segunda-feira, 16 de julho de 2012

Roteiro de estudo: Engenhos, escravos e senhores na América portuguesa


Lista de questões sobre a economia e sociedade colonial na América portuguesa


1. (Uerj 2011)  Pelo que, começando, digo que as riquezas do Brasil consistem em seis coisas, com as quais seus povoadores se fazem ricos, que são estas: a primeira, a lavoura do açúcar; a segunda, a mercancia; a terceira, o pau a que chamam do Brasil; a quarta, os algodões e madeiras; a quinta, a lavoura de mantimentos; a sexta e última, a criação de gados. De todas estas coisas o principal nervo e substância da riqueza da terra é a lavoura dos açúcares.

BRANDÃO, Ambrósio Fernandes, 1618.
Adaptado de PRIORE, M. del; VENÂNCIO, R. P. O livro de ouro da história do Brasil. Rio de Janeiro: Ediouro, 2001.

Considera-se hoje que o Brasil colonial teve um desenvolvimento bastante diferente da interpretação de Caio Prado Júnior. É que mudou a ótica de observação: os historiadores passaram a analisar o funcionamento da colônia. Não que a intenção da política metropolitana fosse diferente do que propõe o autor. Mas a realidade se revelava muito mais complexa. No lugar da imagem de colonos engessados pela metrópole, vem à tona um grande dinamismo do comércio colonial.

Sheila de Castro Faria
Adaptado de www.revistadehistoria.com.br

O texto do século XVII enumera interesses da metrópole portuguesa em relação à colonização do Brasil; já o segundo texto, uma análise mais contemporânea, descreve uma sociedade mais complexa que ia além dos planos dos exploradores europeus.
Indique dois objetivos da Coroa Portuguesa com a implantação da empresa açucareira no Brasil colonial. Em seguida, identifique duas características da economia colonial que comprovam o seu dinamismo interno.

 resposta:
 Dois dos objetivos:
• fixar população portuguesa à terra.
• garantir o controle político do território por Portugal.
• produzir mercadoria de alto valor comercial no mercado europeu.
• garantir rendas à Coroa Portuguesa por meio da produção de gêneros de valor comercial.
• garantir o monopólio do Atlântico Sul e, consequentemente, da rota marítima para o Oriente.
• afirmar a preponderância portuguesa no cenário das grandes nações europeias do século XVI.

Duas das características:
• existência de atividades econômicas utilizando mão de obra livre.
• desenvolvimento de relações comerciais internas e com outras regiões, apesar das proibições características do monopólio metropolitano.
• existência de uma quantidade de capital circulante na colônia, empregado não só no tráfico negreiro como também na criação do gado e na lavoura de subsistência, voltadas principalmente para o mercado interno.

O texto destaca principalmente os objetivos econômicos, enumerando atividades produtivas, destacadas como geradoras de riqueza.
A crítica à análise tradicional procura destacar o dinamismo da colônia, que pressupõe a existência da pequena propriedade voltada para a subsistência ou a pecuária, desenvolvida a partir do trabalho livre. 


2. (G1 - ifsp 2012)  Os índios resistiram às várias formas de sujeição, pela guerra, pela fuga, pela recusa ao trabalho compulsório. Em termos comparativos, as populações indígenas tinham melhores condições de resistir do que os escravos africanos. Enquanto estes se viam diante de um território desconhecido onde eram implantados à força, os índios se encontravam em sua própria casa.

(Fausto Boris. História do Brasil)

De acordo com o texto, é correto afirmar que, ao longo do período colonial brasileiro,
a) apenas os índios foram vitimados pela escravização imposta pelos portugueses, o que explica a sua rápida dizimação.  
b) somente os africanos foram submetidos à escravização, pois os indígenas eram totalmente protegidos pelas leis portuguesas.  
c) a escravidão fracassou e rapidamente foi substituída pelo trabalho livre e assalariado dos imigrantes europeus.  
d) os africanos resistiram mais do que os índios à escravidão, pois eram bem mais fortes e, por isso, obtiveram maior êxito nas guerras e nas fugas.  
e) tanto os índios quanto os africanos foram vítimas da escravidão portuguesa, contudo os índios conseguiram resistir melhor a tal processo.  

 resposta:[E]

Interpretação de texto. Na história do Brasil colonial o trabalho escravo foi determinante para a produção na terra e tanto os africanos como os nativos da terra (índios) foram escravizados pelo colonizador. O autor destaca que ambos resistiram à escravidão, porém os índios possuíam uma condição melhor de resistência por conheceram a terra. 

3. (Unesp) A cana-de-açúcar começou a ser cultivada igualmente em São Vicente e em Pernambuco, estendendo-se depois à Bahia e ao Maranhão a sua cultura, que onde logrou êxito - medíocre como em São Vicente ou máximo como em Pernambuco, no Recôncavo e no Maranhão - trouxe em conseqüência uma sociedade e um gênero de vida de tendências mais ou menos aristocráticas e escravocratas.
(Gilberto Freyre, "Casa-Grande e Senzala".)

Tendo por base as afirmações do autor,
a) Cite um motivo do maior sucesso da exploração da cana-de-açúcar em Pernambuco do que em São Vicente.
b) Explique por que o autor definiu "o gênero de vida" da sociedade constituída pela cultura da cana-de-açúcar como apresentando "tendências mais ou menos aristocráticas".


resposta:

a) Tendo por base as afirmações de Gilberto Freyre, é impossível saber os motivos do êxito da produção de açúcar em Pernambuco ou seu fracasso em São Vicente.
Levando em consideração os conhecimentos históricos, sabe-se que o fator fundamental é o geográfico. Enquanto a capitania de Pernambuco estava mais próxima do Reino e em sua zona da mata existiam extensas manchas de massapê (terra propícia ao cultivo da cana-de-açúcar), na Baixada Santista havia um vasto manguezal
(áreas alagadiças, imprópria para o cultivo da cana). Além disso, era muito difícil ocupar as terras férteis do planalto paulista devido à Serra do Mar, na época considerada uma “muralha” quase intransponível.
b) Os grandes proprietários rurais, especialmente os senhores de engenho, eram donos de muitos escravos, de capitais vultosos e de vastos recursos técnicos. Todo esse poder e essa imensa riqueza permitiam ao empresário colonial um exagerado comportamento ostentatório. Esse “gênero de vida” era característico da nobreza européia. Por isso, chamamos a camada dominante colonial das áreas agroexportadoras de aristocracia agrária.

4. (Fuvest 2012)  Os indígenas foram também utilizados em determinados momentos, e sobretudo na fase inicial [da colonização do Brasil]; nem se podia colocar problema nenhum de maior ou melhor “aptidão” ao trabalho escravo (...). O que talvez tenha importado é a rarefação demográfica dos aborígines, e as dificuldades de seu apresamento, transporte, etc. Mas na “preferência” pelo africano revela-se, mais uma vez, a engrenagem do sistema mercantilista de colonização; esta se processa num sistema de relações tendentes a promover a acumulação primitiva de capitais na metrópole; ora, o tráfico negreiro, isto é, o abastecimento das colônias com escravos, abria um novo e importante setor do comércio colonial, enquanto o apresamento dos indígenas era um negócio interno da colônia. Assim, os ganhos comerciais resultantes da preação dos aborígines mantinham-se na colônia, com os colonos empenhados nesse “gênero de vida”; a acumulação gerada no comércio de africanos, entretanto, fluía para a metrópole; realizavam-na os mercadores metropolitanos, engajados no abastecimento dessa “mercadoria”. Esse talvez seja o segredo da melhor “adaptação” do negro à lavoura ... escravista. Paradoxalmente, é a partir do tráfico negreiro que se pode entender a escravidão africana colonial, e não o contrário.

Fernando A. Novais. Portugal e Brasil na crise do Antigo Sistema Colonial. São Paulo: Hucitec, 1979, p. 105. Adaptado.

Nesse trecho, o autor afirma que, na América portuguesa,
a) os escravos indígenas eram de mais fácil obtenção do que os de origem africana, e por isso a metrópole optou pelo uso dos primeiros, já que eram mais produtivos e mais rentáveis.  
b) os escravos africanos aceitavam melhor o trabalho duro dos canaviais do que os indígenas, o que justificava o empenho de comerciantes metropolitanos em gastar mais para a obtenção, na África, daqueles trabalhadores.  
c) o comércio negreiro só pôde prosperar porque alguns mercadores metropolitanos preocupavam-se com as condições de vida dos trabalhadores africanos, enquanto que outros os consideravam uma “mercadoria”.  
d) a rentabilidade propiciada pelo emprego da mão de obra indígena contribuiu decisivamente para que, a partir de certo momento, também escravos africanos fossem empregados na lavoura, o que resultou em um lucrativo comércio de pessoas.  
e) o principal motivo da adoção da mão de obra de origem africana era o fato de que esta precisava ser transportada de outro continente, o que implicava a abertura de um rentável comércio para a metrópole, que se articulava perfeitamente às estruturas do sistema de colonização.  


resposta: [E]

Questão de interpretação de texto, pois o autor deixa claro e explicito que o tráfico negreiro é parte do sistema mercantilista e responsável por promover acúmulo de capitais na metrópole. Para o autor “é a partir do tráfico negreiro que se pode entender a escravidão africana colonial, e não o contrário”. Vale a pena lembrar que o processo de colonização denominado como de “exploração” baseia-se no monopólio e nas práticas mercantilistas, preocupadas em gerar riquezas para a metrópole. 

5. (Puccamp) Uma das exigências do projeto do governo português era fazer do Brasil, enquanto Colônia, um fator de enriquecimento do Estado Moderno lusitano. Respondendo a esta meta, a empresa açucareira teve como principais características:
a) terra abundante, mão-de-obra livre e clima favorável.
b) agricultura, senzala e pecuária eqüina.
c) casa-grande, senzala e mão-de-obra livre
d) latifúndio, monocultura e escravidão.
e) escassez de terras, mão-de-obra escrava e intempéries climáticas.


resposta:[D]

6. (UFF) "Os escravos são as mãos e os pés do senhor de engenho, porque sem eles no Brasil não é possível fazer, conservar e aumentar fazenda."
(Antonil, CULTURA E OPULÊNCIA DO BRASIL, 1711, livro 1, Capítulo, IX).

Assinale a opção que, baseada na citação do jesuíta Antonil, justifica corretamente os fundamentos da sociedade colonial.
a) A sociedade colonial se resumia ao mundo da casa-grande e da senzala, espaços fundamentais de um mundo rural mediado pelos engenhos açucareiros.
b) O ideal de sociedade colonial, segundo os inacianos, era o de uma sociedade de missões, o que explica a crítica do jesuíta Antonil à escravidão.
c) A estrutura social do Brasil Colônia era fundamentalmente escravista, uma vez que os setores essenciais da economia colonial, a exemplo da agro-manufatura do açúcar, dependiam do trabalho escravo, sobretudo dos africanos.
d) A sociedade escravista erigida na Colônia sempre foi condenada pelos jesuítas que, a exemplo de Antonil, desejavam ardorosamente que índios e africanos se dedicassem ao mundo de Deus.
e) A sociedade colonial possuía duas classes, senhores e escravos, pólos antagônicos do latifúndio ou da "fazenda" mencionada por Antonil.


resposta:[C]

7. (UNICAMP 05) O termo ‘feitor’ foi utilizado em Portugal e no Brasil colonial para designar diversas ocupações. Na época da expansão marítima portuguesa, as feitorias espalhadas pela costa africana e, depois, pelas Índias e pelo Brasil tinham feitores na direção dos entrepostos com função mercantil, militar, diplomática.
No Brasil, porém, o sistema de feitorias teve menor significado do que nas outras conquistas, ficando o termo ‘feitor’ muito associado à administração de empresas agrícolas.
(Adaptado de Ronaldo Vainfas (org.), Dicionário do Brasil Colonial. Rio de Janeiro: Ed. Objetiva, 2000, p. 222).

a) Indique características do sistema de feitorias empreendido por Portugal.
b) Qual a produção agrícola predominante no Brasil entre os séculos XVI e
XVII? Quais as funções desempenhadas pelo feitor nessas empresas agrícolas?

resposta:
a) Por meio do sistema de feitorias, a metrópole restringiu sua ação ao âmbito mercantil, procurando estabelecer contatos comerciais com as populações nativas.
Estas lhe forneciam mercadorias de elevado valor no mercado europeu, em troca de produtos de baixo valor ou do pagamento em moedas.
b) Nos dois séculos iniciais de nossa História, a produção agrícola predominante foi a da cana-de-açúcar, que se organizou no sistema de plantation.
Nesse tipo de empresa agrícola, o feitor era o principal representante do grande proprietário. Ele gerenciava todo o sistema produtivo, isto é, era responsável pela organização do trabalho escravo, o plantio e todas as etapas da produção do açúcar.

8. (Fuvest 2010)  Os primeiros jesuítas chegaram à Bahia com o governador-geral Tomé de Sousa, em 1549, e em pouco tempo se espalharam por outras regiões da colônia, permanecendo até sua expulsão, pelo governo de Portugal, em 1759. Sobre as ações dos jesuítas nesse período, é correto afirmar que
a) criaram escolas de arte que foram responsáveis pelo desenvolvimento do barroco mineiro.  
b) defenderam os princípios humanistas e lutaram pelo reconhecimento dos direitos civis dos nativos.  
c) foram responsáveis pela educação dos filhos dos colonos, por meio da criação de colégios secundários e escolas de “ler e escrever”.  
d) causaram constantes atritos com os colonos por defenderem, esses religiosos, a preservação das culturas indígenas.  
e) formularam acordos políticos e diplomáticos que garantiram a incorporação da região amazônica ao domínio português.  

resposta:[C]

Apesar de a fama dos jesuítas do período colonial no Brasil dar-se pelo trabalho de catequese junto aos indígenas, eles notabilizaram-se como os principais protagonistas do ensino durante o período, fundando e administrando colégios, promovendo a educação dos filhos dos colonos e estabelecendo uma padronização do ensino em toda a colônia. 

9. (FUVEST) “(...) e em lugar de ouro, de prata e de outros bens que servem de moeda em outras regiões, aqui a moeda é feita de pessoas, que não são nem ouro, nem tecidos,mas sim criaturas. E a nós a vergonha e a de nossos predecessores, de termos, em nossa simplicidade, aberto a porta a tantos males (...)”
(Garcia II, rei do Congo, século XVII)

Comente os acontecimentos a que se refere o rei africano e como estão relacionados à colônia brasileira.

resposta:
O texto do rei assinala que o elemento de troca – o que serve de moeda – na sociedade local são seres humanos, ou seja, o tráfico de escravos. A colonização do Brasil foi realizada com a implantação de um sistema produtivo que deveria complementar a economia da Metrópole. A produção em larga escala foi realizada por intermédio da utilização da mão-de-obra escrava africana, estabelecendo-se, desta maneira, a relação entre aquela prática mercantil na África e a ocupação econômica da América Portuguesa.

10. (Unifesp) Com relação à economia do açúcar e da pecuária no nordeste durante o período colonial, é correto afirmar que:
a) por serem as duas atividades essenciais e complementares, portanto as mais permanentes, foram as que mais usaram escravos.
b) a primeira, tecnologicamente mais complexa, recorria à escravidão, e a segunda, tecnologicamente mais simples, ao trabalho livre.
c) a técnica era rudimentar em ambas, na agricultura por causa da escravidão, e na criação de animais por atender ao mercado interno.
d) tanto em uma quanto em outra, desenvolveram-se formas mistas e sofisticadas de trabalho livre e de trabalho compulsório.
e) por serem diferentes e independentes uma da outra, não se pode estabelecer qualquer tentativa de comparação entre ambas.


resposta:[B]


11. Veja:


A pecuária ofereceu uma nova dinâmica na economia colonial


http://www.brasilescola.com/historiab/pecuaria-no-periodo-colonial.htm

Durante a colonização brasileira, a pecuária teve um papel decisivo, PORQUE:

a) Garantiu a ocupação das áreas litorâneas.
b) Promoveu o êxodo rural na colônia.
c) Facilitou a formação de inúmeros minifúndios.
d) Contribuiu para a expansão rumo ao interior da região.

resposta:[D]


12. (PITÁGORAS) A pecuária foi importante atividade na América Portuguesa, muito embora tenha sido subsidiária tanto na economia açucareira quanto na economia mineradora. No começo, os bois eram criados dentro dos engenhos. Aos poucos foram se instalando no interior da colônia.
Com relação à pecuária é correto afirmar, EXCETO

a) a pecuária foi introduzida no Brasil durante o governo geral em razão da utilização da tração animal nos trabalhos dos engenhos.
b) a pecuária extensiva contribuiu para a colonização do interior do Brasil e consequentemente para a formação de diversas vilas.
c) a pecuária tornou-se uma atividade econômica bastante rentável devido ao seu baixo custo operacional e grande valor do couro.
d) a criação do gado de forma extensiva contribuiu para o surgimento dos vaqueiros que eram trabalhadores livres e assalariados.
e) a criação de gado no interior do país foi proibida através da Carta Régia de 1701, por esta área estar reservada para o cultivo da cana-de-açúcar.

resposta: [E]

13. A sociedade colonial era patriarcal.
Partindo dessa frase, compare a estrutura familiar presente na colônia com a atual, apresentando uma diferença entre elas.

resposta:
No Período Colonial, de maneira geral, as famílias eram patriarcais, ou seja, o pai era o elemento central do sistema familiar. As funções e espaços sociais ocupados por homens e mulheres eram diferenciados. Atualmente, a estrutura familiar sofreu uma grande alteração. É possível assistirmos famílias comandadas pelo gênero feminino. As mulheres já ocupam os mesmos espaços que os homens na família, no trabalho e até mesmo nas instituições políticas.

14. (PITÁGORAS) Leia o texto a seguir.
Mulher, mulheres: como seriam no passado? O que faziam? Como viviam, ou melhor, sobreviviam? [...] [Na América Portuguesa, sua quase invisibilidade as identificava "aos de baixo". Isso porque a maioria das mulheres era analfabeta, subordinada juridicamente aos homens e politicamente inexistente. Sua condição as excluía de qualquer exercício de função nas câmaras municipais, na administração eclesiástica, proibindo-as de ocupar cargos de administração que Ihes garantissem reconhecimento social. O sistema patriarcal instalado no Brasil colonial, sistema que encontrou grande reforço na Igreja Católica, que via as mulheres como indivíduos submissos e inferiores, acabou por deixar-Ihes, aparentemente, pouco espaço de ação explícita.
PRIORE, Mary Dei. Mulheres no Brasil Colonial. São Paulo: Contexto, 2000. p. 9-10
( Repensando a História).

Um rápido olhar sobre as ruas e praças das cidades brasileiras logo destaca a crescente e colorida presença das mulheres, marcando fortemente uma diferença em relação ao passado. Os espaços públicos se tornam menos constrangedores, percebe a observadora recém-chegada, concluindo que houve uma grande mudança nos hábitos e  costumes da população. Progressivamente também nota que nos postos de gasolina, nos restaurantes e  bares, nas lojas, bancos, empresas, nas escolas e universidades, ou nas delegacias, seu número aumentou consideravelmente, mesmo que, muitas vezes, não nos postos de comando. Ainda assim, uma mulher é a atual prefeita da maior cidade do país e as negras começam a compor o ministério do governo de esquerda.
Alvarez, Sonia - Engendering Democracy in Brazil.  Princeton University Press, 1990

Após uma leitura dos textos ESTABELEÇA as permanências e as rupturas na condição da mulher no Brasil Colonial e na atualidade.

resposta:
Na atualidade as mulheres obtiveram grandes conquista e cada vez mais vai buscando seu espaço na sociedade.  A presença da mulher pode ser notada em todos os setores da vida econômica, política e social. A situação da mulher mudou consideravelmente, porém ainda percebemos que em muitos a mulher é marginalizada. Na relação de trabalho ainda são os homens que ocupam a maioria dos cargos de chefia e ainda ganham os melhores. Percebemos que muita coisa mudou, mas ainda esta longe de ser o ideal.



15. (UFRN) Os documentos a seguir apresentam aspectos ligados à condição da mulher no Brasil colonial:

DOCUMENTO I
Mulheres sem ter, às vezes, o que fazer. A não ser dar ordens estridentes aos escravos; ou brincar com papagaios, sagüis, mulequinhos. Outras, porém, preparavam doces finos para o marido; cuidavam dos filhos.
FREYRE, Gilberto. "Casa-grande e senzala". 25. ed. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1987. p. 349.

DOCUMENTO II
A análise desses dois documentos permite afirmar que, no período colonial,
a) as mulheres brancas administravam os negócios da família; as mulheres negras dedicavam-se aos cuidados do lar.
b) o comércio era uma atividade restrita às mulheres brancas; as mulheres negras dedicavam-se à agricultura e ao artesanato.
c) as atividades das mulheres brancas eram exercidas no interior da casa; as mulheres negras dedicavam-se também a atividades no espaço público.
d) o poder de comando, na família branca, era dividido igualmente entre o homem e a mulher; na família escrava, a mulher ocupava um papel proeminente.

resposta:[C]

16. (Ufrgs 2011)  Observe, no mapa abaixo, as principais rotas de do tráfico negreiro para o Brasil.



A esse respeito, considere as seguintes afirmações.

I. A rota da Alta Guiné trazia escravos das regiões dos atuais Senegal, Guiné-Bissau e Serra Leoa para o denominado Estado do Grão-Pará e do Maranhão.
II. A rota da Costa da Mina trazia escravos das regiões dos atuais Gana, Benin e Nigéria, para as capitanias setentrionais e meridionais da América portuguesa.
III. A rota de Angola trazia escravos para a capitania fluminense com ramificações que levaram ao estuário platino.

Quais estão corretas? 
a) Apenas I.   
b) Apenas II.   
c) Apenas I e II.   
d) Apenas II e III.   
e) I, II e III.   

resposta: [E]

As afirmações retratam a interpretação do mapa e a questão exige certo conhecimento atual no tocante aos nomes das regiões que forneciam escravos para os portugueses durante o período colonial do Brasil.  

17. Observe atentamente a ilustração abaixo.

DEBRET, Jean Baptiste.Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil/ tradução e notas de Sérgio Milliet/ Apresentação de Lygia da Fonseca F. da Cunha. Belo Horizonte: Ed. Itatiaia, 2008. P.36

Com base nessa imagem, PRODUZA um pequeno texto sobre o tema: Áfricas. Compare as características dos povos retratados, apresente suas diferenças étnicas e culturais. Dê um título para seu texto e lembre-se que além do conteúdo, a ortografia e organização de ideias também são importantes para que o leitor entenda a mensagem que você quer comunicar.

resposta:

Professor verifique se o aluno rompeu com a visão de que os africanos têm a mesma cultura e pertencem a mesma etnia e descreveu esses povos identificando os aspectos culturais que os diferenciam, como o  tipo de corte de cabelos, a barba e os apetrechos usados .

18. (G1 - cftsc 2010)  Onde houve escravidão, houve resistência. E de vários tipos. Mesmo sob a ameaça do chicote, o escravo negociava espaços de autonomias com os senhores ou fazia corpo mole no trabalho, quebrava ferramentas, incendiava plantações, agredia senhores e feitores. Rebelava-se individual e coletivamente. Aqui a lista é grande e conhecida. Houve, no entanto, um tipo de resistência que poderíamos caracterizar como a mais típica da escravidão – a fuga.

Adaptado de: SCHIMIDT, Mário. Nova História Crítica. São Paulo: Nova Geração, 2005. p. 207.

Assinale a alternativa correta
a) Os escravos negros não pensavam em fugir das fazendas porque eram bem tratados com boa alimentação e acomodações confortáveis para o descanso.  
b) Os africanos trazidos para o Brasil nos navios negreiros aceitavam pacificamente a situação de escravos, pois era comum esta prática em sua terra natal.  
c) A Igreja católica, no período do Brasil Colônia, catequizava os escravos africanos fazendo com que eles aceitassem a escravidão como sendo a vontade de Deus, evitando assim a rebelião.  
d) Uma das formas de resistência realizada pelos escravos no Brasil Colônia foram os Quilombos, formados por escravos fugidos que se organizavam em vilas e produziam sua alimentação.  
e) No Brasil, o curto período de escravidão não deixou sinais de resistência por parte dos cativos africanos e indígenas.  

resposta:[D]

Os quilombos eram comunidades de negros foragidos, também recebiam índios e brancos. Conhecidos como mocambos, geralmente se constituíam em locais de difícil acesso e buscavam a autossuficiência. Normalmente os quilombos produziam os gêneros necessários à sua sobrevivência e realizavam trocas com vilas ou cidades próximas. 


19. O negro, na África, era encurralado pelo próprio negro; havia tribos que capturava o inimigo para vender, um Yorubá não considerava um Fon como seu semelhante, o considerava como inimigo e como individuo inferior que podia ser escravizado, e assim também acontecia entre outras tribos inimigas. O escravo negro era uma mercadoria cara, valia muito dinheiro.
a) EXPLIQUE porque a escravidão era uma atividade econômica que dava duplo lucro
b) EXPLIQUE o que era o “negro de ganho”.

resposta:
a) Porque os senhores lucravam com o trabalho do escravo e com o comércio do mesmo.
b) O negro de ganho era um escravo alugado por seu senhor para trabalhar para outra pessoa sendo que a remuneração pelo trabalho ficava com o dono do escravo.

20. (Uff 2012)  Nos últimos anos, a historiografia nacional e internacional tem somado esforços para compreender as redes de alianças que explicam as estratégias de sobrevivência no mundo rural. No caso brasileiro, esse tem sido o foco central nos estudos sobre as famílias escravas ao longo dos séculos XVIII e XIX. A partir dessa proposição, pode-se afirmar que
a) a enorme desproporção entre o número de escravos e escravas inibia formas de organização que não incorporassem os portugueses. Por essa razão, a constituição de famílias formada apenas por cativos foi uma realidade norte-americana, não brasileira.  
b) a família patriarcal brasileira era a expressão da organização no Brasil colônia. Nesse sentido, é incorreto afirmar que as estratégias de sobrevivência dos cativos implicavam formas de organização familiar.  
c) a despeito dos enormes entraves para a constituição de famílias escravas, posto que os cativos eram mercadorias, é possível identificar a existência de uniões estáveis de cativos no Brasil dos séculos XVIII e XIX.  
d) as redes de alianças que explicam as estratégias das famílias escravas representaram uma concessão do senhor de escravos, cabendo a ele única e exclusivamente a decisão por unir os familiares cativos.  
e) os setores sociais do mundo rural livres ou libertos, estiveram à parte das redes de alianças dos cativos, sendo eles excluídos no processo de constituição de famílias.  

resposta:[C]

Apesar de considerados mercadorias e, de muitas vezes, separados quando chegavam ao Brasil, mesmo nas senzalas, os cativos constituíram famílias. A ideia de que o senhor de engenho mantinha relações com mulheres escravas, apesar de verdadeira, se constitui em exceção no universo escravo, pois a maioria das mulheres permanecia nas senzalas junto aos escravos do sexo masculino. 

21. Leia o texto a seguir.



“Antes mesmo dos europeus chegarem à África Ocidental já existiam variadas formas de escravidão, que alias, estenderam-se até o século XX. Predominavam os trabalhos domésticos e artesanais, porém houve importantes empreendimentos escravistas agrícolas e mineratórios, muitos similares ao do Novo Mundo. (...) O comércio de escravos na África é bem anterior ao tráfico negreiro praticado por europeus. Estes últimos aproveitaram a organização comercial já existente para consolidar seu novo negócio internacional.”
(LIBBY & PAIVA, p. 14)


a) Identifique, no texto, uma característica econômica presente em alguns impérios e reinos africanos.
Resposta:
A utilização de escravos na lavoura e na mineração; a prática de comércio de escravos.

b) Apresente uma diferença entre a escravidão existente na África antes da chegada dos europeus e a escravidão na América Portuguesa.

resposta:
Na África, o escravo não era visto como uma propriedade de outra pessoa. Já no Brasil, o cativo tornava-se uma mercadoria que podia ser comprada e vendida.
A condição de escravo na América Portuguesa era permanente. Na África, a escravidão era temporária.
Na África, filhos de escravos nasciam livres, o que não ocorria no Brasil.

22. (Ufu 2011)  Sobre os quilombos no Brasil colonial, é correto afirmar que:
a) formaram-se quilombos em várias regiões do Brasil, havendo o convívio entre populações escravas africanas e indígenas, tendo como principal exemplo o Quilombo dos Palmares, no atual estado de Alagoas.  
b) os quilombolas dependiam da permissão dos senhores das propriedades próximas para transitar pelas cidades circunvizinhas, bem como para comercializar os produtos de suas terras.  
c) todos os quilombos possuíam um exército próprio, de modo a proteger suas terras contra o avanço de inimigos, assim como uma complexa organização social.  
d) as maiores populações quilombolas no Brasil formaram-se nas regiões de maior produção monocultora de exportação, como os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.  
 
resposta: [A]

A resposta é a única possível, apesar de pequeno erro ao mencionar “populações escravas africanas”, pois o quilombo se constitui justamente daqueles que fogem da escravidão. No entanto, considera-se que a proposta era destacar o convívio de setores marginalizados, os africanos, ex-escravos foragidos com indígenas em situação similar. Vale lembrar que, apesar de minoritária, houve escravidão nos quilombos, mesmo de pessoas de mesma situação ou origem étnica. 

23. (G1 - cps 2011)  A história da capoeira começa no Brasil, no século XVI, pois se relaciona com a mão de obra escrava africana que foi muito utilizada principalmente nos engenhos do Nordeste. Os escravos estavam proibidos, pelos senhores de engenho, de praticar qualquer tipo de luta, por esse motivo, eles utilizaram ritmos e movimentos de suas danças africanas para criar um tipo de luta, surgindo assim a capoeira, uma arte marcial disfarçada de dança. Era importante saber lutar, porque dessa forma eles poderiam se defender, por exemplo, dos capitães do mato.


A prática da capoeira ocorria em terreiros próximos às senzalas e, além de defesa, servia para a preservação da cultura, para o alívio do cansaço do trabalho e para a manutenção da saúde física. Muitas vezes as lutas ocorriam em campos com pequenos arbustos chamados de capoeira ou capoeirão. Do nome desse lugar surgiu o nome da luta.
Até o ano de 1930, a prática da capoeira ficou proibida no Brasil, pois era vista como violenta e subversiva. No entanto, foi nesse mesmo ano que um importante capoeirista brasileiro, mestre Bimba, apresentou a luta para o então presidente Getúlio Vargas. O presidente gostou tanto desta arte que a considerou um esporte nacional.

(http://www.suapesquisa.com/educacaoesportes/historia_da_capoeira.htm
Acesso em: 11.09.2010. Adaptado)

Sobre a capoeira, é valido afirmar que
a) apresentava aspectos puramente lúdicos e religiosos.   
b) foi proibida pelo presidente Vargas, pois essa prática era vista como violenta e subversiva.   
c) era uma manifestação artística que ocorria para comemorar o final das colheitas realizadas pelos
escravos.   
d) era praticada pelos escravos com o objetivo de burlar a proibição das lutas pelos senhores de
engenho.   
e) nasceu e era praticada, na África, como uma luta marcial e, ao chegar ao Brasil, os negros a
adaptaram ao contexto da escravidão.   
  
resposta:[D]

A resposta é interpretação do texto, que destaca o desenvolvimento dessa luta, disfarçada de dança, para burlar a proibição imposta pelos fazendeiros. Tal visão permaneceu mesmo após a independência e no início da República, sendo liberada pelo presidente Vargas.  


24. (PITÁGORAS) Leia o texto a seguir:
A sociedade colonial brasileira "herdou concepções clássicas e medievais de organização e hierarquia, mas acrescentou-lhe sistemas de graduação que se originaram da diferenciação das ocupações, raça, cor e condição social. As distinções essenciais entre fidalgos e plebeus tenderam a nivelar-se, pois o mar de indígenas que cercava os colonizadores portugueses tornava todo europeu, de fato, um gentil-homem em potencial. A disponibilidade de índios como escravos ou trabalhadores possibilitava aos imigrantes concretizar seus sonhos de nobreza. Com índios, podia desfrutar de uma vida verdadeiramente nobre. O gentio transformou-se em um substituto do campesinato, um novo estado, que permitiu uma reorganização de categorias tradicionais. Contudo, o fato de serem aborígines e, mais tarde, os africanos, diferentes étnica, religiosa e fenotipicamente dos europeus, criou oportunidades para novas distinções e hierarquias baseadas na cultura e na cor."

(Stuart B. Schwartz, Segredos internos.)

Podemos afirmar que o texto anterior defende a idéia de inferioridade dos povos indígenas e africanos? JUSTIFIQUE a sua resposta.


resposta:
Não, o texto revela somente que a sociedade colonial criou oportunidades para a hierarquização das “raças” baseados em critérios de cultura e cor de pele.

A escravidão estimulou pensamentos racistas. Os negros foram escravizados porque eram considerados seres humanos inferiores aos europeus.

25. Leia as afirmativas relativas à escravidão.
I   -  Os africanos foram escravizados por serem mais dóceis e aceitarem com serenidade a escravidão.
II  -  A justificativa dada para buscar negros na África e que os nativos brasileiros eram preguiçosos e não eram dados ao trabalho.
III -  A busca de negros na África para serem escravizados só se justifica pelos altos lucros obtidos com o tráfico.
IV – A Igreja foi a única do período colonial que condenava a escravidão negra.

São CORRETAS as afirmativas
a) Apenas a I e II
b) Apenas a I e III
c) Apenas a II e III
d) Apenas a I, III e IV
e) Apenas a I e IV

resposta:[C]


26. (PITÁGORAS)  Observe a charge a seguir.


(Fonte: NOVAES, Carlos Eduardo & LOBO, César. História do Brasil para principiantes. São Paulo, Ática, 1998. P. 73.) 

Analisando a charge pode-se concluir que
a) A imposição da religião católica tinha por objetivo tornar os negros menos resistentes à escravidão.
b) A religião servia para abrandar os sofrimentos dos negros frente aos horrores da escravidão.
c) Ao se tornarem cristãos os negros passavam a receber um tratamento melhor de seus senhores.
d) A ideologia católica imposta aos escravos negros tinha como objetivo prepará-los para a liberdade.
e) A condição para a vinda dos negros africanos para a América foi a garantia da manutenção de sua cultura.

resposta: [A]

27.
O pelourinho
Era o pesadelo dos escravos no Brasil. Tratava-se de uma coluna de pedra ou de madeira, erguida em praça pública, na qual os negros que cometiam infrações eram presos e açoitados. Os primeiros exemplares foram construídos em 1558. Com o escravo amarrado ao poste, o homem do açoite, chibata na mão, aplicava a pena. O sangue escorria das costas e dos membros do condenado. Para abafar seus gritos, tambores rufavam, atraindo a atenção dos passantes. Muitos não resistiam e morriam ali. O Largo do Pelourinho, em Salvador, tem esse nome porque, no século XIX, era um local de tortura.
DETERMINE as formas de resistência do negro africano frente à violência da escravidão.

resposta:
A escravidão nunca foi aceita pelos negros africanos e estes reagiram a esta prática de diversas formas: através do banzo, infanticídio, suicídio, assassinato dos senhores e feitores e através das fugas para os quilombos.


28. (PITÁGORAS) A câmara de São Paulo, em 1640, expulsou os padres jesuítas, em decorrência dos constantes atritos entre eles e os bandeirantes (elite local) no trato com os indígenas. Os padres permaneceram fora da capitania por doze anos, sem que nenhuma autoridade metropolitana os socorresse.
                                                                                                                                       NADAI, NEVES,1988. P. 45

a) DETERMINE as funções das Câmaras no período colonial.

b) ESTABELEÇA uma relação de permanência e ruptura entre as funções das Câmaras no período colonial e na atualidade.

resposta:
a) Órgão legislativo do poder local que tinha como função garantir o abastecimento, a defesa, a execução das leis, os salários e a tributação.

b) Assim como no período colonial as câmaras representam o poder local, sua função é zelar pelo bom funcionamento dos municípios. Hoje as câmaras não representam só os grandes proprietários de terras, mas todo cidadão pode se candidatar a vereador, desde que esteja ligado a um partido político.

29. (PITÁGORAS) No Brasil Colonial, muitos momentos de lazer e de socialização aconteciam em espaços públicos.
Um desses espaços era:
a) a casa
b) a igreja
c) o teatro
d) o senado

resposta:[B]
 As igrejas eram os pontos centrais de sociabilidade.

30. (G1 - ifsp 2012)  (…) vos ordenamos e mandamos a vós, e a vossos sucessores que cada um por si ou pelos seus ministros, assistindo com o socorro de uma eficaz proteção a todos os índios habitantes das províncias do Paraguai, do Brasil das margens do rio da Prata, e de quaisquer outros lugares, e terras das Índias Ocidentais e Meridionais; mandeis afixar editos públicos, pelos quais apartadamente se proíba, debaixo da excomunhão latae sentetiae (das quais os transgressores não poderão ser absolvidos senão por nós e pelos romanos pontífices) que alguma pessoa, ou seja secular, ou eclesiástica, de qualquer estado, sexo, grau, condição e dignidade
(...) se atreva, nem atente daqui em diante fazer escravos os referidos índios, vendê-los, comprá-los, trocá-los ou dá-los, levá-los para outras terras, transportá-los, ou por qualquer modo privá-los de sua liberdade, e retê-los em escravidão (…)

(Maria de Fátima Neves, Documentos sobre a escravidão no Brasil. São Paulo, Contexto, 1996)

De acordo com o texto, a Igreja Católica
a) era expressamente contrária à escravidão dos indígenas no Brasil Colônia.  
b) era bastante tolerante em relação à escravização dos indígenas durante todo o período colonial.  
c) defendia a escravização dos indígenas, como único meio para purificá-los e garantir-lhes a salvação.  
d) aceitava a escravização dos indígenas apenas nas atividades mais rentáveis, como a mineração.  
e) proibia tanto a escravização dos indígenas quanto dos africanos em terras americanas.  
A vida na América Portuguesa era controlada pela Igreja, que tentava impor aos vasssalos do Reino os padrões cristãos de comportamento.  Esses padrões haviam sido definidos no Concílio de Trento, que se preocupou, prioritariamente, com os pecados da carne.

resposta:[A]

O texto, de difícil leitura e interpretação para o estudante, faz referência à postura adotada pela Igreja Católica frente à escravidão indígena no Brasil colonial. A Igreja Católica procurou desenvolver uma política de denúncia da escravização de índios por parte de alguns fazendeiros, interessada em promover a catequese dos nativos, ampliando sua influência na América. Por conta de tal postura, sofreu intensamente com a ação dos bandeirantes.  

31. (PITÁGORAS) NÃO podemos afirmar sobre a ação da Igreja durante o período colonial que

a) a Igreja se preocupou demasiadamente com a sexualidade do povo esquecendo as injustiças cometidas pelos poderosos.
b) o Santo Ofício era o órgão da Igreja responsável pelo estabelecimento dos padrões de comportamentos do povo.
c) a Inquisição foi um dos meios utilizados pelos reis com o aval da Igreja para perseguir prender e matar os opositores políticos.
d) a Inquisição foi uma instituição importante, pois regulamentou a existência de outras religiões na colônia estabelecendo assim a liberdade religiosa.
e) a Igreja, através da Inquisição estabeleceu um grande controle no modo de vida da população do reino e da colônia, ditando regras e normas de conduta.

resposta: [D]


32 (PUCMG) “No Domingo, ou dias de festas, tão numerosos que absorvem mais de cem dias no ano, os escravos são dispensados de trabalhar para seus senhores e podem descansar ou trabalhar para si próprios. Em cada fazenda existe um pedaço de terra que lhes é entregue, cuja extensão varia de acordo com o número de escravos, cada um dos quais cultiva como quer ou pode. Dessa maneira, não somente o escravo consegue, com o produto do seu trabalho, uma alimentação sadia e suficiente, mas ainda, muitas vezes, chega a vendê-lo vantajosamente”.
(Fonte:Johann-Moritz Rugendas. Viagem pitoresca através do Brasil. São Paulo: Martins-EDUSP, 1972. P. 140)
O trecho do documento é da época do Brasil Colônia e se refere
a) ao trabalho escravo nas fazendas de café do Oeste Paulista.
b) às condições de trabalho do escravo nos engenhos. 
c) ao cotidiano do escravo no sertão nordestino e campos do sul.
d) à vida dos escravos nas fazendas e áreas de mineração do sudeste.
e) à situação do trabalho escravo nas fazendas de gado.

resposta:[B]

33. (VUNESP 04) Parece-me cousa mui conveniente mandar Sua Alteza algumas mulheres que lá têm pouco remédio de casamento a estas partes, ainda que fossem erradas, porque casarão todas mui bem, com tanto que não sejam tais que de todo tenham perdido a vergonha a Deus e ao mundo. E digo que todas casarão mui bem, porque é terra muito grossa e larga (…) De maneira que logo as mulheres terão remédio de vida, e os homens [daqui] remediariam suas almas, e facilmente se povoaria a terra.
(Manuel da Nóbrega. Carta do Brasil, 1549.)

Tendo como base a carta do padre Manuel da Nóbrega:
a) dê uma característica da colonização portuguesa nos seus primeiros tempos. 
b) por que o jesuíta considera que as mulheres que viessem de Portugal teriam “remédio de vida” e os homens residentes na colônia “remediariam suas almas”?

resposta:
a) De acordo com a carta do Padre Manuel da Nóbrega, no início da colonização portuguesa, notava-se a escassez de mulheres brancas no Brasil.
b) Na opinião do célebre jesuíta, no Brasil as solteiras do Reino conseguiriam arranjar casamento com facilidade, isto é, teriam “remédio de vida”. E para os primeiros colonizadores, uma vez casados, não haveria a necessidade de manter relações sexuais com inúmeras mulheres indígenas, portanto “remediariam suas almas”.


 
34. (Mackenzie) "A fome já me tem mudo que é muda a boca esfaimada mas se a frota não traz nada por que razão leva tudo?"
Os versos críticos de Gregório de Matos descrevem a crise na colônia no final do século XVII, cujas raízes eram:
a) a tradicional dependência econômica em relação à Holanda, sócia na produção açucareira.
b) a centralização administrativa e o rígido monopólio impostos por Portugal, para superar a crise econômica após o domínio espanhol.
c) a ascensão do açúcar brasileiro no mercado internacional, derrotando o concorrente holandês.
d) a extinção de Companhias de Comércio particulares, devido à pressão colonial que desorganizara o comércio externo.
e) as pressões inglesas diante da independência econômica e concorrência de Portugal.


resposta:[B]

35. (Uerj) "E sentado no meu cais
Descalço, roto e despido
Sem trazer mais cabedal
Que piolho e assobios"
(MATOS, Gregório de. Apud WEHLING, A., WEHLING, M. J. C. de. "Formação do Brasil colonial". Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1994.)

Os versos anteriores, escritos por Gregório de Matos no século XVII, satirizavam a vaidade e a rápida ascensão econômica dos comerciantes portugueses na Bahia, que apenas a partir do século XVIII adquiriram um status de maior importância na sociedade. Até essa época, um dos aspectos da sociedade colonial brasileira era definido pela seguinte afirmativa:
a) Os proprietários de terra, especialmente os senhores de engenho, representavam a "nobreza da terra".
b) A alta burocracia colonial, complemento das elites locais, era ocupada necessariamente por indivíduos nascidos em Portugal.
c) Os setores médios da sociedade, principalmente os grandes comerciantes do litoral, formavam um conjunto homogêneo de indivíduos.
d) Os ricos mineradores de ouro e diamantes, apesar de discriminados pela aristocracia da terra, ocupavam os cargos mais importantes na administração


resposta:[A]

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