Roteiro de estudo:
O Absolutismo e a sociedade de corte
O Absolutismo e a sociedade de corte
1. (Fuvest) Explique duas das
condições que contribuíram para a centralização política e a adoção do
absolutismo na Idade Moderna.
resposta:
Por um lado, o surgimento de novas técnicas militares contribuiu para tornar obsoletas antigas armas medievais de combates. Além disso, o advento do capitalismo comercial permitiu a ascensão de novos grupos sociais, interessados na centralização política.
2. Leia o a seqüência de texto
abaixo e responda as questões:
“É somente na minha pessoa que
reside o poder soberano [...], é somente de mim que os meus tribunais recebem a
sua existência e a sua autoridade; a plenitude desta autoridade, que eles não
exercem senão em meu nome, permanece sempre em mim, e o seu uso nunca pode ser
contra mim voltado; é unicamente a mim que pertence o poder legislativo, sem
dependência e sem partilha; é somente por minha autoridade que os funcionários
dos meus tribunais procedem, não à formação, mas ao registro, à publicação, à
executação da lei, e que lhes é permitido advertir-me o que é o dever de todos
os úteis conselheiros; toda a ordem pública emana de mim e os direitos e
interesses da Nação, de que se pretende ousar fazer um corpo separado do
monarca, estão necessariamente unidos com os meus e repousam inteiramente nas
minha mãos.”
Resposta do Rei Luís XIV ao Parlamento de
Paris, na sua sessão de 3 de Março de 1766
a) Defina o que caracteriza um governo
absolutista.
b) Comente o processo de formação do absolutismo
na França da Idade Moderna.
c) O rei absolutista pode ser
comparado a um tirano, usurpador do poder? Por quê? Havia Limites ao poder do
rei na sociedade absolutista? Quais?
resposta:
a) Um governo em que o poder político está concentrado na figura do monarca. Nesse sentido, tudo pertence à pessoa e ao seu patrimônio. O rei é a fonte de todos os outros poderes. Com base no poder real, o Estado pode intervir em todos os campos da atividade humana.
b) A concentração do poder político na França foi o resultado de um longo processo ocorrido entre o fim da Idade Média e o início dos tempos modernos. Para isso, entre outras coisas, concorreram a crescente debilidade de setores da nobreza, a ascensão de grupos burgueses e a centralização de poderes militar e fiscal da monarquia. Entre os séculos XVII e XVIII, com a maior população da Europa, a França se constituía na mais poderosa monarquia da região.
c) Num primeiro momento, a sociedade do Antigo Regime não era vista como uma ditadura ou tirania. A própria crença para a cura de algumas doenças pelo toque real demonstra que o poder divino dos reis era uma realidade para boa parte da população, portanto o absolutismo monárquico não era arbitrário, pois o
monarca não podia transgredir certas leis e costumes fundamentais do reino.
3. Leia o a seqüência de texto
abaixo e responda as questões:
“O rei sábio deve governar
harmonicamente o seu reino, entremeando suavemente os nobres e os plebeus, os
ricos e os pobres, com tal discrição, no entanto, que os nobres tenham alguma
vantagem sobre os plebeus, pois é bem razoável que o gentil homem, tão
excelente nas armas e nas leis quanto o plebeu, seja preferido nos estados
(empregos) da judicatura ou da guerra; e que rico em igualdade das demais
condições seja preferido ao pobre nos estados que têm mais honra que lucro; e
que ao pobre caibam os ofícios que dão mais lucros do que honra; assim todos
ficaram contentes (....).
Nada havendo de maior sobre a
Terra, depois de Deus, que os príncipes soberanos, e sendo por Ele
estabelecidos como seus representantes para governarem os outros homens é
necessário lembrar-se de sua qualidade, a fim de respeitar-lhes e
reverenciar-lhes a majestade com toda obediência, a fim de sentir e falar deles
com toda honra, pois quem despreza seu príncipe soberano despreza a Deus, de
quem ele é a imagem na terra.”
BODIN, Jean. Seis
Livros sobre a República.
a) Como se dava a hierarquização social no
Período Absolutista?
b) Que funções desempenhavam os diversos
estamentos que compunham a sociedade da Europa Absolutista?
resposta:
a) Teoricamente, como resquício da época feudal, a sociedade estava dividida em três estados: o clero, a nobreza e o Terceiro Estado. Na prática, no entanto, havia muitas outras divisões. Entre o alto e o baixo clero, a alta e a pequena nobreza e a grande burguesia e as camadas populares existiam muitas diferenças.
b) De modo geral, o clero exercia a função sacerdotal; a nobreza, funções de natureza burocrática e milita; e o Terceiro Estado, principalmente funções econômicas, relacionadas à produção da vida material.
"Após ter conseguido retirar
da nobreza o poder político que ela detinha enquanto ordem, os soberanos a
atraíram para a corte e lhe atribuíram funções políticas e diplomáticas".
Esta frase, extraída da obra de
Max Weber, "POLÍTICA COMO VOCAÇÃO".
a) Como se deu a formação das sociedades de
corte na Idade Moderna?
b) O que tornava a sociedade de
corte absolutista uma configuração social diferenciada?
c) Que ligação se pode fazer
entre as sociedades de corte e o comportamento social chamado de “civilizado”?
resposta:
a) Por meio da domesticação da nobreza, o rei atraía para sua órbita de influência e mantinha sob controle o grupo ao qual pertencia e que, ao mesmo tempo, lhe dava sustentação.
b) Novas funções ligadas à construção de imagem real e um novo código de conduta, que, a partir daquele momento, iria exercer uma grande influência sobre toda a sociedade.
c) A fim de demarcar posições sociais e construir uma imagem nobre sobre sobre o rei, surgiram novos padrões de comportamento, regras de boas maneiras e modos de agir, viver e se portar. Isso contribuiu para construção da nova civilidade.
5. (Ufjf) Na citação abaixo, notamos
uma série de elementos relacionados à política econômica dos Estados
Modernos, durante o Antigo Regime.
“O Estado absolutista centralizou
crescentemente o poder político e esforçou-se por criar sistemas jurídicos
mais uniformes (...) Aboliu um grande
número de barreiras internas ao comércio e patrocinou tarifas externas contra
os concorrentes estrangeiros. (...)
Patrocinou empreendimentos coloniais e companhias de comércio. (...) Em outras
palavras, cumpriu certas funções
parciais na acumulação primitiva necessária ao triunfo posterior do próprio
modo capitalista de produção”.
(Perry Anderson. Linhagens
do Estado Absolutista. 3. ed. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1995.p.39-40.)
Utilizando seus conhecimentos e a
citação, responde:
a) Qual o termo utilizado para
designar essa política econômica?
b) Explique os princípios
centrais dessa política econômica.
resposta:
a) Mercantilismo
b) Deve-se explicar a intervenção do
estado na economia; a importância do sistema colonial; a questão do metalismo;
a constituição de uma balança comercial favorável através de práticas protecionistas.
Não há a menor dúvida de que as
guerras cada vez mais dispendiosas contribuíram para o desenvolvimento do mercantilismo.
Com a ampliação da artilharia, dos arsenais, das marinhas de guerra, dos
exércitos permanentes e das fortificações, as despesas dos Estados modernos dão
um salto. Guerras pressupõem dinheiro e mais dinheiro, e assim a posse de
dinheiro, a acumulação de metais nobres, torna-se uma mania e domina, como
última conclusão de toda sabedoria, o pensamento e o juízo.
(F. Braudel, citado em R. Kurz, "O
colapso da modernização".)
A política econômica predominante
na época do Absolutismo ficou conhecida com o nome de mercantilismo, cujo maior
expoente foi Colbert, ministro de Luís XIV, rei da França.
a) Além da política econômica que
era estimulada por guerras, como demonstra o texto de Fernand Braudel, quais as
características principais da economia mercantilista?
b) Em oposição às teorias
mercantilistas, surgiram as teorias dos Fisiocratas e dos Liberais. Explique as
idéias principais de cada uma dessas teorias econômicas.
c) Com base na citação acima, comente o significado das guerras para os recém-formados Estados da Idade Moderna.
resposta:
a) O mercantilismo, política
econômica dos Estados absolutistas europeus da Era Moderna, caracterizou-se
pelo esforço do Estado-nação em acumular metais preciosos via comércio e
através de taxas alfandegárias protecionistas, que estimulassem as exportações
e inibissem as importações; caracterizou-se ainda pela instauração de colônias
de exploração fora da Europa, reguladas pelo regime de monopólio.
b) Oriunda da tradição iluminista,
a escola de pensamento econômico fisiocrata, que teve em Quesnay, Gournay e
Turgot seus principais representantes, criticou o mercantilismo e pregou a
adoção de uma "economia natural", ou seja, que a atividade econômica
se desvinculasse do controle estatal e que tivesse ênfase a agricultura. Na
mesma tradição ilustrada, o liberalismo clássico, inaugurado por Adam Smith, condenava
igualmente a intervenção estatal na economia; defendia a liberdade econômica, com
ênfase na racionalização da produção (Divisão do trabalho) e no livre comércio.
c) Além de suas características militares de defesa, a guerra tinha, muitas vezes, uma função econômica. Assim, ao lado do comércio, representava um elemento central na política mercantilista. Nesse sentido, muitas batalhas foram travadas pelo controle de rotas comerciais e fontes de metais preciosos e pelo domínio de regiões produtoras nas colônias.
7. (UFPR) Em seu livro O processo
civilizador, Norbert Elias traz exemplos de manuais e códigos de
comportamento, de diferentes contextos. Em um deles, de 1672, destacam-se
orientações sobre hábitos à mesa, como as que seguem:
Se todos estão se servindo do
mesmo prato, evite pôr nele a mão antes que o tenham feito as pessoas de mais
alta categoria, e trate de tirar o alimento apenas da parte do prato que está à
sua frente. Ainda menos deve pegar as melhores porções, mesmo que aconteça você
ser o último a se servir. Cabe observar ainda que você sempre deve limpar a
colher quando, depois de usá-la, quiser tirar alguma coisa de outro
prato,havendo pessoas tão delicadas que não querem tomar a sopa na qual
mergulhou a colher depois de a ter levado à boca.
(COURTIN, Antoine de,
p. 102. Grifos do autor original.)
Comentando especificamente a obra
de De Courtin, Elias esclarece que esse autor “fala a partir de uma sociedade
de corte que é a mais plenamente consolidada – a da corte de Luís XIV. E se
dirige principalmente a pessoas de categoria, pessoas que não vivem diretamente
na corte, mas que desejam conhecer bem as maneiras e costumes que nela têm
curso”.
(ELIAS, Norbert. O
processo civilizador. 1994, vol. 1, p. 109.)
Considerando essa sociedade,
explique quem seriam essas “pessoas de categoria”, e por que o domínio de “bons
hábitos”, como os citados no exemplo, seria importante para elas, no âmbito
social.
resposta:
Sobretudo, elementos provenientes da burguesia e da nobreza rural, que também buscavam meios de afirmação social. Eles precisavam, acima de tudo, ser reconhecidos em suas relações com o poder central, em uma sociedade que desenvolvia um novo padrão de conduta. Os hábitos de civilidade se tornariam uma exigência para a convivência social, especialmente, nos altos escalões.
8. (ENEM) O que chamamos de corte principesca era, essencialmente, o palácio do príncipe. Os músicos eram tão indispensáveis nesses grandes palácios quanto os pasteleiros, os cozinheiros e os criados. Eles eram o que se chamava, um tanto pejorativamente, de criados de libré. A maior parte dos músicos ficava satisfeita quando tinha garantida a subsistência, como acontecia com as outras pessoas de classe média na corte; entre os que não se satisfaziam, estava o pai de Mozart. Mas ele também se curvou às circunstâncias a que não podia escapar.
(Norbert Elias. Mozart:
sociologia de um gênio. Ed. Jorge Zahar, 1995, p. 18 (com adaptações)).
Considerando-se que a sociedade
do Antigo Regime dividia-se tradicionalmente em estamentos: nobreza, clero e
3.° Estado, é correto afirmar que o autor do texto, ao fazer referência a
“classe média”, descreve a sociedade utilizando a noção posterior de classe
social a fim de
a) aproximar da nobreza cortesã a
condição de classe dos músicos, que pertenciam ao 3.° Estado.
b) destacar a consciência de
classe que possuíam os músicos, ao contrário dos demais trabalhadores manuais.
c) indicar que os músicos se
encontravam na mesma situação que os demais membros do 3.° Estado.
d) distinguir, dentro do 3.°
Estado, as condições em que viviam os “criados de libré” e os camponeses.
e) comprovar a existência, no
interior da corte, de uma luta de classes entre os trabalhadores manuais.
Resposta:[C]
Habilidade: Identificar registros
de práticas de grupos sociais no tempo e no espaço.
Comentários: Este é uma típica
questão na qual o candidato precisa eliminar as absurdas, no caso a B e a E; e
assinalar aquela que é mais correta, no caso a C.
9. (UNIFESP)
O fim último, causa final e
desígnio dos homens (que amam naturalmente a liberdade e
o domínio sobre os outros), ao
introduzir aquela restrição sobre si mesmos sob a qual os vemos viver nos
Estados, é o cuidado com sua própria conservação e com uma vida mais
satisfeita. Quer dizer, o desejo de sair daquela mísera condição de guerra que
é a conseqüência necessária (conforme se mostrou) das paixões naturais dos homens,
quando não há um poder visível capaz de os manter em respeito, forçando-os, por
medo do castigo, ao cumprimento de seus pactos e ao respeito àquelas leis de
natureza.
(Thomas Hobbes
(1588-1679). Leviatã. Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1979.)
O príncipe não precisa ser
piedoso, fiel, humano, íntegro e religioso, bastando que aparente possuir tais
qualidades (...). O príncipe não deve se desviar do bem, mas deve estar sempre
pronto a fazer o mal, se necessário.
(Nicolau Maquiavel (1469-1527). O
Príncipe. Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1986.)
Os dois fragmentos ilustram
visões diferentes do Estado moderno. É possível afirmar que
a) ambos defendem o absolutismo,
mas Hobbes vê o Estado como uma forma de proteger os homens de sua própria periculosidade,
e Maquiavel se preocupa em orientar o governante sobre a forma adequada de usar
seu poder.
b) Hobbes defende o absolutismo,
por tomá-lo como a melhor forma de assegurar a paz, e Maquiavel o recusa, por
não aceitar que um governante deva se comportar apenas para realizar o bem da
sociedade.
c) ambos rejeitam o absolutismo,
por considerarem que ele impede o bem público e a democracia, valores que
jamais podem ser sacrificados e que fundamentam a vida em sociedade.
d) Maquiavel defende o absolutismo,
por acreditar que os fins positivos das ações dos governantes justificam seus
meios violentos, e Hobbes o recusa, por acreditar que o Estado impede os homens
de viverem de maneira harmoniosa.
e) ambos defendem o absolutismo,
mas Maquiavel acredita que o poder deve se concentrar nas mãos de uma só
pessoa, e Hobbes insiste na necessidade da sociedade participar diretamente das
decisões do soberano.
resposta:[A]
Hobbes especifica
uma teoria de contrato segundo a qual os homens, para evitar a mútua destruição,
renunciam à sua própria liberdade em favor do príncipe.
Já Maquiavel estava mais
preocupado com as condições de manutenção do poder do príncipe.
10. “O estado sou eu.” Esta frase do
rei francês Luís XIV indica a organização do Estado Moderno, sob a forma do
Absolutismo.
Dê duas características deste
Estado e explique-as.
resposta:
O rei tem poderes absolutos e
incontestáveis. Dessa forma, uma das características do regime absolutista é a ausência da divisão dos poderes. O poder
absoluto do rei era justificado pela “Teoria do Direito Divino”.
O rei recebeu o seu poder de Deus
e só a ele deve prestar conta dos seus atos.
11. Entre os séculos XVI e XVII
multiplicaram-se autores e doutrinas para justificar e legitimar o Estado
autoritário e o
Absolutismo modernos. Maquiavel,
um dos teóricos da origem do Estado moderno, apontava:
a) em o Príncipe: “Um profundo
desprezo pela lei moral que limitava a autoridade do governante”;
b) em o Príncipe: “Necessidade de
um pacto político e social que garantisse a soberania popular”;
c) em o Contrato Social: “A
impossibilidade de haver poder público sem a vontade de Deus”;
d) em O Espírito das Leis: “A
soberania limitada dos reis e a difusão das instituições parlamentares”;
e) No Leviatã: “A necessidade de
renúncia de todos os direitos dos
governados em favor do monarca de
autoridade ilimitada”.
resposta:[A]
12. O Absolutismo Real surgiu na
Europa em meio à transição da sociedade feudal para a ordem capitalista, a
partir do século XV. Sobre o Absolutismo,
pode-se afirmar que:
a) Acarretou a perda completa do
poder da nobreza, agora destituída dos privilégios que detinha, diante de
outros grupos.
b) Em sua versão francesa,
revelou-se mais permeável à representação política, dada a grande importância
do Parlamento, especialmente sob
Luis XIV.
c) O estabelecimento de impostos
regulares, para financiar o exército e a administração reais, colabora para a efetivação deste absolutismo.
d) Enfraqueceu-se a autoridade da
Igreja com a afirmação do poder real, tal como se verifica em Portugal e Espanha, onde se promoveu uma
rígida separação entre Igreja e Estado, na administração civil.
e) A burguesia tornou-se a classe
politicamente dirigente, instituindo-se, desta forma, uma ordem econômica baseada no livre comércio.
resposta:[C]
13. Não pode ser considerado como
fator gerador do Renascimento comercial, ocorrido na Europa a partir do século
XI:
a) a crise do modo de produção
feudal, provocada pela superexploração da mão-de-obra através das relações servis de produção.
b) a disponibilidade de
mão-de-obra provocada, entre outros fatores, pelo crescimento demográfico a
partir do século X.
c) a predominância cultural e
ideológica da Igreja, com a valorização da vida extraterrena, a condenação à
usura e sua posição em relação ao “justo
preço” das mercadorias.
d) a aquisição das “cartas de
franquias”, que fortalecia e libertava a nascente burguesia das obrigações
tributárias para com os senhores feudais.
e) o movimento cruzadista que,
retratando a estrutura mental e religiosa do homem medieval, estendeu-se entre os séculos XI e XIII.
resposta:[C]
14. A crise do sistema feudal
agravou-se no século XIV com o início da Guerra dos Cem Anos entre França e
Inglaterra (1337-1453). Eduardo III, rei dos
ingleses, invadiu a França, declarando-se rei. A respeito desse período, é
correto afirmar que:
a) eclodiram, na França, revoltas
de camponeses, famintos e insatisfeitos com a superexploração, conhecidas pelo nome de “jacqueries”, em alusão a
Jacques Bonhomme, expressão que os nobres usavam para designar o homem do campo.
b) a vitória dos ingleses sobre
os exércitos de Joana D’Arc, filha de humildes camponeses, nas batalhas de
Orleans, Reims, Paris, Toulouse e
Compiègne, acabou por definir a sorte da guerra a seu favor, apesar da mítica religiosidade católica dos
franceses.
c) após a vitória, a França
mergulhou em um novo conflito, a Guerra das Duas Rosas, uma disputa pelo trono motivada pelos interesses
monárquicos da família Lancaster, que acabou sendo derrotada por Luís IX, em Toulouse.
d) as transformações no modo de
exploração feudal acabaram por beneficiar a nobreza francesa, que permaneceu neutra durante o conflito,
enquanto o rei era obrigado a se aliar à burguesia para conseguir recursos para
armar seu exército.
e) ocorreu a morte de inúmeros
camponeses ingleses em virtude da brutal retaliação dos franceses, que, depois
de expulsarem os ingleses de suas
terras, passaram a ocupar e explorar os territórios dos anglo-saxões.
resposta:[A]
15. (UFPR) O texto a seguir é referência
para as próximas questões.
“Sendo, portanto, um príncipe
obrigado a bem servir-se da natureza da besta, deve dela tirar as qualidades da
raposa e do leão,pois este não tem defesa alguma contra os laços, e a raposa,
contra os lobos. Precisa, pois, ser raposa para conhecer os laços eleão para
aterrorizar os lobos. Os que se fizerem unicamente de leões não serão bem
sucedidos. Por isso um príncipe prudentenão pode nem deve guardar a palavra
dada quando isso se lhe torne prejudicial e quando as causas que o determinaram
cessemde existir. Se os homens todos fossem bons, este preceito seria mau. Mas
dado que são pérfidos e que não a observariam a teurespeito, também não és
obrigado a cumpri-la para com eles.”
(Maquiavel, O Príncipe. In Os Pensadores, Ed. Abril, São Paulo, 1973, p.
80.
a) Por que, segundo a passagem
acima, um príncipe deve cultivar as qualidades do leão e da raposa?
b) Por que é prudente para um
príncipe não manter sua palavra? Em que condições e por que ele pode fazer isso?
16. (Puc-pr) Um dos teóricos
defensores do Absolutismo real escreveu: "...Já o disse, sois deuses, isto
é, tendes em vossa autoridade, trazeis em vossa fronte, um caráter divino... Entretanto,
ó deuses de carne e sangue, ó deuses de lodo e pó, morreis como homens... A
grandeza separa os homens por breve tempo; uma queda comum, no fim, a todos
iguala...". O texto acima consta da obra:
a) "Sobre o Direito da
Guerra e da Paz", de Hugo Grotius.
b) "Os Seis Livros da
República", de Jean Bodin.
c) "O Príncipe", de
Nicolau Maquiavel.
d) "O Leviatã", de
Thomas Hobbes.
e) "Política Resultante da
Sagrada Escritura", de Jacques Bossuet.
resposta:[E]
17. (UFRS) O sistema monárquico
absolutista, que atingiu seu apogeu sob o reinado de Luís XIV, apresenta-se
como o modelo de gestão política característico do período histórico moderno. Sobre
esse sistema, é correto afirmar que ele
a) não era arbitrário, pois o
monarca não podia transgredir certas leis e costumes fundamentais do reino.
b) foi responsável pelo
desenvolvimento do conceito de cidadania, ao afirmar as liberdades individuais
em contraposição ao sistema político medieval.
c) apresentava, entre seus
princípios teóricos, a noção de que a potência soberana do Estado emana do povo.
d) foi enaltecido pelos
iluministas, notadamente pelo filósofo Montesquieu, admirador da tripartição do
poder político adotada pelo absolutismo.
e) não foi bem-sucedido como
forma de governo, pois desprezava a racionalização burocrática da máquina
estatal.
resposta:[A]
18. (Puc-sp) O fim último, causa
final e desígnio dos homens (que amam naturalmente a liberdade e o domínio
sobre os outros), ao introduzir aquela restrição sobre si mesmos sob a qual os
vemos viver nos Estados, é o cuidado com sua própria conservação e com uma vida
mais satisfeita. Quer dizer, o desejo de sair daquela miséria condição de
guerra que é a conseqüência necessária (conforme se mostrou) das paixões
naturais dos homens, quando não há um poder visível capaz de os manter em
respeito, forçando-os por medo do castigo, ao cumprimento de seus pactos e ao
respeito àquelas leis de natureza (...)
(Hobbes, T. "Das causas, geração
e definição de um Estado". In: Leviatã. São Paulo: Abril Cultural, 2. ed.,1979,
p. 103.)
Considerando o fragmento anterior,
podemos dizer que Thomas Hobbes, pensador inglês do séc.XVII, defende a noção
de que
a) apenas um Estado democrático, surgido
de um ato de liberdade dos cidadãos, teria legitimidade para criar leis e zelar
pela segurança e demais necessidades sociais.
b) certos indivíduos, extraordinariamente,
quando apaixonados, amam dominar os outros e é preciso forçá-los, através do
castigo, a manter o respeito; essa seria a função do Estado.
c) o Estado resulta do desejo dos
indivíduos de garantir a propriedade privada, para deixar de ter uma condição
mísera e participar ativamente do pacto social.
d) o homem é naturalmente bom, mas
a vida social o corrompe, fazendo com que passe a querer dominar a liberdade
dos outros; o nascimento do Estado é diretamente responsável por essa corrupção.
e) os homens são naturalmente
inaptos para a vida social, a menos que constituam uma autoridade à qual
entreguem sua liberdade em troca de segurança.
resposta:[E]
19. (UnB) Leia o texto que se
segue, trecho da resposta do Rei Luís XV ao Parlamento de Paris, em 1766. "É
exclusivamente na minha pessoa que reside o poder soberano (...) é só de mim
que os meus tribunais recebem a sua existência e a sua autoridade; a plenitude
dessa autoridade, que eles não exercem se não em meu nome, permanece sempre em
mim, e o seu uso não pode ser voltado contra mim e a mim unicamente que
pertence o poder legislativo sem dependência e sem partilha (...) a ordem
pública inteira emana de mim, e os direitos e interesses da Nação, de que se
ousa fazer um corpo separado do Monarca, estão necessariamente unidos com os
meus e repousam unicamente nas minhas mãos".
(Gustavo de Freitas, 900 TEXTOS E
DOCUMENTOS DE HISTÓRIA.) Com o auxílio das informações contidas no texto, julgue
os itens adiante, relativos ao Estado nacional moderno. (0) Formado na crise do
sistema feudal, o Estado moderno opôs-se tanto aos particularismos urbanos, feudais
e regionais quanto ao universalismo da Igreja e ao antigo ideal romano-germânico
de império.
(1) Em "O Príncipe", Maquiavel
defende a existência de um Estado unificado, com um poder político forte, centralizado
e laico.
(2) A expressão "maquiavelismo"
pode ser entendida a partir da concepção, presente em "O Príncipe", de
que não há limite ético ou moral às ações do soberano que, visando à manutenção
da vida e do Estado, está livre para o emprego de quaisquer meios.
(3) A doutrina do direito divino
dos reis, elaborada por Thomas Hobbes, em seu livro "Leviatã", constituiu
o único caminho de justificação teórica e de legitimação ideológica do
absolutismo.
resposta:V V V F
20. (Puccamp) Leia o texto de um
clássico da teoria política. "Daqui nasce um dilema: é melhor ser amado
que temido, ou o inverso? Respondo que seria preferível ser ambas as coisas, mas,
como é muito difícil conciliá-las, parece-me muito mais seguro ser temido do
que amado, se só se puder ser uma delas." No texto estão explícitas
algumas idéias presentes no período de formação do Estado Moderno. O autor
escreve numa região convulsionada por crises políticas, ameaças externas e
ausência de unidade nacional. O autor, a obra, o país e o tipo de Estado, que o
mesmo defendia, são, respectivamente:
a) Jacques Bossuet, POLÍTICA, França
e o Estado Liberal.
b) Thomas Hobbes, LEVIATÃ, Inglaterra
e o Estado Mercantil.
c) Tomás Morus, A Utopia, Alemanha
e o Estado Socialista.
d) Nicolau Maquiavel, O PRÍNCIPE,
Itália e o Estado Absolutista.
e) Jean Bodin, A REPÚBLICA, Bélgica
e o Estado Democrático.
resposta:[D]
21. (FGV) "O fim último, causa
final de desígnio dos homens (que amam naturalmente a liberdade e o domínio
sobre os outros), ao introduzir aquela restrição sobre si mesmos sob a qual os
vemos viver nos Estados, é o cuidado com sua própria conservação e com uma vida
mais satisfeita. Quer dizer, o desejo de sair daquela mísera condição de guerra
que é a conseqüência necessária (...) das paixões naturais dos homens, quando
não há um poder visível capaz de os manter em respeito, forçando-os, por medo
do castigo, ao cumprimento de seus pactos e ao respeito àquelas leis da
natureza (...)."
(HOBBES, Thomas. "Leviatã")
A partir do texto acima podemos
afirmar que:
a) o fim último dos homens é a
vida em liberdade e a guerra social;
b) para terem uma vida mais
satisfeita e cuidarem de sua conservação, os homens têm que dominar uns aos
outros;
c) por amar a liberdade, o homem
tem que sair da condição de guerra, consolidando leis de forma democrática;
d) para se conservarem, os homens
restringem a própria liberdade;
e) a democracia, como forma de
governo. é a única garantia da conservação dos homens frente ao estado de
guerra total.
resposta:[D]
22. (ENEM)
I. Para o filósofo inglês Thomas
Hobbes (1588-1679), o estado de natureza é um estado de guerra universal e
perpétua. Contraposto ao estado de natureza, entendido como estado de guerra, o
estado de paz é a sociedade civilizada. Dentre outras tendências que dialogam
com as idéias de Hobbes, destaca-se a definida pelo texto a seguir.
II. Nem todas as guerras são
injustas e correlativamente, nem toda paz é justa, razão pela qual a guerra nem
sempre é um desvalor, e a paz nem sempre um valor.
BOBBIO, N. MATTEUCCI, N.
PASQUINO, G. "Dicionário de Política". 5 ed. Brasília: Universidade
de Brasília; São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 2000.
Comparando as idéias de Hobbes (texto
I) com a tendência citada no texto II, pode-se afirmar que
a) em ambos, a guerra é entendida
como inevitável e injusta.
b) para Hobbes, a paz é inerente
à civilização e, segundo o texto II, ela não é um valor absoluto.
c) de acordo com Hobbes, a guerra
é um valor absoluto e, segundo o texto II, a paz é sempre melhor que a guerra.
d) em ambos, a guerra ou a paz
são boas quando o fim é justo.
e) para Hobbes, a paz liga-se à
natureza e, de acordo com o texto II, à civilização.
resposta:[B]
23. (Puc-rs) Entre os séculos XV
e XVII, a intelectualidade européia cria novas concepções teóricas sobre o
poder do Estado e seu exercício legítimo. Uma das mais célebres dessas
concepções buscava estabelecer uma explicação racional para o poder absoluto do
soberano a partir do conceito de Estado de Natureza, no qual os indivíduos, egoístas
e absolutamente livres, viveriam em constante e violento conflito, resultando
daí a necessidade de que tais indivíduos cedessem, por contrato, todos os seus
direitos ao Estado, abdicando da liberdade para garantir a segurança e a paz
social. Trata-se das ideias de
a) Thomas Hobbes.
b) Jean Bodin.
c) Nicolau Maquiavel.
d) Hugo Grotius.
e) Jacques Bossuet.
resposta:[A]
Nenhum comentário:
Postar um comentário