Confira a correção da P1 de História do Quarto Bimestre
Primeiro Ano
1. (PITÁGORAS) Leia os texto
abaixo.
Texto 1
“A situação da Europa, na
passagem do século XVIII para o XIX, era crítica. Napoleão Bonaparte havia
chegado ao poder da França e adotava uma política expansionista no continente
europeu. Sua política entrou em choque com a Inglaterra, que até então exercia
um papel dominante na Europa Ocidental. França e Inglaterra disputavam o
controle dos países do continente europeu. (...) Napoleão visando enfraquecer a
Inglaterra, decretou o Bloqueio continental, que proibia aos países do
continente europeu comercializarem com a Inglaterra.”
Texto 2
"Não corram tanto! Vão
pensar que estamos fugindo!'
(Frase atribuída a D. Maria I, a
Louca, quando a família real portuguesa se retirava de Lisboa para o Brasil, em
1807. "Nossa História". Rio de Janeiro, a. 1, n. 2, dez. 2003)
ESTABELEÇA a relação entre o
texto 1 e o texto 2.
resposta:
A decretação do Bloqueio
Continental, a invasão francesa em Portugal e a fuga da família real portuguesa
para o Brasil.
2. (Unesp) Em março de 1808, a corte portuguesa
desembarcou na cidade do Rio de Janeiro, que se tornou a capital do império
português.
a) Por que a família real teve
que abandonar Portugal?
b) Cite duas conseqüências, de
ordem cultural, decorrentes da presença dos Bragança no Rio de Janeiro.
resposta:
a) A vinda da família real ocorreu a
partir do contexto internacional com a invasão das tropas napoleônicas a
Portugal. Para não se submeter aos invasores franceses, a Corte foi transferida
para o Brasil.
b) Durante sua permanência no Brasil, a Coroa portuguesa
efetivou uma série de transformações culturais que foram desde a instalação da
Imprensa Régia, a fundação de cursos superiores de Medicina e de escolas de
formação de oficiais militares, a criação do Jardim Botânico e da Biblioteca
Real, e a vinda da missão artística francesa, a partir de 1816, dentre outras.
3. (PUC-RJ) "O Rio de
Janeiro é a capital do Brasil há bastante tempo, muito antes de a família real
deixar Lisboa. Traçarei uma breve descrição dessa cidade a partir do que pude
apurar durante a minha estada. [...] O comércio [...] progrediu muito depois
que a cidade tornou-se residência real [...] Os ingleses têm aberto muitos
cafés no Rio de Janeiro, uma novidade, que tenho certeza, será bem acolhida. De
fato, desde março de 1808, toda a cidade vem passando por transformações e
recebendo melhorias.
Conde Thomas O Neill, 1809. Apud
Jean Marcel Carvalho França. "Outras visões do Rio de Janeiro Colonial -
Antologia de Textos". Rio de Janeiro, José Olympio, 2000. Pp: 310-320.
A descrição do inglês Thomas O
Neill destaca algumas das transformações ocorridas desde a chegada da Corte
portuguesa ao Rio de Janeiro no ano de 1808.
a) Explique por que, a partir da
abertura dos portos (1808), ocorreu a preponderância dos ingleses nas
transações comerciais com o Brasil.
b) Cite duas transformações
culturais ocorridas na cidade do Rio de Janeiro durante o Período Joanino
(1808-1821).
resposta:
resposta:
a) Ao decretar a abertura dos
portos brasileiros às “nações amigas” em 1808 D. João VI estava beneficiando, sobretudo,
a Inglaterra, então, em plena Revolução Industrial, e o principal país que
mantinha relações amigáveis com Portugal. A partir dessa data, os produtos
manufaturados ingleses começaram a entrar no Brasil, sendo que a ampliação do
controle do mercado colonial seria conseguida, anos mais tarde, com a
assinatura do Tratado de Comércio e Navegação em fevereiro de 1810. Esse
Tratado garantia à Inglaterra a taxação privilegiada de 15% de impostos sobre
os seus produtos vendidos no Brasil, enquanto que as mercadorias portuguesas
pagariam 16% e as dos demais países, 24%.
b) Durante a permanência da corte
joanina no Brasil (1808-1821) o Rio de Janeiro passou por uma série de
transformações culturais dentre as quais podemos citar:
- A criação do Jardim Botânico;
- A escola de medicina do Rio de
Janeiro;
- O Teatro Real;
- A Imprensa Real;
- A Academia Real de Belas Artes,
- A Biblioteca Real.
4. (Unifesp 2008) A independência do Brasil, quando comparada
com a independência dos demais países da América do Sul, apresenta semelhanças
e diferenças. Indique as principais
a) semelhanças.
b) diferenças.
resposta:
a) Semelhanças: Tanto no Brasil, como
nas colônias espanholas, os processos de independência foram conduzidos sob a
liderança das elites econômicas coloniais, influenciadas pela ideologia liberal;
em ambos os casos houve interferência Inglaterra em favor da emancipação, interessada
no fim do Pacto Colonial devido à demanda por mercados em decorrência de sua
industrialização; consolidadas as emancipações, as elites econômicas que se constituíram
também em oligarquias políticas, assumiram o controle dos recém-fundados
Estados nacionais latino-americanos, não promovendo alterações na estrutura
social e econômica do período colonial e impediram a participação política dos
segmentos populares.
b) Diferenças: O caso brasileiro
é considerado "suis generis", pois a independência em relação a
Portugal não se deu através de revoltas ou revoluções, sendo efetivada em 1822,
sob a liderança do príncipe regente português no Brasil, D. Pedro I; foi
adotado o regime monárquico de governo e foi preservada a unidade política
nacional.
Na América Espanhola, a
independência das colônias, liderada pelos "criollos" (descendentes
de espanhóis nascidos na América que constituíam a elite econômica), foi
conquistada através de guerras prolongadas, com batalhas sangrentas; consolidada
a autonomia política, foi adotado o regime republicano presidencialista e as
antigas colônias fragmentaram-se, dando origem aos vários Estados nacionais
atuais de língua espanhola na América do Sul.
5. (Fuvest 2012) Não parece fácil determinar a época em que os
habitantes da América lusitana, dispersos pela distância, pela dificuldade de
comunicação, pela mútua ignorância, pela diversidade, não raro, de interesses
locais, começam a sentir-se unidos por vínculos mais fortes do que todos os
contrastes ou indiferenças que os separam, e a querer associar esse sentimento
ao desejo de emancipação
política. No Brasil, as duas
aspirações – a da independência e a da unidade – não nascem juntas e, por longo
tempo ainda, não caminham de mãos dadas.
Sérgio Buarque de Holanda, “A
herança colonial – sua desagregação”. História geral da civilização brasileira,
tomo II, volume 1, 2ª ed., São Paulo: DIFEL, 1965, p. 9.
a) Explique qual a diferença
entre as aspirações de “independência” e de “unidade” a que o autor se refere.
b) Indique e caracterize ao menos
um acontecimento histórico relacionado a cada uma das aspirações mencionadas no
item a.
resposta:
a) Quando Sérgio Buarque de
Holanda fala em unidade brasileira, reporta ao clássico problema da identidade
nacional. A identidade nacional não existia no Brasil colonial (o termo
“brasileiro”, por exemplo, no período colonial, significava “plantador de pau-brasil”).
Como Sério Buarque cita, em outro
momento desse mesmo texto, a relação entre as regiões do Brasil Colônia que
eram marcadas pela diferença e pela indiferença. A ideia de brasileiro é uma
construção histórica do século XIX, iniciada ao longo do 2º Reinado, após a independência.
As aspirações de independência, por
sua vez, foram anteriores à ideia de brasileiro, e visavam romper os elos do
Sistema Colonial.
Normalmente, essas aspirações
estavam ligadas à uma elite econômica. Os movimentos da Conjuração Baiana e
Inconfidência Mineira, por exemplo, não visavam a “independência do Brasil”, pois,
como vimos, a ideia de “brasileiro” não existia; elas visavam apenas à independência
de suas regiões.
b) Vários movimentos culturais brasileiros
visaram construir a identidade nacional (unidade) brasileira, entre eles o
Romantismo e o Modernismo. Do ponto de vista das políticas públicas, pode-se
citar, entre outros, a Constituição de 1824, que define, pela primeira vez, o
que é o “brasileiro”, a política de D. Pedro II em favor da identidade nacional,
financiando artistas como Carlos Gomes e Pedro Américo, e até mesmo a política varguista
de valorização do “nacional popular”, patrocinando, por exemplo, o samba e a
capoeira. Entre os mais conhecidos movimentos que aspiravam à independência, o
aluno poderia lembrar, principalmente, a Conjuração Baiana e a Inconfidência
Mineira.
Questão extra
1. (UFPI) "... todos os brasileiros, e sobretudo os
brancos, não percebem suficientemente que é tempo de se fechar a porta aos
debates políticos (...). Se se continua a falar dos direitos dos homens, da
igualdade, terminar-se-á por pronunciar a palavra fatal: liberdade, palavra
terrível e que tem muito mais força num País de escravos que em qualquer outra
parte ..."
(MOTA, Carlos Guilherme (org.).
"1822: dimensões". São Paulo: Perspectiva, 1972. p. 482.)
O texto acima, escrito
provavelmente por volta de 1823/1824, é parte de uma carta sobre a
independência do Brasil, enviada por um observador europeu a D. João VI. Leia
com atenção o texto e, a seguir, assinale a alternativa que expressa a
configuração social do processo brasileiro de independência.
a) A democracia racial,
decorrente de uma intensa miscigenação durante o período colonial, contribuiu
para conciliar, logo nos primeiros anos do Império, os interesses dos distintos
grupos sociais.
b) A "solução
monárquica", através da qual a jovem nação optava por afastar-se de seus
vizinhos americanos e adotar modelos políticos europeus, foi historicamente
necessária como instrumento de conciliação das raças no Brasil.
c) O "haitianismo",
temor da elite branca brasileira de que se repetisse no Brasil uma revolução
negra, tal qual ocorrera no Haiti, limitou as bases sociais da independência e
justificou manifestações como essa da carta transcrita.
d) Em razão de temores como
aquele expresso na carta citada, a independência fez-se acompanhar de um
processo crescente de enfraquecimento da escravidão. Os mesmos grupos que
lideraram o processo de independência liderariam, anos depois, a abolição da
escravatura.
e) O temor expresso na carta é
infundado, pois além de contar com um número pequeno de escravos à época da
independência, as relações entre os escravos e seus senhores, no Brasil, sempre
foram cordiais, decorrendo justamente disso a noção de "democracia
racial".
resposta:[C]
Um dos principais temores das elites brasileiras no período posterior à independência política brasileira alcançada em 1822 era a ocorrência de uma possível revolta escrava, assim como havia ocorrido no Haiti, uma ex-colônia francesa onde os negros se rebelaram violentamente.
2. (Uerj) Para cúmulo da desgraça
foram os soberanos da Espanha obrigados a renunciar aos seus direitos, a
abdicar de seu trono e a solicitar o seu mesmo Povo a que faltasse à fé e
juramento de fidelidade, que havia prestado à Real Família Reinante; a pedir
por fim que obedecesse a seus próprios inimigos. Depois disto, quem se atreverá
a duvidar da sábia política do Príncipe Regente de Portugal, em mudar a sua
Corte para o Brasil? (Adaptado de "Correio Braziliense", 1808. São
Paulo: Imprensa Oficial do Estado/Instituto Uniemp, edição fac-similar, 2000.)
a) O texto acima remete a um
acontecimento, decorrente da política internacional, ocorrido na Península
Ibérica na primeira década do século XIX. Indique esse acontecimento e seu
principal objetivo em relação a Portugal.
b) A vinda da Corte Portuguesa
para o Brasil pode ser considerada importante para o processo de independência
do Brasil. Apresente um argumento que justifique esse ponto de vista.
resposta:
a) Invasão e ocupação da
Península Ibérica por tropas francesas. Domínio de Portugal para efetiva adesão
ao Bloqueio Continental.
b) Um dentre os argumentos:
• O Brasil veio a ser elevado à
condição de Reino Unido, transformando-se a antiga colônia em metrópole.
• O Rio de Janeiro transformou-se
em ponto de atração das elites, permitindo-lhes a constituição de uma
identidade comum.
• A abertura dos portos às nações
amigas possibilitou o fim do monopólio comercial, estabelecendo uma maior
liberdade de comércio no Brasil.
• A instalação de um aparelho
burocrático possibilitou a ascensão de inúmeros brasileiros aos cargos de
administração, contribuindo para a idéia de autonomia do Brasil.
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