terça-feira, 26 de maio de 2015

Roteiro de estudos: A Abolição da escravatura

Roteiro de estudos: A Abolição da escravatura
1. (Unesp) "Por volta dos anos de 1880, era óbvio que a abolição estava iminente. O parlamento, reagindo ao abolicionismo de dentro e de fora do país, vinha aprovando uma legislação gradualista. As crianças nascidas de mães escravas foram declaradas livres em 1871..." 
(Emília V. da Costa, DA MONARQUIA À REPÚBLICA.) 

a) Além da Lei do Ventre Livre, qual outra teve esse mesmo caráter gradualista? 

b) Justifique o caráter gradualista do movimento da abolição. 


resposta: 
a) A Lei do Sexagenário (1885) que libertava os escravos com mais de 60 anos. 

b) No Parlamento, a questão escravista era mais delicada. Como a maioria dos deputados era proprietária de terras e de escravos, defendia a emancipação lenta e gradual dos cativos, com o pagamento, pelo governo, de indenizações aos seus senhores. 

2. (UFMG) Leia a frase. 
"Precisamos de braços (...) no intuito de aumentar a concorrência de trabalhadores e, mediante a lei da oferta e procura, diminuir o salário." 


(Fala de um deputado paulista, Anais da Câmara,1888.) 

A frase acima se refere. 
a) à polêmica em torno da preparação dos trabalhadores brasileiros, visando a sua adequação ao trabalho no interior das fábricas. 
b) à discussão frente às revoltas populares que, no final do século XIX, reivindicavam a manutenção dos níveis salariais. 
c) ao debate em torno da política imigratória, que permitiu a criação de condições para sustentar a expansão cafeeira. 
d) à proposta de solução para a escassez de mão-de-obra escrava no centro-sul do País, no contexto do abolicionismo. 


resposta:[C] 

3. (Ufscar) Leia o seguinte trecho do livro "O Abolicionismo", escrito por Joaquim Nabuco e publicado em 1883. 

Em 1871, porém, a Nação brasileira deu o primeiro aviso à escravidão de que a consciência a vexava, e ela estava ansiosa por liquidar esse triste passado e começar vida nova. Pode alguém que tenha adquirido escravos depois desta data, queixar-se de não ter sido informado de que a reação do brio e do pudor começava a tingir a face da Nação? O preço dos escravos subiu depois da lei (...) como subira depois de acabado o Tráfico, sendo o efeito de cada lei humanitária que restringe a propriedade humana aumentar-lhe o valor, como o de outra qualquer mercadoria, cuja produção diminui quando a procura continua a ser a mesma. 

("O Abolicionismo". Petrópolis: Vozes, 1988, p. 157.) 

a) Identifique e escreva sobre o conteúdo da lei de 1871, a que se refere Joaquim Nabuco. 

b) De que forma o autor desenvolve o ponto de vista de que a situação da escravidão começou a mudar após 1871? 

resposta: 

a) Em setembro de 1871, os deputados aprovaram, numa perspectiva de emancipação gradual dos cativos, a Lei do Ventre Livre, que declarava libertos os filhos de mulher escrava que nascessem no país a partir da promulgação da lei. Os filhos ficariam sob a guarda do senhor até a idade de 8 anos. A partir de então, o senhor poderia libertá-los, em troca de títulos públicos, ou se utilizar gratuitamente de seus serviços até completarem 21 anos. Na realidade, a Lei do Ventre Livre pretendia esvaziar o movimento abolicionista e, ao mesmo tempo, garantir aos proprietários de terra uma transição segura para o trabalho assalariado. Essa lei teve pouca eficácia. Para se ter uma ideia, o número de crianças libertas em 1879 e 1880, quando teriam alcançado os 8 anos, era insignificante. Até o final de 1880, apenas 4.500 escravos haviam sido libertados pelo Fundo de Emancipação, isto é, apenas 0,3% da população escrava do país naquele ano. 

b) O autor considera que a aprovação da referida lei contribuiu para intensificar o processo de abolição na medida em que o preço do escravo elevou-se como já havia elevado anteriormente após a decretação da lei que proibia o tráfico internacional de escravos. 

4. (UFPE) Sobre o movimento do republicanismo e do abolicionismo, indique a alternativa correta. 

a) A Abolição da Escravatura e o republicanismo no Brasil foram movimentos que caminharam associados, pois estiveram inspirados no Positivismo. 
b) O movimento republicano no Brasil, na década de 1870, esteve dissociado da luta abolicionista, porque republicanos e abolicionistas pertenciam a classes sociais divergentes. 
c) O movimento abolicionista e o movimento republicano não caminharam associados, pois o primeiro tinha grande apoio do monarca, a ponto de a Lei Áurea ter sido assinada pela Princesa Isabel. 
d) O movimento republicano só ganhou força após a abolição, pois significativas parcelas da classe dominante republicana eram proprietárias de escravos e não apoiavam a luta abolicionista. 
e) O movimento republicano deu um grande impulso ao movimento abolicionista, como já havia ocorrido em outros países da América do Sul, em que a República acarretou o fim da escravidão. 




resposta:[D] 


5. (UFMG) Leia este trecho de documento: 

Pela presente, por um de nós escrita e por ambos assinada, declaramos que, desejando comemorar por um ato digno da Religião de Cristo, o redentor, e de humanidade, o aniversário que hoje celebramos, e atendendo aos serviços que já tem nos prestado o pardo Sabino, nosso escravo, temos de comum acordo e de muita nossa livre e espontânea vontade, resolvido conferir ao mesmo, como conferimos, a sua liberdade, podendo conduzir-se como se de ventre livre fosse nascido: com a cláusula porém de continuar a servir-nos, ou a pessoa por qualquer de nós designada, ainda por espaço de cinco anos a partir desta data. 
(Registro de uma carta de liberdade conferida, em 1866, pelo Dr. Agostinho Marques Perdigão Malheiro e sua mulher ao pardo Sabino. Citado por CHALHOUB, Sidney. "Visões da liberdade". São Paulo: Companhia das Letras, 1990. p.140.) 


Com relação à conjuntura histórica em que foi abolida a escravidão e com base nas informações contidas nesse trecho, é CORRETO afirmar que 

a) a extinção da escravidão se deu de forma abrupta, sendo que as elites abolicionistas optaram por uma estratégia radical de enfrentamento com a Coroa, o que causou grandes traumas sociais.

b) as soluções encontradas para o problema da escravidão não escaparam ao controle político da Igreja Católica, que acabou impondo aos fiéis da elite uma teoria particular do abolicionismo. 

c) o debate sobre a abolição trouxe à tona as ambiguidades das atitudes políticas de uma parte da elite brasileira, que julgava o ato de emancipação uma benesse, pela qual o ex-escravo deveria pagar. 

d) os problemas ligados à escravidão se atenuaram ao longo do século XIX, quando o crescimento das revoltas escravas suprimiu conflitos entre os negros e as elites rurais. 


resposta:[C] 

6. (UFC) Em sua obra "O Abolicionismo", Joaquim Nabuco afirma: "Para nós a raça negra é um elemento de considerável importância nacional, estreitamente ligada por infinitas relações orgânicas à nossa constituição, parte integrante do povo brazileiro. Por outro lado, a emancipação não significa tão somente o termo da injustiça de que o escravo é martyr, mas também a eliminação simultânea dos dois typos contrários, e no fundo os mesmos: o escravo e o senhor." 
(NABUCO, Joaquim. "O Abolicionismo." Edição fac-similar. Recife. Fundação Joaquim Nabuco. Ed. Massangana. 1988. p. 20) 

Em relação à condição do negro na sociedade brasileira, é correto afirmar que: 
a) a abolição representou uma perda total da mão-de-obra pelos antigos senhores. 
b) o fim da escravidão possibilitou ao negro liberto a integração no mercado de trabalho e o livre acesso à terra. 
c) as Sociedades Libertadoras tinham como objetivo principal promover a integração do ex-escravo na sociedade, garantindo-lhe os direitos de cidadania. 
d) a diferença entre o processo abolicionista ocorrido nos Estados Unidos da América e o ocorrido no Brasil foi a ausência de preconceito racial em nosso país. 
e) o negro livre permaneceu à margem do universo cultural estabelecido por uma sociedade regida pelo branco e continuou sujeito ao preconceito e a novos mecanismos de controle social. 




resposta:[E] 

7. (UNESP) Em 1871, porém, a Nação Brasileira deu o primeiro aviso à escravidão de que a consciência a vexava, e ela estava ansiosa por liquidar esse triste passado e começar vida nova. Pode alguém que tenha adquirido escravos depois desta data queixar-se de não ter sido informado de que a reação de brio e do pudor começava a tingir a face da Nação? O preço dos escravos subiu depois da lei (...). 
(J. Nabuco, "O abolicionismo".) 

a) Qual a lei que restringiu a instituição da escravidão no Brasil a que se refere Nabuco? 

b) Explique o conteúdo dessa lei e por que o autor afirma que, após sua promulgação, "o preço dos escravos subiu". 




resposta: 
a) Lei do Ventre Livre. 

b) Essa lei libertava os filhos de mulher escrava nascidos a partir de sua promulgação. Com isso diminuía ainda mais a oferta de novos escravos no mercado interno brasileiro, o que por sua vez contribuia para o aumento no preço dos cativos. 


8. (PUCRS) Responder à questão com base nas afirmativas abaixo, sobre o movimento abolicionista no Brasil, na segunda metade do século XIX. 

I. A campanha abolicionista reforçava-se pela pressão antiescravista internacional e pelo fato de o Brasil ser o último país independente a manter a escravidão após 1865. 
II. O movimento abolicionista tinha a participação de setores agrários não-vinculados à escravidão e das camadas médias urbanas: intelectuais, profissionais liberais e estudantes universitários. 
III. Importantes setores do abolicionismo viam a necessidade de serem criados meios de integração dos negros à sociedade na condição de trabalhadores assalariados após a abolição. 

Pela análise das afirmativas, conclui-se que 
a) apenas a I está correta. 
b) apenas a III está correta. 
c) apenas a I e a II estão corretas. 
d) apenas a II e a III estão corretas. 
e) a I, a II e a III estão corretas. 

resposta:[E] 


9. (UFU) Considere o fragmento a seguir: 
"O nosso caráter, o nosso temperamento, a nossa organização toda, física, intelectual e moral, acha-se terrivelmente afetada pelas influências com que a escravidão passou trezentos anos a permear a sociedade brasileira. A empresa de anular essas tendências é superior, por certo, aos esforços de uma só geração, mas, enquanto essa obra não estiver concluída, o abolicionismo terá sempre razão de ser." 

Joaquim Nabuco. "O Abolicionismo". 1883. 

Neste trecho, Joaquim Nabuco, um dos principais líderes abolicionistas da década de 1880, sugere que o fim da escravidão é necessário não apenas pela "barbaridade" que representa em relação aos cativos, mas por ser responsável por efeitos nefastos na sociedade, na política e na economia brasileira. Para o autor, não se impunha somente a necessidade de eliminar o cativeiro dos escravos, mas também de regenerar as influências da escravidão na sociedade brasileira. A respeito deste assunto, cite três efeitos (um na sociedade, um na política e um na economia) negativos que a escravidão, aos olhos dos abolicionistas, possa ter criado no Brasil ao longo de seus trezentos anos de existência. 



resposta: 
Os efeitos negativos que a escravidão provocou na sociedade brasileira são diversos. Poderia-se mencionar o fato de ter desenvolvido uma mentalidade preconceituosa (racismo) em relação ao negro, do ponto de vista político foi a não extensão dos princípios de cidadania (direito ao voto) a essa pessoas, e do ponto de vista econômico foi a preservação de uma economia agrária ligada ao trabalho compulsório. 


10. (UFG) Leia o texto a seguir. "Não nos basta acabar com a escravidão; é preciso acabar com a obra da escravidão." Joaquim Nabuco, citado em NOGUEIRA, Marco Aurélio. Joaquim Nabuco: o abolicionismo. In: MOTA, Lourenço Dantas (Org.). "Introdução ao Brasil". Um banquete no trópico 2. 2. ed. São Paulo: SENAC, 2002, p. 184. 

Abolicionistas como Joaquim Nabuco e André Rebouças acreditavam que a escravidão instituíra deformidades estruturais, irremovíveis caso a questão fosse enfrentada somente em seus caracteres políticos e jurídicos. A partir disso, responda às questões a seguir. 

a) Cite as duas mais importantes reformas sociais propugnadas pelos propagandistas da abolição e diga se elas se converteram em ação imediata por parte do poder público.


b) A Constituição republicana de 1891 assegurou a todo brasileiro o direito ao voto? Justifique. 

resposta: 

a) As duas mais importantes reformas sociais propostas pelos abolicionistas eram a imediata abolição e a integração dos negros na sociedade brasileira dando-lhe condições básicas de sobrevivência. O governo imperial acabou desenvolvendo um longo processo abolicionista que acabou se arrastando por quase 50 anos, até a abolição definitiva da escravidão no ano de 1888. 

b) Não. Pela Constituição de 1891 tinha direito ao voto no Brasil apenas os homens alfabetizados, maiores de 21 anos. Estavam excluídos do direito ao voto as mulheres, os analfabetos. 


11. (UFPR) "A introdução de novos africanos no Brasil não aumenta a nossa população e só serve de obstar a nossa indústria. Apesar de entrarem no Brasil perto de quarenta mil escravos anualmente, o aumento desta classe é nulo, ou de muito pouca monta: quase tudo morre ou de miséria ou de desesperação, e todavia custaram imensos cabedais. [...] Os senhores que possuem escravos vivem, em grandíssima parte, na inércia, pois não se vêem, precisados pela fome ou pobreza, a aperfeiçoar sua indústria ou melhorar sua lavoura. [...] Ainda quando os estrangeiros pobres venham estabelecer-se no país, em pouco tempo deixam de trabalhar na terra com seus próprios braços e, logo que podem ter dois ou três escravos, entregam-se à vadiação e desleixo." 

(ANDRADA E SILVA, José Bonifácio de. Representação à Assembléia Geral Constituinte e Legislativa do Império do Brasil sobre a Escravatura, de 1823. In: DOLHNIKOF, Miriam. "José Bonifácio de Andrada e Silva: Projetos para o Brasil". São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 56-57.) 

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o abolicionismo no Brasil, é correto afirmar que nas duas primeiras décadas do século XIX: 

a) o movimento abolicionista consolidava uma articulação de partidos políticos em prol da libertação dos africanos e da sua inserção na sociedade brasileira como trabalhadores livres para a agricultura e para a indústria. 
b) as elites dirigentes estavam plenamente convencidas da necessidade da abolição do tráfico negreiro para defender o sistema escravista das pressões empreendidas pelo movimento humanitário internacional. 
c) alguns setores sociais pretendiam promover o progresso econômico do Brasil com base na indústria e viam os negros como obstáculo a esse desenvolvimento, na medida em que eles não tinham qualquer aptidão para o trabalho naquele setor. 
d) alguns integrantes da elite dominante passaram a compreender a escravidão como um problema que dificultava o progresso nacional, já que a sua manutenção desestimulava novos empreendimentos econômicos. 
e) as elites dirigentes do Brasil estavam convencidas de que a abolição da escravidão ocorreria mais cedo ou mais tarde e era necessário, portanto, substituir o escravo pelo trabalhador livre. 


resposta:[D] 

12. (FUVEST - 2012) Examine a seguinte tabela: 
História
A tabela apresenta dados que podem ser explicados 
a) pela lei de 1831, que reduziu os impostos sobre os escravos importados da África para o Brasil. 
b) pelo descontentamento dos grandes proprietários de terras em meio ao auge da campanha abolicionista no Brasil. 
c) pela renovação, em 1844, do Tratado de 1826 com a Inglaterra, que abriu nova rota de tráfico de escravos entre Brasil e Moçambique. 
d) pelo aumento da demanda por escravos no Brasil, em função da expansão cafeeira, a despeito da promulgação da Lei Aberdeen, em 1845. 
e) pela aplicação da Lei Eusébio de Queirós, que ampliou a entrada de escravos no Brasil e tributou o tráfico interno. 




resposta:[D] 


13. (FGV) A Lei de Terras, aprovada em 1850, duas semanas após a proibição do tráfico de escravos, "tentou pôr ordem na confusão existente em matéria de propriedade rural, determinando que, no futuro, as terras públicas fossem vendidas e não doadas, como acontecera com as antigas sesmarias, estabeleceu normas para legalizar a posse de terras e procurou forçar o registro das propriedades." 

Boris Fausto, "História do Brasil", 1994. 


Sobre essa Lei de Terras é correto afirmar que: 
a) Sua promulgação coincidiu com a Lei Eusébio de Queiroz, mas não há nenhuma relação de causalidade entre ambas. 
b) Ao entrar em vigor, não foi respeitada, podendo ser considerada mais uma "lei para inglês ver". 
c) Sua promulgação foi concebida como uma forma de evitar o acesso à propriedade da terra por parte de futuros imigrantes. 
d) Sua aprovação naquele momento decorreu de os Estados Unidos terem acabado de aprovar uma lei de terras para o seu território. 
e) Ao entrar em vigor, teve efeito contrário ao de sua intenção original, que era a de facilitar o acesso à propriedade. 

resposta:[C] 

14. (UFRJ) A Lei Euzébio de Queiroz e a Lei de Terras, ambas de setembro de 1850, são consideradas marcos na modernização da sociedade brasileira. 
a) Explicite o conteúdo de cada uma dessas leis. 

b) Explique os motivos pelos quais ambas as leis são consideradas marcos na modernização da sociedade brasileira. 

resposta: 

a) Lei Eusébio de Queirós proibia o tráfico de escravos da África para o Brasil. Lei de Terras de 1850 atribuía um valor imobiliário às terras, que não seriam mais doadas como haviam sido as sesmarias. Essa lei foi um dos estatutos responsáveis para a consolidação dos latifúndios no Brasil. 

b) A Lei Eusébio de Queirós permitiu a liberação de capitais do tráfico negreiro p/ setores mais produtivos (industrialização, bancos, mecanização das fazendas, etc), enquanto a Lei de Terras valorizou comercialmente as terras brasileiras, aquecendo o mercado interno. 


15. (PUCPR) "O espelho da historiografia reflete imagens côncavas e convexas. A imagem real em frente do espelho, porém, parece revelar uma nação rude, dividida, de espírito escravista e anti-legalista, que relutou ao máximo antes de alterar sua ordem econômica e social baseada na exploração do trabalho escravo. Uma nação que, às 3h15 de uma tarde ensolarada de domingo, 13 de maio de 1888, não apenas não se livraria de seu passado conturbado como, ainda hoje, parece incapaz de lidar com ele." 

(Bueno, Eduardo. "Brasil: uma História".1. edi., São Paulo, Ática, 2005, p. 218.) 

Sobre a abolição da escravidão: 

I - Para historiadores com tendências monarquistas, a princesa Isabel foi a heroína que teve a coragem de abolir a escravidão, o que lhe causou a perda do trono. 
II - A radical e intensa pressão da Igreja durante quase todo o segundo reinado, foi uma das mais importantes forças a favor da libertação dos escravos. 
III - A Lei Rio Branco, também conhecida como "Lei dos Sexagenários", que libertava escravos maiores de 60 anos, na verdade beneficiava os proprietários, permitindo que se livrassem de escravos com idade avançada. 
IV - Por meio do Fundo de Emancipação, foram pagas indenizações apenas aos cafeicultores, após uma manobra política bem executada por deputados que representavam os proprietários de terras do oeste paulista. 


É correta ou são corretas: 
a) apenas I. 
b) I e III. 
c) I e IV. 
d) apenas III. e) III e IV. 


resposta:[A] 

16. (FATEC) Em 4 de setembro de 1850, foi sancionada no Brasil a Lei Eusébio de Queirós (ministro da Justiça), que abolia o tráfico negreiro em nosso país. Em decorrência dessa lei, o governo imperial brasileiro aprovou outra, "a Lei de Terras". Dentre as alternativas a seguir, assinale a correta. 

a) A Lei de Terras facilitava a ocupação de propriedades pelos imigrantes que passaram a chegar ao Brasil. 
b) A Lei de Terras dificultou a posse das terras pelos imigrantes, mas facilitou aos negros libertos o acesso a elas. 
c) O governo imperial, temendo o controle das terras pelo coronéis, inspirou-se no "Act Homesteade" americano, para realizar uma distribuição de terras aos camponeses mais pobres. 
d) A Lei de Terras visava a aumentar o valor das terras e obrigar os imigrantes a vender sua força de trabalho para os cafeicultores. 
e) O objetivo do governo imperial, com esta lei, era proteger e regularizar a situação das dezenas de quilombos que existiam no Brasil. 



resposta:[D] 


17. (FGV) Leia as afirmativas acerca da economia brasileira do século XIX. 

I. A expansão da malha ferroviária, na segunda metade do século, tem relação direta com o forte desenvolvimento da economia açucareira. 
II. O fim do tráfico negreiro, em 1850, trouxe como decorrência a liberação de capitais para outras atividades econômicas. 
III. A Tarifa Alves Branco (1844), criada para aumentar as receitas do governo imperial, revelou-se uma medida protecionista. 
IV. Em função da Lei de Terras (1850), ampliou-se o acesso à terra por parte de imigrantes e ocorreu a expansão da pequena e média propriedade. 
V. A Lei do Ventre Livre (1871) e a Lei dos Sexagenários (1885) faziam parte de um projeto de abolição gradual da escravidão. 

São corretas as afirmativas 
a) I e II, apenas. 
b) II, III e IV, apenas. 
c) II, III e V, apenas. 
d) II, III, IV e V, apenas. 
e) I, II, III, IV e V. 

resposta:[C] 

18. (UEL) Analise a figura a seguir. 
Com base na imagem e nos conhecimentos sobre o processo abolicionista no Brasil, é correto afirmar: 
a) Agostini satiriza a disputa entre fazendeiros e industriais brasileiros pela contratação da mão-de-obra negra como assalariada após a Abolição. Para as elites, os ex-escravos seriam os mais capazes para o trabalho na agricultura e na indústria. 
b) A imagem representa a disputa entre fazendeiros e parlamentares para ficar com as glórias pela aprovação da primeira lei de abolição da escravidão na América Latina. 
c) Agostini critica as estratégias das elites dirigentes, proprietários de terras e escravos, utilizadas para protelar o fim do trabalho escravo, no contexto da atuação dos movimentos abolicionistas. 
d) Agostini apresenta uma crítica à campanha inglesa contra a abolição da escravidão, retratando o vigoroso embate entre abolicionistas brasileiros e comerciantes ingleses radicados no Brasil. 
e) A imagem aponta para os embates entre abolicionistas e representantes das camadas populares que, organizadas em clubes, comitês e confederações, empenharam-se para impedir a libertação dos escravos no Brasil. 

resposta:[C] 

19. (UFscar) As políticas de terras e de mão-de-obra estão sempre relacionadas, e ambas dependem, por sua vez, das fases do desenvolvimento econômico. No século XIX, a expansão dos mercados e o desenvolvimento do capitalismo causaram uma reavaliação das políticas de terras e do trabalho em países direta ou indiretamente atingidos por esse processo. 

(Emília Viotti da Costa, "Da Monarquia à República".) 

Aponte os acontecimentos históricos do século XIX que são exemplos da afirmação da autora. 

a) Nos EUA, a conquista para o Oeste foi regulamentada para o emprego do trabalho escravo permanecer nas atividades econômicas produtivas. 
b) No sudeste do Brasil, a expansão da cafeicultura dependeu da escravidão e de terras doadas pelo poder imperial aos empreendedores. 
c) No Chile, a terra passou a ser parte do patrimônio do governo republicano, e a servidão indígena foi substituída pela escravidão africana. 
d) No Brasil, a terra passou a ser adquirida pela compra, e a mão-de-obra escrava passou a conviver progressivamente com o trabalho livre. 
e) Na Argentina, expedições militares garantiram a expansão da pecuária, e leis foram criadas para proteger os indígenas do processo de expropriação de suas terras.

resposta:[D]

20. (PUCRJ) A capa da "Revista Ilustrada" do ano de 1880 apresenta a ilustração de Ângelo Agostini intitulada "Emancipação uma nuvem que não pára de crescer". 
a) Explique por que a "nuvem da emancipação" não parava de crescer naquela conjuntura. 

b) Com base na ilustração e nos seus conhecimentos, identifique dois argumentos utilizados por uma parcela dos proprietários de escravos para se oporem ao crescimento da "nuvem da emancipação": 


Resposta: 
a) A “nuvem da emancipação” não parava de crescer naquela conjuntura porque foi a partir da década de 1880 que o movimento abolicionista ganhou força com o surgimento de associações, jornais e o avanço da propaganda, construindo uma opinião pública favorável à abolição da escravidão no Brasil. Por outro lado, nesse mesmo momento, intensificaram-se as fugas coletivas e revoltas escravas. Em 1886, atuaram em São Paulo os chamados caifazes, libertando os escravos das fazendas. Todos esses fatores contribuíam para o crescimento da “nuvem da emancipação”. No contexto internacional, o Brasil figurava como a única nação escravista. 

b) Ao longo da década de 1880, apegavam-se à escravidão os proprietários de terras das zonas cafeeiras do Vale do Paraíba. Diante do crescimento do movimento abolicionista, os defensores dos interesses escravocratas colocavam-se contra o crescimento da “nuvem da emancipação” argumentando que a abolição feria seu direito de propriedade e que, portanto, deveria ser realizada com indenização. Afirmavam, ainda, que a imediata libertação dos escravos provocaria a perturbação da tranquilidade e da segurança pública.

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