domingo, 1 de julho de 2012

vestibular FATEC 2012


Confira a correção da prova de História do vestibular FATEC 2012
 
QUESTÃO 15.
Atendendo ao apelo do papa Urbano II, em 1095,  a Europa cristã organizou uma série de expedições  militares conhecidas como Cruzadas, cujos objetivos declarados eram a conquista da Terra Santa de Jerusalém, a ajuda aos bizantinos e a união da cristandade contra os muçulmanos. Apesar das oito Cruzadas, realizadas entre 1096 e 1270, nenhum desses objetivos foi plenamente alcançado.  Por outro lado, como destaca o medievalista Jacques Le Goff, os comerciantes foram os grandes ganhadores da expansão cristã do século XII.
No contexto da Europa feudal, as Cruzadas contribuíram para a
(A) conquista, pelos árabes, de territórios cristãos na Península Ibérica.
(B) dinamização dos contatos comerciais entre o Oriente e o Ocidente.
(C) ampliação das áreas feudalizadas pela nobreza guerreira vitoriosa.
(D) dizimação dos campos de cultivo pelas epidemias da peste negra.
(E) expansão do Império Bizantino sobre as áreas mediterrânicas.

resposta:[B]

Resolução
Os cruzados conseguiram manter-se no Oriente Próximo até 1291, quando perderam São João d’Acre, seu último ponto de apoio na região. Não obstante, foram preservados os laços econômicos estabelecidos entre cristãos e muçulmanos nos intervalos entre os choques militares da época, o que ensejou o Renascimento Comercial e Urbano, experimentado pela Europa na Baixa Idade Média e que foi bastante estimulado pelo comércio de produtos vindos da Ásia.

QUESTÃO 16.
Documentos da época dos Grandes Descobrimentos deixam evidente o interesse das metrópoles ibéricas em colonizar as novas terras, nos moldes do mercantilismo.
No início da colonização na América, as duas principais atividades econômicas estimuladas por Portugal e Espanha foram, respectivamente, a
(A) cultura da mandioca e a mineração de ouro e prata.
(B) mineração de diamantes e a monocultura do tabaco.
(C) produção de charque e a monocultura de cana-de-açúcar.
(D) monocultura de cana-de-açúcar e a mineração de ouro e prata.
(E) monocultura de café e a exploração de metais preciosos diversos.

resposta:[D]

Resolução
Como Portugal não encontrou em terras brasileiras, nos primeiros momentos da colonização, indícios de metais preciosos amoedáveis – objeto principal da política econômica mercantilista –, dedicou-se à produção açucareira, tentando por meio de sua comercialização realizar a acumulação metalista. Já a Espanha encontrou de imediato, nas áreas que conquistou, civilizações indígenas conhecedoras do ouro e da prata – razão que motivou os espanhóis a priorizar a mineração em terras coloniais.

QUESTÃO 17
Na introdução de um panfleto publicado em 1789, quando a Revolução Francesa era iminente, o bispo Sieyès  escreveu:
"Devemos formular três perguntas:
- O que é o Terceiro Estado? Tudo.
- O que ele tem sido até agora na ordem política? Nada.
- O que ele pede? Ser alguma coisa."
(SIEYÈS, E. J. Qu’est-ce que le Tiers État? In: História contemporânea através de textos. São Paulo: Contexto, 2001. p. 19).

Durante a Revolução Francesa, uma das principais reivindicações do Terceiro Estado foi a
(A) instauração da igualdade civil, pondo fim aos privilégios.
(B) limitação da participação popular nos assuntos do Estado.
(C) criação de um novo estamento, formado só pela burguesia.
(D) ascensão política dos nobres, em detrimento do poder real.
(E) ampliação do poder real, em detrimento do clero e da nobreza.

resposta:[A]

Resolução
Embora pertencesse ao Primeiro Estado (clero) na sociedade francesa do Antigo Regime, o abade (e não “bispo”) Sieyès foi deputado do Terceiro Estado nos Estados Gerais instalados em 1789. O panfleto que ele escreveu sintetizava as reivindicações da burguesia, das quais a mais importante era a igualdade de todos os cidadãos perante a lei, pondo fim à sociedade de ordens que privilegiava a nobreza e o clero. Essa foi, aliás, uma das primeiras medidas da Assembleia Nacional Constituinte que sucedeu aos Estados Gerais, tendo sido aprovada em 4 de agosto de 1789.

QUESTÃO 18.
Na segunda metade do século XIX, a cafeicultura dinamizou profundamente a economia brasileira ao
(A) transferir o eixo econômico do país, do litoral nordestino para a região centro-sul.
(B) liberar capitais que seriam aplicados na instalação de              indústrias de base e de energia.
(C) abandonar o modelo agroexportador em benefício de um modelo urbano-industrial.
(D) incentivar a criação de pequenas propriedades produtoras que utilizavam o trabalho livre.
(E) estimular a diversificação das atividades econômicas internas e a modernização da economia.

resposta:[E]

Resolução
A expansão da cafeicultura pelo Oeste Paulista, na segunda metade do século XIX, criou recursos a serem investidos em outros setores, além da agricultura; ou sejam, o setor secundário (indústrias concentradas na capital paulista) e o terciário (expansão da malha ferroviária, das comunicações e dos serviços urbanos).

QUESTÃO 19.
No início do século XX, um jornalista descreveu o Rio de Janeiro, então capital da República,  como “um monstro onde as epidemias se albergam dançando sabats magníficos, aldeia melancólica de prédios velhos e alçapados, a descascar pelos rebocos, vielas sórdidas cheirando mal”.
(Nosso Século. São Paulo: Abril Cultural/Círculo do Livro, 1985, v. 1, p. 37.)

Entretanto, uma tentativa oficial de alterar esse cenário desolador resultou, em 1904, na rebelião popular conhecida como
(A) Revolta da Vacina.
(B) Revolta da Armada.
(C) Revolta da Chibata.
(D) Revolta de Canudos.
(E) Revolta do Contestado.

 resposta:[A]

Resolução
A Revolta da Vacina resultou, em termos imediatos, da insatisfação manifestada pela população carioca de baixa renda contra a obrigatoriedade da vacinação antivariólica. Essa medida foi imposta pelo governo Rodrigues Alves dentro de seu projeto de modernização do Rio de Janeiro, vinculado à ideia de “progresso republicano”. No entanto, a revolta popular tinha outras motivações além da vacinação obrigatória; entre elas, a reurbanização do centro da capital, que implicou a demolição dos cortiços e casarões decadentes, descritos pelo literato Luis Edmundo no trecho transcrito. Ora, tais construções justamente abrigavam membros das camadas pobres, que foram forçados a se deslocar para os morros ou para os subúrbios.

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