sábado, 11 de julho de 2015

Saiba mais sobre o Renascimento Agrícola no Brasil

O Renascimento Agrícola no Brasil
O curto período da mineração no século XVIII não alterou o perfil socioeconômico da colônia, que sempre foi agrário e escravocrata. Quando a mineração entrou em declínio, no final do século XV, as cidades despovoaram-se e a população tentou sobreviver dedicando-se à agricultura ou à pecuária de subsistência. Uma pequena elite agrária pôs-se a produzir trigo, algodão e açúcar. Alguns mineradores ricos dirigiram-se para o Rio de Janeiro, na atual Baixada Fluminense, onde, aproveitando-se da proximidade do porto exportador, dedicaram-se a construir engenhos produtores de açúcar. A situação internacional, no final do século XVIII, era favorável ao desenvolvimento da produção agrícola brasileira. A Inglaterra estava começando sua Revolução Industrial e empregava o trabalho assalariado. Isso aumentou o poder de compra de sua população, permitindo-lhe importar alimentos dos países aliados, o que acabou favorecendo a produção agrícola do Brasil. A grande indústria inglesa iniciou-se com a produção de tecidos de algodão, cuja matéria-prima era importada do sul dos Estados Unidos, então colônia britânica.
 
Porém, em 1776 os Estados Unidos libertaram-se da Inglaterra, comprometendo o abastecimento de algodão. Isso favoreceu nossa produção algodoeira, que passou a ser exportada para alimentar as fábricas inglesas. No início do século XIX, os Estados Unidos restabeleceram relações com a Inglaterra e nossa exportação declinou. No século XVIII, a Ilha de São Domingos (atuais Haiti e República Dominicana), nas Antilhas, era conhecida como a terra do açúcar. No final desse século, os escravos iniciaram a independência do Haiti, que pertencia à França. Os canaviais e os engenhos foram incendiados e destruídos.

Crise da Mineração
Para suprir a ausência do açúcar antilhano no mercado internacional, a produção açucareira do Brasil foi ampliada. Inicialmente, os engenhos do nordeste foram reativados, com os fazendeiros obrigando os escravos a deixarem a produção de subsistência, que aumentou a crise, e a trabalhar no plantio da cana e na produção do açúcar. Depois, outras áreas destacaram-se na produção açucareira. Foi o caso do Rio de Janeiro, que se tornou o maior produtor da colônia, favorecido pela mineração. Os metais preciosos eram exportados através de seu porto. Os comerciantes fluminenses lucravam, vendendo a preços altos os produtos que abasteciam a região das Minas. Com isso, acumularam capitais que investiram em engenhos. Com a crise da mineração, ricos mineradores dirigiram-se para o Rio de Janeiro, onde também aplicaram seus capitais em engenhos.
 

Produção em São Paulo e Declínio da Exportação Brasileira
A capitania de São Paulo também começou a produzir açúcar no final do século XVIII. A produção paulista era insignificante, mas permitiu a criação de estradas ligando a cidade de São Paulo a Santos e ao interior, infraestrutura importante para o surgimento da economia cafeeira no século XIX. Outros produtos agrícolas que se desenvolveram, no final do século XVIII, foram o anil, o arroz e o café. O anil, ou índigo, é uma planta da qual se extrai um corante azul, utilizado para tingir tecidos. Começou a ser plantado no Rio de Janeiro, maior produtor brasileiro, para atender à demanda provocada pela Revolução Industrial. Mas a exportação brasileira durou pouco. A Inglaterra incentivou a produção na Índia e o Brasil perdeu mercado. Logo depois, surgiram os corantes sintéticos, que derrotaram definitivamente o anil. O arroz era produzido para a subsistência no Pará e no Maranhão. No Rio de Janeiro e no Vale do Paraíba paulista, a produção destinava-se a abastecer a região das Minas. A Revolução Industrial criou o hábito de consumo do arroz nas cidades inglesas, o que fez aumentar a produção brasileira que era exportada para a Europa. O Maranhão tornou-se o maior produtor do Brasil. No final do século XV, o café, cultivado nos arredores da cidade do Rio de Janeiro, já integrava a pauta de exportações brasileiras, mas sem ter ainda a importância que adquiriu na segunda metade do século XIX, quando o Brasil independente tornou-se seu maior exportador mundial.




Fonte: Click Escolar

Nenhum comentário:

Postar um comentário