir o cristianismo, etc.
3. Leia o texto a seguir e responda às questões propostas.
Se o tempo permitir, logo
partirei a circular esta ilha até conseguir falar com o cacique e ver se
posso obter dele ouro que ouço dizer que usam, e depois partir para outra
ilha vastíssima, que acho que deve ser Cipango [...], para entregar as cartas
de Vossas Majestades ao Grande Cã, pedir resposta e regressar com ela.
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Cristóvão Colombo, 21 de outubro de 1492. In: Diários da descoberta da América. Porto Alegre: L&PM, 1991, p. 65.
a) Aonde Colombo pensava estar chegando?
b) Por meio de que leituras ele chegou a essa conclusão?
c) Comente as descrições de viagens fantásticas e a busca do paraíso terrestre pelos europeus.
resposta:
a) Na ilha de Cipango, ou seja, o Japão.
b) Pela referência ao grande Cã, além de mapas, como o de Toscanelli, Colombo teria lido livros de viagens, como o Livro das maravilhas, de Marco Polo.
c) Lendas e descrições de viagens fantásticas encantavam os navegadores europeus, aguçando o desejo de encontrar reinos semelhantes a um paraíso terrestre. O relato das riquezas e do exotismo da Ásia despertou a atenção dos europeus nos séculos XIV e XV.
4. (Unicamp) Herói ou vilão,
Colombo simboliza a conquista.
(Folha de S. Paulo, 12/10/91)
a) Por que Colombo é tratado como
herói ou vilão?
b) Por que ele é símbolo da
conquista?
resposta:
a) Para os europeus, Colombo é
considerado herói porque descobriu a América e deu início ao processo
colonizador espanhol. Já pros ameríndios, pode ser considerado um vilão, porque
deu início ao processo de destruição e aculturação dos povos americanos.
b) Ele
foi considera símbolo da conquista por ser um navegador, explorador de novos
territórios.
5. (Unicamp) O recente episódio das
eleições livres no Timor Leste oficializou a independência daquele território
após longo processo de dominação; seus primórdios situam-se no século XVI e
coincidem com as primeiras viagens marítimas dos europeus ao Oriente.
a) Qual a nacionalidade dos
europeus que chegaram pioneiramente no arquipélago onde hoje se situa o Timor
Leste e qual o episódio histórico relacionado a esse empreendimento?
b) Cite duas razões para o
interesse dos europeus pelo Oriente, no século XVI.
c) Que semelhança há entre a
formação histórica de Timor Leste e a do Brasil?
resposta:
a) A resposta correta deveria
mencionar que os primeiros europeus que contataram e se estabeleceram no
arquipélago da Indonésia (onde se situa o Timor Leste) foram os portugueses. E
que a descoberta daquele território pelos navegadores portugueses integrou os
episódios dos “grandes descobrimentos” europeus ocorridos durante os séculos XV
e início do XVI. A propósito da designação dos “grandes descobrimentos” também
poderiam ser indicadas outras expressões geralmente utilizadas para nomeá-los: as
grandes navegações; a expansão marítima; a descoberta do caminho para as Índias
realizada por Vasco da Gama.
b) A resposta deste item, cobrou
duas razões que estiveram na origem do interesse dos europeus em geral e dos portugueses
em particular, por possessões no Oriente. Elas poderiam ser escolhidas dentre
as seguintes colocações: o domínio de rotas comerciais até então sob controle
dos árabes e venezianos; a busca de produtos valorizados pelo comércio europeu (a
exemplo das especiarias, tecidos finos, porcelanas); a necessidade de ouro e
metais amoedáveis necessários ao incremento do comércio; a procura de
investimentos para a burguesia mercantil européia; o domínio de monopólios; a
conquista de territórios adequados à formação de entrepostos ou colônias; a expansão do catolicismo; e a
descoberta de novas rotas.
c) Uma vez constatada a
nacionalidade portuguesa dos descobridores e colonizadores do Timor Leste e o
relacionamento deste episódio com os grandes descobrimentos, este item
solicitou do candidato a identificação de uma semelhança entre aquele
empreendimento e a formação histórica do Brasil. Esperava-se então que ele
lembrasse das seguintes aproximações: que ambos os territórios foram
incorporados ao império português durante a expansão ultramarina do final do XV
e início do XVI; ou que se tornaram colônias portuguesas fornecedoras de
produtos para o comércio europeu; ou ainda que em ambos os territórios
constituíram-se sociedades mestiças que integraram nativos, brancos e negros; ou
que se tornaram sociedades que partilham uma mesma cultura, em especial a língua,
e uma herança colonial representada pela
situação de subdesenvolvimento.
7. (ENEM)
De acordo com a história em
quadrinhos protagonizada por Hagar e seu filho Hamlet, pode-se afirmar que a
postura de Hagar
a) valoriza a existência da
diversidade social e de culturas, e as várias representações e explicações
desse universo.
b) desvaloriza a existência da
diversidade social e as várias culturas, e determina uma única explicação para
esse universo.
c) valoriza a possibilidade de
explicar as sociedades e as culturas a partir de várias visões de mundo.
d) valoriza a pluralidade
cultural e social ao aproximar a visão de mundo de navegantes e não-navegantes.
e) desvaloriza a pluralidade
cultural e social, ao considerar o mundo habitado apenas pelos navegantes.
resposta:[B]
A postura exclusivista e limitada
de Hagar fica clara na alternativa B; todas as demais citam palavras como "pluralidade"
e "diversidade", que são incompatíveis com uma visão de mundo em que
só existiriam dois tipos de pessoas. Embora a última alternativa afirme
corretamente que Hagar desvaloriza essa pluralidade, falha ao atribuir-lhe
falsamente a afirmação de que apenas navegantes habitam o mundo.
8. (Unicamp) Como defensor dos índios e denunciante das atrocidades dos conquistadores, frei Bartolomé de Las Casasdesenvolveu a imagem da “destruição das Índias”, que era produto da preocupação do frade com o futuro da sociedade que se organizava: a nova sociedade começava distorcida, prenhe de desequilíbrios e de injustiças, carente dos mais elementares direitos. Com exceção de Las Casas, no século XVI prevaleceu a visão otimista da conquista: acreditava-se que a nova sociedade era inteiramente benéfica para os aborígenes, pois se partia da premissa de que a civilização européia era superior à civilização americana. O importante era o resultado final, a propagação de valores cristãos e a organização de uma sociedade alicerçada nesses valores.
(Adaptado de Hector Hernán Bruit, Bartolomé de Las Casas e a simulação dos vencidos: ensaio sobre a conquista hispânica da América. Campinas: Editora da Unicamp; São Paulo: Iluminuras, 1995, p. 17, 55.)
(Adaptado de Hector Hernán Bruit, Bartolomé de Las Casas e a simulação dos vencidos: ensaio sobre a conquista hispânica da América. Campinas: Editora da Unicamp; São Paulo: Iluminuras, 1995, p. 17, 55.)
a) A partir do texto, identifique duas visões opostas sobre a conquista da América, presentes no século XVI.
b) Cite dois exemplos de mobilização política das populações indígenas na América Latina contemporânea.
b) Cite dois exemplos de mobilização política das populações indígenas na América Latina contemporânea.
resposta:
a) A partir da leitura do texto, o candidato deveria perceber duas visões opostas a respeito da conquista da América presentes no século XVI: de um lado, uma visão que se caracterizava pela denúncia do desequilíbrio, da injustiça e da ausência de direitos na sociedade que se organizava naquele período. De outro lado, uma visão otimista, que defendia que aquela sociedade era benéfica para os indígenas, uma vez que a civilização européia era superior às civilizações americanas encontradas pelo colonizador.
b) São numerosos os exemplos que poderiam ser citados; dentre eles, os mais conhecidos são: o movimento zapatista de Chiapas, no México, e o movimento dos cocaleros da Bolívia, do qual emergiu o atual presidente Evo Morales.
b) São numerosos os exemplos que poderiam ser citados; dentre eles, os mais conhecidos são: o movimento zapatista de Chiapas, no México, e o movimento dos cocaleros da Bolívia, do qual emergiu o atual presidente Evo Morales.
9. (ENEM) Michel Eyquem de Montaigne (1533-1592)
compara, nos trechos, as guerras das sociedades Tupinambá com as chamadas
“guerras de religião” dos franceses que, na segunda metade do século XVI, opunham
católicos e protestantes.
“(…) não vejo nada de bárbaro ou
selvagem no que dizem daqueles povos; e, na verdade, cada qual considera
bárbaro o que não se pratica em sua terra. (…) Não me parece excessivo julgar
bárbaros tais atos de crueldade [o canibalismo] , mas que o fato de condenar
tais defeitos não nos leve à cegueira acerca dos nossos. Estimo que é mais
bárbaro comer um homem vivo do que o comer depois de morto; e é pior
esquartejar um homem entre suplícios e tormentos e o queimar aos poucos, ou
entregá-lo a cães e porcos, a pretexto de devoção e fé, como não somente o
lemos mas vimos ocorrer entre vizinhos nossos conterrâneos; e isso em verdade é
bem mais grave do que assar e comer um homem previamente executado. (…) Podemos
portanto qualificar esses povos como bárbaros em dando apenas ouvidos à
inteligência, mas nunca se compararmos a nós mesmos, que os excedemos em toda
sorte de barbaridades.”
(MONTAIGNE, Michel Eyquem de, Ensaios,
São Paulo: Nova Cultural, 1984).
De acordo com o texto, pode-se
afirmar que, para Montaigne,
a) a idéia de relativismo
cultural baseia-se na hipótese da origem única do gênero humano e da sua
religião.
b) a diferenças de costumes não
constitui um critério válido para julgar as diferentes sociedades.
c) os indígenas são mais bárbaros
do que os europeus, pois não conhecem a virtude cristã da piedade.
d) a barbárie é um comportamento
social que pressupõe a ausência de uma cultura civilizada e racional.
e) a ingenuidade dos indígenas
equivale à racionalidade dos europeus, o que explica que os seus costumes são
similares.
resposta:[B]
Comentários: Apesar de ser uma
questão de Relativismo Cultural, a letra A está incorreta por dar um falso
conceito do mesmo. É o que, no post como resolver questões objetivas, eu chamo
de “pegadinha”. Relativismo Cultural é um termo da antropologia, e está
relacionado à necessidade de analisar uma cultura sob o ponto de vista dela
mesma. Neste sentido, as características culturais de um povo devem ser
respeitadas, uma vez que não existe superioridade de uma cultura sobre outra, apenas
diferenças.
Muito obrigado adorei as questões,estou iniciando minha jornada peo mundo da educação ,sua página me ajudou muito.
ResponderExcluirMuito obrigado adorei as questões,estou iniciando minha jornada peo mundo da educação ,sua página me ajudou muito.
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