sábado, 11 de julho de 2015

Conheça os principais efeitos da Crise de 1929

Consequências da Grande Depressão nos EUA


 

A Grande Depressão de 1929
Quando a crise econômica causada pela grande depressão chegou ao auge, o presidente americano era Herbert Hoover. Homem ligado às grandes empresas, tinha uma fé ingênua na capacidade de recuperação de seu país. Enquanto milhões de americanos vagavam sem emprego, ele não tomava nenhuma medida para conter a crise, alegando que o sistema americano era perfeito e o pior já havia passado.



Franklin Delano Roosevelt
O primeiro chefe do Executivo dos Estados Unidos a tomar algumas medidas contra a depressão foi o governador do Estado de Nova York, Franklin Delano Roosevelt. Ele criou uma instituição estadual de assistência aos desempregados e cuidou de reflorestar o Estado, abrindo um novo campo de trabalho. Roosevelt era um político sagaz e oportunista, que queria ser presidente dos Estados Unidos. Os únicos problemas que enfrentava para sua indicação à presidência pelo Partido Democrata estavam no fato de acobertar a corrupção do prefeito de Nova York e de cercar-se de colaboradores e amigos diferentes em ideais e caráter. De seu grupo, faziam parte alguns milionários racistas e gângsteres que enriqueceram ilegalmente. Esse grupo constituía a força e a fraqueza da possível candidatura Roosevelt. Força, porque não faltaria dinheiro para uma campanha política milionária, e Roosevelt teria apoios e aliados em todos os lugares; fraqueza, porque esses homens, de passado duvidoso, poderiam prejudicá-lo na campanha eleitoral, num momento em que o eleitorado americano exigia moralidade na administração pública. A campanha eleitoral de Roosevelt à presidência foi um primor de marketing político. Utilizou recursos inéditos naquela época: deslocava-se de um Estado para outro em aviões, fazendo diariamente vários discursos, nos quais dizia exatamente aquilo que os americanos desejavam ouvir; usou muito o mais novo meio de comunicação, o rádio, que alcançava as cidades e os campos. Seu projeto político era vago, feito sob medida para agradar a todos os paladares. Falava em luta enérgica contra a miséria e a depressão, em maior proteção social aos pobres e em subvenções à agricultura.

Quando seus amigos ricos se assustavam, atenuava o alcance de suas propostas. Em 4 de março de 1933, Roosevelt assumiu a presidência junto a um ministério formado de uma estranha mistura de homens e tendências políticas: democratas, republicanos, progressistas e conservadores; protestantes e católicos; homens íntegros e corruptos. A nação, desesperada e carente de um líder, faria qualquer sacrifício para seguir um presidente, desde que ele apontasse para uma direção. Nas primeiras semanas de governo, o ativismo de Roosevelt conquistou a confiança de um povo desiludido e desconfiado.
 
New Deal
Inspirado em parte nas idéias do economista inglês Lord Keynes, que condenava o liberalismo econômico, o presidente Roosevelt lançou o New Deal (um tratamento novo, um método novo), um vasto programa de reformas que visava dar ao país uma nova base social, sadia e maleável o bastante para impedir uma catástrofe semelhante a que a nação vivia. Em matéria de ajuda e assistência, milhões de dólares foram destinados aos objetivos mais imediatos: casa, alimentação e vestuário aos desempregados. Porém, essa humilhante subvenção transformou-se em algo mais dignificante: novas possibilidades de trabalho foram criadas pelo governo, por meio de subsídios às empresas em dificuldades e da construção de obras públicas. O liberalismo foi descartado como política econômica. O Estado passou a intervir na economia para fazer frente à crise. O New Deal tinha basicamente três propostas: a luta contra o desemprego, o saneamento da agricultura e o revigoramento econômico. O centro das decisões econômicas já não era Nova York, símbolo do domínio dos grandes banqueiros, mas Washington, sede do poder nacional.

Os Estados componentes da União tiveram sua autonomia limitada e o governo federal assumiu certas atribuições dos Executivos estaduais. Posteriormente, superada a crise, muitas dessas medidas foram desfeitas pela Suprema Corte, que as julgou inconstitucionais. O Estado passou a intervir na economia, limitando a autonomia das empresas privadas que ameaçavam a estabilidade econômica. Pela primeira vez, nos Estados Unidos, falava-se em tributos sobre os mais ricos e em planejamento nacional.

Os conservadores apelidavam Roosevelt de “o coveiro da América”; acusavam suas medidas de socialistas, pois ameaçavam a iniciativa privada, que engrandecera o país. Mas Roosevelt era apenas o presidente que estava refreando o ganho fácil e a irresponsabilidade social dos capitalistas. Ao limitar os interesses individualistas e egoístas de cada burguês, o New Deal salvava os interesses coletivos de todos os capitalistas. O novo programa econômico atuou em quatro campos: agricultura, trabalho, segurança social e administração. Na agricultura, foram elevados os preços dos produtos agrícolas. Para essa finalidade, foram dados incentivos aos produtores que destruíssem parte da safra, construíram armazéns para a produção excedente e foram concedidos empréstimos aos fazendeiros endividados.
No setor trabalhista, a preocupação foi diminuir o desemprego.
Asim, criaram-se leis que reduziram a jornada de trabalho, elevaram-se os salários e proibiram-se o trabalho infantil e o feminino, que desempregavam chefes de famílias. Na área de segurança social, criaram-se os contratos coletivos de trabalho entre patrões e empregados; surgiu a Justiça do Trabalho, responsável por julgar as disputas trabalhistas; e fortaleceram- se os sindicatos como órgãos de defesa dos interesses econômicos dos trabalhadores. Além dessas medidas, por meio dos Social Security Acts (Leis de Segurança Social) instituíram o salário-desemprego e as pensões para velhos e cegos, desenvolvendo-se uma política de saúde pública.



No campo administrativo, o New Deal procurou combater a corrupção dos funcionários públicos e fortalecer o Poder Executivo federal, embora fosse mantida a divisão dos três poderes. A crise atingiu a economia americana no auge de sua prosperidade e logo se expandiu para a Europa, adquirindo uma amplitude nunca vista anteriormente. Até então, os problemas da economia americana não afetavam outras regiões do mundo, porque essa economia era isolada, alcançando, no máximo, a América Latina.

Por volta de 1929, os países europeus recuperavam-se da guerra. Com a crise, os Estados Unidos retiraram seu capital da Europa, onde a superprodução levou à falência numerosas empresas e bancos e gerou milhões de desempregados e miseráveis. A crise europeia fez com que os miseráveis detestassem o capitalismo liberal. Milhões de pessoas voltaram-se para os partidos totalitários, os quais propunham um Estado forte e a liquidação da democracia. Em vários países europeus, os partidos totalitários, como o Nacional-Socialista Alemão, chegaram ao poder e suprimiram a democracia com imenso apoio popular. O liberalismo deu lugar ao nacionalismo econômico, o mercado fechou-se para os produtos importados e os Estados europeus passaram a intervir na economia.

Fonte: Click Escolar

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