sábado, 4 de agosto de 2012

Saiba mais sobre o Absolutismo durante a Idade Moderna



Roteiro de estudo: 
O Absolutismo e a sociedade de corte

1. (Fuvest) Explique duas das condições que contribuíram para a centralização política e a adoção do absolutismo na Idade Moderna.


resposta:
Por um lado, o surgimento de novas técnicas militares contribuiu para tornar obsoletas antigas armas medievais de combates. Além disso, o advento do capitalismo comercial permitiu a ascensão de novos grupos sociais, interessados na centralização política.
2. Leia o a seqüência de texto abaixo e responda as questões:
“É somente na minha pessoa que reside o poder soberano [...], é somente de mim que os meus tribunais recebem a sua existência e a sua autoridade; a plenitude desta autoridade, que eles não exercem senão em meu nome, permanece sempre em mim, e o seu uso nunca pode ser contra mim voltado; é unicamente a mim que pertence o poder legislativo, sem dependência e sem partilha; é somente por minha autoridade que os funcionários dos meus tribunais procedem, não à formação, mas ao registro, à publicação, à executação da lei, e que lhes é permitido advertir-me o que é o dever de todos os úteis conselheiros; toda a ordem pública emana de mim e os direitos e interesses da Nação, de que se pretende ousar fazer um corpo separado do monarca, estão necessariamente unidos com os meus e repousam inteiramente nas minha mãos.”

 Resposta do Rei Luís XIV ao Parlamento de Paris, na sua sessão de 3 de Março de 1766

a)   Defina o que caracteriza um governo absolutista.
b)  Comente o processo de formação do absolutismo na França da Idade Moderna.
c) O rei absolutista pode ser comparado a um tirano, usurpador do poder? Por quê? Havia Limites ao poder do rei na sociedade absolutista? Quais?

resposta:
a) Um governo em que o poder político está concentrado na figura do monarca. Nesse sentido, tudo pertence à pessoa e ao seu patrimônio. O rei é a fonte de todos os outros poderes. Com base no poder real, o Estado pode intervir em todos os campos da atividade humana.
b) A concentração do poder político na França foi o resultado de um longo processo ocorrido entre o fim da Idade Média e o início dos tempos modernos. Para isso, entre outras coisas, concorreram a crescente debilidade de setores da nobreza, a ascensão de grupos burgueses e a centralização de poderes militar e fiscal da monarquia. Entre os séculos XVII e XVIII, com a maior população da Europa, a França se constituía na mais poderosa monarquia da região. 
c) Num primeiro momento, a sociedade do Antigo Regime não era vista como uma ditadura ou tirania. A própria crença para a cura de algumas doenças pelo toque real demonstra que o poder divino dos reis era uma realidade para boa parte da população, portanto o absolutismo monárquico não era arbitrário, pois o monarca não podia transgredir certas leis e costumes fundamentais do reino. 

3. Leia o a seqüência de texto abaixo e responda as questões:
“O rei sábio deve governar harmonicamente o seu reino, entremeando suavemente os nobres e os plebeus, os ricos e os pobres, com tal discrição, no entanto, que os nobres tenham alguma vantagem sobre os plebeus, pois é bem razoável que o gentil homem, tão excelente nas armas e nas leis quanto o plebeu, seja preferido nos estados (empregos) da judicatura ou da guerra; e que rico em igualdade das demais condições seja preferido ao pobre nos estados que têm mais honra que lucro; e que ao pobre caibam os ofícios que dão mais lucros do que honra; assim todos ficaram contentes (....).
Nada havendo de maior sobre a Terra, depois de Deus, que os príncipes soberanos, e sendo por Ele estabelecidos como seus representantes para governarem os outros homens é necessário lembrar-se de sua qualidade, a fim de respeitar-lhes e reverenciar-lhes a majestade com toda obediência, a fim de sentir e falar deles com toda honra, pois quem despreza seu príncipe soberano despreza a Deus, de quem ele é a imagem na terra.”
BODIN, Jean. Seis Livros sobre a República.

a)   Como se dava a hierarquização social no Período Absolutista?
b) Que funções desempenhavam os diversos estamentos que compunham a sociedade da Europa Absolutista?


resposta:
a) Teoricamente, como resquício da época feudal, a sociedade estava dividida em três estados: o clero, a nobreza e o Terceiro Estado. Na prática, no entanto, havia muitas outras divisões. Entre o alto e o baixo clero, a alta e a pequena nobreza e a grande burguesia e as camadas populares existiam muitas diferenças.
b) De modo geral, o clero exercia a função sacerdotal; a nobreza, funções de natureza burocrática e milita; e o Terceiro Estado, principalmente funções econômicas, relacionadas à produção da vida material.

4. Leia o a seqüência de texto abaixo e responda as questões:
"Após ter conseguido retirar da nobreza o poder político que ela detinha enquanto ordem, os soberanos a atraíram para a corte e lhe atribuíram funções políticas e diplomáticas".

Esta frase, extraída da obra de Max Weber, "POLÍTICA COMO VOCAÇÃO".

a)  Como se deu a formação das sociedades de corte na Idade Moderna?
b) O que tornava a sociedade de corte absolutista uma configuração social diferenciada?
c) Que ligação se pode fazer entre as sociedades de corte e o comportamento social chamado de “civilizado”?

resposta:
a)  Por meio da domesticação da nobreza, o rei atraía para sua órbita de influência e mantinha sob controle o grupo ao qual pertencia e que, ao mesmo tempo, lhe dava sustentação.
b) Novas funções ligadas à construção de imagem real e um novo código de conduta, que, a partir daquele momento, iria exercer uma grande influência sobre toda a sociedade.
c) A fim de demarcar posições sociais e construir uma imagem nobre sobre sobre o rei, surgiram novos padrões de comportamento, regras de boas maneiras e modos de agir, viver e se portar. Isso contribuiu para construção da nova civilidade.

5. (Ufjf) Na citação abaixo, notamos uma série de elementos relacionados à política econômica dos Estados Modernos,  durante o Antigo Regime.
“O Estado absolutista centralizou crescentemente o poder político e esforçou-se por criar sistemas jurídicos mais  uniformes (...) Aboliu um grande número de barreiras internas ao comércio e patrocinou tarifas externas contra os  concorrentes estrangeiros. (...) Patrocinou empreendimentos coloniais e companhias de comércio. (...) Em outras
palavras, cumpriu certas funções parciais na acumulação primitiva necessária ao triunfo posterior do próprio modo  capitalista de produção”. 
(Perry Anderson. Linhagens do Estado Absolutista. 3. ed. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1995.p.39-40.)
Utilizando seus conhecimentos e a citação, responde:
a) Qual o termo utilizado para designar essa política econômica?


b) Explique os princípios centrais dessa política econômica.

resposta:
a)  Mercantilismo
b) Deve-se explicar a intervenção do estado na economia; a importância do sistema colonial; a questão do metalismo; a constituição de uma balança comercial favorável através de práticas protecionistas.


6. (Unesp/ adaptada) Leia o texto a seguir e faça o que se pede.
Não há a menor dúvida de que as guerras cada vez mais dispendiosas contribuíram para o desenvolvimento do mercantilismo. Com a ampliação da artilharia, dos arsenais, das marinhas de guerra, dos exércitos permanentes e das fortificações, as despesas dos Estados modernos dão um salto. Guerras pressupõem dinheiro e mais dinheiro, e assim a posse de dinheiro, a acumulação de metais nobres, torna-se uma mania e domina, como última conclusão de toda sabedoria, o pensamento e o juízo.
        (F. Braudel, citado em R. Kurz, "O colapso da modernização".)

A política econômica predominante na época do Absolutismo ficou conhecida com o nome de mercantilismo, cujo maior expoente foi Colbert, ministro de Luís XIV, rei da França.
a) Além da política econômica que era estimulada por guerras, como demonstra o texto de Fernand Braudel, quais as características principais da economia mercantilista?
b) Em oposição às teorias mercantilistas, surgiram as teorias dos Fisiocratas e dos Liberais. Explique as idéias principais de cada uma dessas teorias econômicas.
c) Com base na citação acima, comente o significado das guerras para os recém-formados Estados da Idade Moderna.
resposta:
 
a) O mercantilismo, política econômica dos Estados absolutistas europeus da Era Moderna, caracterizou-se pelo esforço do Estado-nação em acumular metais preciosos via comércio e através de taxas alfandegárias protecionistas, que estimulassem as exportações e inibissem as importações; caracterizou-se ainda pela instauração de colônias de exploração fora da Europa, reguladas pelo regime de monopólio.
b) Oriunda da tradição iluminista, a escola de pensamento econômico fisiocrata, que teve em Quesnay, Gournay e Turgot seus principais representantes, criticou o mercantilismo e pregou a adoção de uma "economia natural", ou seja, que a atividade econômica se desvinculasse do controle estatal e que tivesse ênfase a agricultura. Na mesma tradição ilustrada, o liberalismo clássico, inaugurado por Adam Smith, condenava igualmente a intervenção estatal na economia; defendia a liberdade econômica, com ênfase na racionalização da produção (Divisão do trabalho) e no livre comércio.
c) Além de suas características militares de defesa, a guerra tinha, muitas vezes, uma função econômica. Assim, ao lado do comércio, representava um elemento central na política mercantilista. Nesse sentido, muitas batalhas foram travadas pelo controle de rotas comerciais e fontes de metais preciosos e pelo domínio de regiões produtoras nas colônias.

7. (UFPR) Em seu livro O processo civilizador, Norbert Elias traz exemplos de manuais e códigos de comportamento, de diferentes contextos. Em um deles, de 1672, destacam-se orientações sobre hábitos à mesa, como as que seguem:
Se todos estão se servindo do mesmo prato, evite pôr nele a mão antes que o tenham feito as pessoas de mais alta categoria, e trate de tirar o alimento apenas da parte do prato que está à sua frente. Ainda menos deve pegar as melhores porções, mesmo que aconteça você ser o último a se servir. Cabe observar ainda que você sempre deve limpar a colher quando, depois de usá-la, quiser tirar alguma coisa de outro prato,havendo pessoas tão delicadas que não querem tomar a sopa na qual mergulhou a colher depois de a ter levado à boca.
(COURTIN, Antoine de, p. 102. Grifos do autor original.)

Comentando especificamente a obra de De Courtin, Elias esclarece que esse autor “fala a partir de uma sociedade de corte que é a mais plenamente consolidada – a da corte de Luís XIV. E se dirige principalmente a pessoas de categoria, pessoas que não vivem diretamente na corte, mas que desejam conhecer bem as maneiras e costumes que nela têm curso”.
(ELIAS, Norbert. O processo civilizador. 1994, vol. 1, p. 109.)

Considerando essa sociedade, explique quem seriam essas “pessoas de categoria”, e por que o domínio de “bons hábitos”, como os citados no exemplo, seria importante para elas, no âmbito social.

resposta:
Sobretudo, elementos provenientes da burguesia e da nobreza rural, que também buscavam meios de afirmação social. Eles precisavam, acima de tudo, ser reconhecidos em suas relações com o poder central, em uma sociedade que desenvolvia um novo padrão de conduta. Os hábitos de civilidade se tornariam uma exigência para a convivência social, especialmente, nos altos escalões.

8. (ENEM) O que chamamos de corte principesca era, essencialmente, o palácio do príncipe. Os músicos eram tão indispensáveis nesses grandes palácios quanto os pasteleiros, os cozinheiros e os criados. Eles eram o que se chamava, um tanto pejorativamente, de criados de libré. A maior parte dos músicos ficava satisfeita quando tinha garantida a subsistência, como acontecia com as outras pessoas de classe média na corte; entre os que não se satisfaziam, estava o pai de Mozart. Mas ele também se curvou às circunstâncias a que não podia escapar.
(Norbert Elias. Mozart: sociologia de um gênio. Ed. Jorge Zahar, 1995, p. 18 (com adaptações)).

Considerando-se que a sociedade do Antigo Regime dividia-se tradicionalmente em estamentos: nobreza, clero e 3.° Estado, é correto afirmar que o autor do texto, ao fazer referência a “classe média”, descreve a sociedade utilizando a noção posterior de classe social a fim de

a) aproximar da nobreza cortesã a condição de classe dos músicos, que pertenciam ao 3.° Estado.
b) destacar a consciência de classe que possuíam os músicos, ao contrário dos demais trabalhadores manuais.
c) indicar que os músicos se encontravam na mesma situação que os demais membros do 3.° Estado.
d) distinguir, dentro do 3.° Estado, as condições em que viviam os “criados de libré” e os camponeses.
e) comprovar a existência, no interior da corte, de uma luta de classes entre os trabalhadores manuais.



Resposta:[C]

Habilidade: Identificar registros de práticas de grupos sociais no tempo e no espaço.

Comentários: Este é uma típica questão na qual o candidato precisa eliminar as absurdas, no caso a B e a E; e assinalar aquela que é mais correta, no caso a C.

9. (UNIFESP)
O fim último, causa final e desígnio dos homens (que amam naturalmente a liberdade e
o domínio sobre os outros), ao introduzir aquela restrição sobre si mesmos sob a qual os vemos viver nos Estados, é o cuidado com sua própria conservação e com uma vida mais satisfeita. Quer dizer, o desejo de sair daquela mísera condição de guerra que é a conseqüência necessária (conforme se mostrou) das paixões naturais dos homens, quando não há um poder visível capaz de os manter em respeito, forçando-os, por medo do castigo, ao cumprimento de seus pactos e ao respeito àquelas leis de natureza.
(Thomas Hobbes (1588-1679). Leviatã. Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1979.)

O príncipe não precisa ser piedoso, fiel, humano, íntegro e religioso, bastando que aparente possuir tais qualidades (...). O príncipe não deve se desviar do bem, mas deve estar sempre pronto a fazer o mal, se necessário.
(Nicolau Maquiavel (1469-1527). O Príncipe. Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1986.)

Os dois fragmentos ilustram visões diferentes do Estado moderno. É possível afirmar que
a) ambos defendem o absolutismo, mas Hobbes vê o Estado como uma forma de proteger os homens de sua própria periculosidade, e Maquiavel se preocupa em orientar o governante sobre a forma adequada de usar seu poder.
b) Hobbes defende o absolutismo, por tomá-lo como a melhor forma de assegurar a paz, e Maquiavel o recusa, por não aceitar que um governante deva se comportar apenas para realizar o bem da sociedade.
c) ambos rejeitam o absolutismo, por considerarem que ele impede o bem público e a democracia, valores que jamais podem ser sacrificados e que fundamentam a vida em sociedade.
d) Maquiavel defende o absolutismo, por acreditar que os fins positivos das ações dos governantes justificam seus meios violentos, e Hobbes o recusa, por acreditar que o Estado impede os homens de viverem de maneira harmoniosa.
e) ambos defendem o absolutismo, mas Maquiavel acredita que o poder deve se concentrar nas mãos de uma só pessoa, e Hobbes insiste na necessidade da sociedade participar diretamente das decisões do soberano.

resposta:[A]
 Hobbes especifica uma teoria de contrato segundo a qual os homens, para evitar a mútua destruição, renunciam à sua própria liberdade em favor do príncipe.
Já Maquiavel estava mais preocupado com as condições de manutenção do poder do príncipe.



10. “O estado sou eu.” Esta frase do rei francês Luís XIV indica a organização do Estado Moderno, sob a forma do Absolutismo.
Dê duas características deste Estado e explique-as.
resposta:
O rei tem poderes absolutos e incontestáveis. Dessa forma, uma das características do regime absolutista é a  ausência da divisão dos poderes. O poder absoluto do rei era justificado pela “Teoria do Direito Divino”.
O rei recebeu o seu poder de Deus e só a ele deve prestar conta dos seus atos.


11. Entre os séculos XVI e XVII multiplicaram-se autores e doutrinas para justificar e legitimar o Estado autoritário e o
Absolutismo modernos. Maquiavel, um dos teóricos da origem do Estado moderno, apontava:
a) em o Príncipe: “Um profundo desprezo pela lei moral que limitava a autoridade do governante”;
b) em o Príncipe: “Necessidade de um pacto político e social que garantisse a soberania popular”;
c) em o Contrato Social: “A impossibilidade de haver poder público sem a vontade de Deus”;
d) em O Espírito das Leis: “A soberania limitada dos reis e a difusão das instituições parlamentares”;
e) No Leviatã: “A necessidade de renúncia de todos os  direitos dos governados em favor do monarca de
autoridade ilimitada”. 

resposta:[A]
 
12. O Absolutismo Real surgiu na Europa em meio à transição da sociedade feudal para a ordem capitalista, a partir do século XV. Sobre o Absolutismo, pode-se afirmar que:
a) Acarretou a perda completa do poder da nobreza, agora destituída dos privilégios que detinha, diante de outros grupos.
b) Em sua versão francesa, revelou-se mais permeável à representação política, dada a grande importância do Parlamento, especialmente sob Luis XIV.
c) O estabelecimento de impostos regulares, para financiar o exército e a administração reais, colabora para a efetivação deste absolutismo.
d) Enfraqueceu-se a autoridade da Igreja com a afirmação do poder real, tal como se verifica em Portugal e Espanha, onde se promoveu uma rígida separação entre Igreja e Estado, na administração civil.
e) A burguesia tornou-se a classe politicamente dirigente, instituindo-se, desta forma, uma ordem econômica baseada no livre comércio.

resposta:[C]

13. Não pode ser considerado como fator gerador do Renascimento comercial, ocorrido na Europa a partir do século XI:
a) a crise do modo de produção feudal, provocada pela superexploração da mão-de-obra através das relações servis de produção.
b) a disponibilidade de mão-de-obra provocada, entre outros fatores, pelo crescimento demográfico a partir do século X.
c) a predominância cultural e ideológica da Igreja, com a valorização da vida extraterrena, a condenação à usura e sua posição em relação ao “justo preço” das mercadorias.
d) a aquisição das “cartas de franquias”, que fortalecia e libertava a nascente burguesia das obrigações tributárias para com os senhores feudais.
e) o movimento cruzadista que, retratando a estrutura mental e religiosa do homem medieval, estendeu-se entre os séculos XI e XIII.

resposta:[C]



14. A crise do sistema feudal agravou-se no século XIV com o início da Guerra dos Cem Anos entre França e Inglaterra (1337-1453). Eduardo III, rei dos ingleses, invadiu a França, declarando-se rei. A respeito desse período, é correto afirmar que: 
a) eclodiram, na França, revoltas de camponeses, famintos e insatisfeitos com a superexploração, conhecidas pelo nome de “jacqueries”, em alusão a Jacques Bonhomme, expressão que os nobres usavam para designar o homem do campo.
b) a vitória dos ingleses sobre os exércitos de Joana D’Arc, filha de humildes camponeses, nas batalhas de Orleans, Reims, Paris, Toulouse e Compiègne, acabou por definir a sorte da guerra a seu favor, apesar da mítica religiosidade católica dos franceses.
c) após a vitória, a França mergulhou em um novo conflito, a Guerra das Duas Rosas, uma disputa pelo trono motivada pelos interesses monárquicos da família Lancaster, que acabou sendo derrotada por Luís IX, em Toulouse.
d) as transformações no modo de exploração feudal acabaram por beneficiar a nobreza francesa, que permaneceu neutra durante o conflito, enquanto o rei era obrigado a se aliar à burguesia para conseguir recursos para armar seu exército.
e) ocorreu a morte de inúmeros camponeses ingleses em virtude da brutal retaliação dos franceses, que, depois de expulsarem os ingleses de suas terras, passaram a ocupar e explorar os territórios dos anglo-saxões.

resposta:[A]

15. (UFPR) O texto a seguir é referência para as próximas questões.
“Sendo, portanto, um príncipe obrigado a bem servir-se da natureza da besta, deve dela tirar as qualidades da raposa e do leão,pois este não tem defesa alguma contra os laços, e a raposa, contra os lobos. Precisa, pois, ser raposa para conhecer os laços eleão para aterrorizar os lobos. Os que se fizerem unicamente de leões não serão bem sucedidos. Por isso um príncipe prudentenão pode nem deve guardar a palavra dada quando isso se lhe torne prejudicial e quando as causas que o determinaram cessemde existir. Se os homens todos fossem bons, este preceito seria mau. Mas dado que são pérfidos e que não a observariam a teurespeito, também não és obrigado a cumpri-la para com eles.”
(Maquiavel, O Príncipe. In Os Pensadores, Ed. Abril, São Paulo, 1973, p. 80.



a) Por que, segundo a passagem acima, um príncipe deve cultivar as qualidades do leão e da raposa?
b) Por que é prudente para um príncipe não manter sua palavra? Em que condições e por que ele pode fazer isso?
 
16. (Puc-pr) Um dos teóricos defensores do Absolutismo real escreveu: "...Já o disse, sois deuses, isto é, tendes em vossa autoridade, trazeis em vossa fronte, um caráter divino... Entretanto, ó deuses de carne e sangue, ó deuses de lodo e pó, morreis como homens... A grandeza separa os homens por breve tempo; uma queda comum, no fim, a todos iguala...". O texto acima consta da obra:
a) "Sobre o Direito da Guerra e da Paz", de Hugo Grotius.
b) "Os Seis Livros da República", de Jean Bodin.
c) "O Príncipe", de Nicolau Maquiavel.
d) "O Leviatã", de Thomas Hobbes.
e) "Política Resultante da Sagrada Escritura", de Jacques Bossuet.


resposta:[E]

17. (UFRS) O sistema monárquico absolutista, que atingiu seu apogeu sob o reinado de Luís XIV, apresenta-se como o modelo de gestão política característico do período histórico moderno. Sobre esse sistema, é correto afirmar que ele
a) não era arbitrário, pois o monarca não podia transgredir certas leis e costumes fundamentais do reino.
b) foi responsável pelo desenvolvimento do conceito de cidadania, ao afirmar as liberdades individuais em contraposição ao sistema político medieval.
c) apresentava, entre seus princípios teóricos, a noção de que a potência soberana do Estado emana do povo.
d) foi enaltecido pelos iluministas, notadamente pelo filósofo Montesquieu, admirador da tripartição do poder político adotada pelo absolutismo.
e) não foi bem-sucedido como forma de governo, pois desprezava a racionalização burocrática da máquina estatal.


resposta:[A]

18. (Puc-sp) O fim último, causa final e desígnio dos homens (que amam naturalmente a liberdade e o domínio sobre os outros), ao introduzir aquela restrição sobre si mesmos sob a qual os vemos viver nos Estados, é o cuidado com sua própria conservação e com uma vida mais satisfeita. Quer dizer, o desejo de sair daquela miséria condição de guerra que é a conseqüência necessária (conforme se mostrou) das paixões naturais dos homens, quando não há um poder visível capaz de os manter em respeito, forçando-os por medo do castigo, ao cumprimento de seus pactos e ao respeito àquelas leis de natureza (...)
(Hobbes, T. "Das causas, geração e definição de um Estado". In: Leviatã. São Paulo: Abril Cultural, 2. ed.,1979, p. 103.)

Considerando o fragmento anterior, podemos dizer que Thomas Hobbes, pensador inglês do séc.XVII, defende a noção de que
a) apenas um Estado democrático, surgido de um ato de liberdade dos cidadãos, teria legitimidade para criar leis e zelar pela segurança e demais necessidades sociais.
b) certos indivíduos, extraordinariamente, quando apaixonados, amam dominar os outros e é preciso forçá-los, através do castigo, a manter o respeito; essa seria a função do Estado.
c) o Estado resulta do desejo dos indivíduos de garantir a propriedade privada, para deixar de ter uma condição mísera e participar ativamente do pacto social.
d) o homem é naturalmente bom, mas a vida social o corrompe, fazendo com que passe a querer dominar a liberdade dos outros; o nascimento do Estado é diretamente responsável por essa corrupção.
e) os homens são naturalmente inaptos para a vida social, a menos que constituam uma autoridade à qual entreguem sua liberdade em troca de segurança.


resposta:[E]

19. (UnB) Leia o texto que se segue, trecho da resposta do Rei Luís XV ao Parlamento de Paris, em 1766. "É exclusivamente na minha pessoa que reside o poder soberano (...) é só de mim que os meus tribunais recebem a sua existência e a sua autoridade; a plenitude dessa autoridade, que eles não exercem se não em meu nome, permanece sempre em mim, e o seu uso não pode ser voltado contra mim e a mim unicamente que pertence o poder legislativo sem dependência e sem partilha (...) a ordem pública inteira emana de mim, e os direitos e interesses da Nação, de que se ousa fazer um corpo separado do Monarca, estão necessariamente unidos com os meus e repousam unicamente nas minhas mãos".
(Gustavo de Freitas, 900 TEXTOS E DOCUMENTOS DE HISTÓRIA.) Com o auxílio das informações contidas no texto, julgue os itens adiante, relativos ao Estado nacional moderno. (0) Formado na crise do sistema feudal, o Estado moderno opôs-se tanto aos particularismos urbanos, feudais e regionais quanto ao universalismo da Igreja e ao antigo ideal romano-germânico de império.

(1) Em "O Príncipe", Maquiavel defende a existência de um Estado unificado, com um poder político forte, centralizado e laico.
(2) A expressão "maquiavelismo" pode ser entendida a partir da concepção, presente em "O Príncipe", de que não há limite ético ou moral às ações do soberano que, visando à manutenção da vida e do Estado, está livre para o emprego de quaisquer meios.
(3) A doutrina do direito divino dos reis, elaborada por Thomas Hobbes, em seu livro "Leviatã", constituiu o único caminho de justificação teórica e de legitimação ideológica do absolutismo.


resposta:V V V F

20. (Puccamp) Leia o texto de um clássico da teoria política. "Daqui nasce um dilema: é melhor ser amado que temido, ou o inverso? Respondo que seria preferível ser ambas as coisas, mas, como é muito difícil conciliá-las, parece-me muito mais seguro ser temido do que amado, se só se puder ser uma delas." No texto estão explícitas algumas idéias presentes no período de formação do Estado Moderno. O autor escreve numa região convulsionada por crises políticas, ameaças externas e ausência de unidade nacional. O autor, a obra, o país e o tipo de Estado, que o mesmo defendia, são, respectivamente:
a) Jacques Bossuet, POLÍTICA, França e o Estado Liberal.
b) Thomas Hobbes, LEVIATÃ, Inglaterra e o Estado Mercantil.
c) Tomás Morus, A Utopia, Alemanha e o Estado Socialista.
d) Nicolau Maquiavel, O PRÍNCIPE, Itália e o Estado Absolutista.
e) Jean Bodin, A REPÚBLICA, Bélgica e o Estado Democrático.


resposta:[D]


21. (FGV) "O fim último, causa final de desígnio dos homens (que amam naturalmente a liberdade e o domínio sobre os outros), ao introduzir aquela restrição sobre si mesmos sob a qual os vemos viver nos Estados, é o cuidado com sua própria conservação e com uma vida mais satisfeita. Quer dizer, o desejo de sair daquela mísera condição de guerra que é a conseqüência necessária (...) das paixões naturais dos homens, quando não há um poder visível capaz de os manter em respeito, forçando-os, por medo do castigo, ao cumprimento de seus pactos e ao respeito àquelas leis da natureza (...)."
(HOBBES, Thomas. "Leviatã")

A partir do texto acima podemos afirmar que:
a) o fim último dos homens é a vida em liberdade e a guerra social;
b) para terem uma vida mais satisfeita e cuidarem de sua conservação, os homens têm que dominar uns aos outros;
c) por amar a liberdade, o homem tem que sair da condição de guerra, consolidando leis de forma democrática;
d) para se conservarem, os homens restringem a própria liberdade;
e) a democracia, como forma de governo. é a única garantia da conservação dos homens frente ao estado de guerra total.


resposta:[D]

22. (ENEM)
I. Para o filósofo inglês Thomas Hobbes (1588-1679), o estado de natureza é um estado de guerra universal e perpétua. Contraposto ao estado de natureza, entendido como estado de guerra, o estado de paz é a sociedade civilizada. Dentre outras tendências que dialogam com as idéias de Hobbes, destaca-se a definida pelo texto a seguir.
II. Nem todas as guerras são injustas e correlativamente, nem toda paz é justa, razão pela qual a guerra nem sempre é um desvalor, e a paz nem sempre um valor.
BOBBIO, N. MATTEUCCI, N. PASQUINO, G. "Dicionário de Política". 5 ed. Brasília: Universidade de Brasília; São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 2000.

Comparando as idéias de Hobbes (texto I) com a tendência citada no texto II, pode-se afirmar que
a) em ambos, a guerra é entendida como inevitável e injusta.
b) para Hobbes, a paz é inerente à civilização e, segundo o texto II, ela não é um valor absoluto.
c) de acordo com Hobbes, a guerra é um valor absoluto e, segundo o texto II, a paz é sempre melhor que a guerra.
d) em ambos, a guerra ou a paz são boas quando o fim é justo.
e) para Hobbes, a paz liga-se à natureza e, de acordo com o texto II, à civilização.


resposta:[B]

23. (Puc-rs) Entre os séculos XV e XVII, a intelectualidade européia cria novas concepções teóricas sobre o poder do Estado e seu exercício legítimo. Uma das mais célebres dessas concepções buscava estabelecer uma explicação racional para o poder absoluto do soberano a partir do conceito de Estado de Natureza, no qual os indivíduos, egoístas e absolutamente livres, viveriam em constante e violento conflito, resultando daí a necessidade de que tais indivíduos cedessem, por contrato, todos os seus direitos ao Estado, abdicando da liberdade para garantir a segurança e a paz social. Trata-se das ideias de
a) Thomas Hobbes.
b) Jean Bodin.
c) Nicolau Maquiavel.
d) Hugo Grotius.
e) Jacques Bossuet.


resposta:[A]

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