Consequências da Grande Depressão
nos EUA
A Grande Depressão de 1929
Quando a crise econômica causada
pela grande depressão chegou ao auge, o presidente americano era Herbert
Hoover. Homem ligado às grandes empresas, tinha uma fé ingênua na capacidade de
recuperação de seu país. Enquanto milhões de americanos vagavam sem emprego,
ele não tomava nenhuma medida para conter a crise, alegando que o sistema
americano era perfeito e o pior já havia passado.
Franklin Delano Roosevelt
O primeiro chefe do Executivo dos
Estados Unidos a tomar algumas medidas contra a depressão foi o governador do
Estado de Nova York, Franklin Delano Roosevelt. Ele criou uma instituição
estadual de assistência aos desempregados e cuidou de reflorestar o Estado,
abrindo um novo campo de trabalho. Roosevelt era um político sagaz e
oportunista, que queria ser presidente dos Estados Unidos. Os únicos problemas
que enfrentava para sua indicação à presidência pelo Partido Democrata estavam
no fato de acobertar a corrupção do prefeito de Nova York e de cercar-se de
colaboradores e amigos diferentes em ideais e caráter. De seu grupo, faziam
parte alguns milionários racistas e gângsteres que enriqueceram ilegalmente.
Esse grupo constituía a força e a fraqueza da possível candidatura Roosevelt.
Força, porque não faltaria dinheiro para uma campanha política milionária, e
Roosevelt teria apoios e aliados em todos os lugares; fraqueza, porque esses
homens, de passado duvidoso, poderiam prejudicá-lo na campanha eleitoral, num
momento em que o eleitorado americano exigia moralidade na administração
pública. A campanha eleitoral de Roosevelt à presidência foi um primor de
marketing político. Utilizou recursos inéditos naquela época: deslocava-se de
um Estado para outro em aviões, fazendo diariamente vários discursos, nos quais
dizia exatamente aquilo que os americanos desejavam ouvir; usou muito o mais
novo meio de comunicação, o rádio, que alcançava as cidades e os campos. Seu
projeto político era vago, feito sob medida para agradar a todos os paladares.
Falava em luta enérgica contra a miséria e a depressão, em maior proteção
social aos pobres e em subvenções à agricultura.
Quando seus amigos ricos se
assustavam, atenuava o alcance de suas propostas. Em 4 de março de 1933, Roosevelt
assumiu a presidência junto a um ministério formado de uma estranha mistura de
homens e tendências políticas: democratas, republicanos, progressistas e
conservadores; protestantes e católicos; homens íntegros e corruptos. A nação,
desesperada e carente de um líder, faria qualquer sacrifício para seguir um
presidente, desde que ele apontasse para uma direção. Nas primeiras semanas de
governo, o ativismo de Roosevelt conquistou a confiança de um povo desiludido e
desconfiado.
New Deal
Inspirado em parte nas idéias do
economista inglês Lord Keynes, que condenava o liberalismo econômico, o
presidente Roosevelt lançou o New Deal (um tratamento novo, um método novo), um
vasto programa de reformas que visava dar ao país uma nova base social, sadia e
maleável o bastante para impedir uma catástrofe semelhante a que a nação vivia.
Em matéria de ajuda e assistência, milhões de dólares foram destinados aos
objetivos mais imediatos: casa, alimentação e vestuário aos desempregados.
Porém, essa humilhante subvenção transformou-se em algo mais dignificante:
novas possibilidades de trabalho foram criadas pelo governo, por meio de
subsídios às empresas em dificuldades e da construção de obras públicas. O
liberalismo foi descartado como política econômica. O Estado passou a intervir
na economia para fazer frente à crise. O New Deal tinha basicamente três
propostas: a luta contra o desemprego, o saneamento da agricultura e o
revigoramento econômico. O centro das decisões econômicas já não era Nova York,
símbolo do domínio dos grandes banqueiros, mas Washington, sede do poder
nacional.
Os Estados componentes da União
tiveram sua autonomia limitada e o governo federal assumiu certas atribuições
dos Executivos estaduais. Posteriormente, superada a crise, muitas dessas medidas
foram desfeitas pela Suprema Corte, que as julgou inconstitucionais. O Estado
passou a intervir na economia, limitando a autonomia das empresas privadas que
ameaçavam a estabilidade econômica. Pela primeira vez, nos Estados Unidos,
falava-se em tributos sobre os mais ricos e em planejamento nacional.
Os conservadores apelidavam
Roosevelt de “o coveiro da América”; acusavam suas medidas de socialistas, pois
ameaçavam a iniciativa privada, que engrandecera o país. Mas Roosevelt era
apenas o presidente que estava refreando o ganho fácil e a irresponsabilidade
social dos capitalistas. Ao limitar os interesses individualistas e egoístas de
cada burguês, o New Deal salvava os interesses coletivos de todos os
capitalistas. O novo programa econômico atuou em quatro campos: agricultura,
trabalho, segurança social e administração. Na agricultura, foram elevados os
preços dos produtos agrícolas. Para essa finalidade, foram dados incentivos aos
produtores que destruíssem parte da safra, construíram armazéns para a produção
excedente e foram concedidos empréstimos aos fazendeiros endividados.
No setor trabalhista, a
preocupação foi diminuir o desemprego.
Asim, criaram-se leis que reduziram a jornada
de trabalho, elevaram-se os salários e proibiram-se o trabalho infantil e o
feminino, que desempregavam chefes de famílias. Na área de segurança social,
criaram-se os contratos coletivos de trabalho entre patrões e empregados;
surgiu a Justiça do Trabalho, responsável por julgar as disputas trabalhistas;
e fortaleceram- se os sindicatos como órgãos de defesa dos interesses
econômicos dos trabalhadores. Além dessas medidas, por meio dos Social Security
Acts (Leis de Segurança Social) instituíram o salário-desemprego e as pensões
para velhos e cegos, desenvolvendo-se uma política de saúde pública.
No campo administrativo, o New
Deal procurou combater a corrupção dos funcionários públicos e fortalecer o
Poder Executivo federal, embora fosse mantida a divisão dos três poderes. A
crise atingiu a economia americana no auge de sua prosperidade e logo se
expandiu para a Europa, adquirindo uma amplitude nunca vista anteriormente. Até
então, os problemas da economia americana não afetavam outras regiões do mundo,
porque essa economia era isolada, alcançando, no máximo, a América Latina.
Por volta de 1929, os países
europeus recuperavam-se da guerra. Com a crise, os Estados Unidos retiraram seu
capital da Europa, onde a superprodução levou à falência numerosas empresas e
bancos e gerou milhões de desempregados e miseráveis. A crise europeia fez com
que os miseráveis detestassem o capitalismo liberal. Milhões de pessoas
voltaram-se para os partidos totalitários, os quais propunham um Estado forte e
a liquidação da democracia. Em vários países europeus, os partidos
totalitários, como o Nacional-Socialista Alemão, chegaram ao poder e suprimiram
a democracia com imenso apoio popular. O liberalismo deu lugar ao nacionalismo
econômico, o mercado fechou-se para os produtos importados e os Estados
europeus passaram a intervir na economia.
Fonte: Click Escolar
Fonte: Click Escolar
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