Confira a correção da avaliação de História (P1 do Segundo Bimestre 2015)
PRIMEIRA SÉRIE
1. (ENEM 2012) Mas uma coisa ouso
afirmar, porque há muitos testemunhos, e é que vi nesta terra de Veragua
[Panamá] maiores indícios de ouro nos dois primeiros dias do que na Hispaniola
em quatro anos, e que as terras da região não podem ser mais bonitas nem mais
bem lavradas. Ali, se quiserem podem mandar extrair à vontade.
Carta de Colombo aos
reis da Espanha, julho de 1503. Apud AMADO, J.; FIGUEIREDO, L. C. Colombo e a
América: quinhentos anos depois. São Paulo: Atual, 1991 (adaptado).
O documento permite identificar
um interesse econômico espanhol na colonização da América a partir do século
XV. A implicação desse interesse na ocupação do espaço americano está indicada
na
A) expulsão dos indígenas para
fortalecer o clero católico.
B) promoção das guerras justas
para conquistar o território.
C) imposição da catequese para
explorar o trabalho africano.
D) opção pela policultura para
garantir o povoamento ibérico.
E) fundação de cidades para controlar a
circulação de riquezas.
2. (FUVEST) "Deus castigou
esta terra com dez pragas muito cruéis por causa da dureza e obstinação de seus
moradores [...]. A primeira dessas pragas foi que, num dos navios, veio um
negro atacado de varíola, uma doença que nunca tinha sido vista nessa
terra." Motolinía. Memórias das coisas da Nova Espanha. A respeito desse
relato do franciscano Motolinía, sobre a conquista da cidade do México pelos
espanhóis, em 1520, pode-se concluir que
a) os religiosos europeus justificavam
a conquista das populações indígenas por serem geneticamente frágeis.
b) os povos indígenas adotavam
táticas cruéis de guerra que incluíam a disseminação de epidemias entre os
conquistadores.
c) os astecas foram dominados
pelos espanhóis por meio de uma estratégia que evitou a guerra, mas disseminou
epidemias mortíferas.
d) as epidemias tornaram-se uma
forma eficiente de dominação empregada pelos europeus na conquista das terras
indígenas.
e) as epidemias originárias da
África dizimaram parte do exército dos conquistadores espanhóis e dos indígenas
mexicanos.
resposta da questão 2: [D]
Comentário da questão:
A questão sobre a conquista da América pede uma
interpretação do texto e faz referência a uma das formas de dizimação dos povos
indígenas, as doenças trazidas pelos espanhóis.
3. (CNDL) Apresente as principais
características das colônias de exploração e das colônias de povoamento.
resposta da questão 3:
Colônias de exploração:
Latifúndio, as terras eram
distribuídas em enormes propriedades agrícolas.
Monocultura: toda a produção era
para suprir as necessidades do mercado exterior.
Havia um produto principal e toda
produção acontecia em torno dele (caso do açúcar, café e borracha no Brasil).
Esquecimento do mercado interno,
com enfraquecimento das atividades comerciais.
Trabalho escravo, com utilização
dos negros.
Colônias de povoamento:
Médias e pequenas fazendas, os colonos trabalhavam e
desenvolviam os locais, gerando prosperidade econômica.
Tudo que era feito
servia a colônia internamente, a produção agrícola regia a economia.
Liberdade para o trabalho
Autonomia comercial, não sendo totalmente dependente da
metrópole.
Independência política e atitude libertadora de seus membros
Reunião de trabalhadores em assembleias para discutir o
futuro da terra
Política que atraía mais e mais trabalhadores.
Eram colônias atípicas - não ajudavam na balança comercial e
não interessavam tanto à metrópole;
Faziam a prática da policultura
Os seus produtos eram semelhantes aos da metrópole
Coexistência de comércio e manufaturas
Mercado interno e uma economia de subsistência;
Comércio produzia para mercados internos e externos
Pacto Colonial mais fraco
Fixação do homem ao solo – necessidade de criar escolas,
igrejas, fábricas, etc.
4. (UFU) "(...) Assim, não
pense que foram tirados do poder, os bens e a liberdade (dos indígenas): e sim
que Deus lhes concedeu a graça de pertencerem aos espanhóis, que os tornaram
cristãos e que os tratam e os consideram exatamente como digo. (...)
Ensinaram-lhes o uso do ferro e da candeia (...) Deram-lhes moedas para que
saibam o que compram e o que vendem, o que devem e possuem. Ensinaram-lhes
latim e ciências, que valem mais do que toda a prata e todo o ouro que eles
tomaram. Porque, com conhecimentos, são verdadeiramente homens, e da prata nem
todos tiravam muito proveito. (...)"
GÓMARA, Francisco López
de. História General de las Índias.
Coletânea de Documentos
para a História da América. São Paulo: CENP, 1978
O texto acima expressa uma forma
de se ver a conquista e a colonização da América pelos espanhóis. A partir da
análise do texto e de seus conhecimentos sobre este processo histórico,
a) faça um comentário sobre a
visão antropocêntrica do autor, destacando a forma como os valores culturais de
espanhóis e indígenas são tratados no texto.
b) identifique e caracterize uma
das três principais sociedades indígenas conquistadas pelos espanhóis Maias,
Astecas ou Incas - mostrando como viviam e se organizavam social e politicamente
no período imediatamente anterior à conquista.
resposta da questão 3:
a) Em uma breve consideração,
vemos que o autor do texto simplesmente ignora a diversidade da cultura
indígena. Por meio de um discurso raso, aponta que o contato com os europeus
consistiu em um ganho incondicional de valores e práticas que aprimorou o modo
de vida dos índios. Sendo assim, ao mesmo tempo em que desconsidera a cultura
nativa, também se silencia em relação aos episódios de violência que marcaram a
colonização do território americano.
b) Maias. Antes da dominação
hispânica, esse povo se organizava em diferentes cidades-Estado, independentes
onde tinham a presença de um chefe local que representava a vontade dos deuses
naquele lugar. Organizada de forma rígida, a sociedade maia contava com a
família real e os mais importantes membros do Estado compondo a elite. Logo em
seguida, havia os comerciantes e funcionários públicos compondo uma faixa
intermediária e, por fim, os trabalhadores braçais que compunham a maioria
absoluta da população.
5. (PITÁGORAS) Analise, com base
no mapa, a estratégia de dominação espanhola na América.
* Cortez entra em Tenochtitlan
(1519)
* Fundação de São Domingos (1496)
* Balboa descobre o Mar do Sul
(1513)
* Pizarro entra em Cuzco (1533)
* Valdívia funda Santiago (1541)
a) Com base na análise,
identifique os principais adelantados e suas respectivas regiões de atuação
b) Analise a estratégia de
dominação espanhola e aponte um desdobramento desse processo na formação das
atuais nações latino-americanas.
resposta da questão 5:
a) Hernan Cortez: México (civilização asteca); Francisco Pizarro: Peru (civilização inca); Vasco Balboa: Panamá; Valdívia: Chile; Bartolomeu Colombo: República Dominicana.
b) A estratégia utilizada pelos adelantados espanhóis foi fundamentada na prática da violência militar, responsável pelo genocídio étnico dos povos nativos do continente. O processo de formação das atuais nações latino-americanas ficou comprometido, em especial, pelos séculos de exploração metropolitana reforçam, por exemplo, a nossa dependência na atualidade em relação ao mercado internacional.
SEGUNDA SÉRIE
1. (ENEM 2014) A transferência da
corte trouxe para a América portuguesa a família real e o governo da metrópole.
Trouxe também, e sobretudo, boa parte do aparato administrativo português.
Personalidades diversas e funcionários régios continuaram embarcando para o
Brasil atrás da corte, dos seus empregos e dos seus parentes após o ano de
1808.
NOVAIS, F. A;
ALENCASTRO, L. F. (Org.) História da vida privada no Brasil. São Paulo: Cia.
Das Letras, 1997
Os fatos apresentados se
relacionam ao processo de independência da América portuguesa por terem
A) Incentivo o clamor popular por
liberdade.
B) Enfraquecido o pacto de
dominação metropolitana.
C) Motivado as revoltas escravas
contra a elite colonial.
D) Obtido o apoio do grupo
constitucionalista português.
E) Provocado os movimentos
separatistas das províncias.
Resposta da questão 1:[B]
Comentário da questão:
O texto da questão aborda uma das consequências da
transferência da Corte portuguesa para o Brasil: o enfraquecimento do pacto de
dominação metropolitana, como a alternativa B evidencia. Isso ocorreu devido a
transformação ocorrida no Brasil após 1808, como: fim do exclusivismo
metropolitano com a abertura dos portões e a estruturação de um aparelho de
estado (Banco do Brasil, imprensa Régia, Casa da Moeda, Alfândega do Rio de
Janeiro etc.). Essa medida cria certa autonomia econômica e administrativa,
fundamentais posteriormente para o processo de independência do Brasil.
2. (CNDL) Em 1810, a Coroa
Portuguesa assinou dois tratados com a Inglaterra que foram fundamentais para a
preponderância britânica no mercado brasileiro ao longo do período joanino
(1808-1821) e de praticamente todo o período imperial brasileiro. Comente as
determinações dos tratados de comércio e navegação, aliança e amizade.
resposta da questão 2:
Em 1810 foram assinados os
Tratados de Aliança e Amizade, de Comércio e Navegação e um último que tratou
da regulamentação das relações postais entre os dois reinos. Esses tratados
quebraram o monopólio português em nome do liberalismo, e feriram em cheio os
interesses lusos, além de humilhar a soberania portuguesa. A Inglaterra impôs
vantagens, entre elas: o direito da extraterritorialidade, que permitia aos
súditos ingleses radicados em domínios portugueses serem julgados aqui por
juízes ingleses, segundo a lei inglesa; o direito de construir cemitérios e
templos protestantes, desde que sem a aparência externa de templo; a garantia
de que a Inquisição não seria instalada no Brasil, com o que a Igreja Católica
perderia o controle das almas; a colocação dos produtos ingleses nos portos
portugueses mediante uma taxa de 15%, ou seja, abaixo da taxação dos produtos
portugueses, que pagavam 16%, e bem abaixo da dos demais países, que pagavam
24% em nossas alfândegas.
3. (PITÁGORAS) Analise a tabela
sobre os produtos de exportação do Brasil.
Analisando a tabela sobre a economia do Segundo Reinado podemos CONCLUIR
que
A) o Brasil deixou de ser um país
monocultor e diversificou sua pauta de exportação sendo o café o principal
produto exportado.
B) a segunda fase da Revolução
Industrial ocorrida a partir de 1850 contribuiu para que o algodão tornasse o
produto mais exportado.
C) o fim do tráfico negreiro
ocorrido a partir de 1850 contribuiu para queda das exportações de café devido
a falta de mão-de-obra.
D) a entrada maciça de imigrantes
ingleses ocorrida na segunda metade do século XIX, fez com que a Erva-mate
tornasse o principal produto agrícola brasileiro.
E) a diversificação da
agricultura de exportação foi um dos fatores que contribuiu para o grande
desenvolvimento industrial brasileiro no
final do século XIX.
resposta da questão 3:[A]
4. (PITÁGORAS-ENEM VIRTUAL)
Analise a tabela e assinale a alternativa que faz um balanço correto acerca da
economia agrário-exportadora brasileira durante o período em questão.
a) A exploração do pau-brasil, primeira
atividade econômica empreendida por portugueses, contribuiu de forma
significativa na pauta das exportações brasileiras durante os períodos colonial
e imperial.
b) Mesmo em tempos de exportação
do ouro, o açúcar continuou a ser importante produto na pauta do total das
exportações brasileiras, sendo superado apenas pelo café durante o Brasil
Império.
c) Ao contrário do que ocorrera
com a produção do açúcar entre 1650 e 1700, e a do café, entre 1850 e 1900, a
economia mineradora não conheceu diminuição da sua participação na pauta das
exportações durante o século XVIII.
d) Entre 1850 e 1990, o café não
conseguiu se tornar o principal produto das exportações brasileiras devido à
força da tradicional e imbatível produção açucareira.
e) A partir do início do século
XX, a borracha figuraria como produto principal na pauta das exportações
brasileiras, desbancando os gêneros agrícolas tradicionais.
resposta da questão 4:[B]
5. (CNDL) Apresente as principais
transformações socioeconômicas pelas quais passou o Brasil ao longo da segunda
metade do século XIX.
resposta da questão 5:
Durante a Segunda metade do
século XIX, a sociedade brasileira passou por mudanças fundamentais nos campos
políticos, sociais e conseqüentemente na forma de ver e entender a nova
realidade que estavam vivendo.
Foi nesse período que se mudou a
forma de governo, foi feita a Constituição, se iniciou a substituição do
trabalho escravo pelo trabalho assalariado e as fazendas de café e outras
lavouras brasileiras modernizaram-se. As cidades cresceram e nelas as primeiras
indústrias se instalaram.
Para se ter ideia dessas mudanças
sabemos que entre 1850 e 1860 ocorreu o que podemos chamar de surto industrial
no Brasil, pois foram inauguradas no Brasil 70 fábricas que produziam chapéus,
sabão, tecidos de algodão e cerveja, artigos que até então vinham do exterior.
Além disso, foram fundados 14 bancos, três caixas econômicas, 20 companhias de
navegação a vapor, 23 companhias de seguro, oito estradas de ferro. Criaram-se,
ainda, empresas de mineração, transporte urbano, gás, etc.
Este processo de industrialização
proporcionou, através dos anos, que províncias como São Paulo, Rio de Janeiro e
Minas Gerais se tornassem pólos de atração para que os colonos que, espremidos
pelo latifúndio, se deslocassem para a cidade à procura de uma vida melhor,
mais confortável financeiramente. Isto quer dizer que para os grandes
fazendeiros, a vinda para a cidade significava que seus filhos poderiam frequentar escolas e faculdades, tomar contato com os jornais e revistas em
circulação.
Surgiram, neste período, as
primeiras grandes greves, pois o Operariado, cujas condições de trabalho eram
bastante precárias, tenta desenvolver uma ação política independente de
oposição através das greves. A jornada de trabalho podia chegar a 16 horas e a
mão-de-obra infantil e feminina era usada de maneira indiscriminada, não
havendo nenhuma regulamentação salarial.
É claro que essas transformações
ocorrem de forma lenta e não atingiram nem todas as regiões do país e nem todas
das partes das províncias. Regiões do Nordeste, por exemplo, poderiam ser
descritas como imensas terras cercadas com trabalhadores escravos, somente
pequenos núcleos urbanos, nos quais os únicos edifícios de destaque eram a
igreja e a câmara municipal. Lugares
marcados pelo poder dos proprietários de terras.
TERCEIRA SÉRIE
1. (ENEM 2014) Três décadas – de
1884 a 1914 – separam o século XIX – que terminou com a corrida dos países
europeus para a África e com o surgimento dos movimentos de unificação nacional
na Europa – no século XX, que começou com a Primeira Guerra Mundial. É o período
do Imperialismo, da quietude estagnante na Europa e dos acontecimentos
empolgantes na Ásia e na África.
ARENDT, H, As origens
do totalitarismo. São Paulo: Cia. das Letras. 2012.
O processo histórico citado
contribui para a eclosão da Primeira Grande Guerra na medida em que
A) Difundiu as teorias
socialistas.
B) Acirrou as disputas
territoriais.
C) Superou as crises econômicas.
D) Multiplicou os conflitos
religiosos.
E) Conteve os sentimentos
xenófobos.
resposta da questão 1:[B]
Comentário da questão:
A corrida imperialista e a disputa entre os países europeus por
territórios na Ásia e na África acirraram as disputas por territórios
entre os países europeus e contribuiu em grande medida para a
eclosão da Primeira Guerra Mundial.
2. (Ufg 2010) Leia os documentos a seguir.
Os camponeses partem para o front
com incrível entusiasmo; e as classes superiores da sociedade, quer sejam
liberais ou conservadoras, os aclamam, desejando-lhes boa sorte […]
Habitualmente, os camponeses sentiam que não tinham nada a fazer a não ser
beber; mas agora não é mais assim. É como se a guerra lhes desse uma razão para
viver […] No ardor dos soldados russos se percebe o entusiasmo que agita o
coração dos antigos mártires se lançando para a morte gloriosa.
LE BON, Gustave. 1916
apud JANOTTI, Maria de Lourdes. A Primeira Guerra Mundial. O confronto de
imperialismos. São Paulo: Atual, 1992. p.17.
Após um ano de massacre, o
caráter imperialista da guerra cada vez mais se afirmou; essa é a prova de que
suas causas encontram-se na política imperialista e colonial de todos os
governos responsáveis pelo desencadeamento desta carnificina. […] Hoje, mais do
que nunca, devemos nos opor a essas pretensões anexionistas e lutar pelo fim
desta guerra […] que provocou misérias tão intensas entre os trabalhadores de
todos os países.
CONFERÊNCIA DE
ZIMMERWALD - 5 a 8 de setembro de 1915. Apud JANOTTI, Maria de Lourdes. A
Primeira Guerra Mundial. O confronto de imperialismos. São Paulo: Atual, 1992.
[Adaptado].
No início da Primeira Guerra
Mundial (1914-1918), estabeleceu-se, sobretudo na Europa, uma disputa de ideias
em torno do envolvimento nesse conflito. Com base na leitura de cada um dos
documentos, explique as posições assumidas sobre a participação na guerra.
resposta da questão 2:
No caso do primeiro um caráter positivo e
saneador, inclusive moral. No interior dessa atribuição, o soldado documento,
datado de 1916, expressa-se uma posição favorável à participação no conflito,
em acordo com o princípio nacionalista. Para os nacionalistas, a guerra
associava-se à defesa da Pátria, o que exigia a unidade do povo para defender
os interesses internos. Nesse sentido, os nacionalistas atribuíram ao combate era
visto como um herói e o entusiasmo articulava-se a um sentimento de dever para
com a pátria que, por sua vez, preenchia de sentido a vida do combatente. No
caso do segundo documento, datado de 1915, a posição é contrária à guerra,
sendo a expressão de um princípio socialista. Mesmo considerando as tensões
internas ao movimento e a existência de alguns socialistas que apoiavam a
participação no conflito, a guerra é interpretada, neste documento, como um
sintoma da disputa imperialista e como um entrave aos interesses dos
trabalhadores.
3. (UFRJ) "A mesma velha
trincheira, a mesma paisagem, Os mesmos ratos, crescendo como mato, Os mesmos
abrigos, nada de novo, Os mesmos e velhos cheiros, tudo na mesma, Os mesmos
cadáveres no front, A mesma metralha, das duas às quatro, Como sempre cavando,
como sempre caçando, A mesma velha guerra dos diabos."
(soldado inglês)
"Estamos tão exaustos que
dormimos, mesmo sob intenso barulho. A melhor coisa que poderia acontecer seria
os ingleses avançarem e nos fazerem prisioneiros. Ninguém se importa conosco.
Não seremos substituídos. Os aviões lançam projéteis sobre nós. Ninguém mais
consegue pensar. As rações estão esgotadas - pão, conservas, biscoitos, tudo
terminou! Não há uma única gota de água. É o próprio inferno."
(soldado alemão)
Fonte: Marques, Adhemar
Martins et at (orgs.). História Contemporânea através de textos. São Paulo,
Contexto, 2000, pp. 118 e 120.
Os fragmentos apresentam o
depoimento de dois soldados, um inglês e o outro alemão, durante a Primeira
Guerra Mundial (1914-1918).
a) Identifique duas
características que estejam presentes em ambos os textos e expressem os
sentimentos dos combatentes nessa fase da Primeira Guerra.
b) Cite duas consequências
geopolíticas da Primeira Guerra para a Europa entre 1918 e 1939.
resposta da questão 3:
a) Os fragmentos deixam evidentes o
sofrimento da guerra e o desespero diante das condições de miséria e fome, sem a perspectiva de
reversão.
b) Uma das consequências, foi o desmembramento dos impérios
austro-húngaro com a redução da Áustria a 1/8 do seu território e por
conseguinte, o surgimento da Tchecoslováquia, Polônia, Iugoslávia e Hungria e a outra, a perda de parcelas do território alemão para a França.
4. (UFRJ)
A charge "Um cadáver",
de J. Carlos, foi publicada em 1918. Nela, a Germânia diz: "E agora, meu
filho?... Quem paga essas contas?"
(Cadáver: gíria da época para credor, cobrador).
Entre 1914 e 1918, o mundo esteve
envolvido de forma direta ou indireta em sua Primeira Grande Guerra. O quadro
pós-conflito foi definido pelos países vencedores - Inglaterra, França e EUA -
, tendo sido a Alemanha considerada a principal responsável pelo conflito.
Apresente duas determinações do
Tratado de Versalhes (1919) que tiveram fortes repercussões para a economia
alemã no pós- 1a Guerra.
resposta da questão 4:
O candidato poderá apresentar
duas das seguintes determinações do Tratado de Versalhes (1919): - imposição
das chamadas indenizações punitivas tais como: pagamento de 132 bilhões de
marcos-ouro em um prazo de trinta anos; confisco de todos os investimentos e
bens nacionais ou privados alemães existentes no exterior; entrega anual de 40
milhões de toneladas de carvão aos aliados europeus por um período de dez anos;
- perdas territoriais que implicavam em significativos prejuízos econômicos
tais como: restituição das ricas regiões, em minério, da Alsácia e da Lorena à
França; entrega da bacia carbonífera do Sarre para a França durante quinze
anos; divisão do império colonial alemão entre as potências vencedoras,
principalmente França e Inglaterra.
5. (UFF) Diante dos resultados da Primeira Guerra
Mundial na Europa, entraram em decadência os valores civilizacionais
construídos no século XIX e com eles as matrizes fundadoras do Ocidente, sendo
substituídos por novos valores. Assinale a alternativa que relaciona
corretamente eventos do período posterior a 1918 com os eventos anteriores a
1930.
a) Começo da militarização
europeia com a criação da OTAN. / Crise econômica de 1929. b) Início da hegemonia norte-americana com a
Segunda Revolução Industrial. / Construção do Muro de Berlim.
c) Ascensão do nazismo na
Alemanha com a liderança de Hitler. / Crise do socialismo real.
d) Fim da hegemonia inglesa e de
seu modelo industrial. / Início de movimentos sociais críticos do liberalismo,
como o fascismo italiano.
e) Inauguração dos movimentos
vanguardistas europeus. / Surgimento das teorias psicanalistas com Freud.
resposta da questão 5:[D]
Comentário da questão:
O período pós Primeira Guerra
Mundial, ou período entre guerras, foi caracterizado pela crise do liberalismo.
A ideia de crescimento e progresso foi derrubada e a destruição e mortalidades
da guerra tiveram um efeito devastador nas sociedades europeias. A Europa,
destruída pela Guerra, não conseguiu garantir as condições básicas de vida para
milhões de pessoas e o modelo liberal e democrático foi condenado por diversos
grupos políticos, destacando-se fascistas e nazistas, mas também socialistas,
comunistas e anarquistas. Na União Soviética, a guerra contribuiu para a ascensão
dos comunistas ao poder.
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