terça-feira, 5 de junho de 2012

Saiba mais sobre a história e cultura afro-brasileira


Saiba mais sobre a História da África pré-colonial





 
 
Teste seus conhecimentos sobre a História da África

1. Explique a seguinte frase: “Apesar dos aspectos comuns suscetíveis de serem encontrados em muitos dos reinos africanos, é difícil afirmar que exista uma África, mas sim várias Áfricas”.

Resposta: Devido à sua grande extensão , o continente africano é formado por uma variedade de regiões, climas, vegetações, hidrografia, sociedades, economias, culturas e línguas diferentes. Essa complexidade e variedade fazem que entendamos que existem diferentes Áfricas, com distintas características, e não apenas uma África, única e com características iguais.

2. Um grande número de reinos africanos da costa ocidental e central do continente possuía uma concepção de organização político-espacial semelhante. Suas economias, antes da presença européia, estabeleciam-se em função de uma relação complementar com os espaços do hinterland através de comércio a longa distância. Desse modo, o poder centralizador desses reinos situava-se não no litoral mas no interior, com o fim de melhor controlar as rotas comerciais. Normalmente o litoral constituía-se como espaço de produção de sal, peixe seco ou outros produtos necessários ao interior.
(SERRANO, Carlos. Ginga, a rainha quilombola de Matamba e Angola. Revista USP, nº 28, Dossiê “Povo negro – 300 anos”. Dez/jan/fev de 1995-1996, p. 137-145.Disponível em:< http://www.mnoticias.8m.com/zinga_cserrano.htm>. Acesso em 05 de junho de 2012.)

Utilizando seus conhecimentos e o texto acima, explique como os reinos africanos se interligavam.

 Resposta:
O primeiro contato entre os povos africanos se deu através dos rios e lagoas. Com o tempo, grupos fundaram aldeias e cidades, sobretudo na costa ocidental da África. Nesta região, iniciou-se um centro comercial, com feiras, mercados, espaços e poderes públicos e uma área rural nos entornos, para a agricultura e pastagem, Esse desenvolvimento comercial possibilitou a ligação entre as grandes “cidades”, “Estados”, “reinos” e “impérios” que foram criados na região.

3. (ENEM) A Lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, inclui no currículo dos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, a obrigatoriedade do ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira e determina que o conteúdo programático incluirá o estudo da História da África e dos africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil, além de instituir, no calendário escolar, o dia 20 de novembro como data comemorativa do “Dia da Consciência Negra”.

Disponível em: http://www.planalto.gov.br. Acesso em: 27 jul. 2010 (adaptado).

A) referida lei representa um avanço não só para a educação nacional, mas também para a sociedade brasileira, porque a legitima o ensino das ciências humanas nas escolas.
B) divulga conhecimentos para a população afro-brasileira.
C) reforça a concepção etnocêntrica sobre a África e sua cultura.
D) garante aos afrodescendentes a igualdade no acesso à educação.
E) impulsiona o reconhecimento da pluralidade étnicoracial do país.

resposta:[E]


4. (ENEM) A identidade negra não surge da tomada de consciência de uma diferença de pigmentação ou de uma diferença biológica entre populações negras e brancas e(ou) negras e amarelas. Ela resulta de um longo processo histórico que começa com o descobrimento, no século XV, do continente africano e de seus habitantes
pelos navegadores portugueses, descobrimento esse que abriu o caminho às relações mercantilistas com a
África, ao tráfico negreiro, à escravidão e, enfim, à colonização do continente africano e de seus povos.
K. Munanga. Algumas considerações sobre a diversidade e a identidade
negra no Brasil. In: Diversidade na educação: reflexões e
experiências. Brasília: SEMTEC/MEC, 2003, p. 37.
Com relação ao assunto tratado no texto acima, é correto afirmar que
A) a colonização da África pelos europeus foi simultânea ao descobrimento desse continente.
B) a existência de lucrativo comércio na África levou os portugueses a desenvolverem esse continente.
C) o surgimento do tráfico negreiro foi posterior ao início da escravidão no Brasil.
D) a exploração da África decorreu do movimento de expansão européia do início da Idade Moderna.
E) a colonização da África antecedeu as relações comerciais entre esse continente e a Europa.

O texto discorre sobre a [processo de] ocupação, a colonização e a exploração do continente africano pelos portugueses processo que abriu caminho ao domínio das populações negras por outros povos europeus. Foi no decorrer dele que se formou a referida identidade cultural negra.
Resposta:[D]

5. (Fuvest) "A palavra [escravidão] carrega (...) a história dolorosíssima de vários milênios, durante os quais, em quase todos os cantos do mundo, o mais cruel e desumanizador sistema de recrutar e controlar trabalho predominou sobre todos os demais. Tão ampla foi sua vigência no espaço e no tempo que hoje todos, na Europa, na Ásia, na África e nas Américas, fora de grupos como os pigmeus ou os bosquímanos, somos descendentes de escravos e de senhores e mercadores de escravos".
(Alberto da Costa e Silva, "A manilha e o libambo".)

Partindo da afirmação do autor, destaque as particularidades da escravidão na Antigüidade e na Época Moderna, indicando suas semelhanças e diferenças.


resposta: Resolução: A escravidão praticada na Antiguidade, período de vigência do chamado Modo de Produção Escravista, vinculou-se fundamentalmente a dinâmica das guerras e conquistas e da conseguinte subjulgação dos povos vencidos pelos vencedores. Durante a Idade Moderna, o Escravismo inseriu-se no contexto do Mercantilismo, sendo o escravo consIderado,   além de   força  de   trabalho,   "produto"  do Capitalismo Comercial. A desumanidade e crueldade, porém, são traços comuns do escravismo em ambos os períodos.

6. (FGV 2008) "Quando Diogo Cão chegou em 1483, era um reino relativamente forte e estruturado, cuja formação data possivelmente do final do século XIV. Povoado por grupos bantos, abrangia grande extensão da África Centro-Ocidental e compunha-se de diversas províncias. Algumas delas eram administradas por membros de linhagens que detinham os cargos de chefia há muitas gerações. Outras províncias eram governadas por chefes escolhidos pelo rei dentre a nobreza. Os chefes locais eram os encarregados de coletar os impostos devidos ao rei, além de recolherem para si parte do excedente da produção. A existência de um excedente agrícola era possível graças à apropriação do trabalho escravo."
(Marina de Mello e Souza. Adaptado)

O texto faz referência
a) ao Egito.
b) ao Daomé.
c) ao Congo.
d) à Cabo Verde.
e) à Moçambique.


resposta:[C]

7. (Unicamp) Os primeiros escravos negros chegaram ao Novo Mundo bem no início do século XVI. Por três séculos e meio as principais potências marítimas competiram entre si em torno do lucrativo tráfico de escravos, que levou aproximadamente dez milhões de africanos para as Américas.
(Adaptado de David Brion Davis, "O problema da escravidão na cultura ocidental". Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2001, p. 24.)
a) Cite uma das principais potências européias que traficava escravos nos séculos XVII e XVIII.
b) Caracterize o comércio triangular entre Europa, África e América neste período.
c) Quais as conseqüências, para a África, do tráfico negreiro?



resposta:
a) Inglaterra, Portugal, França e Holanda eram as principais potências européias que traficavam escravos da África para as Américas nos séculos XVII e XVIII, tanto em termos do volume de escravos transportados quanto dos capitais investido por seus comerciantes e companhias privilegiadas. Nesta questão, esperava-se que o candidato nomeasse apenas uma destas potências, o que valia 1 ponto.
b) Neste item, esperava-se que o candidato caracterizasse as trocas comerciais entre os três continentes durante os séculos XVII e XVIII. Neste período, as nações européias exportavam artigos manufaturados para suas colônias nas Américas.
Na África, vários produtos europeus (armas, pólvora, tecidos e quinquilharias) eram trocados por escravos. Estes, por sua vez eram levados para serem vendidos nas Américas, onde eram empregados para produzir gêneros tropicais
(açúcar, tabaco, algodão, índigo) ou extrair metais preciosos enviados à Europa. Subsidiariamente, várias regiões nas Américas produziam também tabaco e aguardente que eram trocados por escravos na África. Além disso, algumas nações européias especializaram-se em fornecer escravos para colônias americanas, como mostram as disputas entre portugueses e ingleses pelo contrato de fornecimento de escravos para as colônias espanholas.
c) A pergunta, aqui, estimulava o candidato a refletir sobre a história africana.  O tráfico atlântico de escravos implicou um grande desequilíbrio demográfico no continente africano, com conseqüentes alterações sociais e econômicas. Provocou ainda um aumento das rivalidades entre povos africanos, fortalecendo reinos ou grupos sociais ligados aos traficantes. A resistência de grupos organizados e as condições climáticas adversas impediram, muitas vezes, que os europeus penetrassem no continente africano. Ocupando sobretudo as regiões litorâneas, eles estabeleceram acordos comerciais com reinos africanos para as diversas atividades que sustentavam o tráfico atlântico.


8. (Unicamp 2005) Um dos maiores problemas nos estudos históricos no Brasil acerca da escravidão é seu relativo desconhecimento da história e da cultura africanas. Aí, a história do Congo tem muitas lições a dar, quer para os interessados no estudo da África, quer para os estudiosos da escravidão e da cultura negra na diáspora colonial. Afinal, a região do Congo-Angola foi daquelas que mais forneceram africanos para o Brasil, especialmente para o Sudeste, posição assumida no século XVII e consolidada na virada do século XVIII para o XIX.
(Adaptado de Ronaldo Vainfas e Marina de Mello e Sousa, "Catolização e poder no tempo do tráfico: o reino do Congo da conversão coroada ao movimento Antoniano, séculos XV-XVIII", Tempo. n. 6, 1998, p. 95-6).
a) O que foi a diáspora colonial citada no texto acima?
b) Identifique duas influências africanas no Brasil atual.
c) Nomeie e explique, no Brasil atual, uma decorrência da prática da escravidão negra.


resposta:

a) Define o deslocamento, normalmente forçado ou incentivado, de grandes massas populacionais originárias de uma zona determinada para várias áreas de acolhimento distintas.No caso, da dispersão da cultura africana nos domínios coloniais europeus.
b) No samba e no candomblé.
c) Preconceito racial.

9. (Fuvest) Ao longo do século 17, vegetais americanos como a batata-doce, o milho, a mandioca, o ananás e o caju penetraram no continente africano. Isso deve ser entendido como:

a) parte do aumento do tráfico negreiro, que estreitou as relações entre a América Portuguesa e a África e fez do sistema sul-atlântico o mais importante do
Império Português.
b) indício do alinhamento crescente de Portugal com a Inglaterra, que pressupunha a consolidação da penetração comercial no interior da África.
c) fruto de uma política sistemática de Portugal no sentido de anular a influência asiática e consolidar a americana no interior de seu império.
d) imposição da diplomacia adotada pela dinastia dos Braganças, que desejava ampliar a influência portuguesa no interior da África, região controlada por comerciantes espanhóis.
e) alternativa encontrada pelo comércio português, já que os franceses controlavam as antigas possessões portuguesas no Oriente e no estuário do Prata.

Resolução
No século 17 todas as terras do litoral africano estavam sob domínio português e tinham grande importância no fornecimento de escravos, transportados principalmente para o Brasil. No processo inverso, vários produtos oriundos da América penetraram em território africano.
Resposta:[A]

10. (UNESP 2009) Leia os seguintes trechos do poema Vozes d’África, escrito por Castro Alves em 1868, e assinale a alternativa que os interpreta corretamente.

Deus! Ó Deus! Onde estás que não respondes? (...)
Há dois mil anos te mandei meu grito, Que embalde desde então corre o infinito...
(...) Hoje em meu sangue a América se nutre
– Condor que transformara-se em abutre, Ave da escravidão (...)
Basta, Senhor! De teu potente braço
Role através dos astros e do espaço
Perdão p’ra os crimes meus! ...
Há dois mil anos... eu soluço um grito...(...)

a) O poeta procura convencer a Igreja católica e os cristãos brasileiros dos malefícios econômicos da escravidão.
b) Castro Alves defendeu os postulados da filosofia positivista e da literatura realista, justificando a escravidão.
c) O continente americano figura no poema como a pátria da liberdade e da felicidade do povo africano.
d) Abolicionista, Castro Alves leu em praça pública do Rio de Janeiro o poema Vozes d’ África para come morar a Lei Áurea.
e) Castro Alves incorpora no poema o mito bíblico da danação do povo africano, cumprido através de milênios pela maldição da escravidão.

Resposta:[E]

11. (Fuvest 2012) Instrução: Leia o texto para responder às questões de números 5 e 6.

Os africanos não escravizavam africanos, nem se reconheciam então como africanos. Eles se viam como membros de uma aldeia, de um conjunto de aldeias, de um reino e de um grupo que falava a mesma língua, tinha os mesmos costumes e adorava os mesmos deuses. (...) Quando um chefe (...) entregava a um navio europeu um grupo de cativos, não estava vendendo africanos nem negros, mas (...) uma gente que, por ser considerada por ele inimiga e bárbara, podia ser escravizada.(...) O comércio transatlântico (...) fazia parte de um processo de integração econômica do Atlântico, que envolvia a produção e a comercialização, em grande escala, de açúcar, algodão, tabaco, café e outros bens tropicais, um processo no qual a Europa entrava com o capital, as Américas com a terra e a África com o trabalho, isto é, com a mão de obra cativa.

(Alberto da Costa e Silva. A África explicada aos meus filhos, 2008. Adaptado.)

Ao caracterizar a escravidão na África e a venda de escravos por africanos para europeus nos séculos XVI a XIX, o texto
(A) reconhece que a escravidão era uma instituição presente em todo o planeta e que a diferenciação entre homens livres e homens escravos era definida pelas características raciais dos indivíduos. (B) critica a interferência europeia nas disputas internas do continente africano e demonstra a rejeição do comércio escravagista pelos líderes dos reinos e aldeias então existentes na África. 
(C) diferencia a escravidão que havia na África da que existia na Europa ou nas colônias americanas, a partir da constatação da heterogeneidade do continente africano e dos povos que lá viviam. 
(D) afirma que a presença europeia na África e na América provocou profundas mudanças nas relações entre os povos nativos desses continentes e permitiu maior integração e colaboração interna. 
(E) considera que os únicos responsáveis pela escravização de africanos foram os próprios africanos, que aproveitaram as disputas tribais para obter ganhos financeiros.




resposta:[C]


12. (Unicamp 2012)  A longa presença de povos árabes no norte da África, mesmo antes de Maomé, possibilitou uma interação cultural, um conhecimento das línguas e costumes, o que facilitou posteriormente a expansão do islamismo. Por outro lado, deve-se considerar a superioridade bélica de alguns povos africanos, como os sudaneses, que efetivaram a conversão e a conquista de vários grupos na região da Núbia, promovendo uma expansão do Islã que não se apoia na presença árabe.
(Adaptado de Luiz Arnaut e Ana Mônica Lopes, História da África: uma introdução. Belo Horizonte: Crisálida, 2005, p. 29-30.)

Sobre a presença islâmica na África é correto afirmar que:
a) O princípio religioso do esforço de conversão, a jihad, foi marcado pela violência no norte da África e pela aceitação do islamismo em todo o continente africano.
b) Os processos de interação cultural entre árabes e africanos, como os propiciados pelas relações comerciais, são anteriores ao surgimento do islamismo.
c) A expansão do islamismo na África ocorreu pela ação dos árabes, suprimindo as crenças religiosas tradicionais do continente.
d) O islamismo é a principal religião dos povos africanos e sua expansão ocorreu durante a corrida imperialista do século XIX.

Resposta: B
Resolução: A questão pode ser respondida a partir da leitura do texto e de conhecimentos gerais sobre a expansão islâmica e não é necessário o conhecimento específico sobre os povos africanos e seu processo de islamização.
Por conta de interesses comerciais, grupos árabes estabeleceram contato e se misturavam a povos africanos, num processo de interação cultural que, mais tarde, contribuiu para a difusão da religião. Esses grupos mercantis eram minoritários e existiram em diversas regiões da África, mesmo sob domínio de outros povos. O texto destaca que alguns grupos africanos – e não árabes – foram, posteriormente, responsáveis pela expansão do islamismo para diversas partes do interior do continente.
Saiba mais sobre a expansão muçulmana.


13. A Lei 10.639/03 que torna obrigatório o ensino  sobre história e cultura afro-brasileira nas escolas,  infelizmente não está sendo cumprida na maior parte das unidades escolares brasileiras. Alega-se falta  de  material didático, investimento na formação de professores e até mesmo, de cursos de especialização  sobre a história da África. Nas escolas, quais disciplinas  em especial deverão tratar deste tema?
a) Educação artística, Filosofia e Literatura brasileira. 
b) Geografia, História e Sociologia.
c) Literatura brasileira, Sociologia e História. 
d) Educação artística, Literatura e História brasileira.
e) Educação artística, Geografia e História.

Resposta:[E]

14. (Ifsul) “Predomina na consciência coletiva ocidental-eurocentrista um estereótipo da África como  continente escuro, abrigando tribos primitivas, imóveis no tempo e no espaço, com suas culturas  arcaicas e estáticas. Segundo essa imagem, não haveria comunicação e troca de idéias entre várias  etnias africanas, e muito menos entre elas e o restante do mundo.”
(NASCIMENTO, Eliza Larkin. As civilizações Africanas no Mundo Antigo. In: Thoth: Escriba dos Deuses. Brasília, Gabinete do  Sen. Abdias do Nascimento, 1997, p.229.)

Com base no texto acima, assinale, de cima para baixo, F para  afirmativas falsas e  V para  verdadeiras.
Sobre a História da África, é correto afirmar-se que
(   ) o continente africano possui os primeiros registros de fósseis antropoides nas proximidades do  Lago Vitória e é considerado o berço da humanidade.
(   ) a África não  atraía o interesse das nações europeias até meados do século XIX, pela falta de  riquezas naturais, ouro e pedras preciosas.
(    ) a escravidão negro-africana, explorada por Portugal, era uma forma distorcida e agravada da  escravidão já existente em boa parte do continente.
(    ) a maioria dos Estados africanos, como os conhecemos hoje, foi formada a partir do processo de  descolonização pós-1945.
A ordem correta para responder a esta questão é
a) V – F – V – F.
b) V – F – V – V.
c) F – V – F – F.
d) F – V – V – V.

resposta:[B]

15. (Cesgranrio) “Poder casar com várias mulheres era sinal de prestígio: quanto mais poderoso um chefe, mais  mulheres ele tinha. E isso valia tanto para as regiões  islamizadas como para as que mantinham as tradições  locais”. 
MELLO E SOUZA, Marina de. África e Brasil Africano. São Paulo:  Ática, 2007, p. 31.

A cultura europeia se diferenciava da africana e, quando os europeus passaram a se relacionar com as comunidades africanas, foram construídas  teses  que  atribuíam à poligamia características de
(A) prática social associada a formas de viver atrasadas e combatidas pela religião católica.
(B) diferença cultural, considerada  de  relacionamento  produtivo demograficamente.
(C) prática doentia associada à transgressão da  sexualidade. 
(D) nova relação de parentesco, muito utilizada entre  os europeus.
(E) disseminação das religiões pagãs entre os africanos, que eram promíscuas e desordenadas.

Resposta:[A]

16. (FGV 2008) Durante a Antigüidade e a  Idade  Média,  a África permaneceu relativamente isolada do resto do mundo. Em 1415, os portugueses conquistaram Ceuta, no norte do continente, dando início à exploração de sua costa ocidental.
José Jobson de A. Arruda e Nelson Piletti, Toda a História

Acerca da África, na época da chegada dos portugueses em Ceuta, é correto afirmar que:
a) nesse continente havia a presença de alguns Estados organizados, como o reino do Congo, e a exploração de escravos, mas não existia uma sociedade escravista.
b) assim como em parte da Europa, praticava-se a exploração do trabalho servil que, com a presença européia, transformou-se em trabalho escravo.
c) a população se concentrava no litoral e o continente não conhecia formas mais elaboradas de organização política, daí a denominação de povos primitivos.
d) os  poucos   Estados ,   organizados   pelos   bantos , encontravam-se no Norte e economicamente viviam da exploração dos escravos muçulmanos.
e) a  escravidão   e   outras  modalidades   de   trabalho compulsório eram desconhecidas na África e foram introduzidas apenas no século XVI, pelos portugueses
e espanhóis.

Resolução:
Ao adentrarem o território africano, a partir do século XIV, os europeus encontraram sociedades bastante distintas umas das outras, desde aquelas com organizações tribais simples até os grandes impérios, como o reino do Congo. Nestas variadas sociedades, era conhecida a prática da escravidão por guerras;os escravos eram utilizados no âmbito doméstico ou então eram comercializados. Contudo, a escravidão não constituía a base da mão-de-obra nem uma atividade econômica fundamental nestas sociedades, como ocorreu na América, após a organização sistema colonial


17. (Fuvest) “(...) e em lugar de ouro, de prata e de outros bens que servem de moeda em outras regiões, aqui a moeda é feita de pessoas, que não são nem ouro, nem tecidos, mas sim criaturas. E a nós a vergonha e a de nossos predecessores, de termos, em nossa
simplicidade, aberto a porta a tantos males (...)”
Garcia II, rei do Congo, século XVII

Comente os acontecimentos a que se refere o rei africano e como estão relacionados à colônia brasileira.


Resolução:
O rei africano Garcia II refere-se, em seu texto, à utilização do instituto de escravismo tradicional africano pelas metrópoles européias como justificativa moral para o empreendimento escravista levado a cabo, em grande escala, durante o desenvolvimento do capitalismo comercial. A partir das facilidades encontradas por comerciantes europeus de escravos, diante das lutas tribais africanas, que os abasteciam com os prisioneiros de suas guerras, o novo mundo tornou-se mercado consumidor da força de trabalho africana. No Brasil a introdução da mão-de-obra africana na lavoura canavieira foi parte de mais esse projeto comercial europeu.


(PITÁGORAS) As questões 18 e 19 se referem ao texto a seguir.

“Antes mesmo dos europeus chegarem à África Ocidental já existiam variadas formas de escravidão, que alias, estenderam-se até o século XX. Predominavam os trabalhos domésticos e artesanais, porém houve importantes empreendimentos escravistas agrícolas e mineratórios, muitos similares ao do Novo Mundo. (...) O comércio de escravos na África é bem anterior ao tráfico negreiro praticado por europeus. Estes últimos aproveitaram a organização comercial já existente para consolidar seu novo negócio internacional.”
(LIBBY & PAIVA, p. 14)

18. Identifique, no texto, uma característica econômica presente em alguns impérios e reinos africanos.

resposta:
A utilização de escravos na lavoura e na mineração; a prática de comércio de escravos.

19. Apresente uma diferença entre a escravidão existente na África antes da chegada dos europeus e a escravidão na América Portuguesa.

resposta:
Na África, o escravo não era visto como uma propriedade de outra pessoa. Já no Brasil, o cativo tornava-se uma mercadoria que podia ser comprada e vendida.
A condição de escravo na América Portuguesa era permanente. Na África, a escravidão era temporária.
Na África, filhos de escravos nasciam livres, o que não ocorria no Brasil.

20. (Fuvest) "Angola, Congo, Benguela Monjolo, Cabinda, Mina Quiloa, Rebolo" (Jorge Ben, África/Brasil-Zumbi)

O texto refere-se a.
a) colônias holandesas de exploração na África do século XVI ao século XVIII.
b) grupos africanos escravizados e trazidos para o Brasil durante a colonização.
c) reinos africanos que se rebelaram contra a colonização portuguesa na época da independência do Brasil.
d) comunidades livres formadas por escravos fugitivos.
e) países africanos atuais que mantêm estreitos vínculos com a cultura brasileira.


resposta:[B]

 


21. (PITÁGORAS) Com base nessa imagem, PRODUZA um pequeno texto sobre o tema: Áfricas. Compare as características dos povos retratados, apresente suas diferenças étnicas e culturais. Dê um título para seu texto e lembre-se que além do conteúdo, a ortografia e organização de ideias também são importantes para que o leitor entenda a mensagem que você quer comunicar.

Resposta:

Professor verifique se o aluno rompeu com a visão de que os africanos têm a mesma cultura e pertencem a mesma etnia e descreveu esses povos identificando os aspectos culturais que os diferenciam, como o  tipo de corte de cabelos, a barba e os apetrechos usados .



22. (PITÁGORAS) “(...) cabe lembrar que é quase impossível falar da África no singular, de ‘uma’ só África no Brasil: são muitas as origens, as trajetórias, as culturas. A própria noção de ‘africano’ não existia entre os escravos até o século XIX. A identidade de cada povo, que o mundo escravocrata dissolvia, ainda assim prevalecia sobre a ideia da identidade africana, da África como terra de todos. Esta só se desenvolveria na própria África nos séculos XIX e XX, a partir das lutas de independência [no século XX].”
LIMA, Mônica. A África na sala de aula. In: Nossa história. Ano 1, nº 4, fev. 2004. p. 85.

Segundo a autora,
a) a África é uma região marcada pela miséria, doenças e conflitos.
b) a África é um continente marcado pela diversidade histórica e étnica.
c) os africanos têm o mesmo passado e a mesma etnia.
d) os africanos, desde a antiguidade, se reconheciam como africanos.

resposta:[B]


 
(PITÁGORAS) As questões 23 e 24 se referem à imagem e ao texto a seguir.


PRIORE, Mary Del; VENÂNCIO, Renato P. Ancestrais: uma introdução à história da África Atlântica. Rio de Janeiro, Elsevier, 2004.p154

Muito antes de europeus colocarem o pé no continente africano, havia escravos no Reino do Congo. A estratificação social do reino, por sinal, era de uma nitidez absoluta. Havia a aristocracia, um segmento intermediário de homens livres e a massa escrava. A aristocracia formava uma casta, desde que seus membros eram impedidos de se casar com plebeus. A parte pesada dos trabalhos agrícolas recaía, evidentemente, sobre os escravos.
RISÉRIO, Antonio. Escravos de escravos. In: Nossa história. Ano 1, nº 4, fev. 2004. p. 63.


23. (PITÁGORAS) A imagem confirma as informações do texto na medida em que mostra

a) indivíduos em posições sociais diferentes: o nobre e o cativo.
b) um escravo exercendo trabalho pesado.
c) pessoas se oferecendo como escravos para obter recursos necessários à sua subsistência.
d) um tumbeiro adquirindo escravo através da prática do sequestro.

resposta:[A]

24. (PITÁGORAS) Quem se tornava um escravo na África, antes da chegada dos europeus neste continente?
a) Pessoas de pele escura considerada inferior pelos outros elementos da sociedade.
b) Pessoas prisioneiras de guerra, devedores e excluídos.
c) Pessoas que se iludiam por falsas promessas e acabavam se transformando em propriedade de outra.
d) Pessoas que demonstravam certa habilidade para o trabalho agrícola.

resposta:[B]

 
25. (PITÁGORAS) De acordo com esse esquema, podemos dizer que o tráfico de escravos era um negócio complexo que envolvia a participação de
a) africanos, brasileiros e europeus.
b) agentes africanos e brasileiros.
c) brasileiros. Europeus e asiáticos.
d) agentes africanos e europeus

resposta:[A]




26. (Ufscar 2007)  Nem todos os brancos que chegavam do mar eram portugueses, e os povos que viviam nas cercanias do litoral logo aprenderam a distingui-los. (...) Se os surpreendiam, os portugueses os atacavam, queimavam e punham a pique. Mas às vezes, ocorria o oposto. (...)
Os portugueses insistiam com os reis e notáveis do litoral para que não transacionassem com os outros europeus, por eles qualificados de piratas. E recomendavam que lhes dessem combate. (...)
Por volta de 1560, os portugueses começaram a usar galés para patrulhar as costas próximas ao forte da Mina. (...)
Os entrepostos nas mãos de portugueses fiéis à Coroa eram poucos e quase sempre dependentes da boa vontade dos chefes nativos, até para seus alimentos.
            (Alberto da Costa e Silva. "A manilha e o libambo", 2002.)

O texto descreve a conquista portuguesa
a) no Brasil.  
b) nas Guianas.  
c) nas Índias Orientais.  
d) no Japão.  
e) na África.  


resposta:[E]

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