SIMULA ENEM DE
HISTÓRIA DO BRASIL
COLÉGIO NOTRE DAME DE LOURDES (CNDL)
PROF. EDENILSON MORAIS
PROF. EDENILSON MORAIS
PRIMEIRA
SÉRIE
1. (PITÁGORAS) Analise as
informações referentes ao processo de povoamento e urbanização da colônia
brasileira apresentadas nos mapas.
NOVAIS, Fernando, Org. História da Vida Privada no Brasil. São
Paulo: Companhia das Letras, 1997. Vol.I, p.19
Que transformações ocorridas na
colônia justificam as variações apresentadas nos mapas?
a) A decadência das exportações
de açúcar e o avanço da cafeicultura.
b) A elevada demanda externa pela
borracha natural e o aumento da produção de algodão.
c) A expansão da pecuária
extensiva e a descoberta de metais preciosos.
d) O esgotamento das minas e a
ampliação das exportações de charque.
e) O surto manufatureiro para
atender à demanda interna e a ampliação das exportações de tabaco.
resposta da questão 1: [C]
2. (ENEM) Os tropeiros foram
figuras decisivas na formação de vilarejos e cidades do Brasil colonial. A
palavra tropeiro vem de “tropa” que, no passado, se referia ao conjunto de
homens que transportava gado e mercadoria. Por volta do século XVIII, muita
coisa era levada de um lugar a outro no lombo de mulas. O tropeirismo acabou
associado à atividade mineradora, cujo auge foi a exploração de ouro em Minas
Gerais e, mais tarde, em Goiás. A extração de pedras preciosas também atraiu
grandes contingentes populacionais para as novas áreas e, por isso, era cada
vez mais necessário dispor de alimentos e produtos básicos. A alimentação dos
tropeiros era constituída por toucinho, feijão preto, farinha,
pimenta-do-reino, café, fubá e coité (um molho de vinagre com fruto cáustico
espremido). Nos pousos, os tropeiros comiam feijão quase sem molho com pedaços
de carne de sol e toucinho, que era servido com farofa e couve picada. O feijão
tropeiro é um dos pratos típicos da cozinha mineira e recebe esse nome porque
era preparado pelos cozinheiros das tropas que conduziam o gado.
(Disponível em
http://www.tribunadoplanalto.com.br. Acesso em: 27 nov. 2008).
A criação do feijão tropeiro na
culinária brasileira está relacionada à
a) atividade comercial exercida
pelos homens que trabalhavam nas minas.
b) atividade culinária exercida
pelos moradores cozinheiros que viviam nas regiões das minas.
c) atividade mercantil exercida
pelos homens que transportavam gado e mercadoria.
d) atividade agropecuária
exercida pelos tropeiros que necessitavam dispor de alimentos.
e) atividade mineradora exercida
pelos tropeiros no auge da exploração do ouro.
resposta da questão 2: [C]
Habilidade: Associar as
manifestações culturais do presente aos seus processos históricos.
Comentários: Nesta
questão, se utiliza um elemento da culinária nacional – no caso, o feijão
tropeiro – para abordar as origens do tropeirismo no Brasil. A questão é
auto-explicativa e é relativamente fácil associar os tropeiros à atividade
mercantil de transporte de gado e mercadorias.
3. (Ufpel) O mapa abaixo
apresenta a economia brasileira em um determinado período:
Fonte: NIZZA da SILVA, Maria Beatriz. "Nova História da Expansão
Portuguesa". Lisboa, Ed. Estampa, 1986.
Nele estão representadas as
atividades econômicas do século
a) XVI, que apresenta exploração
de pau-brasil, no litoral, e das drogas do sertão, na região amazônica, assim
como a ocupação do interior brasileiro pelas atividades de mineração e
pecuária.
b) XVIII, que já demonstra
atividades de mineração, no Centro-Oeste brasileiro, e de pecuária, na zona
nordeste do Rio Grande do Sul. Não pode ser de século posterior, por não
indicar atividade cafeicultora.
c) XVII, que apresenta
importações/exportações, antes proibidas na colônia, devido ao monopólio
comercial.
d) XIX, em que, no Brasil
Império, a economia tinha por base a cafeicultura voltada para a exportação.
e) XX, no qual a exportação de
pau-brasil é preponderante na economia brasileira e se verifica a existência de
áreas industriais, destacadas no mapa.
resposta da questão 3:[B]
4. (FGV) "(...) a terra que
dá ouro esterilíssima de tudo o que se há mister para a vida humana (...).
Porém, tanto que se viu a abundância de ouro que se tirava e a largueza com que
se pagava tudo o que lá ia, (...) e logo começaram os mercadores a mandar às
minas o melhor que chega nos navios do Reino e de outras partes, assim de
mantimentos, como de regalo e de pomposo para se vestirem, além de mil
bugiarias de França (...) E, a este respeito, de todas as partes do Brasil se
começou a enviar tudo o que a terra dá, com lucro não somente grande, mas excessivo.
(...) E estes preços, tão altos e tão correntes nas minas, foram causa de
subirem tanto os preços de todas as coisas, como se experimenta nos portos das
cidades e vilas do Brasil, e de ficarem desfornecidos muitos engenhos de açúcar
das peças necessárias e de padecerem os moradores grande carestia de
mantimentos, por se levarem quase todos aonde hão de dar maior lucro."
(Antonil, "Cultura
e opulência do Brasil", 1711)
No texto, o autor refere-se a uma
das consequências da descoberta e exploração de ouro no Brasil colonial.
Trata-se
a) do desenvolvimento de
manufaturas para abastecer o mercado interno.
b) da inflação devido à grande
quantidade de metais e procura por mercadorias.
c) do incremento da produção de
alimentos e tecidos finos na área das minas.
d) da redução da oferta de
produtos locais e importados na região mineradora.
e) do desabastecimento das minas
devido à maior importância das vilas litorâneas.
resposta da questão 4:[B]
5. (CNDL) Em 1703, foi assinado
um tratado comercial entre Portugal e Inglaterra. Por esse acordo estipulou-se
a compra de vinho português pela Inglaterra em troca da importação de tecidos
ingleses por Portugal, o famoso tratado de “panos e vinhos”.
Esse acordo, segundo Celso
Furtado, "significou para Portugal renunciar a todo o desenvolvimento
manufatureiro e implicou transferir para a Inglaterra o impulso dinâmico criado
pela produção aurífera no Brasil".
O texto se refere ao Tratado de:
a) Fontainebleau.
b) Madri.
c) Methuen.
d) Utrecht.
e) Londres.
resposta da questão 5:[C]
SEGUNDA SÉRIE
1. (PITÁGORAS) Em minha passagem
de bonde por várias ruas da cidade, e de carro por outras, notei desde logo a
profunda diferença que ela apresenta em relação ao tempo de minha residência
aqui: o seu aspecto é sem dúvida bem outro.
O que, porém, mais atraiu minha
atenção foi o movimento e a animação, a vida da cidade, fato inteiramente novo
para mim; quando daqui retirei-me, as ruas eram pouco frequentadas, salvo nos
dias de festas; as famílias só saíam a visitas, e com o chefe da casa ao lado;
não havia em geral hábitos de passeios, nem por diversão ao espírito, nem por
necessidade higiênica.
As transformações urbanas
ocorridas nas principais cidades brasileiras, sobretudo, no Rio de Janeiro nas
primeiras décadas do século XIX, foram reflexos:
a) Da transferência da Corte para
o Brasil em 1808.
b) Da vinda da missão cultural
francesa ao Brasil no ano de 1816.
c) Da elevação do Brasil à
categoria de Reino Unido de Portugal e Algarves.
d) Da transferência da Capital de
Salvador para o Rio de Janeiro.
e) Da vinda dos imigrantes
europeus para as grandes cidades brasileiras.
resposta da questão 1:[A]
2. (ENEM) No início do século
XIX, o naturalista alemão Carl Von Martius esteve no Brasil em missão
científica para fazer observações sobre a flora e a fauna nativas e sobre a
sociedade indígena. Referindo-se ao indígena, ele afirmou: "Permanecendo
em grau inferior da humanidade, moralmente, ainda na infância, a civilização
não o altera, nenhum exemplo o excita e nada o impulsiona para um nobre
desenvolvimento progressivo (...). Esse estranho e inexplicável estado do
indígena americano, até o presente, tem feito fracassarem todas as tentativas
para conciliá-lo inteiramente com a Europa vencedora e torná-lo um cidadão
satisfeito e feliz."
Carl Von Martius. "O estado do direito entre os autóctones do
Brasil". Belo Horizonte/São Paulo: Itatiaia/EDUSP, 1982.
Com base nessa descrição,
conclui-se que o naturalista Von Martius
a) apoiava a independência do
Novo Mundo, acreditando que os índios, diferentemente do que fazia a missão
européia, respeitavam a flora e a fauna do país.
b) discriminava
preconceituosamente as populações originárias da América e advogava o
extermínio dos índios.
c) defendia uma posição
progressista para o século XIX: a de tornar o indígena cidadão satisfeito e
feliz.
d) procurava impedir o processo
de aculturação, ao descrever cientificamente a cultura das populações
originárias da América.
e) desvalorizava os patrimônios
étnicos e culturais das sociedades indígenas e reforçava a missão
"civilizadora européia", típica do século XIX.
resposta da questão 2:[E]
3. (UFV) Segundo Renato Ortiz, em
meados do século XIX, o movimento romântico brasileiro tentou construir um
modelo de "ser nacional", porém faltavam àqueles escritores condições
sociais que lhes possibilitassem discutir de forma mais abrangente a
problemática proposta.
(ORTIZ, Renato. Cultura brasileira & identidade nacional. 5. ed. São
Paulo: Brasiliense, 1994. p. 37.)
Com base nessa interpretação e
nos conhecimentos sobre a sociedade brasileira do século XIX, assinale a
afirmativa CORRETA:
a) Os escritores românticos
brasileiros fundiam o índio idealizado com o branco de origem europeia,
descartando o negro, na tentativa de aproximar o país do padrão europeu de
civilização.
b) A pressão exercida pelos
abolicionistas contra a escravização de índios e negros fez com que a sociedade
brasileira se caracterizasse, desde o período colonial, pela ausência de
desigualdades étnicas.
c) A existência de um amplo
público leitor no Brasil do século XIX permitiu que os literatos estabelecessem
em suas obras uma crítica contundente à dominação exercida pelas elites agrárias.
d) A construção da identidade
nacional era uma questão superada em meados do século XIX, uma vez que a
colonização portuguesa não criara obstáculos ao desenvolvimento do sentimento
de brasilidade.
e) A economia brasileira se
caracterizou, desde o período colonial, pela dependência em relação ao mercado
europeu, mas em termos artísticos e culturais o país sempre preservou sua
soberania.
resposta da questão 3: [A]
4. (PITÁGORAS) Leia o trecho:
“O Brasil colônia (e Império) foi
uma sociedade escravista não meramente devido ao óbvio fato de sua força de
trabalho ser predominantemente cativa, mas principalmente devido às distinções
jurídicas entre escravos e livres, aos princípios hierárquicos baseados na
escravidão e na raça, às atitudes senhoriais dos proprietários e à deferência
dos socialmente inferiores. Através da difusão desses ideais, o escravismo
criou os fatos fundamentais da vida brasileira. (...)”
S. Schwartz, 1988.
(Adaptado)
ASSINALE, dentre as gravuras abaixo, aquela que NÃO É
COMPATÍVEL com as informações do texto.
a)
b)
c)
d)
e)
resposta da questão 4: [D]
5. (Ufc) Leia atentamente o
texto. "A capoeira - reprimida pela polícia do final do século passado e
incluída como crime no Código Penal de 1890 - é oficializada como modalidade
esportiva nacional em 1937. Também o samba passou da repressão à exaltação, de
dança de preto a canção brasileira para exportação. Definido na época como uma
dança que fundia elementos diversos, nos anos 30 o samba sai da marginalidade e
ganha as ruas, enquanto as escolas de samba e desfiles passam a ser
oficialmente subvencionados a partir de 1935."
(SCHWARCZ,
Lilia M. "Nem preto nem branco, muito pelo contrário: cor e raça na
intimidade." ln: NOVAES, Fernando A. (org.) "História da Vida Privada
no Brasil. Contrastes da Intimidade Contemporânea. Vol. 4. São Paulo: Companhia
das Letras, 1998, p. 196.)
Sobre as formas de integração das
manifestações culturais negras no Brasil, é correto afirmar que:
a) os elementos da cultura negra
no Brasil são, a partir da década de 1930, incorporados à cultura nacional,
perdendo grande parte de suas características originais.
b) assim como o samba e a
capoeira, o futebol é um elemento da cultura negra desenvolvido a partir da
herança africana trazida pelos escravos.
c) as manifestações da cultura
africana foram incorporadas pela cultura brasileira em sua forma integral e com
suas peculiaridades sendo respeitadas.
d) os elementos afro-brasileiros
foram aceitos como parte da cultura brasileira logo após a abolição da escravatura,
a partir de um programa estatal de integração cultural.
e) a segregação racial manteve-se
como a base da formação da cultura brasileira, especialmente a partir da década
de 1930, quando é estabelecido um projeto de cultura nacional.
resposta da questão 5:[A]
TERCEIRA SÉRIE
1. (ENEM 2010 2ª
aplicação)
A sensualidade foi assunto
recorrente no Brasil colonial. Opiniões se dividiam quando o tema afrontava
diretamente os "bons costumes". Nesse contexto, contribuía para
explicar essas divergências
a) a existência de associações
religiosas que defendiam a pureza sexual da população branca.
b) a associação da sensualidade
às parcelas mais abastadas da sociedade.
c) o posicionamento liberal da
sociedade oitocentista, que reinvindicava mudanças de comportamento na
sociedade.
d) a política pública higienista,
que atrelava a sexualidade a grupos socialmente marginais.
e) a busca do controle do corpo
por meio de discurso ambíguo que associava sexo, prazer, libertinagem e pecado.
resposta da questão 1: [E]
2. (Unesp) Observe o quadro
Pode-se afirmar que a
representação de Pedro Américo do inconfidente mineiro
a) data dos primeiros anos da
República, sugerindo a semelhança entre o drama de Tiradentes e o de Cristo.
b) foi elaborada durante o
período da Independência, como expressão dos ideais nacionalistas da dinastia
de Bragança.
c) caracteriza-se pela denúncia
da interferência da Igreja católica nos destinos políticos e culturais
nacionais.
d) foi censurada pelo governo de
Getúlio Vargas porque expressa conteúdos revolucionários e democráticos.
e) foi proibida de ser exposta
publicamente por incitar o preconceito contra o governo português, responsável
pela morte de Tiradentes.
resposta da questão 2:[A]
3. (Ufg) Leia os fragmentos a
seguir.
"Não corram tanto ou
pensarão que estamos fugindo!"
("REVISTA DE HISTÓRIA DA BIBLIOTECA NACIONAL". Rio de Janeiro,
ano 1, n. 1, jul. 2005, p. 24.)
"Preferindo abandonar a
Europa, D. João procedeu com exato conhecimento de si mesmo. Sabendo-se incapaz
de heroísmo, escolheu a solução pacífica de encabeçar o êxodo e procurar no
morno torpor dos trópicos a tranqüilidade ou o ócio para que nasceu".
(MONTEIRO, Tobias. "História do Império: a elaboração da
Independência". Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: EDUSP, 1981. p. 55.
[Adaptado].
O embarque da família real para o
Brasil, em 1807, deu origem a contraditórias narrativas. A frase acima,
atribuída à rainha D. Maria I, tornou-se popular, passando a constituir uma
versão narrativa ainda vigorosa. Nos anos de 1920, os estudos sobre a
Independência refizeram o percurso do embarque, assegurando uma interpretação
republicana sobre esse acontecimento, tal como exemplificado no trecho do
jornalista e historiador Tobias Monteiro.
Sobre essa versão narrativa em
torno do embarque, pode-se dizer que pretendia
a) conquistar a simpatia da
Inglaterra, ressaltando a importância do apoio inglês no translado da corte
portuguesa para o Brasil.
b) associar a figura do rei ao
pragmatismo político, demonstrando que o deslocamento da corte era um ato de
enfrentamento a Napoleão.
c) ridicularizar o ato do
embarque, agregando à interpretação desse acontecimento os elementos de
tragédia, comicidade e ironia.
d) culpabilizar a rainha pela
decisão do embarque, afirmando-lhe o estado de demência lamentado por seus
súditos.
e) explicar o financiamento do
ócio real por parte da colônia, comprovando que o embarque fora uma estratégia
articulada pelo rei.
Resposta da questão 3:[C]
4. (ENEM) No tempo da
independência do Brasil, circulavam nas classes populares do Recife trovas que
faziam alusão à revolta escrava do Haiti:
Marinheiros e caiados
Todos devem se acabar,
Porque só pardos e pretos
O país hão de habitar.
(AMARAL, F. P. do. Apud CARVALHO, A. Estudos pernambucanos. Recife:
Cultura Acadêmica, 1907).
O período da independência do
Brasil registra conflitos raciais, como se depreende
a) dos rumores acerca da revolta
escrava do Haiti, que circulavam entre a população escrava e entre os mestiços
pobres, alimentando seu desejo por mudanças.
b) da rejeição aos portugueses,
brancos, que significava a rejeição à opressão da Metrópole, como ocorreu na
Noite das Garrafadas.
c) do apoio que escravos e negros
forros deram à monarquia, com a perspectiva de receber sua proteção contra as
injustiças do sistema escravista.
d) do repúdio que os escravos
trabalhadores dos portos demonstravam contra os marinheiros, porque estes
representavam a elite branca opressora.
e) da expulsão de vários líderes
negros independentistas, que defendiam a implantação de uma república negra, a
exemplo do Haiti.
Resposta da questão 4:[A]
Habilidade: Analisar as lutas
sociais e conquistas obtidas no que se refere às mudanças nas legislações ou
nas políticas públicas.
Comentários: Mesmo com exemplo da
revolução dos escravos no Haiti, o escravismo no Brasil só acabou oficialmente
em 1888. As alternativas B, C e D são anacrônicas, pois se refere a fatos que
só ocorreram depois da Independência do Brasil. A alternativa E é incorreta
pois não houve um movimento sólido em prol da existência de uma república negra
no Brasil.
5. (ENEM) Após a Independência,
integramo-nos como exportadores de produtos primários à divisão internacional
do trabalho, estruturada ao redor da Grã-Bretanha. O Brasil especializou-se na
produção, com braço escravo importado da África, de plantas tropicais para a
Europa e a América do Norte. Isso atrasou o desenvolvimento de nossa economia
por pelo menos uns oitenta anos. Éramos um país essencialmente agrícola e
tecnicamente atrasado por depender de produtores cativos. Não se poderia
confiar a trabalhadores forçados outros instrumentos de produção que os mais
toscos e baratos. O atraso econômico forçou o Brasil a se voltar para fora. Era
do exterior que vinham os bens de consumo que fundamentavam um padrão de vida
"civilizado", marca que distinguia as classes cultas e
"naturalmente" dominantes do povaréu primitivo e miserável. (...) E
de fora vinham também os capitais que permitiam iniciar a construção de uma
infra-estrutura de serviços urbanos, de energia, transportes e comunicações.
Paul Singer. Evolução da economia e vinculação internacional. In: I.
Sachs; J. Willheim; P. S. Pinheiro (Orgs.). "Brasil: um século de
transformações". São Paulo: Cia. das Letras, 2001, p. 80.
Levando-se em consideração as
afirmações anteriores, relativas à estrutura econômica do Brasil por ocasião da
independência política (1822), é correto afirmar que o país
a) se industrializou rapidamente
devido ao desenvolvimento alcançado no período colonial.
b) extinguiu a produção colonial
baseada na escravidão e fundamentou a produção no trabalho livre.
c) se tornou dependente da
economia europeia por realizar tardiamente sua industrialização em relação a
outros países.
d) se tornou dependente do
capital estrangeiro, que foi introduzido no país sem trazer ganhos para a
infra-estrutura de serviços urbanos.
e) teve sua industrialização
estimulada pela Grã-Bretanha, que investiu capitais em vários setores
produtivos.
Resposta da questão 5:[C]
6. (Fuvest) A sociedade colonial
brasileira "herdou concepções clássicas e medievais de organização e
hierarquia, mas acrescentou-lhe sistemas de graduação que se originaram da
diferenciação das ocupações, raça, cor e condição social. (...) As distinções
essenciais entre fidalgos e plebeus tenderam a nivelar-se, pois o mar de
indígenas que cercava os colonizadores portugueses tornava todo europeu, de
fato, um gentil-homem em potencial. A disponibilidade de índios como escravos
ou trabalhadores possibilitava aos imigrantes concretizar seus sonhos de
nobreza. (...) Com índios, podia desfrutar de uma vida verdadeiramente nobre. O
gentio transformou-se em um substituto do campesinato, um novo estado, que
permitiu uma reorganização de categorias tradicionais. Contudo, o fato de serem
aborígenes e, mais tarde, os africanos, diferentes étnica, religiosa e
fenotipicamente dos europeus, criou oportunidades para novas distinções e
hierarquias baseadas na cultura e
na cor."
(Stuart B. Schwartz, SEGREDOS
INTERNOS)
A partir do texto pode-se
concluir que:
a) a diferenciação clássica e
medieval entre clero, nobreza e campesinato, existente na Europa, foi transferida
para o Brasil por intermédio de Portugal e se constituiu no elemento
fundamental da sociedade brasileira colonial.
b) a presença de índios e negros
na sociedade brasileira levou ao surgimento de instituições como a escravidão, completamente
desconhecida da sociedade européia nos séculos XV e XVI.
c) os índios do Brasil, por serem
em pequena quantidade e terem sido facilmente dominados, não tiveram nenhum
tipo de influência sobre a constituição da sociedade colonial.
d) a diferenciação de raças, culturas
e condição social entre brancos e índios, brancos e negros, tendeu a diluir a
distinção clássica e medieval entre fidalgos e plebeus europeus na sociedade
colonial.
e) a existência de uma realidade
diferente no Brasil, como a escravidão em larga escala de negros, não alterou
em nenhum aspecto as concepções medievais dos portugueses durante os séculos
XVI e XVII.
resposta da questão 6:[D]
7. (ENEM – 2010) “Pecado nefando”
era expressão correntemente utilizada pelos inquisidores para a sodomia. Nefandus:
o que não pode ser dito. A Assembléia de Clérigos reunida em Salvador, em 1707,
considerou a sodomia “tão péssimo e horrendo crime”, tão contrário à lei da
natureza, que “era indigno de ser nomeado”, e, por isso mesmo, nefando.
NOVAIS, F.; MELLO E SOUZA, L. História
da vida privada no Brasil. V.1.São Paulo.Companhia das Letras, 1997 (adaptado)
O número de homossexuais
assassinados no Brasil bateu o recorde histórico em 2009. De acordo com o
Relatório Anual de Assassinato de Homossexuais (LGBT – Lésbicas, Gays, Bissexuais
e Travestis) nesse ano foram registrados 195 mortos por motivação homofóbica no
País.
Disponível em: www.alemdanoticia.com.br/ultimas_noticias.php?codnoticia=3871
.
Acesso em: 29 adr. 2010 (adaptado).
A homofobia é a rejeição e
menosprezo à orientação sexual do outro e, muitas vezes, expressa-se sob a
forma de comportamentos violentos. Os textos indicam que as condenações
públicas, perseguições e assassinatos de homossexuais no País estão associadas:
a) à baixa representatividade
política de grupos organizados que defendem os direitos de cidadania dos
homossexuais.
b) à falência da democracia no
País, que torna impeditiva a divulgação de estatísticas relacionadas à
violência contra homossexuais.
c) à Constituição de 1988, que
exclui do tecido social os homossexuais, além de impedi-los de exercer os seus
direitos políticos.
d) a um passado histórico marcado
pela demonização do corpo e por formar recorrentes de tabus e intolerância.
e) a uma política eugênica
desenvolvida pelo Estado, justificada a partir dos posicionamentos de correntes
filosófico-científicas.
resposta da questão 7:[D]
A homofobia e suas manifestações
discriminatórias e violentas são antigas e sólidas expressões de preconceito
nas sociedades. Ainda que relativamente recentes, e apesar da frequente omissão
do Estado, os grupos homossexuais vêm se articulando para enfrentar o
segregacionismo e se autoafirmar no âmbito dos direitos da cidadania
8. (PITÁGORAS) O século XVIII, na
América Portuguesa, foi marcado por conjurações cuja ocorrência, naquele
contexto, pode ser explicada
a) pela adoção, por parte das
elites brasileiras, das chamadas “infames ideias francesas”, que criticavam a
dominação colonial portuguesa e pregavam a liberdade e a igualdade universal.
b) pela diversificação social
vivenciada na colônia naquele século, acompanhada pela penetração dos ideais
liberais entre os grupos sociais mais letrados.
c) pelo processo de
desenvolvimento natural da colônia, o que iria lhe conferir um caráter
emancipatório mais cedo ou mais tarde.
d) pela conjugação de interesses
entre os colonos das áreas litorâneas com as novas diretrizes metropolitanas, expressas
no reinado de D. José I.
e) pela transferência da Corte
Portuguesa para a colônia, que levou a elite brasileira a adotar o ideário
liberal como bandeira emancipacionista
resposta da questão 8: [B]
Gostei muito , esse texto me ajudou bastente
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