terça-feira, 18 de março de 2014

Correção da P2 de História do 1º bimestre (Segunda série 2014)


Confira a correção da P2 de História do primeiro bimestre
(Segunda série  do Ensino Médio 2014)

Foto: Inscrições para o Sisutec começam nesta segunda-feira: http://abr.ai/1hsE6Mw

Período de inscrição vai até o dia 21 deste mês. Neste ano, o sistema oferece mais de 290 mil vagas em todo o país.
1. (Unesp) Leia os versos e responda.
Por subir Pedrinho ao trono,
Não fique o povo contente;
Não pode ser coisa boa
Servindo com a mesma gente.

Quem põe governança
Na mão de criança
Põe geringonça
No papo de onça.
(Versos anônimos. In Lilia Moritz Schwarcz, "As barbas do imperador")

a) A qual episódio da história brasileira os versos fazem referência?
b) Indique duas características do sistema político vigente no Segundo Reinado.

resposta da questão 1:
a) O Golpe da Maioridade.

b) Alternância no poder dos Partidos Liberal e Conservador – ambos ligados à elite dominante; a partir de 1847, vigência do “parlamentarismo às avessas”, caracterizado pelo predomínio do Poder Moderador.



2. (FUVEST 2001) Sobre a Guerra do Paraguai (1864-1870), fundamentalmente desencadeada por razões geopolíticas regionais, responda:

a) Quais as divergências e alianças políticas existentes entre os países nela envolvidos?
b) Qual o seu resultado em termos de poder estratégico regional?


resposta da questão 2:

a) A região que hoje compõe o Paraguai, a Argentina e o Uruguai fazia parte, na época colonial, do vice-reino do Prata.
Contudo, a emancipação política dessa região, no início do século XIX, resultou na sua fragmentação e consequente formação de repúblicas autônomas e independentes. A nova situação gerou, contudo, agudos contrastes: Buenos Aires, em nome do “unitarismo portenho”, pleiteava o retorno à situação geo-espacial do antigo vice-reino, sob um único poder central republicano. Entretanto, contra o “unitarismo” colocavam-se os desejos autonomistas do Paraguai e, em menor escala, dos colorados de Montevidéu  As pretensões de Buenos Aires não agradavam também ao Brasil, interessado na fragmentação platina e na livre utilização da rede hidrográfica integrada pelos rios Uruguai, Paraguai e Paraná. Não obstante, o modelo econômico auto-sustentado que se praticava no Paraguai desde a independência, incomodava tanto a Argentina quanto o Brasil. Alheio às rivalidades entre os dois grandes da América do Sul, o Paraguai emergia como potência regional respeitável, autonomizada e auto-suficiente, à margem da ordem mundial dominada pela Inglaterra. Não será outra a razão pela qual a Inglaterra tomará posição favorável a formação da Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai) contra a experiência político-econômica do Paraguai de Francisco Solano Lopes.

b) A Guerra do Paraguai resultou num quadro adverso. Os países vencedores saíram da guerra atolados em dívidas contraídas junto aos bancos ingleses. Quanto ao Paraguai, terminado o conflito, metade de seu território foi incorporado pelo países da Aliança. Da “República Guarani” desapareceram as tarifas alfandegárias, os fornos de fundição, os rios fechados ao livre comércio, a independência econômica. O capital inglês penetrou no Paraguai, firmou sua hegemonia em todo o território, incorporando-o à ordem mundial de predomínio inglês.


3. (UERJ) (...) A imprensa de todo o Império revela que o espírito público vai-se esclarecendo, e que os brasileiros em sua maioria já se vão convencendo que da monarquia não podem esperar a salvação do país.
Venha pois a república e quanto antes. Venha a república sem revolução armada, sem derramamento de sangue de irmãos, venha ela do triunfo das idéias democráticas da grande maioria do país, e da profunda convicção de que a monarquia é incapaz de salvar o país.
(Adaptado do jornal A República - propriedade do Club Republicano de São Paulo. 08 de dezembro de 1870, nº 3, ano I.)

As décadas de 1870 e 1880 assistiram a um afastamento do Estado Imperial em relação às suas bases
de sustentação e foram marcadas pelo crescimento do ideal republicano. Contudo, a República esperada não tinha o mesmo significado para todos os republicanos.
a) Cite um dos segmentos sociais que serviram de sustentação à monarquia brasileira e explique o
motivo do afastamento desse segmento em relação à sorte do Império.
b) Enumere duas características da República idealizada pela elite agrário-exportadora.


resposta da questão 3:
a) – Clero. Afastou-se da Monarquia a partir da Questão Religiosa, quando dois bispos chegaram a ser condenados à prisão.
– Militares do Exército. A pretensão dos militares a participar da vida política, após a Guerra do Paraguai, e a rejeição dos políticos civis a essa participação levaram muitos oficiais de escalão médio e inferior a aderir às ideias positivistas e republicanas.
– Aristocracia escravista. Sentindo-se prejudicados pelo governo imperial, que abolira a escravidão sem indenizá-los, os ex-proprietários de escravos (notadamente os cafeicultores do Vale do Paraíba) passaram a apoiar as ideias republicanas.

b) República Federativa (autonomia dos estados) e laica (separação entre Igreja e Estado).



4. (FUVEST) Historicamente o primeiro passo para o advento do Parlamentarismo no Brasil ocorreu na época do Império com:
a) a Constituição outorgada em 1824.
b) a criação da Presidência do Conselho de Ministros por D. Pedro II.
c) a abdicação de D. Pedro I.
d) a declaração da Maioridade.
e) a dissolução da Assembleia Constituinte em 1823.



resposta da questão 4:[B]
Comentário da questão:
O Gabinete do Império Brasileiro consistia na formação do Gabinete Ministerial durante o Segundo Reinado de D. Pedro II. O Imperador nomearia o Presidente do Conselho, que nomearia os demais ministros. D. Pedro II criou em 1847 o cargo de Presidente do Conselho de Ministros, equivalente a primeiro-ministro, entretanto sem ser o mesmo chefe de governo.



5. (UPE) Analise a charge a seguir:

A charge de Bordallo Pinheiro, publicada em 1875, mostra o imperador D. Pedro II sendo castigado pelo Papa em clara alusão à chamada questão religiosa. Sobre esse episódio do final do regime monárquico no Brasil, é CORRETO afirmar que
a) a tensão entre Estado e Igreja não contribuiu para a crise da monarquia no Brasil.
b) a origem da questão foi a não determinação de expulsão de maçons das irmandades religiosas por D. Pedro II, descumprindo determinação papal.
c) apesar da opinião pública contrária, o imperador manteve na prisão, até o cumprimento total da pena, 
os dois bispos por não acatarem suas determinações.
d) na província de Pernambuco, as determinações de D. Pedro II foram postas em prática pelo bispo de 
Olinda.
e) após o incidente, a Igreja passou a condenar oficialmente a prática da escravidão negra no Brasil.


resposta da questão 5:[B]
Comentário da questão:
A questão religiosa foi um conflito ocorrido no Brasil na década de 1870 que, tendo iniciado como um enfrentamento entre a Igreja Católica e a maçonaria, acabou se tornando uma grave questão de Estado. Suas causas podem ser traçadas desde muito tempo antes, fundadas em divergências irreconciliáveis entre o catolicismo ultramontano, o liberalismo e o regime do padroado.
A questão evoluiu centrada na atuação de dois bispos, Dom Vital e Dom Macedo Costa, ardentes defensores do catolicismo ultramontano. Baseando-se em ordenações papais não aprovadas pelo Império, ao interditarem irmandades sob sua jurisdição, por manterem elas em seu seio membros maçons, e negando-se a levantar os interditos após ordem expressa do governo, já que tais associações eram regidas também pelo poder secular, julgou-se que feriram a Constituição do Império e incorreram em culpa de desobediência civil, sendo presos e condenados a trabalhos forçados. Pouco tempo depois foram anistiados, mas isso não aplacou o acérrimo debate público que se desencadeou a respeito da união entre Igreja e Estado, ao contrário, o problema permaneceu em discussão agregando outros elementos ideológicos e sociais e facções cada vez mais extremadas, enfraquecendo a autoridade e o prestígio da monarquia. Por isso a questão religiosa é considerada um dos momentos mais marcantes do Segundo Reinado e um dos fatores que precipitaram a queda do regime monárquico brasileiro, mas sua análise permanece controversa. Com o advento da República formalizou-se a separação entre os poderes religioso e secular.



6. (UFV) Leia o texto.
"(...) Aqueles que vivem atormentados com a preocupação de como ganhar decentemente sua subsistência, ou aqueles que, com seu trabalho, mal conseguem levar uma vida confortável, procederão bem se vierem para este lugar, onde qualquer homem, seja quem for, que esteja disposto a enfrentar moderados esforços, tem assegurada uma existência bastante confortável e está a caminho de elevar sua fortuna muito além do que ousaria imaginar (...) Que nenhum homem se preocupe com a idéia de ser um servo durante quatro ou cinco anos (...). É preciso considerar, então, que assim que seu tempo terminar possuirá terra. (...) Portanto, todos os artífices, carpinteiros, construtores de veículos, marceneiros, pedreiros, ferreiros ou diligentes agricultores e lavradores (...) devem levar em consideração o assunto."
(Perdição de um imigrante europeu do séc. XVII. Apud "Coletânea de Documentos de História da América". São Paulo: CENEP, 1978.)

O processo de colonização inglesa na América instituiu, nas treze colônias, perceptíveis diferenças entre as do norte e as do sul. Elenque as diferenças entre elas no que se refere às relações de trabalho e à produção  agrícola.


resposta da questão 6:
Colônias do norte (Povoamento): economia diversificada. A agricultura era praticada no regime de pequena propriedade e a atividade comercial era intensa, o que promoveu o nascimento de várias cidades e a intensificação da vida urbana. Os puritanos compunham a maioria da população local. Eles definiram bases rígidas para a conduta moral e religiosa na colônia, chegando a perseguir os não puritanos da região. Ocorreu também a utilização de trabalho livre, do tipo familiar em pequenas propriedades (minifúndios).
Colônias do sul: produção agrícola monocultora, realizada em vastas propriedades (latifúndios) com emprego de mão de obra escrava e voltada ao mercado externo. Sociedade escravista e muito desigual. 


7. (UFSCAR 2001 ADAPTADA) A colonização portuguesa do Brasil e a colonização inglesa do norte e do centro da América do Norte, assim como os seus respectivos movimentos de Independência política, distinguiram-se em inúmeros aspectos.
Identifique a designação é utilizada para um e outro processo colonizador, o português e o inglês.





resposta da questão 7: 
Colonização de exploração e de povoamento, respectivamente.


8. (Unicamp 95) O mapa adiante ilustra o comércio triangular realizado pelos habitantes das colônias  do norte dos Estados Unidos, durante o período de colonização da América.

a) Observando o mapa, descreva esse comércio.
b) Explique por que outros produtos lucrativos, como o tabaco e o algodão, não participavam desse  comércio


Resposta da questão 8:
a) O comércio triangular era praticado com certa liberdade, pois não afetavam os produtos ingleses  e eram produtos de menor interesse.
b) Eram produtos importantes para a Inglaterra recaindo uma maior fiscalização.

9. (UFPR/adaptada) A América do Norte não foi colonizada ao longo do século XVI. Os empreendimentos europeus na região se restringiam a umas poucas viagens de exploração: navegadores como Cabot, Gilbert e Raleigh estiveram na parte setentrional da América, mas não estabeleceram núcleos colonizadores. No entanto, o século seguinte presenciou intensa colonização inglesa. Sobre o tema, é incorreto afirmar que:
a) O crescimento do comércio possibilitou o surgimento de companhias que se interessavam pela América.
b) Na Inglaterra, a instituição do "enclosure" (cercamento dos campos) determinou que numeroso contingente populacional deixasse de encontrar trabalho e fosse atraído para a América.
c) As perseguições religiosas desestimulavam e até dificultaram o deslocamento de heréticos para a América.
d) Os ingleses não foram os únicos a participar do empreendimento colonizador; os holandeses, franceses e suecos também deixaram a Europa em busca de novos horizontes. 
e) Muitos imigrantes possuíam recursos para custear a viagem; outros, no entanto, eram desprovidos de capital e tiveram que se sujeitar à servidão por contrato. 



resposta da questão 9:[C]
Comentário da questão:
Na Inglaterra, as divergências religiosas entre várias igrejas cristãs provocaram inúmeros conflitos. A Igreja Anglicana, a oficial perseguir violentamente a minoria dissidente de religiosos que se opunham ao protestantismo anglicano. Embarcar para a América se constituía numa maneira de escapar da perseguição religiosa e, ao mesmo tempo, começar uma nova vida, livre da opressão. Para eles, A América representava de fato, o "Novo Mundo".


10. (CESGRANRIO) Durante o séc. XVII grupos puritanos ingleses perseguidos por suas ideias políticas (antiabsolutistas) e por suas crenças religiosas (protestantes calvinistas) abandonaram a Inglaterra, fixando-se na costa leste da América do Norte, onde fundaram as primeiras colônias. A colonização inglesa nessa região foi facilitada:
a) pela propagação das ideias iluministas, que preconizavam a proteção e respeito aos direitos naturais dos governados.
b) pelo desejo de liberdade dos puritanos em relação à opressão metropolitana.
c) pelo abandono dessa região por parte da Espanha, que então atuava no eixo México-Peru.
d) pela possibilidade de explorar grandes propriedades agrárias com produção destinada ao mercado europeu.
e) pela consciência política dos colonos americanos, desde logo, treinados nas lutas coloniais.



resposta da questão 10:[B]
Comentário da questão:
Os puritanos ingleses trocaram a Inglaterra pelo sonho de construir na América uma nova vida, livre da opressão metropolitanas e das perseguições religiosas, além das dificuldades econômicas que enfrentavam em seu país de origem.


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