sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Roteiro de estudos: A plantation escravista

Roteiro de estudos: A Plantation escravista

A plantation escravista


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Lista nº 2 - Primeiro Ano (2014) 

Teste seus conhecimentos sobre a economia açucareira na América portuguesa


1. (ENEM 2011) O açúcar e suas técnicas de produção foram levados  à Europa pelos árabes no século VIII, durante a Idade  Média, mas foi principalmente a partir das Cruzadas  (séculos XI e XIII) que a sua procura foi aumentando.  Nessa época passou a ser importado do Oriente Médio e produzido em pequena escala no sul da Itália, mas continuou a ser um produto de luxo, extremamente caro, chegando a figurar em dotes de princesas casadoiras.
CAMPOS, R. Grandeza do Brasil no tempo de Antonil (1681-1716). São Paulo: Atual, 1996.

Considerando o conceito do Antigo Sistema Colonial, o açúcar foi o produto escolhido por Portugal para dar início à colonização brasileira, em virtude de
a) o lucro obtido com o seu comércio ser muito vantajoso.
b) os árabes serem aliados históricos dos portugueses.
c) a mão de obra necessária para o cultivo ser insuficiente
d) as feitorias africanas facilitarem a comercialização desse produto.
e) os nativos da América dominarem uma técnica de  cultivo semelhante.



resposta da questão 1:[A]

Comentário da questão:

Considerando o conceito do Antigo Sistema Colonial, o papel da colônia é o de possibilitar o enriquecimento da metrópole (acúmulo primitivo de ouro e prata), oferecendo a ela produtos economicamente viáveis para serem comercializados nos mercados europeus.
O açúcar, como afirma o enunciado, era uma especiaria muito relevante para esse comércio, por ser valorizado e procurado em muitos mercados europeus. A fácil adaptação da cana ao solo e clima brasileiros facilitou seu cultivo, principalmente no Nordeste do Brasil, possibilitando lucros muito vantajosos para a metrópole, Portugal.




2. (ENEM 2012) Em um engenho sois imitadores de Cristo crucificado porque padeceis em um modo muito semelhante o que o mesmo Senhor padeceu na sua cruz e em toda a sua paixão. A sua cruz foi composta de dois madeiros, e a vossa em um engenho é de três. Também ali não faltaram as canas, porque duas vezes entraram na Paixão: uma vez servindo para o cetro de escárnio, e outra vez para a esponja em que lhe deram o fel. A Paixão de Cristo parte foi de noite sem dormir, parte foi de dia sem descansar, e tais são as vossas noites e os vossos dias. Cristo despido, e vós despidos; Cristo sem comer, e vós famintos; Cristo em tudo maltratado, e vós maltratados em tudo. Os ferros, as prisões, os açoites, as chagas, os nomes afrontosos, de tudo isto se compõe a vossa imitação, que, se for acompanhada de paciência, também terá merecimento de martírio.
VIEIRA, A. Sermões. Tomo XI. Porto: Lello & Irmão, 1951 (adaptado).

O trecho do sermão do Padre Antônio Vieira estabelece uma relação entre a Paixão de Cristo e
a) a atividade dos comerciantes de açúcar nos portos brasileiros.
b) a função dos mestres de açúcar durante a safra de cana.
c) o sofrimento dos jesuítas na conversão dos ameríndios.
d) o papel dos senhores na administração dos engenhos.
e) o trabalho dos escravos na produção de açúcar.


resposta da questão 2:[E]


Comentário da questão:

No trecho do Sermão do Padre Vieira, há um paralelo entre a Paixão de Cristo e as condições a que eram submetidos os escravos nos engenhos de açúcar.

3. (ENEM 2012) Torna-se claro que quem descobriu a África no Brasil, muito antes dos europeus, foram os próprios africanos trazidos como escravos. E esta descoberta não se restringia apenas ao reino linguístico, estendia-se também a outras áreas culturais, inclusive à da religião.
Há razões para pensar que os africanos, quando misturados e transportados ao Brasil, não demoraram em perceber a existência entre si de elos culturais mais profundos.
SLENES, R. Malungu, ngoma vem! África coberta e descoberta do Brasil. Revista USP, n. 12, dez./jan./fev. 1991-92 (adaptado).


Com base no texto, ao favorecer o contato de indivíduos de diferentes partes da África, a experiência da escravidão no Brasil tornou possível a
a) formação de uma identidade cultural afro-brasileira.
b) superação de aspectos culturais africanos por antigas tradições europeias.
c) reprodução de conflitos entre grupos étnicos africanos.
d) manutenção das características culturais específicas de cada etnia.
e) resistência à incorporação de elementos culturais indígenas.



resposta da questão 3:[A]


Comentário da questão:

A vinda para o Brasil de diferentes grupos africanos, trazidos de distintas regiões daquele continente, possibilitou a identificação e a superação de algumas desigualdades culturais existentes entre eles.
Dessa forma o sincretismo entre bantos, sudaneses e malês, por exemplo, contribui para a formação de uma identidade cultural africana no Brasil.



4. (PUC MG 2013) A Colônia brasileira utilizou-se amplamente da mão de obra escrava, de origem africana, até a abolição da escravidão em 1888. Sobre utilização desse tipo de da mão de obra no Brasil, é CORRETO afirmar: 
a) Restringiu-se ao uso nos grandes latifúndios, onde trabalhavam na lavoura e no engenho, não se fazendo presente nas povoações do tipo urbano. 
b) Substituiu a mão de obra escrava de origem indígena, que não se adequava ao sistema de produção colonial, pois era considerada preguiçosa. 
c) Estimulou a caça e apresamento de indígenas, durante os séculos XVI e XVII, com intuito de vendê-los e fazer concorrência aos elementos africanos. 
d) Representava os interesses da Coroa portuguesa na adoção do sistema de plantation (monocultura e escravidão) e no estímulo ao tráfico de escravos. 



resposta da questão 4:[D]

Comentário da questão:
Entre o final do século XVI e as últimas décadas do século XIX, os escravos negros tornaram-se a mão de obra por excelência da América Portuguesa. O trabalho escravo completava o latifúndio e a monocultura, imprescindíveis para o sucesso da economia agroexportadora implantada na Colônia pela Coroa portuguesa.






5. (FATEC) As colônias eram uma das mais importantes fontes de riquezas das quais as monarquias nacionais europeias lançavam mão para se consolidar como Estados fortes e centralizados. 

Sobre o Brasil-Colônia é correto afirmar:
a) na sociedade colonial brasileira, existiram relações feudais de produção, especialmente na submissão das populações nativas.
b) entre as atividades voltadas para exportação estava a pecuária, que abastecia as diferentes regiões brasileiras e a metrópole.
c) a administração colonial era descentralizada, cabendo às Câmaras Municipais governar o país.
d) no séc. XVIII, a região das Minas Gerais iria sofrer um declínio populacional devido às restrições feitas por Portugal, que temia perder o controle da lavra e da fundição do ouro.
e) com a cana-de-açúcar ocorreu efetivamente o processo de povoamento e de instalação da estrutura político-administrativa portuguesa, no Brasil.




resposta da questão 5:[E]

Comentário da questão:
A introdução da plantation açucareira representou o início efetivo e sistemático da colonização da América portuguesa com o estabelecimento das primeiras vilas e da administração colonial, primeiramente com o advento das Capitanias Hereditárias e posteriormente com a implantação do sistema de Governo Geral.


6. (UNIFESP) Com relação à economia do açúcar e da pecuária no nordeste durante o período colonial, é correto afirmar que:
a) por serem as duas atividades essenciais e complementares, portanto as mais permanentes, foram as que mais usaram escravos.
b) a primeira, tecnologicamente mais complexa, recorria à escravidão, e a segunda, tecnologicamente mais simples, ao trabalho livre.
c) a técnica era rudimentar em ambas, na agricultura por causa da escravidão, e na criação de animais por atender ao mercado interno.
d) tanto em uma quanto em outra, desenvolveram-se formas mistas e sofisticadas de trabalho livre e de trabalho compulsório.
e) por serem diferentes e independentes uma da outra, não se pode estabelecer qualquer tentativa de comparação entre ambas.





resposta:[B]

Comentário da questão:
A economia açucareira na América portuguesa apresentava como características fundamentais a produção em larga escala visando o mercado externo, desenvolvida em grandes propriedades, denominadas latifúndios monocultores, utilizando-se basicamente de numerosa mão de obra constituída de africanos escravizados. Por outro lado, a pecuária extensiva se constituiu como atividade complementar e subsidiária da produção de açúcar. Vale ressaltar que esta atividade econômica requeria menor investimento de capitais e reduzida mão de obra, constituída majoritariamente por homens livres pobres. Entretanto cabe aqui uma ressalva, na medida em que recentes pesquisas historiográficas comprovaram também a utilização de uma pequena parcela de escravos negros na citada atividade econômica.


7. (CESGRANRIO) Apesar do predomínio da agromanufatura açucareira na economia colonial brasileira, a pecuária e a extração das "drogas do sertão" foram fundamentais. A esse respeito, podemos afirmar que:
a) ocorreu uma grande absorção da mão-de-obra escrava negra, particularmente na pecuária.
b) a presença do indígena na extração das "drogas do sertão" foi essencial pelo conhecimento da geografia da região nordeste.
c) por serem atividades complementares, a força de trabalho não se dedicava integralmente a elas.
d) ambas foram responsáveis pelo processo de interiorização do Brasil colonial.
e) possibilitaram o surgimento de um mercado interno que se contrapunha às flutuações do comércio internacional.



resposta:[D]

Comentário da questão:
A pecuária foi fundamental para a ocupação do interior da colônia, Vale do São Francisco no Nordeste e os campos do Sul da colônia. A exploração das drogas do sertão contribuiu para a colonização da região amazônica.


8. (UNESP) A solução dada à questão dinástica portuguesa, após o desaparecimento de D. Sebastião em Alcácer-Quibir (1578) repercutiu na Europa e no ultramar. Considere a fase de união das Monarquias Ibéricas (1580-1640) e relacione as consequências no Brasil.



resposta:

A União Ibérica (1580-1640) foi o período em que Portugal foi dominado pela Espanha. Durante o referido período ocorreram na América portuguesa o surgimento das bandeiras, expedições que penetravam no interior do território, embargo comercial com os holandeses decretados pelos espanhóis, invasão holandeses no Nordeste brasileiro.

9. (UFG) No período da União Ibérica (1580-1640), o domínio espanhol sobre Portugal provocou também mudanças político-econômicas importantes no império colonial português. Explique uma das mudanças ocorridas na América portuguesa, resultante da dominação espanhola.


resposta:



Entre as mudanças principais podem ser citadas:

– A expansão das fronteiras e o rompimento das linhas definidas pelo Tratado de Tordesilhas;

– A união das coroas ibéricas foi fundamental para as invasões holandesas no Nordeste brasileiro em busca do domínio das regiões produtoras de açúcar em função das guerras entre holandeses e espanhóis;

– Incentivo às expedições em busca de ouro.


10. (UNICAMP) Entre 1580 e 1640, Portugal enfrentou uma delicada situação política: de um lado, passou a pertencer à União Ibérica e, de outro, viu os holandeses dominarem Pernambuco, através da Companhia das Índias Ocidentais, a partir de 1630.

a) O que foi a União Ibérica?

b) Dê três motivos para a invasão holandesa no Brasil.




resposta:
a)  Foi a união da coroa portuguesa a coroa espanhola. Teve a duração de 60 anos (1580 – 1640). Com a morte prematura de D. Sebastião e o do Cardeal D. Henrique, o parente mais próximo era Filipe II da Espanha, da dinastia Habsburgo que acabou herdando o trono.

b) A guerra de independência holandesa em relação à Espanha. A manutenção do comércio de açúcar. O receio holandês de perder o lucrativo comércio açucareiro.



11. (UFMG-1994) Leia os versos.
"Seiscentas peças barganhei
- Que pechincha! - no Senegal
A carne é rija, os músculos de aço,
Boa liga do melhor metal.
Em troca dei só aguardente,
Contas, latão - um peso morto!
Eu ganho oitocentos por cento
Se a metade chegar ao porto".
(Heinrich HEINE,, APUD BOSI, Alfredo. DIALÉTICA
DA COLONIZAÇÃO. São Paulo: Cia. das Letras, 1992).

a) IDENTIFIQUE a atividade a que se referem esses versos.
b) Cada uma das estrofes desenvolve uma ideia central. IDENTIFIQUE essas ideias.



resposta:
a) O comércio de escravos
b) A primeira estrofe refere-se as características físicas dos 
negros; a Segunda refere-se o que era dado como pagamento em troca dos escravos e o transporte desta mão de obra, como muitas vezes perdia-se vários nesta viagem. 



12. (Fuvest) No que diz respeito à combinação entre capital, tecnologia e organização, a lavoura açucareira implantada pelos portugueses no Brasil seguiu um modelo empregado anteriormente

a) no Norte da África e no Caribe.
b) no Mediterrâneo e nas ilhas africanas do Atlântico.
c) no sul da Itália e em São Domingos.
d) em Chipre e em Cuba.
e) na Península Ibérica e nas colônias holandesas.


resposta:[B]
Os portugueses já possuíam experiência no cultivo da cana de açúcar em suas ilhas africanas do Atlântico (Madeira, Açores e Cabo Verde).

13. (Vunesp) No Brasil, costumam dizer que para os escravos são necessários três PPP, a saber, pau, pão e pano. E, posto que comecem mal, principiando pelo castigo que é o pau, contudo, prouvera a Deus que tão abundante fosse o comer e o vestir como muitas vezes é o castigo. 
(André João Antonil, Cultura e opulência do Brasil por suas drogas e minas, 1711)

a) Qual a crítica ao sistema escravista feita pelo autor do trecho apresentado?
b) Indique dois motivos que explicam a introdução da escravidão negra na porção americana do Império português.




resposta:

a) A crítica de Antonil não chega ao ponto de propor a abolição do sistema escravista. Mesmo assim, podemos ressaltar no autor uma dimensão que é ao mesmo tempo humanitária e utilitária. Humanitária porque mostra-se sensível aos maus tratos sofridos pelos escravos. Utilitária porque, afinal, seu texto não tem os escravos como público, mas os seus proprietários. No texto, é notável como recomenda aos proprietários que não destruam a sua fonte de riqueza, que é o trabalho dos escravos.
Não existe unanimidade entre os especialistas sobre esta questão. Destacam-se, entre outros, os seguintes argumentos:
Havia uma demanda de braços para a lavoura canavieira, afirma-se que os indígenas, semi-sedentários, estavam dispersos e não exerciam uma atividade sistemática agrícola;

b) O tráfico de escravos africanos se constituía em uma fonte adicional de renda para a metrópole; 
Os colonos europeus deslocavam-se para a colônia como empresários, a disponibilidade de terras seria um obstáculo à utilização do trabalho assalariado, daí lançar mão de formas de trabalho compulsório como a escravidão; 
Já havia experiências anteriores de escravidão africana nas ilhas do Atlântico, o que tornava a mesma como uma alternativa plausível para a agricultura na América portuguesa.


14. (UFSCar-2003) Observe os versos da canção.
(...)
Mesmo depois de abolida a escravidão
Negra é a mão de quem faz a limpeza
Lavando a roupa encardida, esfregando o chão
Negra é a mão, é a mão da pureza
Negra é a vida consumida ao pé do fogão
Negra é a mão nos preparando a mesa
Limpando as manchas do mundo com água e sabão
(...)
Êta branco sujão
(Gilberto Gil, A mão da limpeza)


a) Que origens históricas desencadearam a realidade descrita na letra de música apresentada?
b) Que elementos da atual realidade brasileira estão presentes nessa letra de música?



resposta:
a) Origem remota: a adoção do trabalho escravo no Brasil Colônia, prolongando-o até quase ao final do Período Imperial. 
Origem recente: a não-integração do negro na sociedade de classes e sua conseqüente marginalização no seio da população brasileira.

b) A presença dos negros em atividades subalternas e mal remuneradas – geralmente em condições de subemprego e relacionadas com o trabalho braçal.



15. (FUVEST 2012) Os indígenas foram também utilizados em determinados momentos, e sobretudo na fase inicial [da colonização do Brasil]; nem se podia colocar problema nenhum de maior ou melhor “aptidão” ao trabalho escravo (...). O que talvez tenha importado é a rarefação demográfica dos aborígines, e as dificuldades de seu apresamento, transporte, etc. Mas na “preferência” pelo africano revela-se, mais uma vez, a engrenagem do sistema mercantilista de colonização; esta se processa num sistema de relações tendentes a promover a acumulação primitiva de capitais na metrópole; ora, o tráfico negreiro, isto é, o abastecimento das colônias com escravos, abria um novo e importante setor do comércio colonial, enquanto o apresamento dos indígenas era um negócio interno da colônia. Assim, os ganhos comerciais resultantes da preação dos aborígines mantinham-se na colônia, com os colonos empenhados nesse “gênero de vida”; a acumulação gerada no comércio de africanos, entretanto, fluía para a metrópole; realizavam-na os mercadores metropolitanos, engajados no abastecimento dessa “mercadoria”. Esse talvez seja o segredo da melhor “adaptação” do negro à lavoura ... escravista. Paradoxalmente, é a partir do tráfico negreiro que se pode entender a escravidão africana colonial, e não o contrário.

Fernando A. Novais. Portugal e Brasil na crise do Antigo Sistema Colonial. São Paulo: Hucitec, 1979, p. 105. Adaptado.


Nesse trecho, o autor afirma que, na América portuguesa,

a) os escravos indígenas eram de mais fácil obtenção do que os de origem africana, e por isso a metrópole optou pelo uso dos primeiros, já que eram mais produtivos e mais rentáveis.

b) os escravos africanos aceitavam melhor o trabalho duro dos canaviais do que os indígenas, o que justificava o empenho de comerciantes metropolitanos em gastar mais para a obtenção, na África, daqueles trabalhadores.

c) o comércio negreiro só pôde prosperar porque alguns mercadores metropolitanos preocupavam-se com as condições de vida dos trabalhadores africanos, enquanto que outros os consideravam uma “mercadoria”.

d) a rentabilidade propiciada pelo emprego da mão de obra indígena contribuiu decisivamente para que, a partir de certo momento, também escravos africanos fossem empregados na lavoura, o que resultou em um lucrativo comércio de pessoas.

e) o principal motivo da adoção da mão de obra de origem africana era o fato de que esta precisava ser transportada de outro continente, o que implicava a abertura de um rentável comércio para a metrópole, que se articulava perfeitamente às estruturas do sistema de colonização.



resposta:[E]



Para evitar a acumulação primitiva de capital na colônia, Portugal estruturou o comércio triangular. Assim, a venda de escravos trazidos da África por comerciantes portugueses aumentava o lucro da metrópole e dificultava o desenvolvimento econômico do Brasil a longo prazo. Além disso, existiam leis que restringiam o uso de mão de obra escrava indígena, estimulando a utilização de africanos na lavoura.


16. (Uel) No Brasil Colônia, a pecuária teve um papel decisivo na
a) ocupação das áreas litorâneas.

b) expulsão do assalariado do campo.

c) formação e exploração dos minifúndios.

d) fixação do escravo na agricultura.

e) expansão para o interior.


resposta da questão 9:[E]

Comentário da questão:
A pecuária, durante o período colonial brasileiro, se constituiu como uma atividade subsidiária tanta na economia açucareira, quanto na mineradora, e ainda, tornou possível a ocupação do interior da América portuguesa.

17. (PUCRS) Responder à questão, sobre a escravidão no Brasil, com base no texto abaixo.

A BRECHA CAMPONESA


"Um outro mecanismo de controle e manutenção da ordem escravista foi a criação de uma margem de economia própria para o escravo dentro do sistema escravista, a chamada brecha camponesa . Ao ceder um pedaço de terra em usufruto e a folga semanal para trabalhá-la, o senhor aumentava a quantidade de gêneros disponíveis para alimentar a escravatura numerosa, ao mesmo tempo em que fornecia uma válvula de escape para as pressões resultantes da escravidão (...). O espaço da economia própria servia para que os escravos adquirissem tabaco, comida de regala uma roupinha melhor para mulher e filhos, etc. Mas, no Rio de Janeiro do século XIX, sua motivação principal parece ter sido o que apontamos como válvula de escape para as pressões do sistema: a ilusão de propriedade distrai a escravidão e prende, mais do que uma vigilância feroz e dispendiosa, o escravo à fazenda. Distrai , ao mesmo tempo, o senhor do seu papel social, tornando-o mais humano aos seus próprios olhos. (...) Certamente o fazendeiro vê encher-se a sua alma de certa satisfação quando vê vir o seu escravo de sua roça trazendo o seu cacho de bananas, o cará, a cana, etc. (...) O sistema escravista - como qualquer outro - não poderia, evidentemente, viabilizar-se apenas pela força. "O extremo aperreamento desseca-lhes o coração , escreve o barão justificando a economia própria dos escravos, endurece-os e inclina-os para o mal. O senhor deve ser severo, justiceiro e humano ."

REIS, João José & SILVA, Eduardo, In: MOTA, Myriam Becho & BRAICK, Patrícia Ramos. "História das cavernas ao terceiro milênio". São Paulo: Moderna, 1997, p.248.

A chamada "brecha camponesa", de que tratam os autores do texto, refere-se a

a) um pedaço de terra cedido em usufruto ao escravo, além de uma folga semanal para trabalhar na terra, de onde os negros podiam extrair gêneros extras para sua subsistência, como o tabaco, a banana, o cara, a comida de regalo, etc.

b) um mecanismo de distração dos senhores, os quais passarão a produzir alguns gêneros para sua subsistência, criando, assim, uma válvula de escape contra as pressões do sistema.

c) um mecanismo de distração para os escravos que, após passarem a semana inteira produzindo apenas cana-de-açúcar, em um dia da semana poderiam se dedicar ao plantio de outros gêneros, além de receberem uma pequena parcela da produção para seu próprio consumo.

d) um mecanismo de controle e manutenção da ordem escravista, já que senhores e escravos podiam trabalhar conjuntamente, distraindo-se das tensões permanentes do sistema e amenizando as profundas diferenças sociais existentes entre eles.

e) uma espécie de propriedade privada dos escravos, que possibilitava a estes produzir gêneros complementares para sua subsistência, suprindo também as necessidades alimentares de seu senhor, que trocava esses produtos por cana-de-açúcar.



resposta:[A]


Comentário da questão:
Uma das mais novas modalidades pesquisadas no campo da escravidão trata, por exemplo, da criação da “brecha camponesa”. Esse termo se refere ao costume que alguns senhores de engenho tinham em liberar alguns lotes de sua propriedade para que os escravos pudessem realizar a produção de gêneros agrícolas voltados para o próprio consumo e a venda no mercado interno. Tal medida seria benéfica aos escravos ao abrir oportunidade para a compra de outros produtos e a relativa melhora de sua condição de vida.

Contudo, não podemos concluir que esse tipo de prática significou uma espécie de “relaxamento” das ordenações impostas ao escravo. Isso porque, em primeiro lugar, devemos ressaltar que o escravo só poderia trabalhar nessas terras no tempo em que não estava envolvido com o trabalho nas monoculturas. Ao mesmo tempo, tal prática ampliava o lucro dos fazendeiros ao diminuir os gastos que os mesmos tinham com a vestimenta e a alimentação de seus escravos.





18.(UNESP) O tráfico de negros escravos para o Brasil Colônia representou:
a) certa lucratividade para a Metrópole portuguesa, favorecendo a acumulação de capitais.
b) prejuízos à Metrópole lusitana pela não adaptação do negro ao trabalho agrícola.
c) a possibilidade da exportação de índios para a Europa na condição de escravos domésticos. 
d) incentivo ao crescimento do mercado interno e à criação de um parque manufatureiro.
e) maior estímulo à agricultura de subsistência em prejuízo dos produtos agrícolas exportáveis.



resposta:[A]

Comentário da questão:
O tráfico negreiro constitui-se numa lucrativa atividade econômica quanto para os traficantes de escravos quanto para a Coroa Lusitana, favorecendo assim, o processo de acumulação primitiva de capitais durante a Idade Moderna.



19. (UERJ) Observe o mapa abaixo.

 

a) DETERMINE o fato histórico retratado no mapa acima.



resposta: 
O tráfico negreiro da África para o Brasil.


b) EXPLIQUE os fatores econômicos que contribuíram para a ocorrência de tal fato.


resposta: 
A implantação da plantation açucareira na América portuguesa que tornou necessária a utilização de mão de obra escrava, o fato desse vil comércio ser extremamente lucrativo para a Coroa portuguesas e para os traficantes de escravos.



20.  (UFSCar-2001) Sobre a economia e a sociedade do Brasil no período colonial, é correto relacionar

A) economia diversificada de subsistência, grande propriedade agrícola e mão-de-obra livre.
B) produção para o mercado interno, policultura e exploração da mão-de-obra indígena no litoral.
C) capitalismo industrial, exportação de matérias-primas e exploração do trabalho escravo temporário.
D) produção de manufaturados, pequenas unidades agrícolas e exploração do trabalho servil.
E) capitalismo comercial, latifúndio monocultor exportador e exploração da mão-de-obra escrava.


resposta:[E]

Comentário da questão:

A economia e a sociedade açucareira ao longo do período colonial brasileiro caracterizavam-se por estarem incluídas na política mercantilista da Coroa Portuguesa, ou seja, eram elementos constitutivos do chamado capitalismo comercial, também conhecido como pré-capitalismo. A plantation de cana de açúcar foi fundada na grande propriedade escravista e monocultora.




21. (FGV-2003) “Os escravos são as mãos e os pés do senhor de engenho, porque sem eles não é possível fazer, conservar e aumentar fazenda, nem ter engenho corrente.”
ANTONIL, Cultura e opulência do Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia, 1982, p. 89.

Assinale a alternativa correta:
A) A escravização dos negros africanos permitiu que os índios deixassem de ser escravizados durante o período colonial.
B) O trabalho manual era visto como degradante pelos senhores brancos, e a escravidão, uma forma de lhes garantir uma vida honrada no continente americano.
C) Apesar dos vultosos lucros obtidos com o tráfico, a adoção da escravidão de africanos explica-se pela melhor adequação dos negros à rotina do trabalho colonial.
D) Extremamente difundida na Região Nordeste, a escravidão teve um papel secundário e marginal na exploração das minas de metais e pedras preciosas no interior do Brasil.
E) Diante das condições de vida dos escravos, os jesuítas criticaram duramente a escravidão dos negros africanos, o que provocou diversos conflitos no período colonial.


resposta:[B]

Comentário da questão:
A adoção generalizada do regime de trabalho escravo no Brasil colonial viabilizou a economia exportadora de produtos primários, enriqueceu a camada senhorial e, ao mesmo tempo, degradou o trabalho manual. Os senhores consideravam o trabalho braçal como coisa vil, desonrosa, inferior, negativa, porque era realizado por escravos. E, como a maioria dos escravos eram negros, o trabalho era visto como “coisa de preto”.

22. (FGV-2003) Durante a época Moderna, o sistema de plantation:
A) propagou-se pela Europa Ocidental e caracterizou-se pela pequena exploração agrícola, pelo trabalho assalariado e pela produção em pequena escala de gêneros alimentícios.
B) disseminou-se pelo continente africano e caracterizava-se pela prática do escambo entre os conquistadores europeus e as tribos nativas.
C) instalou-se no continente americano e tinha como características o latifúndio, a escravidão e a produção em larga escala de matérias-primas e gêneros tropicais.
D) foi uma particularidade da América de colonização ibérica e caracterizava-se pela grande propriedade agrícola, escravidão e produção de manufaturados.
E) foi uma especificidade da América anglo-saxã e tinha como características a pequena propriedade, o trabalho familiar e o desenvolvimento do mercado interno colonial.


resposta:[C]

Comentário da questão:
O conceito de plantation, há muito tempo ausente dos vestibulares, reaparece bem definido na alternativa C, em que se enumeram as características do empreendimento agrícola colonial, enquadrado nas regras do Pacto Colonial.


23. (FGV-2004) Comparando a produção canavieira à extração mineradora no Brasil colonial, podemos afirmar que:
a) A primeira caracterizou-se pela utilização da mão de obra escrava, enquanto a segunda baseou-se fundamentalmente no trabalho assalariado.
b) A primeira esteve voltada para o mercado interno colonial e a segunda articulou-se aos circuitos do mercado mundial.
c) A primeira desenvolveu-se principalmente nas áreas do interior, enquanto a segunda estabeleceu-se principalmente nas áreas próximas ao litoral.
d) A primeira esteve vinculada às estruturas do Antigo Sistema Colonial, enquanto a segunda pôde desenvolver-se independentemente do controle metropolitano.
e) A primeira desenvolveu-se numa sociedade de caráter rural e a segunda promoveu o aparecimento de uma sociedade de caráter fortemente urbano.


resposta:[E]


Comentário da questão:
Ambas as atividades econômicas mencionadas na questão utilizaram-se majoritariamente da mão de obra escrava e faziam parte do antigo sistema colonial, havendo portanto uma ação da administração metropolitana no sentido de controlar a produção. Ambas apesar de apresentarem vínculos com o mercado externo, no caso da mineração houve uma estreita relação com outras atividades econômicas da colônia, a exemplo da pecuária. A diferença entre elas reside no fato de a sociedade açucareira ser predominantemente rural, ao passo que a mineradora possuía um caráter mais urbanizado.



24. (PUC-SP-2005) A utilização de escravos negros africanos teve papel bastante importante na colonização das Américas porque
A) diminuiu a produtividade na agricultura, dada a baixa capacidade de trabalho dos africanos, implicando declínio da lavoura açucareira, como se pode notar no Nordeste brasileiro e no Caribe.
B) facilitou a busca de metais nobres, principal objetivo dos colonizadores, em virtude da falta de habilidade dos africanos na procura e localização de minas e no manejo dos instrumentos de mineração.
C) ofereceu mercado para os produtos primários das colônias, como se pode notar no crescimento intenso do consumo no sul dos Estados Unidos, onde se utilizava mão de obra escrava.
D) garantiu acumulação de capital nas metrópoles, em virtude dos ganhos obtidos no tráfico, que envolvia desde a aquisição de negros na África até sua venda para o trabalho escravo na América.
E) impediu a escravização do índio e assegurou a persistência de grandes comunidades indígenas, como se pode notar nas regiões dos antigos Impérios Inca, Maia e Asteca, que se mantiveram intocadas pelo espanhol.


resposta:[D]


Comentário da questão:



O tráfico de escravos, já praticado pelos portugueses desde o século XV para suprir a carência de mão de obra na Europa e em suas colônias das Antilhas, é um negócio altamente lucrativo para a metrópole. Ao contrário dos negócios em torno do escravo indígena, que geram um comércio interno cujos lucros não atingem a metrópole, o comércio do africano se inicia sob o seu controle. Como consequência, o grau de dependência da economia colonial acentuou-se devido ao controle de um setor estratégico praticado de perto pela metrópole. O tráfico negreiro aprofunda os objetivos mercantilistas da Coroa portuguesa ao tornar-se uma atividade altamente lucrativa, especialmente a partir do aumento da produção canavieira, ainda no século XVI. Expande-se por todas as atividades da colônia, tornando-se a base sobre a qual se ergue a sua economia.



25. (Mack-2005) O trabalho da Companhia de Jesus foi um dos elementos que contribuiu para colonização do território brasileiro.Sobre a participação dos padres jesuítas nesse processo, assinale a alternativa correta.
a) Os jesuítas destacaram-se na ocupação da região norte do território brasileiro, que assumiu, no século XVII, o papel de área central do pacto colonial.
b) Os jesuítas, através de sua ação missionária, colaboraram para a consolidação do controle da Coroa Portuguesa sobre as áreas coloniais.
c) Graças à atuação do Marquês de Pombal, e por meio da aliança do Estado com a Companhia de Jesus, foram criadas as condições políticas para a ação dos jesuítas.
d) Os índios, os jesuítas e os bandeirantes coexistiram de forma harmônica, consolidando e ampliando a dominação portuguesa sobre os territórios do Paraguai e do Uruguai.
e) A catequese converteu o indígena em mão de obra disponível e majoritária, na agricultura de exportação, durante todo o período colonial.


resposta:[B]


Comentário da questão:


Os jesuítas atuaram na colônia na evangelização dos povos indígenas.


26. (UFSCar-2005) O principal porto da Capital [de Pernambuco], que é o mais nomeado e frequentado de navios que todos os mais do Brasil, (...) está ali uma povoação de 200 vizinhos, com uma freguesia do Corpo Santo, de quem são os mareantes mui devotos, e muitas vendas e tabernas, e os passos do açúcar, que são umas lojas grandes, onde se recolhem os caixões até se embarcarem nos navios.
(Frei Vicente do Salvador, História do Brasil— 1500-1627.)


O texto refere-se ao povoado de Recife. A partir do texto, é correto afirmar que um aspecto histórico que explica a condição do povoado na época foi
A) o investimento feito pelos franceses na sua urbanização.
B) a concorrência econômica com São Vicente, o que justifica seu baixo índice de população.
C) a relação que mantinha com o interior do país, sendo o principal entreposto do comércio interno da produção de subsistência.
D) o fato de ser próspero economicamente por conta da produção de açúcar para exportação.
E) a presença da Igreja católica, estimulando romarias e peregrinações de devotos.




resposta:[D]


Comentário da questão:
A Capitania de Pernambuco era a mais próspera na produção de cana de açúcar.


27. (UNIFESP-2005) “Se abraçarmos alguns costumes deste gentio, os quais não são contra nossa fé católica, nem são ritos dedicados a ídolos, como é cantar cantigas de Nosso Senhor em sua língua… e isto para os atrair a deixarem os outros costumes essenciais…”.
(Manuel da Nóbrega, em carta de 1552.)

Com base no texto, pode-se afirmar que
A) os jesuítas, em sua catequese, não se limitaram a aprender as línguas nativas para cristianizar os indígenas.
B) a proposta do autor não poderia, por suas concessões aos indígenas, ser aceita pela ordem dos jesuítas.
C) os métodos propostos pelos jesuítas não poderiam, por seu caráter manipulador, serem aceitos pelos indígenas.
D) os jesuítas experimentaram os mais variados métodos para alcançar seu objetivo, que era explorar os indígenas.
E) os jesuítas, depois da morte de José de Anchieta, abandonaram seus escrúpulos no sentido de corromper os indígenas.


resposta:[A]


Comentário da questão:
A citação do padre Manuel da Nóbrega apresenta as estratégias utilizadas pelos padres da Companhia de Jesus para catequizar os indígenas.


28. (Mack-2004) Em 1585, os colonos de São Vicente, São Paulo e Santos enviaram uma petição ao capitão-mor de São Vicente na qual solicitaram uma autorização para organizar uma expedição de guerra contra uma tribo indígena, justificando “(...) que Sua Mercê com a gente desta dita capitania faça guerra campal aos índios denominados carijós, os quais a têm há muitos anos merecida por terem mortos de quarenta anos a esta parte mais de cento e cinquenta homens brancos (...)”.

O contexto no qual essa petição foi elaborada nos permite afirmar que:
a) a utilização da mão de obra indígena se fazia necessária nesse momento pela falta de braços africanos, já que essa região era uma importante fonte de renda para a Metrópole.
b) a escravidão indígena foi a solução adotada principalmente nas áreas mais prósperas, como Pernambuco e Bahia, onde a exportação açucareira exigia um elevado contingente humano para a realização do trabalho.
c) não ocorreram conflitos intertribais entre os nativos, o que dificultava a ação das expedições de apresamento indígena, que constantemente enfrentavam o perigo e a morte para realizar a captura de mão de obra.
d) para descumprir as ordens, vindas da Coroa, de proibição à escravização dos nativos, os colonos alegavam motivos relacionados a sua segurança pessoal e à moralização dos costumes, haja vista os inúmeros casamentos mistos realizados nessa região.
e) a escravidão indígena foi usada em toda a colônia, como solução econômica secundária para a falta ou escassez de escravos africanos, mas fracassou, dentro do contexto de exploração colonial, como solução principal para o problema da mão-de-obra.



resposta:[E]


Comentário da questão:
Nas regiões menos prósperas da América portuguesa, no início da colonização, como, por exemplo, em São Vicente e no Maranhão, os colonos utilizavam os indígenas como escravos.


29. (Mack-2004) (...) o número de refinarias, na Holanda, passara de 3 ou 4 (1595) para 29 (1622), das quais 25 encontravam-se em Amsterdã, que se transformara no grande centro de refino e distribuição do açúcar na Europa.


Elza Nadai e Joana Neves

A respeito do aumento de interesse, por parte dos holandeses, não apenas na refinação do açúcar brasileiro, mas também no transporte e distribuição desse produto nos mercados europeus, acentuadamente no século XVII, é correto afirmar que:
a) com a União Ibérica (1580-1640), os holandeses desejavam conquistar militarmente o litoral nordestino para obter postos estratégicos na luta contra a Espanha.
b) a ocupação de Salvador, em 1624, por tropas flamengas, foi um sucesso, do ponto de vista militar, para diminuir o poderio de Filipe II, rei da Espanha.
c) a criação da Companhia das Índias Ocidentais foi responsável pela conquista do litoral ocidental da África, do nordeste brasileiro e das Antilhas, visando obter mão de obra para as lavouras antilhanas.
d) o domínio holandês, no nordeste brasileiro, buscava garantir o abastecimento de açúcar, controlando a principal região produtora, pois foi graças ao capital flamengo, que a empresa açucareira pode ser instalada na colônia.
e) a Companhia das Índias Ocidentais, em 1634, na luta pela conquista do litoral nordestino, propõe a proteção das propriedades brasileiras submetidas à custódia holandesa, porém, em troca, os brasileiros não poderiam manter sua liberdade religiosa.


resposta:[D]


Comentário da questão:

A decisão dos holandeses foi o de invadir o Nordeste açucareiro, uma vez que não conheciam bem as técnicas de produção de açúcar e a montagem de uma área de produção nas Antilhas naquele momento poderia ser um fracasso, sendo assim, o domínio holandês, no nordeste brasileiro, buscava garantir o abastecimento de açúcar, controlando a principal região produtora, pois foi graças ao capital flamengo, que a empresa açucareira pode ser instalada na colônia.


30. (FUVEST)
Este quadro, pintado por Franz Post por volta de 1660, pode ser corretamente relacionado
a) à iniciativa pioneira dos holandeses de construção dos primeiros engenhos no Nordeste.
b) à riqueza do açúcar, alvo principal do interesse dos holandeses no Nordeste.
c) à condição especial dispensada pelos holandeses aos escravos africanos.
d) ao início da exportação do açúcar para a Europa por determinação de Maurício de Nassau.
e) ao incentivo à vinda de holandeses para a constituição de pequenas propriedades rurais.


resposta:[B]


Comentário da questão:

O quadro de Franz Post refere-se à empresa açucareira, principal atividade econômica do Brasil durante o período colonial. No início do século XVII, a Holanda invadiu o Nordeste — região onde se concentrava a produção de açúcar —, interessada na comercialização desse produto. Tal empreendimento se deveu ao Embargo
Espanhol, que proibia a Holanda de comercializar com áreas sob domínio da Espanha.
Cabe lembrar que, entre 1580 e 1640 — período conhecido como União Ibérica —, Portugal e suas colônias ficaram sob domínio espanhol.


31. (FUVEST-2007) No Brasil, os escravos
1. trabalhavam tanto no campo quanto na cidade, em atividades econômicas variadas.

2. sofriam castigos físicos, em praça pública, determinados por seus senhores.

3. resistiam de diversas formas, seja praticando o suicídio, seja organizando rebeliões.

4. tinham a mesma cultura e religião, já que eram todos provenientes de Angola.

5. estavam proibidos pela legislação de efetuar pagamento por sua alforria.

Das afirmações acima, são verdadeiras apenas
a) 1, 2 e 4.
b) 3, 4 e 5.
c) 1, 3 e 5.
d) 1, 2 e 3.
e) 2, 3 e 5.


resposta:[D]


Comentário da questão:

Os africanos escravizados no Brasil eram oriundos de variadas regiões do continente africanos e possuíam uma grande diversidade cultural.


32. (ENEM-2007) A identidade negra não surge da tomada de consciência de uma diferença de pigmentação ou de uma diferença biológica entre populações negras e brancas e(ou) negras e amarelas. Ela resulta de um longo processo histórico que começa com o descobrimento, no século XV, do continente africano e de seus habitantes pelos navegadores portugueses, descobrimento esse que abriu o caminho às relações mercantilistas com a África, ao tráfico negreiro, à escravidão e, enfim, à colonização do continente 
africano e de seus povos.
K. Munanga. Algumas considerações sobre a diversidade e a identidade negra no Brasil. In: Diversidade na educação: reflexões e
experiências. Brasília: SEMTEC/MEC, 2003, p. 37.


Com relação ao assunto tratado no texto acima, é correto 
afirmar que
a) a colonização da África pelos europeus foi simultânea ao descobrimento desse continente.
b) a existência de lucrativo comércio na África levou os portugueses a desenvolverem esse continente.
c) o surgimento do tráfico negreiro foi posterior ao início da escravidão no Brasil.
d) a exploração da África decorreu do movimento de expansão européia do início da Idade Moderna.
e) a colonização da África antecedeu as relações comerciais entre esse continente e a Europa.


resposta:[D]


Comentário da questão:

O texto refere-se à chegada dos portugueses ao continente africano, fato que abriu caminho para a chegada de outros povos europeus. O continente africano passa a ser, então, objeto de disputa pelas potências marítimas, tanto para a obtenção de produtos como para a mão de obra escrava para as colônias na América.


33. (Mack-2007) Fundamental para a estruturação do sistema colonial português na Idade Moderna, o chamado “exclusivo colonial” visava, sobretudo a
a) estimular nas colônias uma política de industrialização que permitisse à Metrópole concorrer com suas rivais industrializadas.
b) reservar a grupos ou a companhias privilegiadas — ou mesmo ao Estado — o comércio externo das colônias, tanto o de importação quanto o de exportação.
c) restringir a tarefa de doutrinação dos indígenas americanos exclusivamente aos membros da Companhia de Jesus, assegurando, dessa forma, o poder real entre os povos nativos.
d) impedir, nas colônias, o acesso de fidalgos mazombos a cargos administrativos importantes, reservados a fidalgos reinóis.
e) orientar a produção agrícola conforme as exigências da população colonial, evitando por esse meio crises de abastecimento de alimentos nos centros urbanos.


resposta:[B]


Comentário da questão:

O monopólio do comércio metrópole-colônia pode ser considerado como a espinha dorsal do Antigo Sistema Colonial da época mercantilista. As colônias constituíam-se como mercados consumidores forçados de produtos da metrópole e, ao mesmo tempo, mercados fornecedores de produtos agrícolas ou matérias-primas para a metrópole.
34. (ESPM-2007) Numa economia como a brasileira – particularmente em sua primeira fase – é preciso distinguir dois setores bem diferentes da produção. O primeiro é dos grandes produtos de exportação, o outro é das atividades acessórias cujo fim é manter em funcionamento aquela economia de exportação.
São sobretudo as que se destinam a fornecer os meios de subsistência à população empregada nesta última.
(Caio Prado Jr. História Econômica do Brasil)


Assinale a alternativa que traga, respectivamente, um produto de exportação e uma atividade acessória ou de subsistência praticadas no Brasil colonial:
a) Açúcar e borracha.
b) Açúcar e mandioca.
c) Açúcar e soja.
d) Café e borracha.
e) Café e soja.

resposta:[B]


Comentário da questão:
O açúcar era o produto de exportação, ao passo que a mandioca era destinada a subsistência, especialmente dos escravos.


35. (UNIFESP-2007) Não é minha intenção que não haja escravos... nós só queremos os lícitos, e defendemos (proibimos) os ilícitos. Essa posição do jesuíta Antônio Vieira, na segunda metade do século XVII,
a) aceita a escravidão negra mas condena a indígena.
b) admite a escravidão apenas em caso de guerra justa.
c) apóia a proibição da escravidão aos que se convertem ao cristianismo.
d) restringe a escravidão ao trabalho estritamente necessário.
e) conserva o mesmo ponto de vista tradicional sobre a escravidão em geral.



resposta:[A]


Comentário da questão:

A Companhia de Jesus, da qual o Padre Vieira era membro, possuía escravos africanos, mas opunha-se com veemência à escravidão indígena.


36. (UNIFESP-2007) ... todos os gêneros produzidos junto ao mar podiam conduzir- se para a Europa facilmente e os do sertão, pelo contrário, nunca chegariam a portos onde os embarcassem, ou, se chegassem, seria com despesas tais que aos lavradores não faria conta largá-los pelo preço por que se vendessem os da Marinha. Estes foram os motivos de antepor a povoação da costa à do sertão.


 (Frei Gaspar da Madre de Deus, em 1797.) 

O texto mostra
a) o desconhecimento dos colonos das desvantagens de se ocupar o interior.
b) o caráter litorâneo da colonização portuguesa da América.
c) o que àquela altura ainda poucos sabiam sobre as desvantagens do sertão.
d) o contraste entre o povoamento do nordeste e o do sudeste.
e) o estranhamento do autor sobre o que se passava na região das Minas.


resposta:[B]


Comentário da questão:

O texto do frei Gaspar da Madre de Deus fala por si. Trata da concentração do processo colonizatório na costa litorânea
brasileira por razões de operacionalidade tais, como a proximidade
das áreas de embarque e a redução dos custos da produção e dos
gastos com transporte.



37. (VUNESP-2008) 
Há uma encruzilhada de três estradas sob a minha cruz de estrelas azuis: três caminhos se cruzam – um branco, um verde e um preto – três hastes da grande cruz/ E o branco que veio do norte, e o verde que veio da terra, e o preto que veio do leste derivam, num novo 
caminho, completam a cruz/ unidos num só, fundidos num vértice.

(Guilherme de Almeida, Raça.)

Nessa visão poética da história do povo brasileiro, o autor
a) refere-se ao domínio europeu e à condição subalterna dos africanos na formação da nacionalidade.
b) trata dos seus três grupos étnicos, presentes desde a colonização, mesclados numa síntese nacional.
c) critica o papel desempenhado pelos jesuítas sobre portugueses, índios e negros na época colonial.
d) expressa idéias e formas estéticas do movimento romântico do século XIX, que enaltecia a cultura negra.
e) elogia o movimento nacionalista que resultou na implantação de regimes políticos autoritários no Brasil


resposta:[B]


Comentário da questão:






Por intermédio da linguagem poética, Guilherme de Almeida destaca as três etnias que teriam um papel importante na definição da identidade da população brasileira




38. (FATEC) Em relação ao período da ocupação holandesa no Nordeste brasileiro, afirma-se:



I. A invasão deveu-se aos interesses dos comerciantes holandeses pelo açúcar produzido na região, interesses esses que foram prejudicados devido à União Ibérica (1580-1640).

II. Foi, também, uma consequência dos conflitos econômicos e políticos que envolviam as relações entre os chamados Países Baixos e o Império espanhol. 

III. As medidas econômicas de Nassau garantiam os lucros da Companhia das Índias Ocidentais e os lucros dos senhores de engenho, já que aumentaram a produção do açúcar.

IV. A política adotada por Nassau para assentar os holandeses na Bahia acabou por deflagrar sua derrota e o fim da ocupação holandesa, graças à resistência dos índios e portugueses expulsos das terras que ocupavam.







São verdadeiras as proposições:





a) I e II.

b) I, II e III. 

c) II, III e IV 

d) I, III e IV.

e) II e IV.









resposta:[B]


Comentário da questão:

A invasão deveu-se aos interesses dos comerciantes holandeses pelo açúcar produzido na região, interesses esses que foram prejudicados devido à União Ibérica (1580-1640). Foi, também, uma consequência dos conflitos econômicos e políticos que envolviam as relações entre os chamados Países Baixos e o Império espanhol.

As medidas econômicas de Nassau garantiam os lucros da Companhia das Índias Ocidentais e os lucros dos senhores de engenho, já que aumentaram a produção do açúcar.





39. (FGV) A administração de Maurício de Nassau sobre parte do Nordeste do Brasil, no século XVII, caracterizou-se





a) por uma forte intolerância religiosa, representada, principalmente, por meio do confisco das propriedades dos judeus e dos católicos. 

b) pela proteção às pequenas e médias propriedades rurais, o que contribuiu para o aumento da produção de açúcar e tabaco em Pernambuco.

c) por uma ocupação territorial limitada a Pernambuco, em função da proteção militar efetuada por Portugal nas suas colônias africanas.

d) por inúmeras vantagens econômicas aos colonos e pela ausência de tolerância religiosa, representada pela imposição do calvinismo.

e) pela atenção aos proprietários luso-brasileiros, que foram beneficiados com créditos para a recuperação dos engenhos e a compra de escravos.





Resposta:[E]



Comentário da questão:

Maurício de Nassau era um jovem e hábil político. Fez inúmeras concessões aos senhores de engenho revitalizando a produção açucareira paralisada pelos anos de guerras; concedeu empréstimos aos senhores de engenho; recuperou engenhos destruídos  financiou a compra de escravos; instituiu a tolerância religiosa, já que os holandeses eram protestantes; proibiu que os soldados se misturassem à população; construiu a Cidade Maurícia com um plano urbanístico arrojado; trouxe para Pernambuco cientistas, artistas, naturalistas, arquitetos, construindo uma agitada vida cultural.





  

40. (PUC) As invasões holandesas no Brasil, no século XVII, estavam relacionadas à necessidade de os Países Baixos manterem e ampliarem sua hegemonia no comércio do açúcar na Europa, que havia sido interrompido:



a) pela política de monopólio comercial da Coroa Portuguesa, reafirmada em represália à mobilização anticolonial dos grandes proprietários de terra. 
b) pelos interesses ingleses que dominavam o comércio entre o Brasil e Portugal. 
c) pela política pombalina, que objetivava desenvolver o beneficiamento do açúcar na própria colônia, com apoio dos ingleses.
d) pelos interesses comerciais dos franceses, que estavam presentes no Maranhão, em relação ao açúcar. 
e) pela Guerra de Independência dos Países Baixos contra a Espanha, e seus consequentes reflexos na colônia portuguesa, devido à União Ibérica.




Resposta:[E]

Comentário da questão:
No contexto histórico da União das Coroas Ibéricas, as Províncias Unidas dos Países Baixos, que eram um domínio da Espanha, lutavam por sua independência. Como consequência dessa luta, a Espanha impediu a continuidade da comercialização do açúcar brasileiro pelos negociantes holandeses, proibindo seus navios de aportarem em Lisboa, então sob o domínio espanhol.
  

41. (PUC 2006 ) Em 1640, com o fim da União Ibérica, Portugal se defronta com vários problemas e desafios para administrar o Brasil Colonial e desenvolver a sua economia. Entre esses problemas, NÃO pode ser arrolada


a) a expulsão dos holandeses da região açucareira do Nordeste. 
b) a destruição do Quilombo de Palmares, que desafiava a ordem escravista. 
c) a escassez de metais preciosos e a queda dos preços do açúcar. 
d) a expulsão dos jesuítas que dificultavam a escravização dos indígenas no estado do Grão-Pará.
e) a reorganização administrativa da colônia e de sua defesa.




resposta:[D]

Comentário da questão:
A chamada expulsão dos jesuítas foi um evento da história de Portugal que ocorreu no reinado de José I de Portugal, em 1759 por ordem do Marquês de Pombal, seu primeiro-ministro, portanto não possuindo nenhuma relação com a União Ibérica.




42. (UFPE) A presença holandesa no Brasil colonial é tema que se destaca nos estudos historiográficos. Sobre o governo de Nassau (1637-44) e sua época, sempre surgem comentários e debates; porém, podemos afirmar que:


a) a recuperação da autonomia política de Portugal, nesse período, deu mais condições para este país desenvolver relações com os holandeses no Brasil.
b) Nassau não teve qualquer conflito com os nativos; apenas se desentendeu com o comando europeu da Companhia das Índias.
c) a atuação de Nassau em nada modificou as relações dos holandeses com os senhores de engenho, fracassando, porém, na expansão militar e na exportação de açúcar. 
d) sua administração se restringiu a fazer benefícios à parte central do Recife, onde habitava com a sua família e onde construiu as obras mais importantes.
e) não houve na sua administração nenhuma preocupação com as conquistas militares; seus interesses se voltavam sobretudo para a arte renascentista.




resposta:[B]


 Comentário da questão:
Quando a Companhia das Índias Ocidentais resolveu mudar o seu comportamento com os senhores de engenho, cobrando os empréstimos que lhes havia concedido, executando e sequestrando os bens daqueles que não pagavam as dívidas, acrescendo juros à dívida inicial, Maurício de Nassau foi contrário à esses procedimentos adotados pela Companhia, e desses desentendimentos resultou na sua demissão e no seu abandono das terras brasileiras.



43. (UFPE) União Ibérica durou 60 anos e teve influência na colonização portuguesa do Brasil. Durante o período da união entre Portugal e Espanha, o Brasil:


a) atingiu o auge da sua produção açucareira com ajuda de capitais espanhóis.
b) foi invadido pela Holanda, interessada na produção do açúcar.
c) conviveu com muitas rebeliões dos colonos contra o domínio espanhol. 
d) registrou conflitos entre suas capitanias, insatisfeitas com a instabilidade econômica.
e) conseguiu ficar mais livre da pressão dos colonizadores europeus.




resposta:[B]


Comentário da questão:
Uma das principais repercussões da União Ibérica foi a ocupação holandesa por 24 anos na região produtora de cana de açúcar no Nordeste da América portuguesa.


44. (UFC) Por aproximadamente três séculos, as relações de produção escravistas predominaram no Brasil, em especial nas áreas de plantation e de mineração. Sobre este sistema escravista, é correto afirmar que:


a) impediu as negociações entre escravos e senhores, daí o grande número de fugas.
b) favoreceu ao longo dos anos a acumulação de capital em razão do tráfico negreiro.
c) possibilitou a cristianização dos escravos, fazendo desaparecer as culturas africanas. 
d) foi combatido por inúmeras revoltas escravas, como a dos Malês e a do Contestado.
e) foi alimentado pelo fluxo contínuo de mão-de-obra africana até o momento de sua extinção em 1822.



Resposta: [B]


 Comentário da questão:
O tráfico de escravos do continente africano para a América possibilitou a acumulação de capitais por parte daqueles que se dedicavam a esse vil comércio.



45. (UFU) Após a leitura do trecho a seguir, faça o que se pede.

A denominação "invasões" holandesas projeta, com anacronismo extremo, um sentimento nacional para o passado e inventa uma soberania brasileira herdeira de uma soberania portuguesa. Na prática mostra o que viemos a nos tornar, jamais o que éramos no século XVII.

KARNAL, Leandro. "O testamento de Adão". In: "História Viva - Grandes Temas (Mar português)". Edição especial temática, nº. 14, 2006. p. 85.

a) O que foram as chamadas "invasões" holandesas no contexto da América portuguesa do século XVII?

b) Explique, "com suas palavras", por que a denominação "invasões" holandesas é anacrônica.

c) Se "invasões" é um termo que parece inadequado para fazer referência ao acontecimento histórico mencionado no texto, quais alternativas menos anacrônicas poderiam ser utilizadas para se referir ao mesmo episódio? (cite pelo menos duas)



resposta:

a) Invasões holandesas é o nome normalmente dado, na historiografia brasileira, ao projeto de ocupação da Região Nordeste do Brasil pela Companhia Holandesa das Índias Ocidentais (W.I.C.) durante o século XVII.

b) O termo "invasões holandesas" é anacrônico por pressupor um sentimento nacionalista para um momento histórico em que o Brasil ainda era uma colônia portuguesa, ou seja, não se pode falar em brasilidade ainda no século XVII.

c) Poderiam ser utilizados os seguintes termos "ocupação holandesa", "colonização holandesa" ou mesmo "incorporação dos domínios portugueses pelos holandeses".



46. (Pucrs) As invasões holandesas no Brasil, no século XVII, estavam relacionadas à necessidade de os Países Baixos manterem e ampliarem sua hegemonia no comércio do açúcar na Europa, que havia sido interrompido

a) pela política de monopólio comercial da Coroa Portuguesa, reafirmada em represália à mobilização anticolonial dos grandes proprietários de terra. 
b) pelos interesses ingleses que dominavam o comércio entre o Brasil e Portugal. 
c) pela política pombalina, que objetivava desenvolver o beneficiamento do açúcar na própria colônia, com apoio dos ingleses.
d) pelos interesses comerciais dos franceses, que estavam presentes no Maranhão, em relação ao açúcar.
e) pela Guerra de Independência dos Países Baixos contra a Espanha, e seus consequentes reflexos na colônia portuguesa, devido à União Ibérica.



resposta:[E]

Comentário da questão:

O conflito iniciou-se no contexto da chamada Dinastia Filipina ("União Ibérica", no Brasil), período que decorreu entre 1580 e 1640, quando Portugal e as suas colônias estiveram inscritos entre os domínios da Coroa da Espanha.

À época, os holandeses lutavam pela sua emancipação do domínio espanhol. Apesar de algumas províncias terem proclamada a sua independência em 1581, a República das Províncias Unidas, com sede em Amsterdã, apenas teve a sua independência reconhecida em 1648, após o acordo de paz de Vestfália, quando se efetivou a sua separação da Espanha.

  

47. (UFV) O período que se estende de 1624 a 1654 é caracterizado por tentativas de colonização costeira do Brasil e pelo efetivo domínio holandês no nordeste. Sobre as "Invasões Holandesas", nesse momento da história colonial brasileira, é INCORRETO afirmar que elas:

a) iniciaram-se pela Bahia, de onde os holandeses foram expulsos, mas expandiram-se em direção a Recife até atingir o entorno de São Luís, região estratégica para o ataque às frotas oriundas das minas espanholas que por lá passavam carregadas de ouro e prata.
b) estavam relacionadas com a União Ibérica e a conseqüente guerra pela autonomia das Províncias Unidas dos Países Baixos frente ao domínio espanhol, que interferiu nas relações políticas e comerciais entre portugueses e holandeses.
c) contaram com a participação da Companhia das Índias Ocidentais, empresa responsável pela administração do território holandês conquistado e que, em troca de apoio, ofereceu vantagens aos senhores de engenhos de Pernambuco.
d) entraram em decadência a partir de 1642, devido à nova política adotada pela Companhia das Índias Ocidentais, que obrigou os senhores de engenho a aumentar a produção de açúcar para que conseguissem pagar suas dívidas com os holandeses.
e) propiciaram a substituição da mão-de-obra escrava pela livre nas lavouras canavieiras do nordeste, durante o governo do conde Maurício de Nassau, também conhecido por implementar a urbanização e o embelezamento do Recife.



resposta:[E]


 Comentário da questão:
Os holandeses conseguiram tomar dos portugueses vários pontos fornecedores de escravos localizados no litoral africano e utilizaram-se de mão de obra escrava no Brasil holandês.


48. (UFAL) "Durante sua permanência no Brasil, os holandeses adquiriram o conhecimento de todos os aspectos técnicos e organizacionais na indústria açucareira. Esses conhecimentos vão constituir a base para a implantação e desenvolvimento de uma indústria concorrente, de grande escala, na região do Caribe".

(Celso Furtado. "Formação Econômica do Brasil".)

Com base no texto, pode-se estabelecer uma das principais conseqüências das Invasões Holandesas no Brasil.

( ) Após a derrota no Brasil, os holandeses conquistaram um pequeno território, na América Central, Honduras.
( ) A produção holandesa de açúcar nas Antilhas provocou, pela concorrência, a crise açucareira no Brasil, no século XVII.
( ) A concorrência com a Inglaterra, pelo domínio do comércio do açúcar na Europa, decretou o fim da hegemonia comercial da Holanda.
( ) Os holandeses, após sua expulsão do Nordeste Brasileiro, deixaram de produzir açúcar, pois permaneceram envolvidos unicamente em investimentos no setor comercial.
( ) A luta para expulsar os holandeses colaborou para a união das três raças no Brasil: o branco, o negro e o indígena, desaparecendo a discriminação, o preconceito e a exploração.



resposta: F V F F F


 Comentário da questão:
Os holandeses permaneceram no Brasil até 1654. A partir de então, já com o domínio das técnicas de produção de açúcar, abriram uma área de produção nas Antilhas que passou a concorrer com a da América Portuguesa, diminuindo significativamente as receitas metropolitanas.

Apesar do fato da luta para expulsar os holandeses ter contado com a colaboração das três raças no Brasil: o branco, o negro e o indígena, a discriminação, o preconceito e a exploração continuaram a existir no Brasil uma vez que a sociedade era marcadamente excludente e escravista.



49. (UFV) A respeito das invasões holandesas que ocorreram durante o século XVII no nordeste brasileiro, é CORRETO afirmar que:

a) foram iniciativas de grupos de aventureiros holandeses, sem qualquer vinculação com as disputas internacionais entre os Estados-Nação do período.
b) com a expulsão definitiva dos invasores holandeses em 1654, pela qual lutaram lado a lado índios, negros e portugueses, saíram reforçados os vínculos entre a Metrópole e a Colônia naquela região.
c) nas batalhas de resistência à invasão dos holandeses em Pernambuco, destacou-se a figura heroica de Domingos Fernandes Calabar.
d) durante o período da dominação holandesa no nordeste brasileiro, a população foi obrigada a trocar o catolicismo pelo calvinismo, por ser esta a religião do príncipe Maurício de Nassau.
e) a forma pela qual se deu a expulsão definitiva dos holandeses explica o surgimento posterior de vários movimentos nativistas, como a Revolta de Beckman (1684-85), Guerra dos Mascates (1710-14) e a Revolução Praieira (1848).



resposta:[E]


Comentário da questão: 
É impossível não reconhecer que o exemplo de contestação à ordem vigente manifestada durante a Insurreição Pernambucana, que se voltou contra os holandeses, despertou um sentimento de repúdio ao excessivo controle metropolitano, aos pesados impostos, às imposições determinadas pelo governo metropolitano, e posteriormente contra o governo imperial no século XIX.





50. (UFSCar 2008) A gravura ilustra diferentes fases da produção do açúcar no Brasil colonial.


a) Identifique essas fases.
b) Escreva sobre o papel exercido pela produção açucareira na organização econômica e social da Colônia





Resposta
a) Destacam-se pelo menos três fases. Em primeiro plano aparece o carro de boi, correspondendo à chegada da matéria-prima, a cana-de açúcar, no engenho. Nos galpões do terceiro plano encontram-se as moendas (que podiam ser movidas a tração humana, com animais ou com rodas d’água), que extraíam o caldo da cana. Por fim, no galpão no segundo plano à direita encontram-se os tachos da casa de purgar, onde o caldo da cana, depois de passar por processos de fervura, era transformado em açúcar bruto, que posteriormente seriam embalados e exportados.
Num último passo, ocorria o refino e a comercialização propriamente dita.

b) A economia açucareira era organizada em grandes unidades de produção altamente especializadas e utilizava a mão-de-obra escrava. As características dessa atividade deram origem a um processo de concentração de rendas, controladas pelos grandes proprietários, forjando uma sociabilidade característica a que os especialistas chamavam de “sociedade patriarcal” – na qual a figura do grande proprietário concentrava o poder econômico e político em uma ordem hierarquizada e tradicional.
Por sua vez, o caráter especializado dessa atividade propiciou o crescimento de um setor de subsistência encarregado de abastecer as necessidades dos engenhos. Nesse contexto, a pecuária.


51. (Mack-2008) “A escravidão moderna, aquela que se inaugurou no século XVI, após os descobrimentos, é uma instituição diretamente relacionada com o sistema colonial.
A escravidão do negro foi a fórmula encontrada pelos colonizadores para explorar as terras descobertas. Durante mais de três séculos utilizaram eles o trabalho escravo com maior ou menor intensidade, em quase toda a faixa colonial.”
(Emília Viotti da Costa, Da senzala à colônia)

Estão entre as circunstâncias e os fatores históricos que explicam, no caso brasileiro, a instituição da escravidão mencionada acima, EXCETO
a) a importância econômica que representava, desde o início do século XV, o comércio de escravos africanos como fonte de lucros aos comerciantes metropolitanos, bem como indiretamente à própria Coroa portuguesa.
b) a mansidão dos trabalhadores africanos, afeitos, havia muito, à condição escrava nas selvas africanas, onde tribos subjugavam outras por meio das guerras.
c) a inexistência, em Portugal, de contingentes suficientemente numerosos de trabalhadores livres, que se dispusessem a emigrar para a América, onde trabalhassem em regime de semi dependência ou como trabalhadores assalariados.
d) a inexistência então, quer nos princípios religiosos católicos, quer na legislação da Metrópole, de qualquer proibição à escravização de africanos, tanto diretamente aprisionados como comprados a chefes tribais na África.
e) o caráter essencialmente mercantilista da exploração colonial, que favorecia o emprego de uma mão-de-obra igualmente interessante — enquanto mercadoria — ao comércio metropolitano.



resposta:[B]

Comentário da questão:

O fato de haver a escravidão como instituição entre as próprias populações africanas não significa que aqueles que eram submetidos à escravidão a aceitassem sem resistências.



52.  (FUVEST-2009) O Brasil ainda não conseguiu extinguir o trabalho em condições de escravidão, pois ainda existem muitos trabalhadores nessa situação. Com relação a tal modalidade de exploração do ser humano, analise as afirmações abaixo.


I. As relações entre os trabalhadores e seus empregadores marcam-se pela informalidade e pelas crescentes dívidas feitas pelos trabalhadores nos armazéns dos empregadores, aumentando a dependência financeira para com eles.
II. Geralmente, os trabalhadores são atraídos de regiões distantes do local de trabalho, com a promessa de bons salários, mas as situações de trabalho envolvem condições insalubres e extenuantes.
III. A persistência do trabalho escravo ou semi-escravo no Brasil, não obstante a legislação que o proíbe, explica-se pela intensa competitividade do mercado globalizado.

Está correto o que se afirma em
a) I, somente.
b) II, somente.
c) I e II, somente.
d) II e III, somente
e) I, II e III



resposta:[C]

Comentário da questão:

A existência de trabalho escravo no Brasil atual se explica pela extensão de seu território, onde, em pontos isolados, persistem relações arcaicas entre empregadores e trabalhadores. Essas regiões, marginalizadas da modernidade, são de difícil fiscalização, o que contribui para que se mantenha tal aberração. Isso não se relaciona à globalização, marcada pela modernização e a competitividade, o que exclui a afirmação III.



53. (FUVEST-2009) A criação, em território brasileiro, de gado e de muares (mulas e burros), na época da colonização portuguesa, caracterizou-se por
a) ser independente das demais atividades econômicas voltadas para a exportação.
b) ser responsável pelo surgimento de uma nova classe de proprietários que se opunham à escravidão.
c) ter estimulado a exportação de carne para a metrópole e a importação de escravos africanos.
d) ter-se desenvolvido, em função do mercado interno, em diferentes áreas no interior da colônia.
e) ter realizado os projetos da Coroa portuguesa para intensificar o povoamento do interior da colônia.


resposta:[D]

Comentário da questão:
No período colonial, por decreto da Coroa portuguesa, a criação de gado deixou a zona litorânea nordestina e rumou em direção ao interior, no Vale do São Francisco, onde se desenvolveu em função do mercado interno que havia se formado na Colônia, devido à mineração.
No caso da região Sul, a atividade ganhou expressão, no século XVII, devido à existência de rebanhos provenientes da distribuição das missões jesuíticas, que atraíram criadores de outras regiões. Estes passaram a se dedicar à exportação do couro, ao charque e ao abastecimento da região mineradora.




54. (UFSCar-2009) Analise os dados da tabela e responda.



a) Qual a explicação histórica para a diferença entre o número de indígenas e de escravos de origem africana nessas propriedades agrícolas?
b) O que estabelecia a regulamentação portuguesa colonial no Brasil referente à escravidão indígena?


resposta:


a) Não existe uma única explicação para os dados oferecidos pela tabela. Todavia deve-se destacar que a tabela indica proprietários estabelecidos em São Paulo e Santana do Parnaíba. As duas localidades citadas podem ser consideradas periféricas do ponto de vista dos interesses da metrópole na área colonial.
Mesmo em decadência devido à concorrência nas Antilhas, a produção açucareira no Nordeste gerava rendas suficientes para garantir o tráfico de escravos africanos.
A partir de 1693, com a descoberta das primeiras jazidas de ouro na região das minas, o fluxo de escravos africanos foi direcionado para aquelas regiões.
No interior desse quadro econômico, as duas localidades citadas não dispunham de recursos
econômicos suficientes, por serem típicas economias de subsistência, cuja produção estava mais voltada para o mercado interno da colônia.
Nesse sentido, os referidos proprietários utilizavam a mão-de-obra local, os indígenas, como escravos, menos onerosos quando comparados aos provenientes da África; daí podemos observar na tabela um maior número de escravos indígenas do que de origem africana.


b) Em princípio era proibida a escravidão dos indígenas. Entretanto, havia uma importante ressalva: poderiam ser escravizados em caso daquilo que chamavam de "guerra justa", ou seja, como um ato de defesa dos colonos a possíveis ataques indígenas.
Essa ressalva foi suficiente para, sob os mais variados pretextos, proliferarem "guerras justas" em várias regiões da América portuguesa, dando uma aparência de legitimidade à escravidão indígena.
São Paulo e Maranhão foram as regiões onde ocorreu marcante escravização indígena.




55. (FGV-2004) No Brasil colonial, a denominação ladino referia-se:
a) Ao judeu que manteve sua religião durante a ocupação do Nordeste pelos holandeses.
b) Aos escravos africanos considerados aculturados à sociedade colonial.
c) Ao cristão-novo que se dedicava ao tráfico negreiro entre a África e a América.
d) Aos portugueses autorizados a praticar o comércio na América espanhola.
e) Aos africanos alforriados que habitavam os principais núcleos urbanos coloniais.

resposta:[B]


Comentário da questão:
Escravos ladinos eram aqueles já aculturados, ou seja, que já sabiam falar o português e tinham hábitos culturas já influenciados pelos contatos com a população colonial.


56. (UNICAMP-2005) O termo ‘feitor’ foi utilizado em Portugal e no Brasil colonial para designar diversas ocupações. Na época da expansão marítima portuguesa, as feitorias espalhadas pela costa africana e, depois, pelas Índias e pelo Brasil tinham feitores na direção dos entrepostos com função mercantil, militar, diplomática. No Brasil, porém, o sistema de feitorias teve menor significado do que nas outras conquistas, ficando o termo ‘feitor’ muito associado à administração de empresas agrícolas.
(Adaptado de Ronaldo Vainfas (org.), Dicionário do Brasil Colonial. Rio de Janeiro: Ed. Objetiva, 2000, p. 222).

a) Indique características do sistema de feitorias empreendido por Portugal.
b) Qual a produção agrícola predominante no Brasil entre os séculos XVI e XVII? Quais as funções desempenhadas pelo feitor nessas empresas agrícolas?





resposta:
a) Por meio do sistema de feitorias, a metrópole restringiu sua ação ao âmbito mercantil, procurando estabelecer contatos comerciais com as populações nativas. 
Estas lhe forneciam mercadorias de elevado valor no mercado europeu, em troca de produtos de baixo valor ou do pagamento em moedas.
b) Nos dois séculos iniciais de nossa História, a produção agrícola predominante foi a da cana de açúcar, que se organizou no sistema de plantation.
Nesse tipo de empresa agrícola, o feitor era o principal representante do grande proprietário. Ele gerenciava todo o sistema produtivo, isto é, era responsável pela organização do trabalho escravo, o plantio e todas as etapas da produção do açúcar.



57. (UNICAMP-2005) Um dos maiores problemas nos estudos históricos no Brasil acerca da escravidão é seu relativo desconhecimento da história e da cultura africanas. Aí, a história do Congo tem muitas lições a dar, quer para os interessados no estudo da África, quer para os estudiosos da escravidão e da cultura negra na diáspora colonial. Afinal, a região do Congo-Angola foi daquelas que mais forneceram africanos para o Brasil, especialmente para o Sudeste, posição assumida no século XVII e consolidada na virada do século XVIII para o XIX.
(Adaptado de Ronaldo Vainfas e Marina de Mello e Sousa, “Catolização e poder no tempo do tráfico: o reino do Congo da conversão coroada ao movimento Antoniano, séculos XV-XVIII”, Tempo. n. 6, 1998, p. 95-6).

a) O que foi a diáspora colonial citada no texto acima?
b) Identifique duas influências africanas no Brasil atual.
c) Nomeie e explique, no Brasil atual, uma decorrência da prática da escravidão negra.






resposta:
a) A diáspora colonial — ou diáspora africana, como também é conhecida — foi o processo de dispersão de milhões de africanos negros, transferidos de suas regiões de origem para as colônias da América, por meio do tráfico negreiro.

b) Entre diversas influências da África negra no Brasil atual, destacam-se as de caráter religioso —particularmente a prática do candomblé — e a culinária, com muitas comidas originárias da África sub-saariana.

c) A mais evidente decorrência da escravidão africana é a desvalorização da população negra e mestiça. Realizada de maneira sutil e não oficial — e por isso mesmo difícil de ser combatida — tal desvalorização fez com que os descendentes dos escravos negros fossem relegados a segundo plano, em termos econômicos, sociais, políticos e culturais.


58. (PUC - MG-2007) O padre jesuíta Antonil (João Antônio Andreoni), autor do livro Cultura e Opulência do Brasil por suas Drogas e Minas, publicado em Lisboa (1710), afirma com severidade os problemas colocados pelo deslocamento do eixo produtivo colonial do nordeste para o sudeste. Em sua crítica, menciona os danos causados pela descoberta do ouro nas Minas Gerais e os desdobramentos políticos desse processo.
Sobre esse deslocamento da área de produção açucareira para a mineração, assinale a afirmativa
CORRETA.
a) A economia do açúcar, mesmo após a descoberta do ouro, continuou a ser a principal receita brasileira no final do século XVIII, já que garantia a economia exportadora.
b) A mineração, pelo seu valor agregado, possibilitou o financiamento de parte da produção do açúcar nordestino, encalhado pela concorrência comercial do açúcar das Antilhas.
c) Diamantes, ouro e pedras, através do sucesso da economia mineradora, se tornaram os principais produtos das exportações brasileiras durante os séculos XVII e XVIII.
d) A população escrava da região das minas era procedente do estoque de escravos do nordeste, visto que a diminuição da produção açucareira elevou o preço do cativo.


resposta:[D]

Comentário da questão:
A descoberta de ouro provocou o deslocamento do eixo econômico do Nordeste açucareiro para o Centro-Sul minerador e, dessa forma parte da mão de obra seguiu esse roteiro.


59. (ETEs-2007) Na história do Brasil, a presença ou a proximidade de rios, riachos, fontes e igarapés favoreceu, em determinada região, o desenvolvimento de um importante tipo de exploração econômica, técnica ou processo de produção.

Pode-se considerar como exemplo
a) a prática do garimpo, no Vale do Rio Amazonas, e o contrabando do ouro para as terras do sul.
b) a substituição do pilão de mão pelo monjolo movido a água, na produção açucareira do Vale do Rio Tietê.
c) a utilização do engenho movido a água, mais produtivo do que o engenho movido a tração animal, no sertão nordestino.
d) a criação de gado, no Vale do Rio São Francisco, para abastecimento da região de produção açucareira.
e) o cultivo da seringueira, a produção da borracha e o seu transporte no Vale do Rio Paraíba.


resposta:[D]

Comentário da questão:
A pecuária se tornou uma importante atividade paralela e complementar a economia açucareira e foi fundamental para a ocupação do interior do território.

60. (UFSCar-2008) A forte e atual presença de usos e costumes dos iorubás na Bahia deve-se
a) à sua chegada no último ciclo do tráfico dos escravos na região, no fim do século XVI e início do XVII.
b) à vitória dos portugueses sobre os holandeses no Golfo da Guiné, de onde vieram para o Brasil numerosos escravos embarcados no forte São Jorge da Mina.
c) ao controle pelos portugueses da costa do Congo, onde obtinham um grande número de escravos, trocados por barras de ferro.
d) à presença numerosa desse povo em Angola, onde era realizado o comércio entre a África e a Bahia, envolvendo escravos e o tabaco.
e) à resistência cultural desses descendentes de escravos oriundos de classe social elevada e de sacerdotes firmemente ligados aos preceitos religiosos africanos.


resposta:[E]

Comentário da questão:
Explicação corrente entre os seguidores do Candomblé e antropólogos que atualmente se dedicam ao tema. Na Bahia, houve efetivamente uma concentração de escravos oriundos do golfo da Guiné (conhecidos pela designação genérica de “sudaneses”), adeptos de cultos com as características do Candomblé. Todavia, o fortalecimento desses cultos e práticas na Bahia ocorreu mais por um retorno de seus membros às raízes africanas, em décadas recentes, do que por uma transmissão quase esotérica  daquelas crenças entre os escravos e seus descendentes.





61. (PASUSP-2009) Trabalho escravo ou escravidão por dívida é uma forma de escravidão que consiste na privação da liberdade de uma pessoa (ou grupo), que fica obrigada a trabalhar para pagar uma dívida que o empregador alega ter sido contraída no momento da contratação. Essa forma de escravidão já existia no Brasil, quando era preponderante a escravidão de negros africanos que os transformava legalmente em propriedade dos seus senhores. As leis 
abolicionistas não se referiram à escravidão por dívida. Na atualidade, pelo artigo 149 do Código Penal Brasileiro, o conceito de redução de pessoas à condição de escravos foi ampliado de modo a incluir também os casos de situação degradante e de jornadas de trabalho excessivas.
Adaptado de Neide Estergi. A luta contra o trabalho escravo, 2007.



Com base no texto, considere as afirmações abaixo:
I. O escravo africano era propriedade de seus senhores no período anterior à Abolição.
II. O trabalho escravo foi extinto, em todas as suas formas, com a Lei Áurea.
III. A escravidão de negros africanos não é a única modalidade de trabalho escravo na história do Brasil.
IV. A privação da liberdade de uma pessoa, sob a alegação de dívida contraída no momento do contrato de trabalho, não é uma modalidade de escravidão.
V. As jornadas excessivas e a situação degradante de trabalho são consideradas formas de escravidão pela legislação brasileira atual.


São corretas apenas as afirmações
a) I, II e IV
b) I, III e V
c) I, IV e V
d) II, III e IV
e) III, IV e V

resposta:[B]



62. (UNICAMP-2000) Leia os trechos abaixo:
O português entrou em contato íntimo e freqüente com a população de cor. Mais do que nenhum povo da Europa, cedia com docilidade ao prestígio comunicativo dos costumes, da linguagem e das seitas dos indígenas e negros. Americanizava-se ou africanizava-se, conforme fosse preciso.
(Adaptado de Sérgio Buarque de Holanda, Raízes do Brasil).
Simetria: (do grego symmetria, ‘justa proporção’) S. m. 1. 
Correspondência em grandeza, forma e posição relativa de partes situadas em lados opostos (...) 
(Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, 1986) 

a) Cite elementos culinários, linguísticos e musicais da cultura brasileira que revelem a adoção de costumes negros e indígenas por parte do branco europeu.


b) Você concordaria com a afirmação de que houve uma relação de simetria entre a cultura branca e a dos negros e índios durante o período colonial? Sim ou não? Justifique.




resposta:
a) Podemos destacar, entre outros: Culinária: mandioca, milho (indígenas); azeite de dendê, vários pratos da culinária baiana, vatapá, acarajé, caruru (africanos).
Linguísticos: muitas palavras no vocabulário da língua portuguesa falada no Brasil: nomes próprios, toponímicos, nomes da flora e da fauna, sufixos como "guaçu", "mirim" (indígenas); nomes de pratos da culinária baiana, toponímicos; nomes de quilombos, mucama, moleque, batuque cafuné (africanos).
Musicais: há muitos ritmos e instrumentos que foram incorporados e caracterizam a música no Brasil, nos quais são comuns elementos indígenas e africanos, – por exemplo: cateretê, maraca (indígenas); maracatu, berimbau (africanos). 



b) Não. Aliás, cabe perguntar se alguma vez existiu na história alguma relação de simetria entre culturas. No caso referido é notável a assimetria na medida em que existiu uma relação de poder, de dominação da cultura dos brancos europeus sobre as demais culturas. As demais culturas puderam ocupar alguns espaços desde que não colocassem em questão o predomínio da cultura branca européia.



63. (UECE 2011) “Caio Prado Jr. procurou mostrar que a estrutura colonial (latifúndio, monocultura, escravismo) surgiu por causa dos interesses da Metrópole em ter uma área que produzia artigos tropicais que seriam exportados para o mercado europeu. Pesquisas mais recentes afirmam que não se pode exagerar a importância da plantation e do mercado externo na estrutura da produção colonial”.
Fonte: FRAGOSO, João e FLORENTINO, Manolo. O Arcaísmo como Projeto. Rio de Janeiro: Diadorim, 1993, pp. 15-31.

Com base no fragmento acima, considere as seguintes afirmativas:
I. Os grandes traficantes de escravos, que viviam no Brasil, estavam entre os mais ricos da Colônia e também compravam terras.
II. O retorno líquido de uma plantation era geralmente inferior ao lucro obtido com o tráfico de africanos.
III. O projeto colonizador não visava lucros, mas criar um sistema hierárquico de poder e de acumulação de terras.



Marque o correto:
a)       Somente I e III são verdadeiras.
b)       Somente II e III são falsas.
c)       Somente I e II são verdadeiras.
d)       I, II e III são verdadeiras.


resposta da questão 63:[C]


Comentário da questão 63:

A montagem da colonização brasileira baseava-se no “Plantation” (latifúndio - monocultura - escravidão) para gerar lucros para a Metrópole. A referida questão procura ressaltar o papel do tráfico negreiro na história econômica do Brasil Colônia sendo uma atividade extremamente lucrativa e interessante para os colonos, a Coroa portuguesa e os traficantes, que auferiam grandes lucros no comércio de escravos africanos.



64. (UFSCar) Sobre o tráfico negreiro, consolidado pelos portugueses no Atlântico, são apresentadas as afirmações seguintes.

I. Garantiu o poder da metrópole no Brasil, assegurando a transferência da renda do setor produtivo para o setor mercantil.
II. Reduziu-se ao comércio de africanos entre a África e a América, sem modelar o conjunto da economia, da sociedade ou da política da América portuguesa.
III. Na América, a Coroa portuguesa reconheceu a liberdade dos índios, mas na África estimulou o negócio negreiro.
IV. Possibilitou a colonização da África como concorrencial em relação à colonização do Brasil.
V. Estimulou o intercâmbio alimentar e de costumes entre a África e a América.

Estão corretas as afirmações:
(A) I, II e III, apenas.
(B) II, III e IV, apenas.
(C) I, III e V, apenas.
(D) II, III, IV e V, apenas.
(E) I, II, IV e V, apenas.


resposta da questão 64:[C]



65. (UFV) Leia o trecho a seguir:
De couro era a porta das cabanas, o rude leito aplicado no chão duro, e mais tarde a cama para os partos; de couro todas as cordas, a borracha para carregar água, o mocó ou alforje para levar comida, a maca para guardar roupa, a mochila para milhar cavalo, a peia para prendê-lo em viagem, as bainhas de faca, as broacas e surrões, a roupa de entrar no mato, os banguês para curtume ou para apurar sal; para os açudes, o material de aterro era levado em couros puxados por juntas de bois que calcavam a terra com seu peso; em couro pisava-se tabaco para o nariz. 
(ABREU, Capistrano de. "Capítulos de história colonial". Belo Horizonte: Itatiaia, 1978. p.153.) 

Com base no texto acima, que se refere a uma importante atividade econômica do período colonial, e também em seus conhecimentos, responda:
a) Qual é essa atividade?
b) Em que região da colônia ela se tornou mais expressiva?
c) Qual a relação de trabalho predominante nessa atividade?



resposta da questão 65:
a) Pecuária.

b) No sertão nordestino para atender às demandas por alimentos e transporte de carga nos engenhos localizados na Zona da Mata.

c) O trabalho livre.


66. (FGV) "Guerreado por Madri e pela Holanda, posto em quarentena pela Santa Sé, Portugal busca o apoio de Londres, preferindo a aliança com os distantes hereges, a associação com os vizinhos católicos. Dando seguimento vários tratados bilaterais, os portugueses facilitam o acesso dos mercadores e das mercadorias inglesas às zonas sob seu controle na Ásia, África e América".
 ALENCASTRO, L.F. de, "A economia política dos descobrimentos", NOVAES, A. (org.), A descoberta do homem e do mundo, São Paulo, Cia das Letras, 1998, p. 193.

O trecho do texto de Alencastro refere-se:
a) Ao período inicial da expansão marítima portuguesa, no qual as rivalidades com a Espanha em torno da partilha da América levaram a uma aproximação diplomática entre Portugal e Inglaterra.
b) À época da Restauração, que se seguiu à união dinástica entre as monarquias ibéricas e que obrigou a Coroa portuguesa a enfrentar tropas espanholas na Europa e holandesas na África e na América.
c) À época napoleônica, que acabou por definir o início da aproximação diplomática de Portugal com a Inglaterra, em virtude da articulação franco-espanhola que ameaçava as colônias portuguesas na América.
d) Ao período de Guerras de Religião, durante o qual monarquia portuguesa, por aproximar-se dos calvinistas ingleses, passou a ser encarada com suspeitas pelo poder pontifício.
e) À época das primeiras viagens portuguesas às Índias, quando muitas expedições foram organizadas em conjunto por Inglaterra e Portugal, o que alijou holandeses e espanhóis das atividades mercantis realizadas na Ásia.



resposta da questão 66:[B]


67. (UFRJ 2010) “A primeira coisa que os moradores desta costa do Brasil pretendem são índios escravizados para trabalharem nas suas fazendas, pois sem eles não se podem sustentar na terra.”

Adaptado de GANDAVO, Pero Magalhães. Tratado descritivo da terra do Brasil. São Paulo: Itatiaia e EDUSP, 1982, p. 42 [1576]

Nesse trecho percebe-se a adesão do cronista ao ideário dos colonos lusos no Brasil de fins do século XVI.
Com base no texto, e considerando que em Portugal prevalecia uma hierarquia social aristocrática e católica, explique por que, ao desembarcarem na América portuguesa da época, os colonos imediatamente procuravam lançar mão do trabalho escravo.


resposta da questão 67:

Deve-se explicar que o ideal aristocrático prevalecente em sua sociedade de origem levava os colonos a viver à custa do trabalho alheio como traço de distinção social.


68. (UFRJ 2010) “Por mais de um século o Brasil foi o principal exportador mundial de açúcar. De 1600 a 1650 o açúcar respondia por 90% a 95% dos ganhos brasileiros com exportações. Mesmo no período em torno de 1700, quando o setor açucareiro declinou, ele continuava a representar 15% dos ganhos do Brasil com exportações.”
SKIDMORE, Thomas E. Uma história do Brasil. São Paulo: Paz e Terra, 1998, p. 36

Explique um fator, externo à América portuguesa, responsável pelo declínio relativo do setor açucareiro brasileiro na segunda metade do século XVII.

resposta da questão 68:
 Deve-se explicar que o declínio relativo do setor açucareiro da América portuguesa, a partir da segunda metade do século XVII, deveu-se à concorrência da produção de açúcar implementada em diversas colônias europeias na região caribenha (Martinica, Guadalupe, Jamaica, Barbados, dentre outras).


69. (UFAM 2009) Mais do que um recurso natural. Mais do que um artigo de exportação. O que se descobriu em Minas, depois de dois séculos de colonização, foi uma fortuna em estado puro. Ao contrário do que ocorria com a cana-de-açúcar no Nordeste, o metal extraído dos leitos dos rios mineiros não dependia da demanda internacional e suas oscilações de cotação; já vinha em forma de dinheiro, pronto para ser posto em circulação ali mesmo. O ouro em pó transformou-se imediatamente na principal moeda das Minas Gerais naquele final do século XVII. E era tão abundante que, embora quase sempre tivesse Portugal como destino, causou enorme impacto econômico e social também deste lado do Atlântico.
REVISTA DE HISTÓRIA DA BIBLIOTECA NACIONAL, nov.2008.

Como foi exposto no texto acima, a atividade mineradora provocou profundas transformações na colônia. Assinale a alternativa que NÃO representa um resultado da economia mineira.
a) A atividade mineradora promoveu uma certa flexibilidade social ao possibilitar a alguns escravos a compra da sua alforria.
b) A descoberta aurífera facilitou a integração econômica das diversas regiões da colônia promovendo a formação de um
mercado interno articulado.
c) A atividade mineradora favoreceu a urbanização de Minas Gerais bem como a diversificação da sociedade mineira com
o surgimento de novos grupos sociais como artesãos e comerciantes.
d) A mineração deslocou o eixo econômico do Nordeste para o Centro-Sul da colônia, o que levou à transferência da capital
de Salvador para o Rio de Janeiro.
e) A crescente demanda de mão de obra escrava para as Minas Gerais promoveu o recrudescimento do tráfico e propiciou
o aparecimento de armadores e traficantes brasileiros que trocavam africanos por aguardente e algodão.
 


resposta da questão 69:[E]


70. (IFPE 2009) Em 1630, após fracassada invasão a Bahia, os holandeses chegaram a Pernambuco, aqui permanecendo por mais de duas décadas. Baseado nessa afirmação, é CORRETO afirmar que
a) a busca pelo ouro foi um grande estímulo para as invasões holandesas ao Brasil.
b) coube a Duarte Coelho, governador de Pernambuco, a liderança da resistência luso-brasileira através do arraial do Bom Jesus.
c) Maurício de Nassau, calvinista, caracterizou sua administração no Nordeste brasileiro pela tolerância e por uma política conciliatória junto à aristocracia pernambucana.
d) Olinda tornou-se a sede da corte de Nassau, sendo reedificada com a construção de pontes e palácios.
e) Em 1649, com a segunda Batalha dos Guararapes, os holandeses se renderam ante os luso-pernambucanos, sendo Maurício de Nassau preso pelas tropas de Fernandes Vieira.


 resposta da questão 70:[C]


71. (FUVEST 2014) A economia das possessões coloniais portuguesas na América foi marcada por mercadorias que, uma vez exportadas para outras regiões do mundo, podiam alcançar alto valor e garantir, aos envolvidos em seu comércio, grandes lucros. Além do açúcar, explorado desde meados do século XVI, e do ouro, extraído regularmente desde fins do XVII, merecem destaque, como elementos de exportação presentes nessa economia:
a) tabaco, algodão e derivados da pecuária.
b) ferro, sal e tecidos.
c) escravos indígenas, arroz e diamantes.
d) animais exóticos, cacau e embarcações.
e) drogas do sertão, frutos do mar e cordoaria.



 resposta da questão 71:[A]

 Comentário da questão:

Dos produtos citados, o tabaco foi o mais presente nas exportações brasileiras, tendo em vista sua importância no escambo por escravos africanos. O algodão (produzido no Maranhão desde o século XVII e depois cultivado em outras capitanias) ganhou destaque no século XVIII, em decorrência das necessidades geradas pela Revolução Industrial Inglesa. Quanto aos derivados da pecuária (couros e charque), sua relevância está relacionada com o Renascimento Agrícola de fins do século XVIII e início do XIX, quando a pauta de exportações ganhou maior diversidade.

72. (COPERJ) A imagem do vaqueiro nordestino como símbolo de autonomia e de luta contra as intempéries deriva, em grande parte, do fato de a pecuária, durante o período colonial brasileiro, ter sido responsável pelo desbravamento do “grande sertão”, realizado pela figura solitária e mestiça do sertanejo.
 

Os fatores que levaram a pecuária nordestina, desenvolvida de forma extensiva, especialmente no final do século XVII e boa parte do século XVIII, a ser realizada em direção ao interior do país são:

A) A colonização brasileira não estava ainda plenamente consolidada
e a Coroa Portuguesa, como forma de proteger os rebanhos brasileiros das ameaças de mercenários, piratas e corsários ingleses, franceses e holandeses, optou por estimular a criação de gado em áreas mais longe do litoral.
B) Os homens, envolvidos na agroindústria açucareira, precisavam de alimentos, mas uma Carta Régia de 1701 proibiu a prática da pecuária na faixa litorânea, a fim de garantir os interesses dos senhores de engenho e os lucros obtidos pela Coroa Portuguesa com a monocultura do açúcar.
C) O tipo de gado bovino trazido pelos portugueses para o Brasil Colonial, subespécie B. taurus taurus (exemplos: Angus, Caracu, Charolais, Devon), não se adaptou bem às condições climáticas, excessivamente úmidas, do litoral brasileiro, e só encontrou uma melhor adaptação no clima mais seco do semiárido nordestino.
D) Os brasileiros, ávidos de gêneros alimentícios, temiam que a exploração de gado no litoral, já ocupado pela lavoura açucareira, tivesse o mesmo destino de servir como produto para exportação e se organizaram para criar o gado bovino em uma região que estivesse longe das vistas dos negociantes portugueses.
E) O Brasil Colonial precisava de uma política agrária que contemplasse, ao mesmo tempo, as ambições agroexportadoras da metrópole portuguesa e as necessidades internas da população, pensando assim; a Coroa Portuguesa oferecia terras e incentivos financeiros ao investidor que desenvolvesse atividades econômicas no interior.


resposta da questão 72:[B]


73. (COVERJ) No episódio da exploração da monocultura do açúcar, que caracteriza o Período Colonial Brasileiro, os holandeses, em função da agroindústria açucareira do Brasil, desempenhavam a seguinte atividade:
A) Controlavam a operação de transporte, refino e distribuição comercial do açúcar brasileiro na Europa.
B) Protegiam o litoral brasileiro, atuando como mercenários contratados pela Coroa Portuguesa ou pelos Donatários.
C) Financiavam a atividade e ofereciam seu conhecimento técnico do cultivo de cana-de-açúcar, adquirido anteriormente nas Antilhas Holandesas.
D) Forneciam gêneros alimentícios que complementavam a alimentação dos portugueses e escravos africanos dedicados às atividades da monocultura açucareira.
E) Dedicavam-se a oferecer seus conhecimentos em técnicas de planejamento urbano, muito úteis na montagem de novas cidades, como Recife e Olinda.

resposta da questão 73:[A]


74. (UFScar) Por sua vez, Caio Prado Jr., em sua obra clássica, Formação do Brasil Contemporâneo, via o recurso ao trabalho africano como uma “exigência” da colonização europeia nos trópicos ao lado da grande propriedade monocultural; o trabalho forçado e, por conseguinte, o tráfico enquadravam-se ao sentido da colonização. Aprofundando a análise de Caio Prado Jr., Fernando Novais relacionou a escravidão e o tráfico de escravos ao processo de acumulação primitiva de capitais na Europa. O tráfico de africanos controlado pelo capital mercantil metropolitano era, ao lado do exclusivo, um dos elementos fundamentais da acumulação exógena, já que garantia a transferência para a Metrópole do excedente econômico produzido pelo braço cativo na América.
(Gustavo Acioli e Maximiliano M. Menz. Hierarquias continentais e economia mundo. In: www.gpepsm.ufsc.br)

O fragmento discute as razões para
(A) a substituição do escravo indígena pelo africano.
(B) o fracasso da política mercantilista no Brasil colonial.
(C) a proibição do tráfico negreiro pela Inglaterra.
(D) o avanço da liberalização econômica na colônia.
(E) a antecipação dos movimentos abolicionistas no Brasil.



resposta da questão 74:[A]

Comentário da questão: 
Temos no enunciado da questão alguns fatores que explicam a substituição da mão de obra escrava indígena pela importação de mão de obra escrava proveniente do continente africano, em virtude de o tráfico negreiro ser uma atividade altamente lucrativa que proporcionou a acumulação primitiva de capitais por parte de algumas nações europeias.



75. (UFSCar) Observadores jesuítas estimaram em 300 mil o número de índios capturados apenas nas missões do Paraguai. (...) muitos foram vendidos como escravos em São Vicente e principalmente no Rio de Janeiro, onde a produção de açúcar desenvolveu-se ao longo do século XVII. (...) Devemos também levar em conta a conjuntura de escassez de suprimento de escravos africanos, entre 1625 e 1650 (...). Não é uma simples coincidência que naqueles anos tenha ocorrido uma ativação das bandeiras.
(Boris Fausto. História do Brasil)

A conjuntura de escassez de escravos africanos, a que se refere o texto, ocorreu por ocasião do episódio
(A) da Guerra da Cisplatina.
(B) da Revolução Liberal do Porto.
(C) da invasão napoleônica à metrópole portuguesa.
(D) dos movimentos nativistas no Brasil Colonial.
(E) das invasões holandesas no Nordeste do Brasil.




resposta da questão 75:[E]

Comentário da questão:
Durante o domínio holandês, o fornecimento de escravos africanos para a América Portuguesa ficou seriamente comprometida em razão do controle dos mercados fornecedores de escravos no litoral africano, exercido pelos Países Baixos, Uma alternativa para a carência de mão de obra escrava africana foi a substituição pelos índios "ladinos", ou seja, aqueles já acostumados ao trabalho sistemático, principalmente nas lavouras, como era o caso dos  indígenas dos aldeamentos jesuíticos.

76. (UFSCar) Antônio Vieira, em 1633, (...) então um jovem de 26 anos, desenvolveu a ideia de serem os africanos e negros, por ele chamados de “etíopes”, os eleitos de Deus e feitos à semelhança de Cristo para salvar a humanidade através do sacrifício.
No engenho, pregava Vieira aos escravos, “sois imitadores de Cristo crucificado [...], porque padecíeis de um modo muito semelhante o que o mesmo senhor padeceu na sua cruz, e em toda a sua paixão.” (...)
Recomendação de paciência com a promessa da salvação gloriosa devida por Deus aos mártires, eis o que pregava Vieira aos negros.
(Ronaldo Vainfas, Deus contra Palmares – Representações senhoriais e ideias jesuíticas. In: João José Reis e Flávio dos Santos Gomes, Liberdade por um fio: história dos quilombos no Brasil)

O fragmento permite que se conclua que
(A) o projeto da Igreja Católica apoiava que o africano negro permanecesse em cativeiro apenas durante o processo de catequese.
(B) a Igreja Católica concordava com a escravização dos negros africanos e justificava-a com a utilização de seus preceitos doutrinários.
(C) ao associar o sofrimento dos escravos africanos com o de Cristo, os padres jesuítas se opunham ao cativeiro dos africanos e dos índios.
(D) a defesa que os jesuítas faziam da escravização tanto de africanos quanto de indígenas nativos do Brasil era fundamentada no Concílio de Trento.
(E) os sacerdotes da Igreja Católica defendiam que os africanos negros só deveriam ser escravizados caso recusassem a conversão ao catolicismo.


resposta da questão 76:[B]


77. (UFPE 2012) A presença dos holandeses foi marcante na história dos tempos coloniais. De fato, os holandeses possuíam grande poder de investimento e tinham rivalidades com outras nações da Europa. No Brasil, a presença holandesa em terras pernambucanas:

I - deu-se, apenas, devido às rivalidades religiosas existentes entre católicos e protestantes, responsáveis por guerras contínuas e influentes na gestão das terras americanas.

II - favoreceu o crescimento da produção açucareira, afastou a Espanha de Portugal e trouxe vantagens para as relações políticas com a democracia.

III - movimentou o mercado internacional do açúcar, alterou relações diplomáticas e trouxe novas práticas sociais.

IV - derrubou os preconceitos contra a mão de obra escrava e recuperou Pernambuco da forte crise econômica que atravessava.

V - trouxe novos hábitos para a colônia, com a vinda das ideias renascentistas, embora não tenha consolidado a aceitação da religião protestante na sociedade da época.


Assinale a sequência correta das assertivas de cima para baixo.

a) FFVFV

b) FVVFV

c) VFFFV

d) FVVFF

e) VVVFV

Resposta da questão 77: [A]

Comentário da questão:
I) Falsa. A Holanda tinha rivalidades com a Espanha, mas veio movida por interesses econômicos e disputas pelo mercado internacional do açúcar.
II) Falsa. Os holandeses tiveram dificuldades para administrar a produção açucareira. Suas contribuições sociais e culturais tiveram significado, mas não articularam mudanças.
III) Verdadeira. O mercado passou por turbulências e se reestruturou. Muitos novos
hábitos culturais tornaram-se conhecidos, trazendo influências para a vida cotidiana da colônia.
IV) Falsa. A escravidão não foi o alvo dos projetos holandeses. Seus planos de dominar a produção local terminaram fracassando. Foram expulsos, depois de conflitos violentos.
V) Verdadeira. Houve influências, mas não transformações que importassem numa revolução de costumes e crenças religiosas.


78. (UFV) Durante a segunda metade do século XVII, os portugueses perderiam grande parte do controle do comércio do Oriente e das rotas do Oceano Índico para os holandeses, que, por sua vez, logo se veriam superados pelos ingleses. Holandeses e ingleses deviam seu sucesso à capacidade de organizar e financiar seus empreendimentos simultaneamente militares e comerciais.


a) Qual o principal instrumento de política colonial dos holandeses e ingleses?

b) Aponte um evento que indique os desdobramentos da concorrência entre as grandes potências na América Portuguesa.

resposta da questão 78:

a) As companhias de comércio.

b) A presença holandesa no Brasil entre 1630 e 1654 no contexto da União Ibérica (1580-1640) em razão do conflitos políticos que envolviam Espanha e Holanda, pois os holandeses que participavam ativamente do comércio do açúcar brasileiro transportando e distribuindo-o na Europa, foram privados pela Coroa espanhola detentora do governo sobre Portugal e suas colônias e que havia perdido o domínio sobre os Países Baixos.

79. (PITÁGORAS) A pecuária foi importante atividade na América Portuguesa, muito embora tenha sido subsidiária tanto na economia açucareira quanto na economia mineradora. No começo, os bois eram criados dentro dos engenhos. Aos poucos foram se instalando no interior da colônia.

Com relação à pecuária é correto afirmar, EXCETO:


a) a pecuária foi introduzida no Brasil durante o governo geral em razão da utilização da tração animal nos trabalhos dos engenhos.

b) a pecuária extensiva contribuiu para a colonização do interior do Brasil e consequentemente para a formação de diversas vilas.

c) a pecuária tornou-se uma atividade econômica bastante rentável devido ao seu baixo custo operacional e grande valor do couro.

d) a criação do gado de forma extensiva contribuiu para o surgimento dos vaqueiros que eram trabalhadores livres e assalariados.

e) a criação de gado no interior do país foi proibida através da Carta Régia de 1701, por esta área estar reservada para o cultivo da cana-de-açúcar.



 Resposta da questão 79: [E]


Comentário da questão: 

A Pecuária contribui significativamente para a ocupação do interior do território da América portuguesa, foi uma atividade econômica paralela e complementar à economia açucareira. Utilizou-se de mão de obra livre, embora também tivesse empregado trabalhadores escravos. Entre as principais áreas pecuaristas ao longo dos séculos XVI e XVII, destaque o Vale do rio São Francisco.

80. (UFRJ) "A Metrópole, por isso que é mãe, deve prestar às colônias suas filhas todos os bons ofícios e socorros necessários para a defesa e segurança das suas vidas e dos seus bens (...). Estes benefícios pedem iguais recompensas e, ainda, alguns justos sacrifícios; e, por isso é necessário que as colônias também, da sua parte, sofram: 1) que só possam comerciar diretamente com a Metrópole, excluída toda e qualquer outra nação, ainda que lhes faça um comércio mais vantajoso; (...) Desta sorte, os justos interesses e as relativas dependências mutuamente serão ligadas."

(Azeredo Coutinho, J. J. da Cunha. ENSAIO SOBRE O COMÉRCIO DE PORTUGAL E SUAS COLÔNIAS, 1816)


A empresa que se organiza como parte integrante do sistema colonial português na Época Moderna tem como base os elementos da política econômica mercantilista, entre os quais se encontra o monopólio comercial.

a) Identifique duas características da empresa colonial portuguesa na Época Moderna.

b) Explique a função do monopólio comercial no sistema colonial da época mercantilista.



resposta da questão 80:

a) A predominância da monocultura de produtos tropicais e a tilização da escravidão.

b) A garantia de mercados exclusivos entre outros para a manutenção de uma balança comercial favorável dentro da política mercantilista.


81. (FUVEST 2013) A economia das possessões coloniais portuguesas na América foi marcada por mercadorias que, uma vez exportadas para outras regiões do mundo, podiam alcançar alto valor e garantir, aos envolvidos em seu comércio, grandes lucros. Além do açúcar, explorado desde meados do século XVI, e do ouro, extraído regularmente desde fins do XVII, merecem destaque, como elementos de exportação presentes nessa economia:
a) tabaco, algodão e derivados da pecuária.
b) ferro, sal e tecidos.
c) escravos indígenas, arroz e diamantes.
d) animais exóticos, cacau e embarcações.
e) drogas do sertão, frutos do mar e cordoaria.



 resposta da questão 81:[A]

Comentário da questão:



Dos produtos citados, o tabaco foi o mais presente nas exportações brasileiras, tendo em vista sua importância no escambo por escravos africanos. O algodão (produzido no Maranhão desde o século XVII e depois cultivado em outras capitanias) ganhou destaque no século XVIII, em decorrência das necessidades geradas pela Revolução Industrial Inglesa. Quanto aos derivados da pecuária (couros e charque), sua relevância está relacionada com o Renascimento Agrícola de fins do século XVIII e início do XIX, quando a pauta de exportações ganhou maior diversidade.




82. (ESPM 2007) Numa economia como a brasileira – particularmente em sua primeira fase — é preciso distinguir dois setores bem diferentes da produção. O primeiro é dos grandes produtos de exportação, o outro é das atividades acessórias cujo fim é manter em funcionamento aquela economia de exportação. São sobretudo as que se destinam a fornecer os meios de subsistência à
população empregada nesta última.


Caio Prado Jr. História Econômica do Brasil

Assinale a alternativa que traga, respectivamente, um produto de exportação e uma atividade acessória ou de subsistência praticadas no Brasil colonial:
a) Açúcar e borracha.
b) Açúcar e mandioca.
c) Açúcar e soja.
d) Café e borracha.
e) Café e soja.




resposta da questão 82:[B]

Comentário da questão:
O texto do historiador brasileiro Caio Prado Jr. remete-se à estrutura agro-exportadora implementada no território colonial com o objetivo de conferir vultuosos lucros à Coroa Portuguesa. Dessa forma, temos o apontamento em torno de duas instâncias produtivas: primeiramente o açúcar produzido em larga escala para o mercado internacional e, em segundo plano, o cultivo de produtos de subsistência (como a mandioca) para o abastecimento interno. Daí a idéia de tratar-se de uma economia subsidiária ao grande engenho e responsável por manter o funcionamento do mesmo. 


83. (Fuvest 2010) “E o pior é que a maior parte do ouro que se tira das minas passa em pó e em moeda para os reinos estranhos e a menor quantidade é a que fica em Portugal e nas cidades do Brasil...”
João Antonil. Cultura e opulência do Brasil por suas drogas e minas, 1711.

Esta frase indica que as riquezas minerais da colônia
a) produziram ruptura nas relações entre Brasil e Portugal.
b) foram utilizadas, em grande parte, para o cumprimento do Tratado de Methuen entre Portugal e Inglaterra.
c) prestaram-se, exclusivamente, aos interesses mercantilistas da França, da Inglaterra e da Alemanha.
d) foram desviadas, majoritariamente, para a Europa por meio do contrabando na região do rio da Prata.
e) possibilitaram os acordos com a Holanda que asseguraram a importação de escravos africanos.



resposta da questão 83:[B]

Comentário da questão:
Alternativa escolhida por eliminação, pois o texto de Antonil – até por se referir a “reinos estranhos”, no plural – não permite afirmar que a Inglaterra seria a única beneficiária do ouro brasileiro; aliás, o autor sugere que o desvio do metal precioso poderia ser consequência de contrabando. Ademais, o Tratado de Methuen é apenas o fato mais notório da grande dependência econômica de Portugal em relação à Inglaterra, dependência essa que remontava ao primeiro empréstimo feito por Londres a Lisboa em 1641, logo após a Restauração.



84. (UNIFESP 2006) Para um homem ter o pão da terra, há de ter roça; para comer carne, há de ter caçador; para comer peixe, pescador; para vestir roupa lavada, lavadeira; ... e os que não podem alcançar a tanto número de escravos, ou passam miséria, realmente, ou vendo-se no espelho dos demais lhes parece que é miserável a sua vida.
Padre Vieira, 1608-1697.

O texto mostra que, para se viver bem na Colônia, seria preciso ter, sobretudo,
a) escravos. 
b) terras. 
c) animais.
d) cultura. 
e) habilidades.



resposta da questão 84:[A]

Comentário da questão:
O texto de Padre Vieira refere-se à natureza escravista do empreendimento colonial açucareiro no Brasil. Destaca também a condição de “proprietários de homens e terras” da classe senhorial brasileira, que expõe o negro “a um mundo social que se organizou para os seguimentos privilegiados da raça dominante”
(Florestan Fernandes).



85. (UFSCar 2005) O principal porto da Capital [de Pernambuco], que é o mais nomeado e frequentado de navios que todos os mais do Brasil, (...) está ali uma povoação de 200 vizinhos, com uma freguesia do Corpo Santo, de quem são os mareantes mui devotos, e muitas vendas e tabernas, e os passos do açúcar, que são umas lojas grandes, onde se recolhem os caixões até se embarcarem nos navios.
(Frei Vicente do Salvador, História do Brasil – 1500-627.)

O texto refere-se ao povoado de Recife. A partir do texto, é correto afirmar que um aspecto histórico que explica a condição do povoado na época foi
a) o investimento feito pelos franceses na sua urbanização.
b) a concorrência econômica com São Vicente, o que justifica seu baixo índice de população.
c) a relação que mantinha com o interior do país, sendo o principal entreposto do comércio interno da produção de subsistência.
d) o fato de ser próspero economicamente por conta da produção de açúcar para exportação.
e) a presença da Igreja católica, estimulando romarias e peregrinações de devotos.



resposta da questão 85:[D]

Comentário da questão:
Embora a vila de Olinda fosse a capital de Pernambuco, o povoado do Recife apresentava condições portuárias mais favoráveis ao comércio açucareiro. Daí a preferência dos holandeses – que invadiriam Pernambuco em 1630 – pelo Recife no momento de escolher sua capital.


86. (UFRS) O mapa abaixo apresenta dados relativos à guerra pelo tráfico de escravos entre Holanda e Portugal ocorrida na primeira metade do século XVII.
 
(Fonte: Puntoni, Pedro. "Á Guerra dos Holandeses". São Paulo: Ática, 1995, p. 21.) Com base nos dados do mapa e levando-se em conta a conjuntura internacional, considere as seguintes afirmações. 

I - Os ataques holandeses às possessões africanas de Portugal se deveram à necessidade de controle destes importantes centros de fornecimento de escravos, fundamentais para a reprodução física da mão-de-obra dos engenhos brasileiros. 
II - Apesar da Trégua dos Dez Anos (1641-1651) na Europa, o governo holandês no Brasil não interrompeu seu processo expansionista, ampliando seus domínios com a ocupação de São Luís do Maranhão, ponto vital de apoio logístico ao tráfico negreiro internacional. 
III - A retomada de Luanda foi comandada pelo governador do Rio de Janeiro, Salvador Correia de Sá, sendo um projeto financiado pelos comerciantes e proprietários de terras locais, gravemente prejudicados pela interrupção do tráfico negreiro. 

Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas I e II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.



resposta da questão 86:[C]

87. (Fuvest 2002) “Os que trazem [o gado] são brancos, mulatos e pretos, e também índios, que com este trabalho procuram ter algum lucro. Guiam-se indo uns adiante cantando, para serem seguidos pelo gado, e outros vêm atrás das reses, tangendo-as, tendo o cuidado que não saiam do caminho e se amontoem.”
Antonil, Cultura e opulência do Brasil, 1711.

O texto expressa uma atividade econômica característica
a) do sertão nordestino, dando origem a trabalhadores diferenciados do resto da colônia.
b) de regiões canavieiras, onde se utilizava mão de obra disponível na entre-safra do açúcar.
c) de todo o território da América portuguesa, onde era fácil obter mão de obra indígena e negra.
d) das regiões do nordeste, produtoras de charque, que empregavam mão de obra assalariada.
e) do sul da colônia, visando abastecer de carne a região açucareira do nordeste.


resposta da questão 87:[A]

Comentário da questão:
O teste faz referência ao processo de interiorização das atividades pecuárias pelo Vale do Rio São Francisco, estabelecendo relações de trabalho que escapavam ao modelo preponderante nos engenhos de açúcar.



88. Assinale a afirmativa que sintetiza a lógica dos empreendimentos coloniais em relação ao trabalho:
a) A mão de obra indígena era mais facilmente obtida por ser menos
dispendiosa e pela grande quantidade de índios disponíveis na própria Colônia.
b) A necessidade de grandes contingentes de trabalhadores levou os
portugueses a recorrerem ao trabalho indígena.
c) A questão da mão de obra foi um problema constante no período,
conduzindo à escravização de índios e africanos.
d) A escravização do gentio constitui-se numa questão polêmica que contrapôs, frequentemente, lavradores e missionários.
e) O trabalho compulsório mostrou-se o mais adequado ante as
diretrizes mercantilistas de ocupação e exploração coloniais.




resposta da questão 88:[E]

Comentário da questão:
A lógica dos empreendimentos é a lógica que movimenta a economia na época, que é capitalismo na sua fase mercantil. Os traficantes de escravos eram homens de negócio que se utilizavam da política mercantilista para gerar lucros para os grupos metropolitanos.



89. (UESPI) “O ser senhor de engenho é título a que muitos aspiram, porque traz consigo o ser servido, obedecido e respeitado de muitos”.

(Antonil,1711).

Tais prerrogativas facultariam ao senhor de engenho, no período colonial brasileiro:


a) participar das câmaras municipais, independente da exigência de pertencer à nobreza. 
b) exercer todas as funções das câmaras municipais sem ser eleito pelos pares ou indicado pelo rei.
c) votar e ser votado para participar das câmaras municipais, atendendo à exigência de pureza de sangue.
d) criar câmaras municipais e erigir vilas e paróquias;
e) não pagar fintas (contribuições “voluntárias”) ou dízimos ao município.





resposta da questão 89: [C]

Comentário da questão: 

 Os grandes proprietários de terras e de escravos constituíam o que se pode chamar de classe dominante colonial, seu poderio econômico poderia também ser revertido em poder político na medida em que eram eles os responsáveis pela composição das Câmaras Municipais, os denominados "homens bons" ao longo do período colonial brasileiro.

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