quarta-feira, 11 de novembro de 2009

SIMULADO DE HISTÓRIA – TERCEIRO ANO – CNDL
PROFESSOR EDENILSON MORAIS


01. (Pitágoras) "O dia 27 de julho de 1214 caiu num domingo. Domingo é o dia do Senhor, e como tal lhe deve ser inteiramente dedicado. Conheci camponeses que ainda estremeciam quando o mau tempo os forçava a fazer a colheita num domingo: sentiam pairar sobre si a cólera do céu. Para os fiéis do século XIII, ela era muito mais ameaçadora. E o pároco de sua igreja não proibia, nesse dia, apenas o trabalho manual. Tentava convencê-los a purificar integralmente o tempo dominical, a evitar as três máculas, as do dinheiro, do sexo e do sangue derramado. Daí que naquele tempo ninguém gostasse de lidar com dinheiro no domingo. Por esta razão os maridos, se fossem piedosos, evitavam aproximar-se de suas mulheres nesse dia, e os homens de armas, se fossem piedosos, sacar da espada."
(DUBY, G. "O domingo de Bouvines". Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1993. p. 13.)
O texto de George Duby revela um aspecto da vida do homem medieval responsável pela normatização da sociedade. Comparando com a sociedade atual é possível AFIRMAR que:
a) o homem medieval tinha sua vida normatizada pelo Estado enquanto que hoje ele se encontra livre, agindo de acordo com sua vontade.
b) o homem medieval estava ligado a uma vida de máculas e, na sociedade atual, ele se encontra livre de concepções religiosas.
c) o trabalho estava associado ao tempo da Igreja enquanto que na sociedade atual está atrelado ao tempo do capital.
d) o trabalho era visto como benção divina, enquanto hoje é uma necessidade para a subsistência.
e) o pensamento teológico da época garantia o controle social e hoje o pensamento religioso não apresenta nenhuma interferência no comportamento da sociedade.

02. “O panorama do comércio europeu modificou-se profundamente nos séculos XII e XIII. A evolução das técnicas mercantis, resultante da intensificação das transações e de uma maior necessidade de capitais e de crédito, levou à substituição do pequeno mercador itinerante pelo grande comerciante sedentarizado. Graças à utilização das letras de pagamento e de câmbio, à organização de seguros e à formação de associações ou companhias comerciais, tornou-se possível aos mercadores fazer negócios a distância, sem abandonar a cidade natal. Surgiram os primeiros banqueiros, dispondo de uma rede
de sócios e empregados.”
(ESPINOSA, Fernanda. Antologia de textos medievais. Lisboa: Sá da Costa, 1972. p. 223. Adaptado.)
Considerando as informações acima, assinale a alternativa correta.
a) A partir dos séculos XII e XIII, houve uma retração do comércio na Europa.
b) Os grandes comerciantes tornaram-se agricultores, cedendo espaço para a atuação dos mercadores itinerantes.
c) O incentivo ao crédito e o surgimento das letras de pagamento e de câmbio ampliaram as fronteiras comerciais.
d) Os banqueiros abandonaram suas cidades de origem para formar associações comer- ciais.
e) Os mercadores da época constituíram associações conhecidas pelo nome de “corporações de ofício”.
03. No processo transição da Idade Média para a Moderna uma mudança significativa foi o advento do Absolutismo, justificado por duas teorias – o Direito Divino e o Contrato Social.
A respeito do Absolutismo é CORRETO afirmar que
a) significou um pacto de poder entre nobres e camponeses, tendo em vista o centralismo político, administrativo e militar nas mãos do rei;
b) expressou os interesses das burguesias mercantis européias pelo crescimento do comércio colonial através de práticas como o livre cambismo;
c) representou o estrangulamento dos interesses burgueses pelos senhores feudais que, desde o século XVI, tentavam criar repúblicas liberais na Europa;
d) foi o processo de centralização política, administrativa e militar na figura dos reis, os nobres tiveram seus poderes reduzidos, mas não os privilégios.
e) foi fruto de entendimentos políticos entre o rei e a maioria de seus súditos visando a melhoria das condições de vida dos camponeses e a diminuição dos impostos

04. (Pitágoras) A seguir, estão, respectivamente, afirmações de frei Bartolomé de Las Casas e do jurista espanhol Juan Ginés Sepúlveda sobre aspectos das relações entre europeus e indígenas no momento da conquista e colonização da América. Leia-os atentamente.
"A causa pela qual os espanhóis destruíram tal infinidade de almas foi unicamente não terem outra finalidade última senão o ouro, para enriquecer em pouco tempo, subindo de um salto a posições que absolutamente não convinham a suas pessoas; enfim, não foi senão sua avareza que causou a perda desses povos, que por serem tão dóceis e tão benignos foram tão fáceis de subjugar; e quando os índios acreditaram encontrar algum acolhimento favorável entre esses bárbaros, viram-se tratados pior que animais e como se fossem menos ainda que o excremento das ruas; e assim morreram, sem Fé e sem Sacramentos, tantos milhões de pessoas. [...]."
(LAS CASAS, Bartolomé de. O Paraíso Destruído. tradução de Heraldo Barbuy. Porto Alegre: L&PM, 1985. p. 30.)
“Aqueles que superam os outros em prudência e razão são os senhores; ao contrário, porém, os preguiçosos, os espíritos lentos, são, por natureza, servos. E é justo e útil que sejam servos. Pela própria lei divina, será sempre justo e conforme o direito natural que as nações bárbaras e desumanas, estranhas à vida civil e aos costumes pacíficos, estejam submetidas a príncipes e nações mais cultas e humanas, de modo que eles abandonem a barbárie e se conformem a uma vida mais humana e ao culto da virtude. E se eles recusarem esse domínio, pode-se impô-lo pelo meio das armas e essa guerra será justa, bem como o declara o direito natural que os homens honrados, inteligentes, virtuosos e humanos dominem aqueles que não têm essas virtudes.”
(SEPÚLVEDA, Juan Gines. Apud. MORAES, José Geraldo Vinci de. Caminhos das civilizações. São Paulo, Atual, 1998, p. 179.)

Comparando os pontos de vista acima expressos, é possível CONCLUIR que
a) Bartolomé de Las Casas e Sepúlveda estavam de acordo quanto a incapacidade dos indígenas de se adaptarem aos padrões culturais do colonizador, por isso defendiam que a Igreja Católica e a Coroa Espanhola deveriam somar esforços no projeto de colonização.
b) Sepúlveda e Bartolomé de Las Casas estavam de acordo quanto ao fato de que os indígenas deveriam ser identificados como escravos naturais, encontrando argumentos do ponto de vista jurídico e religioso para promover a destruição das suas culturas.
c) Sepúlveda defendia os indígenas, questionando a superioridade da civilização européia porque estava a serviço da Coroa Espanhola, ao passo que Bartolomé de Las Casas defendia os indígenas porque representava a Igreja Católica no serviço de evangelização dos nativos.
d) Bartolomé de Las Casas ressaltou as atrocidades cometidas contra os indígenas pelos espanhóis, ao passo que Sepúlveda as justificou, defendendo a superioridade da cultura européia em relação a dos povos nativos.
e) Sepúlveda e Bartolomé de Las Casas afirmavam que, muito embora os indígenas não fossem bárbaros, deveriam receber uma educação européia a fim de compreenderem a destruição que estaria implicada no projeto colonizador dos espanhóis.


05. (Pitágoras) Considere:
“(...) Foram diversos os aportes civilizatórios da África para o Brasil, e algumas regiões tiveram especial relevância nesse processo, como é o caso de Angola. Práticas religiosas, conhecimentos técnicos agrícolas e de mineração, valores sociais, costumes na vida cotidiana e hábitos de alimentação fizeram parte da bagagem cultural que os escravizados trouxeram para a formação de nosso país. (...) Os laços que ligam o Brasil a Angola existem há muito tempo. Remontam à formação do Império português, do qual fizeram parte, e se estendem por séculos, chegando aos nossos dias. (...) Após a década de 1980, surgiram novas rotas de migração. Inicialmente provenientes de Angola, hoje acrescidas de recentes levas vindas do Congo, essas populações de refugiados são formadas principalmente por jovens do sexo masculino. A nova diáspora centro-africana para o Brasil é fruto de guerras e das impossibilidades geradas por séculos de espoliação. E nós temos uma identidade e uma responsabilidade histórica com esses povos.”
(LIMA E SOUZA, Mônica. “Venho de Angola, camará” in Revista de História da Biblioteca Nacional, ano 4, n° 39, p. 15-17)

“Trago a minha banda /Só quem sabe onde é Luanda / Saberá lhe dar valor”
(Gilberto Gil, Palco)

A partir dos textos, é possível AFIRMAR que
I. as heranças congo-angolanas permitem perceber e reconhecer a influência da África em nossa formação cultural.
II. Angola alimentou o Brasil de braços, tradições e saberes, marcando uma interdependência histórica entre os dois países que chega aos dias de hoje.
III. as relações do Brasil com a África se limitam à memória da escravidão iniciada na época da formação do Império português.
IV. uma vez que a África pouco explica quem somos, não há motivos para aproximar a História do Brasil da História da África.
Estão corretas as afirmativas
a) I e II
b) I e III
c) II e III
d) II e IV
e) III e IV
06. Durante os processos de independência dos países da América Latina, a Inglaterra colocou-se ao lado dos países latino-americanos contra suas metrópoles, buscando transformá-los em mercados fornecedores de matérias-primas e consumidores de produtos industrializados. Os Estados Unidos, por sua vez, objetivando estender sua influência política e econômica e reduzir a das potências européias sobre a América, lançaram, em 1823, uma doutrina cujo lema era “América para os americanos”. Essa reação dos Estados Unidos ficou conhecida como:
a) Doutrina Monroe.
b) Doutrina Trumman.
c) Plano Marshall.
d) Doutrina Washington.
e) Doutrina Grant.

07. Com base na figura acima e em seus conhecimentos, pode-se dizer que a Política do Big Stick, estabelecida pelos Estados Unidos no início do século XX, constituiu:
I. uma política populacional baseada nas teorias malthusianas sobre o descompasso entre a produção de alimentos e o crescimento demográfico;
II. uma política externa com a qual se pretendeu reservar o direito dos Estados Unidos de intervirem na América Latina.
III. uma política interna cujo objetivo era a superação das contradições socioeconômicas existente sentre o Norte e o Sul.
Assinale a opção correta:
a) apenas a alternativa III está correta.
b) apenas as alternativas I e III estão corretas.
c) apenas a alternativa I está correta.
d) apenas a alternativa II está correta.
e) apenas as alternativas II e III estão corretas.


08. (CNDL)
WIND OF CHANGE / VENTO DA MUDANÇA
(Scorpions)
(...)Você já imaginou
Que nós podemos ser íntimos, como irmãos?
O futuro está no arEu posso senti-lo em todo lugar
Soprando com o vento da mudança
Leve-me à magia do momentoEm uma noite de glória
Onde as crianças do amanhã ficam sonhando
No vento da mudança
(...) Leve-me à magia do momento
Em uma noite de glória
Onde as crianças de amanhã compartilham seus sonhos
Com você e comigo
O vento da mudança sopra direto
Na cara do tempo
Como uma ventania que irá tocar
O sino de liberdade pela paz de espírito
Wind of change, Scorpions. Crazy Word, 1990. Mercury Records.

Essa canção da banda de rock alemã Scorpions transformou-se no hino da queda do Muro de Berlim e dos acontecimentos históricos que provocaram o final da Guerra Fria.
Sobre o referido contexto histórico, são feitas as seguintes afirmações.
I – A expressão "vento da mudança", citada na letra da música, simboliza o processo histórico que instituiu a "Cortina de Ferro" no Leste Europeu.
II - A queda do Muro de Berlim foi o marco histórico mais relevante dos diversos movimentos contra a ditadura e em defesa da democracia no Leste Europeu.
III – Há exatos 20 anos, a derrubada do Muro de Berlim simbolizou a queda do socialismo na Alemanha Oriental e o início do processo de reunificação alemã.
IV – O fim da URSS e a derrubada dos regimes socialistas no Leste Europeu marcaram o fim da ordem bipolar e a inauguração de uma nova era, o chamado vento da mudança mencionado na canção.

São corretas.
a) I e II.
b) II, III e IV.
c) I, III e IV.
d) I e III.
e) II e III.
09. A Queda do Muro de Berlim, em 1989, pode ser analisada sob vários enfoques. Assinale a alternativa que pode representar uma dessas interpretações.
a) Consolidação do comunismo na República Democrática Alemã.
b) Vitória do capitalismo neoliberal sobre o socialismo real.
c) Incorporação dos países da Europa do Leste ao Mercado Comum Europeu.
d) Fortalecimento da presença soviética no cenário político da Europa.
e) Estancamento da migração de alemães-orientais para o território da República Federal da Alemanha.
GABARITO
01. C
02. C
03. D
04. D
05. A
06. A
07. D
08. B
09. B

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