Teste seus conhecimentos sobre a Idade Média
01 - (UDESC SC/2011)
De modo geral, a historiografia
considera o século XIV como aquele que assinala o início da crise do sistema
feudal europeu. Sobre os fatores que contribuíram para configurar este cenário
de crise do sistema feudal, assinale a alternativa incorreta.
A) As reformas religiosas de
Lutero e Calvino.
B) A superexploração da terra e
dos camponeses.
C) A crise de abastecimento de
alimentos que levou fome à Europa.
D) A Peste Negra, que atingiu a
Europa e se espalhou por todo o continente.
E) Emergência de revoltas rurais
e urbanas em toda a Europa.
resposta: [A]
As reformas religiosas ocorreram no século XVI, portanto no contexto histórico da Idade Moderna.
02 - (UFTM MG/2011)
A cada um a sua função e o seu lugar na terra. No topo estão os religiosos, intermediários indispensáveis entre a cidade terrestre e a cidade celeste (...). Depois vêm os nobres, que receberam da Providência a qualidade de guerreiros e estão, portanto, investidos da missão de manutenção da ordem. Finalmente, para o último lugar são relegados os trabalhadores, destinados ao trabalho e ao sofrimento para o bem comum.
(Pierre Bonnassie. Dicionário de história medieval, 1985. Adaptado.)
O texto faz referência
A) a um tipo de organização social que se apoiava nas diferentes aptidões dos seres humanos.
B) às crenças milenaristas, segundo as quais apenas os pobres alcançariam o reino dos céus.
C) à igualdade social, que caracteriza a sociedade ocidental desde a Antiguidade.
D) ao antropocentrismo, que reservava lugar de destaque para a vontade dos indivíduos.
E) à divisão da sociedade em três ordens, colocada em xeque pela Revolução Francesa.
resposta:[E]
A sociedade feudal era composta
por três estamentos (mesmo que grupos sociais com status praticamente fixo, não
se pode dizer que a mudança de classe social não existia, pois alguns
camponeses tornavam-se padres e passavam a integrar o baixo clero, por exemplo,
mas essa mudança era rara e um servo dificilmente ascenderia à outra posição):
os Nobres (guerreiros, bellatores), o Clero (religiosos, oratores), e os servos
(mão de obra, laboratores).
03 - (UFG GO/2011)
Leia o documento a seguir.
Em 1391, os desventurados das
comarcas ao sudoeste da Inglaterra começaram a se sublevar dizendo que se lhes
mantinha numa servidão excessiva e que no começo do mundo não havia servos,
somente homens semelhantes aos seus senhores. E tratavam-nos como animais,
coisa que não podiam seguir suportando: queriam ser todos iguais, e se
cultivavam ou faziam algum trabalho para seus senhores, queriam receber o seu
salário.
Crônicas de Jean Froissant.
PEDRERO-SÁNCHEZ, Maria Guadalupe.
História da Idade Média: textos e testemunhas. São Paulo: Editora UNESP, 2000.
p. 201; 207.
A Baixa Idade Média europeia foi
marcada por várias revoltas populares no campo. Considerando a leitura do
documento,
A) caracterize a servidão,
estatuto contra o qual os camponeses passaram a se rebelar, no século XIV.
B) relacione o aumento da
exploração servil e o desenvolvimento do comércio europeu no século XIV.
resposta:
A) O estatuto da servidão caracterizava-se pela ligação compulsória do servo à terra. Isso quer dizer que o servo estava preso ao feudo. Decorrente dessa condição, ao servo eram atribuídas obrigações para com o senhor feudal. Essas obrigações poderiam ser pagas, por exemplo, na forma de trabalho compulsório nas reservas do senhor (corvéia) e na destinação de parte da produção obtida no manso servil para o senhor feudal (talha). Cabia ao servo, também, pagar tributo ao senhor pelo uso de equipamentos comuns no feudo, tais como o arado, o moinho e o forno (banalidade). Diante das transformações ocorridas no século XIV, o estatuto da servidão passa a ser questionado, sendo reivindicada inclusive, conforme o documento, a remuneração da sua mão de obra (assalariamento).
B) O documento expressa uma crítica ao estatuto da servidão e indica que, no século XIV, a condição do servo piorou (há, conforme anotado, uma servidão excessiva). O aprofundamento da exploração servil relacionava-se diretamente às transformações ocorridas na economia europeia do período. A intensificação do comércio interno, associado ao abastecimento das cidades em expansão, e do externo, relacionado às rotas comerciais com o Oriente, resultou no aprofundamento da exploração servil de forma a garantir os rendimentos feudais e a gerar excedentes de produção dirigidos ao mercado.
04 - (UEPB/2011)
Más colheitas, fome, pestes,
desemprego, inflação, abandono de aldeias e rebeliões violentas nas cidades e
nos campos foram elementos que marcaram a sociedade medieval do século XIV.
Considerando esta realidade, analise as proposições a seguir:
I. O uso ilimitado de adubos e o
escasso conhecimento sobre conservação esgotaram o solo, agravando a crise de
produção.
II. Para a religiosidade medieval
tais catástrofes provocaram histeria, alimentavam superstições populares e
aceleraram transformações.
III. Na França, o campesinato
sublevou-se num movimento que ficou conhecido como ― jacqueries e que
juntamente com outras revoltas rurais ameaçou a própria sobrevivência da
nobreza e do clero.
Está(ão) correta(s) a(s)
proposição(ões):
A) I, II e III.
B) I, apenas.
C) II, apenas.
D) III, apenas.
E) I e III, apenas.
resposta:[A]
A crise que assolou a Europa Ocidental, nos
séculos XIV e XV vem acompanhada do espírito da modernidade que começou a
rondar a cabeça do homem europeu gerando fortes modificações políticas,
econômicas, sociais e religiosas no sistema vigente. O regime feudal passou a
sofrer fortes pressões internas e externas, que o modificaram, e muitas de suas
estruturas entraram em colapso.
05 - (UDESC SC/2010)
Leia o excerto.
― Há fome. Cada grão de trigo
semeado não dá mais de três, ou de quatro, quando o ano é realmente bom. Uma
miséria. O obsidiante fantasma: atravessar o Inverno, aguentar até a Primavera
para ir então à natureza, por brejos e matas, arrancar o sustento, armar
ciladas, lançar as redes, procurar as bagas, as ervas, as raízes. Enganar a
fome. De fato, este mundo parece vazio; na verdade, está sobrepovoado. Há três
séculos que a população desatou a crescer, desde que abrandaram as grandes
vagas de peste que durante os primórdios da Alta Idade Média, haviam assolado o
mundo Ocidental.”
(DUBY, Georges, 1989, p. 10.)
Assinale a alternativa que contém
o grupo social que mais se adapta à descrição referente ao cenário medieval
acima.
A) A dura realidade da fome que
se abatia sobre todos os grupos sociais da ordem feudal indistintamente.
B) A realidade vivida pelos
membros do clero, que, por serem da Igreja Católica, praticavam o voto de
pobreza.
C) A realidade da massa
camponesa, base da sociedade feudal, que enfrentava períodos de escassez devido
à baixa produtividade do cultivo de alimentos, entre outros fatores.
D) A realidade dos cavaleiros,
que não sabiam cultivar a terra.
E) A realidade dos senhores
feudais, que ficavam à mercê da produção dos servos do feudo.
resposta:[C]
A partir do início do século XIV, uma profunda
crise anunciou o final da época medieval. Fome, pestes, guerras e rebeliões de
servos atingiram a essência do sistema feudal.
06 - (FGV/2010)
A chamada ―crise do século XIV,
na Europa Ocidental, caracterizou-se por um conjunto de fatores como más
colheitas, fome, epidemias, rebeliões camponesas e guerras. Pode-se dizer que
tais elementos
A) fortaleceram as instituições
medievais, principalmente o caráter internacional das universidades.
B) abalaram o sistema feudal,
provocando uma acentuada queda demográfica, num processo inverso ao da expansão
verificada entre os séculos XI e XIII.
C) contribuíram para o aumento
relativo da população das cidades, onde os índices de mortalidade eram menores
que no campo.
D) provocaram um enfraquecimento
geral da cristandade, sobretudo na península Ibérica, o que permitiu uma nova
ofensiva islâmica na região.
E) fizeram diminuir as taxas e
obrigações senhoriais que recaíam sobre os servos e levaram à adoção da
escravidão de africanos nos senhorios feudais.
resposta:[B]
07 - (UNIMONTES MG/2010)
Entre os elementos que, de modo
geral, concorreram para o processo de transição entre a Idade Média e a Idade
Moderna, no Ocidente, é INCORRETO elencar:
A) o fortalecimento político do
Estado, que tomou para si a responsabilidade de administrar as ditas questões
nacionais.
B) a dinamização das práticas
mercantis, com o impulso dos processos de uniformização de moedas, pesos e
medidas.
C) a crescente valorização da
vida terrena, que favoreceu a disseminação da ideia de liberdade, o
racionalismo e o humanismo.
D) o fortalecimento dos senhores
rurais, que ocasionou o crescimento das populações ligadas à exploração
agrícola.
resposta:[D]
08 - (ESPM/2009)
Nos últimos anos do século XI
tiveram início as Cruzadas. Expedições de cunho religioso-militar em que
tomaram parte os cristãos constituíram um movimento de expansão dos cristãos
europeus em direção ao Oriente. Ao mesmo tempo serviram como uma forma de
aliviar as pressões demográficas sobre o sistema feudal.
(Leonel Itaussu. História Antiga
e Medieval: da Comunidade Primitiva ao Estado
Moderno)
Assinale a alternativa que
apresente uma conseqüência das Cruzadas: a libertação definitiva de Jerusalém
do domínio dos muçulmanos;
A) a libertação definitiva de
Jerusalém do domínio dos muçulmanos;
B) a implantação do sistema
feudal na Terra Santa;
C) a interrupção das relações
comerciais entre o Ocidente e o Oriente;
D) a reabertura do Mediterrâneo
ao comércio europeu;
E) a transformação do
Mediterrâneo em um ―lago muçulmano‖, tendo em vista a vitória dos islamitas.
resposta:[D]
09 - (UFT TO/2010)
Finalmente, esse medo social que
ardia permanentemente em fogo lento constituiu uma das mais poderosas forças
motrizes do controle social que todos os membros da classe superior exerciam
sobre si mesmos e sobre outros membros do círculo em que viviam. Expressava-se
na intensa vigilância com que observavam e poliam tudo o que os distinguia das
pessoas de categoria mais baixa; não apenas nos sinais externos de status , mas
também na fala, nos gestos, nas distrações e maneiras. A pressão constantemente
exercida a partir de baixo e o medo que induzia em cima foram, em uma palavra,
algumas das mais fortes forças propulsoras – embora não as únicas – do
refinamento especificamente civilizado que distinguiu os membros dessa classe
superior das outras e, finalmente, para eles se tornou como que uma segunda
natureza.
ELIAS, Norbet. O processo
civilizador: formação do Estado e Civilização, vol. 2. Trad. Ruy Jungmann. Rio
de Janeiro: Jorge Zahar, 1993, p.251
O texto acima faz referência às
mudanças sociais em curso na passagem do período medieval para o moderno,
envolvendo a nobreza, a burguesia e o campesinato. Com base nas considerações
do autor é CORRETO afirmar que:
A) as guerras e o monopólio foram
os únicos elementos que marcaram o domínio das classes superiores em relação às
demais.
B) durante o período moderno, a
ascensão econômica seria quesito único para garantir a aceitabilidade da
burguesia pela nobreza.
C) a civilidade demonstrada nos
gestos, na fala, nas maneiras e nas distrações era um indicador das diferenças
entre as camadas superiores e as demais.
D) a vigilância de uma classe
sobre as outras se restringia às ações comerciais e de segurança.
E) para a classe superior, no
século XVI, não havia necessidade de controlar as falas e os gestos de seus
membros. O que deveria ser controlado eram as falas e os gestos da burguesia e
do campesinato.
resposta:[C]
10 - (UEM PR/2009)
O feudalismo passou por profundas
transformações sociais, econômicas, culturais e políticas nos séculos XIV e XV.
Sobre essas transformações, assinale o que for correto.
01. No processo de formação das
monarquias nacionais, realeza e burguesia nascente unem-se para lutarem pelos
seus interesses econômicos e políticos.
02. Uma das principais
transformações dessa época foi a substituição dos exércitos nacionais pelos
exércitos mercenários.
04. Com o objetivo de atender aos
interesses dos grandes banqueiros e das grandes companhias de comércio, a
Itália e a Alemanha foram os primeiros reinos europeus a realizarem a
centralização política sob o comando de reis absolutistas.
08. A Guerra dos Cem Anos
provocou profundas transformações na estrutura econômica da Inglaterra, o que
favoreceu a reação e o fortalecimento da nobreza feudal nas decisões políticas
do reino.
16. A cultura literária da Baixa
Idade Média apresentou intensos traços humanistas, e um dos principais autores
dessa época foi o escritor italiano Dante Alighieri, ao meditar sobre razão e
fé, ciência e religião.
resposta:[01-16]
11 - (PUC RS/2009)
As transformações históricas que
marcaram a Europa Ocidental ao longo dos séculos XI a XV se caracterizaram por
um processo progressivo de
A) ruralização das atividades
econômicas e culturais.
B) crescimento do poder político
não eclesiástico.
C) decadência do grande comércio
internacional.
D) expansão do poder senhorial
sobre as cidades.
E) diminuição da importância
econômica das guildas.
resposta:[B]
12 - (UNINOVE SP/2009)
Nas cidades medievais, as
chamadas corporações de ofício dos artesãos controlavam a produção e impediam a
concorrência desleal, fixando os preços, os salários e os padrões de qualidade.
Dentre todas as funções dessas corporações, destacava-se a de
A) regulamentar as relações
comerciais entre seus membros, além de incentivar o desenvolvimento de um
mercado nacional.
B) reservar o mercado da cidade
aos seus membros, além de torná-los mais fortes para negociar com os senhores
feudais.
C) incentivar a produção agrícola
e manufatureira, além de promover a ampliação do mercado para a produção
artesanal.
D) financiar as máquinas de seus
membros para aumentar a produção e ampliar o mercado dos artigos manufaturados.
E) garantir a autonomia
administrativa da cidade para libertar os artesãos e comerciantes das
obrigações feudais.
resposta:[B]
13 - (UNIFESP SP/2009)
Por trás do ressurgimento da
indústria e do comércio, que se verificou entre o século XI e XIII, achava-se
um fato de importância econômica mais fundamental: a imensa ampliação das
terras aráveis por toda a Europa e a aplicação à terra de métodos mais
adequados de cultivo, inclusive a aplicação sistemática de esterco urbano às
plantações vizinhas.
(Lewis Mumford. A cidade na
história. São Paulo: Martins Fontes, 1982.)
O texto trata da expansão
agrícola na Europa ocidental e central entre os séculos XI e XIII. Dentre as
razões desse aumento de produtividade, podemos citar
A) o crescimento populacional,
com decorrente aumento do mercado consumidor de alimentos.
B) a oportunidade de fornecer
alimentos para os participantes das cruzadas e para as áreas por eles
conquistadas.
C) o fim das guerras e o
estabelecimento de novos padrões de relacionamento entre servos e senhores de
terras.
D) a formação de associações de
profissionais, com decorrente aperfeiçoamento da mão-de-obra rural.
E) o aprimoramento das técnicas
de cultivo e uma relação mais intensa entre cidade e campo.
resposta:[E]
14 - (UEPB/2009)
Sobre aspectos marcantes que
influenciaram a passagem da Idade Média para a Idade Moderna, relacione a
coluna da direita de acordo com a da esquerda.
(1) Sistema absolutista
(2) Reforma Protestante
(3) Liberalismo
(4) Cultura renascentista
( ) Renovava os interesses pelo
desenvolvimento da vida urbana, em conformidade com as idéias políticas clássicas,
em especial a lei romana e a democracia ateniense.
( ) Marcado pela absorção de
unidades políticas menores pelas maiores, com a lei e a ordem sendo impostas em
todo o território por um único soberano.
( ) Desafiava a jurisdição e a
autoridade papal na Europa, e sancionava a autonomia da atividade secular em
todos os domínios da vida material.
( ) Defendia os valores de
liberdade de escolha, razão e tolerância perante
Assinale a alternativa correta:
A) 1, 3, 4, 2
B) 2, 3, 4, 1
C) 3, 1, 2, 4
D) 4, 2, 1, 3
E) 4, 1, 2, 3
resposta:[E]
15 - (UFC CE/2008)
Nos séculos XIV e XV, o Ocidente
cristão passou por crises que levaram ao declínio do modelo social, econômico e
político então vigente. Sobre esse período, responda as questões abaixo.
A) A que modelo se refere o
enunciado acima?
B) Cite quatro características do
modelo acima referido.
resposta:
a) O Feudalismo.
b) Nos séculos XIV e XV, a Europa medieval foi atingida por sérias crises políticas, econômicas e sociais, dentre as quais se destacam a peste negra, a crise agrícola e as revoltas camponesas, que findaram por levar a um lento declínio do feudalismo, que era o modelo social, político e econômico que organizava a sociedade da época, abrindo caminho para um novo modelo de sociedade que irá se organizar ao longo a Idade Moderna. O feudalismo, ou modelo feudal, tinha como características principais: a descentralização política, as relações de suserania e vassalagem, uma intensa hierarquização social, a servidão, a economia baseada na agricultura, o feudo como unidade básica da economia e a hegemonia do pensamento católico.
16 - (UFG GO/2012)
Leia o texto a seguir.
Embora a Igreja se satisfaça com
um julgamento sacerdotal e não realize execuções sangrentas, ela deve recorrer
às leis seculares e pedir ajuda aos príncipes para que o temor de um suplício
temporal obrigue os homens a utilizar o remédio espiritual. Desse modo, como os
heréticos fizeram grandes progressos, ensinando erros e se esforçando em
perverter os simples, nós os excomungamos, bem como a seus protetores. Nós
proibimos a todos de ter qualquer relação com eles.
CONCILIA. Apud FALBEL, Nachman.
Heresias medievais. São Paulo:
Perspectiva, 2007. p. 48. [Adaptado].
Este texto é um fragmento do
cânone 27 do Terceiro Concílio de Latrão, ocorrido em 1179. Ele examina a
situação dos movimentos heréticos da França.
Com base no exposto, no que diz
respeito às heresias,
A) explique a estratégia política
adotada pelo papado e expressa no texto;
B) identifique, no texto, dois
procedimentos para seu combate.
resposta:
A) Conforme o texto expressa, a estratégia
adotada pelo papado, a partir do Terceiro Concílio de Latrão, esteve associada
à aliança com o poder temporal. O papado recorria às leis seculares e aos
príncipes para o combate às heresias.
B) Considerando o texto, os
seguintes procedimentos podem ser elencados:
o julgamento;
a excomunhão dos hereges e dos
seus protetores;
o suplício;
o isolamento social.
17 - (UFG GO/2012)
Leia o poema a seguir.
A morte para todos faz capa
escura,
E faz da terra uma toalha;
Sem distinção, ela nos serve,
Põe os segredos a descoberto,
A morte libera o escravo,
A morte submete rei e papa
E paga a cada um seu salário,
E devolve ao pobre o que ele
perde
E toma do rico o que ele
abocanha.
FROIDMONT, Hélinand. Os versos da
morte. São Paulo: Ateliê/Imaginário, 1996.
p. 50. [Adaptado].
Este poema do século XII
refere-se ao impacto das mudanças ocorridas no Ocidente Medieval, relacionadas
à expansão urbana e comercial. Tendo em vista esse ambiente, ao transformar a
morte em personagem, o poema caracteriza-a com uma atitude
A) moralizadora, que expressa a
necessidade de correção dos costumes na vida terrena.
B) racionalista, que manifesta a
retomada do pensamento aristotélico.
C) idealista, que constrói uma
imagem sublime do homem como criatura de Deus.
D) heroica, que denota o desejo
de incentivar a coragem nos homens.
E) indulgente, que promove a
convivência tolerante entre cristãos e pagãos.
resposta:[A]
18 - (UFRN/2012)
Leia com atenção a definição
abaixo:
Capitalismo: sistema econômico e
social predominante na maioria dos países industrializados ou em
industrialização. Neles, a economia baseia-se na separação entre trabalhadores
juridicamente livres, que dispõem apenas da força de trabalho e a vendem em
troca de salário, e capitalistas, os quais são proprietários dos meios de
produção e contratam os trabalhadores para produzir mercadorias (bens dirigidos
para o mercado) visando à obtenção de lucro.
SANDRONI, Paulo (Org. e sup.).
Dicionário de economia. São Paulo: Círculo do Livro,
1992. p. 40.
Considerando as características
apresentadas acima, o modelo socioeconômico do feudalismo europeu na Idade
Média se diferencia do modelo capitalista, pois, entre outros elementos,
A) as demandas do comércio
internacional por produtos agrícolas possibilitaram aos camponeses grandes
lucros com a venda de excedentes da produção.
B) as revoltas camponesas do
século XV aboliram as taxações feudais e favoreceram a adoção do sistema de
colonato no regime feudal.
C) a maioria da mão de obra era
empregada no campo, dedicando-se a uma produção de subsistência e ligando-se por
laços servis à classe aristocrática.
D) a burguesia urbana enriquecida
comprava títulos de nobreza e agravava a exploração da classe camponesa,
submetida à servidão.
resposta:[C]
19 - (FUVEST SP/2012)
Nos tempos de São Luís [Luís IX],
as hordas que surgiam do leste provocaram terror e angústia no mundo cristão. O
medo do estrangeiro oprimia novamente as populações. No entanto, a Europa
soubera digerir e integrar os saqueadores normandos. Essas invasões tinham
tornado menos claras as fronteiras entre o mundo pagão e a cristandade e
estimulado o crescimento econômico. A Europa, então terra juvenil, em plena
expansão, estendeu-se aos quatro pontos cardeais, alimentando-se, com
voracidade, das culturas
exteriores. Uma situação muito
diferente da de hoje, em que o Velho Continente se entrincheira contra a
miséria do mundo para preservar suas riquezas.
Georges Duby. Ano 1000 ano 2000.
Na pista de nossos
medos. São Paulo: Unesp, 1998, p.
50-51. Adaptado.
A) Justifique a afirmação do
autor de que ―essas invasões tinham (...) estimulado o crescimento econômico‖
da Europa cristã.
B) Cite um caso do atual
―entrincheiramento‖ europeu e explique, em que sentido, a Europa quer
―preservar suas riquezas‖.
resposta:
A) Ao longo da Baixa Idade Média,
o crescimento demográfico europeu (causado por fatores como assimilação e
aculturação de povos invasores) e a expansão territorial e comercial (associada
ao contato com o Oriente e ao fenômeno cruzadista) têm como consequência a
integração de regiões e culturas e o crescimento econômico da Europa cristã.
B) O atual ―entrincheiramento‖
europeu está associado ao avanço generalizado da xenofobia, ao fechamento de
fronteiras e ao crescimento de partidos de extrema direita. Limitando a
imigração e dificultando a livre manifestação cultural de povos não europeus,
busca-se ―preservar riquezas‖, como postos de trabalho e a cultura tradicional
do continente.
20 - (MACK SP/2012)
“Ao lado dos sinos dos conventos
e das igrejas, destinados a soar e a impor as horas canônicas dos ofícios
religiosos, aparecem os sinos laicos, sobretudo utilizados para a proclamação
do tempo do trabalho (início, interrupções e fim). Nas cidades do nordeste da
Europa, importante região têxtil, os novos sinos opõem à autoridade dos
campanários da igreja a altivez das torres que os desafiam. Em face do tempo da
Igreja, afirma-se o tempo do mercador, senhor do processo de trabalho”.
Dicionário temático do Ocidente
Medieval, v.II, p.163
O texto aponta
A) os erros de certas análises
historiográficas a respeito das concepções medievais de tempo e de trabalho. De
forma precipitada, tais análises tendem a considerar a Igreja detentora
absoluta de tais concepções, durante toda a Idade Média, demonstrando a falta
de análises históricas empíricas.
B) que as estruturas e as
mentalidades medievais não sofreram transformações substanciais. De fato, como
apontado no texto, as ideias acerca do trabalho e do tempo continuaram as
mesmas durante o período, demonstrando que mentalidades não se alteram
rapidamente.
C) para as transformações
processadas na Idade Média acerca do papel regulador da Igreja e do mercador.
Aquela atenta à nova realidade, adaptando-se cada vez mais; este, senhor do
comércio e das mercadorias, demonstra o seu poder ao impor o domínio sobre os
sinos e os campanários medievais.
D) para as transformações
processadas no final da Idade Média em relação ao tempo e ao trabalho. De fato,
se antes tais conceitos eram regidos e dominados pela Igreja, a partir daquele
momento as concepções valorativas acerca deles passam a predominar na transição
feudo-capitalista, sobretudo nos ambientes laicos.
E) que as concepções de tempo e
de trabalho se alteraram ao longo do tempo, exceto na Idade Média. De fato,
analisado empiricamente, o período é rico em representações a respeito desses
conceitos, sempre demonstrando a fragilidade eclesiástica em impor seus
conceitos para a população em geral.
resposta: [D]
21 - (FGV/2012)
Leia o texto.
Entre 1315 e 1317 sucedem-se
pesadas chuvas por todo o norte da Europa Ocidental, de forma tão intensa e
ininterrupta que os campos são devastados e as colheitas perdidas, gerando uma
situação de calamidade para o mundo camponês e que se soma aos vários anos bons
que haviam levado o preço dos cereais a níveis bastante baixos. Sem colheitas e
sem poupança, o mau tempo inaugura o grande movimento de crise do século XIV.
Francisco C. Teixeira da Silva,
Sociedade feudal: (guerreiros, sacerdotes e trabalhadores)
Pode-se apontar, entre outros
elementos, como parte da chamada Crise do Século XIV,
A) o progressivo processo de
enfraquecimento das monarquias nacionais, em especial da França, diante da
forte resistência liderada pela fração da nobreza voltada aos negócios
financeiros.
B) a enorme disparidade entre a
frágil produção de alimentos e o crescimento da população europeia, este
resultado da ausência de conflitos bélicos e de revoltas populares importantes.
C) o efeito positivo das revoltas
camponesas para a maioria dos trabalhadores dos campos e das cidades,
especialmente na Europa Oriental, pois houve para estes consideráveis aumentos
salariais e a concessão do direito à sindicalização.
D) o descompasso entre uma
produção de mercadorias sempre menor do que a entrada de metais amoedáveis na
Europa, provocando um inédito processo de hiperinflação, que paralisou a
atividade produtiva no final do século.
E) a conversão da prestação do
trabalho gratuito – a corveia - ao senhor, pelo pagamento em produto ou em
dinheiro por parte do servo, que representou um dos passos em direção à
dissolução dos laços servis.
resposta:[E]
22 - (FGV/2012) Leia o documento.
Deus criador do universo fixou
duas grandes luminárias no firmamento do céu: a luminária maior para dirigir o
dia e a luminária menor para dirigir a noite. Da mesma maneira, para o
firmamento da Igreja universal, como se se tratasse do Céu, nomeou duas grandes
dignidades; a maior para tomar a direção das almas, como se estas fossem dias,
a menor para tomar a direção dos corpos, como se estes fossem as noites. Estas
dignidades são a autoridade pontifícia e o poder real. Assim como a Lua deriva
a sua luz da do Sol e na verdade é inferior ao Sol tanto em quantidade como em
qualidade, em posição como em efeito, da mesma maneira o poder real deriva o
esplendor da sua dignidade da autoridade pontifícia: e quanto mais intimamente
se lhe unir, tanto maior será a luz com que é adornado; quanto mais prolongar
[essa união], mais crescerá em esplendor.
(Apud Luiz Koshiba, História:
origens, estruturas e processos)
No documento – escrito pelo papa
Inocêncio III, em 1198 – é correto identificar
A) a recuperação de um preceito
dos primeiros tempos do cristianismo, que defendia a pureza da alma e a
pecaminosidade do corpo.
B) uma associação entre a
estrutura moral dos monarcas e a aprovação dos seus governos pelas autoridades
religiosas.
C) a condenação de todas as
teorias que adotavam a cosmologia divina sobre a constituição do poder dos
líderes da Igreja Católica.
D) uma determinada visão sobre as
relações hierárquicas entre o poder espiritual e o poder temporal no mundo
medieval europeu.
E) os resquícios de uma concepção
da Antiguidade Oriental que reconhecia a supremacia das religiões monoteístas
sobre o paganismo.
resposta:[D]
23 - (UEM PR/2012)
Sobre as cruzadas, assinale a(s)
alternativa(s) correta(s).
01. A primeira cruzada tinha como
objetivo a conquista da Terra Santa, a ajuda aos bizantinos e a união da
cristandade contra os muçulmanos.
02. As cruzadas foram uma
demonstração de força e de prestígio da nobreza, em um mundo com forte
sentimento religioso, mas já com a perda do poder papal após a Querela das
Investiduras.
04. A marginalização dos
cavaleiros, com a crise do feudalismo, foi um fator importante para as
campanhas militares dos cruzados.
08. Os estados cristãos, que
surgiram com as cruzadas na Terra Santa, abandonaram o feudalismo e reproduziram
as instituições do Oriente.
16. O fracasso das cruzadas levou
à estagnação do comércio entre o Oriente e o Ocidente, atividade reaberta
apenas com as grandes navegações dos séculos XV e XVI.
resposta:[05]
24 - (UFES/2012)
A ocorrência de feiras livres é
observada, em cidades brasileiras, desde a época colonial, quando se destacaram
a Feira de Santana e as feiras de Sorocaba, Campina Grande, Caruaru, entre
outras. Em cidades europeias, esses eventos econômicos e culturais se tornaram
comuns, a partir da Idade Média, com o renascimento do comércio e da vida
urbana, quando se notabilizaram as feiras de Provins e de Troyes, na região de
Champagne; as feiras de Bruges e de Antuérpia, na região de Flandres; as feiras
de Colônia, de Lubeck e de outras cidades que constituíram a Liga Hanseática.
Explique
A) dois fatores que contribuíram
para o renascimento do comércio e da vida urbana, no contexto europeu;
B) o significado das corporações
de ofícios, que se difundiram, a partir do século XII, nas cidades europeias.
resposta:
A) Apesar de não ser uma
exigência a ser verificada na elaboração da resposta, subentende-se que as
invasões ―bárbaras‖ ou germânicas marcaram um novo processo na formação social
medieval, enquanto fenômenos que intensificaram a ruralização no contexto
geográfico europeu, especialmente no Império Romano do Ocidente. Enquanto isso,
as relações comerciais e a vida urbana mantiveram-se ativas no Império Romano
do Oriente ou Império Bizantino, ou seja, na Ásia Menor e no Oriente Próximo ou
Oriente Médio, bem como no mar Mediterrâneo, compreendendo aí as cidades
litorâneas e a outrora denominada Magna Grécia.
Assim, independentemente dos
pressupostos acima, serão consideradas, positivamente, as citações de fatores e
respectivas descrições que expliquem o renascimento do comércio e da vida
urbana, no contexto europeu, entre outras citações afins ou correlatas:
- as peregrinações de cristãos
europeus aos Lugares Santos, propiciando o estabelecimento de relações
comerciais necessárias ao suprimento das necessidades gerais daqueles
peregrinos em romaria, implicando em relações de trocas de produtos e/ou de
produtos por moedas;
- as Cruzadas ou Guerra Santa,
enquanto iniciativa do cristianismo representado pelo Bispo de Roma, para
libertação dos Lugares Santos, que se encontravam sob o controle principalmente
dos povos identificados com a fé islâmica; trata-se de um embate iniciado no
final do século XI e que se estendeu até o final do século XIII, contribuindo
significativamente para o incremento do intercâmbio comercial e para a própria
expansão europeia, inclusive no que concerne ao intercâmbio comercial entre as
regiões europeias e o Oriente;
- a estabilização dos reinos
medievais e relativa pacificação, propiciando o incremento demográfico e o
esgotamento das terras férteis, contribuindo para a migração dos excedentes
demográficos em busca de alternativas de sobrevivência nas vilas e nos burgos e
disponibilizando mão-de-obra para as atividades artesanais, bem como para as
relações de trocas ou intercâmbios comerciais;
- enriquecimento da nobreza
feudal decorrente da Guerra Santa ou Cruzadas, inclusive por meio de saques,
propiciando acumulação de riqueza que seria empregada na aquisição de produtos
disponibilizados pelos intercâmbios comerciais, incluindo o gosto pelos artigos
de luxo geralmente observados no Oriente; também se incluem o conhecimento de
novos produtos, como as especiarias, que se incorporaram aos hábitos
alimentares e à conservação de alimentos perecíveis;
- a própria tradição comercial
das cidades da outrora denominada Magna Grécia, no mar Mediterrâneo,
destacando- se as cidades da península
italiana, que atuaram como entrepostos e pontos de origem das novas rotas
comerciais que se consolidaram no interior da Europa, em cujos entroncamentos
se originaram ou se desenvolveram burgos ou cidades como polos comerciais;
- quanto à Guerra Santa, deve-se
considerar que foi por ocasião da Quarta Cruzada que os mercadores europeus das
cidades do Mediterrâneo obtiveram o privilégio de fixação de entrepostos
comerciais para distribuição de mercadorias provenientes do Oriente para as
rotas comerciais terrestres e fluviais, que adentravam ao interior do
continente europeu, em direção às feiras que se consolidavam.
B) Apesar de não ser uma exigência
a ser verificada na elaboração da resposta, é bom lembrar que a associação
formal de pessoas com interesses comuns já ocorria desde os tempos dos reis de
Roma, Numa Pompílio (716-673 aC) e Sérvio Túlio (578-526 aC), quando se
constituíram as clássicas associações ou confrarias, com caráter religioso, bem
como as primeiras corporações de arquitetos e as associações de artes e ofício,
congregando pessoas segundo habilidades práticas e profissionais mais comuns.
Portanto, desde a Antiguidade Tardia (cerca de 300-600 d.C.), e durante a Alta
Idade Média (476-1000), constituíram-se, na península italiana, corporações de
artis et officium, congregando artigianos, bem como corporações de
comerciantes.
Assim, independentemente dos
pressupostos acima, serão consideradas, positivamente, nas respostas,
explicações afins ou correlatas que tratem dos aspectos essenciais das
corporações de ofícios, enquanto organização social urbana para fins de auxílio
mútuo e proteção, no contexto do renascimento do comércio e da vida urbana em
ambiente europeu, mormente a partir do século XII:
- as confrarias religiosas,
comuns entre os cristãos, também influenciaram a formação de agremiações ou
corporações de ofícios, bem como as guildas, nas cidades que renasciam, na
Idade Média;
- as corporações de ofícios, bem
como as guildas, tinham como significado ou importância a proteção mútua
mediante constituição de um fundo, nos burgos, especialmente contra a
predominância da aristocracia feudal, que se impunha nos feudos; enfim, as
guildas ou corporações de ofícios tinham como objetivo principal a defesa dos
interesses econômicos e profissionais dos trabalhadores que lhes eram
associados;
- as corporações de ofícios, bem
como as guildas, tinham como significado ou importância a associação de
mestres, que eram donos de oficinas, bem como artesãos ou artistas e aprendizes
das artes e ofícios; agregavam pessoas das relações familiares ou pessoas
outras, desprovidas de status e condições econômicas, como aprendizes de uma
profissão;
- as corporações de ofícios, bem
como as guildas, tinham como significado ou importância a reprodução e
consolidação do conhecimento, bem como a normatização e refinamento das
competências e especializações profissionais; constituíram-se guildas de alfaiates,
sapateiros, ferreiros, açougueiros, artesãos, comerciantes, artistas plásticos
entre outros profissionais;
- as corporações de ofícios, bem
como as guildas, tinham como significado ou importância a associação de
professores e estudantes que, a partir do final do século XII e início do
século XIII constituíram corporações que se denominaram Universitas
Magistrorum, reunindo professores, e Universitas Scholarium, reunindo
estudantes, com vistas aos estudos gerais e que propiciaram a gênese das
Universidades;
- também serão considerados,
positivamente, os comentários críticos ou ressalvas sobre as supostas
diferenças entre corporações de ofícios, enquanto ambientes de aprendizagem de
uma profissão, diferentemente das guildas, consideradas como corporações de
comerciantes, segundo o princípio de que o mestre de uma corporação de ofício é
também um comerciante de sua produção artesanal, da mesma forma que o
comerciante de uma guilda vem a ser também o mestre de sua oficina de produção
artesanal; portanto, as duas denominações são equivalentes, mesmo porque são
muito mais diferenciações dialetais ou idiomáticas;
- também serão considerados,
positivamente, as ressalvas sobre as articulações entre corporações de cidades
de uma região, constituindo as LIGAS, mormente de comerciantes, com a
finalidade de protegerem o comércio, ou seja, com a finalidade protecionista
tanto das relações comerciais quanto do mercado.
25 - (UNICAMP SP/2012)
Godrici de Finchale foi um
mercador que viveu no século XI, na Baixa Idade Média, no leste da atual
Inglaterra.
"Quando o rapaz, depois de
ter passado os anos da infância sossegadamente em casa, chegou à idade varonil,
principiou a aprender com cuidado e persistência o que ensina a experiência do
mundo. Para isso decidiu não seguir a vida de lavrador, mas estudar, aprender e
exercer os rudimentos de concepções mais sutis. Por esta razão, aspirando à profissão
de mercador, começou a seguir o modo de vida do vendedor ambulante, aprendendo
primeiro como ganhar em pequenos negócios e coisas de preço insignificante; e,
então, sendo ainda um jovem, o seu espírito ousou pouco a pouco comprar, vender
e ganhar com coisas de maior preço.”
(Adaptado de Reginald of Durnham,
"Libellus de Vita et Miraculis S.
Godrici", em Fernando Espinosa, Antologia de textos históricos medievais. 3ª ed.,
Lisboa: Sá da Costa Editora, 1981, p. 198.)
A) Segundo o texto, o ofício de
mercador exigia uma preparação diferente daquela do lavrador. Quais eram as
diferenças entre esses dois ofícios?
B) Cite duas características do
renascimento comercial e urbano ocorrido no final do período medieval.
resposta:
A) O texto cita um mercador do século XI para tratar das mudanças das concepções de trabalho advindas do renascimento comercial que então se iniciava.
B) O ofício de mercador exigia estudo e preparação, uma vez que era preciso adquirir conhecimentos específicos, necessários em transações com diferentes moedas, sistemas de pesos e medidas, demandas dos consumidores etc.
Já o ofício do lavrador demandava conhecimentos mais ligados a variações da natureza — tempo das chuvas, melhor época para o cultivo e para a colheita, sistema de repouso de terras, entre outros.
O renascimento comercial caracterizou-se pelo aumento das trocas de produtos agrícolas e artesanais, pelo surgimento de novas rotas comerciais (marítimas e terrestres), o desenvolvimento de feiras, as associações burguesas (como as Corporações de Ofício e as Hansas) e ainda o aumento do mercado de consumo — reflexo do trabalho assalariado.
Além disso, implicou transformações do espaço urbano, com o alargamento das estradas de acesso, grandes construções em estilo gótico (catedrais), aumento do número de casas e oficinas artesanais.
26 - (FUVEST SP/2011)
Se o Ocidente procurava, através
de suas invasões sucessivas, conter o impulso do Islã, o resultado foi
exatamente o inverso.
Amin Maalouf, As Cruzadas vistas
pelos árabes. São Paulo: Brasiliense, p.241,
2007.
Um exemplo do ―resultado inverso‖
das Cruzadas foi a
A) difusão do islamismo no
interior dos Reinos Francos e a rápida derrocada do Império fundado por Carlos
Magno.
B) maior organização militar dos
muçulmanos e seu avanço, nos séculos XV e XVI, sobre o Império Romano do
Oriente.
C) imediata reação terrorista
islâmica, que colocou em risco o Império britânico na Ásia.
D) resistência ininterrupta que
os cruzados enfrentaram nos territórios que passaram a controlar no Irã e
Iraque.
E) forte influência árabe que o
Ocidente sofreu desde então, expressa na gastronomia, na joalheria e no
vestuário.
resposta:[B]
27 - (UFG GO/2011)
A partir do século XII, as
corporações de ofício passaram a expressar uma cultura do trabalho própria ao
mundo medieval, na medida em que
A) propiciavam a troca de
conhecimento entre os mestres das corporações.
B) ampliavam o processo de
divisão do trabalho na produção dos artefatos.
C) promoviam uma rede de proteção
entre os membros das corporações.
D) redefiniam a noção de preço
justo ao incorporar os juros no valor da mercadoria.
E) estabeleciam uma nova
temporalidade, associada ao processo de circulação monetária.
resposta:[C]
28 - (FUVEST SP/2011)
Se utilizássemos, numa conversa
com homens medievais, a expressão “Idade Média”, eles não teriam ideia do que
isso poderia significar. Eles, como todos os homens de todos os períodos
históricos, se viam vivendo na época contemporânea. De fato, falarmos em Idade
Antiga ou Média representa uma rotulação posterior, uma satisfação da
necessidade de se dar nome aos momentos passados. No caso do que chamamos de
Idade Média, foi o século XVI que elaborou tal conceito. Ou melhor, tal
preconceito, pois o termo expressava um desprezo indisfarçado pelos séculos
localizados entre a Antiguidade Clássica e o próprio século XVI.
Hilário Franco Júnior, A Idade
Média. Nascimento do Ocidente. 3ª ed. São Paulo: Brasiliense, s.d. [1986].
p.17. Adaptado.
A partir desse trecho, responda:
A) Em que termos a expressão
―Idade Média‖ pode carregar consigo um valor depreciativo?
B) Como o período comumente
abarcado pela expressão ―Idade Média‖ poderia ser analisado de outra maneira,
isto é, sem um julgamento de valor?
resposta:
A) Como observa Hilário Franco
Jr. no excerto apresentado, a expressão ―Idade Média‖ foi cunhada no século
XVI, em meio à movimentação renascentista europeia.
Na verdade, ela remeteria à ideia
de um período histórico intermediário, sem grande importância e até mesmo marcado
por uma certa mediocridade. Assim, sua escolha para designar o período
localizado ―entre a Antiguidade Clássica e o próprio século XVI‖ revela a visão
dos intelectuais humanistas da época, para os quais era um ―período de trevas‖.
B) Contrariando o desprezo dos
pensadores renascentistas, é possível julgar o período chamado de ―Idade Média‖
levando em consideração seus aspectos positivos. Sob essa interpretação, os
séculos entre a Antiguidade e o XVI estariam marcados também pela continuidade
da cultura e da tradição clássicas, não confi gurando, desse modo, ruptura ou
intervalo.
29 - (ESPM/2011)
A antiga Flandres situava-se no
nordeste da França, ocupando também uma parte da Bélgica e constituía-se num
ponto central e de fácil acesso no Ocidente da Europa.
(Raymundo Campos. História Geral)
Sobre a importância da Flandres
na Baixa Idade Média é correto assinalar que:
A) era uma região sob domínio dos
muçulmanos, desde quando estes invadiram a Europa no século VIII;
B) era uma região banhada pelo
Mar Báltico e importante centro de produtos como mel, peixe salgado, cereais,
madeiras;
C) foi o berço de uma gigantesca
associação de comerciantes denominada Liga Hanseática, conhecida ainda como
Hansa Teotônica;
D) era uma região em que se
realizavam feiras, que após o século XIII tornaram-se as mais procuradas do
continente, famosas por seus tecidos de lã de carneiro;
E) era uma região cortada pelos
varegues, comerciantes nórdicos, conhecidos pelo controle sobre o comércio de
produtos orientais.
resposta:[D]
30 - (PUC SP/2011)
“A Idade Média não é o período
dourado que certos românticos quiseram imaginar, mas também não é, apesar das
fraquezas e aspectos dos quais não gostamos, uma época obscurantista e triste,
imagem que os humanistas e os iluministas quiseram propagar.”
Jacques Le Goff. A Idade Média
explicada aos meus filhos. Rio de Janeiro: Agir, 2007, p. 18
A ambígua imagem da Idade Média
que hoje temos deriva, em parte, de representações
A) negativas do período, que
destacam a opressão a que os camponeses eram submetidos, a intolerância da
Igreja e as repetidas temporadas de fome.
B) positivas do período, que
destacam o papel relevante que as mulheres tinham na vida social, o avanço
tecnológico e o desenvolvimento nas artes visuais.
C) negativas do período, que
destacam a atuação do Tribunal da Inquisição, a ausência de mobilizações
sociais e o direito divino que justificava o absolutismo.
D) positivas do período, que
destacam o resgate de valores religiosos oriundos da Antiguidade Clássica, a
arquitetura românica e gótica e as festas populares.
E) negativas do período, que
destacam a ausência de liberdades políticas, a persistência do politeísmo e de
práticas de bruxaria em toda a Europa Ocidental.
resposta:[A]
muito bom
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