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Desafio de História
A introdução do trabalho livre no Brasil
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1. (Unesp) "Por volta dos anos de 1880, era óbvio que a abolição estava iminente. O parlamento, reagindo ao abolicionismo de dentro e de fora do país, vinha aprovando uma legislação gradualista. As crianças nascidas de mães escravas foram declaradas livres em 1871..."
(Emília V. da Costa, DA MONARQUIA À REPÚBLICA.)
a) Além da Lei do Ventre Livre, qual outra teve esse mesmo caráter gradualista?
b) Justifique o caráter gradualista do movimento da abolição.
resposta da questão 1:
a) A Lei do Sexagenário (1885) que libertava os escravos com mais de 60 anos.
b) No Parlamento, a questão escravista era mais delicada. Como a maioria dos deputados era proprietária de terras e de escravos, defendia a emancipação lenta e gradual dos cativos, com o pagamento, pelo governo, de indenizações aos seus senhores.
2. (UFMG) Leia a frase. "Precisamos de braços (...) no intuito de aumentar a concorrência de trabalhadores e, mediante a lei da oferta e procura, diminuir o salário."
(Fala de um deputado paulista, Anais da Câmara,1888.)
A frase acima se refere.
a) à polêmica em torno da preparação dos trabalhadores brasileiros, visando a sua adequação ao trabalho no interior das fábricas.
b) à discussão frente às revoltas populares que, no final do século XIX, reivindicavam a manutenção dos níveis salariais.
c) ao debate em torno da política imigratória, que permitiu a criação de condições para sustentar a expansão cafeeira.
d) à proposta de solução para a escassez de mão-de-obra escrava no centro-sul do País, no contexto do abolicionismo.
resposta da questão 2:[C]
3. (Ufscar) Leia o seguinte trecho do livro "O Abolicionismo", escrito por Joaquim Nabuco e publicado em 1883.
Em 1871, porém, a Nação brasileira deu o primeiro aviso à escravidão de que a consciência a vexava, e ela estava ansiosa por liquidar esse triste passado e começar vida nova. Pode alguém que tenha adquirido escravos depois desta data, queixar-se de não ter sido informado de que a reação do brio e do pudor começava a tingir a face da Nação? O preço dos escravos subiu depois da lei (...) como subira depois de acabado o Tráfico, sendo o efeito de cada lei humanitária que restringe a propriedade humana aumentar-lhe o valor, como o de outra qualquer mercadoria, cuja produção diminui quando a procura continua a ser a mesma.
("O Abolicionismo". Petrópolis: Vozes, 1988, p. 157.)
a) Identifique e escreva sobre o conteúdo da lei de 1871, a que se refere Joaquim Nabuco.
b) De que forma o autor desenvolve o ponto de vista de que a situação da escravidão começou a mudar após 1871?
resposta da questão 3:
a) Em setembro de 1871, os deputados aprovaram, numa perspectiva de emancipação gradual dos cativos, a Lei do Ventre Livre, que declarava libertos os filhos de mulher escrava que nascessem no país a partir da promulgação da lei. Os filhos ficariam sob a guarda do senhor até a idade de 8 anos. A partir de então, o senhor poderia libertá-los, em troca de títulos públicos, ou se utilizar gratuitamente de seus serviços até completarem 21 anos.
Na realidade, a Lei do Ventre Livre pretendia esvaziar o movimento abolicionista e, ao mesmo tempo, garantir aos proprietários de terra uma transição segura para o trabalho assalariado.
Essa lei teve pouca eficácia. Para se ter uma ideia, o número de crianças libertas em 1879 e 1880, quando teriam alcançado os 8 anos, era insignificante. Até o final de 1880, apenas 4.500 escravos haviam sido libertados pelo Fundo de Emancipação, isto é, apenas 0,3% da popupulação escrava do país naquele ano.
b) O autor considera que a aprovação da referida lei contribuiu para intensificar o processo de abolição na medida em que o preço do escravo elevou-se como já havia elevado anteriormente após a decretação da lei que proibia o tráfico internacional de escravos.
4. (UFPE) Sobre o movimento do republicanismo e do abolicionismo, indique a alternativa correta.
a) A Abolição da Escravatura e o republicanismo no Brasil foram movimentos que caminharam associados, pois estiveram inspirados no Positivismo.
b) O movimento republicano no Brasil, na década de 1870, esteve dissociado da luta abolicionista, porque republicanos e abolicionistas pertenciam a classes sociais divergentes.
c) O movimento abolicionista e o movimento republicano não caminharam associados, pois o primeiro tinha grande apoio do monarca, a ponto de a Lei Áurea ter sido assinada pela Princesa Isabel.
d) O movimento republicano só ganhou força após a abolição, pois significativas parcelas da classe dominante republicana eram proprietárias de escravos e não apoiavam a luta abolicionista.
e) O movimento republicano deu um grande impulso ao movimento abolicionista, como já havia ocorrido em outros países da América do Sul, em que a República acarretou o fim da escravidão.
resposta da questão 4:[D]
5. (UFMG) Leia este trecho de documento:
Pela presente, por um de nós escrita e por ambos assinada, declaramos que, desejando comemorar por um ato digno da Religião de Cristo, o redentor, e de humanidade, o aniversário que hoje celebramos, e atendendo aos serviços que já tem nos prestado o pardo Sabino, nosso escravo, temos de comum acordo e de muita nossa livre e espontânea vontade, resolvido conferir ao mesmo, como conferimos, a sua liberdade, podendo conduzir-se como se de ventre livre fosse nascido: com a cláusula porém de continuar a servir-nos, ou a pessoa por qualquer de nós designada, ainda por espaço de cinco anos a partir desta data.
(Registro de uma carta de liberdade conferida, em 1866, pelo Dr. Agostinho Marques Perdigão Malheiro e sua mulher ao pardo Sabino. Citado por CHALHOUB, Sidney. "Visões da liberdade". São Paulo: Companhia das Letras, 1990. p.140.)
Com relação à conjuntura histórica em que foi abolida a escravidão e com base nas informações contidas nesse trecho, é CORRETO afirmar que
a) a extinção da escravidão se deu de forma abrupta, sendo que as elites abolicionistas optaram por uma estratégia radical de enfrentamento com a Coroa, o que causou grandes traumas sociais.
b) as soluções encontradas para o problema da escravidão não escaparam ao controle político da Igreja Católica, que acabou impondo aos fiéis da elite uma teoria particular do abolicionismo.
c) o debate sobre a abolição trouxe à tona as ambigüidades das atitudes políticas de uma parte da elite brasileira, que julgava o ato de emancipação uma benesse, pela qual o ex-escravo deveria pagar.
d) os problemas ligados à escravidão se atenuaram ao longo do século XIX, quando o crescimento das revoltas escravas suprimiu conflitos entre os negros e as elites rurais.
resposta da questão 5:[C]
6. (UFC) Em sua obra "O Abolicionismo", Joaquim Nabuco afirma: "Para nós a raça negra é um elemento de considerável importância nacional, estreitamente ligada por infinitas relações orgânicas à nossa constituição, parte integrante do povo brazileiro. Por outro lado, a emancipação não significa tão somente o termo da injustiça de que o escravo é martyr, mas também a eliminação simultânea dos dois typos contrários, e no fundo os mesmos: o escravo e o senhor."
(NABUCO, Joaquim. "O Abolicionismo." Edição fac-similar. Recife. Fundação Joaquim Nabuco. Ed. Massangana. 1988. p. 20)
Em relação à condição do negro na sociedade brasileira, é correto afirmar que:
a) a abolição representou uma perda total da mão-de-obra pelos antigos senhores.
b) o fim da escravidão possibilitou ao negro liberto a integração no mercado de trabalho e o livre acesso à terra.
c) as Sociedades Libertadoras tinham como objetivo principal promover a integração do ex-escravo na sociedade, garantindo-lhe os direitos de cidadania.
d) a diferença entre o processo abolicionista ocorrido nos Estados Unidos da América e o ocorrido no Brasil foi a ausência de preconceito racial em nosso país.
e) o negro livre permaneceu à margem do universo cultural estabelecido por uma sociedade regida pelo branco e continuou sujeito ao preconceito e a novos mecanismos de controle social.
resposta da questão 6:[E]
7. (Unesp) Em 1871, porém, a Nação Brasileira deu o primeiro aviso à escravidão de que a consciência a vexava, e ela estava ansiosa por liquidar esse triste passado e começar vida nova. Pode alguém que tenha adquirido escravos depois desta data queixar-se de não ter sido informado de que a reação de brio e do pudor começava a tingir a face da Nação? O preço dos escravos subiu depois da lei (...).
(J. Nabuco, "O abolicionismo".)
a) Qual a lei que restringiu a instituição da escravidão no Brasil a que se refere Nabuco?
b) Explique o conteúdo dessa lei e por que o autor afirma que, após sua promulgação, "o preço dos escravos subiu".
resposta:
a) Lei do Ventre Livre.
b) Essa lei libertava os filhos de mulher escrava nascidos a partir de sua promulgação. Com isso diminuia ainda mais a oferta de novos escravos no mercado interno brasileiro, o que por sua vez contribuia para o aumento no preço dos cativos.
8. (PUCRS) Responder à questão com base nas afirmativas abaixo, sobre o movimento abolicionista no Brasil, na segunda metade do século XIX.
I. A campanha abolicionista reforçava-se pela pressão antiescravista internacional e pelo fato de o Brasil ser o último país independente a manter a escravidão após 1865.
II. O movimento abolicionista tinha a participação de setores agrários não-vinculados à escravidão e das camadas médias urbanas: intelectuais, profissionais liberais e estudantes universitários.
III. Importantes setores do abolicionismo viam a necessidade de serem criados meios de integração dos negros à sociedade na condição de trabalhadores assalariados após a abolição.
Pela análise das afirmativas, conclui-se que
a) apenas a I está correta.
b) apenas a III está correta.
c) apenas a I e a II estão corretas.
d) apenas a II e a III estão corretas.
e) a I, a II e a III estão corretas.
resposta da questão 8:[E]
9. (UFU) Considere o fragmento a seguir: "O nosso caráter, o nosso temperamento, a nossa organização toda, física, intelectual e moral, acha-se terrivelmente afetada pelas influências com que a escravidão passou trezentos anos a permear a sociedade brasileira. A empresa de anular essas tendências é superior, por certo, aos esforços de uma só geração, mas, enquanto essa obra não estiver concluída, o abolicionismo terá sempre razão de ser."
Joaquim Nabuco. "O Abolicionismo". 1883.
Neste trecho, Joaquim Nabuco, um dos principais líderes abolicionistas da década de 1880, sugere que o fim da escravidão é necessário não apenas pela "barbaridade" que representa em relação aos cativos, mas por ser responsável por efeitos nefastos na sociedade, na política e na economia brasileira. Para o autor, não se impunha somente a necessidade de eliminar o cativeiro dos escravos, mas também de regenerar as influências da escravidão na sociedade brasileira.
A respeito deste assunto, cite três efeitos (um na sociedade, um na política e um na economia) negativos que a escravidão, aos olhos dos abolicionistas, possa ter criado no Brasil ao longo de seus trezentos anos de existência.
resposta da questão 9:
10. (UFG) Leia o texto a seguir.
"Não nos basta acabar com a escravidão; é preciso acabar com a obra da escravidão."
Joaquim Nabuco, citado em NOGUEIRA, Marco Aurélio. Joaquim Nabuco: o abolicionismo. In: MOTA, Lourenço Dantas (Org.). "Introdução ao Brasil". Um banquete no trópico 2. 2. ed. São Paulo: SENAC, 2002, p. 184.
Abolicionistas como Joaquim Nabuco e André Rebouças acreditavam que a escravidão instituíra deformidades estruturais, irremovíveis caso a questão fosse enfrentada somente em seus caracteres políticos e jurídicos. A partir disso, responda às questões a seguir.
a) Cite as duas mais importantes reformas sociais propugnadas pelos propagandistas da abolição e diga se elas se converteram em ação imediata por parte do poder público.
b) A Constituição republicana de 1891 assegurou a todo brasileiro o direito ao voto? Justifique.
resposta da questão 10:
a) As duas mais importantes reformas sociais propostas pelos abolicionistas eram a imediata abolição e a integração dos negros na sociedade brasileira dando-lhe condições básicas de sobrevivência. O governo imperial acabou desenvolvendo um longo processo abolicionista que acabou se arrastando por quase 50 anos, até a abolição definitiva da escravidão no ano de 1888.
b) Não. Pela Constituição de 1891 tinha direito ao voto no Brasil apenas os homens alfabetizados, maiores de 21 anos. Estavam excluídos do direito ao voto as mulheres, os analfabetos.
11. (UFPR) "A introdução de novos africanos no Brasil não aumenta a nossa população e só serve de obstar a nossa indústria. Apesar de entrarem no Brasil perto de quarenta mil escravos anualmente, o aumento desta classe é nulo, ou de muito pouca monta: quase tudo morre ou de miséria ou de desesperação, e todavia custaram imensos cabedais. [...] Os senhores que possuem escravos vivem, em grandíssima parte, na inércia, pois não se vêem, precisados pela fome ou pobreza, a aperfeiçoar sua indústria ou melhorar sua lavoura. [...] Ainda quando os estrangeiros pobres venham estabelecer-se no país, em pouco tempo deixam de trabalhar na terra com seus próprios braços e, logo que podem ter dois ou três escravos, entregam-se à vadiação e desleixo."
(ANDRADA E SILVA, José Bonifácio de. Representação à Assembléia Geral Constituinte e Legislativa do Império do Brasil sobre a Escravatura, de 1823. In: DOLHNIKOF, Miriam. "José Bonifácio de Andrada e Silva: Projetos para o Brasil". São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 56-57.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o abolicionismo no Brasil, é correto afirmar que nas duas primeiras décadas do século XIX:
a) o movimento abolicionista consolidava uma articulação de partidos políticos em prol da libertação dos africanos e da sua inserção na sociedade brasileira como trabalhadores livres para a agricultura e para a indústria.
b) as elites dirigentes estavam plenamente convencidas da necessidade da abolição do tráfico negreiro para defender o sistema escravista das pressões empreendidas pelo movimento humanitário internacional.
c) alguns setores sociais pretendiam promover o progresso econômico do Brasil com base na indústria e viam os negros como obstáculo a esse desenvolvimento, na medida em que eles não tinham qualquer aptidão para o trabalho naquele setor.
d) alguns integrantes da elite dominante passaram a compreender a escravidão como um problema que dificultava o progresso nacional, já que a sua manutenção desestimulava novos empreendimentos econômicos.
e) as elites dirigentes do Brasil estavam convencidas de que a abolição da escravidão ocorreria mais cedo ou mais tarde e era necessário, portanto, substituir o escravo pelo trabalhador livre.
resposta da questão 11:[D]
12. (Fuvest - 2012) Examine a seguinte tabela:
A tabela apresenta dados que podem ser explicados
a) pela lei de 1831, que reduziu os impostos sobre os escravos importados da África para o Brasil.
b) pelo descontentamento dos grandes proprietários de terras em meio ao auge da campanha abolicionista no Brasil.
c) pela renovação, em 1844, do Tratado de 1826 com a Inglaterra, que abriu nova rota de tráfico de escravos entre Brasil e Moçambique.
d) pelo aumento da demanda por escravos no Brasil, em função da expansão cafeeira, a despeito da promulgação da Lei Aberdeen, em 1845.
e) pela aplicação da Lei Eusébio de Queirós, que ampliou a entrada de escravos no Brasil e tributou o tráfico interno.
resposta da questão 12:[D]
13. (FGV) A Lei de Terras, aprovada em 1850, duas semanas após a proibição do tráfico de escravos, "tentou pôr ordem na confusão existente em matéria de propriedade rural, determinando que, no futuro, as terras públicas fossem vendidas e não doadas, como acontecera com as antigas sesmarias, estabeleceu normas para legalizar a posse de terras e procurou forçar o registro das propriedades."
Boris Fausto, "História do Brasil", 1994.
Sobre essa Lei de Terras é correto afirmar que:
a) Sua promulgação coincidiu com a Lei Eusébio de Queiroz, mas não há nenhuma relação de causalidade entre ambas.
b) Ao entrar em vigor, não foi respeitada, podendo ser considerada mais uma "lei para inglês ver".
c) Sua promulgação foi concebida como uma forma de evitar o acesso à propriedade da terra por parte de futuros imigrantes.
d) Sua aprovação naquele momento decorreu de os Estados Unidos terem acabado de aprovar uma lei de terras para o seu território.
e) Ao entrar em vigor, teve efeito contrário ao de sua intenção original, que era a de facilitar o acesso à propriedade.
resposta da questão 13:[C]
14. (UFRJ) A Lei Euzébio de Queiroz e a Lei de Terras, ambas de setembro de 1850, são consideradas marcos na modernização da sociedade brasileira.
a) Explicite o conteúdo de cada uma dessas leis.
b) Explique os motivos pelos quais ambas as leis são consideradas marcos na modernização da sociedade brasileira.
resposta da questão 14 :
a) Lei Eusébio de Queirós proibia o tráfico de escravos da África para o Brasil.
Lei de Terras de 1850 atribuia um valor imobiliário às terras, que não seriam mais doadas como haviam sido as sesmarias. Essa lei foi um dos estatutos responsáveis para a consolidação dos latifúndios no Brasil.
b) A Lei Eusébio de Queirós permitiu a liberação de capitais do tráfico negreiro p/ setores maisprodutivos (industrialização, bancos, mecanização das fazendas, etc), enquanto a Lei de Terras valorizou comercialmente as terras brasileiras, aquecendo o mercadointerno.
15. (PUCPR) "O espelho da historiografia reflete imagens côncavas e convexas. A imagem real em frente do espelho, porém, parece revelar uma nação rude, dividida, de espírito escravista e anti-legalista, que relutou ao máximo antes de alterar sua ordem econômica e social baseada na exploração do trabalho escravo. Uma nação que, às 3h15 de uma tarde ensolarada de domingo, 13 de maio de 1888, não apenas não se livraria de seu passado conturbado como, ainda hoje, parece incapaz de lidar com ele."
(Bueno, Eduardo. "Brasil: uma História".1. edi., São Paulo, Ática, 2005, p. 218.)
Sobre a abolição da escravidão:
I - Para historiadores com tendências monarquistas, a princesa Isabel foi a heroína que teve a coragem de abolir a escravidão, o que lhe causou a perda do trono.
II - A radical e intensa pressão da Igreja durante quase todo o segundo reinado, foi uma das mais importantes forças a favor da libertação dos escravos.
III - A Lei Rio Branco, também conhecida como "Lei dos Sexagenários", que libertava escravos maiores de 60 anos, na verdade beneficiava os proprietários, permitindo que se livrassem de escravos com idade avançada.
IV - Por meio do Fundo de Emancipação, foram pagas indenizações apenas aos cafeicultores, após uma manobra política bem executada por deputados que representavam os proprietários de terras do oeste paulista.
É correta ou são corretas:
a) apenas I.
b) I e III.
c) I e IV.
d) apenas III.
e) III e IV.
resposta da questão 15:[A]
16. (FATEC) Em 4 de setembro de 1850, foi sancionada no Brasil a Lei Eusébio de Queirós (ministro da Justiça), que abolia o tráfico negreiro em nosso país. Em decorrência dessa lei, o governo imperial brasileiro aprovou outra, "a Lei de Terras".
Dentre as alternativas a seguir, assinale a correta.
a) A Lei de Terras facilitava a ocupação de propriedades pelos imigrantes que passaram a chegar ao Brasil.
b) A Lei de Terras dificultou a posse das terras pelos imigrantes, mas facilitou aos negros libertos o acesso a elas.
c) O governo imperial, temendo o controle das terras pelo coronéis, inspirou-se no "Act Homesteade" americano, para realizar uma distribuição de terras aos camponeses mais pobres.
d) A Lei de Terras visava a aumentar o valor das terras e obrigar os imigrantes a vender sua força de trabalho para os cafeicultores.
e) O objetivo do governo imperial, com esta lei, era proteger e regularizar a situação das dezenas de quilombos que existiam no Brasil.
resposta da questão 16:[D]
17. (FGV) Leia as afirmativas acerca da economia brasileira do século XIX.
I. A expansão da malha ferroviária, na segunda metade do século, tem relação direta com o forte desenvolvimento da economia açucareira.
II. O fim do tráfico negreiro, em 1850, trouxe como decorrência a liberação de capitais para outras atividades econômicas.
III. A Tarifa Alves Branco (1844), criada para aumentar as receitas do governo imperial, revelou-se uma medida protecionista.
IV. Em função da Lei de Terras (1850), ampliou-se o acesso à terra por parte de imigrantes e ocorreu a expansão da pequena e média propriedade.
V. A Lei do Ventre Livre (1871) e a Lei dos Sexagenários (1885) faziam parte de um projeto de abolição gradual da escravidão.
São corretas as afirmativas
a) I e II, apenas.
b) II, III e IV, apenas.
c) II, III e V, apenas.
d) II, III, IV e V, apenas.
e) I, II, III, IV e V.
resposta da questão 17:[C]
18. (UEL) Analise a figura a seguir.
Com base na imagem e nos conhecimentos sobre o processo abolicionista no Brasil, é correto afirmar:
a) Agostini satiriza a disputa entre fazendeiros e industriais brasileiros pela contratação da mão-de-obra negra como assalariada após a Abolição. Para as elites, os ex-escravos seriam os mais capazes para o trabalho na agricultura e na indústria.
b) A imagem representa a disputa entre fazendeiros e parlamentares para ficar com as glórias pela aprovação da primeira lei de abolição da escravidão na América Latina.
c) Agostini critica as estratégias das elites dirigentes, proprietários de terras e escravos, utilizadas para protelar o fim do trabalho escravo, no contexto da atuação dos movimentos abolicionistas.
d) Agostini apresenta uma crítica à campanha inglesa contra a abolição da escravidão, retratando o vigoroso embate entre abolicionistas brasileiros e comerciantes ingleses radicados no Brasil.
e) A imagem aponta para os embates entre abolicionistas e representantes das camadas populares que, organizadas em clubes, comitês e confederações, empenharam-se para impedir a libertação dos escravos no Brasil.
resposta da questão 18:[C]
19. (UFscar) As políticas de terras e de mão-de-obra estão sempre relacionadas, e ambas dependem, por sua vez, das fases do desenvolvimento econômico. No século XIX, a expansão dos mercados e o desenvolvimento do capitalismo causaram uma reavaliação das políticas de terras e do trabalho em países direta ou indiretamente atingidos por esse processo.
(Emília Viotti da Costa, "Da Monarquia à República".)
Aponte os acontecimentos históricos do século XIX que são exemplos da afirmação da autora.
a) Nos EUA, a conquista para o Oeste foi regulametada para o emprego do trabalho escravo permanecer nas atividades econômicas produtivas.
b) No sudeste do Brasil, a expansão da cafeicultura dependeu da escravidão e de terras doadas pelo poder imperial aos empreendedores.
c) No Chile, a terra passou a ser parte do patrimônio do governo republicano, e a servidão indígena foi substituída pela escravidão africana.
d) No Brasil, a terra passou a ser adquirida pela compra, e a mão-de-obra escrava passou a conviver progressivamente com o trabalho livre.
e) Na Argentina, expedições militares garantiram a expansão da pecuária, e leis foram criadas para proteger os indígenas do processo de expropriação de suas terras.
resposta da questão 19:[D]
20. (UFU) A instalação de famílias de colonos estrangeiros, no interior do Brasil, foi inicialmente incentivada pelo governo de D. João VI, durante a permanência da corte e, posteriormente também, pelo governo imperial brasileiro. A colônia de Nova Friburgo (RJ), fundada em 1818 para abrigar cem famílias suíças, e a colônia de São Leopoldo (RS), formada por alemães desde 1824, com apoio do Império, são dois exemplos pioneiros desse tipo de ocupação. Posteriormente, no final do século XIX, as políticas de imigração diversificaram-se e foram amplamente utilizadas. Um exemplo disso foi a imigração subsidiada, especialmente para abastecimento das lavouras de café no sudeste do país. Considere as informações acima e responda ao que se pede.
a) Caracterize duas diferentes formas de imigração adotadas no Brasil ao longo do século XIX.
b) Explique os objetivos principais das duas políticas de imigração incentivadas no Brasil.
resposta da questão 20:
a) O sistema de parceria idealizado pelo senador Vergueiro. O fazendeiro pagava as despesas da viagem do imigrante, fornecia a alimentação a crédito, as ferramentas de trabalho, alguns pés de café e um lote de terra para que plantassse gêneros de subsistência. O imigrante dificilmente conseguia pagar o fazendeiro e ficava preso à fazenda, o que causava tensões e conflitos.
Pela imigração subvencionada, o Estado pagava as despesas de viagem do imigrante, garantia-lhe um salário fixo e participação na colheita.
b) A solução do problema de mão de obra ocasionada pelo fim do tráfico negreiro e a consolidação do trabalho assalariado no país.
21. (UFPEL)
O gráfico está diretamente relacionado
a) à estabilidade do sistema escravista e à emigração européia no século XIX, quando iniciou a industrialização paulista.
b) à crise do escravismo e à imigração européia para o Brasil, em período de desenvolvimento da cafeicultura.
c) ao Ciclo da Mineração, quando escravos e imigrantes formaram o principal contingente de mão-de-obra.
d) ao processo de transição do escravismo colonial brasileiro para o trabalho assalariado durante o Primeiro Reinado.
e) à necessidade de manutenção de uma força de trabalho em torno de 150 mil pessoas no processo de industrialização paulista, durante o Período Regencial.
resposta da questão 21:[B]
22. (UFF) O colono Thomas Davatz escreveu, numa fazenda de café paulista, em meados do século XIX, "O caso do Brasil é o de um país que já perdeu todo o crédito. E o castigo que merece tal país é, nem mais nem menos, do que a retirada de todos os colonos que lá se acham e a supressão do tráfico brasileiro de braços europeus".
(DAVATZ, Thomas. "Memórias de um Colono no Brasil". SP, Martins-Edusp, 1972)
O autor, ele mesmo um colono estrangeiro que trabalhou na atividade cafeeira, está denunciando, através de seu texto:
a) que os fazendeiros brasileiros, em geral, praticavam o tráfico de escravos europeus, após 1831;
b) as péssimas condições de vida dos colonos italianos que vieram para as grandes fazendas de café de São Paulo, após a adoção da imigração subvencionada pelo governo provincial;
c) que o Brasil é um país que perdeu todo o seu crédito, porque os cafeicultores do Oeste Novo paulista não pagavam a seus colonos pelos serviços prestados;
d) as péssimas condições de vida e de trabalho dos estrangeiros que vieram trabalhar nas colônias de São Paulo, em parceria com os proprietários de terra, onde eram tratados com desrespeito e viviam em crescente endividamento com os fazendeiros que os contratavam;
e) que a vinda de imigrantes para o trabalho nas lavouras do Brasil, em geral, e na cafeicultura paulista, em particular, era inadequada por sua inadaptação às condições climáticas e ao convívio com os escravos.
resposta da questão 22:[D]
23. (UERJ) A concentração de imigrantes pobres nas cidades confunde aqueles que contavam utilizar a imigração branca para "civilizar" o país. Torna-se evidente uma realidade social (...): a existência de europeus pobres, nivelados ao estatuto dos escravos de ganho e do eito, exercendo atividades insalubres e personificando formas de decadência social que pareciam estar reservadas aos negros.
(ALENCASTRO, L. F. de e RENAUX, M. L. Caras e modos dos migrantes e imigrantes. In: ALENCASTRO, L. F. de (org.). História da vida privada no Brasil. Império: a Corte e a modernidade nacional. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.)
Em meados de fevereiro, o Ministério do Interior da França divulgou um projeto de lei visando a endurecer as condições de entrada e permanência de estrangeiros. Ora, todo o indivíduo que solicita um visto para a França é tratado como um imigrante clandestino em potencial, sobretudo, se ele é originário de um país pobre.
(MASCHINO, Maurice T. Le Monde Diplomatique, 08/03/2003. Original francês.)
Apesar de retratarem conjunturas históricas distintas, os textos abordam alguns problemas relativos à questão da imigração. No primeiro caso, no último quartel do século XIX, no Brasil, o imigrante era tratado quase como um "escravo branco". No segundo caso, nos dias de hoje, os países desenvolvidos dificultam a entrada de estrangeiros.
a) Descreva um fator que favoreceu a saída de europeus de sua pátria a fim de buscarem novas oportunidades na América, a partir de meados do século XIX.
b) Justifique por que, nos dias de hoje, um indivíduo, principalmente se originário de um país pobre, é tratado, nos países industrializados, como um imigrante clandestino em potencial.
resposta da questão 23:
a) A partir de 1870 a conjuntura internacional era bastante favorável ao Brasil, em razão das crises enfrentadas por Itália e Alemanha - que elevaram o desemprego e o custo de vida nesses países - além da política de restrição à imigração adotada pelos EUA.
b) Devido às barreiras imposta pelos países europeus dificultando a entrada de imigrantes.
24. (PUCMG) Dentre outros fatores, assinale a opção que explica o processo imigrantista no Brasil (séc. XIX).
a) a abundância de ex-escravos no território brasileiro que, tornando-se vadios, recusavam-se a trabalhar.
b) o fim do tráfico negreiro levando à necessidade de buscar outras fontes de mão-de-obra fora da África.
c) a escassez de mão-de-obra escrava no continente africano, fonte sustentadora da escravidão brasileira.
d) a existência de uma política de imigração, permitindo ao imigrante tornar-se grande proprietário de terras.
resposta da questão 24:[B]
25. (Ufg) Era um sonho dantesco... O tombadilho Que das luzernas avermelha o brilho, Em sangue a se banhar, Tinir de ferros... estalar de açoite... Legiões de homens negros como a noite, Horrendos a dançar...
(ALVES, Castro. O navio negreiro. "Canto da esperança". Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1990. p.127.)
O poema "O navio negreiro" (1868), ao descrever as condições desumanas do tráfico de escravos, transformou-se em símbolo da campanha abolicionista na década de 1870. No entanto, deve-se ressaltar que o marco de mudança das relações escravistas ocorreu em 1850, com a Lei Eusébio de Queiroz. Fazem parte dessas modificações, além da abolição do tráfico de escravos, o impulso à imigração, um incipiente surto industrial, a modernização e o crescimento das cidades. Sobre esse contexto,
a) descreva a atuação da Inglaterra na extinção do tráfico de escravos da África para o Brasil.
b) estabeleça a relação entre a extinção do tráfico de escravos africanos para o Brasil e o início da industrialização brasileira.
resposta da questão 25:
a) Desde 1810, com o Tratado de Comércio e Navegação, a Inglaterra pressionava os portugueses para promoveram o fim do tráfico. Essa situação esta relacionada à expansão das idéias iluministas e principalmente à Revolução Industrial, que passou a exigir a ampliação dos mercados consumidores. Em outros momentos a Inglaterra revitalizou suas pressões, como em 1825 – ao reconhecer a independência do Brasil – e posteriormente em 1831 – quando da organização do governo regencial. A pressões se ampliaram em 1845, com a aprovação do Bill Aberdeen pelo Parlamento Inglês e com o aprisionamento de navios negreiros.
b) A extinção do tráfico negreiro em 1850, com a Lei Eusébio de Queiroz, ocorreu em um momento de expansão dos cafezais, principalmente no oeste paulista, que exigiam um aumento do número de trabalhadores. Para atender a essa demanda, governo e cafeicultores desenvolveram uma política de incentivo à imigração, grande parte deles destinados a lavoura de café, a partir do desenvolvimento do sistema de parceria e do trabalho livre.
26. (Unicamp) Foi tão grande o impacto da publicação e divulgação de "A origem das espécies", de Charles Darwin, em 1859, que sua teoria passou a constituir uma espécie de paradigma de época, diluindo antigas disputas.
(Texto adaptado de Lilia M. Schwarcz, "O espetáculo das raças". São Paulo, Cia. das Letras, 1993, p. 54.).
a) Qual a tese central da teoria de Charles Darwin?
b) Por que esta teoria significou uma ruptura com as idéias religiosas dominantes na época?
c) No final do século XIX, quais aspectos da política de imigração para o Brasil estavam relacionados às teses darwinistas?
resposta da questão 26:
a) Evolução das espécies (evolucionismo) por meio da seleção natural, com a sobrevivência dos mais aptos.
b) Porque, até então, prevalecia a concepção religiosa cristã de que o homem era obra direta de Deus, a partir da criação de Adão e Eva.
c) Incentivo à vinda de imigrantes europeus, notadamente para a lavoura cafeeira, numa tentativa de promover o "branqueamento" da população brasileira. Porém há que se observar que a teoria darwinista não é exatamente racista, apesar de abrir possibilidades de interpretação dessa natureza para autores posteriores.
27. (PUCRJ) A capa da "Revista Ilustrada" do ano de 1880 apresenta a ilustração de Ângelo Agostini intitulada "Emancipação uma nuvem que não pára de crescer".
a) Explique por que a "nuvem da emancipação" não parava de crescer naquela conjuntura.
b) Com base na ilustração e nos seus conhecimentos, identifique dois argumentos utilizados por uma parcela dos proprietários de escravos para se oporem ao crescimento da "nuvem da emancipação":
Resposta da questão 27:
a) A “nuvem da emancipação” não parava de crescer naquela conjuntura porque foi a partir da década de 1880 que o movimento abolicionista ganhou força com o surgimento de associações, jornais e o avanço da propaganda, construindo uma opinião pública favorável à abolição da escravidão no Brasil. Por outro lado, nesse mesmo momento, intensificaram-se as fugas coletivas e revoltas escravas.
Em 1886, atuaram em São Paulo os chamados caifazes, libertando os escravos das fazendas. Todos esses fatores contribuíam para o crescimento da “nuvem da emancipação”. No contexto internacional, o Brasil figurava como a única nação escravista.
b) Ao longo da década de 1880, apegavam-se à escravidão os proprietários de terras das zonas cafeeiras do Vale do Paraíba. Diante do crescimento do movimento abolicionista, os defensores dos interesses escravocratas colocavam-se contra o crescimento da “nuvem da emancipação” argumentando que a abolição feria seu direito de propriedade e que, portanto, deveria ser realizada com indenização. Afirmavam, ainda, que a imediata libertação dos escravos provocaria a perturbação da tranquilidade e da segurança pública.
28. (PITÁGORAS) Analise a charge de Ângelo Agostini a respeito da Lei dos Sexagenários, editada em 1885.
Por enquanto, a Nação, escravizada à infamante política negreira, suporta os maus tratos dos que a governam; e a monarquia continua tranquilamente a ocupar-se do que se passa no mundo... da lua.
Disponível em: http://www.revistadehistoria.com.br/secao/charge-do-mes/charge-para-a-revista-illustrada. Acesso em 28 de outubro de 2011.
A charge e sua legenda indicam que o artista
a) criticava a política abolicionista “a conta-gotas”, a qual se constituía num empecilho à libertação definitiva dos escravos no país.
b) defendia a manutenção da escravidão no país, apesar de considerá-la conservadora e preconceituosa e de criticar os castigos aplicados aos cativos.
c) denunciava os maus tratos impostos à população de origem indígena, a qual foi utilizada para substituir os escravos que iam sendo libertados.
d) posicionava-se contra as leis abolicionistas, considerando-as inócuas frente aos outros problemas pelos quais passava o país.
e) vinculava a política abolicionista brasileira a uma postura inconsequente do Imperador, o qual demonstrava ignorar suas consequências negativas.
resposta da questão 28: [A]
29. (Ufg)
Era um sonho dantesco... O tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho,
Em sangue a se banhar,
Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...
(ALVES, Castro. O navio negreiro. "Canto da esperança". Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1990. p.127.)
O poema "O navio negreiro" (1868), ao descrever as condições desumanas do tráfico de escravos, transformou-se em símbolo da campanha abolicionista na década de 1870. No entanto, deve-se ressaltar que o marco de mudança das relações escravistas ocorreu em 1850, com a Lei Eusébio de Queiroz. Fazem parte dessas modificações, além da abolição do tráfico de escravos, o impulso à imigração, um incipiente surto industrial, a modernização e o crescimento das cidades. Sobre esse contexto,
a) descreva a atuação da Inglaterra na extinção do tráfico de escravos da África para o Brasil.
b) estabeleça a relação entre a extinção do tráfico de escravos africanos para o Brasil e o início da industrialização brasileira.
resposta da questão 29:
a) A Inglaterra fez diversas pressões políticas para acabar com o tráfico de escravos pois tinha interesse na consolidação do trabalho assalariado no Brasil visando o aumento do mercado consumidor. Sendo assim, a Inglaterra adotou uma série de medidas, destacando a aprovação do Bill Aberdeen (1845) que dava o direito de aprisionar navios carregados de escravos africanos transitando pelo Atlântico em direção ao Brasil.
b) Os capitais anteriormente aplicados no tráfico de escravos foram realocados em outras atividades, tais como a industrialização e a modernização da lavoura no Brasil.
30. (UNICAMP 2010) Muitos historiadores argumentaram que a parceria era menos eficiente que o trabalho assalariado. Por que, então, os fazendeiros de São Paulo adotaram o sistema de parceria? A parceria permitia que o proprietário se beneficiasse do trabalho da família dos parceiros. Os fazendeiros sempre se opuseram ao recrutamento de homens solteiros, argumentando que os imigrantes com família mostravam-se menos propensos a abandonar as fazendas. Isso pode ser verdade, mas certamente era de igual importância o fato de que as famílias dos imigrantes constituíam uma reserva de trabalho barato na época da colheita, que exigia mais braços.
(Adaptado de Verena Stolcke e Michael Hall, A introdução do trabalho livre nas fazendas de café de São Paulo, em Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 3, nº 6, p. 88-89, 1983.)
a) Identifique no texto dois argumentos a favor da imigração de famílias para as fazendas paulistas.
b) Que fatores levaram o governo paulista a subvencionar a imigração no final do século XIX?
resposta da questão 30:
a) O texto reconhece que o trabalho das famílias é importante para a continuidade da grande lavoura cafeeira, na medida em que prende o colono à fazenda, algo extremamente importante para época, o que inclusive explica a adoção da Lei de Terras de 1850; a adoção da imigração de famílias é relevante na medida em que garante a disciplina e o controle sobre esse segmento barato de mão de obra.
b) Vale salientar que as relações entre fazendeiros e imigrantes eram pautadas em grande parte nas bases das relações escravocratas tradicionais. Essa dinâmica explica a ocorrência de uma série de revoltas nas fazendas de São Paulo, o que quase inviabilizou a continuidade da transferência desses contingentes para o Brasil. Houve inclusive determinações para que o agenciamento de trabalhadores em países como Itália e Alemanha fossem proibidos. Para superar esse impasse as autoridades imperiais passam a subvencionar a transferência desses colonos para o Brasil, aproveitando-se do panorama tumultuado da Europa durante esse período.
31. (ENEM)
Um dia, os imigrantes aglomerados na amurada da proa chegavam à fedentina quente de um porto, num silêncio de mato e de febre amarela. Santos. — É aqui! Buenos Aires é aqui! — Tinham trocado o rótulo das bagagens, desciam em fila. Faziam suas necessidades nos trens dos 62 animais aonde iam. Jogavam-nos num pavilhão comum em São Paulo. — Buenos Aires é aqui! — Amontoados com trouxas, sanfonas e baús, num carro de bois, que pretos guiavam através do mato por estradas esburacadas, chegavam uma tarde nas senzalas donde acabava de sair o braço escravo. Formavam militarmente nas madrugadas do terreiro homens e mulheres, ante feitores de espingarda ao ombro.
Oswald de Andrade. Marco Zero II – Chão. Rio de Janeiro: Globo, 1991.
Levando-se em consideração o texto de Oswald de Andrade e a pintura de Antonio Rocco reproduzida acima, relativos à imigração européia para o Brasil, é correto afirmar que
a) a visão da imigração presente na pintura é trágica e, no texto, otimista.
b) a pintura confirma a visão do texto quanto à imigração de argentinos para o Brasil.
c) os dois autores retratam dificuldades dos imigrantes na chegada ao Brasil.
d) Antonio Rocco retrata de forma otimista a imigração, destacando o pioneirismo do imigrante.
e) Oswald de Andrade mostra que a condição de vida do imigrante era melhor que a dos ex-escravos.
resposta da questão 31: [C]
32. (UFRJ)
− QUEIRA PERDOAR, MAS... COM AQUELLE NEGRINHO NÃO PODE ENTRAR.
− MAS É QUE EU NÃO POSSO SEPARAR-ME DELLE: É QUEM ME VESTE, QUEM ME DÁ DE COMER, QUEM. ME SERVE EM TUDO, AFINAL!
− É QUE... ENFIM, EM ATTENÇÃO ÁS ILLUSTRES QUALIDADES PESSOAES DE TAO SABIO SOBERANO, CREIO QUE AS NAÇÕES CIVILIZADAS NÃO DUVIDARÃO EM ADMITTIL-O.
(LEMOS, Renato. Uma História do Brasil através da caricatura, 1840-2001. Rio de Janeiro: Bom Texto e Letra & Expressões Editoras, 2001, p. 13)
Explique de que maneira a charge acima, de autoria de Ângelo Agostini, expressa uma das ambigüidades presentes na sociedade brasileira do Segundo Reinado (1840-1889) em relação à escravidão.
resposta da questão 32:
A charge expressa a ambigüidade entre o projeto de governo do IIº Império que pretendia modernizar o país, aproximando-o das referências civilizatórias e de desenvolvimento das grandes potências da época e, de outro, sua vinculação ao arcaísmo que resultava da manutenção da escravidão como peça chave da estrutura produtiva brasileira.
33. (ENEM)
Considerando a linha do tempo acima e o processo de abolição da escravatura no Brasil, assinale a opção correta.
a) O processo abolicionista foi rápido porque recebeu a adesão de todas as correntes políticas do país.
b) O primeiro passo para a abolição da escravatura foi a proibição do uso dos serviços das crianças nascidas em cativeiro.
c) Antes que a compra de escravos no exterior fosse proibida, decidiu-se pela libertação dos cativos mais velhos.
d) Assinada pela princesa Isabel, a Lei Áurea concluiu o processo abolicionista, tornando ilegal a escravidão no Brasil.
e) Ao abolir o tráfico negreiro, a Lei Eusébio de Queirós bloqueou a formulação de novas leis antiescravidão no Brasil.
resposta da questão 33: [D]
Muito boas as questões. Aprendi bastante.
ResponderExcluirLegal demais.
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