Desafio de História
Primeira Série
A política colonizadora
1. (UFMG) Leia este trecho do documento:
Eu el-rei faço saber a vós [...] fidalgo de minha casa que vendo eu
quanto serviço de Deus e meu é conservar e enobrecer as capitanias e
povoações das terras do Brasil e dar ordem e maneira com que melhor e
seguramente se possam ir povoando para exaltamento da nossa santa fé
e proveito de meus reinos e senhorios e dos naturais deles ordenei ora de
mandar nas ditas terras fazer uma fortaleza e povoação grande e forte em
um lugar conveniente para daí se dar favor e ajuda às outras povoações
e se ministrar justiça e prover nas coisas que cumprirem a meus serviços
e aos negócios de minha fazenda e a bem das partes [...]
É CORRETO afirmar que, nesse trecho de documento, se faz referência
A) à criação do Governo Geral, com sede na Bahia.
B) à implantação do Vice-Reinado no Rio de Janeiro.
C) à implementação da Capitania-sede em São Vicente.
D) ao estabelecimento de Capitanias Hereditárias, no nordeste.
resposta: [A]
2. (UFC – 2008) Leia o texto que segue:
Conversava, como se fosse para uma feira. (...) dirigi-lhe mais uma vez a palavra, pois os maracajás eram amigos dos portugueses (...) Ao que retrucou ele que sabia bem, nós não comíamos carne humana. Depois lhe disse que devia ter ânimo, pois comeriam apenas a sua carne; seu espírito iria a uma outra região, para onde vai também o espírito da nossa gente e lá há muita alegria. Perguntou ele se isto eraverdade. Referi que sim e respondeu-me que nunca havia visto Deus. Concluí dizendo que veria Deus na outra vida e deixei-o quando terminou a conversa.
(STADEN, Hans. Duas viagens ao Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: USP, 1974, p. 112-113).
No trecho acima, o explorador alemão Hans Staden narra o seu diálogo com um índio maracajá, prisioneiro, como ele, dos tupinambás, nos meados do século XVI. Analisando esse relato, infere-se que:
A) o narrador sugere o papel civilizador do cristianismo frente à barbárie dos nativos.
B) Hans Staden procura convencer o companheiro de sina da sacralidade do canibalismo.
C) a separação entre carne e espírito, aludida pelo explorador, sinaliza sua adesão a crenças pagãs.
D) o maracajá se mostra desconsolado com o destino, visto que não havia maior desonra a um indígena que ser devorado pelo inimigo.
E) a prática do canibalismo foi inexistente, e sua invenção deve-se aos colonizadores, sequiosos por legitimar o desígnio da conquista.
resposta: [A]
3. (UFBA. 2009) As eleições no Brasil não constituem uma experiência recente. O exercício do voto nas terras do Brasil remonta ao Período Colonial, desde a implantação do sistema de Capitanias Hereditárias, com a criação das Câmaras Municipais, nas vilas oficialmente estabelecidas por Ordens Régias;
As Câmaras Municipais [...] eram órgãos encarregados dos assuntos de natureza administrativa, política ou judiciária, cuja organização se da por membros eleitos pela comunidade.
(CACERES, 1993. P.39)
De acordo com o texto e com base nos conhecimentos sobre eleições no Brasil desde 1532 – quando foi instalada a Câmara/Casa da Câmara em São Vicente – até os dias atuais, pode-se afirmar:
a) As eleições par composição das Câmaras Municipais no Brasil Colonial, ao privilegiar o direito de voto e de eleição aos senhores de terras, aprofundavam as diferenças sociais entre senhores, brancos pobres, negros e índios.
b) A divulgação das eleições no Brasil Colonial, que ocorria nos centros urbanos do litoral, ficava sob a responsabiidade dos órgãos da imprensa, controlados pelas Igreja.
c) As eleições, no Brasil Monárquico, eram consideradas censitárias e indiretas, porque se baseavam no censo que classificava os votantes, eleitores e elegíveis a partir de critérios de renda econômica e situação civil.
d) O cargo de Primeiro Ministro, no Brasil Monárquico, à semelhança do parlamentarismo inglês, era preenchido por eleições diretas, na qual apenas os escravos eram excluídos do processo eleitoral.
resposta: [A]
4. (UFBA – 2009) A FUNAI divulgou um conjunto de fotos impressionantes que correram mundo. As imagens, feitas de um avião, mostram um grupo de índios semi-nus ao lado de suas malocas. Com o corpo pintado de vermelho e negro, eles apontam suas flechas na direção da aeronave. Segundo o órgão, trata-se de uma tribo de etnia desconhecida que vive isolada da civilização no Acre. A FUNAI sabia da existência do grupo, mas nunca havia conseguido fotografá-lo. Especialistas estimam que nos nove estados que compõem a Amazônia Legal existam ainda hoje quase setenta tribos de índios isolados — ou seja, que rejeitaram ou não tiveram nenhum contato com não-índios. A política da FUNAI em relação a esses grupos é de não-interferência. Não foi sempre assim.
(CARNEIRO, 2008, p. 72).
Com base na análise do texto e nos conhecimentos sobre a situação dos povos indígenas ao longo da história do Brasil até os dias atuais, pode-se afirmar:
a) A convivência dos povos indígenas com os europeus no litoral das terras do Brasil, nos séculos XVI e XVII, foi marcada pela cordialidade e pela mútua compreensão das diferenças que os distanciavam, resultando na manutenção integral das estruturas culturais indígenas pré-existentes.
b) O escambo e a escravidão foram formas de exploração do trabalho indígena pelos portugueses nas terras do Brasil, durante os três séculos de colonização, variando a sua aplicação a depender das necessidades de cada região e dos acontecimentos que marcaram o relacionamento entre os dois povos.
c) O extermínio das nações indígenas das áreas litorâneas e interioranas do país, ao longo de sua história, resultou da incapacidade de aqueles povos se adequarem às formas superiores e civilizadas da sociedade que se constituiu no Brasil.
d) A política de “não interferência”, a que o texto se refere, foi iniciada pelos portugueses durante o Período Colonial, por orientação das leis metropolitanas, e continua mantida pela FUNAI, até os dias atuais.
resposta: [B]
5. (UFBA)
[...] O poder político na colônia estava descentralizado, situado nas unidades produtoras que iam surgindo. Toda a máquina governamental – muito precária, por sinal – aqui implantada visava aos interesses da classe proprietária de terras e de escravos, a classe dominante colonial.
Essa classe estava voltada para as suas fazendas, que muitas vezes se estendiam por mais de um município – a divisão políticoadministrativa das capitanias. Seu poder e prestígio aparecia nas câmaras dos “homens bons”, isto é, donos de terras, milícia, clero. O mundo da cruz, que impunha com a espada sua civilização.
(ALENCAR, 1996, p. 26).
Com base na análise do texto e nos conhecimentos sobre a relação público-privada na história do Brasil, pode-se afirmar:
01. A máquina administrativa do poder público no Brasil Colonial, rigidamente organizada a partir da metrópole, controlava cargos e funções públicas, mantendo sob controle a sociedade que então se formava.
02. O poder privado, no Período Colonial, esteve representado pelas sesmarias, enquanto o poder público, a partir da segunda metade do século XVIII, esteve representado pelas Capitanias Gerais e Capitanias Subalternas.
04. As câmaras dos “homens bons” expressavam o entrelaçamento entre os interesses privados e o poder público no Brasil Colonial, fenômeno que, com algumas modificações, transferiu-se para o Brasil Monárquico.
08. As oligarquias estaduais, na República Velha, a partir do controle do poder econômico e da posse de propriedades, garantiam a dominação do poder político, fundamentada no sistema eleitoral do voto aberto.
16. A consolidação do poder do Estado Novo dependeu, dentre outros fatores, do apoio de empresários industriais paulistas, estabelecendo uma relação de dependência entre o poder econômico e o Estado.
32. A Constituição de 1988, representativa da redemocratização brasileira pós-governos militares, garantiu cotas de participação do alto empresariado do Sudeste em órgãos do Governo Federal.
64. As câmaras municipais da atualidade, à semelhança daquelas da Época Colonial, não assumem funções legislativas, limitando-se a executar as decisões emanadas do Executivo Estadual.
Resposta: 30 (02 + 04 + 08 + 16)
01. Falso. O texto afirma que “o poder político na colônia estava descentralizado”, o que já torna essa proposição falsa. Além disso, o sistema de governo-geral não conseguiu efetivamente exercer o poder como se esperava, abrindo espaço para a existência das Câmaras Municipais.
02. Verdadeiro. As sesmarias repre esentavam o poder privado na época colonial.
04. Verdadeiro. As Câmaras Municipais tiveram grande autonomia e poder local na época do Brasil Colônia, e esse poder foi mantido, com algumas alterações, no período do Brasil monárquico.
08. Verdadeiro. Além do sistema eleitoral do voto aberto, existia o voto de cabresto, controlado pelos coronéis e seus jagunços. Isso foi decisivo para garantir a alternância de poder entre as oligarquias de São Paulo e Minas ao longo da República Velha.
16. Verdadeiro. Vargas deu o golpe de 37 com apoio da burguesia, que via na ditadura a forma mais segura de impedir a ascensão dos comunistas.
32. Falso. A Constituição de 88 não garantiu cotas de participação para o empresariado do Sudeste, o que, por si, já seria inconstitucional.
64. Falso. As Câmaras Municipais da época colonial e da época atual assumem funções prioritariamente legislativas.
6. (UESPI) Ocupar as terras era fundamental para garantia dos domínios portugueses depois do descobrimento do Brasil. Por exemplo, a expedição de Martim Afonso de Souza:
a) fundou a rica capitania de Pernambuco.
b) introduziu a lavoura da cana-de-açúcar.
c) facilitou a ocupação da região amazônica.
d) distribuiu sesmarias onde hoje se encontra o Piauí.
e) lançou o cultivo do algodão na região sudeste.
resposta: [B]
7. (UDESC SC) A Companhia de Jesus foi importante instrumento da Igreja Católica e da Corte Portuguesa no processo de colonização, a partir do século XVI.
Sobre sua atuação no período colonial, em território brasileiro, é incorreto afirmar:
a) Os jesuítas vieram para o território, hoje brasileiro, junto com o primeiro governadorgeral e, a partir de então, exerceram forte influência na vida colonial.
b) Os jesuítas foram responsáveis pela fundação de inúmeros colégios no Brasil colonial; seus métodos e forma de organizar os cursos permaneceram como herança importante na história da educação.
c) Pode-se aferir que os jesuítas também foram responsáveis pela exploração do trabalho indígena, considerando que as missões foram organizadas de modo a se tornarem unidades produtoras de bens comercializados pelos padres.
d) Ao organizar os indígenas em missões ou reduções e catequizá-los, os jesuítas defenderam o universo cultural desses indígenas e os protegeram da escravização e do processo português de expansão e colonização.
e) A catequização dos indígenas gerou sérios conflitos entre os colonos e os jesuítas, pois os colonos viam nos jesuítas um entrave à utilização da força do trabalho indígena.
resposta: [D]
8. (UFMG - 2007) Observe esta imagem:
Reprodução
Adoração dos Magos, atribuída a Vasco Fernandes e a Jorge Afonso, pintada na Sé de Viseu, em Portugal, entre 1501 e 1505.
Com base nas informações dessa imagem e em outros conhecimentos sobre o assunto, é INCORRETO afirmar que a descoberta do Novo Mundo e, particularmente, do Brasil levou os portugueses a representar
A) a América e sua população, novidade com que se defrontavam, inserindo-as em quadros mentais antigos.
B) a América, sua natureza e sua população, reconhecendo-as na sua alteridade em relação ao mundo europeu.
C) os povos da América em conformidade com as crenças – sobretudo as cristãs – em voga, então, no Continente Europeu.
D) um dos Reis Magos como um índio da América, fazendo-o substituir aquele que é, usualmente, representado como negro.
resposta: [B]
9. (UESPI - 2010) Oeiras, antiga capital do Piauí, tem área aproximada de 2.719.536 km2. Como tantas outras cidades brasileiras ela teve origem em uma fazenda, no caso, a Cabrobó, de grandes dimensões territoriais. A organização fundiária no Brasil, estruturada na grande propriedade, é um legado colonial instituído pelo sistema de
a) Sesmarias.
b) Capitanias Hereditárias.
c) Colonato.
d) Subvenções.
e) Donatárias.
resposta: [A]
10. (UFPA - 2010) Com a Lei de 25 de março de 1570, a Coroa portuguesa procurou regulamentar a escravidão indígena, determinando duas situações em que tal prática seria considerada legítima: “Guerra Justa” e “tropas de resgate”. No entanto, colonos e missionários deveriam provar diante das autoridades coloniais a legitimidade do cativeiro, a fim de evitar abusos. Sobre esse contexto, é correto afirmar:
(A) Contrários à escravidão indígena, os missionários fiscalizavam rigorosamente as ações dos colonos; apenas eram aprisionados índios em situação de guerra justa ou tropa de resgate.
(B) Sabendo que a ação fiscalizadora da Coroa portuguesa era rigorosa, os colonos respeitavam a lei, apenas escravizando índios na situação legalmente determinada como legítima.
(C) Após a verificação da legitimidade dos cativeiros, os índios eram separados por etnia e assim enviados às missões, formadas exclusivamente por índios que falavam a mesma língua.
(D) Muitos índios aprisionados eram ameaçados e declaravam falsamente que haviam sido resgatados dos rituais de antropofagia, o que gerava fraude na lei que regulamentava o cativeiro indígena.
(E) Graças à verificação da legitimidade do cativeiro, a escravidão indígena no Brasil foi insignificante, razão pela qual a mão-de-obra indígena foi substituída pela do africano.
resposta: [A]
Observe a charge abaixo.
NOVAES, Carlos Eduardo e LOBO, César. História do Brasil para principiantes. São Paulo. Editora Ática, 2005.
A charge acima satiriza a exploração do território brasileiro pelos portugueses durante o Período Pré-Colonial. São características econômicas desse período:
a) latifúndios – escravidão – monocultura – exportação.
b) servidão coletiva – policultura – subsistência – sesmarias.
c) escravidão – policultura – mercado externo – minifúndios.
d) extrativismo – escambo – mercado externo – monopólio.
e) monocultura – mercado externo – mercantilismo – escravidão.
resposta: [D]
12. (UNESP)
Observe a figura e leia o texto.
(Reprodução da tela Primeira Missa no Brasil. Vítor Meireles, 1861.)
Chantada a Cruz, com as Armas e a divisa de Vossa Alteza, que primeiramente lhe pregaram, armaram altar ao pé dela. Ali disse missa o padre Frei Henrique (...). Ali estiveram conosco (...) cinqüenta ou sessenta deles, assentados todos de joelhos, assim como nós. (...) [Na terra], até agora, não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal (...) Porém, o melhor fruto que dela se pode tirar me parece que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar.
(Pero Vaz de Caminha. Carta do Achamento do Brasil, 10.05.1500.)
A respeito da tela e do texto, é correto afirmar que
a) Demonstram a submissão da monarquia portuguesa à contra-reforma católica.
b) Expressam o encantamento dos europeus com a exuberância natural da terra.
c) Atestam, como documentos históricos, o caráter conflituoso dos primeiros contatos entre brancos e índios.
d) Representam o índio sem idealização, reservando-lhe lugar de destaque no quadro, o que era pouco comum.
e) Apresentam uma leitura do passado na qual os portugueses figuram como portadores da civilização.
resposta: [E]
13. (UFOP MG) Sobre o papel das Câmaras Municipais, no Brasil Colonial, não podemos afirmar:
a) Eram responsáveis pela administração pública e pelo exercício da justiça nas vilas e cidades.
b) Eram compostas pelos chamados homens bons que constituíam a sociedade colonial.
c) Exerciam controle sobre o comércio de abastecimento dos aglomerados urbanos.
d) Foram responsáveis pelo processo de centralização política que ocorreu na colônia.
resposta:[D]
14. (UEPA)
“Nessa terra, até agora, não pudemos saber se existe ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro. Porém, a terra em si é de bons ares, assim frios e temperados. As águas são muitas, infinitas. A terra é tão grandiosa que, querendo aproveitá-la, tudo dará nela, por causa das águas que tem”.
Fragmento da Carta de Pero Vaz de Caminha. Adaptado por Adriana Torres e André Pereira. Ao Livro Técnico, Rio de Janeiro: 1994.
O relato de Pero Vaz de Caminha ao rei de Portugal evidencia aspectos naturais da terra recém- descoberta e revela:
a) A política econômica do Estado português interessado em transformar a nova Colônia em grande potência agrícola.
b) A descoberta de metais preciosos, encontrados na costa Atlântica, pelos tripulantes da expedição cabralina.
c) A decisão dos portugueses em ficar na terra e desenvolver o projeto da Igreja, que era o de catequizar os índios.
d) O caráter explorador da conquista portuguesa interessada principalmente em descobrir na nova terra metais preciosos.
e) A necessidade de o rei português enviar uma expedição de exploração para descobrir ouro e prata no solo brasileiro.
resposta: [D]
15. (UFRGS)
Observe o Cartum abaixo:
(Fonte: "Primeira Missa" de Sampaio. ln: "Humores nunca dantes navegados: o Descobrimento segundo os cartunistas do sul do Brasil". Porto Alegre: SEC-RS, 2000.)
Considerando a situação histórica e os significados expressos no cartum acima, analise as seguintes afirmações.
I - O cartum retrata o momento inicial da conquista portuguesa, demonstrando aspectos do "choque cultura" ocorrido entre os conquistadores e os indígenas.
II - A dominação portuguesa do Brasil não se deu unicamente com base na exploração dos recursos naturais e do trabalho indígena, mas também apresentou aspectos nitidamente ideológicos, como a imposição da religião católica aos autóctones.
III - O cartum apresenta o momento inicial do contato interétnico como sendo de tensão e conflito armado e econômico, visto que os nativos reagiram às tentativas de vigilância impostas pelos conquistadores.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas I e II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
resposta: [B]
16. (ENEM 2011) Em geral,os nossos tupinambás ficaram bem admirados ao ver os franceses e os outros dos países longínquos terem tanto trabalho para buscar o seu arabotã, isto é, pau-brasil. Houve uma vez um ancião da tribo que me fez esta pergunta: “Por que vindes vós outros, mairs e perós (franceses e portugueses), buscar lenha de tão longe para vos aquecer? Não tendes madeira em vossa terra?”
LÉRY, J. Viagem à Terra do Brasil. In: FERNANDES, F. Mudanças Sociais no Brasil. São Paulo: Difel, 1974.
O viajante francês Jean de Léry (1534-1611) reproduz um diálogo travado, em 1557, com um ancião tupinambá, o qual demonstra uma diferença entre a sociedade europeia e a indígena no sentido
A) do destino dado ao produto do trabalho nos seus sistemas culturais.
B) da preocupação com a preservação dos recursos ambientais.
C) do interesse de ambas em uma exploração comercial mais lucrativa do pau-brasil.
D) da curiosidade, reverência e abertura cultural recíprocas.
E) da preocupação com o armazenamento de madeira para os períodos de inverno.
resposta:[A]
17. (UFPI – 2008) Quando da chegada dos europeus, em 1500, e durante as três primeiras décadas do domínio português sobre o Brasil, as relações com os nativos indígenas foram relativamente estáveis e amistosas, o que permitiu a constituição do chamado "escambo vegetal", através do qual, em troca de produtos tais como espelhos, aguardente e miçangas, os índios colaboravam com os europeus na exploração do pau-brasil. A substituição desse trabalho indígena pelo do escravo africano, na economia colonial, a partir do século XVII, decorreu:
a) Do fato de serem os índios preguiçosos e naturalmente indispostos para o trabalho, o que diminuía a produtividade e, por conseqüência, depreciava os lucros coloniais.
b) Da indisposição dos ingleses com o trabalho escravo indígena. Em razão de sua formação marcadamente cristã, os ingleses horrorizavam-se com a escravização dos índios.
c) Da docilidade dos africanos, que se adaptavam facilmente ao cativeiro e ao trabalho nos engenhos, diferentemente dos índios que, estimulados pelos jesuítas, protagonizavam constantes fugas.
d) De uma reação coordenada dos senhores de engenho, que se sentiam prejudicados com a baixa produtividade do trabalho indígena.
e) De vários aspectos conjugados, entre os quais se ressalta o caráter mercantil da exploração colonial, a diminuição do número de índios e a reação da Igreja Católica à escravização destes.
resposta:[E]
18. (UFPI – 2008) Algumas décadas depois da chegada de Cabral à América, os portugueses viram-se na necessidade de efetivar a ocupação das suas descobertas territoriais. Sobre o processo de colonização implementado pelos lusitanos na América, podemos afirmar que:
a) Foi viabilizado pela descoberta de ouro e diamantes no interior, particularmente, em terras hoje pertencentes aos Estados de Minas Gerais e Goiás.
b) Teve, no cultivo da cana para a fabricação de açúcar a ser comercializado no mercado europeu e na utilização do trabalho escravo, fatores centrais.
c) Teve, na exploração do pau-brasil, na utilização da mão-de-obra africana e na criação de um sistema colonial centrado na vida urbana, elementos vitais para o sucesso inicial do empreendimento colonial.
d) Teve, na Coroa Espanhola e nos mercadores da Nova Lusitânia, parceiros vitais para o êxito do empreendimento.
e) Só foi efetivamente viabilizado com a unificação da Península Ibérica em 1580.
resposta:[B]
19. (UFPI - 2008) O período da nossa história conhecido como Pré-colonizador pode ser caracterizado pelos seguintes pontos: I. A descoberta de metais preciosos, particularmente, prata e diamantes na região amazônica. II. A montagem de estabelecimentos provisórios, conhecidos como feitorias, onde eram feitas trocas comerciais entre os navegantes portugueses e os povos indígenas do Brasil. III. A criação das cidades de São Vicente e Desterro no litoral da América Portuguesa. IV. A utilização da mão-de-obra indígena para a exploração de madeira, particularmente, do pau-brasil. Dentre as afirmativas anteriores estão corretas apenas:
a) I e II
b) II e III
c) II e IV
d) III e IV
e) I e IV
resposta:[C]
20. (UNESP – 2007) Observe o mapa e responda.
a) O meridiano de Tordesilhas, enquanto esteve em vigor, obstruiu a efetiva ocupação do interior do território brasileiro.
b) As riquezas do Vice-Reinado do Rio da Prata atraíram muitos aventureiros em busca de fortuna fácil e que acabaram por se fixar na região sul do Brasil.
c) A busca por pau-brasil e terras férteis para a cana-de-açúcar impulsionou a derrubada da mata atlântica e a fixação do colonizador no sertão nordestino.
d) Apesar do aspecto extensivo da atividade, a pecuária desempenhou importante papel no processo de interiorização da ocupação.
e) O intenso povoamento da região norte causou sérios problemas para a Metrópole, que não dispunha de meios para abastecer a área.
resposta: [D]
21. (UFBA)
Sobre o sistema administrativo do Brasil colonial, é possível afirmar:
(01) O sistema administrativo representado no organograma foi montado por D. João III, com o duplo objetivo de ocupar a terra e valorizá-la economicamente.
(02) Com a instalação das capitanias hereditárias, o Estado português assumia financeiramente o empreendimento, concedendo aos donatários a posse das terras e repartindo com eles as rendas decorrentes da exploração do subsolo.
(04) Com a implantação das capitanias hereditárias, a metrópole passou da fase de circulação de mercadorias para a de produção de gêneros agrícolas, destinados ao mercado externo.
(08) Como as capitanias hereditárias não cumpriram os objetivos esperados por Portugal, D. João III decidiu extingui-las, instalando o governo-geral.
(16) Com a instalação dos governos-gerais, a metrópole conseguiu efetivar a centralização administrativa na colônia, contando com o apoio da elite local, a quem cabia indicar os ocupantes dos cargos mais representativos.
(32) Com a finalidade de sediar o governo-geral, a metrópole ordenou que a Capitania da Bahia de Todos os Santos fosse transformada em capitania real e que aí fosse fundada a cidade do Salvador.
(64) As câmaras municipais eram órgãos integrados por representantes dos vários segmentos sociais, eleitos pelo sufrágio universal.
Soma ( )
resposta:01 + 04 +32 = 37
22. (Unifesp) Entre os donatários das capitanias hereditárias (1531-1534), não havia nenhum representante da grande nobreza. Esta ausência indica que:
a) a nobreza portuguesa, ao contrário da espanhola, não teve perspicácia com relação às riquezas da América.
b) a Coroa portuguesa concedia à burguesia, e não à nobreza, os principais favores e privilégios.
c) no sistema criado para dar início ao povoamento do Brasil, não havia nenhum resquício de feudalismo.
d) na América portuguesa, ao contrário do que ocorreu na África e na Ásia, a Coroa foi mais democrática.
e) as possibilidades de bons negócios aqui eram menores do que em Portugal e em outros domínios da Coroa.
resposta:[E]
23. (UNESP) O Brasil foi dividido em quinze quinhões, por uma série de linhas paralelas ao equador que iam do litoral ao meridiano de Tordesilhas, sendo os quinhões entregues (...) [a] um grupo diversificado, no qual havia gente da pequena nobreza, burocratas e comerciantes, tendo em comum suas ligações com a Coroa.
(B. Fausto, "História do Brasil".)
No texto, o historiador refere-se às
a) câmaras setoriais.
b) sesmarias.
c) colônias de povoamento.
d) capitanias hereditárias.
e) controladorias.
resposta:[D]
24. (UFPE) As feitorias portuguesas no Novo Mundo foram formas de assegurar, aos conquistadores, as terras descobertas. Sobre essas feitorias, é correto afirmar que:
a) a feitoria foi uma forma de colonização, empregada por portugueses na África, na Ásia e no Brasil, com pleno êxito para a atividade agrícola.
b) as feitorias substituíram as capitanias hereditárias durante o Governo Geral de Mem de Sá, como proposta mais moderna de administração colonial.
c) as feitorias foram estabelecimentos fundados por portugueses no litoral das terras conquistadas e serviam para armazenamento de produtos da terra, que deveriam seguir para o mercado europeu.
d) tanto as feitorias portuguesas fundadas ao longo do litoral brasileiro quanto as fundadas nas Índias tinham idêntico caráter: a presença do Estado português e a ausência de interesses de particulares.
e) o êxito das feitorias afastou a presença de corsários franceses e estimulou a criação das capitanias hereditárias.
resposta:[C]
25. (UFLA) Leia o texto abaixo.
"Ao decretar a instauração do Governo Geral, a Coroa pretendia garantir a defesa da terra, a cobrança de impostos e a aplicação da justiça."
(BUENO, E. A Coroa, a Cruz e a Espada, pag. 63)
Apresenta-se no texto as principais áreas de atuação administrativa definida pela Coroa portuguesa na Colônia. Indique, entre as alternativas abaixo, a que contêm os agentes responsáveis na hierarquia de comando do Governo-Geral.
(A) Vice-rei, ayuntamento e chapetone.
(B) Defensor público, tesoureiro e auditor.
(C) Capitão-mor, provedor-mor e ouvidor-mor.
(D) Homens bons, cabildo e conselheiro-mor.
resposta: [C]
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