CNDL - COLÉGIO NOTRE DAME DE LOURDES
COLEÇÃO PITÁGORAS
TERCEIRO ANO – HISTÓRIA DO BRASIL
A CRISE DO SISTEMA COLONIAL
A TRANSFERÊNCIA DA CORTE PORTUGUESA PARA O BRASIL
O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
1. (FUVEST)
"Atrás de portas fechadas, à luz de velas acesas,
entre sigilo e espionagem
acontece a Inconfidência."
(Cecília Meireles. ROMANCEIRO DA INCONFIDÊNCIA)
Explique:
a) Por que a Inconfidência, acima evocada, não obteve êxito?
Resposta 1a: Faltou organização militar e apoio popular.
b) Por que, não obstante seu fracasso, tornou-se o movimento emancipacionista mais conhecido da história brasileira?
Resposta 1 b: Foi a primeira tentativa de emancipação política no Brasil e também devido ao fato de ter sido um movimento elitista e republicano. Além disso, não podemos esquecer que após a Proclamação da República no Brasil (1889) Tiradentes foi alçado à condição de herói como forma de legitimar o novo regime que naquela ocasião se fundava.
2. (UFF) A conspiração que teve lugar nas Minas Gerais em final do século XVIII, e que culminou com a execução de Joaquim José da Silva Xavier, pode ser vista com mais um dos momentos de rebeldia colonial contra o monopólio metropolitano.
Sobre a Inconfidência Mineira, é correto afirmar ter sido:
a) um movimento de caráter revolucionário, visando a abolição da escravatura na zona mineradora e a constituição de uma república igualitária.
b) um movimento inspirado na revolução americana de 1776 e no pensamento ilustrado da época, de caráter antimonopolista, e que pretendia estabelecer, em condições escravistas, o pleno controle da sociedade mineira pelos proprietários.
c) um movimento isolado, sem nenhuma vinculação com o estado de espírito existente na Europa e na América naquela época, e por isso fracassou.
d) uma reação contra a penetração de interesses econômicos britânicos na região mineradora e favorável ao restabelecimento dos reais interesses lusitanos na área, mas não contou com o apoio da Coroa portuguesa.
e) em parte, fruto da ação de agentes americanos, que pretendiam com isso estabelecer influência sobre a região mineradora das Minas Gerais; de outro lado, expressou a mobilização dos setores escravizados, parte essencial do movimento conspiratório.
Resposta 2: B
3. (UFCE) Texto 1
Animai-vos, povo bahiense! Esta por chegar o tempo feliz da nossa libertação! O tempo que seremos todos irmãos; tempo que seremos todos iguais. Vamos lutar para que não haja mais diferença entre a cor branca, parda e preta. Seremos todos felizes, sem exceção de pessoas. (Fonte: PAIVA, Miguel e SCHWARCZ, Lilia Moritz. Da Colônia ao Império: um Brasil para Inglês ver... e latifundiário nenhum botar defeito. São Paulo, Brasiliense, s/d, p. 27.)
Texto 2
Cada um, soldado e cidadão, mormente os homens pardos e pretos que vivem encornados e abandonados, serão iguais, não haverá diferença, só haverá liberdade, igualdade e fraternidade.
(Fonte: NADAI, Elza e NEVES, Joana. História do Brasil: da Colônia a República. São Paulo, Saraiva, 1993. p. 119.)
Os textos 1 e 2 são parte integrante de panfletos de líderes revolucionários que expressam o ideário de um importante movimento social ocorrido no Brasil, no contexto da crise do sistema colonial, e que contou corn expressiva participação popular. Estamos nos referindo a:
a) Balaiada.
b) Sabinada.
c) Revolta dos Alfaiates.
d) Revolta dos Cabanos.
e) Revolta dos Escravos Males.
Resposta 3: C. Os textos caracterizam a Conjunração Baiana, movimento também conhecido como Revolta dos Alfaiates.
4. (UERJ) "Possa este, para sempre memorável dia, ser celebrado com universal júbilo por toda a América Portuguesa, por uma dilatada série de séculos, como aquele em que começou a raiar a aurora da felicidade, prosperidade e grandeza, a que algum dia o Brasil se há de elevar, sendo governado de perto pelo seu soberano. Sim, nós já começamos a sentir os saudáveis efeitos da paternal presença de tão ótimo príncipe, que [...] nos deu as mais evidentes provas, que muito alentam as nossas esperanças, de que viera ao Brasil a criar um grande Império."
Luís Gonçalves dos Santos "Memórias para servir à História do reino do Brasil". Belo Horizonte: Ed. Itatiaia, São Paulo: EDUSP, 1981.
O texto acima revela o entusiasmo e as esperanças daqueles que assistiram à chegada da família real portuguesa ao Brasil. Indique duas inovações de caráter científico ou cultural decorrentes da política de D. João. Indique também uma mudança política ou econômica observada durante a permanência da Corte e sua respectiva conseqüência para o Brasil.
Resposta 4: Duas das inovações:
• Biblioteca Real, atual Nacional
• Academia Real Militar
• Impressão Régia
• Gazeta do Rio de Janeiro
• aulas de Comércio
• Real Horto, atual Jardim Botânico
• Intendência de Polícia
• vinda da Missão Artística Francesa
Uma das mudanças e sua respectiva consequência:
• abertura dos portos às nações amigas – rompimento com o pacto colonial
• assinatura dos tratados de 1810 com a Inglaterra – aprofundamento da influência comercial britânica
• elevação do Brasil a Reino Unido – fim do status de colônia da América Portuguesa
• estabelecimento do Rio de Janeiro como capital do Império luso-brasileiro – inversão de papéis entre Portugal e Brasil
5. (FUVEST) Procure interpretar a "charge" de Miguel Paiva, analisando sua versão da Independência do Brasil.
Resposta 5: A interpretação da charage de MiguePaiva permite concluir que a Independência do Brasil foi feita pelas classes dominantes interessadas em preservar a estrutura existente desde o Período Colonial, ou seja, basicamente o latifúndio e a escravidão. Questão desafio (UNICAMP) A respeito da Independência na Bahia, o historiador João José Reis afirmou o seguinte:
Os escravos não testemunharam passivamente a Independência. Muitos chegaram a acreditar, às vezes de maneira organizada, que lhes cabia um melhor papel no palco político. Os sinais desse projeto dos negros são claros. Em abril de 1823, dona Maria Bárbara Garcez Pinto informava seu marido em Portugal, em uma pitoresca linguagem: "A crioulada fez requerimentos para serem livres". Em outras palavras, os escravos negros nascidos no Brasil (crioulos) ousavam pedir, organizadamente, a liberdade!
(Adaptado de O Jogo Duro do Dois de Julho: o "Partido Negro" na Independência da Bahia, em João José Reis e Eduardo Silva, Negociação e Conflito. A resistência negra no Brasil escravista. São Paulo: Cia das Letras, 1988, p. 92). a) A partir do texto, como se pode questionar o estereótipo do "escravo ignorante"?
Resposta a: A partir do texto, percebe-se que os escravos não eram apenas parte integrante, mas também atuante nos processos revolucionários, expressando seus próprios interesses, tais como o fim da escravidão.
b) Identifique dois motivos pelos quais a atuação dos escravos despertava temor entre os senhores. Resposta b: Os motivos que levaram os senhores a temer a atuação dos escravos eram de ordem econômica sócio-política: os temor era de os negros conquistarem a liberdade, o que poderia ocasionar grandes prejuízos, além de colocar em risco o poder dos senhores.
c) De que maneira esse enunciado problematiza a versão tradicional da Independência do Brasil? Resposta c: Na versão tradicional da independência do Brasil, tal episódio aparece como tendo ocorrido de maneira pacífica e sem a participação popular. No entanto, a participação dos negros nas guerras contra as tropas portuguesas na Bahia mostra que tal fato não foi pacífico e contou com a participação popular de escravos negros.
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