(terceiro bimestre)
Primeiro Ano
História do Brasil
1. (ENEM 2010) Eu, o Príncipe
Regente, faço saber aos que o presente Alvará virem: que desejando promover e
adiantar a riqueza nacional, e sendo um dos mananciais dela as manufaturas e a
indústria, sou servido abolir e revogar toda e qualquer proibição que haja a
este respeito no Estado do Brasil.
Alvará
de liberdade para as indústrias (1º de Abril de 1808), in Bonavides, P.; Amaral,
R. Textos políticos da História do Brasil. Vol. 1. Brasília: Senado Federal, 2002
(adaptado).
O projeto industrializante de D. João,
conforme expresso no alvará, não se concretizou. Que características desse
período explicam esse fato?
a) A ocupação de Portugal pelas
tropas francesas e o fechamento das manufaturas portuguesas.
b) A dependência portuguesa da
Inglaterra e o predomínio industrial inglês sobre suas redes de comércio.
c) A desconfiança da burguesia
industrial colonial diante da chegada da família real portuguesa.
d) O confronto entre a França e a
Inglaterra e a posição dúbia assumida por Portugal no comércio internacional.
e) O atraso industrial da colônia
provocado pela perda de mercados para as indústrias portuguesas.
Resposta: [B]
Resolução:
Em abril de 1808, D. João decreta
o Alvará de Liberdade Industrial, revogando os decretos que proibiam a instalação
de manufaturas na Colônia. No entanto, o crescimento industrial é dificultado
pela assinatura dos tratados de 1810, que concediam tarifas alfandegárias
preferenciais aos produtos ingleses, de 15% sobre o valor, tornando-os mais
vantajosos que os nacionais e os portugueses.
(Fuvest 2012) Fui à terra fazer
compras com Glennie. Há muitas casas inglesas, tais como celeiros e armazéns
não diferentes do que chamamos na Inglaterra de armazéns italianos, de secos e
molhados, mas, em geral, os ingleses aqui vendem suas mercadorias em grosso a
retalhistas nativos ou franceses. (...) As ruas estão, em geral, repletas de
mercadorias inglesas. A cada porta as palavras Superfino de Londres saltam aos
olhos: algodão estampado, panos largos, louça de barro, mas, acima de tudo, ferragens
de Birmingham, podem-se obter um pouco mais caro do que em nossa terra nas
lojas do Brasil.
Maria Graham. Diário de uma viagem ao Brasil. São Paulo, Edusp, 1990,
p. 230 (publicado originalmente em 1824). Adaptado.
Esse trecho do diário da inglesa
Maria Graham referese à sua estada no Rio de Janeiro em 1822 e foi escrito em 21
de janeiro deste mesmo ano. Essas anotações mostram alguns efeitos
a) do Ato de Navegação, de 1651, que
retirou da Inglaterra o controle militar e comercial dos mares do norte, mas
permitiu sua interferência nas colônias ultramarinas do sul.
b) do Tratado de Methuen, de 1703,
que estabeleceu a troca regular de produtos portugueses por mercadorias de
outros países europeus, que seriam também distribuídas nas colônias.
c) da abertura dos portos do
Brasil às nações amigas, decretada por D. João em 1808, após a chegada da família
real portuguesa à América.
d) do Tratado de Comércio e
Navegação, de 1810, que deu início à exportação de produtos do Brasil para a
Inglaterra e eliminou a concorrência hispano-americana.
e) da ação expansionista inglesa
sobre a América do Sul, gradualmente anexada ao Império Britânico, após sua
vitória sobre as tropas napoleônicas, em 1815.
resposta:[C]
Comentário:
O Bloqueio Continental, imposto por Napoleão, leva à invasão de Portugal por tropas francesas e à consequente fuga da família real para o Brasil.
Logo ao chegar, em 28/11/1808, D. João decreta a abertura dos portos às nações amigas. A principal beneficiária dessa medida foi a Inglaterra, que inundou o mercado brasileiro com seus produtos manufaturados.Essa supremacia iria se confirmar com a assinatura dos Tratados de 1810, que fixavam as tarifas para os produtos ingleses em apenas 15% do seu valor; para os portugueses, em 16%; para as mercadorias das demais nações, em 24%.
Logo ao chegar, em 28/11/1808, D. João decreta a abertura dos portos às nações amigas. A principal beneficiária dessa medida foi a Inglaterra, que inundou o mercado brasileiro com seus produtos manufaturados.Essa supremacia iria se confirmar com a assinatura dos Tratados de 1810, que fixavam as tarifas para os produtos ingleses em apenas 15% do seu valor; para os portugueses, em 16%; para as mercadorias das demais nações, em 24%.
3. (Unesp) Leia os itens a
respeito da Revolução Pernambucana de 1817.
I. Possuiu forte sentimento
anti-lusitano, resultante do aumento dos impostos e dos grandes privilégios
concedidos aos comerciantes portugueses.
II. Teve a participação apenas de
sacerdotes e militares, não contando com o apoio de outros segmentos da
população.
III. Foi uma revolta sangrenta
que durou mais de dois meses e deixou profundas marcas no Nordeste, com os
combates armados passando de Recife para o sertão, estendendo-se também a
Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte.
IV. A revolta foi sufocada apenas
dois anos depois por tropas aliadas, reunindo forças armadas portuguesas,
francesas e inglesas.
V. Propunha a República, com a
igualdade de direitos e a tolerância religiosa, mas não previa a abolição da
escravidão.
É correto apenas o afirmado em
a) I, II e III.
b) I, III e V.
c) I, IV e V.
d) II, III e IV.
e) II, III e V.
resposta:[B]
A Revolução Pernambucana de 1817 foi o última tentativa emancipacionista ocorrida no período colonial, possuía um forte cunho anti-lusitano em razão dos elevados impostos cobrados pela Coroa portuguesa que custeavam o luxo dos nobres no Rio de Janeiro, além disso o movimento protestava também diante dos privilégios concedidos aos comerciantes portugueses no Recife. O citado movimento contou com a participação de vários setores da sociedade pernambucana, desde senhores de engenho, passando por segmentos das camadas médias e englobando também elementos das camadas populares. Teve a duração de aproximadamente dois meses, os revoltosos chegaram inclusive a tomar o poder em Pernambuco e proclamar uma República, entretanto as forças militares, enviadas por D. João, acabaram debelando a Revolução Pernambucana de 1817 que não previa a abolição da escravatura em suas proposituras.
(Puc-rio) Sobre as transformações
político-sociais e econômicas ocorridas durante a permanência da Corte
portuguesa no Brasil (1808-1821), estão corretas as afirmações a seguir, À
EXCEÇÃO DE:
a) A vinda da família real para o
Brasil transformou a colônia no principal centro das decisões políticas e
econômicas do Império português.
b) A abertura dos portos
favoreceu os interesses dos proprietários rurais produtores de açúcar e
algodão, uma vez que se viram livres do monopólio comercial.
c) A permanência da Corte
portuguesa no Rio de Janeiro satisfez os interesses dos diferentes grupos sociais
da colônia e trouxe benefícios para todas as regiões do Brasil.
d) Durante o Período Joanino,
organizaram-se novos órgãos e instituições, como o Banco do Brasil e a Casa da
Moeda.
e) Dentre as medidas que mudaram
o perfil político-econômico da colônia, destacaram-se os tratados de Aliança e
Amizade e de Comércio e Navegação, que deram benefícios aos ingleses.
resposta:[C]
O período Joanino (1808-1821) começa com a chegada ao Brasil da corte real portuguesa que se instalou na cidade do Rio de Janeiro, transformado posteriormente no centro do Império colonial português. Um dos primeiros atos de D. João no Brasil foi a decretação da Abertura dos Portos brasileiros às nações amigas, colocando fim definitivamente ao dito pacto colonial e permitindo a entrada de uma infinidade de mercadorias inglesas no Brasil. Nessa época ocorreram vários progressos na capital da colônia que se beneficiou com a criação do Banco do Brasil, Biblioteca real, Jardim Botânico, Museu real, calçamento das ruas, drenagem de pântanos, etc. Entretanto esses melhoramentos urbanos estiveram restritos ao Rio de Janeiro, local onde se hospedaram os nobres portugueses.
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