segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Roteiro de estudos: Introdução aos estudos da História

Roteiro de estudos: introdução aos estudos da História

Introdução ao estudo da História


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Lista de questões nº 1 História Geral
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1. (PUC)“... o tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes, a vida presente.”

(Carlos Drummond de Andrade, Mãos Dadas, 1940)

a) Se o presente é o tempo do poeta, resta ao historiador somente o tempo passado?


b) Justifique sua resposta, procurando discutir as relações que a História ou o historiador pode estabelecer entre presente e passado.


Resposta da questão 1:

a) Não. A História não estuda o passado. 

b) Ela estuda a vida do homem ao longo do tempo, comparando o presente com o passado, analisando permanências e rupturas, continuidades e descontinuidades, e buscando enriquecer sua experiência cultural e compreender a dinâmica construção das sociedades humanas.

2. (ENEM adaptado)

O encontro "Vem ser cidadão" reuniu 380 jovens de 13 Estados, em Faxinal do Céu (PR). Eles foram trocar experiências sobre o chamado protagonismo juvenil. O termo pode até parecer feio, mas essas duas palavras significam que o jovem não precisa de adulto para encontrar o seu lugar e a sua forma de intervir na sociedade. Ele pode ser protagonista.


([Adaptado de] "Para quem se revolta e quer agir", Folha de S.Paulo, 16/11/98)
 
Depoimentos de jovens participantes do encontro:

Eu não sinto vergonha de ser brasileiro. Eu sinto muito orgulho. Mas eu sinto vergonha por existirem muitas pessoas acomodadas. A realidade está nua e crua. (...) Tem de parar com o comodismo. Não dá para passar e ver uma criança na rua e achar que não é problema seu. (E.M.O.S., 18 anos, Minas Gerais)

A maior dica é querer fazer. Se você é acomodado, fica esperando cair no colo, não vai acontecer nada. Existe muita coisa para fazer. Mas primeiro você precisa se interessar. (C.S.Jr., 16 anos, Paraná)

Ser cidadão não é só conhecer os seus direitos. É participar, ser dinâmico na sua escola, no seu bairro. (H.A., 19 anos, Amazonas)

(Depoimentos extraídos de "Para quem se revolta e quer agir", Folha de S.Paulo, 16/11/98)


Com base na leitura dos quadrinhos e depoimentos, responda às questões propostas.

a) Que surpresa teve o bode Orelana, personagem do cartunista Henfil, com a jovem Graúna, que teria vivido na década de 1970, período da Ditadura Militar no Brasil.


b) Em seu ponto de vista, os jovens têm se interessado pela participação ativa na sociedade? Liste alguns argumentos e fatos para apoiar seu posicionamento.


c) Como você acha que a aprendizagem histórica pode colaborar para a prática da cidadania?


Resposta da questão 2:

a) A surpresa se refere ao fato de que mesmo uma geração reprimida e sem acesso às informações mais críticas pode se rebelar e criar novas ideias e atitudes.

b) e c) Reflexão dos alunos.

3. (UnB) O que distingue o historiador dos outros cientistas sociais é sua preocupação primordial com o tempo, com a duração, com a mudança e com as resistências à mudança, com as transformações e as permanências ou sobrevivências . Se a documentação adequada existir e estiver disponível, não há aspecto algum do presente que esteja fechado à pesquisa científica do tipo histórico.

Ciro Flamarion S. Cardoso. Uma introdução à História. 2. a ed. S. Paulo: Brasiliense, 1982, p. 107 (com adaptações).

A partir do texto acima, julgue os itens seguintes, referentes ao estudo da História.


(1) Se, como afirma o autor, o tempo é a categoria que singulariza o campo de trabalho do historiador, não há como pretender a interdisciplinaridade entre História e as demais ciências sociais, já que são rígidas as fronteiras que as separam.

(2) Infere-se do texto que seu autor elimina a possibilidade de haver uma História do tempo presente, quer pela indisponibilidade de fontes para a pesquisa, quer pela elevada subjetividade de que estaria impregnado o trabalho do historiador.

(3) Do ponto de vista do autor a História é o conjunto de fatos significativos do passado, sustentadores da marcha linear de progresso que caracteriza a trajetória das sociedades ao longo dos séculos.

(4) Ao falar em “mudança” e em “transformações” na História, o autor poderia apoiar-se, por exemplo, em significativos momentos da evolução do Ocidente: da mesma forma que, na Antiguidade, Roma foi uma ruptura em relação à Grécia, a Idade Média européia correspondeu ao rompimento definitivo com o passado clássico.

Resposta da questão 3:

1. (F) 2. (F) 3. (F) 4. (F).



4. (UFPE) História é a ciência que:

a) estuda os acidentes históricos e geográficos do planeta Terra; 
b) se fundamenta unicamente em documentos escritos; 
c) estuda os acontecimentos do passado dos homens, utilizando-se dos vestígios que a humanidade deixou;
d) estuda os acontecimentos presentes para prever o futuro da humanidade;
e) estuda a causalidade dos fenômenos físicos e sociais com base no empirismo.


resposta da questão 4:[C]



5. (UnB) No limiar do século XX, às vésperas da Primeira Guerra Mundial, o historiador francês Ernest Lavisse fornecia as instruções para o ensino da História aos jovens de seu tempo, das quais reproduz-se o trecho seguinte. Ao ensino histórico incumbe o dever glorioso de fazer amar e de fazer compreender a pátria, todos os nossos heróis do passado, mesmo envoltos em lendas. Se o estudante não leva consigo a viva lembrança de nossas glórias nacionais, se não sabe que nossos ancestrais combateram por mil campos de batalha por nobres causas, se não aprendeu o que custou o sangue e o esforço para constituir a unidade da pátria e retirar, em seguida do caos de nossas instituições envelhecidas, as leis sagradas que nos fizeram livres, se não se torna um cidadão compenetrado de seus deveres e um soldado que ama sua bandeira, o professor perdeu seu tempo. Com o auxílio das idéias defendidas pelo historiador Lavisse, julgue os itens que se seguem.

(1) A História é escrita pelos pesquisadores e deve ser ensinada pelos mestres com o compromisso de quem pesquisa e ensina as grandes questões de seu tempo.

(2) A visão excessivamente patriótica do autor expõe concepções que, no alvorecer do século XX, entendiam que o historiador tinha como função glorificar a nação, o Estado e as instituições.

(3) O "ensino histórico", no contexto do Brasil contemporâneo, deve ser, sobretudo, um instrumento de combate para fazer que as armas intelectuais estejam a favor da unidade da pátria e do amor de cada cidadão pela sua bandeira.

(4) A revolução metodológica no ensino da História tornou-a, no fim do século XX, completamente racional e neutra, sem qualquer possibilidade de interferência da ideologia na teoria.




resposta da questão 5:V V F F


6. (UnB) Pelo olhar do poeta, também é possível compreender determinados aspectos essenciais para a conceituação de História. Leia, por exemplo, Carlos Drummond de Andrade:

Aconteceu há mil anos?
Continua acontecendo.
Nos mais desbotados panos estou me lendo e relendo.
Ou, ainda, do mesmo autor:
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes, a vida presente.



Com o auxílio das observações de Drummond, julgue os seguintes itens, referentes ao conceito de História e ao ofício do historiador.

(1) Tendo por objeto o estudo do passado, a História parte das contingências da "vida presente" para inquirir aquilo que passou.

(2) Especialmente em épocas de crise generalizada, sobressai o papel que se espera do historiador: lembrar o que os outros esqueceram.

(3) O quarteto acima traz a ideia de que o passado é continuamente reescrito, a partir de cada presente e de seus novos interesses, eliminando, assim, a possibilidade de a História conter um caráter científico.

(4) A reconstrução do passado, exatamente como ele ocorreu, é o que fazem os historiadores, independentemente de suas convicções ideológicas e pessoais.




resposta da questão 6:V V F F

7. (UFC) Analise o texto a seguir.

"E repare o leitor como a língua portuguesa é engenhosa. Um contador de histórias é justamente o contrário do historiador, não sendo um historiador, afinal de contas, mais do que um contador de histórias. (...)"


Fonte: ASSIS, Machado de apud CHALHOUB, S. e PEREIRA, L.A. de M. (Org) A HISTÓRIA CONTADA. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1998, p.67.

Ante as novas tendências interpretativas da História, há uma diferença entre o contador de histórias e o historiador, de acordo com a qual é correto afirmar que:

a) a literatura torna-se inexpressiva ao historiador, que se fundamenta nos documentos manuscritos e impressos.

b) o contador de história recorre à ficção e o historiador envolve-se com o real, de acordo com a sua interpretação e as práticas sociais consideradas.

c) a interpretação do historiador, apesar de valorizar a diversidade de informações, deve limitar-se à do contador de histórias.

d) a história do cotidiano passou a ser depreciada pelos profissionais da História por menosprezar a análise social.

e) a autenticidade dos fatos históricos exclui a força da subjetividade, presente na reconstrução do passado.



resposta da questão 7:[B]


8. (UFPE) A História é uma das áreas do conhecimento mais polêmicas. Pode-se atribuir este caráter à História, porque, em sentido genérico, todos somos historiadores e, por outro lado, porque o acontecimento histórico é passível das mais diferentes interpretações.

( ) No período de crescimento, a criança e o adolescente, através da convivência social, da escola e da cultura, formam de maneira quase natural uma visão do passado, do presente e do futuro. Constroem assim uma visão histórica, em ressonância com o que seu grupo social ensinou-lhe.

( ) A História, apesar de ser alvo de muitas polêmicas, estabelece verdades comprovadas, que têm como base os documentos. Por essa razão, é correto admitir, como fazem todos os autores, que a história da humanidade só se inicia com o uso da escrita.

( ) A História é um saber científico e, portanto, não muda. Podemos comprovar que aquilo que aprendemos, muitas vezes, são verdades inquestionáveis através dos séculos. Essa característica da História garante-lhe um lugar entre as demais ciências.

( ) Todos aqueles que defendem a História como um conhecimento passível de muitas interpretações, contribuem para fortalecer a idéia de que a História é um conhecimento certo e verdadeiro, construído a partir de documentos que não deixam margem a dúvidas.

( ) O bombardeio atômico sobre as cidades japonesas em 1945, embora seja um fato inegável para alguns historiadores, significou um genocídio injustificável; para outros, foi um ato necessário para evitar o prolongamento da II Guerra, o que revela o caráter interpretativo da História.


resposta da questão 8:V-F-F-F-V




9. (UEL) Walter Benjamin usa a alegoria, o "anjo da história", para criticar uma noção de processo histórico muito em voga no final do século XIX e início do século XX. Em sua obra, que pretendia ser uma grande arqueologia da época moderna, Benjamin faz uma tripla crítica: ao triunfo da burguesia, ao culto da mercadoria e à fé no progresso. Ele critica uma visão que assimila o progresso da humanidade estritamente ao progresso técnico e que propaga um determinismo no qual a libertação seria um acontecimento garantido pelo curso natural da história. A partir dessa crítica, ele propõe uma outra visão sobre o processo histórico. Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, é correto afirmar que para o autor:


a) A história deve permitir reativar, no presente, aspectos do passado, a fim de retomar uma história inacabada.
b) A diacronia cria um tipo de inteligibilidade em que os acontecimentos futuros podem ser previstos e assegurados.
c) As sociedades se desenvolvem progressivamente e os eventos devem ser tomados como causas e conseqüências.
d) A história é uma seqüência linear de eventos associada a um movimento numa direção discernível.
e) A história é uma sucessão de sistemas socioculturais que evoluem dos mais simples aos mais complexos.



resposta da questão 9:[A]




10. (UFLA -2008) Toda ciência tem como referência um objeto formal de estudo e a História não é diferente. Nas frases selecionadas abaixo, pode-se identificar objetos formais do estudo da História, EXCETO:


a) "A percepção é sempre um processo seletivo de apreensão." (Milton Santos: 1926-2001). 
b) "É a ciência dos homens no transcurso do tempo." (Marc Bloch: 1878-1956).
c) "É o processo de mudança contínua da sociedade humana." (Lucien Febvre: 1878-1956).
d) "O presente repetir o passado, [...] um museu, de grandes novidades [...] o tempo não pára." (Cazuza: 1958-1990).



resposta da questão 10:[A]


11. (UnB) "As tragédias, bem entendido, não são mitos. Pode-se afirmar, ao contrário, que o gênero surgiu no fim do século VI, quando a linguagem do mito deixa de apreender a realidade política da cidade. O universo trágico situa-se entre dois mundos, (...)"


Considerando a interpretação oferecida pelo trecho de J. P. Vemant, julgue os itens seguintes, relativos à história do mundo grego antigo.



(1) A instauração de uma nova ordem política com a consolidação da "pólis", contribuiu para o revigoramento do mito como sustentáculo de práticas de poder.

(2) O novo gênero - história -, contemporâneo da vitória da "pólis", afirmou-se com Tucídides, na crítica ao mito, propondo formas mais racionais de acesso ao passado.

(3) A "Ilíada" e a "Odisseia", principais expressões da epopeia grega, falam de um mundo marcadamente democrático em que a personagem principal é o povo.

(4) As tragédias tinham por tema estórias do presente, o que permitiu aos seus autores ignorar quaisquer lendas oriundas da tradição épica.



resposta da questão 11:F V F F


12. “A história que se escreve está intensamente ligada à história que se vive.”

Analise a frase e escreva sobre a objetividade nos estudos históricos.


Resposta da questão 12:


A história escrita não pode ser isolada de sua época. Ela reflete o historiador e o tempo em que ele vive. Por isso, a objetividade histórica é sempre muito relativa: as intenções dos historiadores não podem ser consideradas verdades absolutas, variando de acordo com as mudanças ocorridas no presente histórico.


13. Explique em que consiste o trabalho do historiador?


Resposta da questão 13:

Serve para investigar e interpretar as ações humanas de modo a compreender o processo histórico.

OBS.: a palavra história é polissêmica, possui vários significados como:

- História de ficção: são as histórias existentes em alguns livros, nas novelas, nos filmes. Às vezes são inspiradas em conhecimentos de épocas, porém retirada da cabeça das pessoas.

- História de um processo vivido: fatos que ocorreram na vida de uma pessoa ou de um grupo social, suas lutas e sonhos, as alegrias e tristezas, sempre com base na memória.

- História do conhecimento: é quando procura se entender como os seres humanos viveram e se organizaram desde o passado mais remoto até os dias de hoje. Parra assim poder desvendar a historicidade (a condição histórica) das vivências humanas. Tudo isso se dá através do conhecimento que acaba por transformar a história na busca do saber voltado para a compreensão da vida dos seres humanos e das sociedades ao longo dos tempos.


14. (EJM) “História é passado e presente, um e outro inseparáveis.”

(Fernand Braudel)


Reflita sobre essa afirmação e comente-a.


Resposta da questão 14: 
O conhecimento histórico não diz respeito somente ao passado. Para entender um período histórico, comparações com o presente também são válidas. Além disso é necessário compreender o contexto histórico em que as sociedades do passado estavam inseridas.


15. (Uece) Por muito tempo, os historiadores acreditam que deveriam e poderiam reproduzir os fatos "tal como haviam ocorrido". Dentre as características do conhecimento histórico que assim produziam, podemos assinalar corretamente:


a) ao privilegiarem a realidade dos fatos, os historiadores esperavam produzir um conhecimento científico, que analisasse os processos e seus significados. 
b) era uma história linear, cronológica, de nomes, fatos e datas, que pretendia uma verdade absoluta, expressão da neutralidade do historiador.
c) como se percebeu ser impossível chegar à verdadeira face do que "realmente aconteceu", todo o conhecimento histórico ficou marcado pelo relativismo total.
d) os fatos privilegiados seriam aqueles poucos que eram amplamente documentados, como as festas populares e a cultura das pessoas comuns.



Resposta da questão 15:[B]




16. (Enem 2010)


Quem construiu a Tebas de sete portas? 
Nos livros estão nomes de reis.
Arrastaram eles os blocos de pedra?
E a Babilônia várias vezes destruída. Quem a reconstruiu tantas vezes?
Em que casas da Lima dourada moravam os construtores?
Para onde foram os pedreiros, na noite em que a Muralha da China ficou pronta?
A grande Roma está cheia de arcos do triunfo.
Quem os ergueu? Sobre quem triunfaram os césares?

BRECHT, B. Perguntas de um trabalhador que lê. Disponível em: http://recantodasletras.uol.com.br. Acesso em: 28 abr. 2010.

Partindo das reflexões de um trabalhador que lê um livro de História, o autor censura a memória construída sobre determinados monumentos e acontecimentos históricos.


A crítica refere-se ao fato de que


a) os agentes históricos de uma determinada sociedade deveriam ser aqueles que realizaram feitos heroicos ou grandiosos e, por isso, ficaram na memória.
b) a História deveria se preocupar em memorizar os nomes de reis ou dos governantes das civilizações que se desenvolveram ao longo do tempo.
c) grandes monumentos históricos foram construídos por trabalhadores, mas sua memória está vinculada aos governantes das sociedades que os construíram.
d) os trabalhadores consideram que a História é uma ciência de difícil compreensão, pois trata de sociedades antigas e distantes no tempo.
e) as civilizações citadas no texto, embora muito importantes, permanecem sem terem sido alvos de pesquisas históricas.

Resposta da questão 16:[C]


Comentário da questão:
Interpretação de texto. O poeta Bertold Brecht apresenta uma concepção de história que valoriza os trabalhadores, os homens comuns e faz uma crítica a cultura histórica tradicional que valoriza governantes como responsáveis por grandes feitos, como se fossem heróis.



17. (ETAPA SP) O historiador Caio Prado Júnior ao realizar um balanço dos três séculos de colonização portuguesa no Brasil assinala:

“... trata-se de uma situação que ainda não existe, que não tem conteúdo próprio, mas é apenas um estado latente que se revela por alguns fatos precursores, sintomáticos, mas isolados. Tais fatos vêm de longe, desde o início da colonização, se quiserem. E em rigor, poderíamos apanhá-los em qualquer altura de nossa evolução histórica.

(...) O historiador, ao ocupar-se dela, enfrenta o risco de tratar o assunto anacronicamente, isto é, conhecedor que é da fase posterior, em que ocorre seu desenlace, em que ela se define, projetar esta fase no passado.”

Caio Prado Júnior. – Formação do Brasil contemporâneo. São Paulo: Editora Brasiliense, 1963. pp. 357-358.

*anacronismo = consiste em usar termos e conceitos de um período histórico em um outro período que não corresponde ao analisado.

Segundo o texto:

a) anacronismo consiste em projetar o presente no passado.
b) todos os historiadores praticam o anacronismo.
c) o anacronismo é um método de investigação. 
d) os estados latentes geralmente são anacrônicos.
e) a colonização é uma manifestação de anacronismo.

Resposta da questão 17: [A]



18. (UEL) "[...] Diderot aprendera que não bastava o conhecimento da ciência para mudar o mundo, mas que era necessário aprofundar o estudo da sociedade e, principalmente, da história. Tinha consciência, por outro lado, que estava trabalhando para o futuro e que as idéias que lançava acabariam frutificando."
(FONTANA, J. "Introdução ao estudo da História Geral". Bauru, SP: EDUSC, 2000. p. 331.)


Com base no texto, é correto afirmar:

a) As contribuições das ciências naturais são suficientes para melhorar o convívio humano e social. 
b) Idéias não passam de projetos que, enquanto não são concretizadas, em nada contribuem para o progresso humano. 
c) Diderot considerava importante o conhecimento das ciências humanas para o aprimoramento da sociedade.
d) Para o autor, os historiadores recorrem ao passado, enquanto os filósofos questionam a própria existência da sociedade.
e) A ciência e o progresso material são suficientes para conduzir à felicidade humana.



resposta da questão 18:[C]



19. (Uel) "Sabe-se que para Hegel a História Universal não recobre o curso empírico da humanidade. A História propriamente dita nasce apenas com o Estado, quando a vida social ganha uma forma sob o efeito desta instância que confere a seus elementos expressão pública e consciência. Somente então é assegurada a permanência do sentido".

(LEFORT, Claude. "As formas da História. Ensaios de Antropologia Política". São Paulo: Brasiliense, 1990. p.37.)


Com base no texto, considere as afirmativas a seguir.

I. Hegel partia do mundo empírico para explicar a História.

II. Segundo Hegel, a formação da consciência se dá com o surgimento do Estado.

III. Hegel, ao analisar o surgimento da História, desconsidera a organização do Estado.

IV. A noção de Estado só ganha sentido se relacionada à dimensão da vida social.


Estão corretas apenas as afirmativas:

a) I e II.
b) II e IV.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I, III e IV.



resposta da questão 19:[B]


20. A História é uma das áreas do conhecimento mais polêmicas. Pode-se atribuir este caráter à História, porque, em sentido genérico, todos somos historiadores e, por outro lado, porque o acontecimento histórico é passível das mais diferentes interpretações.


( ) No período de crescimento, a criança e o adolescente, através da convivência social, da escola e da cultura, formam de maneira quase natural uma visão do passado, do presente e do futuro. Constróem assim uma visão histórica, em ressonância com o que seu grupo social ensinou-lhe.

( ) A História, apesar de ser alvo de muitas polêmicas, estabelece verdades comprovadas, que têm como base os documentos. Por essa razão, é correto admitir, como fazem todos os autores, que a história da humanidade só se inicia com o uso da escrita.

( ) A História é um saber científico e, portanto, não muda. Podemos comprovar que aquilo que aprendemos, muitas vezes, são verdades inquestionáveis através dos séculos. Essa característica da História garante-lhe um lugar entre as demais ciências.

( ) Todos aqueles que defendem a História como um conhecimento passível de muitas interpretações, contribuem para fortalecer a idéia de que a História é um conhecimento certo e verdadeiro, construído a partir de documentos que não deixam margem a dúvidas.

( ) O bombardeio atômico sobre as cidades japonesas em 1945, embora seja um fato inegável para alguns historiadores, significou um genocídio injustificável; para outros, foi um ato necessário para evitar o prolongamento da II Guerra, o que revela o caráter interpretativo da História.



resposta da questão 20:V-F-F-F-V




21. (G1) Em seu livro Introdução à História, o conhecido historiador francês Marc Bloch afirmou que algumas vezes se toma a História por uma "ciência do passado", quase desconsiderando a especificidade do ofício de historiador. Nesse sentido, é correto afirmar que, hoje, esse ofício caracteriza-se por:





A. localizar fontes e descrever os fatos tal qual ocorreram no passado, de forma a tornar a história uma ciência das sociedades humanas.

B. interpretar documentos escritos e orais à luz de perguntas / problemas contemporâneos, abrindo um diálogo que une ciência, arte e cultura na escrita da história humana.

C.  descobrir novas fontes escritas para recuperar a organização das sociedades através das vozes e ciência plena dos governantes e de suas ações históricas.

D. interpretar documentos e estatísticas para mapear os fundamentos científicos, exatos e econômicos sustentadores da sociedade do passado e do presente.





Resposta da questão 21:[B]






22. (G1) A história escrita a partir de grandes acontecimentos políticos, que privilegia os heróis, as datas e é narrada linearmente é conhecida como:




A. Nova História.
B. Iluminista

C. Marxista.

D. Positivista.



Resposta da questão 22:[D]

23. Entre as proposições abaixo, assinale as corretas.
(1) Entende-se por processo histórico a sequência dos sistemas através da História, desde a Antiguidade até à atualidade.
(2) Em ordem cronológica, os grandes sistemas que permearam a evolução da humanidade foram os seguintes: primitivo, asiático, escravista, feudal, capitalista e socialista.
(3) Um sistema é constituído por um conjunto de partes relacionadas entre si e que incluem economia, sociedade, política, cultura e religião.
(4) Cada parte de um sistema vem a constituir um subsistema.
(5) Estrutura é a relação entre as partes de um sistema; é ela que nos proporciona uma compreensão mais profunda da História.
(6) Durante a passagem de um sistema para outro, quando a estrutura do primeiro começa a se transformar, ocorre uma transição.


Resposta da questão 23:
Todas as proposições estão corretas, pois se referem a conceitos utilizados atualmente para permitir uma melhor avaliação do processo histórico.



24. A relação entre os fatos e as estruturas não apresenta uma das características abaixo:

a) Os fatos são uma manifestação exterior das estruturas.
b) A partir dos fatos, somos capazes de penetrar nas estruturas.
c) Somente compreendemos a História quando captamos a estrutura dos sistemas.
d) A partir da compreensão da estrutura, temos uma perfeita inteligibilidade dos fatos.
e) É a compreensão dos fatos que nos dá a real compreensão do processo histórico.

 Resposta da questão 24:[E]


25. Quando um historiador se debruça sobre a História, qual o conceito que se torna fundamental para compreender os movimentos vitais do processo histórico?


a) Sistema
b) Estrutura
c) Subsistema
d) Transição
e) Processo



Resposta da questão 25:[D]


26. (UnB) Pode-se dizer em relação à História que:

(0) Hoje, ela está voltada preferencialmente para o estudo dos grandes fatos políticos, com destaque para a
biografia dos governantes.

(1) Tendo em vista sua atual opção por compreender globalmente a sociedade, a História não mais
se preocupa com a investigação dos eventos.

(2) Ao contrário do que ocorreu no século passado, hoje a História busca um caminho próprio,
desvinculado das demais ciências sociais.

(3) A chamada História Nova recusa-se a admitir a História como ciência do passado e a "reduzir o
presente a um passado incoativo".

(4) O estudo das fontes e a crítica dos documentos são partes fundamentais do processo de produção
historiográfica.

resposta da questão 26: 
Itens CERTOS: (3) e (4).
Itens ERRADOS: (0), (1) e (2).


27. (OSEC) "Se o conhecimento da História nos apresenta uma importância prática, é porque nela aprendemos conhecer os homens que, em condições diferentes e com meios diferentes, no mais das vezes inaplicáveis à nossa época, lutaram por valores e ideais análogos, idênticos ou opostos aos que possuímos hoje; o que nos dá consciência de fazer parte de um todo que nos transcende, a que no presente damos continuidade e que os homens vindos depois de nós continuarão no porvir.

A consciência histórica existe apenas para uma atitude que ultrapassa o eu individualista; ela é precisamente um dos principais meios para realizar essa superação." Lucien Goldman

De acordo com o texto, podemos afirmar que:

a) a História é importante porque fornece à atualidade os meios de resolver seus problemas;
b) o estudo da História mostra a universalidade e a identidade dos valores e ideais humanos;
c) tem consciência o homem que conhece os fatos históricos de sua época;
d) a consciência histórica existe na medida em que o homem é capaz de se reconhecer no processo histórico;
e) a importância prática da História se relaciona com o estudo e o conhecimento do presente.



resposta da questão 27: [D] 



28. Na reconstrução do processo social:

a) o historiador deve limitar-se a transcrever os documentos, submetendo-os à crítica da veracidade;
b) compete ao pesquisador selecionar nos documentos, mediante técnicas específicas, os fatos históricos
mais importantes;
c) a elaboração de conceitos constitui uma etapa no processo de apreensão do real;
d) a formulação da hipótese de trabalho deve anteceder qualquer contato com a realidade a ser estudada;


 resposta da questão 28:[C]



29. Pode-se dizer que a "nova" História Econômica apresenta três aspectos. Na sua forma mais simples, pouco mais é do que a classificação e processamento do material primário e secundário existente. 
 Mais sofisticados são os projetos que impõem "a reconstrução de medidas que podiam ter existido no passado mas que não existem mais", muitas vezes com a ajuda da Teoria Econômica e da Estatística.
 Em terceiro lugar, e mais ambicioso, temos o emprego do conceito contrafactual condicional, começando com a premissa de que só podemos compreender o significado daquilo que aconteceu se o compararmos com aquilo que poderia ter acontecido, continuando com a quantificação "daquilo que poderia ter acontecido".            

(A Nova História Econômica, ou História Contrafactual, E. H. Hunt)

Com base no texto anterior, responda as questões 06 a 08, marcando E para as frases erradas e C
para as frases certas.

06. (   ) A História Econômica visa em segunda instância reconstruir as medidas existentes no passado.


07. (  ) Num terceiro momento, a História Econômica visa à compreensão do passado através de uma análise por absurdo, supondo condições que não ocorreram para analisar as que efetivamente aconteceram.


08. (  ) De uma maneira geral, a História Econômica tem por objetivo a apreensão do processo histórico nos seus momentos cruciais, isto é, nos momentos de transição.


resposta da questão 29: C - C - E

30. Assinale as afirmações corretas:

Os principais conceitos a serem dominados pelo historiador ou estudioso da História, a fim de poder compreendê-la com maior profundidade, são os seguintes:

(0) Por processo histórico entende-se a seqüência dos principais sistemas ocorridos na História, desde a Antiguidade até a atualidade.

(1) Pela ordem, os principais sistemas ocorridos na História foram: sistema primitivo, asiático, escravista, feudal, capitalista e socialista.

(2) O sistema é constituído por um conjunto de partes que estão integralmente relacionadas, tais como economia, sociedade, política, religião e cultura.

(3) A cada uma das partes de um sistema costumamos dar o nome de subsistema; e é exatamente a somatória dessas partes que constitui um sistema.

(4) A estreita relação existente entre as partes de um sistema e que dá mais profunda compreensão da História constitui a estrutura de um sistema.

(5) Quando da passagem de um sistema para outro, rompe-se a estrutura do sistema, quebra-se sua estabilidade, ocorrendo então uma transição, momento privilegiado porque revela a realidade histórica em sua profundidade.


resposta da questão 30:
Todas as afirmativas estão corretas, pois referem-se aos modernos conceitos existentes na História, os quais permitem uma avaliação mais profunda do processo histórico.

31. "Do ponto de vista da ação sobre o pensamento científico, as diferentes perspectivas e ideologias não se situam no mesmo plano. Certos juízos de valor permitem maior compreensão da realidade do que outros." Com esta afirmação, Lucien Goldman:

a) nega o fenômeno da determinação social do conhecimento;
b) admite que todo conhecimento e, em última instância, subjetivo;
c) propõe que a compreensão da realidade fundamenta, de maneira lógica, a validade de todos os juízos de
valor;
d) reconhece, implicitamente, a possibilidade de escolha entre métodos com diferentes alcances na abordagem do real;

resposta da questão 31:[D]


32. (ENEM) Os quatro calendários apresentados abaixo mostram a variedade na contagem do tempo em diversas sociedades.

 Questão do Enem sobre Calendários

Com base nas informações apresentadas, pode-se afirmar que:

a) o final do milênio, 1999/2000, é um fator comum às diferentes culturas e tradições.
b) embora o calendário cristão seja hoje adotado em âmbito internacional, cada cultura registra seus eventos marcantes em calendário próprio.
c) o calendário cristão foi adotado universalmente porque, sendo solar, é mais preciso que os demais.
d) a religião não foi determinante na definição dos calendários.
e) o calendário cristão tornou-se dominante por sua antiguidade.


resposta da questão 32:[B]


Comentário da questão:
O enunciado já determina a "variedade" na contagem do tempo em "diversas sociedades" e destaca a importância da religião na formação cultural de diversos povos, exigindo-se do examinando apenas saber que, nas relações internacionais, é atualmente utilizado o calendário cristão.


33. (ENEM) Não só de aspectos físicos se constitui a cultura de um povo. Há muito mais, contido nas tradições, no folclore, nos saberes, nas línguas, nas festas e em diversos outros aspectos e manifestações transmitidos oral ou gestualmente, recriados coletivamente e modificados ao longo do tempo. A essa porção intangível da herança cultural dos povos dá-se o nome de patrimônio cultural imaterial.

Questão do Enem sobre Patrimônio Cultural Imaterial
(Internet:).

Qual das figuras abaixo retrata patrimônio imaterial da cultura de um povo?



Resposta  da questão 33:[C]

Habilidade: Identificar as manifestações ou representações da diversidade do patrimônio cultural e artístico em diferentes sociedades.

Comentário da questão:
 A única imagem que tem relação com o conceito de Patrimônio Imaterial, presente no texto, é a tradição do Bumba-meu-Boi.


34. (ENEM 2001) O texto abaixo reproduz parte de um diálogo entre dois personagens de um romance.

- Quer dizer que a Idade Média durou dez horas? – Perguntou Sofia.
- Se cada hora valer cem anos, então sua conta está certa. Podemos imaginar que Jesus nasceu à meia-noite, que Paulo saiu em peregrinação missionária pouco antes da meianoite e meia e morreu quinze minutos depois, em Roma. Até as três da manhã a fé cristã foi mais ou menos proibida. (...) Até as dez horas as escolas dos mosteiros detiveram o monopólio da educação. Entre dez e onze horas são fundadas as primeiras universidades.

Adaptado de GAARDER, Jostein. O Mundo de Sofia, Romance da História da Filosofia. São Paulo: Cia das Letras, 1997.

O ano de 476 d.C., época da queda do Império Romano do Ocidente, tem sido usado como marco para o início da Idade Média. De acordo com a escala de tempo apresentada no texto, que considera como ponto de partida o início da Era Cristã, pode-se afirmar que

(A) as Grandes Navegações tiveram início por volta das quinze horas.
(B) a Idade Moderna teve início um pouco antes das dez horas.
(C) o Cristianismo começou a ser propagado na Europa no início da Idade Média.
(D) as peregrinações do apóstolo Paulo ocorreram após os primeiros 150 anos da Era Cristã.
(E) os mosteiros perderam o monopólio da educação no final da Idade Média.


Resposta da questão 34:[A]

Comentário da questão:

Para resolver essa questão, era necessário prestar muita atenção no enunciado, que diz que "de acordo com a escala de tempo apresentada no texto (...) pode-se afirmar que (...)".

A escala de tempo apresentada por Jostein Gaarder exemplifica as diversas formas de contagem do tempo. Dentro de sua proposta cronológica, 100 anos equivaleriam a uma hora. Tendo em vista essa escala, a única alternativa correta é a letra A, em que se afirma que as grandes navegações começaram por volta das quinze horas.



35. (UFPB) Segundo o historiador Fernand Braudel, “o historiador não sai jamais do tempo da história: esse tempo agarra-se ao seu pensamento como a terra à enxada”. Da leitura dessa frase depreende-se que:
a) o historiador tem dificuldade de compreender seu próprio tempo, pois não consegue ser neutro e imparcial.
b) o tempo presente obscurece a explicação do passado histórico.
c) a historiografia é capaz de compreender o passado na sua totalidade, visto que o historiador domina os processos de explicação da temporalidade humana.
d) as transformações sociais são objeto da Sociologia e o passado é objeto da História.
e ) o trabalho de interpretação do historiador acerca das ações humanas está impregnado pela construção de temporalidades.


resposta da questão 35:[E]




36. (UFBA 2013) Julgue os itens abaixo.

(0) Quanto aos discursos sobre o passado, os judeus estiveram sempre preocupados com a verdade e, entre eles, a lembrança do passado soava quase como uma obrigação religiosa, no entanto foram os gregos que inventaram a História, a partir do desenvolvimento de uma crítica adequada e, também, pelo fato de suas narrativas poderem aspirar a um outro tipo de verdade. (   )
(1) Em relação a Hecateu, um dos mais importantes precursores da historiografia grega, Heródoto foi o primeiro a atribuir a obrigação de registrar e não apenas de criticar o tido por acontecido, de maneira que seria este, e não aquele, o “pai da História”
(2) Entre os historiadores gregos mais conhecidos,Tucídides foi quem menos se preocupou com a verdade, de modo que o seu estilo de escrita era ensaístico, vago e impreciso.
(3) Diferentemente do clima grego do século V a.C., em que as pressões políticas eram eficazes na elaboração do discurso histórico, os sucessores de Heródoto e de Tucídides conseguiram se afastar da retórica, tornando a historiografia menos sujeita às pressões políticas e, desse modo, mais próxima da verdade.
(4) Na historiografia cristã, quando se fala de escatologia refere-se ao especial interesse dos historiadores pelas guerras, pelo sangue e pelas paixões que movem os indivíduos em todas as épocas do passado.


resposta da questão 36: [V, V, F, F, F]

37. (UFBA 2013) Acerca da introdução aos estudos da História, julgue os itens a seguir.
(0) Os efeitos do pensamento cristão no conhecimento histórico não deixam de ser revolucionários, considerando-se que as noções de desígnio e de providência adicionavam um importante componente
à ideia de história herdada dos gregos e dos romanos.
(1) Entre os cristãos, na Alta Idade Média, a doutrina metafísica de substância da filosofia greco-romana foi substituída pela ideia de criação, significando uma alteração profunda na forma como os homens pensavam a temporalidade.
(2) Entre as principais contribuições da historiografia cristã ao pensamento histórico em geral, no século VI, encontra-se a adoção de uma estrutura cronológica universal, que datava tudo para frente ou para trás, em relação ao nascimento de Cristo.
(3) Considerando-se sua dimensão revolucionária, a historiografia cristã e medieval rompe totalmente com a tradição historiográfica herdada da Antiguidade greco-romana, especialmente naquilo que se pode considerar o desprezo do cristianismo pelos fatos históricos e seu apego cego aos dogmas da fé e à especulação teológica.
(4) No final da Idade Média, uma das principais tarefas dos historiadores renascentistas foi recolocar o homem no centro do pensamento. Com efeito, Maquiavel retomou a concepção histórica de Tito Lívio, pondo o homem no centro, mas o homem despido de paixões e de impulsos próprios da concepção cristã de História.


resposta da questão 37: [V, V, V, F, F]

38. (UFBA 2013) Acerca da introdução aos estudos da História, julgue os itens a seguir.
(0) Entre os filósofos do Iluminismo, considera-se que natureza e história formam um todo impossível de desfazer de maneira arbitrária, sendo necessária a aplicação do método universal da razão para que se tente descobrir o fundamento puramente “imanente” de um e de outro campo de conhecimento.
(1) Contrariando a tendência geral da filosofia do Iluminismo, Voltaire retornou ao princípio de que o objeto da História é o fato único, não se preocupando em desvelar o que seria imanente e regular no desenvolvimento da humanidade.
(2) Diferindo do espírito essencialmente racionalista e analítico predominante entre os filósofos do Iluminismo, que pretendiam capturar o que havia de permanente e universal no passado, os filósofos D. Hume e J. G. Herder buscaram reconciliar a História com a mudança, o primeiro criticando a ideia de substância e o segundo buscando fazer com que a História renunciasse às caracterizações gerais.
(3) Ao incorporar os ventos da mudança soprados desde fins do século XVIII, a História no século XIX foi se profissionalizando e se tornando uma disciplina independente da Filosofia. A Filosofia do Iluminismo  inventou leis naturais, universais e, às vezes trans-históricas, enquanto a historiografia desse século buscava o contingente, o particular e o individual, estabelecendo uma nova agenda através do alemão Leopold von Ranke.
(4) Ageração de historiadores alemães, franceses e ingleses no final do século XIX tinha uma visão bastante alargada da História, pensando muito além da política e incorporando as preocupações com a economia, a sociedade e a cultura, antecipando, em grande parte, os problemas colocados pela historiografia pós-Annales.

resposta da questão 38: [V, F, V, V, F]

39. (UFBA 2013) Acerca da introdução aos estudos da História, julgue os itens a seguir.
(0) O objeto da História é sempre o passado, de maneira que temas como a Revolução Francesa e a Revolução Russa nunca se relacionam nas mãos de historiadores profissionais.
(1) A noção de que os fatos falam por si e a ideia de que contra fatos não há argumentos, presentes no imaginário do senso comum sobre a História, são dimensões cientificamente aceitas por todos os
historiadores do século XX.


resposta da questão 39: [F, F]






40. (UFBA 2013) A irredutível originalidade da história, quando comparada com as demais ciências humanas, consiste essencialmente na permanente consideração dos acontecimentos em seu desenvolvimento cronológico. O espírito da sociologia (à semelhança do que sucede às outras ciências do homem) distingue-se do “espírito histórico”, antes de tudo, por uma atitude diferente, por uma exigência diferente em relação à cronologia. Para um historiador não é essencial o desenrolar de um fato, mas sua verificação num momento dado. 
(GLÉNISSON, 1986, p. 28-29).
De acordo as ideias do texto, pode-se afirmar:
(0) Considerando-se que o historiador age em um tempo próprio da História, na prática historiográfica a dimensão temporal é algo incontornável ao seu ofício.
(1) Afirmar que “para um historiador não é essencial o desenrolar de um fato, mas sua verificação num momento dado”, é, de alguma maneira, delimitar as fronteiras entre a História e as outras ciências do homem, já que essas também podem partir do fato para explicar o acontecimento.
(2) Considerar o acontecimento em sua dimensão cronológica é estabelecer que, desde as suas origens remotas, a História esteve sempre ligada aos calendários.

resposta da questão 40: [V, V, F]



41. (UFBA) O texto do historiador é da ordem do conhecimento: trata-se de um saber que se desdobra e se expõe. Ele procura a razão do que se passou: dá explicações e apresenta argumentos. Recorre a conceitos, cujo processo de elaboração não é homogêneo, de qualquer modo, serve-se de noções. 
Trata-se de um texto relativamente abstrato; caso contrário, ele perderia qualquer pretensão a certa cientificidade. Por outro lado, ele procede a uma análise: estabelece distinções, divide em partes, descreve todos os pormenores para levar em consideração, em melhores condições, o que é a generalidade e a especificidade, além de exprimir em que aspecto e por que motivo o objeto de estudo difere de outros objetos semelhantes e, apesar disso, diferentes. Além de ser inevitável, a abstração é indispensável. A história se faz refletindo e, escrevê-la, é uma atividade intelectual. 
(PROST, 2008, p. 244).
A análise do texto e os conhecimentos sobre o que é História permitem afirmar:
(0) O texto do historiador, se almeja algum critério de cientificidade, sendo relativamente abstrato e da ordem do conhecimento, manifesta-se por sinais exteriores relacionados às evidências, de maneira que são sempre importantes as notas de rodapé que garantem o elemento de prova e a possibilidade de verificação
(1) Em História, conceitos e noções são necessários e não estão sujeitos à sua verificação em uma temporalidade e situação específicas.
(2) Ao escrever um texto, o historiador deve estar imbuído do propósito de que precisa narrar os fatos como realmente aconteceram e, somente dessa forma, a História pode ser considerada científica.


resposta da questão 41: [V, F, F]

42. (UFBA 2013) Acerca da introdução aos estudos da História, julgue os itens a seguir.
(0) A evidência em História nunca é um dado meramente objetivo, visto que pressupõe escolhas variadas que se transformam no tempo e no espaço, sofrendo uma permanente influência da memória.
(1) Em que pese o fato de o passado ser imutável, considerando-se que o historiador é parte da humanidade e que seu ponto de vista é condicionado pelas circunstâncias, pode-se admitir que o passado objetivado é, de alguma maneira, também modificado em função das perguntas do presente.
(2) A consciência do passado, relativa a todo ser humano, vem do fato de que, em algum momento de nossas vidas, tivemos contatos com pessoas mais velhas. Em algumas sociedades, o conhecimento desse passado é um padrão para o presente, de maneira que copiando sempre as gerações anteriores essas sociedades deixaram de conceber inovações e, em consequência, de se transformarem com o tempo, sendo, por isso, sociedades “sem história” ou “a-históricas”.


resposta da questão 42: [V, V, F]



43. (UFBA 2013) No que se refere à historiografia francesa dos Annales, pode-se afirmar:
(0) A historiografia dosAnnales, em sua terceira geração, sofreu um processo de fragmentação, carecendo da identidade, de certa forma, preservada nas gerações anteriores.
(1) Lucien Febvre e Marc Bloch foram os primeiros líderes e fundadores da Revue Annales d’Histoire Economique et Sociale.
(2) Após a Segunda Guerra Mundial, a ascensão do nome de Fernand Braudel representou para os Annales um retorno àquilo que Bloch e Febvre chamavam de história-historicizante, ou seja, um retorno ao político, ao factual e, essencialmente, ao estilo narrativo da História, próprios do século XIX.

resposta da questão 43: [V, V, F]



44.  (UFBA 2013) Sobre a introdução aos estudos da História, julgue os itens a seguir.

(0) A respeito da historiografia marxista britânica, pode-se dizer que seus principais expoentes foram militantes do Partido Comunista da Grã-Bretanha (PCGB), entre eles Eric Hobsbawm,  E. P. Thompson e Christopher Hill. Desses, apenas Hobsbawm permaneceu no PCGB após a crise de 1956.

(1) É característica da historiografia marxista britânica a aplicação do marxismo ortodoxo, especialmente de abordagem econômica ao estudo de materiais históricos, onde se enfatiza a separação entre base e superestrutura na formação das sociedades humanas.
(2) Sobre o que se convencionou chamar de micro-história e sua vertente mais conhecida, a italiana, pode-se afirmar que ela se apoia na perspectiva da redução da escala de observação e na predileção pelas dimensões microscópicas do passado, especialmente relativas ao cotidiano, ao indivíduo e a vida privada dos homens e mulheres do passado.

resposta da questão 44: [V, F, F]

45. (UFBA 2013) Sobre a introdução ao estudo da História, avalie as proposições a seguir.
(0) O processo de institucionalização da História no Brasil teve em Francisco Adolfo de Varnhagen e em Capistrano deAbreu dois dos seus principais representantes, o primeiro sendo a síntese do pensamento historiográfico produzido no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) e o segundo situando-se no ponto de transição entre a historiografia do IHGB e a historiografia universitária.
(1) A respeito das obras Casa Grande & Senzala (1933), de Gilberto Freyre, Raízes do Brasil (1936), de Sérgio Buarque de Holanda e Formação do Brasil Contemporâneo (1942), de Caio Prado Júnior, a maioria dos críticos tende a afirmar que a obra de Caio Prado é tributária dos estudos antropológicos e do culturalismo de Franz Boas, e as obras de Freyre e de Sérgio Buarque são influenciadas pelo marxismo, que chegou ao Brasil nos anos 30 do século passado.
(2) Apesar da importância das obras de Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda e Caio Prado Júnior para a historiografia brasileira, nenhum desses autores tinha formação em História, e, ainda assim, Sérgio Buarque de Holanda fez carreira como um eminente professor de História na Universidade de São Paulo (USP).


resposta da questão 45: [V, F, F]

46. Para a historiadora Circe Bittencourt (O saber histórico na sala de aula), “a recorrência de representações das populações indígenas nos livros de História fomentou uma série de questionamentos não apenas sobre as possíveis interpretações das populações indígenas ao longo da história ensinada (...)”. De acordo com a autora, os dois mais conhecidos livros didáticos de História destinados ao ensino primário, com primeiras edições nos anos 70 e 80 do século XIX, utilizavam o tipo de ilustração que segue:
 
Analisando a imagem, está correto observar que
I. os grupos indígenas dessas obras eram representados como “selvagens”, no sentido oposto ao de “civilizado”;
II. é dado destaque à obra missionária no Brasil Colônia, assinalando a importância dos religiosos católicos, representados, muitas vezes, como “mártires”;
III. esse tipo de ilustração só foi utilizado até o final do século XIX, posto que, a partir do século XX, a temática indígena já havia sido revisada nos livros didáticos;
IV. tem pouca função como fonte histórica, pois não retrata com fidelidade o fato que pretende ilustrar.
Estão corretas as informações contidas em
(A) I e II, apenas.
(B) II e III, apenas.
(C) II, III e IV, apenas.
(D) I, III e IV, apenas.
(E) I, II, III e IV.


 resposta da questão 46:[A]


47. (UFSCar) O Brasil é um povo que se constituiu numa nação, que por sua vez se organizou como Estado. Em 1500 não havia nenhuma dessas três coisas. Logo, não houve Descobrimento do Brasil, porque o Brasil não existia nem estava encoberto. O que naquele momento surgiram foram as bases da colonização portuguesa, a qual, por sua vez, é a base da nossa formação.
A história do Brasil é essencialmente a de uma colônia que se transformou numa nação.
(Trecho de entrevista com o historiador Fernando Novais. In: www1.folha.uol.com.br/fol/brasil500, 24.04.2000)

No fragmento, o historiador discute aspecto importante que fundamenta a análise do fato destacado, que é o
(A) arcadismo.
(B) patriarcalismo.
(C) estruturalismo.
(D) anacronismo.
(E) dialogismo.



resposta da questão 47: [D]


Comentário da questão:
De acordo com Fernando Novais, em 1500 não havia o povo brasileiro, nem a nação brasileira e muito menos o Estado brasileiro e, além disso, Brasil estava não encoberto, portanto é errôneo o termo descobrimento. Esse tipo de erro é conhecido como anacronismo, que consiste em utilizar os conceitos e ideias de uma época para analisar os fatos de outro tempo. Em outras palavras, o anacronismo é uma forma equivocada onde tentamos avaliar um determinado tempo histórico à luz de valores que não pertencem a esse mesmo tempo histórico. Por mais que isso pareça um erro banal ou facilmente perceptível, devemos estar atentos sobre como o anacronismo interfere no nosso estudo da História.



48. (UFSCar) Observe a imagem.
 
Primeira missa no Brasil – óleo sobre tela de Victor Meirelles, 1860
(www.dezenovevinte.net/obras/vm_missa.htm)

Tendo como referencial as concepções de História que consideram as imagens como documentos históricos, está correto afirmar que a pintura de Victor Meirelles
I. apresenta elementos que comprovam a realidade do acontecimento, do modo mais fidedigno possível;
II. traz informações sobre o contexto da época em que a pintura foi produzida;
III. revela uma interpretação acerca do fato retratado;
IV. torna desnecessária a utilização de fontes documentais escritas.

Está correto o que se afirma em
(A) III, apenas.
(B) I e IV, apenas.
(C) II e III, apenas.
(D) I, II e IV, apenas.
(E) I, II, III e IV.




resposta da questão 48:[C]

Comentário da questão:

As imagens constituem documentos históricos, são as chamadas fontes iconográficas. No caso da pintura de Victor Meirelles, “A primeira missa no Brasil”, apesar de ser uma representação idealizada do que foi o encontro entre os tripulantes da Nau Capitânia que trouxe os portugueses ao Brasil e os povos indígenas do litoral baiano, baseada nas características do Romantismo, ela serve como importante documento histórico e pode ser utilizada, desde que comparada com outras fontes documentais, como por exemplo, a carta de Pero Vaz de Caminha, escrivão da esquadra de Pedro Álvares Cabral.

49. (UECE)   História é o estudo do que fizeram e fazem os homens e mulheres. Não sendo a soma dos acontecimentos, mas um esforço para compreender e explicar a vida em outros tempos. São várias as possibilidades teórico-metodológicas de análise das sociedades. Desta forma, assinale a alternativa FALSA.
a) A corrente Positivista analisa os fatos tal como aconteceram, retirando do historiador toda a subjetividade na análise dos acontecimentos.
b) A análise marxista da história dá atenção aos conflitos entre as classes sociais, tendo a percepção da construção histórica num processo dialético.
c) A História Nova trouxe para o campo da história novos métodos de análise, abertura a novas fontes, bem como dar vozes aos “esquecidos” pela história tradicional.
d) Todas as correntes historiográficas levam em consideração a utilização do tempo, sendo o Positivismo a única a não utilizar-se do estudo linear.


resposta da questão 49:[E]

Comentário da questão:
A corrente positivista valoriza o estudo linear da História.


50. (UECE) Pelo olhar do poeta, também é possível compreender determinados aspectos essenciais para a conceituação de História. Leia, por exemplo, Carlos Drummond de Andrade:
“Aconteceu há mil anos?
Continua acontecendo.
Nos mais desbotados panos
estou me lendo e relendo.”

Ou, ainda, do mesmo autor:

“O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes, a vida presente”.

Com o auxílio das observações de Drummond, julgue os seguintes itens, referentes ao conceito de História e ao ofício do historiador.
a) Tendo por objeto o estudo do passado, a História parte das contingências da "vida presente" para inquirir aquilo que passou e decifrar o que virá, pois a história é um “ciclo de repetições”.
b) Especialmente em épocas de crise generalizada, sobressai o papel que se espera do historiador: lembrar o que os outros esqueceram.
c)  O quarteto acima traz a ideia de que o passado é continuamente reescrito, a partir de cada presente e de seus novos interesses, eliminando, assim, a possibilidade de a História conter um caráter científico.
d) A reconstrução do passado, exatamente como ele ocorreu, é o que fazem os historiadores, independentemente de suas convicções ideológicas e pessoais.


resposta da questão 50:[B]

51. (UFPE) A História é uma das áreas do conhecimento mais polêmicas. Pode-se atribuir este caráter à História, porque, em sentido genérico, todos somos historiadores e, por outro lado, porque o acontecimento histórico é passível das mais diferentes interpretações. 

0-0) No período de crescimento, a criança e o adolescente, através da convivência social, da escola e da cultura, 
formam de maneira quase natural uma visão do passado, do presente e do futuro. Constroem assim uma visão histórica, em ressonância com o que seu grupo social ensinou-lhe.
1-1) A História, apesar de ser alvo de muitas polêmicas, estabelece verdades comprovadas, que têm como base os documentos. Por essa razão, é correto admitir, como fazem todos os autores, que a história da humanidade só se inicia com o uso da escrita.
2-2) A História é um saber científico e, portanto, não muda. Podemos comprovar que aquilo que aprendemos, muitas vezes, são verdades inquestionáveis através dos séculos. Essa característica da História garante-lhe um lugar entre as demais ciências.
3-3) Todos aqueles que defendem a História como um conhecimento passível de muitas interpretações, contribuem para fortalecer a ideia de que a História é um conhecimento certo e verdadeiro, construído a partir de documentos que não deixam margem a dúvidas.
4-4) O bombardeio atômico sobre as cidades japonesas em 1945, embora seja um fato inegável para alguns historiadores, significou um genocídio injustificável; para outros, foi um ato necessário para evitar o prolongamento da II Guerra, o que revela o caráter interpretativo da História.



Resposta da questão 51: VFFFV


Comentário da questão:

A questão faz uma analogia entre a história como ciência e a visão empírica do conhecimento histórico de cada um. 
0 0 Existe uma intima ligação entre conhecimento histórico e o contexto social em que vivemos.
1 1 A história da humanidade começa com o aparecimento do homem na Terra.
2 2 Pesquisas mais recentes podem esclarecer mais sobre determinados temas históricos.
3 3 Todos os documentos são passíveis de erros e devem ser examinados minuciosamente.
4 4 O bombardeio nuclear a duas cidades japonesas, causando a morte de centenas de milhares de civis inocentes, é um dos atos mais deploráveis da II Guerra Mundial (1939-1945). A justificativa oficial dos EUA foi de que era necessário para apressar a rendição japonesa. Alguns historiadores interpretam como demonstração de força contra a URSS, tendo em vista que as duas superpotências já demonstravam suas divergências na Conferência de Yalta. Muitos oficiais de alta patente, no Exército e na Marinha dos EUA, argumentavam que a utilização das Bombas Atômicas não era necessária, alegando que o Japão já estava batido.

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