sábado, 2 de outubro de 2010

Segundo Ano - CNDL
Quarto Bimestre - História do Brasil
Colégio Notre Dame de Lourdes
Coleção Pitágoras
Unidade - O Período Populista
Capítulo 1 - O Governo Dutra

As eleições presidenciais de 1945





Figura: Vargas, pressionado pela oposição e pelos Estados Unidos, aceita adotar medidas como a suspensão da censura, a concessão de Habeas Corpus a oposicionistas exilados e anistia para os presos políticos.
Fonte: Théo. Careta. ano 38, nº 1926, 26 maio de 1945

Na charge acima, o cartunista Théo mostra a necessidade de Getúlio Vargas flexibilizar o regime em razõa dos resultados políticos da participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), ao lado das forças democráticas, das ácidas críticas dos oposicionistas, especialmente veiculadas no Primeiro Congresso Brasileiro de Escritores, das pressões da UNE e de entidades anti-fascistas.


A Constituição de 1937 previa a possibilidade de um plebiscito, após passados seis anos do golpe, para permitir a renovação dos cargos de presidente e interventores. Começaram a circular boatos de que haveria eleições, e logo surgiu o nome do brigadeiro Eduardo Gomes como possível candidato da oposição. As manifestações contrárias a Vargas cresciam.
Em janeiro de 1945, o Primeiro Congresso Brasileiro de Escritores, realizado em São Paulo, apresentou denúncias contundentes ao governo Vargas. Foi elaborada uma declaração de Princípios, em que se destacava a defesa da legalidade democrática, da liberdade de expressão, da realização de eleições.
A vida partidária começou a ser reorganizada. A lei eleitoral de 28 de maio de 1945 – a Lei Agamenon – exigiu que os partidos fossem nacionais e fixou a data de 2 de dezembro de 1945 para a escolha do Congresso e de um novo presidente para o Brasil.
A União Democrática Nacional (UDN), criada a partir da oposição liberal a Getúlio, apoiou a candidatura do Brigadeiro Eduardo Gomes. Vargas criou o Partido Social Democrático (PSD), integrado pelas oligarquias regionais, industriais e banqueiros beneficiados pela sua política econômica, que lançou a candidatura do ministro da Guerra, General Eurico Gaspar Dutra. Para contar com o apoio dos trabalhadores e fazer frente ao Partido Comunista Brasileiro, a máquina governamental criou o Partido Trabalhista Brasileiro, apoiado na cultura política do trabalhismo.

Ouça esta marcha carnavalhesca "Palácio do Catete"
Composta por Herivelto Martins e Ciro de Souza de 1945, pouco antes da eleição presidencial depois da ditadura do Getúlio. Foi gravada pelo cantor Francisco Alves.



Palacete no Catete


Existe um palacete no Catete
E consta que foi desocupado
O vizinho do lado estava informado
Que o seu vizinho
Já pensava em se mudar
Este inquilino, apesar dos desenganos
Morou nesse palacete...15 anos!


Catete, zona preferida
Todo mundo quer
Porque lá é de colher
Bonde na porta
Condução lá é mato
Mas a senhoria
Quer seis anos de contrato

Um comentário:

  1. É interessante estudar essas marchinhas que falavam da política brasileira da época. Essa música do Chico Alves é bem emblemática. Outro exemplo é o bonde de São Januário, também já demonstrada neste blog.

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