terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Vestibular UNIFESP 2010

História
11. (...) é no último quartel do século VII [a.C.] que a economia das cidades (...) volta-se decididamente para o exterior; o tráfico por mar vai então amplamente ultrapassar a bacia oriental do Mediterrâneo, entregue a seu papel de via de comunicação. A zona dos intercâmbios estende-se a oeste até a África e à Espanha, a leste até ao Mar Negro.
(Jean-Pierre Vernant. As origens do pensamento grego. São Paulo: Difel, 1991.)
O texto fala da expansão das cidades gregas no século VII a.C. Explique
a) por que o autor chama o Mar Mediterrâneo de “via de comunicação”.
b) os principais motivos dessa expansão.
Resolução
a) O autor chama o Mar Mediterrâneo de “via de comunicação”, porque era pela navegação no mar Mediterrâneo que os gregos distribuíam mercadorias, levavam pessoas e permitiam as trocas entre as diversas áreas litorâneas dominadas pelos gregos (litoral da Ásia Menor, ilhas do mar Egeu, península Itálica, sul da França).
b) A expansão grega pelo Mediterrâneo se deu por diversos motivos, podendo-se citar: necessidade de obter terras férteis, devido à escassez de áreas agricultáveis na península Balcânica; crescimento demográfico, o que gerou a necessidade das polis escoarem parte de sua população; interesse no comércio grego, ampliando a importância das classes mercantis.

12. Mercantilismo é o nome normalmente dado à política econômica de alguns Estados Modernos europeus, desenvolvida entre os séculos XV e XVIII. Indique
a) duas características do Mercantilismo.
b) a relação entre o Mercantilismo e a colonização da América.
Resolução
a) Entre as características do mercantilismo, podemos indicar:
balança comercial favorável;
intervenção estatal na economia;
metalismo;
colonialismo;
protecionismo econômico;
estabelecimento de monopólios comerciais.
b) O princípio mercantilista da balança comercial favorável exigia que um país exportasse mais mercadorias do que importasse. No entanto, muitos países europeus não produziam mercadorias em quantidade ou diversidade suficientes para exportá-las e não dependiam de importações para abastecer seu mercado interno. Daí a necessidade de obter colônias que produzissem matérias-primas que fossem exportáveis e possuíssem mercado na Europa (como o açúcar e o algodão, entre outras). Assim, a metrópole poderia exportar os produtos coloniais (que normalmente atingiam um alto preço no mercado europeu) e melhorar o saldo da balança comercial.

13. A paz não passa de um engodo, de uma quimera, de um sonho fugaz; a indústria tornou-se o suplício dos povos, depois que uma ilha de piratas [refere-se à Inglaterra] bloqueia as comunicações (...) e transforma suas fábricas e oficinas em viveiros de mendigos.
(Charles Fourier. Théorie des quatre mouvements (1808), in OEuvres complètes. Paris: Anthropos, vol. I, 1978, citado por Elias Thomé Saliba. As utopias românticas. São Paulo: Estação Liberdade, 2003.)
O fragmento, escrito em 1808, mostra a visão de Charles Fourier acerca do nascimento das fábricas. Explique
a) por que o autor chama as fábricas de “viveiros de mendigos”.
b) o que leva o autor a afirmar que a Inglaterra “bloqueia as comunicações”.

Resolução
a) O autor chama as fábricas de “viveiros de mendigos”, porque a Revolução Industrial trouxe, para os trabalhadores, mudanças que levaram a uma situação de exploração e miséria, com o trabalho se estendendo por longas jornadas, baixos salários devido à grande oferta de mão-de-obra e exploração do trabalho infantil e feminino. Tal contexto levou os operários (e os trabalhadores urbanos em geral) a uma situação de miséria extrema.

b) Tal afirmação deve-se ao fato de que a Inglaterra exercia, naquele momento, um domínio completo sobre os mares, impondo sua força econômica e militar às mais diversas regiões do mundo.


14. O Plano de Metas de Juscelino Kubitschek, presidente brasileiro de 1956 a 1961, apontava cinco áreas prioritárias de investimentos estatais: energia, transporte, alimentação, indústria e educação. Indique
a) o tipo de industrialização privilegiado pelo Plano de Metas.
b) as atribuições que, de acordo com o Plano de Metas, o Estado brasileiro assumia para estimular o crescimento econômico.
Resolução
a) O Plano de Metas privilegiou a industrialização realizada pelo capital estrangeiro, através da entrada de multinacionais no país, onde o governo criou facilidades na troca de moeda nacional por moeda estrangeira, atraindo indústrias de base.e de bens de consumo, como a automobilística.b) De acordo com o Plano de Metas, o governo brasileiro seria o responsável pelos investimentos no setor de infraestrutura, construindo rodovias, hidrelétricas e oferecendo as condições para a instalação das indústrias.

15. A repressão às manifestações dos trabalhadores do campo e da cidade foi uma das consequências mais imediatas e evidentes da chegada dos militares ao Palácio do Planalto. Houve intervenção nos sindicatos, prisão dos líderes mais destacados, fechamento – por decreto – de sindicatos rurais, além da proibição da existência de entidades intersindicais (...). O controle sobre a economia, a censura imposta aos meios de comunicação, a legislação antigreve, as restrições à livre manifestação permitiram comprimir significativamente os salários.
(Tania Regina de Luca. Indústria e trabalho na história do Brasil. São Paulo: Contexto, 2001.)
O texto trata da ação repressiva durante o regime militar brasileiro (1964-1985). Indique
a) duas características do regime militar brasileiro na relação com os movimentos sociais e a oposição.
b) a relação, estabelecida pela autora, entre autoritarismo político e compressão salarial.

Resolução
a) Violência, censura, limitação das liberdades, perseguições, cassação de mandatos políticos, aposentadorias compulsórias, exílios, etc.

b) Segundo a autora, o governo se fez valer da sua forte presença na sociedade para atacar os movimentos de trabalhadores e enfraquecê-los, e encontrou na compressão de salários um meio de esvaziar os movimentos e reduzir a oposição ao governo militar.

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