Saiba mais sobre o processo de independência do Brasil
Confira o resumo sobre o processo histórico que conduziu à
independência da América Portuguesa.
Teste seus conhecimentos sobre o processo de emancipação política do Brasil
1. (UFG 2008) Leia os fragmentos
a seguir.
"Não corram tanto ou
pensarão que estamos fugindo!"
("REVISTA DE HISTÓRIA DA BIBLIOTECA NACIONAL". Rio de
Janeiro, ano 1, n. 1, jul. 2005, p. 24.)
"Preferindo abandonar a Europa, D. João procedeu com exato conhecimento de si mesmo. Sabendo-se incapaz de heroísmo, escolheu a solução pacífica de encabeçar o êxodo e procurar no morno torpor dos trópicos a tranqüilidade ou o ócio para que nasceu".
(MONTEIRO, Tobias. "História do Império: a elaboração da
Independência". Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: EDUSP, 1981. p. 55.
[Adaptado].
O embarque da família real para o
Brasil, em 1807, deu origem a contraditórias narrativas. A frase acima,
atribuída à rainha D. Maria I, tornou-se
popular, passando a constituir uma versão narrativa ainda vigorosa. Nos anos
de 1920, os estudos sobre a
Independência refizeram o percurso do embarque, assegurando uma interpretação republicana sobre esse acontecimento, tal
como exemplificado no trecho do jornalista e historiador Tobias Monteiro.
Sobre essa versão narrativa em
torno do embarque, pode-se dizer que pretendia
a) conquistar a simpatia da
Inglaterra, ressaltando a importância do apoio inglês no translado da corte
portuguesa para o Brasil.
b) associar a figura do rei ao
pragmatismo político, demonstrando que o deslocamento da corte era um ato
de enfrentamento a Napoleão.
c) ridicularizar o ato do
embarque, agregando à interpretação desse acontecimento os elementos de
tragédia, comicidade e ironia.
d) culpabilizar a rainha pela
decisão do embarque, afirmando-lhe o estado de demência lamentado por seus súditos.
e) explicar o financiamento do
ócio real por parte da colônia, comprovando que o embarque fora uma
estratégia articulada pelo rei.
resposta:[C]
2. (UERJ 2009) O impacto da vinda
da Família Real portuguesa para o Brasil implicou alterações significativas
para a cidade do Rio de Janeiro que se prolongaram durante todo o período
conhecido como "joanino". Essas alterações produziram uma nova
dinâmica socioeconômica e redefiniram, em vários aspectos, a inserção da cidade
no contexto internacional.
Uma função urbana associada a
essa nova inserção está indicada em:
a) crescente pólo turístico em
função da chegada da Missão Artística Francesa.
b) expressivo núcleo comercial
articulado à nascente rede ferroviária brasileira.
c) principal porto brasileiro
relacionado à importação legal de manufaturas britânicas.
d) importante centro religioso
decorrente da instalação do Tribunal da Santa Inquisição.
resposta:[C]
3. (G1) Neste texto, Ruy Castro
se transporta no tempo e se vê como um jornalista a noticiar a chegada da
Família Real ao Rio de Janeiro, ocorrida há 200 anos.
É hoje!
Rio de Janeiro. O príncipe
regente dom João desembarca hoje no Rio com sua família e um enorme séquito de
nobres, funcionários, aderentes e criados. Precisou que Napoleão botasse suas
tropas nos calcanhares da Corte para que esta fizesse o que há cem anos lhe
vinha sendo sugerido: transferir-se para o Brasil.
Não se sabe o que, a médio prazo,
isso representará para a metrópole. Mas, para a desde já ex-colônia, será
supimpa. Porque, a partir de agora, ela será a metrópole. E, para estar à
altura de suas novas funções, terá de passar por uma reforma em regra - não apenas cosmética, para receber o corpo
diplomático, o comércio internacional e os grã-finos de toda parte. Mas,
principalmente, estrutural. Afinal, é um completo arcabouço administrativo que
se está mudando.
Para cá virão os ministérios, as
secretarias, as intendências, as representações e a burocracia em geral. Papéis
sem conta serão despachados entre esses serviços, o que exigirá uma superfrota
de estafetas [mensageiros]. A produção
de lacre para documentos terá de decuplicar.
O Brasil importará papel, tinta e mata-borrões em quantidade, mas as
penas talvez possam ser fabricadas aqui, colhidas dos traseiros das aves
locais.
Estima-se que, do Reino, chegarão
15 mil pessoas nos próximos meses. Será um tremendo impacto numa cidade de 60 mil habitantes. Provocará mudanças na moradia, na
alimentação, nos transportes, no vestuário, nas
finanças, na medicina, no ensino, na língua. Com a criação da Imprensa
Régia, virão os jornais. O regente mandará
trazer sua biblioteca. Da escrita e da leitura, brotarão as ideias.
Até hoje, na história do mundo,
nunca a sede de um império colonial se transferiu para sua própria colônia.
É um feito inédito - digno de Portugal.
E que pode não se repetir nunca mais.
(Ruy Castro.
"Folha de S. Paulo", 08/03/2008)
O texto de Ruy Castro apresenta
algumas mudanças ocorridas na Colônia após a chegada da Família Real portuguesa ao Rio de Janeiro, as quais foram
fundamentais para o processo da Independência.
Assinale a alternativa que
apresenta uma medida adotada e sua importância para a emancipação política do
Brasil.
a) a transferência do corpo
diplomático, do comércio internacional e dos grã-finos, pois garantiu a
formação de uma elite nacional
interessada na autonomia.
b) um sensível crescimento da
leitura e da escrita, com a criação da Imprensa Régia, os jornais, a biblioteca
e o ensino, o que abriu espaço à formação e difusão de novas idéias.
c) a vinda de ministérios,
secretarias e intendências, pois sem essa burocracia seria impossível a
formação de uma nação.
d) a importação de papel, tinta e
mata-borrões, sem os quais as aves não seriam utilizadas para o
desenvolvimento de uma produção local.
e) as mudanças na moradia, na
alimentação, nos transportes e no vestuário, pois favoreceram a formação de
uma classe média crítica e
transformadora.
resposta:[B]
4. (Ufla) Leia o seguinte texto:
"Na manhã de 29 de novembro
de 1807, circulou a informação de que a Rainha, o Príncipe Regente e toda a
Corte estava fugindo para o Brasil, sob a proteção da Marinha Britânica. Nunca
algo semelhante tinha acontecido na história de qualquer país europeu, rei
nenhum havia ido tão longe a ponto de cruzar um oceano para viver e reinar do
outro lado do mundo."
(Revista "Super
Interessante", Outubro de 2007)
Com base no texto, responda:
a) Indique uma das ordens
imediatas do Príncipe Regente ao pisar em terras brasileiras.
b) No que diz respeito à chegada
da Família Real ao Brasil em 1808, apresente duas conseqüências que tenham tido
significativa relevância no sentido de modificar o rumo histórico do país.
resposta:
a) A abertura dos Portos
Brasileiros às Nações Amigas em 1808.
b) Entre as conseqüências
relevantes da chegada da Família Real portuguesa ao Brasil em 1808, pode-se
mencionar o Tratado de Comércio e Navegação de 1810 com a Inglaterra, que além
de constituir-se em obstáculo ao desenvolvimento da atividade industrial no
Brasil, iniciava a vinculação do Brasil à órbita do capitalismo britânico, e
a elevação do Brasil à condição de Reino
Unido de Portugal e Algarves em1815, retirando-lhe a condição de Colônia.
5. (PUC RIO 2008)
A imagem a seguir, do pintor Jean
Baptiste Debret, intitulada "Um funcionário do governo sai a passeio com
a família", constitui um registro
do cotidiano daqueles que habitavam o Rio de Janeiro no tempo do governo
joanino (1808 - 1821). A partir da
observação da gravura e de seus conhecimentos sobre o período:
a) APRESENTE dois elementos que
identificam a posição dos diferentes grupos sociais na hierarquia da
sociedade da época. JUSTIFIQUE.
b) EXPLIQUE por que durante o
governo de D. João VI o Rio de Janeiro passou a ser identificado como
"nova Lisboa".
resposta:
a) O pai (branco) à frente dos
demais membros da família simboliza a autoridade e o poder dos homens
sobre as mulheres na sociedade da época.
O lugar ocupado pela dona de casa (branca) na fila, atrás dos filhos - fossem
esses meninos ou meninas - e à frente dos escravos, evidencia, respectivamente,
seu papel de mãe dos filhos do marido e
de administradora de um lar extenso. A mulher branca exercia, portanto, o
domínio sobre os escravos e as escravas
no espaço da casa. As redes de poder e hierarquia envolvendo a própria comunidade negra também são perceptíveis na
imagem: os escravos(as) que aparecem com melhores vestimentas provavelmente desfrutavam uma
posição vantajosa em relação aos seus pares na hierarquia social. Os pés descalços marcam a condição de
escravo, diferenciando-os dos libertos e dos livres.
b) O governo de D. João VI
proporcionou uma série de melhorias na cidade do Rio de Janeiro e beneficiou os
grandes proprietários e comerciantes das capitanias do Rio de Janeiro, São
Paulo e Minas Gerais que, por estarem próximos da Corte, desfrutavam de
privilégios, proteção e prestígio social. A política joanina gerou um aumento
significativo dos impostos para a manutenção da Corte na cidade do Rio de
Janeiro, que passou a ser identificada como "nova Lisboa", sobretudo
por aqueles que habitavam as demais regiões do Brasil. Comentava-se que o Rio
de Janeiro passara a sediar grupos que defendiam os interesses
"portugueses" oprimindo os "brasileiros" do restante do
país. Sendo assim, o domínio político da colônia passara de Lisboa para o Rio
de Janeiro. A Revolução Pernambucana de 1817 constitui um exemplo de tal
insatisfação.
6. (Fuvest 2012) Fui à terra
fazer compras com Glennie. Há muitas casas inglesas, tais como celeiros e
armazéns não diferentes do que chamamos na Inglaterra de armazéns italianos, de
secos e molhados, mas, em geral, os ingleses aqui vendem suas mercadorias em
grosso a retalhistas nativos ou franceses. (...) As ruas estão, em geral,
repletas de mercadorias inglesas. A cada porta as palavras Superfino de Londres
saltam aos olhos: algodão estampado, panos largos, louça de barro, mas, acima
de tudo, ferragens de Birmingham, podem-se obter um pouco mais caro do que em
nossa terra nas lojas do Brasil.
Maria Graham. Diário de uma
viagem ao Brasil. São Paulo, Edusp, 1990, p. 230 (publicado originalmente em
1824). Adaptado.
Esse trecho do diário da inglesa
Maria Graham refere-se à sua estada no Rio de Janeiro em 1822 e foi escrito em
21 de janeiro deste mesmo ano. Essas anotações mostram alguns efeitos
a) do Ato de Navegação, de 1651,
que retirou da Inglaterra o controle militar e comercial dos mares do norte,
mas permitiu sua interferência nas colônias ultramarinas do sul.
b) do Tratado de Methuen, de
1703, que estabeleceu a troca regular de produtos portugueses por mercadorias
de outros países europeus, que seriam também distribuídas nas colônias.
c) da abertura dos portos do
Brasil às nações amigas, decretada por D. João em 1808, após a chegada da
família real portuguesa à América.
d) do Tratado de Comércio e
Navegação, de 1810, que deu início à exportação de produtos do Brasil para a
Inglaterra e eliminou a concorrência hispano americana.
e) da ação expansionista inglesa
sobre a América do Sul, gradualmente anexada ao Império Britânico, após sua
vitória sobre as tropas napoleônicas, em 1815.
resposta:[C]
7. (Mackenzie) Não foram os
brasileiros os agentes iniciais da independência, nem precisavam sê-lo. Em
1820, era muito mais Portugal que precisava reconquistar o Brasil que este a
necessitar de uma separação.
O texto se reporta a um importante fato que tem, pelas suas conseqüências, relação direta com nossa Independência em 1822. Assinale-o nas alternativas a seguir.
("A Nação Mercantilista" - Jorge
Caldeira)
O texto se reporta a um importante fato que tem, pelas suas conseqüências, relação direta com nossa Independência em 1822. Assinale-o nas alternativas a seguir.
a) A invasão de Portugal em 1820
por tropas napoleônicas e a fuga da corte para o Brasil.
b) O declínio da economia
brasileira entre 1808 e 1821, daí o interesse português em recuperá-la.
c) A inversão brasileira,
resultado do progresso entre 1808 e 1821, tendo em contrapartida a decadência
da economia portuguesa, fatos que provocaram a Revolução do Porto de 1820, com
claros objetivos de recolonizar o Brasil.
d) Como D. João VI após a
Revolução do Porto recusa-se a voltar para Portugal, desencadeou-se uma revolta
da população brasileira pela Independência.
e) A Revolução do Porto de 1820,
essencialmente liberal, não tinha pretensões mercantilistas em relação ao
Brasil.
resposta:[C]
8. (Ufrj) A instalação da Corte
portuguesa no Rio de Janeiro, em 1808, representou uma alternativa para um
contexto de crise política na Metrópole e a possibilidade de implementar as
bases para a formação de um império luso-brasileiro na América.
a) Cite duas medidas adotadas
pelo regente D. João que contribuíram para o estabelecimento de bases para a
formação de um império luso-brasileiro na América.
b) A despeito de a transferência
da Corte portuguesa para o Rio de Janeiro ter sido analisada como mera fuga
frente à invasão francesa em Portugal, estudos têm revelado que a idéia da
mudança para o Brasil não era nova. Cite dois argumentos apresentados por
aqueles que, já no século XVIII, defendiam essa medida.
resposta:
a) Dom João reorganizou a
administração do Brasil, criando os ministérios do Reino, da Marinha e Ultramar
e da Guerra e Estrangeiros, além de outros órgãos de administração pública e
justiça portuguesas. Outro aspecto importante se refere ao ano de 1815, quando
o Brasil foi elevado à categoria de Reino, e todos os domínios portugueses
passaram a ser chamados de Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Com
essa decisão, oficializava-se a emancipação política da colônia, pois a
autonomia do Brasil foi reconhecida diante de Portugal.
b) Muitos homens públicos
portugueses defendiam a viagem ao Brasil como a única saída para a crise que
assolava o país. Com a vinda ao Brasil, a Coroa portuguesa preservaria a parte
mais rica de suas possessões e garantiria a dinastia de Bragança. Além disso,
caso Dom João decidisse aceitar as determinações francesas, corria o risco de
perder parte de suas colônias para os ingleses, que certamente fariam planos
para invasões.
9. (Unesp) As colônias européias
da América realizaram as suas independências entre os anos de 1776 e 1824. O
movimento iniciou-se com a emancipação das colônias inglesas da América do
Norte. O processo de independência da América Latina ocorreu, com algumas
exceções, entre 1808 e 1824. Considerando-se esse processo de independência,
explique:
a) O pioneirismo das 13 colônias
inglesas da América.
b) A conjuntura política e
econômica européia favorável à libertação das colônias espanholas e portuguesa
da América.
Resolução
a) As Treze Colônias inglesas da
América do Norte foram pioneiras no processo de independência porque este foi
liderado pelas colônias de povoamento (Norte) que, por suas próprias
características, já haviam alcançado no século XVIII um grau de desenvolvimento
econômico e social bastante superior ao das colônias de exploração. Outrossim,
as colônias de povoamento gozavam de autonomia administrativa; e, quando esta
lhes foi limitada pelo Parlamento Inglês, os colonos iniciaram o processo de
independência.
b) Hegemonia napoleônica sobre o
continente europeu, provocando o enfraquecimento da autoridade da Espanha sobre
suas colônias e, de outro lado, forçando a transferência da Família Real
Portuguesa para o Brasil. Deve-se ainda acrescentar: o interesse histórico em
quebrar o Pacto Colonial Ibérico, a fim de ampliar seus mercados consumidores,
visando satisfazer as necessidades do capitalismo industrial; e a influência da
ideologia liberal (originada do iluminismo do século XVIII)
10. (Unesp) Leia a declaração.
Como é para o bem do povo e felicidade geral da nação, estou pronto; diga ao povo que fico.
Como é para o bem do povo e felicidade geral da nação, estou pronto; diga ao povo que fico.
("D. Pedro,
Príncipe Regente, 9 de janeiro de 1822".)
a) Qual o significado da decisão
tomada pelo Príncipe Regente?
b) Explique o que foi a Revolução
do Porto, iniciada em 1820, e aponte suas consequências para a porção americana
do Império Português.
resposta:
a) Com essa decisão, Dom Pedro,
demonstrava contrariar as Cortes de Lisboa, que pediam seu retorno a Portugal.
As tensões entre as Cortes e dom Pedro fazem parte do processo que conduziu o
Brasil à independência.
b) A Revolução do Porto foi um
movimento influenciado pelas ideias iluministas, que buscou acabar com o
absolutismo. Entretanto, ese movimento tinha aspectos contraditórios: ao mesmo
tempo em que reivindicava princípios liberais, como a monarquia constitucional,
passou a defender a colonização do Brasil nos moldes do que acontecia antes da
vinda da família real - resquício do Antigo Regime. O projeto dos
revolucionários portugueses era também convocar as Cortes, assembleia que
redigiria a constituição de Portugal.
11. (Puc) "Pedro, se o
Brasil se separar, antes seja para ti, que me hás de respeitar, do que para
algum desses aventureiros."
A recomendação feita por D. João
VI ao filho D. Pedro, que permaneceria como Regente do Brasil, logo após a
partida de seu pai para Portugal em 1821, está diretamente relacionada com:
a) a vitória do movimento liberal
da cidade do Porto, em 1820, que estabeleceu a monarquia constitucional em
Portugal, limitando os poderes absolutistas do Rei.
b) a divergência entre os
representantes políticos brasileiros na Maçonaria e D. Pedro, que queria
preservar os direitos da dinastia de Bragança.
c) a revolta das tropas
aquarteladas no Rio de Janeiro, contrárias à decisão do Príncipe regente, que
pretendia permanecer no país.
d) a adesão imediata do
"Partido Brasileiro" à política defendida pelas "Cortes de
Lisboa", favoráveis à manutenção do Reino Unido a Portugal e Algarves.
resposta:[A]
12. (Unifesp) A independência do
Brasil, quando comparada com a independência dos demais países da América do
Sul, apresenta semelhanças e diferenças. Indique as principais
a) semelhanças.
b) diferenças.
resposta:
a) Entre as semelhanças nos
processos de independência entre o Brasil e os países da América do Sul,
podemos destacar que em ambos os casos o desencadeamento do processo se dá no
contexto da crise do Antigo Sistema Colonial, quando os desdobramentos da
Revolução Industrial na Inglaterra, que propõe o livre-cambismo, contrapõem-se
ao regime de monopólios, que era a espinha dorsal do Antigo Sistema Colonial.
Não só há semelhança na crise que é comum às áreas coloniais daquele período,
como o próprio desencadeamento do processo, que foi de uma forma ou
de outra diretamente afetado pelas Guerras Napoleônicas. É no contexto destas
guerras que se desencadeia e se acelera o processo de emancipação política.
Outra semelhança importante foi o fato de que a emancipação política foi
conduzida pelas elites sociais sem implicar mudanças profundas, ou seja,
sobreviveram formas variadas de trabalho compulsório, grandes unidades de
produção e economia voltada para o mercado externo, simplesmente redefinindo-se
os laços de dependência.
b) Entre as diferenças, podemos
destacar, no caso da América portuguesa, a preservação da unidade territorial
e, na América espanhola, a fragmentação política. Na América do Sul, o Brasil
era a única monarquia entre repúblicas. Comparado aos demais países
sul-americanos, o Brasil monárquico apresentou uma maior estabilidade política,
contrastando com sucessivos movimentos de revoltas, guerras civis e mudanças de
governo por meios não institucionais.
A Independência do Brasil guarda,
em relação aos demais países da América do Sul, um caráter singular, uma vez
que, com a invasão de Portugal por tropas hispano-francesas, a família real se
transferiu para o Brasil.
13. (Unicamp) A respeito da
Independência na Bahia, o historiador João José Reis afirmou o seguinte: Os
escravos não testemunharam passivamente a Independência. Muitos chegaram a
acreditar, às vezes de maneira organizada, que lhes cabia um melhor papel no
palco político. Os sinais desse projeto dos negros são claros. Em abril de
1823, dona Maria Bárbara Garcez Pinto informava seu marido em Portugal, em uma
pitoresca linguagem: "A crioulada fez requerimentos para serem
livres". Em outras palavras, os escravos negros nascidos no Brasil
(crioulos) ousavam pedir, organizadamente, a liberdade! (Adaptado de O Jogo
Duro do Dois de Julho: o "Partido Negro" na Independência da Bahia,
em João José Reis e Eduardo Silva, Negociação e Conflito. A resistência negra
no Brasil escravista. São Paulo: Cia das Letras, 1988, p. 92).
a) A partir do texto, como se
pode questionar o estereótipo do "escravo ignorante"?
b) Identifique dois motivos pelos
quais a atuação dos escravos despertava temor entre os senhores.
c) De que maneira esse enunciado
problematiza a versão tradicional da Independência do Brasil?
resposta:
a)A partir do texto, percebe-se
que os escravos não eram apenas parte integrante, mas também atuante nos
processos revolucionários, expressando seus próprios interesses, tais como o
fim da escravidão.
b) Os motivos que
levaram os senhores a temer a atuação dos escravos eram de ordem econômica
sócio-política: os temor era de os negros conquistarem a liberdade, o que
poderia ocasionar grandes prejuízos, além de colocar em risco o poder dos
senhores.
c) Na versão tradicional
da independência do Brasil, tal episódio aparece como tendo ocorrido de maneira
pacífica e sem a participação popular. No entanto, a participação dos negros
nas guerras contra as tropas portuguesas na Bahia mostra que tal fato não foi
pacífico e contou com a participação popular de escravos negros.
14. (Ufpi) "... todos os
brasileiros, e sobretudo os brancos, não percebem suficientemente que é tempo
de se fechar a porta aos debates políticos (...). Se se continua a falar dos
direitos dos homens, da igualdade, terminar-se-á por pronunciar a palavra fatal:
liberdade, palavra terrível e que tem muito mais força num País de escravos que
em qualquer outra parte ..."
(MOTA, Carlos Guilherme (org.). "1822: dimensões". São Paulo:
Perspectiva, 1972. p. 482.)
O texto acima, escrito
provavelmente por volta de 1823/1824, é parte de uma carta sobre a
independência do Brasil, enviada por um observador europeu a D. João VI.
Leia com atenção o texto e, a seguir, assinale a alternativa que expressa a configuração social do processo brasileiro de independência.
Leia com atenção o texto e, a seguir, assinale a alternativa que expressa a configuração social do processo brasileiro de independência.
a) A democracia racial,
decorrente de uma intensa miscigenação durante o período colonial, contribuiu
para conciliar, logo nos primeiros anos do Império, os interesses dos distintos
grupos sociais.
b) A "solução
monárquica", através da qual a jovem nação optava por afastar-se de seus
vizinhos americanos e adotar modelos políticos europeus, foi historicamente
necessária como instrumento de conciliação das raças no Brasil.
c) O "haitianismo",
temor da elite branca brasileira de que se repetisse no Brasil uma revolução negra,
tal qual ocorrera no Haiti, limitou as bases sociais da independência e
justificou manifestações como essa da carta transcrita.
d) Em razão de temores como
aquele expresso na carta citada, a independência fez-se acompanhar de um
processo crescente de enfraquecimento da escravidão. Os mesmos grupos que
lideraram o processo de independência liderariam, anos depois, a abolição da
escravatura.
e) O temor expresso na carta é
infundado, pois além de contar com um número pequeno de escravos à época da
independência, as relações entre os escravos e seus senhores, no Brasil, sempre
foram cordiais, decorrendo justamente disso a noção de "democracia
racial".
resposta:[C]
15. (Ufrrj) Leia os textos a
seguir, reflita e responda.
Após a Independência política do Brasil, em 1822, era necessário organizar o novo Estado, fazendo leis e regulamentando a administração por meio de uma Constituição. Para tanto, reuniu-se em maio de 1823, uma Assembléia Constituinte composta por 90 deputados pertencentes à aristocracia rural.(...) Na abertura dos trabalhos, o Imperador D. Pedro I revelou sua posição autoritária, comprometendo-se a defender a futura Constituição desde que ela fosse digna do Brasil e dele próprio.
Após a Independência política do Brasil, em 1822, era necessário organizar o novo Estado, fazendo leis e regulamentando a administração por meio de uma Constituição. Para tanto, reuniu-se em maio de 1823, uma Assembléia Constituinte composta por 90 deputados pertencentes à aristocracia rural.(...) Na abertura dos trabalhos, o Imperador D. Pedro I revelou sua posição autoritária, comprometendo-se a defender a futura Constituição desde que ela fosse digna do Brasil e dele próprio.
VICENTINO, C; DORIGO,
G. "História Geral do Brasil." São Paulo: Scipione, 2001.
A Independência política do
Brasil, em 1822, foi cercada de divergências, entre elas, o desagrado do
Imperador com a possibilidade, prevista no projeto constitucional, de o seu
poder vir a ser limitado, o que resultou no fechamento da Constituinte em
novembro de 1823. Uma comissão, então, foi nomeada por D. Pedro I para elaborar
um novo projeto constitucional, outorgado por este imperador, em 25 de março de
1824. Em relação à Constituição Imperial, de 1824, é correto afirmar que nela
a) foi consagrada a extinção do
tráfico de escravos, devido à pressão da sociedade liberal do Rio de Janeiro.
b) foi introduzido o sufrágio
universal, somente para os homens maiores de 18 anos e alfabetizados, mantendo
a exigência do voto secreto.
c) foi abolido o padroado,
assegurando ampla liberdade religiosa a todos os brasileiros natos, limitando
os cultos religiosos aos seus templos.
d) o poder moderador era
atribuição exclusiva do Imperador, conferindo a ele, proeminência sobre os
demais poderes.
e) o poder executivo seria
exercido pelos ministros de Estado, tendo estes total controle sobre o poder
moderador.
resposta:[D]
16. (Ufrrj) A citação a seguir
destaca a chegada da corte portuguesa ao Rio de Janeiro, em 1808, como um
início de uma fase de grandes mudanças para a cidade que perdia então a sua
imagem colonial.
Para o Rio de Janeiro, principalmente, era toda uma fase de sua história que agora terminava. Fase de grandes transformações realizadas sob o impacto das necessidades de toda ordem despertadas pela chegada e instalação da Corte portuguesa. Em pouco mais de uma década, a cidade passara por um processo de modernização material e atualização cultural, perdendo muito de sua aparência colonial para transformar-se numa metrópole.
Para o Rio de Janeiro, principalmente, era toda uma fase de sua história que agora terminava. Fase de grandes transformações realizadas sob o impacto das necessidades de toda ordem despertadas pela chegada e instalação da Corte portuguesa. Em pouco mais de uma década, a cidade passara por um processo de modernização material e atualização cultural, perdendo muito de sua aparência colonial para transformar-se numa metrópole.
FALCÓN, F. C.; MATTOS, I. R.
de. "O Processo de Independência no
Rio de Janeiro". In: MOTA, C. G. (org). 1822. Dimensões. São Paulo:
Perspectiva, 1972.
Entre as medidas que favoreceram
essas transformações podem ser assinaladas:
a) o início da construção do Paço
Imperial, a sede do governo, a criação da Imprensa Régia e a instalação da
iluminação a gás.
b) a construção da primeira
estrada de ferro do Brasil, a criação do banco do Brasil e a fundação da
Imperial Academia de Música.
c) o estabelecimento da
Intendência Geral de Polícia, a fundação do Banco do Brasil e a criação da
Imprensa Régia.
d) a criação da Imprensa Régia, a
instalação da iluminação a gás e a construção da primeira estrada de ferro do
Brasil.
e) a permissão de instalação de
manufaturas no Brasil, o estabelecimento da Intendência geral de Polícia e a
construção da primeira estrada de ferro do Brasil.
resposta:[C]
17. (UFSM)
(TEIXEIRA, Francisco M. P. "Brasil
História e Sociedade". São Paulo: Ática, 2000. p.162.)
O quadro Independência ou Morte, de
Pedro Américo, concluído em 1888, é uma representação do 7 de setembro de 1822,
quando o Brasil rompeu com Portugal. Essa representação enaltece o fato e
enfatiza a bravura do herói D. Pedro, ocultando que
a) o fim do pacto colonial, decretado
na Conjuração Baiana, conduziu à ruptura entre o Brasil e Portugal.
b) o processo de emancipação
política iniciara com a instalação da Corte portuguesa no Brasil e que as
medidas de D. João puseram fim ao monopólio metropolitano.
c) o Brasil continuara a ser uma
extensão política e administrativa de Portugal, mesmo depois do 7 de setembro.
d) a Abertura dos Portos e a
Revolução Pernambucana se constituíram nos únicos momentos decisivos da
separação Brasil-Portugal.
e) a separação estava consumada, o
processo estava completo, visto que havia, em todo o Brasil, uma forte adesão
militar, popular e escravista à emancipação.
resposta:[B]
18. (UFMG) Analise estas duas
representações do chamado Grito do Ipiranga, de 7 de setembro de 1822:
A partir da análise dessas duas
representações e considerando-se outros conhecimentos sobre o assunto, é
CORRETO afirmar que, em ambas,
a) a disposição dos atores - coletivos
e individuais -, bem como dos aspectos que compõem o cenário, é diferenciada e
expressa uma visão particular sobre D. Pedro - na primeira, como o protagonista
central; na segunda, como líder de uma ação popular.
b) as mesmas concepções históricas
e estéticas fundamentam e explicam a participação dos mesmos grupos sociais e
personagens históricos - o príncipe, militares, mulheres, camponeses e crianças.
c) D. Pedro, embora seja o
protagonista, se destaca de modo diferente - na primeira, ele recebe o apoio de
diversos grupos sociais; na segunda, a participação das camadas populares é
mais restrita.
d) os artistas conseguem causar
um mesmo efeito - descrever a Indepêndencia do Brasil como um ato solene, grandioso,
sem participação popular e protagonizado por D. Pedro.
resposta da questão 18:[A]
19. (PITÁGORAS) Analise o quadro
de Cândido Portinari.
Indique o trecho condizente com o
contexto expresso pela imagem.
a) “O momento expunha a complexa
realidade do império luso-brasileiro. Em jogo estava a questão: quem
conseguiria exercer a hegemonia política nesse vasto império? A burguesia
portuguesa tentava assumir o controle do reino e do império lusitano.”
b) “Com a metrópole ocupada pelas
tropas de Napoleão, tornou-se inevitável a abertura dos portos brasileiros a outras
nações, ou seja, a livre entrada de produtos estrangeiros para a numerosa Corte
portuguesa instalada na América.”
c) “As transformações ocorridas
na França e na América do Norte na segunda metade do século XVIII também
abalaram o poder português na América, onde o descontentamento dos colonos
culminou na contestação do poder metropolitano.”
d) “Testemunhos de viajantes,
rumores, notícias e livros eram agora pregadores dos princípios liberais, que
os antigos poderosos não tardaram a nomear de diabólicos. As incendiárias ideias
representavam o fim das tiranias cometidas em nome de Deus.”
e) “Aproveitando-se das tensões
políticas, grupos dirigentes da Província Cisplatina proclamaram sua separação
do império brasileiro e sua incorporação à República Argentina, provocando uma
guerra na qual o mal-preparado Exército Brasileiro foi derrotado.”
resposta: [B]
20. (ENEM) Após a Independência,
integramo-nos como exportadores de produtos primários à divisão internacional
do trabalho, estruturada ao redor da Grã-Bretanha. O Brasil especializou-se na
produção, com braço escravo importado da África, de plantas tropicais para a
Europa e a América do Norte. Isso atrasou o desenvolvimento de nossa economia
por pelo menos uns oitenta anos. Éramos um país essencialmente agrícola e
tecnicamente atrasado por depender de produtores cativos. Não se poderia
confiar a trabalhadores forçados outros instrumentos de produção que os mais
toscos e baratos. O atraso econômico forçou o Brasil a se voltar para fora. Era
do exterior que vinham os bens de consumo que fundamentavam um padrão de vida
“civilizado”, marca que distinguia as classes cultas e “naturalmente”
dominantes do povaréu primitivo e miserável. (…) E de fora vinham também os
capitais que permitiam iniciar a construção de uma infra-estrutura de serviços
urbanos, de energia, transportes e comunicações.
(Paul
Singer. Evolução da economia e vinculação internacional. In: I. Sachs; J.
Willheim; P. S. Pinheiro (Orgs.). Brasil: um século de transformações. São
Paulo: Cia. das Letras, 2001, p. 80).
Levando-se em consideração as
afirmações acima, relativas à estrutura econômica do Brasil por ocasião da
independência política (1822), é correto afirmar que o país
a) se industrializou rapidamente
devido ao desenvolvimento alcançado no período colonial.
b extinguiu a produção colonial
baseada na escravidão e fundamentou a produção no trabalho livre.
c) se tornou dependente da
economia européia por realizar tardiamente sua industrialização em relação a
outros países.
d) se tornou dependente do
capital estrangeiro, que foi introduzido no país sem trazer ganhos para a
infra-estrutura de serviços urbanos.
e) teve sua industrialização
estimulada pela Grã-Bretanha, que investiu capitais em vários setores
produtivos.
Resposta: Letra C
Habilidade: Analisar diferentes
processos de produção ou circulação de riquezas e suas implicações sócio-espaciais.
Comentários: A questão da
dependência econômica do Brasil, em relação ao capital estrangeiro, é um dos
pontos discutidos na escola, no contexto da independência política de Portugal.
O Brasil manteve-se dependente, uma vez que ficou preso à economia agrária e
escravista, com pouco ou nenhum estímulo à indústria.
estou realmente impressionado com o conteúdo desse site, estão de parabéns
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