Roteiro de estudos: Período Regencial
Teste seus conhecimentos sobre o Período Regencial
Teste seus conhecimentos sobre o Período Regencial
1. (Ufc 2009) Leia o texto a seguir.
Não há sombra de dúvidas sobre o papel central desempenhado pelos muçulmanos na rebelião de 1835. Os rebeldes - ou uma boa parte deles - foram para as ruas com roupas usadas na Bahia pelos adeptos do islamismo. No corpo de muitos dos que morreram a polícia encontrou amuletos muçulmanos e papéis com rezas e passagens do Qur'ãn usados para proteção.
REIS, João José. "Rebelião escrava no Brasil". São Paulo: Companhia das Letras, 2003, p. 158.
Considerando os fatos descritos no episódio acima e o tema do islamismo, responda o que se pede a seguir.
a) Por qual nome ficou conhecida a rebelião de que trata o texto?
b) A imigração forçada de africanos ao Brasil trouxe para trabalhar como escrava uma população de diversas etnias, que pode ser englobada genericamente em dois grupos bastante distintos, com claras diferenciações culturais e linguísticas.
I. De qual desses dois grupos se originou a maior parte dos africanos islamizados?
II. De qual área geográfica da África esse grupo procede?
c) Como ocorreu a propagação da religião islâmica entre as populações da região africana citada acima?
Resposta da questão 1:
O episódio descrito no texto ficou conhecido como a Revolta dos Malês, que teve a participação de uma maioria de negros muçulmanos. Os africanos trazidos ao Brasil entre os séculos XVI e XIX procederam de duas grandes regiões distintas. Os povos sudaneses, que desembarcaram em maior quantidade na Bahia, eram provenientes da África Ocidental, da grande região do Golfo da Guiné ou Costa da Mina ou, ainda, Costa do Ouro, onde atualmente se localizam Gana, o Benin, a Nigéria e a Guiné, entre outros países. Na Bahia, a maioria dos negros sudaneses islamizados pertencia às populações haussás, e também àquela dos nagôs ou iorubá. Já os povos bantos eram provenientes das atuais regiões do Congo e de Angola. A islamização de populações habitantes da África negra norte-ocidental foi feita a partir do século XI pelo contato delas com os mercadores árabes e berberes, viajantes através do deserto do Saara, principalmente pela rota de Tombuctou. Essas incursões islâmicas provocaram a desagregação do antigo Império de Ghana. No século XVI, início do tráfico de escravos para o Brasil, era o Reino Songai, o atual estado do Mali (daí uma das possibilidades para a origem do termo "malê"), que dominava todo o vale do rio Niger, região original das populações islâmicas (principalmente haussás e nagôs) que chegaram ao Brasil.
2. (Unicamp 2007) Iniciada como conflito entre facções da elite
local, a Cabanagem, no Pará (1835-1840), aos poucos fugiu ao controle e
tornou-se uma rebelião popular. A revolta paraense atemorizou até mesmo
liberais como Evaristo da Veiga. Para ele, tratava-se de gentalha, crápula,
massas brutas. Em outras revoltas, o conflito entre elites não transbordava
para o povo. Tratava-se, em geral, de províncias em que era mais sólido o
sistema da grande agricultura e da grande pecuária. Neste caso está a revolta Farroupilha,
no Rio Grande do Sul, que durou de 1835 a 1845.
(Adaptado de José Murilo de
Carvalho. "A construção da ordem: a elite imperial. Teatro de sombras: a
política imperial". Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003. p.
252-253.)
a) Segundo o texto, o que
diferenciava a Cabanagem da Farroupilha?
b) Quais os significados das
revoltas provinciais para a consolidação do modelo político imperial?
c) O que levava as elites
agricultoras e pecuaristas a se rebelarem contra o poder central do Império?
resposta da questão 2:
a) A Cabanagem foi uma revolta de caráter
popular, realizada pelas camadas despossuídas, representadas pelos cabanos,
populações ribeirinhas do Pará. Já a Revolução Farroupilha teve caráter
elitista, por ter sido conduzida pelos estancieiros ligados à grande
propriedade rural.
b) As revoltas provinciais
puseram em risco a unidade do Brasil, na medida em que representaram a defesa
de interesses localizados, representados pelas proposições federalistas e/ou
separatistas presentes nos movimentos. Assim sendo, a derrota desses movimentos
significou a consolidação do centralismo/unitarismo e dos interesses da
aristocracia fundiária e escravista que marcaram a política do Segundo Reinado.
c) Essas elites provinciais
rebelavam-se fundamentalmente contra o excessivo centralismo do Império, pois
aspiravam à autonomia de suas províncias. No caso da Revolução Farroupilha,
deve-se acrescentar o descontentamento com as altas taxas cobradas sobre o
charque e outros produtos sul-rio-grandenses.
3. (Ufu 2006) A "estabilidade" do Segundo
Reinado e a consolidação de um Estado nacional dependente mal esconderam
tumultos, conflitos, levantes e movimentos revolucionários, como a Cabanagem, a
Praieira, a Farroupilha, que seriam, cada um a seu tempo, fatigados pelos
mecanismos políticos e culturais criados nessa longa história de formação do
patronato politico brasileiro, detentor da ideia desmobilizadora de um Brasil
"estável", unido, denso.
Adaptado de MOTA, C. Guilherme.
Ideias de Brasil. In: "Viagem Incompleta. Experiência Brasileira
(1500-2000)". Formação: histórias. São Paulo: SENAC, 2000, p. 236.
A partir das afirmações
transcritas, responda:
a) Que motivações foram comuns
aos conflitos e movimentos revolucionários ocorridos no período Regencial no
Brasil?
b) Que aspectos diferenciam a
Revolta dos Malês, ocorrida na Bahia, dos outros movimentos do mesmo período?
c) Cite duas medidas tomadas pelo
governo imperial brasileiro, a partir do 20. Reinado, diante das revoltas que
vinham ocorrendo desde o período regencial.
resposta da questão 3:
a)
- a indiferença dos governos
regenciais frente às demandas regionais, apesar da aprovação do Ato Adicional
de 1834 que instaurou uma espécie de "federalismo" na monarquia.
- a acentuada crise econômica que
atingia os produtos tradicionais da economia brasileira, incluindo o charque
gaúcho.
b) Durante as primeiras décadas
do século XIX várias rebeliões de escravos explodiram na província da Bahia. A
mais importante delas foi a dos Malês, uma rebelião de caráter racial, contra a
escravidão e a imposição da religião católica, que ocorreu em Salvador, em
janeiro de 1835. Nessa época, a cidade de Salvador tinha cerca de metade de sua
população composta por negros escravos ou libertos, das mais variadas culturas
e procedências africanas, dentre as quais a islâmica, como os haussas e os
nagôs. Foram eles que protagonizaram a rebelião, conhecida como dos
"malê", pois este termo designava os negros muçulmanos, que sabiam
ler e escrever o árabe. Sendo a maioria deles composta por "negros de
ganho", tinham mais liberdade que os negros das fazendas, podendo circular
por toda a cidade com certa facilidade, embora tratados com desprezo e
violência. Alguns, economizando a pequena parte dos ganhos que seus donos lhes
deixavam, conseguiam comprar a alforria.
c)
- A aprovação da Lei
Interpretativa do Ato Adicional em 1840 que, entre outras, restaurou o Conselho
de Estado e acabou com a relativa autonomia das províncias e suas assembleias.
Entretanto, as resistências em relação às mudanças fizeram com que essas
discussões durassem quase três anos, a ponto de que somente em maio de 1840 se
deu a aprovação da lei de Interpretação do Ato Adicional e a reforma do Código
do Processo Criminal só foi aprovada em dezembro de 1841.
- A dura repressão desencadeada
sobre as revoltas da Cabanagem (30 mil mortos) e da Balaiada, enquanto o
movimento da Farroupilha, de base elitista, mereceu uma negociação onde em 1845
Caxias firmou com Davi Canabarro a Paz do Ponche Verde. Encerrava-se a Revolta
dos Farrapos. O acordo de paz foi muito vantajoso para os farroupilhas: anistia
aos revoltosos; integração dos oficiais rebeldes ao Exército Imperial com suas
patentes; liberdade para os escravos que haviam participado da guerra; taxação
sobre o charque platino importado; pagamento pelo Império das dívidas da guerra
e indicação pelos farrapos do presidente de sua Província.
4. (Ufrrj 2005) O texto a seguir refere-se ao período da
política regencial no Brasil .
A Câmara que se reunia em 1834
trazia poderes constituintes para realizar a reforma constitucional prevista na
lei de 12 de outubro de 1832. De seu trabalho resultou o Ato Adicional
publicado a 12 de agosto de 1834 (...) O programa de reformas já fora
estabelecido na lei de 12 de outubro, o Senado já manifestara sua concordância
em relação ao mesmo e só havia em aberto, questões de pormenor. No decorrer das
discussões poder-se-ia fixar o grau maior ou menor das autonomias provinciais,
mas já havia ficado decidido que não se adotaria a monarquia federativa, o que
marcava como que um teto à ousadia dos constituintes.
CASTRO, P. P. de. A experiência
republicana, 1831-1840. In: HOLANDA, S. B. de. "História Geral da
Civilização Brasileira." v. 4. São Paulo: Difel, 1985, p. 37.
a) Cite duas reformas instituídas
pelo Ato Adicional de 12 de agosto de 1834.
b) Aponte a razão pela qual se
costuma dizer que a Regência correspondeu a uma "experiência
republicana".
resposta da questão 5:
a) Extinção do
Conselho de Estado, substituição da Regência Trina pela Regência Una, criação
de Assembleias Legislativas nas províncias.
b) Maior autonomia provincial durante o período, conferida,
sobretudo pela criação de Assembleias provinciais, mas também a renovação
periódica do Regente, por meio de votação.
O governo regencial representou uma vitória dos liberais
moderados, que avançaram algumas propostas descentralistas de governo. Mas
apesar de derrotados, algumas das propostas dos exaltados foram ao menos
parcialmente contempladas. Entre elas está a autonomia provincial. Ora, o
modelo de república que estes exaltados tinham na cabeça era precisamente o
modelo americano, que punha uma ênfase forte na autonomia das unidades
federativas. Assim, apesar de não se tratar de uma federação, tal como a
americana, alguns autores têm falado em "experiência republicana"
para se referir a algumas das conquistas dos exaltados/republicanos durante a
Regência, inclusive o autor citado, Paulo P. de Castro.
5. (ENEM) Após a abdicação de D.
Pedro I, o Brasil atravessou um período marcado por inúmeras crises: as
diversas forças políticas lutavam pelo poder e as reivindicações populares eram
por melhores condições de vida e pelo direito de participação na vida política
do país. Os conflitos representavam também o protesto contra a centralização do
governo. Nesse período, ocorreu também a expansão da cultura cafeeira e o
surgimento do poderoso grupo dos “barões do café”, para o qual era fundamental
a manutenção da escravidão e do tráfico negreiro.
O contexto do Período Regencial
foi marcado
a) por revoltas populares que
reclamavam a volta da monarquia.
b) por várias crises e pela
submissão das forças políticas ao poder central.
c) pela luta entre os principais
grupos políticos que reivindicavam melhores condições de vida.
d) pelo governo dos chamados
regentes, que promoveram a ascensão social dos “barões do café”.
e) pela convulsão política e por
novas realidades econômicas que exigiam o reforço de velhas realidades sociais.
resposta da questão 5: [E]
Habilidade: Avaliar criticamente
conflitos culturais, sociais, políticos, econômicos ou ambientais ao longo da
história.
Comentários: O candidato de ficar
atento nesta questão, pois pode ser levado a assinalar a alternativa B que, por
sinal, não está incorreta. Afinal, os regentes é quem indicavam os presidentes
das províncias, centralizando o poder. Aliás, este foi um dos fatores
responsáveis pela eclosão de várias revoltas pelo país neste período. Porém,
percebam que a letra E tem um encaixe melhor e mais harmônico com o enunciado
da questão.
6. (Enem 2010) Após a abdicação
de D. Pedro I, o Brasil atravessou um período marcado por inúmeras crises: as
diversas forças políticas lutavam pelo poder e as reivindicações populares eram
por melhores condições de vida e pelo direito de participação na vida política
do país. Os conflitos representavam também o protesto contra a centralização do
governo. Nesse período, ocorreu também a expansão da cultura cafeeira e o
surgimento do poderoso grupo dos "barões do café", para o qual era
fundamental a manutenção da escravidão e do tráfico negreiro.
O contexto do Período Regencial
foi marcado
a) por revoltas populares que
reclamavam a volta da monarquia.
b) por várias crises e pela
submissão das forças políticas ao poder central.
c) pela luta entre os principais
grupos políticos que reivindicavam melhores condições de vida.
d) pelo governo dos chamados
regentes, que promoveram a ascensão social dos "barões do café".
e) pela convulsão política e por
novas realidades econômicas que exigiam o reforço de velhas realidades sociais.
Resposta da questão 6:[E]
O período regencial é normalmente
entendido como “de crise”, perceptível pelas grandes rebeliões que ocorreram
nas diversas regiões do Brasil, levadas a cabos pelas camadas excluídas do
poder, agravadas pela exclusão econômica e social em alguns casos.
Apesar de sabermos que o tráfico
não permanecerá por muito tempo, ele ainda existiu por quase 20 anos após a
abdicação de D. Pedro I. A Lei de 1831 do ministro Feijó não foi cumprida, dada
à tendência da elite tradicional em manter o braço escravo na lavoura (situação
que se modificou em grande parte fruto das pressões inglesas).
7. (Pucrs) Responder à questão
sobre os grupos políticos no Império (período regencial), numerando a coluna II
de acordo com a coluna I.
COLUNA I
1. Farroupilhas
2. Chimangos
3. Caramurus
COLUNA II
( ) Grupo composto basicamente
por burocratas, comerciantes e proprietários cafeeiros do Centro-Sul. Defendiam
o retorno de D. Pedro ao trono brasileiro.
( ) Defendiam a manutenção da
ordem através de um governo centralizado, opondo-se às reformas sociais e
econômicas, mas admitiam alterações na Carta de 1824.
( ) Defendiam reformas mais
profundas, tais como a extensão do direito de voto e a autonomia das
províncias.
( ) Representavam parcelas da
aristocracia agrária e também eram conhecidos como liberais moderados.
Relacionando-se a coluna da
esquerda com a coluna da direita, obtêm-se de cima para baixo, os números na
seqüência:
a) 2, 1, 3, 2
b) 3, 2, 1, 2
c) 3, 1, 2, 1
d) 1, 2, 3, 2
e) 3, 2, 1, 1
resposta da questão 7:[B]
8. (FGV) A abdicação de D. Pedro
I em 1831 deu início ao chamado período regencial, sobre o qual se pode
afirmar:
I. As elites nacionais reformaram
o aparato institucional de modo a estabelecer maior descentralização política.
II. Foi um período convulsionado
por revoltas, entre elas, a Farroupilha e a Sabinada.
III. D. Pedro II sucedeu ao pai e
impôs, logo ao assumir o trono, reformas no regime escravista.
IV. O exercício do Poder
Moderador pelos regentes e pelo Exército conferia estabilidade ao regime.
As afirmativas corretas são:
a) I e II
b) I, II e III
c) I e III
d) II, III e IV
e) II e lV
resposta da questão 8:[A]
9. (Uel) "...valorizava-se
novamente o município, que fora esquecido e manietado durante quase dois
séculos. Resultava a nova lei na entrega aos senhores rurais de um poderoso
instrumento de impunidade criminal, a cuja sombra renascem os bandos armados
restaurando o caudilhismo territorial (...). O conhecimento de todos os crimes,
mesmo os de responsabilidade (...), pertencia à exclusiva competência do Juiz
de Paz. Este saía da eleição popular, competindo-lhe ainda todas as funções
policiais e judiciárias: expedições de mandatos de busca e seqüestro, concessão
de fianças, prisão de pessoas, ..."
Em relação ao período regencial
brasileiro, o texto refere-se
a) ao Ato Adicional.
b) à Lei de Interpretação.
c) ao Código de Processo
Criminal.
d) à criação da Guarda Nacional.
e) à instituição do Conselhos de
Províncias.
Resposta da questão 9:[C]
10. (Ufrgs 2011) O cargo de juiz de paz teve suas funções
regulamentadas pelo Código de Processo Criminal de 1832. Esses juízes
representavam o liberalismo brasileiro durante o período regencial.
Esses magistrados eram
a) nomeados diretamente pelo
Imperador, exercendo as funções de chefe de polícia.
b) designados diretamente pelo
ministro da Justiça, exercendo as funções de promotor público.
c) eleitos pelos cidadãos para
exercer funções conciliatórias e de qualificação eleitoral.
d) eleitos pelos deputados gerais
para administrar os bens dos órfãos e de pessoas ausentes.
e) indicados pelo presidente
provincial para pacificar os conflitos pela terra.
Resposta da questão 10:[C]
O ano de 1832 foi marcado por uma
série de medidas consideradas liberais, no início do período regencial. Nesse
período, o ministro da justiça Feijó, era o homem forte do governo e ao criar o
cargo de juiz de paz procurou descentralizar as estruturas administrativas. Os
juízes de paz seriam eleitos localmente pelo voto censitário; eles teriam
funções de controle moral, papel conciliatório e eleitoral.
11. (Uece) "O período
regencial foi um dos mais agitados da história política do país e também um dos
mais importantes. Naqueles anos, esteve em jogo a unidade territorial do Brasil,
e o centro do debate político foi dominado pelos temas da centralização ou
descentralização do poder, do grau de autonomia das províncias e da organização
das Forças Armadas."
(FAUSTO, Boris. HISTÓRIA DO
BRASIL. 2 ed. São
Paulo: EDUSP, 1995. p. 161.)
Sobre as várias revoltas nas
províncias durante o período da Regência, podemos afirmar corretamente que:
a) eram levantes republicanos em
sua maioria, que conseguiam sempre empolgar a população pobre e os escravos
b) a principal delas foi a
Revolução Farroupilha, acontecida nas províncias do nordeste, que pretendia o
retorno do Imperador D. Pedro I
c) podem ser vistas como
respostas à política centralizadora do Império, que restringia a autonomia
financeira e administrativa das províncias
d) em sua maioria, eram revoltas
lideradas pelos grandes proprietários de terras e exigiam uma posição mais
forte e centralizadora do governo imperial
resposta da questão 11:[C]
12. (Mackenzie) Do ponto de vista
político podemos considerar o período regencial como:
a) uma época conturbada
politicamente, embora sem lutas separatistas que comprometessem a unidade do
país.
b) um período em que as
reivindicações populares, como direito de voto, abolição da escravidão e
descentralização política foram amplamente atendidas.
c) uma transição para o regime
republicano que se instalou no país a partir de 1840.
d) uma fase extremamente agitada
com crises e revoltas em várias províncias, geradas pelas contradições das
elites, classe média e camadas populares.
e) uma etapa marcada pela
estabilidade política, já que a oposição ao imperador Pedro I aproximou os
vários segmentos sociais, facilitando as alianças na regência.
Resposta da questão 12:[D]
13. (Fuvest) O período regencial
foi politicamente marcado pela aprovação do Ato Adicional que:
a) criou o Conselho de Estado.
b) implantou a Guarda Nacional.
c) transformou a Regência Trina
em Regência Una.
d) extinguiu as Assembleias Legislativas Provinciais.
e) eliminou a vitaliciedade do
Senado.
resposta da questão 13:[C]
14. (Fuvest) Em agosto de 1831,
Feijó cria a Guarda Nacional. Qual o papel dessa instituição militar no Período
Regencial e no Segundo Reinado?
resposta da questão 14:
Com a Guarda Nacional, começa a
se constituir no país uma força armada vinculada diretamente à aristocracia
rural, com organização descentralizada, composta por membros da elite agrária e
seus agregados. Os oficiais de alta patente são eleitos nas regiões e, para
muitos historiadores, é um dos componentes fundamentais do coronelismo político
– instituição não-oficial determinante na política brasileira e que chega ao
apogeu durante a República Velha.
15. (Pucmg) O período regencial
no Brasil (1830-1840) foi um dos mais agitados da história política do país.
Foram questões centrais do debate político que marcaram esse período, EXCETO:
a) a questão do grau de autonomia
das províncias.
b) a preocupação com a unidade
territorial brasileira.
c) os temas da centralização e
descentralização do poder.
d) o acirramento das discussões
sobre o processo abolicionista.
resposta da questão 15:[D]
16. (Ufrs) Associe os
acontecimentos e medidas políticas do Brasil Império listados na coluna 1 com
as respectivas conjunturas políticas constantes na coluna 2.
Coluna 1
1 - Avanço Liberal
2 - Regresso Conservador
Coluna 2
( ) aprovação do Código de
Processo Criminal
( ) criação da Guarda Nacional
( ) definição dos partidos
políticos imperiais
( ) aprovação do Ato Adicional
( ) Lei de Interpretação do Ato
Adicional
A sequência numérica correta de
preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a) 1 - 1 - 2 - 2 - 1.
b) 1 - 2 - 1 - 2 - 1.
c) 1 - 1 - 2 - 1 - 2.
d) 2 - 1 - 2 - 1 - 2.
e) 2 - 2 - 1 - 1 - 2.
resposta da questão 16:[C]
17. (Ufrgs 2008) Assinale a alternativa correta em relação aos
eventos políticos ocorridos no período regencial.
a) Na Regência Una do Padre
Feijó, foi suspenso parcialmente o uso do Poder Moderador pelos regentes.
b) Na Regência Una de Araújo
Lima, promulgou-se a Lei Interpretativa do Ato Adicional.
c) Na Regência Trina Provisória,
foram criados os partidos progressista, regressista, liberal e
conservador.
d) Na Regência da Princesa
Isabel, eclodiu o movimento oposicionista da Confederação do Equador.
e) Na Regência Trina Permanente,
foi criada a Guarda Nacional.
Resposta da questão 17:[B]
18. (Ufv 2010) Observe a imagem a seguir:
Com relação à Guarda Nacional,
criada durante o Império, é CORRETO afirmar que:
a) funcionava como única força
armada que podia defender os interesses dos escravistas e coibir a fuga dos
escravos.
b) objetivava o controle da Corte
e da burocracia imperial, alvos frequentes de manifestações populares de
descontentamento.
c) tinha por finalidade a
garantia da segurança e da ordem, defendendo a Constituição, a obediência às
leis e a integridade do Império.
d) atuava na defesa das
fronteiras externas brasileiras, impedindo a expansão dos países platinos em
direção ao território brasileiro.
Resposta da questão 18:[C]
A Guarda Nacional foi uma força
paramilitar organizada por lei no Brasil durante o período regencial para
assegurar o respeito à Constituição em vigor e conter rebeliões nas províncias.
Foi desmobilizada em 1922.
19. (Espm 2011) No século XIX, quando o Brasil era um
império, ocorreu a aprovação de medida que continha algumas significativas
decisões, tais como:
Art. 1º - Câmaras dos Distritos e
Assembleias substituirão os Conselhos Gerais, sendo estabelecido em todas as
províncias com o título de Assembleias Legislativas Provinciais.
Art. 26º - Se o Imperador não
tiver parente algum, que reúna as qualidades exigidas, será o Império
governado, durante a sua menoridade, por um regente eletivo e temporário, cujo
cargo durará quatro anos, renovando-se para esse fim a eleição de quatro em
quatro anos.
Art. 32º - Fica suprimido o
Conselho de Estado.
(Ilmar Rohloff de Mattos. O
Império da Boa Sociedade: A consolidação do Estado Imperial Brasileiro)
Os artigos devem ser relacionados
com:
a) Constituição de 1891;
b) Código do Processo
Criminal;
c) Projeto da Mandioca;
d) Código do Processo Civil;
e) Ato Adicional de 1834.
Resposta da questão 19:[E]
Questão que exige conhecimento
específico e memorização. Ao ler o texto é necessário saber e lembrar que tais
mudanças foram realizadas pelo Ato Adicional, conjunto de leis de 1834 que
promoveu alterações na Constituição do país. Tais medidas pretendiam promover
menos centralização da estrutura política e, para muitos historiadores,
representou uma “experiência republicana”, pois garantia alguma autonomia às
províncias e estabelecia a eleição do governante, com mandato definido, num
modelo que se assemelhava ao existente nos Estados Unidos.
20. (Ufc 2009) O Ato Adicional, decretado no período das
regências no Brasil pela Lei nº 16, de 12 de agosto de 1834, estabeleceu
algumas modificações na Constituição de 1824. Acerca dessas alterações,
assinale a alternativa correta.
a) O Conselho de Estado foi
reorganizado para que fosse possível conter os conflitos provinciais.
b) Os presidentes provinciais
passaram a ser eleitos e a ter o poder de aprovar leis e resoluções referentes
ao controle dos impostos.
c) O estabelecimento da Regência
Una, ao invés da Regência Trina, significou a eleição de um único regente, com
mandato até a maioridade de D. Pedro II.
d) As assembleias legislativas
provinciais foram criadas para proporcionar autonomia política e administrativa
às províncias no intuito de atender às demandas locais.
e) A Corte, com sede no Rio de
Janeiro, por meio da aliança entre progressistas e regressistas, continuou
centralizando as ações em defesa da Constituição de 1824.
Resposta da questão 20: [D]
21. (Ufc 2008) Em 07 de abril de 1831, o Imperador D. Pedro
I renunciou ao trono do Brasil, deixando como herdeiro seu filho de apenas
cinco anos de idade, o futuro D. Pedro II.
a) Cite quatro elementos que
provocaram a renúncia de D. Pedro I.
b) Como ficou conhecido o sistema
de governo que vigorou no período entre a abdicação de D. Pedro I e a coroação
de D. Pedro II?
c) O que motivou a instalação
desse sistema de governo?
d) Cite dois fatores que
contribuíram diretamente para a antecipação da coroação de D. Pedro II, por
meio do "golpe da maioridade".
Resposta da questão 21:
No início da década de 1830, a continuidade do
reinado de D. Pedro I tornou-se insustentável. A crise financeira, desencadeada
pelo declínio das exportações, pelo crescente endividamento externo e pelos
gastos com a Guerra da Cisplatina, resultou em um aumento da inflação e no
agravamento da pobreza. A isso somou-se a insatisfação com a centralização do
poder e o autoritarismo do Imperador, levando a intensos conflitos entre
facções favoráveis (em sua maioria ligados ao Partido Português) e contrárias
(em sua maioria ligados ao Partido Brasileiro) ao Imperador. Outro fator
importante foi o empenho do Imperador na luta a favor de seu irmão, D. Miguel,
o qual disputava, com a própria filha, D. Maria II, a sucessão do trono
português, após a morte de D. João VI. A junção destes elementos provocou a
renúncia do Imperador ao trono brasileiro em favor de seu filho, o príncipe D.
Pedro de Alcântara. A menoridade do herdeiro, que tinha, à época da abdicação,
apenas cinco anos de idade, o impossibilitou de governar. Por esse motivo, foi
estabelecido um governo regencial, que deveria dirigir o Império até que o
príncipe atingisse a maioridade. Entrementes, alguns fatores ligados à disputa
política entre Regressistas (depois chamados Conservadores) e Progressistas
(depois chamados Liberais) e às revoltas e rebeliões que ocorriam nas províncias,
fomentaram o "golpe da maioridade", antecipando a coroação do
príncipe, que foi declarado Imperador do Brasil, sob o título de D. Pedro II,
em 1840, quando tinha apenas 14 anos de idade. Foram causas imediatas disso: a
ascensão dos Regressistas ao poder, com a regência de Pedro Araújo Lima (1837)
e o consequente alijamento dos Progressistas; a limitação da autonomia
provincial, com a aprovação da Lei de Interpretação do Ato Adicional (1840); a
articulação entre liberais e palacianos ou áulicos em favor da antecipação da
maioridade do príncipe herdeiro; o interesse dos grandes proprietários rurais
em restabelecer a "ordem social", convulsionada pelos sucessivos
levantes populares ocorridos no período regencial, como a Revolta dos Malês (1835);
o desejo das elites políticas de evitar que a unidade territorial brasileira
fosse quebrada por movimentos separatistas, como a Farroupilha (1835) e a
Sabinada (1837).
22. (Fuvest) Bernardo Pereira
Vasconcelos, político brasileiro do período regencial, afirmou na segunda
metade dessa fase da História do Brasil ser necessário "parar o carro da
revolução".
a) Qual o contexto político e
social a que ele se referiu com essa avaliação?
b) Como foi encaminhada a
superação dessa situação?
resposta da questão 22:
a) Rebeliões regenciais.
b) A aristocracia rural reprimiu
a esses movimentos com a guarda nacional.
23. (Uerj) O Sete de Abril de 1831, mais do que o Sete de
Setembro de 1822, representou a verdadeira independência nacional, o início do
governo do país por si mesmo, a Coroa agora representada apenas pela figura
quase simbólica de uma criança de cinco anos. O governo do país por si mesmo,
levado a efeito pelas regências, revelou-se difícil e conturbado. Rebeliões e
revoltas pipocaram por todo o país, algumas lideradas por grupos de elite,
outras pela população tanto urbana como rural, outras ainda por escravos. (...)
A partir de 1837, no entanto, o regresso conservador ganhou força, até que o
golpe da Maioridade de 1840 colocou D. Pedro II no trono, inaugurando o Segundo
Reinado. Estava estruturado o Império do Brasil com base na unidade nacional,
na centralização política e na preservação do trabalho escravo.
(CARVALHO, J. Murilo et al. Documentação política,
1808-1840. In: "Brasiliana da Biblioteca Nacional". Rio de Janeiro:
Fundação Biblioteca Nacional/Nova Fronteira, 2001.)
Indique um exemplo de revolta popular, ocorrida no período
regencial e explique por que a antecipação da maioridade de D. Pedro II foi uma
solução para a crise.
resposta da questão 23:
O aluno poderá mencionar: Cabanagem, Sabinada, Revolta dos
Malês, Balaiada ou Guerra dos Farrapos. A antecipação da maioridade do
imperador visava pacificar as diversas revoltas que eclodiram pelo país ao
longo do período regencial e ao mesmo tempo evitar o temor por parte das elites
de que houvesse fragmentação política do território brasileiro uma vez que
algumas revoltas eram republicanas e separatistas.
24. (Ufrrj) O texto a seguir refere-se ao período da
política regencial no Brasil . A Câmara que se reunia em 1834 trazia poderes
constituintes para realizar a reforma constitucional prevista na lei de 12 de
outubro de 1832. De seu trabalho resultou o Ato Adicional publicado a 12 de
agosto de 1834 (...) O programa de reformas já fora estabelecido na lei de 12
de outubro, o Senado já manifestara sua concordância em relação ao mesmo e só
havia em aberto, questões de pormenor. No decorrer das discussões poder-se-ia
fixar o grau maior ou menor das autonomias provinciais, mas já havia ficado
decidido que não se adotaria a monarquia federativa, o que marcava como que um
teto à ousadia dos constituintes.
CASTRO, P. P. de. A experiência republicana, 1831-1840. In:
HOLANDA, S. B. de. "História Geral da Civilização Brasileira." v. 4.
São Paulo: Difel, 1985, p. 37.
a) Cite duas reformas instituídas pelo Ato Adicional de 12
de agosto de 1834.
b) Aponte a razão pela qual se costuma dizer que a Regência
correspondeu a uma "experiência republicana".
resposta da questão 24:
a) O Ato Adicional de 1834 transformou a Regência Trina em
Regência Una e estabeleceu a criação das Assembleias Legislativas nas
províncias brasileiras.
b) O governo regencial representou uma vitória dos liberais
moderados, que avançaram algumas propostas descentralizadoras de governo. Mas
apesar de derrotados, algumas das propostas dos exaltados foram ao menos
parcialmente contempladas. Entre elas está a autonomia provincial. Ora, o
modelo de república que estes exaltados tinham na cabeça era precisamente o
modelo americano, que punha uma ênfase forte na autonomia das unidades
federativas. Assim, apesar de não se tratar de uma federação, tal como a
americana, alguns autores têm falado em "experiência republicana"
para se referir a algumas das conquistas dos exaltados/republicanos durante a
Regência, inclusive o autor citado, Paulo P. de Castro.
25. (Uff) O Período Regencial, compreendido entre 1831 e
1840, foi marcado por grande instabilidade, causada pela disputa entre os
grupos políticos para o controle do Império e também por inúmeras revoltas, que
assumiram características bem distintas entre si. Em 1838, eclodiu, no
Maranhão, a Balaiada, somente derrotada três anos depois. Pode-se dizer que esse
movimento:
a) contou com a participação de segmentos sertanejos -
vaqueiros, pequenos proprietários e artesãos - opondo-se aos bem-te-vis, em
luta com os negros escravos rebelados, que buscavam nos cabanos apoio aos seus
anseios de liberdade;
b) foi de revolta das classes populares contra os
proprietários. Opôs os balaios (sertanejos) aos grandes senhores de terras em
aliança com escravos e negociantes;
c) foi, inicialmente, o resultado das lutas internas da
Província, opondo cabanos (conservadores) a bem-te-vis (liberais), aprofundadas
pela luta dos segmentos sertanejos liderados por Manuel Francisco dos Anjos, e
pela insurreição de escravos, sob a liderança do Negro Cosme, dando
características populares ao movimento;
d) lutou pela extinção da escravidão no Maranhão, pela
instituição da República e pelo controle dos sertanejos sobre o comércio da
carne verde e da farinha - então monopólio dos bem-te-vis -, sendo o seu
caráter multiclassista a razão fundamental de sua fragilidade;
e) sofreu a repressão empreendida pelo futuro Duque de
Caxias, que não distinguiu os diversos segmentos envolvidos na Balaiada,
ampliando a anistia decretada pelo governo imperial, em 1840, aos balaios e aos
negros de Cosme, demonstrando a vontade do Império de reintegrar, na vida da
província, todos os que haviam participado do movimento.
resposta da questão 25:[C]
26. (Ufpa 2008) Leia
atentamente o texto a seguir sobre a Cabanagem:
"É preciso compreender que se fazer cabano no Pará era
uma opção difícil e que precisa ser analisada à luz de todo um modo de pensar e
de estratégias de lutas, que, em certo modo, constituíam a vida cotidiana
daqueles homens e mulheres de 1835 - 1837, porém que foram gestados muito tempo
antes, entre pessoas concretas que vinham de inúmeros lugares, com línguas,
tradições e trabalhos diferenciados dentro da realidade amazônica".
Magda
Ricci. De la independencia a la revolución cabana: la Amazonia y el nacimiento
de Brasil (1808-1840). In: PEREZ, José Manuel Santos & PETIT, Pere.
"La Amazonia Brasileña en perspectiva histórica". Salamanca:
Ediciones Universidad de Salamanca, 2006, p. 88.
A Cabanagem, um dos mais expressivos movimentos sociais do
Brasil, ocorrido no Pará, no século XIX, tem suas raízes históricas na
a) opressão histórica que índios e tapuios sofreram do
domínio português, e a própria luta empreendida contra os privilégios das
elites portuguesas, que foram mantidos após a independência do País, deixando
esta gente pobre e até mesmo remediados e abastados, excluídos da participação
política e dos negócios do governo provincial.
b) diferença no tratamento dos assuntos políticos,
estabelecida pelo governo provincial, entre os que eram nativos, como os índios
e os tapuios, e aqueles que eram de nacionalidade estrangeira, ou que pelo
menos tivessem um título nobiliárquico outorgado pelo Imperador do Brasil.
c) memória de exploração que a sociedade nativa amazônica
tinha do cativeiro imposto pelos senhores de escravos portugueses durante as
lutas de Independência, considerando-se que essas lutas levaram a província do
Pará a sofrer um período de escassez de produtos alimentícios, especialmente da
farinha de mandioca.
d) época em que os "malvados" cabanos, sem
qualquer sentimento humanitário e sem comando revolucionário, trucidavam todos
aqueles que fossem simpatizantes do governo regencial ou tivessem propriedades
fundiárias na ilha do Marajó.
e) revolta das camadas populares, especialmente negras e
mestiças, contra o governo do regente Diogo Feijó, porque este havia
determinado que todos os portugueses fossem expulsos da Província do Pará e a
direção do governo provincial fosse entregue ao Barão do Marajó.
Resposta da questão 26:[A]
27. (FGV) Documentos inéditos descobertos na Inglaterra
relatam que, apenas 13 anos depois de proclamada a Independência, o governo
brasileiro pediu auxílio militar às grandes potências da época - Inglaterra e
França - para reprimir a Cabanagem (...) no Pará. (...) Em 1835, o regente
Diogo Antônio Feijó reuniu-se secretamente com os embaixadores da França e da
Grã-Bretanha. Durante a reunião, Feijó pediu ajuda militar, de 300 a 400 homens
para cada um dos países, no intuito de ajudar o governo central brasileiro a
acabar com a rebelião.
(Luís Indriunas, "Folha de S. Paulo", 13.10.1999)
A partir das informações apresentadas pelos documentos
encontrados, é correto afirmar que o período regencial
a) foi marcado pela disputa política entre regressistas e
progressistas, que defendiam, respectivamente, a escravidão e a imediata
abolição da escravatura.
b) pode ser considerado parte de um momento especial de
construção do Estado nacional no Brasil, durante o qual a unidade territorial
esteve em perigo.
c) não apresentou grande preocupação por parte das
autoridades regenciais e nem da aristocracia rural, apesar das inúmeras
rebeliões espalhadas pelo país.
d) teve como característica marcante a ampliação da
participação popular por meio do voto universal e da criação do Conselho de
Representantes das Províncias do Império.
e) teve como momento mais importante a aprovação do Ato
Adicional de 1834, que estabeleceu medidas político-administrativas voltadas
para a centralização política.
resposta da questão 27:[B]
28. (Ufg 2010) A
ocorrência de rebeliões, tais como a Cabanagem (1835-1840), no Pará, a Sabinada
(1837-1838), na Bahia, e a Balaiada (1838-1841), no Maranhão, determinou a
caracterização da Regência como um período conturbado. Todavia, a ocorrência de
rebeliões tão distintas apresenta como aspecto comum a
a) reivindicação popular pela abolição da escravatura,
tornando inviável o apoio das camadas médias urbanas aos movimentos contra a
ordem regencial.
b) influência da experiência republicana da América
Hispânica, decorrente da proximidade intelectual entre as elites imperiais e os
criollos.
c) mobilização das camadas populares pelos segmentos da elite,
objetivando o controle do poder nas referidas províncias.
d) tentativa de restabelecer o poder moderador,
transferindo-o para a Regência Una como forma de resistir às reformas
liberais.
e) rejeição ao regime monárquico, revelador da permanência
do privilégio concedido ao português desde a Colônia.
Resposta da questão 28:[C]
É muito comum compreender a História a partir da postura das
elites, desprezando as necessidades, reivindicações e lideranças populares.
Muitos autores – não apenas historiadores – entendem sempre a presença popular
como “massa de manobra”, conforme propõe o exercício.
Durante esse período, o poder moderador não foi exercido e
nem todas as rebeliões eram republicanas ou antilusitanas.
29. (Unesp) Sobre as revoltas do Período Regencial
(1831-1840), é correto afirmar que
a) indicavam o descontentamento de diferentes setores
sociais com as medidas de cunho liberal e antiescravista dos regentes,
expressas no Ato Adicional.
b) algumas, como a Farroupilha (RS) e a Cabanagem (PA),
foram organizadas pelas elites locais e não conseguiram mobilizar as camadas
mais pobres e os escravos.
c) provocavam a crise da Guarda Nacional, espécie de milícia
que atuou como poder militar da Independência do país até o início do Segundo
Reinado.
d) a Revolta dos Malês (BA) e a Balaiada (MA) foram as
únicas que colocaram em risco a ordem estabelecida, sendo sufocadas pelo Duque
de Caxias.
e) expressavam o grau de instabilidade política que se
seguiu à abdicação, o fortalecimento das tendências federalistas e a
mobilização de diferentes setores sociais.
resposta da questão 29:[E]
30. (Unb 2011)
Durante séculos, os escravos afro-americanos aprenderam a ler em
condições extraordinariamente difíceis, arriscando a vida. Aqueles que
quisessem se alfabetizar eram forçados a encontrar métodos tortuosos de
aprender. Aprender a ler, para os escravos, não era um passaporte imediato para
a liberdade, mas uma maneira de ter acesso a um dos instrumentos poderosos de
seus opressores: o livro. Os donos de escravos (tal como os ditadores, tiranos,
monarcas absolutos e outros detentores do poder) acreditavam firmemente no
poder da palavra escrita. Como séculos de ditadores souberam, uma multidão
analfabeta é mais fácil de dominar; uma vez que a arte da leitura não pode ser
desaprendida, o segundo melhor recurso é limitar seu alcance. Os livros, escreveu
Voltaire no panfleto satírico Sobre o Terrível Perigo da Leitura, “dissipam a
ignorância, a custódia e a salvaguarda dos estados bem policiados”.
Alberto Manguel. Uma história da leitura. (Trad. Pedro Maia
Soares). São Paulo: Companhia das Letras, 1997, p. 312-15 (com adaptações).
A partir do texto acima, julgue o item abaixo.
Em Salvador, na rebelião conhecida como a Revolta dos Malês
— confronto sangrento entre escravos africanos seguidores do islamismo e tropas
do governo brasileiro —, destaca-se o fato de muitos revoltosos estarem aptos
para ler e escrever no idioma árabe, o que contribuiu para a preparação da
insurreição.
Resposta da questão 30:
Correto –
considerando que a base da religião é o Corão e que essa obra é escrita em
língua árabe e não era traduzida, os convertidos de qualquer região acabavam
forçados a aprender o árabe. Isso explica o fato de diversos povos africanos
conhecerem essa língua, pois desde o século VII houve um processo de
islamização em diferentes regiões do continente.
O conflito citado foi uma das rebeliões do período
regencial, ocorrida em 1835 e massacrada pelo governo.
31. (Fuvest 2009)
"Nossas instituições vacilam, o cidadão vive receoso, assustado; o
governo consome o tempo em vãs recomendações... O vulcão da anarquia ameaça
devorar o Império: aplicai a tempo o remédio."
Padre
Antonio Feijó, em 1836.
Essa reflexão pode ser explicada como uma reação à:
a) revogação da Constituição de 1824, que fornecia os
instrumentos adequados à manutenção da ordem.
b) intervenção armada brasileira na Argentina, que causou
grandes distúrbios nas fronteiras.
c) disputa pelo poder entre São Paulo, centro econômico
importante, e Rio de Janeiro, sede do governo.
d) crise decorrente do declínio da produção cafeeira, que
produziu descontentamento entre proprietários rurais.
e) eclosão de rebeliões regionais, entre elas, a Cabanagem
no Pará e a Farroupilha no sul do país.
Resposta da questão 31:[E]
32. (Unesp 2010)
Entre as várias rebeliões ocorridas no período regencial, destaca-se a
chamada Guerra dos Farrapos, iniciada em 1835. O conflito
a) prosseguiu até a metade da década seguinte, quando o
governo do Segundo Império aumentou os impostos de importação dos produtos
bovinos argentinos e anistiou os revoltosos.
b) demonstra que as disputas comerciais entre Brasil e
Argentina se iniciaram logo depois da independência e desde então se agravaram,
até atingir a atual rivalidade entre os dois países.
c) permitiu a adoção de um regime federalista no Brasil, uma
vez que as negociações entre o governo imperial e os rebeldes determinaram a
autonomia política rio-grandense.
d) revela a impossibilidade de estabelecer relações
políticas e diplomáticas na América Latina após a independência política e
durante o período de formação dos estados nacionais.
e) impediu a continuação do período regencial e levou à
aceitação de outra exigência dos participantes da revolta: a antecipação da
maioridade do futuro imperador Pedro II.
Resposta da questão 32:[A]
A Guerra dos Farrapos envolveu principalmente os gaúchos – e
também catarinenses – contra o governo central. Iniciou-se ainda no período
regencial em 1835 e terminou durante o Segundo Reinado, em 1845, fruto de
grande repressão movida pelo exército comandado pelo Duque de Caxias e por
concessões aos revoltosos.
A Guerra foi motivada pela elevação dos impostos internos
sobre a carne do Rio Grande e por uma postura separatista da elite estancieira.
33. (Pucpr 2010) “O
Rio Grande do Sul era um caso especial entre as regiões brasileiras desde os
tempos da Colônia. Por sua posição geográfica, formação econômica e vínculos
sociais, os gaúchos tinham muitas ligações com o mundo platino, em especial com
o Uruguai. Os chefes de grupos militarizados da fronteira – os caudilhos -, que
eram também criadores de gado, mantinham extensas relações naquele país. Aí
possuíam terra e se ligavam, pelo casamento, a muitas famílias da elite.”
FAUSTO, Boris. História Concisa do Brasil. São Paulo: EDUSP,
2008, p. 91.
Com base no exposto, é CORRETO afirmar em relação à
Revolução Farroupilha:
a) Foi uma guerra civil que levou ao confronto dois grupos
políticos rivais no Rio Grande do Sul: os maragatos e os farroupilhas. Estes
últimos exigiam mudanças profundas no governo, acusando-o de não atender às
necessidades da província.
b) Os farroupilhas exigiam maior autonomia da província em
relação ao governo central, o que, no decorrer da luta, resultou na proclamação
de uma República Federal na região Sul do Brasil, que englobava também Santa
Catarina e partes do Paraná.
c) Foi causada essencialmente pelo descontentamento dos
estancieiros gaúchos com os altos impostos que eram obrigados a pagar e com os
baixos preços estabelecidos pelo governo para a venda de gado, charque, couros
e peles ao restante do país.
d) A Guerra dos Farrapos, que durou dez anos, iniciou-se em
1893, quando os farroupilhas exigiram a destituição do novo presidente da
província, Antônio Rodrigues Fernandes Braga. Em setembro daquele ano, as
tropas do chefe farroupilha Bento Gonçalves ocuparam Porto Alegre e proclamaram
a independência do Rio Grande do Sul.
e) A Guerra dos Farrapos terminou em negociações com o
governo, que acabaram favorecendo os interesses da burguesia urbana de Porto
Alegre, Pelotas e Rio Grande. Os estancieiros, que mais se dedicaram ao
processo revolucionário, pouco foram beneficiados.
Resposta da questão 33:[C]
A afirmativa correta já estabelece a causa fundamental da
Guerra dos Farrapos (Revolução Farroupilha), a mais longa (estendeu-se ao
Segundo Reinado) e expressiva das revoltas ocorridas no período regencial do
Brasil. O movimento teve caráter separatista e republicano, o que pode ser
identificado na proclamação das repúblicas do Piratini (Rio Grande do Sul) e
Juliana (Santa Catarina).
34. (Uerj 2011) Em
nome do povo do Rio Grande, depus o governador e entreguei o governo ao seu
substituto legal. E em nome do Rio Grande do Sul, digo que nesta província
extrema, afastada da Corte, não toleramos imposições humilhantes. O Rio Grande
é a sentinela do Brasil que olha vigilante o Rio da Prata. Não pode e nem deve
ser oprimido pelo despotismo. Exigimos que o governo imperial nos dê um
governador de nossa confiança, que olhe pelos nossos interesses, ou, com a
espada na mão, saberemos morrer com honra, ou viver com liberdade.
Carta escrita em 1835 por Bento Gonçalves, líder
farroupilha, ao Regente Feijó.
Adaptado de PESAVENTO, S. J. A Revolução Farroupilha. São
Paulo: Brasiliense, 1990.
Rio-grandenses! Tenho o prazer de anunciar-vos que a guerra
civil que por mais de nove anos devastou esta bela província está terminada. Os
irmãos contra quem combatíamos estão hoje congratulados conosco e já obedecem
ao legítimo governo do Império do Brasil.
União e tranquilidade sejam de hoje em diante nossa divisa.
Viva a religião, viva o Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil.
Viva a integridade do Império.
Proclamação feita pelo Barão de Caxias em 1845, fim da
Revolução Farroupilha.
Adaptado de SOUZA, A. B. de. Duque de Caxias: o homem por
trás do monumento. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008.
A consolidação do Império do Brasil, entre as décadas de
1830 e 1850, significou a vitória de determinado projeto político e também o
combate de propostas, como as defendidas pelos que lutaram na Revolução
Farroupilha.
Aponte uma das propostas dos líderes farroupilhas e explique
por que esse movimento foi considerado ameaçador pelos dirigentes do Império do
Brasil.
Resposta da questão
34:
Uma das propostas:
• defesa do federalismo.
• abolição da escravidão.
• possibilidade de separatismo.
• defesa do regime republicano.
• revisão da política tributária imperial relativa ao
charque sulino.
Os farroupilhas criticavam a monarquia e principalmente sua
política centralizadora e unitarista, ameaçando a integridade territorial da
nação e o ideal de unidade estabelecido pela Constituição de 1824.
A principal ameaça da rebelião gaúcha era o separatismo, que
romperia a integridade do império do ponto de vista político e territorial. A
Revolução Farroupilha iniciou-se no período regencial, marcado pela
reorganização do Estado brasileiro e por lutas que ameaçam a estrutura
tradicional de poder e encerrou-se já durante o Segundo Reinado, após forte
repressão, mas com a preocupação de reconciliação, como se depreende do
discurso de Duque de Caxias.
35. (G1 - col.naval 2011)
"A revolta de 1835, também chamada a 'grande insurreição', foi o
ponto culminante de uma série que vinha desde 1807. A revolta desses escravos
islamizados, em consequência, não será apenas uma eclosão violenta mas
desorganizada, apenas surgida por um incidente qualquer. Será, pelo contrário,
planejada nos seus detalhes, precedida de todo um período organizativo (...).
Reuniam-se regularmente para discutirem os planos de insurreição, muitas vezes
j untamente com elementos de outros grupos do centro da cidade. (...) O
movimento vinha sendo articulado também entre os escravos dos engenhos e os
quilombolas da periferia. (...) O plano não foi cumprido na íntrega porque
houve delação. (...) os escravos, vendo que tinham de antecipar a revolta,
lançaram-se à carga de qualquer maneira. (...) Derrotada a insurreição, os seus
líderes se portaram dignamente."
(Moura,Clóvis. Os Quilombos e a Rebelião Negra. 7 ed. São
Paulo, Brasiliense, 1987. pp. 63-69.)
Sobre a rebelião escrava relatada no texto, é correto
afirmar que:
a) foi comandada por Ganga Zumba que planejava implantar um
território livre no Recôncavo Baiano.
b) nessa rebelião, chamada de Revolta dos Males,
participaram escravos de diversas etnias que pretendiam acabar com a escravidão
na Bahia.
c) a revolta ocorreu devido à intolerância religiosa, já que
os escravos foram impedidos de praticar sua religião, o Candomblé.
d) seu líder Zumbi dos Palmares, após longa resistência às
tropas do governo, acabou sendo preso e enforcado e o quilombo foi
destruído.
e) nessa rebelião, denominada Conjuração Baiana, os
revoltosos queriam a independência do Brasil e o fim da escravidão.
Resposta da questão 31:[B]
Rebelião que ocorreu no período regencial é pouco conhecida
e pouco estudada. Organizada por escravos africanos muçulmanos, o principal
objetivo era a luta pela liberdade e, ao mesmo tempo, foi movida por forte
sentimento “racial”, em oposição ao “domínio branco”. A organização dos
escravos de Salvador foi, ao longo do tempo, influenciada pelos acontecimentos
no Haiti, que redundaram na independência daquele país, a partir de uma
verdadeira “Revolução Negra”.
36. (Unicamp simulado 2011)
Desde 1835 cogitava-se antecipar a ascensão de D. Pedro II ao trono. A
expectativa de um imperador capaz de garantir segurança e estabilidade ao país
era muito grande. Na imagem do monarca, buscava-se unificar um país muito
grande e disperso.
(Adaptado de Lilia Moritz Schwarcz. As barbas do imperador:
D. Pedro II, um monarca nos trópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2006, p.
64, 70, 91.)
No período regencial, a estabilidade e a unidade do país
estavam ameaçadas porque
a) a ausência de um governo central forte causara uma crise
econômica, devido à queda das exportações e à alta da inflação, o que favorecia
a ocorrência de distúrbios sociais e o aumento da criminalidade.
b) o desenvolvimento econômico ocorrido desde a
transferência da corte portuguesa para o Rio de Janeiro levou as elites
provinciais a desejarem a emancipação em relação à metrópole.
c) a ausência de um representante da legitimidade monárquica
no trono permitia questionamentos ao governo central, levando ao avanço do
ideal republicano e à busca de maior autonomia por parte das elites
provinciais.
d) a expansão da economia cafeeira no sudeste levava as
elites agrárias a desejarem uma maior participação no poder político, levando à
ruptura da ordem monárquica e à instauração da república.
e) a expansão da economia cafeeira no sudeste levava as
elites agrárias a desejarem uma maior participação no poder político, levando à
ruptura da ordem monárquica e à instauração da república.
Resposta da questão 36:[C]
Estendendo-se de 1831 a 1840, o governo regencial abriu
espaço para diferentes correntes políticas, como a dos liberais, subdivididos
entre moderados e exaltados, cujas posições políticas iam desde a manutenção
das estruturas monárquicas até a formulação de um novo governo republicano e a
dos restauradores, em sua maioria portugueses defensores de que a estabilidade
só se daria com o retorno de Dom Pedro I.
A existência de diferentes posições políticas, revelando a
falta de unidade entre os integrantes da política nacional, gerou um quadro de
disputas e instabilidade. Umas das mais claras consequências desses desacordos
foram as revoltas deflagradas durante a regência. A Sabinada na Bahia, a
Balaiada no Maranhão e a Revolução Farroupilha na região Sul foram todas
manifestações criadas em consequência da desordem que marcou todo o período
regencial.
37. (Unicamp 2010) O
imperador D. Pedro II era um mito antes de ser realidade. Responsável desde
pequeno, pacato e educado, suas imagens constroem um príncipe diferente de seu
pai, D. Pedro I. Não se esperava do futuro monarca que tivesse os mesmos arroubos
do pai, nem a imagem de aventureiro, da qual D. Pedro I não pôde se
desvincular. A expectativa de um imperador capaz de garantir segurança e
estabilidade ao país era muito grande. Na imagem de um monarca maduro,
buscava-se unificar um país muito grande e disperso.
(Adaptado de Lilia Moritz Schwarcz, As barbas do imperador:
D. Pedro II, um monarca nos trópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2006, p.
64, 70, 91)
a) Segundo o texto, quais os significados políticos da
construção de uma imagem de D. Pedro II que o diferenciasse de seu pai?
b) Que características do período regencial ameaçavam a
estabilidade do país?
Resposta da questão 37:
a) De acordo com o
texto, a construção da imagem de D. Pedro II, diferenciada da de seu pai,
representaria segurança e estabilidade para o país e sua unificação em torno da
figura do imperador.
b) Das características do período regencial que ameaçavam a
estabilidade do país, pode-se considerar a vacância do trono em razão da
menoridade de D. Pedro II e a ocorrência de revoltas de caráter separatistas
autonomistas em algumas províncias.
38. (Unicamp 2007)
Iniciada como conflito entre facções da elite local, a Cabanagem, no
Pará (1835-1840), aos poucos fugiu ao controle e tornou-se uma rebelião
popular. A revolta paraense atemorizou até mesmo liberais como Evaristo da
Veiga. Para ele, tratava-se de gentalha, crápula, massas brutas. Em outras
revoltas, o conflito entre elites não transbordava para o povo. Tratava-se, em
geral, de províncias em que era mais sólido o sistema da grande agricultura e
da grande pecuária. Neste caso está a revolta Farroupilha, no Rio Grande do
Sul, que durou de 1835 a 1845.
(Adaptado
de José Murilo de Carvalho. "A construção da ordem: a elite imperial.
Teatro de sombras: a política imperial". Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2003. p. 252-253.)
a) Segundo o texto, o que diferenciava a Cabanagem da
Farroupilha?
b) Quais os significados das revoltas provinciais para a
consolidação do modelo político
Resposta da questão 38:
a) A Cabanagem foi
uma revolta de caráter popular, realizada pelas camadas despossuídas,
representadas pelos cabanos, populações ribeirinhas do Pará. Já a Revolução
Farroupilha teve caráter elitista, por ter sido conduzida pelos estancieiros
ligados à grande propriedade rural.
b) As revoltas provinciais puseram em risco a unidade do
Brasil, na medida em que representaram a defesa de interesses localizados,
representados pelas proposições federalistas e/ou separatistas presentes nos
movimentos. Assim sendo, a derrota desses movimentos significou a consolidação
do centralismo/unitarismo e dos interesses da aristocracia fundiária e
escravista que marcaram a política do Segundo Reinado.
c) Essas elites provinciais rebelavam-se fundamentalmente
contra o excessivo centralismo do Império, pois aspiravam à autonomia de suas
províncias. No caso da Revolução Farroupilha, deve-se acrescentar o
descontentamento com as altas taxas cobradas sobre o charque e outros produtos
sul-rio-grandenses.
39. (Ufc 2007) Leia o
texto a seguir.
"Frequentemente, os liberais reformistas propunham as reformas e os
conservadores as implementavam."
CARVALHO,
José Murilo de. "A construção da ordem: a elite política imperial".
4. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003, p. 224.
Os conservadores e os liberais, citados anteriormente, foram
protagonistas de um sistema político engenhoso, que funcionava ao modo de uma
monarquia parlamentar, de um lado garantindo a estabilidade política do País, a
partir da defesa da "ordem" e da "civilização", de outro
retardando reformas necessárias, como a abolição. A partir dessas informações e
dos seus conhecimentos, responda às questões propostas.
a) Cite dois grupos sociais que compuseram cada um desses
dois partidos. (Partido Conservador e Partido Liberal)
b) Apresente uma razão pela qual padres e soldados tiveram
sua ação política limitada durante a Regência e o Segundo Reinado.
Resposta da questão 39:
a) O partido
Conservador congregava os proprietários de terra ligados ao setor exportador e
burocratas, em grande parte, magistrados, de importância na consolidação do
Estado brasileiro, devido a sua ação em prol da centralização administrativa.
O Partido Liberal reunia proprietários ligados ao mercado
interno e às áreas recentes de colonização e profissionais liberais, na sua
maioria advogados, professores, jornalistas, médicos e engenheiros.
b) Os limites a atuação política de padres e soldados podem
ser explicados pelo fato de:
- A Constituição de 1824, por unir a Igreja ao Estado,
conferindo ao último o poder de nomear os bispos e a responsabilidade de pagar
os salários dos padres, a deterioração do ensino religioso e do clero e a
situação financeira dos seminários maiores, colocava os religiosos sob a
dependência e a autoridade do Estado.
- Os soldados, aceitos na véspera e após a
independência, pela oposição aos oficiais e comerciantes portugueses, foram
descartados na Regência, com a criação da Guarda Nacional, por Feijó. O
histórico de participação desses militares em movimentos de cunho popular
atemorizava as elites. Com o fim da Guerra do Paraguai, em 1870, reativaram a
ação política.
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