Roteiro de estudo: As revoltas da República Velha
Lista de exercícios sobre as revoltas da República Velha
1. (Ufpr 2011) Os movimentos messiânicos brasileiros, como
Canudos e Contestado, ocorreram entre o final do século XIX e início do XX. Sobre
esses movimentos, considere as seguintes afirmativas:
1. Foram movimentos de
resistência social, liderados pelos anarquistas de origem italiana.
2. Foram movimentos baseados na
religiosidade popular, como reação à laicização do estado brasileiro imposta
pela proclamação da República.
3. Foram movimentos religiosos
liderados pela Igreja Católica, contrária às reformas políticas do estado
brasileiro.
4. Foram movimentos relacionados
à disputa pelo poder local e à luta pela terra, acirrados pelas reformas
impostas pelo regime republicano.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas 1, 2 e 4
são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas 1 e 3
são verdadeiras.
c) Somente a afirmativa 3 é
verdadeira.
d) Somente as afirmativas 2 e 4
são verdadeiras.
e) Somente a afirmativa 4 é
verdadeira.
Resposta:[D]
Foram movimentos de sertanejos
pobres e explorados, marcados pela situação de ignorância e de forte misticismo.
Como seus líderes eram homens comuns, de origem popular e congregaram centenas
e milhares de adeptos, foram estigmatizados e perseguidos pela Igreja Católica.
Os dois movimentos, apesar da distancia no tempo entre eles, contestaram de
alguma forma o governo e as instituições republicanas.
2. (Unesp 2008) Observe a fotografia dos habitantes de Canudos aprisionados pelas tropas federais em 1897.
Caracterize as circunstâncias sociais da formação do arraial
de Canudos e o contexto histórico de sua destruição.
Resolução
O contexto sócio-econômico da
Guerra de Canudos é o de marginalização da população sertaneja, isolada
geograficamente e socialmente, a mercê do poder dos grandes latifundiários e
ignorada pelo regime recém instalado. Liderados por Antônio Conselheiro, os
sertanejos de Canudos tentaram manter um modo de vida solidário e alternativo
em pleno sertão baiano.
Considerados perigosos por
propagar supostas propostas de restauração monárquica, acusados de fanáticos, loucos
e até de “comunistas”, os revoltosos foram combatidos por quatro expedições do
Exército até a destruição completa do arraial em 1897.
3. (G1
- ifce 2011) A Revolta de Canudos (1893-1897)
se insere no contexto das lutas populares da República Velha e se caracteriza
como movimento messiânico. Melhor caracteriza esta revolta:
a)
movimento de rebeldia social que, sob o comando do cangaceiro Virgulino
Ferreira – o Lampião – lutava contra a opressão da vida nordestina.
b)
liderada por José Maria, cujo nome verdadeiro era Miguel Lucena Boaventura, reuniu
mais de 20 mil sertanejos e fundou com eles alguns povoados, a chamada
“Monarquia Celeste”.
c)
ocorrida no governo do presidente Rodrigues Alves, no Rio de Janeiro, contra as
péssimas condições de vida da população pobre, como epidemias, pobreza e
desemprego.
d)
movimento liderado por Antônio Conselheiro (Antônio Mendes Maciel), que fundou,
no sertão da Bahia, uma comunidade que congregava ex-escravos, sertanejos sem
terra, gente perseguida pelos coronéis ou pela polícia.
e)
reuniu 2 mil marujos da Marinha brasileira, sob a liderança de João Cândido, que
reivindicavam o fim dos castigos físicos, da má alimentação e dos baixos soldos
(salários).
Resposta:[D]
Movimento
messiânico, ou sebastianista, deu origem a uma comunidade independente, que não
aceitava as estruturas políticas-republicanas e contestava a autoridade da
Igreja Católica. Ao longo de anos, as pregações do beato, conhecido como
Antônio Conselheiro, atraiu milhares de sertanejos pobres, vítimas da seca, da
concentração fundiária e da violência dos coronéis.
4. (Ufg 2010) Analise a imagem e leia o fragmento a seguir.
Protesto
contra a perseguição que se está fazendo à gente de Antônio Conselheiro […] Não
se lhe conhecem discursos. Diz-se que tem consigo milhares de fanáticos […] Se
na última batalha é certo haverem morrido novecentos deles e o resto não se
desapega de tal apóstolo, é que algum vínculo moral e fortíssimo os prende até
a morte. Que vínculo é este?
ASSIS, Machado
de. Jornal Gazeta de Notícias, 31 jan. 1897. In: ASSIS, Machado de, 1839-1908. Obra
Completa. Organização de Aluízio Leite Neto, Ana Lima Cecílio e Heloísa
Jahn. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2008. p. 1365-1366. V. 2.
A figura de Antônio Conselheiro está
associada à Guerra de Canudos (1893-1897). Quatro expedições militares foram
necessárias para destruir a comunidade de Belo Monte, na Bahia.
Considerando o contexto das primeiras
décadas republicanas, explique
a) as críticas presentes na charge e no
texto de Machado de Assis;
b) o interesse do governo republicano em
disseminar uma imagem negativa sobre a comunidade liderada por Antônio
Conselheiro.
Resposta:
a) Na charge, há um jogo de palavras. A ironia de que Antônio Conselheiro “estaria pintando o diabo” estabelece uma relação com a religiosidade popular, que encara o diabo como a representação do mal. Nesse sentido, a crítica relaciona-se à demonização de Antônio Conselheiro, disseminada durante o período republicano, quando sua figura passa a ser associada ao Monarquismo e ao fanatismo religioso. Ao mesmo tempo, há a indicação de um líder resistente, que “está dando o que fazer” e “pintando o diabo”. No fragmento de Machado de Assis, a referência ao desconhecimento do discurso dos amotinados de Canudos indica que, na realidade, há indiferença quanto aos princípios que mobilizam os seguidores de Conselheiro. Ainda, quando faz tal crítica, Machado sugere que é preciso algo mais do que apenas adjetivar os seguidores de Conselheiro como fanáticos, propondo, então, uma reflexão sobre o vínculo estabelecido entre o Conselheiro e seus seguidores – vínculo, segundo ele, “moral e fortíssimo”.
a) Na charge, há um jogo de palavras. A ironia de que Antônio Conselheiro “estaria pintando o diabo” estabelece uma relação com a religiosidade popular, que encara o diabo como a representação do mal. Nesse sentido, a crítica relaciona-se à demonização de Antônio Conselheiro, disseminada durante o período republicano, quando sua figura passa a ser associada ao Monarquismo e ao fanatismo religioso. Ao mesmo tempo, há a indicação de um líder resistente, que “está dando o que fazer” e “pintando o diabo”. No fragmento de Machado de Assis, a referência ao desconhecimento do discurso dos amotinados de Canudos indica que, na realidade, há indiferença quanto aos princípios que mobilizam os seguidores de Conselheiro. Ainda, quando faz tal crítica, Machado sugere que é preciso algo mais do que apenas adjetivar os seguidores de Conselheiro como fanáticos, propondo, então, uma reflexão sobre o vínculo estabelecido entre o Conselheiro e seus seguidores – vínculo, segundo ele, “moral e fortíssimo”.
b) Era
importante para o governo republicano disseminar uma imagem negativa da
comunidade de Canudos, visto que a resistência dessa comunidade às incursões
militares associava a República à fraqueza político-administrativa. Esse
movimento reforçava as dificuldades vividas, no decurso das primeiras décadas
republicanas, quando assistia-se às várias mobilizações sociais no campo e na
cidade, que exigiam do governo ações pontuais para controlar os
descontentamentos. Além disso, as pregações de Antônio Conselheiro foram
vinculadas ao monarquismo por introduzirem críticas às políticas implementadas
pelo regime republicano, tais como o casamento e o registro civil, e a
separação entre Igreja e Estado.
5. (Enem 2010)
As
ruínas do povoado de Canudos, no sertão norte da Bahia, além de significativas
para a identidade cultural, dessa região, são úteis às investigações sobre a
Guerra de Canudos e o modo de vida dos antigos revoltosos.
Essas ruínas foram reconhecidas como
patrimônio cultural material pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional) porque reúnem um conjunto de
a) objetos arqueológicos e
paisagísticos.
b) acervos museológicos e
bibliográficos.
c) núcleos urbanos e
etnográficos
d) práticas e representações
de uma sociedade.
e) expressões e técnicas de uma sociedade extinta.
Resposta:[A]
A questão
permite uma dupla interpretação. O ENEM considera a alternativa “A” como
correta, pois a preocupação do Iphan foi preservar as ruínas, nas quais não se
encontram elementos bibliográficos ou técnicos e não nos permite a compreensão
de questões étnicas. No entanto, a alternativa “D” também pode ser considerada,
pois as ruínas das construções de Canudos refletem o modo de vida da população
daquela comunidade.
6. (Uerj 2011)
A Guerra de Canudos, de 1896 a 1897, foi um dos
principais conflitos que marcaram o início do período republicano no Brasil. Os
prisioneiros retratados na foto são sobreviventes dessa guerra, sertanejos
vítimas de exclusão social e política.
Os fatores responsáveis por essa exclusão,
naquele contexto, foram:
a) êxodo rural – voto de
cabresto
b) desemprego – reação
monarquista
c) crise agrícola –
sincretismo religioso
d) concentração fundiária –
coronelismo
Resposta:[D]
A Guerra de
Canudos foi um dos conflitos sociais de maior gravidade no contexto dos anos
iniciais de implantação da república no Brasil. Envolveu sertanejos pobres e um
líder religioso, Antônio Conselheiro, fundadores de uma comunidade onde as
condições de vida se diferenciavam das práticas de exclusão social e política,
então predominantes naquele momento e pouco alteradas pelo regime republicano.
Entre essas práticas, figuravam a concentração da propriedade fundiária e a exploração
do trabalhador rural, decorrentes do poder político desfrutado pelos grandes
coronéis.
7. (Enem 2010)
A
serraria construía ramais ferroviários que adentravam as grandes matas, onde
grandes locomotivas com guindastes e correntes gigantescas de mais de 100 metros arrastavam,
para as composições de trem, as toras que jaziam abatidas por equipes de
trabalhadores que anteriormente passavam pelo local. Quando o guindaste
arrastava as grandes toras em direção à composição de trem, os ervais nativos
que existiam em meio às matas eram destruídos por este deslocamento.
MACHADO P. P. Lideranças
do Contestado. Campinas: Unicamp.
2004
(adaptado).
No início do século XX, uma série de
empreendimentos capitalistas chegou à região do meio-oeste de Santa Catarina –
ferrovias, serrarias e projetos de colonização.
Os impactos sociais gerados por esse
processo estão na origem da chamada Guerra do Contestado. Entre tais impactos,
encontrava-se
a) a absorção dos
trabalhadores rurais como trabalhadores da serraria, resultando em um processo
de êxodo rural.
b) o desemprego gerado pela
introdução das novas máquinas, que diminuíam a necessidade de mão de obra.
c) a desorganização da
economia tradicional, que sustentava os posseiros e os trabalhadores rurais da
região.
d) a diminuição do poder dos
grandes coronéis da região, que passavam disputar o poder político com os novos
agentes.
e) o crescimento dos conflitos entre os operários empregados nesses empreendimentos e os seus proprietários, ligados ao capital internacional.
Resposta:[C]
A Guerra do
Contestado ocorreu no interior de Paraná e Santa Catarina e envolveu pequenos
proprietários e principalmente a população sertaneja. Do ponto de vista
econômico, a situação de pobreza da grande massa camponesa levou-os a contestar
a política do governo federal de construir uma ferrovia na região, uma vez que
todo o processo de derrubada da mata para a construção afetou a economia local,
conforme descreve o texto, “os ervais nativos (...) eram destruídos”.
Normalmente a Guerra do Contestado é apresentada apenas do ponto de vista
ideológico, destacando-se a religiosidade, o messianismo, da população local.
8. (Unesp)
"Padre Cícero, prontamente, jurou lealdade ao Papa e à Constituição
republicana do Brasil e, de imediato, recorreu aos potentados políticos do
interior, atitudes com as quais ele, mais uma vez, desviou de si a hostilidade
ambivalente do Estado e da Igreja. Desde que começara sua querela com a
hierarquia eclesiástica do Ceará, em 1891, padre Cícero, diferentemente de
Antônio Conselheiro, inúmeras vezes procurou, obteve e cultivou a proteção da
hierarquia política local".
(Ralph
Della Cava. "Milagre em Joazeiro".)
O
texto distingue a Canudos, de Antônio Conselheiro, do movimento de Joazeiro, no
Ceará, liderado pelo padre Cícero. Apesar das suas diferenças, percebe-se pelas
atitudes do padre Cícero que ele enfrentava problemas semelhantes aos
confrontados por Antônio Conselheiro no interior da Bahia. Aos olhos de parcela
das elites brasileiras da época, sobretudo litorâneas, estes movimentos
a)
resultaram da reação da população brasileira à corrupção da Igreja e ao Dogma
da Infalibilidade do Papa.
b)
tinham propósitos distintos, porque padre Cícero era membro da Igreja e Antônio
Conselheiro não era cristão.
c)
ameaçavam a hierarquia eclesiástica, a ordem social no interior do país e a
estabilidade do regime político vigente.
d)
exprimiam os ideais da civilização cristã na sua fase de maior desenvolvimento
nas sociedades americanas.
e)
eram liderados por políticos republicanos radicais, insatisfeitos com os rumos
tomados pelo governo.
resposta:[C]
9.
(Unicamp 2011) A denominação de república
oligárquica é frequentemente atribuída aos primeiros 40 anos da República no
Brasil.
Coronelismo, oligarquia e política dos
governadores fazem parte do vocabulário político necessário ao entendimento
desse período.
(Adaptado de
Maria Efigênia Lage de Resende, “O processo político na Primeira República e o
liberalismo oligárquico”, em Jorge Ferreira e Lucilia de Almeida Neves Delgado
(orgs.), O tempo do liberalismo excludente – da Proclamação da
República à Revolução de 1930. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
2006, p. 91.)
Relacionando os termos do enunciado, a
chamada “república oligárquica” pode ser explicada da seguinte maneira:
a) Os governadores
representavam as oligarquias estaduais e controlavam as eleições, realizadas
com voto aberto. Isso sustentava a República da Espada, na qual vários coronéis
governaram o país, retribuindo o apoio político dos governadores.
b) Diante das revoltas
populares do período, que ameaçavam as oligarquias estaduais, os governadores
se aliaram aos coronéis, para que chefiassem as expedições militares contra as
revoltas, garantindo a ordem, em troca de maior poder político.
c) As oligarquias estaduais se
aliavam aos coronéis, que detinham o poder político nos municípios, e estes
fraudavam as eleições. Assim, os governadores elegiam candidatos que apoiariam
o presidente da República, e este retribuía com recursos aos estados.
d) Os governadores excluídos
da política do “café com leite” se aliaram às oligarquias nordestinas, a fim de
superar São Paulo e Minas Gerais. Essas alianças favoreceram uma série de
revoltas chefiadas por coronéis, que comandavam bandos de jagunços.
Resposta:[C]
A estrutura
política estabelecida neste período baseava-se num encadeamento que envolvia as
três esferas de poder: o Municipal, Estadual e o Federal. A política do café com leite se completava
com o apoio dos governadores estaduais que, por sua vez, dependia dos coronéis
e do controle que estes exerciam sobre a população pobre através do voto de
cabresto.
10.
(Enem 2ª aplicação 2010) Para os amigos pão, para os
inimigos pau; aos amigos se faz justiça, aos inimigos aplica-se a lei.
LEAL, V. N. Coronelismo,
enxada e voto. São Paulo: Alfa Omega.
Esse discurso, típico do contexto histórico
da República Velha e usado por chefes políticos, expressa uma realidade
caracterizada
a) pela força política dos
burocratas do nascente Estado republicano, que utilizavam de suas prerrogativas
para controlar e dominar o poder nos municípios.
b) pelo controle político dos
proprietários no interior do país, que buscavam, por meio dos seus currais
eleitorais, enfraquecer a nascente burguesia brasileira.
c) pelo mandonismo das
oligarquias no interior do Brasil, que utilizavam diferentes mecanismos
assistencialistas e de favorecimento para garantir o controle dos votos.
d) pelo domínio político de
grupos ligados às velhas instituições monárquicas e que não encontraram espaço
de ascensão política na nascente república.
e) pela aliança política
firmada entre as oligarquias do Norte e Nordeste do Brasil, que garantiria uma
alternância no poder federal de presidentes originários dessas regiões.
Resposta:[C]
Os chefes
políticos da República Velha ficaram conhecidos como “coronéis” e suas práticas
cotidianas como “coronelismo”. Grandes proprietários rurais em áreas do
interior se tornaram na prática líderes políticos locais, controlando as
prefeituras, sendo que na prática detinham o poder de polícia e o poder de
justiça, pois normalmente nomeavam delegados e juízes, além de se imporem aos
líderes religiosos. Do ponto de vista político, organizaram verdadeiros
“currais eleitorais”, controlando a massa de eleitores através do voto de
cabresto.
11. (Uerj 2012) Observe a foto do
grupo de Lampião e Maria Bonita e o mapa que destaca a área do Nordeste
brasileiro onde o cangaço se disseminou nas décadas de 1920 e 1930.
O cangaço representou uma
manifestação popular favorecida, basicamente, pela seguinte característica da
conjuntura social e política da época:
(A) cidadania restringida pelo
voto censitário
(B) analfabetismo predominante
nas áreas rurais
(C) criminalidade oriunda das
taxas de desemprego
(D) hierarquização derivada da
concentração fundiária
Alternativa correta: (D)
Comentário da questão:
O cangaço foi um movimento social
que envolveu populações pobres de áreas interiores do Nordeste. Até hoje, integra
o imaginário popular brasileiro com as histórias sobre, entre outros, Lampião, Maria
Bonita e seu bando, expressando tanto o valor da rebeldia e do crime, quanto o
da coragem e da força daqueles que, à sua maneira, reagiram contra o poder dos
grandes coronéis.
O banditismo social protagonizado
pelos cangaceiros pode ser entendido como uma consequência da marginalização de
segmentos populacionais, causada pela concentração fundiária. A concentração de
terras tanto sustentava a supremacia política dos grandes proprietários, quanto
garantia a preservação das hierarquias da ordem social vigente nas décadas de 1920
e 1930.
12.
(Enem 2010) A serraria construía ramais
ferroviários que adentravam as grandes matas, onde grandes locomotivas com
guindastes e correntes gigantescas de mais de 100 metros arrastavam,
para as composições de trem, as toras que jaziam abatidas por equipes de
trabalhadores que anteriormente passavam pelo local. Quando o guindaste
arrastava as grandes toras em direção à composição de trem, os ervais nativos
que existiam em meio às matas eram destruídos por este deslocamento.
MACHADO P. P. Lideranças
do Contestado. Campinas: Unicamp.
2004
(adaptado).
No início do século XX, uma série de
empreendimentos capitalistas chegou à região do meio-oeste de Santa Catarina –
ferrovias, serrarias e projetos de colonização.
Os impactos sociais gerados por esse
processo estão na origem da chamada Guerra do Contestado. Entre tais impactos,
encontrava-se
a) a absorção dos
trabalhadores rurais como trabalhadores da serraria, resultando em um processo
de êxodo rural.
b) o desemprego gerado pela
introdução das novas máquinas, que diminuíam a necessidade de mão de obra.
c) a desorganização da
economia tradicional, que sustentava os posseiros e os trabalhadores rurais da
região.
d) a diminuição do poder dos
grandes coronéis da região, que passavam disputar o poder político com os novos
agentes.
e) o crescimento dos conflitos
entre os operários empregados nesses empreendimentos e os seus proprietários,
ligados ao capital internacional.
Resposta:[C]
A Guerra do
Contestado ocorreu no interior de Paraná e Santa Catarina e envolveu pequenos
proprietários e principalmente a população sertaneja. Do ponto de vista
econômico, a situação de pobreza da grande massa camponesa levou-os a contestar
a política do governo federal de construir uma ferrovia na região, uma vez que
todo o processo de derrubada da mata para a construção afetou a economia local,
conforme descreve o texto, “os ervais nativos (...) eram destruídos”.
Normalmente a Guerra do Contestado é apresentada apenas do ponto de vista
ideológico, destacando-se a religiosidade, o messianismo, da população local.
13. (Uerj 2012)
Os textos referem-se aos efeitos
da gestão do prefeito Pereira Passos (1902-1906), momento em que a cidade do
Rio de Janeiro passou por uma de suas mais importantes reformas urbanas. Uma
intervenção de destaque foi a abertura da avenida Central, hoje avenida Rio
Branco, provocando não só elogios, como também conflitos sociais.
A principal motivação para esses
conflitos esteve relacionada à:
(A) restrição ao comércio popular
(B) devastação de áreas
florestais
(C) demolição de moradias
coletivas
(D) elevação das tarifas de
transporte
Alternativa correta: (C)
Comentário da questão:
As reformas urbana e sanitária
promovidas na cidade do Rio de Janeiro, durante a gestão do prefeito Pereira
Passos, relacionaram-se, entre outros aspectos, ao projeto de modernização da
capital da República brasileira, imprimindo sobre ela as marcas e símbolos do
progresso. Entre as ações promovidas, estavam intervenções urbanísticas e
arquitetônicas em áreas de ocupação mais antiga, como aquelas que se situavam
no entorno da área portuária. A abertura da avenida Central, hoje Rio Branco, representou
o carro-chefe dessas intervenções, ocasionando, como medidas correlatas, um
conjunto de desapropriações e demolições de moradias populares e coletivas. Esse
processo, conhecido como “bota-abaixo”, criou quadro propício para
insatisfações e conflitos sociais, como, por exemplo, o episódio da Revolta da
Vacina, em novembro de 1904.
14. (Fuvest
2011)
— Não entra a polícia! Não deixa
entrar! Aguenta! Aguenta!
— Não entra! Não
entra! repercutiu a multidão em coro.
E todo o cortiço
ferveu que nem uma panela ao fogo.
— Aguenta!
Aguenta!
Aluísio
Azevedo, O cortiço, 1890, parte X.
O fragmento
acima mostra a resistência dos moradores de um cortiço à entrada de policiais
no local. O romance de Aluísio Azevedo
a) representa as
transformações urbanas do Rio de Janeiro no período posterior à abolição da
escravidão e o
difícil convívio entre ex-escravos, imigrantes e poder público.
b) defende a
monarquia recém-derrubada e demonstra a dificuldade da República brasileira
de
manter a
tranquilidade e a harmonia social após as lutas pela consolidação do novo
regime.
c) denuncia a
falta de policiamento na então capital brasileira e atribui os problemas
sociais
existentes ao
desprezo da elite paulista cafeicultora em relação ao Rio de Janeiro.
d) valoriza as
lutas sociais que se travavam nos morros e na periferia da então capital
federal e as considera um exemplo para os demais setores explorados da
população brasileira.
e) apresenta a
imigração como a principal origem dos males sociais por que o país passava,
pois os novos empregados assalariados tiraram o trabalho dos escravos e os
marginalizaram.
Resposta:[A]
O texto retrata
o choque entre as populações pobres que moravam em cortiços – sendo grande
parte formada por ex-escravos – homens negros e mulatos pobres e o poder
público, denunciando o preconceito e a discriminação que se mantiveram no país,
mesmo após a abolição da escravidão.
15. (ENEM 2011)
A imagem representa as
manifestações nas ruas da cidade do Rio de Janeiro, na primeira década do
século XX, que integraram a Revolta da Vacina. Considerando o contexto político-social
da época, essa revolta revela
a) a insatisfação da população
com os benefícios de uma modernização urbana autoritária.
b) a consciência da população
pobre sobre a necessidade de vacinação para a erradicação das epidemias.
c) a garantia do processo
democrático instaurado com a República, através da defesa da liberdade de
expressão da população.
d) o planejamento do governo
republicano na área de saúde, que abrangia a população em geral.
e) o apoio ao governo republicano
pela atitude de vacinar toda a população em vez de privilegiar a elite.
resposta:[A]
16. (UPE 2012) O período de afirmação da
República no Brasil, em especial aquele compreendido entre a última década do
século XIX e as duas primeiras do século XX, foi palco de várias revoltas e
motins que, muitas vezes, manifestavam o descontentamento popular com o novo
regime. Sobre essa realidade, analise as afirmações seguintes:
I. As revoltas se restringiram ao
espaço urbano, demonstrando o conformismo da população rural de então.
II. A Revolta da Vacina (1904) no
Rio de Janeiro é exemplo das manifestações populares na Capital Federal.
III. Canudos foi um exemplo de
agitação no campo a qual conturbou também os anos iniciais do regime
republicano no Brasil.
IV. A Guerra do Contestado (1912-1916)
foi outro exemplo do conflito no campo, tendo como palco o estado do Pará.
V. A Revolta da Chibata (1910), restrita
ao interior da marinha, também está nesse contexto da jovem república.
Estão CORRETAS
A) I, II e III.
B) II, III e V.
C) I, III e V.
D) I, II e IV.
E) II, III e IV.
Resposta:[B]
17. (Enem 2ª aplicação 2010)
O mestre-sala dos mares
Há
muito tempo nas águas da Guanabara
O
dragão do mar reapareceu
Na
figura de um bravo marinheiro
A
quem a história não esqueceu
Conhecido
como o almirante negro
Tinha
a dignidade de um mestre-sala
E
ao navegar pelo mar com seu bloco de fragatas
Foi
saudado no porto pelas mocinhas francesas
Jovens
polacas e por batalhões de mulatas
Rubras
cascatas jorravam nas costas
dos
negros pelas pontas das chibatas...
BLANC, A.;
BOSCO, J. O mestre-sala dos mares. Disponível em:
www.usinadeletras.com.br. Acesso em: 19 jan. 2009.
Na história brasileira, a chamada Revolta da
Chibata, liderada por João Cândido, e descrita na música, foi
a) a rebelião de escravos
contra os castigos físicos, ocorrida na Bahia, em 1848, e repetida no Rio de
Janeiro.
b) a revolta, no porto de
Salvador, em 1860, de marinheiros dos navios que faziam o tráfico negreiro.
c) o protesto, ocorrido no
Exército, em 1865, contra o castigo de chibatadas em soldados desertores na
Guerra do Paraguai.
d) a rebelião dos marinheiros,
negros e mulatos, em 1910, contra os castigos e as condições de trabalho na
Marinha de Guerra.
e) o protesto popular contra o
aumento do custo de vida no Rio de Janeiro, em 1917, dissolvido, a chibatadas,
pela polícia.
Resposta:[D]
A rebelião
dos marinheiros foi um dos acontecimentos sociais mais importantes do início do
século XX. Liderada por João Candido, os marinheiros tomaram os navios de
guerra, aprisionaram os comandantes e exigiram mudanças no Regimento Interno da
corporação, em especial o fim dos castigos físicos, prática comum para aqueles
que eram considerados marinheiros faltosos, normalmente amarrados no convés,
onde eram chicoteados, numa prática típica da época da escravidão.
18. (Uerj 2011)
Nós,
marinheiros, cidadãos brasileiros e republicanos, mandamos esta honrada
mensagem para que Vossa Excelência faça aos marinheiros brasileiros possuirmos
os direitos sagrados que as leis da República nos facilitam. Tem Vossa
Excelência 12 horas para mandar-nos a resposta satisfatória, sob pena de ver a
Pátria aniquilada.
Adaptado do
memorial enviado pelos marinheiros ao presidente Hermes da Fonseca, em 1910.
In: MARANHÃO,
Ricardo e MENDES JUNIOR, Antônio. Brasil história: texto e consulta. São
Paulo: Brasiliense, 1983.
Os participantes da Revolta da Chibata
(1910-1911) exigiam direitos de cidadania garantidos pela
Constituição da época.
As limitações ao pleno exercício desses
direitos, na Primeira República, foram causadas pela permanência de:
a) hierarquias sociais herdadas
do escravismo.
b) privilégios econômicos
mantidos pelo Exército.
c) dissidências políticas
relacionadas ao federalismo.
d) preconceitos étnicos
justificados pelas teorias científicas.
Resposta:[A]
A Revolta
está relacionada principalmente aos maus-tratos destinado aos marinheiros,
grande parte deles negros, ex-escravos ou descendentes de escravos,
considerados inferiores. Mesmo com a abolição da escravidão (1888), com a
Proclamação da República (1889) e com a nova Constituição (1891), o preconceito
se manteve com um discurso pseudo-científico, que considerava o homem branco
como superior, conhecido como “darwinismo social”.
19. (Ufmg 2011) O tenentismo surgiu na década de 1920. Desde o início,
despontou para a história como um marco relevante para explicar a crise da
Primeira República, a revolução de 1930 [...], em especial a participação do
Exército na política.
LANNA JÚNIOR,
Mário C. Martins. Tenentismo e crises políticas na Primeira República. Apud FERREIRA,
Jorge; DELGADO, Lucília de A. Neves. O Brasil Republicano. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 2003. v.1., p.315.
1. Identifique
duas reivindicações do Movimento Tenentista.
a)
Reivindicação 1:
b) Reivindicação 2:
2. Cite
e descreva duas ações
empreendidas pelo Movimento Tenentista no Brasil.
a) Ação 1:
b) Ação 2:
Resposta:
1. a) Fim da política oligárquica e Centralização política
1. a) Fim da política oligárquica e Centralização política
b)
Criação da Justiça eleitoral e voto secreto
2. a) A Revolta do Forte de
Copacabana – A Revolta do Forte de Copacabana, em 1922, foi o primeiro
movimento militar armado, que pretendeu tirar do poder as elites
tradicionais. Durante toda manhã do dia
5 o Forte de Copacabana sustentou fogo cerrado. Diversas casas foram atingidas
na trajetória dos tiros até os alvos distantes, matando dezenas de pessoas.
Eram 301 revolucionários - oficiais e civis voluntários - enfrentando as forças
legalistas.
b) A Coluna
Prestes - No início de abril de 1925, as forças gaúchas comandadas pelo capitão
Luís Carlos Prestes se uniam com as tropas que fugiam de São Paulo. Os dois
grupos haviam participado das rebeliões do ano anterior, mantiveram focos de
resistência e procuravam manter e fortalecer sua organização, para retomar a
luta pelo grande ideal: Salvar a Pátria.
20. (Unesp 2012) A Coluna Prestes, que percorreu cerca de 25 mil quilômetros no interior do Brasil entre 1924 e 1927, associa-se
a) ao florianismo, do qual se
originou, e ao repúdio às fraudes eleitorais da Primeira República.
b) à tentativa de implantação de
um poder popular, expressa na defesa de pressupostos marxistas.
c) ao movimento tenentista, do
qual foi oriunda, e à tentativa de derrubar o presidente Artur Bernardes.
d) à crítica ao caráter
oligárquico da Primeira República e ao apoio à candidatura presidencial de Getúlio
Vargas.
e) ao esforço de implantação de
um regime militar e à primeira mobilização política de massas na história brasileira.
Resposta:[C]
Resolução
O tenentismo, cuja mais
expressiva manifestação foi a Coluna Prestes, buscava, através da luta armada, pôr
fim ao regime oligárquico, típico da Primeira República brasileira. Lutou
contra o governo de Artur Bernardes e o sistema oligárquico até a Revolução de 1930.
21. (UFMG) Leia o
texto.
"Quando
veio a revolução de 24, disparavam os canhões nas travessas da Rua da Moóca. Lembro
que todos os vizinhos rodeavam o Tenente Cabanas, que era muito destemido, levavam
comida para os soldados, ou iam levar seu abraço. Nós víamos os petardos
atravessarem as ruas; nas Igrejas do Cambuci os soldados do governo acamparam e
disparavam. (...) Os aviadores do governo tinham ordem de jogar bombas no Brás;
dizia que a italianada estava a favor da revolução."
(Lembranças do
Sr. Ariosto, In: BOSI, Ecléa. MEMÓRIA E SOCIEDADE: LEMBRANÇA DE VELHOS. São
Paulo: T. A. Queiróz, 1979. p. 144.)
As lembranças relatadas no texto referem-se
à
a) Insurreição
Armada dos Aliancistas contra Júlio Prestes.
b) Rebelião
tenentista chefiada por Miguel Costa e Isidoro.
c) Revolta dos "18
do Forte" de Copacabana.
d) Revolução
Constitucionalista de São Paulo.
e) Revolução
Federalista do Rio Grande do Sul.
resposta:[B]
22. (Unesp 2010) Quais as principais transformações da cultura
brasileira na década de 1920? Incluir neste contexto a Semana de Arte Moderna.
Resposta:
A década de 20 foi caracterizada por significativas transformações, entendidas como características da crise da República Velha. Apesar do predomínio do café, o crescimento industrial e de atividades paralelas estimulou a urbanização e o surgimento de novos grupos sociais que passaram a atuar de forma mais significativa. Uma elite urbana e o movimento de jovens oficiais – o tenentismo - contestavam politicamente e militarmente a estrutura de poder, assim como uma nova mentalidade – o modernismo – que representava uma mudança de visão de mundo e de comportamento, caracterizada pela oposição aos valores da elite tradicional e pela defesa de elementos nacionalistas, que teve seu ponto alto na Semana de Arte Moderna de 1922, apesar de ter repercussão pelos anos seguintes.
A década de 20 foi caracterizada por significativas transformações, entendidas como características da crise da República Velha. Apesar do predomínio do café, o crescimento industrial e de atividades paralelas estimulou a urbanização e o surgimento de novos grupos sociais que passaram a atuar de forma mais significativa. Uma elite urbana e o movimento de jovens oficiais – o tenentismo - contestavam politicamente e militarmente a estrutura de poder, assim como uma nova mentalidade – o modernismo – que representava uma mudança de visão de mundo e de comportamento, caracterizada pela oposição aos valores da elite tradicional e pela defesa de elementos nacionalistas, que teve seu ponto alto na Semana de Arte Moderna de 1922, apesar de ter repercussão pelos anos seguintes.
Partindo de seus conhecimentos
sobre a década de 1920, analise as afirmações.
I. O quadro Abaporu, de 1928, inspirou
o Manifesto Antropofágico, e os quadros de Tarsila serviram para divulgar o
modernismo brasileiro.
II. As formas ousadas e cores de
tons fortes e vibrantes usadas nos quadros de Tarsila traduziram o espírito de brasilidade.
III. Em 1929, a cafeicultura no
Brasil, sobretudo a paulista, sofreu um forte abalo com a quebra da bolsa de Nova
Iorque.
IV. A cultura cafeeira paulista, buscando
as manchas de terras roxas, possibilitou a conservação do solo e a preservação
das florestas, minimizando as ações antrópicas.
Estão corretas as afirmações
A) II e III, apenas.
B) I, II e III, apenas.
C) III e IV, apenas.
D) I e IV, apenas.
E) I, II, III e IV.
Resposta:[B]
Resolução
Estão corretas as afirmações, I, II
e III:
Afirmação I: “Abaporu”, o
trabalho que Tarsila do Amaral deu de presente a seu então marido Oswald de Andrade,
inspirou-o a criar o “Manifesto Antropófago” (e não “Antropofágico”, como diz o
enunciado); além disso, em suas pinturas a artista sintetizou o espírito
inovador e nacionalista do movimento, colaborando para sua consolidação e
difusão.
Afirmação II: no quadro, é
possível perceber a exploração das tonalidades fortes, ressaltando tanto o
contraste entre elas, quanto a sua referência nacionalista, na presença das
cores da bandeira nacional (o azul do céu, o verde da terra e o amarelo do sol).
A ousadia das formas plásticas se faz presente, na tela, no contraste entre os
pés e a cabeça da figura representada.
Afirmação III: o chamado crack da
bolsa de Nova York, em outubro de 1929, abalou as finanças de boa parte do
mundo ocidental. A cafeicultura paulista não ficou imune à crise, e muitas
fortunas foram atingidas — como a de Oswald de Andrade, marido de Tarsila do
Amaral.
Afirmação IV: a expansão cafeeira
na década de 1920, assim como nas décadas anteriores, não permitiu a
conservação dos solos e a preservação da floresta; ao contrário, a ampliação
das ações antrópicas (relativo às modificações provocadas pelo homem no meio
ambiente) acentuou significativamente a deterioração ambiental.
24. (Fuvest 2012) Examine estas
imagens, que reproduzem, em preto e branco, dois quadros da pintura brasileira.
a) Identifique o movimento
artístico a que elas pertencem e aponte uma característica de sua proposta
estética.
b) Cite e caracterize um evento
brasileiro importante relacionado a esse movimento
Resolução:
a) Modernismo. Característica: contestação aos valores estéticos acadêmicos, apresentando uma proposta artítica com razízes brasileiras e temáticas sociais.
b) Semana de Arte Moderna, realizada em São Paulo no mês de fevereiro de 1922. Nesse evento, artista de vanguarda ligados à literatura, às artes plásticas e à música (Oswald de Andrade, Mario de Andrade, Menottei del Picchia, Di Cavalcanti, Tasila do Amaral, eitor Villa Lobos e outros) expuseram suas ideias e proposta para uma nova produção cultrual, contraiando os valores vigentes.
25. (Fuvest 2010)
No “Manifesto Antropófago”, lançado em São Paulo, em 1928, lê-se:
“Queremos a Revolução Caraíba (...). A unificação de todas as revoltas eficazes
na direção do homem (...). Sem nós, a Europa não teria sequer a sua pobre
declaração dos direitos do homem.”
Essas passagens expressam a
a) defesa de concepções
artísticas do impressionismo.
b) crítica aos princípios da
Revolução Francesa.
c) valorização da cultura
nacional.
d) adesão à ideologia
socialista.
e) afinidade com a cultura
norte-americana.
Resposta:[C]
O “Manifesto
Antropofágico” de Osvald de Andrade expressou o nacionalismo presente no
movimento modernista no Brasil do início do século XX, propondo a autenticidade
da cultura nacional em reação aos valores estéticos tradicionais e externos,
através da absorção de tudo o que o estrangeiro traz para o Brasil, sugar-lhe
todas as idéias e uni-las às brasileiras, realizando assim uma produção
artística e cultural rica, criativa, única e própria.
26. (Ufrrj) A
charge exposta a seguir trata da política brasileira durante o período de crise
do que se convencionou chamar de República Oligárquica.
Charge
de STONI na revista Careta, ano 22, n 1103, de 10/08/1929 In: LEMOS, Renato (organizador).
"Historia do Brasil através da caricatura" (1840-2001). Rio de
Janeiro: Bom Texto Editora e Produtora de Arte e Editora Letras & Expressões,
2001. p.61.
A charge em questão joga com o nome de personagens importantes da
política brasileira da época para compor o nome daquele que, conhecido como "Cavaleiro
da Esperança", carregava então um enorme prestígio e as aspirações de
mudança de grandes parcelas do povo brasileiro a partir de sua atuação
a)
na revolta de julho de 1922, conhecida como os 18 do Forte de Copacabana, em
contestação à eleição e posse de Artur Bernardes, representante das oligarquias
dominantes.
b)
no levante de novembro de 1935, em nome da Aliança Nacional Libertadora (ANL), contra
o integralismo e o governo de Getúlio Vargas (1934/37).
c)
na direção do Partido Comunista do Brasil (PCB), que se tornou vítima do
autoritarismo do governo de Eurico Dutra (1946/51).
d)
na direção da luta operária do período, com a organização do Bloco Operário e
Camponês (BOC), que o lançou candidato à presidência da República em 1930.
e)
na chamada "Coluna Miguel Costa - Prestes", que percorreu o Brasil
buscando organizar um levante contra o governo das oligarquias rurais.
resposta:[E]
27. (Fuvest-2009) No Brasil, a década de 20 foi um período em
que:
a) velhos políticos da República, como Rui Barbosa, Pinheiro
Machado e Hermes da Fonseca, alcançaram grande projeção nacional.
b) as forças de oposição às chamadas "oligarquias
carcomidas" se organizaram, sem contudo apresentar alternativas de mudança.
c) as propostas de reforma permanecendo letra morta, não se
configurou nenhuma polarização político-ideológica.
d) a aliança entre os partidos populares e as dissidências
oligárquicas culminou com a derrubada da República Velha nas eleições de 1.o de
março de 1930.
e) ocorreram agitações sociais e políticas, movimentos
armados, entre eles a Coluna Prestes, e várias propostas de reforma foram
debatidas.
resposta : [E]
28. (UFV 2007) A década de 1920 foi um período de crise da
“república do café-com-leite”, uma vez que as transformações ocorridas nos anos
anteriores contribuíram para a melhor organização dos grupos sociais existentes
e o surgimento de outros. Alguns desses grupos se voltaram contra a política
tradicional, baseada no poder das oligarquias, no autoritarismo e nas fraudes
eleitorais, manifestando seu descontentamento através de movimentos civis e
militares.
Sobre a década de 1920 no Brasil, é CORRETO afirmar que
houve:
a) um levante conhecido como Intentona Comunista, logo após
a fundação do Partido Comunista do Brasil, que congregou um grande número de
operários e intelectuais.
b) duas das mais importantes revoltas do movimento
denominado tenentista, que queria moralizar a vida política, pôr fim à
corrupção eleitoral e promover reformas sociais.
c) a Revolta da Vacina, em que o Rio de Janeiro transformou-se
num campo de batalha, com a formação de barricadas e violentos choques entre
populares e tropas do governo.
d) duas greves gerais nos principais centros urbanos do país,
sob a liderança de industriais e comerciantes insatisfeitos com a política
governamental de valorização dos produtos agrícolas.
e) o movimento modernista, durante a realização da Semana de
Arte Moderna, evento ocorrido em São Paulo em 1922, cujo manifesto defendeu o
fim do voto de cabresto e da política dos governadores.
resposta: [B]
29. (Unifesp-2008) A política do Estado brasileiro, depois da
Revolução de 1930, nas palavras do cientista político Décio Saes, “será
combatida, pelo seu caráter ‘intervencionista’ e pelo ‘artificialismo’ dos seus
efeitos; de outro lado, a política de reconhecimento das classes trabalhadoras
urbanas será criticada pelo seu caráter ‘demagógico’, ‘massista’ e
‘antielitista’”.
(in: História Geral da Civilização Brasileira, III, 3, 1981, p.
463.)
As críticas ao Estado brasileiro pós-1930 eram formuladas
por setores que defendiam
a) os interesses dos usineiros e, no plano político, o
coronelismo.
b) posições afinadas com o operariado e, no plano político, o
populismo.
c) os interesses agro-exportadores e, no plano político, o
liberalismo.
d) as burguesias comercial e financeira e, no plano político,
o conservadorismo.
e) posições identificadas com as classes médias e, no plano
político, o tenentismo.
resposta: [C]
O grupo agrário exportado foi o primeiro a combater a
política econômica varguista, pois foi alijado do poder. Essa oposição, no
entanto, não se deve a política intervencionista como propõe o enunciado, pois
esse setor sempre foi beneficiado pela política governamental intervencionista
anterior. A política trabalhista foi combatida pelos grupos
sociais mais conservadores, que defendiam o liberalismo político no sentido de
se contraporem a “proteção aos trabalhadores”.
30. (ENEM 2011) É difícil encontrar um texto sobre a
Proclamação da República no Brasil que não cite a afirmação de Aristides Lobo, no
Diário Popular de São Paulo, de que “o povo assistiu àquilo bestializado”. Essa
versão foi relida pelos enaltecedores da Revolução de 1930, que não descuidaram
da forma republicana, mas realçaram a exclusão social, o militarismo e o
estrangeirismo da fórmula implantada em 1889. Isto porque o Brasil brasileiro
teria nascido em 1930.
MELLO, M. T. C. A república consentida: cultura democrática
e científica no final do Império. Rio de Janeiro: FGV, 2007 (adaptado).
O texto defende que a consolidação de uma
determinada memória sobre a Proclamação da República no Brasil teve, na
Revolução de 1930, um de seus momentos mais importantes. Os defensores da
Revolução de 1930 procuraram construir uma visão negativa para os eventos de 1889,
porque esta era uma maneira de
a) valorizar as propostas políticas democráticas e
liberais vitoriosas.
b) resgatar simbolicamente as figuras políticas
ligadas à Monarquia.
c) criticar a política educacional adotada durante
a República Velha.
d) legitimar a ordem política inaugurada com a
chegada desse grupo ao poder.
e) destacar a ampla participação popular obtida no
processo da Proclamação.
Resposta :[D]
Resolução:
Com a Revolução de 1930, tiveram início a Era Vargas e a formação de um novo bloco hegemônico na condução do Estado brasileiro. Para afirmar simbolicamente o grupo que assumia o poder, buscou-se primeiro depreciar o bloco deposto para, depois, consolidar uma nova identidade em torno de elementos como trabalhismo e nacionalismo.
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