HISTÓRIIA
46 E
Tendo assumido a chefia do povo, três anos após a queda dos tiranos (…) começou, primeiramente, a repartir todos os atenienses em dez tribos ao invés de quatro, com a intenção de misturá-los a fim de que mais indivíduos participassem do poder (...) Em seguida, estabeleceu que a Bulé (Conselho) teria quinhentos membros ao invés de quatrocentos. (…) Dividiu igualmente o território da cidade em trinta grupos de demos, dez reunindo os demos urbanos, dez os do litoral, dez os do interior, dando a estes grupos a denominação de tritias.
[Aristóteles, Constituição de Atenas apud Jaime Pinsky (org.), Cem textos de história antiga]
O texto apresenta
a) a tirania de Pisístrato.
46 E
Tendo assumido a chefia do povo, três anos após a queda dos tiranos (…) começou, primeiramente, a repartir todos os atenienses em dez tribos ao invés de quatro, com a intenção de misturá-los a fim de que mais indivíduos participassem do poder (...) Em seguida, estabeleceu que a Bulé (Conselho) teria quinhentos membros ao invés de quatrocentos. (…) Dividiu igualmente o território da cidade em trinta grupos de demos, dez reunindo os demos urbanos, dez os do litoral, dez os do interior, dando a estes grupos a denominação de tritias.
[Aristóteles, Constituição de Atenas apud Jaime Pinsky (org.), Cem textos de história antiga]
O texto apresenta
a) a tirania de Pisístrato.
b) as reformas de Sólon.
c) a reação aristocrática.
c) a reação aristocrática.
d) a legislação de Drácon.
e) as reformas de Clístenes.
e) as reformas de Clístenes.
Resolução
A queda dos tiranos (governo ruim e exercido por uma só pessoa, segundo a classificação de Aristóteles) possibilitou a ascensão do legislador Clístenes, cujasreformas acabaram por criar a democracia em Atenas.
A ampliação do direito à participação política fica demonstrada pela substituição das antigas quatrotribos – formadas por laços sanguíneos – por outras dez, compostas de homens de diferentes origens e condições. Da mesma forma, ampliam o número deconselheiros para quinhentos indivíduos, sendo cinquenta indicados por cada tribo.
47 B
Segundo o historiador Paul Lovejoy, com o tráfico negreiro em grande escala a escravidão na África deixou de ser uma entre outras formas de dependência pessoal, como ocorria na sociedade “de linhagem”. A partir de então, o continente negro pôde ser integrado a uma rede internacional de escravidão controlada pela burguesia mercantil europeia.
(José Jobson de A. Arruda e Nelson Piletti, Toda a História)
Segundo o historiador Paul Lovejoy, com o tráfico negreiro em grande escala a escravidão na África deixou de ser uma entre outras formas de dependência pessoal, como ocorria na sociedade “de linhagem”. A partir de então, o continente negro pôde ser integrado a uma rede internacional de escravidão controlada pela burguesia mercantil europeia.
(José Jobson de A. Arruda e Nelson Piletti, Toda a História)
Considerando o texto e os conhecimentos sobre a história africana, pode-se afirmar que
a) as sociedades africanas, essencialmente o Congo, desconhecedor do Estado e do trabalho compulsório, desorganizaram-se completamente diante da chegada dos europeus.
b) o contato das nações europeias com a África subsaariana, a partir do século XV, trouxe importantes transformações para o continente e, em especial, deu novo significado à escravidão.
c) com a chegada dos portugueses a Ceuta em 1415, os povos africanos iniciaram seus contatos comerciais a longa distância e iniciaram o uso do ouro como meio de troca.
d) a ausência de Estados organizados na África subsaariana permitiu que os colonizadores europeus construíssem impérios coloniais, como se estabeleceu na América.
e) antes da chegada europeia na África abaixo da linha do Equador, a escravidão de negros nesse continente era uma experiência das poucas regiões islamizadas.
a) as sociedades africanas, essencialmente o Congo, desconhecedor do Estado e do trabalho compulsório, desorganizaram-se completamente diante da chegada dos europeus.
b) o contato das nações europeias com a África subsaariana, a partir do século XV, trouxe importantes transformações para o continente e, em especial, deu novo significado à escravidão.
c) com a chegada dos portugueses a Ceuta em 1415, os povos africanos iniciaram seus contatos comerciais a longa distância e iniciaram o uso do ouro como meio de troca.
d) a ausência de Estados organizados na África subsaariana permitiu que os colonizadores europeus construíssem impérios coloniais, como se estabeleceu na América.
e) antes da chegada europeia na África abaixo da linha do Equador, a escravidão de negros nesse continente era uma experiência das poucas regiões islamizadas.
Resolução
De acordo com o texto, embora já presente na África subsaariana, a escravidão adquiriu novos significados a partir do contato dos africanos com os europeus, no século XV. Se anteriormente era utilizada como uma forma de dependência pessoal, a partir de então, adquire, fundamentalmente, aspectos mercantis.
De acordo com o texto, embora já presente na África subsaariana, a escravidão adquiriu novos significados a partir do contato dos africanos com os europeus, no século XV. Se anteriormente era utilizada como uma forma de dependência pessoal, a partir de então, adquire, fundamentalmente, aspectos mercantis.
48 D
(…) Deus tinha distribuído tarefas específicas a cada homem; uns deviam orar pela salvação de todos, outros deviam lutar para proteger o povo; cabia aos membros do terceiro estado, de longe o mais numeroso, alimentar, com seu trabalho, os homens de religião e da guerra. Este padrão, que rapidamente marcou a consciência coletiva, apresentava uma forma simples e em conformidade com o plano divino e assim sancionava a desigualdade social e todas as formas de exploração econômica (…)
(Georges Duby, As três ordens ou o imaginário do feudalismo apud Patrícia Ramos Braick e Myrian Becho Mota, História: das cavernas ao Terceiro Milênio)
A partir do texto, é correto concluir que
a) a Igreja não reconhecia importância nas atividades que estivessem desligadas da religião, assim a condição de não nobre revelava um sujeito vítima do castigo divino.
b) a rigidez da estrutura da sociedade feudal não foi regra durante a Idade Média, pois a partir do século X, estabeleceu-se uma dinâmica sociedade de classes.
c) as posições sociais menos importantes derivavam menos da vontade divina e mais da ausência de empenho dos homens, segundo a teologia cristã medieval.
d) a sociedade feudal estruturava-se de forma rígida, de ter minada pelo nascimento e com pequenas possibilidades de movimentação entre as camadas sociais.
e) a suposta imobilidade da sociedade medieval tem fundamento nas teses teológicas de santo Agostinho, que defendiam a supremacia da razão em detrimento da fé.
Resolução
A sociedade feudal caracterizava-se por ser estamental, cuja posição era determinada pelo nascimento, com raríssima possibilidade de mobilidade. Estava classificada em ordens (de acordo com a Igreja) nas quais cada indivíduo possuía uma função/atividade, que em conjunto assegurariam o seu perfeito funcionamento.
49 B
Leia as assertivas.
I. Entre os astecas, os camponeses e os escravos – prisioneiros de guerra ou criminosos – formavam a camada mais baixa da sociedade.
II. Fazia parte da cultura asteca oferecer aos deuses sacrifícios humanos.
III. Entre os astecas, existiam técnicas avançadas de construção, como de represas e obras de irrigação, além dos templos religiosos.
IV. O Império Inca, grosso modo, ocupava as encostas dos Andes e a sua consolidação ocorreu em meados do século XV.
V. A estrutura política dos incas permitia uma participação da maioria da população, por meio de consultas periódicas.
(…) Deus tinha distribuído tarefas específicas a cada homem; uns deviam orar pela salvação de todos, outros deviam lutar para proteger o povo; cabia aos membros do terceiro estado, de longe o mais numeroso, alimentar, com seu trabalho, os homens de religião e da guerra. Este padrão, que rapidamente marcou a consciência coletiva, apresentava uma forma simples e em conformidade com o plano divino e assim sancionava a desigualdade social e todas as formas de exploração econômica (…)
(Georges Duby, As três ordens ou o imaginário do feudalismo apud Patrícia Ramos Braick e Myrian Becho Mota, História: das cavernas ao Terceiro Milênio)
A partir do texto, é correto concluir que
a) a Igreja não reconhecia importância nas atividades que estivessem desligadas da religião, assim a condição de não nobre revelava um sujeito vítima do castigo divino.
b) a rigidez da estrutura da sociedade feudal não foi regra durante a Idade Média, pois a partir do século X, estabeleceu-se uma dinâmica sociedade de classes.
c) as posições sociais menos importantes derivavam menos da vontade divina e mais da ausência de empenho dos homens, segundo a teologia cristã medieval.
d) a sociedade feudal estruturava-se de forma rígida, de ter minada pelo nascimento e com pequenas possibilidades de movimentação entre as camadas sociais.
e) a suposta imobilidade da sociedade medieval tem fundamento nas teses teológicas de santo Agostinho, que defendiam a supremacia da razão em detrimento da fé.
Resolução
A sociedade feudal caracterizava-se por ser estamental, cuja posição era determinada pelo nascimento, com raríssima possibilidade de mobilidade. Estava classificada em ordens (de acordo com a Igreja) nas quais cada indivíduo possuía uma função/atividade, que em conjunto assegurariam o seu perfeito funcionamento.
49 B
Leia as assertivas.
I. Entre os astecas, os camponeses e os escravos – prisioneiros de guerra ou criminosos – formavam a camada mais baixa da sociedade.
II. Fazia parte da cultura asteca oferecer aos deuses sacrifícios humanos.
III. Entre os astecas, existiam técnicas avançadas de construção, como de represas e obras de irrigação, além dos templos religiosos.
IV. O Império Inca, grosso modo, ocupava as encostas dos Andes e a sua consolidação ocorreu em meados do século XV.
V. A estrutura política dos incas permitia uma participação da maioria da população, por meio de consultas periódicas.
Acerca das civilizações pré-colombianas, estão corretas as afirmativas
a) I e III, apenas.
a) I e III, apenas.
b) I, II, III e IV, apenas.
c) II, III e V, apenas.
c) II, III e V, apenas.
d) III, IV e V, apenas.
e) I, II, III, IV e V.
e) I, II, III, IV e V.
Resolução
A assertiva V está incorreta, pois a forma de governo seguida pelos incas era um império teocrático, cujo governante possuía poderes absolutos.
50 B
A linha mais secular associa-se com os levellers e os diggers os quais, embora seus programas diferissem muito, ofereciam soluções políticas e sociais para os males terrenos. Tais grupos surgiram dos acalorados debates, realizados em Putney em 1647, entre oficiais do exército (favoráveis aos grandes comerciantes e donos das propriedades rurais) e os “agitadores”, que represen tavam as fileiras da tropa.
(George Rude, Ideologia e protesto popular apud Adhemar Marques et alli, História contemporânea através de textos)
No contexto das revoluções inglesas do século XVII, os levellers se constituíam em um grupo
a) moderado, ligados à pequena nobreza rural, e defensores da articulação entre os interesses do rei Carlos I e do Parlamento, além de reivindicarem o poder religioso para os presbiterianos.
b) extremista, com representantes entre os camponeses sem terra, aliados aos presbiterianos, defensores de uma sociedade que abolisse a propriedade privada e o dízimo pago à Igreja Anglicana.
c) moderado, ligados a médios proprietários rurais, e aliados ao Novo Modelo de Exército liderado por Oliver Cromwell, defendiam o controle sobre o poder real e ampliação do poder do Parlamento.
d) radical, pertencentes à pequena burguesia urbana, que defendiam uma série de transformações sociais, como a restrição às grandes propriedades e separação entre Igreja e Estado.
e) conciliador, formado pela grande burguesia urbana, aliados da gentry e dos independentes, eram defensores da ampliação do poder do Parlamento e da liberdade
econômica.
A assertiva V está incorreta, pois a forma de governo seguida pelos incas era um império teocrático, cujo governante possuía poderes absolutos.
50 B
A linha mais secular associa-se com os levellers e os diggers os quais, embora seus programas diferissem muito, ofereciam soluções políticas e sociais para os males terrenos. Tais grupos surgiram dos acalorados debates, realizados em Putney em 1647, entre oficiais do exército (favoráveis aos grandes comerciantes e donos das propriedades rurais) e os “agitadores”, que represen tavam as fileiras da tropa.
(George Rude, Ideologia e protesto popular apud Adhemar Marques et alli, História contemporânea através de textos)
No contexto das revoluções inglesas do século XVII, os levellers se constituíam em um grupo
a) moderado, ligados à pequena nobreza rural, e defensores da articulação entre os interesses do rei Carlos I e do Parlamento, além de reivindicarem o poder religioso para os presbiterianos.
b) extremista, com representantes entre os camponeses sem terra, aliados aos presbiterianos, defensores de uma sociedade que abolisse a propriedade privada e o dízimo pago à Igreja Anglicana.
c) moderado, ligados a médios proprietários rurais, e aliados ao Novo Modelo de Exército liderado por Oliver Cromwell, defendiam o controle sobre o poder real e ampliação do poder do Parlamento.
d) radical, pertencentes à pequena burguesia urbana, que defendiam uma série de transformações sociais, como a restrição às grandes propriedades e separação entre Igreja e Estado.
e) conciliador, formado pela grande burguesia urbana, aliados da gentry e dos independentes, eram defensores da ampliação do poder do Parlamento e da liberdade
econômica.
Resolução
No contexto da Revolução Puritana (1642-60), os partidários do Parlamento incluíam dois grupos extremistas, com reivindicações radicais: os levellers (niveladores) e os diggers (cavadores). Os primeiros, originários da pequena burguesia e das camadas baixas urbanas, desejavam diminuir as diferenças socioeconômicas por meio de restrições à grande propriedade.
Os segundos, de origem rural, ganharam esse nome porque, quando se deparavam com áreas incultas ou abandonadas, delas se apropriavam e passavam a cavá-las para a semeadura. As reivindi cações de levellers e diggers constituíam uma ameaça aos interesses da gentry (pequena nobreza rural) e da burguesia urbana, que lideravam a Revolução. Por isso, foram persegui dos e eliminados pelo governo de Cromwell.
No contexto da Revolução Puritana (1642-60), os partidários do Parlamento incluíam dois grupos extremistas, com reivindicações radicais: os levellers (niveladores) e os diggers (cavadores). Os primeiros, originários da pequena burguesia e das camadas baixas urbanas, desejavam diminuir as diferenças socioeconômicas por meio de restrições à grande propriedade.
Os segundos, de origem rural, ganharam esse nome porque, quando se deparavam com áreas incultas ou abandonadas, delas se apropriavam e passavam a cavá-las para a semeadura. As reivindi cações de levellers e diggers constituíam uma ameaça aos interesses da gentry (pequena nobreza rural) e da burguesia urbana, que lideravam a Revolução. Por isso, foram persegui dos e eliminados pelo governo de Cromwell.
51 C
É constante que o tabaco do Brasil é tão necessário para o resgate de negros quanto os mesmos negros são precisos para a conservação da América portuguesa. Nas mesmas circunstâncias se acham outras nações que têm colônias; nenhuma delas se pode sustentar sem escravos e todas precisam do nosso tabaco para o comércio de resgate …
(Instrução dada ao Marquês de Valença por Martinho de Melo e Castro em 10 de setembro de 1779 apud Mafalda P. Zemella, O abastecimento da capitania das Minas Gerais no século XVIII. Adaptado.)
A partir do documento, é correto afirmar que
a) o caráter de extrema especialização da exploração dos metais preciosos trouxe uma série de descuidos com as outras atividades econômicas, como o tabaco e o açúcar, desorganizando toda a economia colonial.
b) a especificidade da exploração de ouro no interior da colônia brasileira exigiu uma mão de obra também específica: trabalhadores em condição intermediária entre o trabalho compulsório e o trabalho livre.
c) com a exploração aurífera em Minas Gerais, a necessidade de mão de obra compulsória fez com que aumentasse a produção de tabaco, pois essa mercadoria servia como moeda de troca para escravos na África.
d) com a presença holandesa no nordeste do Brasil e a proibição metropolitana em relação ao comércio interno, inúmeros prejuízos atingiram a economia colonial, em especial a produção de tabaco de Pernambuco.
e) devido ao extremo cuidado com a mineração, o Conselho Ultramarino proibiu a produção de tabaco fora da Bahia e exigiu que a chegada de escravos da África fosse feita apenas pelo porto do Rio de Janeiro.
Resolução
Desde o século XVI, quando da implantação da produção açucareira, o tabaco (produzido especialmente no Recôncavo baiano) servia de moeda de troca por escravos nas feitorias da África. Entretanto, no século XVIII, com a necessidade de um número cada vez maior de braços escravos para a exploração aurífera, a produção de fumo consequentemente aumentou para a prática do escambo.
É constante que o tabaco do Brasil é tão necessário para o resgate de negros quanto os mesmos negros são precisos para a conservação da América portuguesa. Nas mesmas circunstâncias se acham outras nações que têm colônias; nenhuma delas se pode sustentar sem escravos e todas precisam do nosso tabaco para o comércio de resgate …
(Instrução dada ao Marquês de Valença por Martinho de Melo e Castro em 10 de setembro de 1779 apud Mafalda P. Zemella, O abastecimento da capitania das Minas Gerais no século XVIII. Adaptado.)
A partir do documento, é correto afirmar que
a) o caráter de extrema especialização da exploração dos metais preciosos trouxe uma série de descuidos com as outras atividades econômicas, como o tabaco e o açúcar, desorganizando toda a economia colonial.
b) a especificidade da exploração de ouro no interior da colônia brasileira exigiu uma mão de obra também específica: trabalhadores em condição intermediária entre o trabalho compulsório e o trabalho livre.
c) com a exploração aurífera em Minas Gerais, a necessidade de mão de obra compulsória fez com que aumentasse a produção de tabaco, pois essa mercadoria servia como moeda de troca para escravos na África.
d) com a presença holandesa no nordeste do Brasil e a proibição metropolitana em relação ao comércio interno, inúmeros prejuízos atingiram a economia colonial, em especial a produção de tabaco de Pernambuco.
e) devido ao extremo cuidado com a mineração, o Conselho Ultramarino proibiu a produção de tabaco fora da Bahia e exigiu que a chegada de escravos da África fosse feita apenas pelo porto do Rio de Janeiro.
Resolução
Desde o século XVI, quando da implantação da produção açucareira, o tabaco (produzido especialmente no Recôncavo baiano) servia de moeda de troca por escravos nas feitorias da África. Entretanto, no século XVIII, com a necessidade de um número cada vez maior de braços escravos para a exploração aurífera, a produção de fumo consequentemente aumentou para a prática do escambo.
52 E
Com a convocação dos Estados Gerais [em 1788], a aristocracia esperava completar o processo que esvaziaria a monarquia de seu poder absoluto. Seu cálculo, teoricamente correto, baseava-se na certeza de que controlaria todas as decisões dos Estados Gerais. (…) essa instituição (…) tinha seus representantes eleitos internamente a cada ordem e, quando em funcionamento, a votação era em separado, correspondendo um voto a cada ordem. (…)
Mas, na prática, o cálculo da aristocracia revelou-se um verdadeiro suicídio político para ela e para o regime que representava (…)
(Modesto Florenzano, As revoluções burguesas)
Esse “suicídio político” consubstanciou-se, pois
a) a aristocracia francesa, que defendia reformas nas obrigações servis, objetivando ampliar os ganhos tributários do Estado, foi forçada a aceitar o fim dos privilégios fiscais da nobreza togada e do baixo clero.
b) se estabeleceu um acordo tácito entre os jacobinos e os girondinos, na Convenção, a partir de 1789, e uma série de reformas estruturais, baseadas nas ideias iluministas, determinou a gradual extinção das obrigaçõesfeudais.
c) as reformas políticas propostas pela aristocracia geraram uma maior participação das camadas sociais presentes no Terceiro Estado, em especial a alta burguesia, que comandou o Comitê de Salvação Pública, em 1789.
d) a tentativa da aristocracia francesa em limitar a influência que a alta burguesia exercia sobre o soberano Luis XVI fracassou e abriu espaço para que o rei convocasse uma Assembleia Nacional Constituinte para julho de 1789.
e) após um pouco mais de um mês de funcionamento, em junho de 1789, o Terceiro Estado transformou os Estados Gerais em Assembleia Nacional Constituinte, um dos momentos iniciais da Revolução Francesa.
Com a convocação dos Estados Gerais [em 1788], a aristocracia esperava completar o processo que esvaziaria a monarquia de seu poder absoluto. Seu cálculo, teoricamente correto, baseava-se na certeza de que controlaria todas as decisões dos Estados Gerais. (…) essa instituição (…) tinha seus representantes eleitos internamente a cada ordem e, quando em funcionamento, a votação era em separado, correspondendo um voto a cada ordem. (…)
Mas, na prática, o cálculo da aristocracia revelou-se um verdadeiro suicídio político para ela e para o regime que representava (…)
(Modesto Florenzano, As revoluções burguesas)
Esse “suicídio político” consubstanciou-se, pois
a) a aristocracia francesa, que defendia reformas nas obrigações servis, objetivando ampliar os ganhos tributários do Estado, foi forçada a aceitar o fim dos privilégios fiscais da nobreza togada e do baixo clero.
b) se estabeleceu um acordo tácito entre os jacobinos e os girondinos, na Convenção, a partir de 1789, e uma série de reformas estruturais, baseadas nas ideias iluministas, determinou a gradual extinção das obrigaçõesfeudais.
c) as reformas políticas propostas pela aristocracia geraram uma maior participação das camadas sociais presentes no Terceiro Estado, em especial a alta burguesia, que comandou o Comitê de Salvação Pública, em 1789.
d) a tentativa da aristocracia francesa em limitar a influência que a alta burguesia exercia sobre o soberano Luis XVI fracassou e abriu espaço para que o rei convocasse uma Assembleia Nacional Constituinte para julho de 1789.
e) após um pouco mais de um mês de funcionamento, em junho de 1789, o Terceiro Estado transformou os Estados Gerais em Assembleia Nacional Constituinte, um dos momentos iniciais da Revolução Francesa.
Resolução
A Assembleia dos Estados Gerais era formada por representantes dos três estados que compunham a sociedade francesa, sendo convocada pelo rei Luís XVI, em caráter consultivo, para reunir-se no Palácio de Versalhes em maio de 1788. Apesar da confiança do Terceiro Estado – que possuía a maioria dos votos em número de representantes – para impor limites aos privilégios das duas outras ordens, os notáveis (clero e nobreza) conseguiram manter o sistema tradicional de votação, ou seja, o voto por estado. Tal manipulação, ao ser declarada em Assembleia Nacional Constituinte, desencadeou a revolta do Terceiro Estado e uma série de protestos populares que culminariam com a tomada da Bastilha em 14 de julho de 1789.
A Assembleia dos Estados Gerais era formada por representantes dos três estados que compunham a sociedade francesa, sendo convocada pelo rei Luís XVI, em caráter consultivo, para reunir-se no Palácio de Versalhes em maio de 1788. Apesar da confiança do Terceiro Estado – que possuía a maioria dos votos em número de representantes – para impor limites aos privilégios das duas outras ordens, os notáveis (clero e nobreza) conseguiram manter o sistema tradicional de votação, ou seja, o voto por estado. Tal manipulação, ao ser declarada em Assembleia Nacional Constituinte, desencadeou a revolta do Terceiro Estado e uma série de protestos populares que culminariam com a tomada da Bastilha em 14 de julho de 1789.
53 D
(…) os cidadãos armados foram de fato convocados para cumprir a “missão pacificadora” combatendo as insurreições, sedições, rebeliões, movimentos quilombolas e todo tipo de “desordens” promovidos pelos “inimigos da nação”. Os contingentes da Guarda Nacional só eram acionados, porém, se constatada a ineficácia das força policiais.
[Ronaldo Vainfas (dir.), Dicionário do Brasil Imperial (1822-1889)]
Essa instituição foi criada no contexto
a) do Grito do Ipiranga, em 1822, como resposta imediata às ameaças portuguesas de mandar tropas para evitar a emancipação política do Brasil.
b) da dissolução da Assembleia Nacional Constituinte, em 1823, quando as forças repressivas do Império foram derrotadas por milícias particulares.
c) da Confederação do Equador, em 1824, por causa da enorme força militar e do prestígio político conquistados pelos pernambucanos.
d) da abdicação de Dom Pedro I, em 1831, pois houve uma série de agitações políticas e sociais no Rio de Janeiro, inclusive rebeliões entre grupos militares.
e) do Golpe da Maioridade, em 1840, pois a maior parte das províncias do norte e nordeste não aceitava a coroação de Dom Pedro II com apenas 15 anos de idade.
(…) os cidadãos armados foram de fato convocados para cumprir a “missão pacificadora” combatendo as insurreições, sedições, rebeliões, movimentos quilombolas e todo tipo de “desordens” promovidos pelos “inimigos da nação”. Os contingentes da Guarda Nacional só eram acionados, porém, se constatada a ineficácia das força policiais.
[Ronaldo Vainfas (dir.), Dicionário do Brasil Imperial (1822-1889)]
Essa instituição foi criada no contexto
a) do Grito do Ipiranga, em 1822, como resposta imediata às ameaças portuguesas de mandar tropas para evitar a emancipação política do Brasil.
b) da dissolução da Assembleia Nacional Constituinte, em 1823, quando as forças repressivas do Império foram derrotadas por milícias particulares.
c) da Confederação do Equador, em 1824, por causa da enorme força militar e do prestígio político conquistados pelos pernambucanos.
d) da abdicação de Dom Pedro I, em 1831, pois houve uma série de agitações políticas e sociais no Rio de Janeiro, inclusive rebeliões entre grupos militares.
e) do Golpe da Maioridade, em 1840, pois a maior parte das províncias do norte e nordeste não aceitava a coroação de Dom Pedro II com apenas 15 anos de idade.
Resolução
A abdicação de D. Pedro I, em 7 de abril de 1931, consolidou a independência do Brasil e devolveu o País aos brasileiros. Parecia que a paz havia se estabelecido no Império. As facções políticas mais atuantes, po rém, começaram, ime diatamente, a se articular na defesa de suas ideias e reivin dicações. Os choques se suce diam e os motins eram cons tantes, ameaçando conti nuamente a ordem pública. As próprias tropas convocadas para sufocar as sedições e agitações acabavam por compor-se com os agitadores, tornando mais crítica a situação. Por essa razão, foi criada a Guarda Nacional, dentro da visão dos liberais moderados, como um instrumento de repressão das elites.
54 B
(…) a luta contra o capitalismo e a burguesia é inseparável da luta contra o Estado. Acabar com a classe que detém os meios de produção sem liquidar ao mesmo tempo com o Estado é deixar aberto o caminho para a reconstrução da sociedade de classes e para um novo tipo de exploração social.
(Angel J. Capelletti, apud Adhemar Marques et alli, História contemporânea através de textos)
O fragmento define parte do ideário
a) liberal.
A abdicação de D. Pedro I, em 7 de abril de 1931, consolidou a independência do Brasil e devolveu o País aos brasileiros. Parecia que a paz havia se estabelecido no Império. As facções políticas mais atuantes, po rém, começaram, ime diatamente, a se articular na defesa de suas ideias e reivin dicações. Os choques se suce diam e os motins eram cons tantes, ameaçando conti nuamente a ordem pública. As próprias tropas convocadas para sufocar as sedições e agitações acabavam por compor-se com os agitadores, tornando mais crítica a situação. Por essa razão, foi criada a Guarda Nacional, dentro da visão dos liberais moderados, como um instrumento de repressão das elites.
54 B
(…) a luta contra o capitalismo e a burguesia é inseparável da luta contra o Estado. Acabar com a classe que detém os meios de produção sem liquidar ao mesmo tempo com o Estado é deixar aberto o caminho para a reconstrução da sociedade de classes e para um novo tipo de exploração social.
(Angel J. Capelletti, apud Adhemar Marques et alli, História contemporânea através de textos)
O fragmento define parte do ideário
a) liberal.
b) anarquista.
c) corporativista.
c) corporativista.
d) socialista cristão.
e) marxista-leninista.
e) marxista-leninista.
Resolução
O anarquismo defende a destruição do sistema capitalista, cujos fundamentos são a propriedade privada dos meios de produção, geradora da divisão social em classes. Contudo, não se pode admitir a continuidade da existência de um Estado (mesmo que proletário, como queria Marx), pois manter-se-ia outra forma de diferenciação social – o poder, o que impediria a construção de uma comunidade autoges tora e igualitária.
55 A
Uma abordagem crítica desse conflito revela crimes de guerra cometidos por Caxias, pelo conde d’Eu; põe a nu a matança de meninos de nove a quinze anos (…) dá-nos o perfil inteiro do massacre de um povo e, mais do que isso, mostra o Império do Brasil a serviço da Inglaterra, esmagando um país livre para não desequilibrar o sistema de dominação que o imperialismo inglês mantinha na América do Sul.
(Júlio José Chiavenato, A guerra contra o Paraguai)
Na primeira década de 1860, o governo paraguaio (…) buscou ter participação ativa nos acontecimentos platinos, apoiando o governo uruguaio hostilizado pela Argentina e pelo Império [do Brasil]. (…) A Guerra do Paraguai foi, na verdade, resultado do processo de construção dos Estados nacionais no Rio da Prata e, ao mesmo tempo, marco nas suas consolidações.
(Francisco Doratioto, Maldita guerra)
Os fragmentos permitem que se conclua que
a) a Guerra do Paraguai foi um evento sobre o qual é possível a construção de interpretações diversas, muitas vezes conflitantes.
b) os interesses britânicos foram os únicos responsáveis pela Guerra do Brasil, como esse conflito é conhecido no Paraguai.
c) as repúblicas sulamericanas objetivavam destruir o Império brasileiro, pela ligação deste com os interesses do capitalismo inglês.
d) a reunificação do Prata, apoiada pelo Império brasileiro, fez aguçar as tensões diplomáticas com a Argentina e o Uruguai.
e) a maior guerra da América do Sul teve início com agressão uruguaia ao Paraguai, devido aos acordos secretos dessa nação com a Argentina.
O anarquismo defende a destruição do sistema capitalista, cujos fundamentos são a propriedade privada dos meios de produção, geradora da divisão social em classes. Contudo, não se pode admitir a continuidade da existência de um Estado (mesmo que proletário, como queria Marx), pois manter-se-ia outra forma de diferenciação social – o poder, o que impediria a construção de uma comunidade autoges tora e igualitária.
55 A
Uma abordagem crítica desse conflito revela crimes de guerra cometidos por Caxias, pelo conde d’Eu; põe a nu a matança de meninos de nove a quinze anos (…) dá-nos o perfil inteiro do massacre de um povo e, mais do que isso, mostra o Império do Brasil a serviço da Inglaterra, esmagando um país livre para não desequilibrar o sistema de dominação que o imperialismo inglês mantinha na América do Sul.
(Júlio José Chiavenato, A guerra contra o Paraguai)
Na primeira década de 1860, o governo paraguaio (…) buscou ter participação ativa nos acontecimentos platinos, apoiando o governo uruguaio hostilizado pela Argentina e pelo Império [do Brasil]. (…) A Guerra do Paraguai foi, na verdade, resultado do processo de construção dos Estados nacionais no Rio da Prata e, ao mesmo tempo, marco nas suas consolidações.
(Francisco Doratioto, Maldita guerra)
Os fragmentos permitem que se conclua que
a) a Guerra do Paraguai foi um evento sobre o qual é possível a construção de interpretações diversas, muitas vezes conflitantes.
b) os interesses britânicos foram os únicos responsáveis pela Guerra do Brasil, como esse conflito é conhecido no Paraguai.
c) as repúblicas sulamericanas objetivavam destruir o Império brasileiro, pela ligação deste com os interesses do capitalismo inglês.
d) a reunificação do Prata, apoiada pelo Império brasileiro, fez aguçar as tensões diplomáticas com a Argentina e o Uruguai.
e) a maior guerra da América do Sul teve início com agressão uruguaia ao Paraguai, devido aos acordos secretos dessa nação com a Argentina.
Resolução
A questão apresenta duas versões a respeito das causas da Guerra do Paraguai (1864-1870): a primeira coloca o Brasil a serviço do imperialismo inglês, interessado na destruição do modelo paraguaio de desenvolvimento autossustentado; e a segunda apresenta um conflito de interesses entre as nações que compunham o Cone Sul da América.
56 C
A questão apresenta duas versões a respeito das causas da Guerra do Paraguai (1864-1870): a primeira coloca o Brasil a serviço do imperialismo inglês, interessado na destruição do modelo paraguaio de desenvolvimento autossustentado; e a segunda apresenta um conflito de interesses entre as nações que compunham o Cone Sul da América.
56 C
“Duas pessoas inventaram o New Deal: o presidente do Brasil e o presidente dos Estados Unidos”. O autor da frase foi o próprio criador do histórico plano de recuperação da economia norte-americana, Franklin Delano Roosevelt (1882-1945). O elogio foi feito em visita ao Rio de Janeiro, em novembro de 1936, e referiase ao governo de Getúlio Vargas.
(Flávio Limoncic, Os inventores do ‘New Deal’ in Revista da História da Biblioteca Nacional, agosto de 2009)
Sobre o New Deal, é correto afirmar que
a) recuperou as doutrinas liberais de Adam Smith no sentido de restabelecer o dinamismo da economia por meio das regras de mercado, além de controlar as atividades sindicais para evitar aumentos salariais que comprometessem o crescimento nacional.
b) foi decisivo na recuperação da economia capitalista por desenvolver práticas que reduziram a produção aos mesmos níveis da demanda, com a constituição de rígidos orçamentos públicos sem déficits.
c) efetivou, a partir das ideias do economista John Keynes, a intervenção do Estado na ordem econômica, principalmente por meio dos investimentos públicos em grandes obras, o que resolveria parte do problema do desemprego.
d) limitou-se em reorganizar as instituições bancárias, que passaram a sofrer com a intensa vigilância do governo norte-americano e foram obrigadas a conceder linhas de crédito populares para os agricultores.
e) optou pela utilização de algumas ortodoxias econômicas, a partir do modelo teórico de J. K. Galbraith como a concentração de capitais em atividades essenciais, principalmente as indústrias do aço e do petróleo.
Resolução
O New Deal (Novo Acordo) foi o conjunto de medidas adotadas pelo governo norte-americano para a recuperação da economia abalada com a crise de 1929. De acordo com as ideias preconizadas pelo economista inglês J.M. Keynes, o Estado teria um papel decisivo no reaquecimento econômico por meio de medidas intervencionistas, tais como: a realização de obras públicas que absorveriam a mão de obra ociosa, o controle da produção e a fiscalização das instituições financeiras.
57 E
Havia uma certa combinação (…) de que, ao Manifesto dos mineiros, se seguiria um manifesto dos baianos, no mesmo sentido. Havia contatos com alguns elementos baianos, professores de direito, antigos deputados estaduais e federais, sobretudo mais moços, como Luís Viana Filho e Aliomar Baleeiro. Mas diante da represália do governo ao Manifesto dos mineiros, os baianos acharam que não valeria a pena sacrifício inútil.
[Depoimento de Dario de Almeida Magalhães in Valentina da Rocha Lima (coordenação), Getúlio – uma história oral]
O Manifesto dos Mineiros
a) circulou clandestinamente a partir de novembro de 1935, em apoio aos militares desencadeadores da chamada Intentona Comunista.
b) foi escrito em 1935 e publicado em 1937, defendia uma presença mais forte do Estado na atividade econômica e nos planos estratégicos.
c) foi publicado em 1939, contou com o apoio de lideranças sindicais reformistas e defendia a imediata entrada do Brasil na guerra ao lado das forças aliadas.
d) foi elaborado em 1941, por alguns interventores estaduais, como Adhemar de Barros, de São Paulo, e defendia a convocação de uma assembleia constituinte.
e) foi construído e publicado no contexto do envolvimento do Brasil na Segunda Guerra, em 1943, e defendia a redemocratização do Brasil.
Resolução
A entrada e a participação do Brasil, junto aos Aliados contra o Eixo, na Segunda Guerra Mundial geraram um questionamento da política ditatorial varguista no Estado Novo. A pressão social pela abertura do regime e pela volta ao Estado de direito se apresentou em variadas formas de protesto. Um dos mais destacados foi o Manifesto dos Mineiros, em que, entre os seus signatários, estava o ex-presidente Arthur Bernardes.
58 A
(Augusto Bandeira, O Correio da Manhã, 10.07.1962, apud Jayme Brener, Jornal do Século XX, p. 226)
A charge mostra o presidente Jango
a) interessado no restabelecimento do presidencialismo, pois a sua posse, em 1961, só foi garantida com a instituição do parlamentarismo.
b) defendendo a manutenção do sistema parlamentarista, posição contrária de Carlos Lacerda (UDN) e de Adhemar de Barros (PSP).
c) responsabilizado pela radicalização política do governo em função da opção pelo sistema parlamentarista e pela reforma agrária.
d) recebendo apoio das Ligas Camponesas para defender a aprovação de uma emenda constitucional que estabe leceria a reforma agrária.
e) alheio à grave crise política gerada pela institucionalização do parlamentarismo e preocupado com as eleições presidenciais de 1965.
Resolução
A charge do jornal “O Correio da Manhã” apresenta o presidente João Goulart preparando um churrasco do parlamentarismo para comê-lo mais tarde. Impedido legalmente de assumir o cargo, por causa da oposição dos militares – que o viam como comunista e herdeiro do getulismo –, Goulart não aceitou a solução par lamentarista que diminuíra drasticamente as suas funções. Suas esperanças estavam voltadas para o plebiscito previsto para abril de 1963. No dia 10 de julho de 1962, Jango conseguiu apoio à indicação do gaúcho Francisco de Paula Brochado da Rocha para a chefia de governo, com o intuito de conseguir aprovar a antecipação do referendo. Brochado da Rocha renunciou, sem alcançar seu objetivo, mas, no dia seguinte à renuncia, uma greve forçou o estabelecimento da data para o dia 6 de janeiro de 1963. Em 1.º de janeiro, o governo aumentou o salário em 75%, garantindo o apoio dos trabalhadores para a vitória do não ao parlamentarismo.
(Flávio Limoncic, Os inventores do ‘New Deal’ in Revista da História da Biblioteca Nacional, agosto de 2009)
Sobre o New Deal, é correto afirmar que
a) recuperou as doutrinas liberais de Adam Smith no sentido de restabelecer o dinamismo da economia por meio das regras de mercado, além de controlar as atividades sindicais para evitar aumentos salariais que comprometessem o crescimento nacional.
b) foi decisivo na recuperação da economia capitalista por desenvolver práticas que reduziram a produção aos mesmos níveis da demanda, com a constituição de rígidos orçamentos públicos sem déficits.
c) efetivou, a partir das ideias do economista John Keynes, a intervenção do Estado na ordem econômica, principalmente por meio dos investimentos públicos em grandes obras, o que resolveria parte do problema do desemprego.
d) limitou-se em reorganizar as instituições bancárias, que passaram a sofrer com a intensa vigilância do governo norte-americano e foram obrigadas a conceder linhas de crédito populares para os agricultores.
e) optou pela utilização de algumas ortodoxias econômicas, a partir do modelo teórico de J. K. Galbraith como a concentração de capitais em atividades essenciais, principalmente as indústrias do aço e do petróleo.
Resolução
O New Deal (Novo Acordo) foi o conjunto de medidas adotadas pelo governo norte-americano para a recuperação da economia abalada com a crise de 1929. De acordo com as ideias preconizadas pelo economista inglês J.M. Keynes, o Estado teria um papel decisivo no reaquecimento econômico por meio de medidas intervencionistas, tais como: a realização de obras públicas que absorveriam a mão de obra ociosa, o controle da produção e a fiscalização das instituições financeiras.
57 E
Havia uma certa combinação (…) de que, ao Manifesto dos mineiros, se seguiria um manifesto dos baianos, no mesmo sentido. Havia contatos com alguns elementos baianos, professores de direito, antigos deputados estaduais e federais, sobretudo mais moços, como Luís Viana Filho e Aliomar Baleeiro. Mas diante da represália do governo ao Manifesto dos mineiros, os baianos acharam que não valeria a pena sacrifício inútil.
[Depoimento de Dario de Almeida Magalhães in Valentina da Rocha Lima (coordenação), Getúlio – uma história oral]
O Manifesto dos Mineiros
a) circulou clandestinamente a partir de novembro de 1935, em apoio aos militares desencadeadores da chamada Intentona Comunista.
b) foi escrito em 1935 e publicado em 1937, defendia uma presença mais forte do Estado na atividade econômica e nos planos estratégicos.
c) foi publicado em 1939, contou com o apoio de lideranças sindicais reformistas e defendia a imediata entrada do Brasil na guerra ao lado das forças aliadas.
d) foi elaborado em 1941, por alguns interventores estaduais, como Adhemar de Barros, de São Paulo, e defendia a convocação de uma assembleia constituinte.
e) foi construído e publicado no contexto do envolvimento do Brasil na Segunda Guerra, em 1943, e defendia a redemocratização do Brasil.
Resolução
A entrada e a participação do Brasil, junto aos Aliados contra o Eixo, na Segunda Guerra Mundial geraram um questionamento da política ditatorial varguista no Estado Novo. A pressão social pela abertura do regime e pela volta ao Estado de direito se apresentou em variadas formas de protesto. Um dos mais destacados foi o Manifesto dos Mineiros, em que, entre os seus signatários, estava o ex-presidente Arthur Bernardes.
58 A
(Augusto Bandeira, O Correio da Manhã, 10.07.1962, apud Jayme Brener, Jornal do Século XX, p. 226)
A charge mostra o presidente Jango
a) interessado no restabelecimento do presidencialismo, pois a sua posse, em 1961, só foi garantida com a instituição do parlamentarismo.
b) defendendo a manutenção do sistema parlamentarista, posição contrária de Carlos Lacerda (UDN) e de Adhemar de Barros (PSP).
c) responsabilizado pela radicalização política do governo em função da opção pelo sistema parlamentarista e pela reforma agrária.
d) recebendo apoio das Ligas Camponesas para defender a aprovação de uma emenda constitucional que estabe leceria a reforma agrária.
e) alheio à grave crise política gerada pela institucionalização do parlamentarismo e preocupado com as eleições presidenciais de 1965.
Resolução
A charge do jornal “O Correio da Manhã” apresenta o presidente João Goulart preparando um churrasco do parlamentarismo para comê-lo mais tarde. Impedido legalmente de assumir o cargo, por causa da oposição dos militares – que o viam como comunista e herdeiro do getulismo –, Goulart não aceitou a solução par lamentarista que diminuíra drasticamente as suas funções. Suas esperanças estavam voltadas para o plebiscito previsto para abril de 1963. No dia 10 de julho de 1962, Jango conseguiu apoio à indicação do gaúcho Francisco de Paula Brochado da Rocha para a chefia de governo, com o intuito de conseguir aprovar a antecipação do referendo. Brochado da Rocha renunciou, sem alcançar seu objetivo, mas, no dia seguinte à renuncia, uma greve forçou o estabelecimento da data para o dia 6 de janeiro de 1963. Em 1.º de janeiro, o governo aumentou o salário em 75%, garantindo o apoio dos trabalhadores para a vitória do não ao parlamentarismo.
59 A
O Chile voltou a polarizar-se nas eleições de 1970, mas desta vez entre a direita e a esquerda, diante do fracasso do governo de Eduardo Frei. A Esquerda se apresentava mais uma vez com Salvador Allende, através de uma frente chamada Unidade Popular. (…) Allende triunfou,embora obtendo apenas 34% dos votos, mas favorecendo-se da divisão das outras candidaturas.
[Emir Sader, Chile (1818-1990) – Da independência à redemocratização]
Assinale a alternativa que apresenta corretamente o governo de Salvador Allende.
a) Caracterizou-se pela construção do socialismo pela via pacífica, e contou com um programa de reformas econômicas, como a nacionalização de mineradoras e estatização de bancos.
b) Representou um grave retrocesso na organização popular na América Latina, pois o governo chileno estabeleceu alianças conservadoras, inclusive com setores da extrema-direita.
c) Constituiu-se na primeira experiência nacionalista radical da América Latina, com a estatização do petróleo, mas, paradoxalmente, com a privatização da telefonia e das ferrovias.
d) Estruturou-se a partir da chamada terceira via, ou seja, um sistema conciliador entre o socialismo e o capitalismo, daí ter sofrido importante oposição do Brasil e, principalmente, de Cuba.
e) Organizou a Operação Condor, que perseguia militantes políticos que lutavam contra regimes autoritários, em parceria com as forças repressivas da Argentina, do Paraguai e do Uruguai.
O Chile voltou a polarizar-se nas eleições de 1970, mas desta vez entre a direita e a esquerda, diante do fracasso do governo de Eduardo Frei. A Esquerda se apresentava mais uma vez com Salvador Allende, através de uma frente chamada Unidade Popular. (…) Allende triunfou,embora obtendo apenas 34% dos votos, mas favorecendo-se da divisão das outras candidaturas.
[Emir Sader, Chile (1818-1990) – Da independência à redemocratização]
Assinale a alternativa que apresenta corretamente o governo de Salvador Allende.
a) Caracterizou-se pela construção do socialismo pela via pacífica, e contou com um programa de reformas econômicas, como a nacionalização de mineradoras e estatização de bancos.
b) Representou um grave retrocesso na organização popular na América Latina, pois o governo chileno estabeleceu alianças conservadoras, inclusive com setores da extrema-direita.
c) Constituiu-se na primeira experiência nacionalista radical da América Latina, com a estatização do petróleo, mas, paradoxalmente, com a privatização da telefonia e das ferrovias.
d) Estruturou-se a partir da chamada terceira via, ou seja, um sistema conciliador entre o socialismo e o capitalismo, daí ter sofrido importante oposição do Brasil e, principalmente, de Cuba.
e) Organizou a Operação Condor, que perseguia militantes políticos que lutavam contra regimes autoritários, em parceria com as forças repressivas da Argentina, do Paraguai e do Uruguai.
Resolução
Eleito democraticamente em 1970 por uma coligação de partidos de esquerda (Unidade Popular), Salvador Allende, de orientação marxista, empreendeu a implantação do chamado socialismo, por via pacífica, com a adoção de medidas como: reforma agrária, nacionalização de empresas estrangeiras, estatização de mineradoras (principalmente a de produção de cobre). Importante lembrar que essas medidas angariaram uma forte oposição a seu governo por parte dos Estados Unidos (contexto da Guerra Fria), bem como dos setores conservadores, o que culminaria em um golpe de Estado comandado pelo general Augusto Pinochet em 1973.
60 C
A cor amarela foi escolhida como símbolo da campanha das diretas. Mais do que a mensagem de sabedoria que muitos quiseram sustentar, tratava-se de uma forma de não deixar o vermelho das bandeiras de esquerda dominar as praças e avenidas.
(Flavio de Campos, Oficina de história: história do Brasil)
O objetivo do movimento Diretas Já! era o restabelecimento das eleições diretas para a presidência da República, daí a luta pela aprovação de uma emenda constitucional, a Dante de Oliveira. Acerca desse processo, assinale a alternativa correta.
a) Com a aprovação da emenda Dante de Oliveira, articu - lou-se uma chapa encabeçada por Ulisses Guimarães, tendo como vice, Itamar Franco, que representavam todas as forças políticas de oposição ao regime autoritário nascido em 1964.
b) A aprovação da emenda Dante de Oliveira permitiu uma ampla articulação política de oposição ao regime de exceção, a Aliança Liberal, que venceu as eleições diretas de 1985, com a chapa José Sarney (PMDB) e Leonel Brizola (PDT).
c) A emenda Dante de Oliveira não foi aprovada e o PMDB, em aliança com setores dissidentes do partido governista, por meio do Colégio Eleitoral, elegeram Tancredo Neves como presidente do Brasil, em janeiro de 1985.
d) A derrota da emenda Dante de Oliveira enveredou o movimento Diretas Já! para caminhos mais radicais, como o apoio à Greve Geral de junho de 1984 e a recusa em participar do Colégio Eleitoral em janeiro de 1985.
e) Para a aprovação da emenda Dante de Oliveira, as forças de oposição à Ditadura Militar foram obrigadas a aceitar as eleições diretas apenas em 1989 e o Colégio Eleitoral elegeu o senador Itamar Franco para presidente do Brasil.
60 C
A cor amarela foi escolhida como símbolo da campanha das diretas. Mais do que a mensagem de sabedoria que muitos quiseram sustentar, tratava-se de uma forma de não deixar o vermelho das bandeiras de esquerda dominar as praças e avenidas.
(Flavio de Campos, Oficina de história: história do Brasil)
O objetivo do movimento Diretas Já! era o restabelecimento das eleições diretas para a presidência da República, daí a luta pela aprovação de uma emenda constitucional, a Dante de Oliveira. Acerca desse processo, assinale a alternativa correta.
a) Com a aprovação da emenda Dante de Oliveira, articu - lou-se uma chapa encabeçada por Ulisses Guimarães, tendo como vice, Itamar Franco, que representavam todas as forças políticas de oposição ao regime autoritário nascido em 1964.
b) A aprovação da emenda Dante de Oliveira permitiu uma ampla articulação política de oposição ao regime de exceção, a Aliança Liberal, que venceu as eleições diretas de 1985, com a chapa José Sarney (PMDB) e Leonel Brizola (PDT).
c) A emenda Dante de Oliveira não foi aprovada e o PMDB, em aliança com setores dissidentes do partido governista, por meio do Colégio Eleitoral, elegeram Tancredo Neves como presidente do Brasil, em janeiro de 1985.
d) A derrota da emenda Dante de Oliveira enveredou o movimento Diretas Já! para caminhos mais radicais, como o apoio à Greve Geral de junho de 1984 e a recusa em participar do Colégio Eleitoral em janeiro de 1985.
e) Para a aprovação da emenda Dante de Oliveira, as forças de oposição à Ditadura Militar foram obrigadas a aceitar as eleições diretas apenas em 1989 e o Colégio Eleitoral elegeu o senador Itamar Franco para presidente do Brasil.
Resolução
A vitória da oposição, nas eleições diretas para governador em importantes Estados do sul-sudeste (PR, SP, MG e RJ), estimulou estes setores da oposição a encampar a proposta petista de forçar o governo militar a promover eleições diretas também para presidente da República. Deslanchou-se, assim, a campanha das Diretas Já!, com grandes comícios realizados por todo o Brasil. Entretanto, para que isso fosse possível, era necessário mudar a Constituição por meio de uma emenda que deveria ser aprovada por dois terços dos votos no Congresso. A proposta de alteração constitucional foi apresentada pelo deputado Dante de Oliveira e, apesar da euforia oposicionista, acabou der rotada.
A partir daí, a oposição se uniu (menos o PT) em torno de um candidato único – Tancredo Neves – para enfrentar o candidato do partido governista no Colégio Eleitoral. A candidatura oficial de Paulo Maluf dividiu o PDS, levando à formação do Frente Liberal. Numa hábil manobra, Tancredo aproximou-se da dissidência, oferecendo a esta a vice-presidência. José Sarney filiou-se ao PMDB (em função do voto vinculado)
formando a Aliança Democrática, que derrotou Maluf pelo voto indireto.
A vitória da oposição, nas eleições diretas para governador em importantes Estados do sul-sudeste (PR, SP, MG e RJ), estimulou estes setores da oposição a encampar a proposta petista de forçar o governo militar a promover eleições diretas também para presidente da República. Deslanchou-se, assim, a campanha das Diretas Já!, com grandes comícios realizados por todo o Brasil. Entretanto, para que isso fosse possível, era necessário mudar a Constituição por meio de uma emenda que deveria ser aprovada por dois terços dos votos no Congresso. A proposta de alteração constitucional foi apresentada pelo deputado Dante de Oliveira e, apesar da euforia oposicionista, acabou der rotada.
A partir daí, a oposição se uniu (menos o PT) em torno de um candidato único – Tancredo Neves – para enfrentar o candidato do partido governista no Colégio Eleitoral. A candidatura oficial de Paulo Maluf dividiu o PDS, levando à formação do Frente Liberal. Numa hábil manobra, Tancredo aproximou-se da dissidência, oferecendo a esta a vice-presidência. José Sarney filiou-se ao PMDB (em função do voto vinculado)
formando a Aliança Democrática, que derrotou Maluf pelo voto indireto.
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