Confira a correção da P2 de História do primeiro bimestre
(Terceira série do Ensino Médio 2014)
1. (PUC-RS 2010) Entre 1500 e
1530, os interesses da coroa portuguesa, no Brasil, focavam o pau-brasil,
madeira abundante na Mata Atlântica e existente em quase todo o litoral
brasileiro, do Rio Grande do Norte ao Rio de Janeiro. A extração era feita de
maneira predatória e assistemática, com o objetivo de abastecer o mercado
europeu, especialmente as manufaturas de tecido, pois a tinta avermelhada da
seiva dessa madeira era utilizada para tingir tecidos. A aquisição dessa
matéria-prima brasileira era feita por meio da
a) exploração escravocrata dos
europeus em relação aos índios brasileiros.
b) criação de núcleos povoadores,
com utilização de trabalho servil.
c) utilização de escravos
africanos, que trabalhavam nas feitorias.
d) exploração da mão de obra
livre dos imigrantes portugueses, franceses e holandeses.
e) exploração do trabalho
indígena, no estabelecimento de uma relação de troca, o conhecido escambo.
Resposta da questão 1:[E]
Comentário da questão:
O Período Pré-Colonial foi
caracterizado pelo caráter predatório da extração de pau-brasil no litoral da
América Portuguesa, pela construção de feitorias ao longo da costa para
comercializar a madeira. A mão de obra utilizada foi a indígena por meio do
sistema de escambo, ou seja, a troca do trabalho por objetos de pouco valor
como as quinquilharias que encantavam os índios.
2. (UNICAMP) – “Ao desembarcar na
América, em 1500, o colonizador português deparou-se com um meio geográfico
completamente diferente do seu. Contudo, é exagerado afirmar que o colono
europeu teve muitas dificuldades para adaptar-se às áreas tropicais. Realmente,
povos oriundos de climas frios, e por isso afeiçoados a eles, geralmente sofrem
mais nas zonas climáticas quentes. Entretanto, o europeu encontrou fortes
estímulos que compensaram esse desconforto climático. Ele não veio para a zona
tropical a fim de ser trabalhador, mas para ser dirigente da produção
mercantil.”
(Adaptado de: Caio Prado Júnior.
Formação do Brasil Contemporâneo. São Paulo: Brasiliense, 1961. p. 13-26.)
a) Quais foram os estímulos
encontrados pelo colonizador português para vir ao Brasil e aqui permanecer?
b) Caracterize a relação de
trabalho fundamental que se estabeleceu na colônia.
c) Por que, durante a maior parte
do Período Colonial, a população de origem portuguesa no Brasil se concentrou
no litoral?
resposta da questão 2:
a) O colonizador português
encontrou no Brasil vastas extensões de terra propícia à lavoura canavieira e
uma população indígena que poderia fornecer mão de obra para aquela atividade.
Esses fatores, segundo se esperava, favoreceriam o enriquecimento dos europeus
que aqui viessem a se estabelecer.
b) A relação de trabalho
predominante foi o escravismo, tendo em vista a falta de mão de obra europeia e
sobretudo a ausência de disposição dos colonizadores para o trabalho braçal.
Foi utilizada principalmente a escravidão de africanos, devido aos elevados
lucros proporcionados pelo tráfico negreiro; entretanto, não se pode esquecer o
largo emprego de mão de obra indígena nos dois primeiros séculos da
colonização.
c) Porque a lavoura canavieira —
principal atividade econômica do período — estava localizada na porção costeira
da colônia, e também porque os contatos com a metrópole se faziam a partir do
litoral.
3. (Unesp 2012) Nas primeiras
três décadas que se seguiram à passagem da armada de Cabral, além das precárias
guarnições das feitorias [...], apenas alguns náufragos [...] e “lançados”
atestavam a soberania do rei de Portugal no litoral americano do Atlântico Sul.
(Adriana Lopez e Carlos Guilherme
Mota. História do Brasil:uma interpretação, 2008.)
Os lançados citados no texto eram
(A) funcionários que recebiam, da
Coroa, a atribuição oficial de gerenciar a exploração comercial do pau-brasil e
das especiarias encontradas na colônia portuguesa.
(B) militares portugueses
encarregados da proteção armada do litoral brasileiro, para impedir o
atracamento de navios de outros países, interessados nas riquezas naturais da
colônia.
(C) comerciantes portugueses
encarregados do tráfico de escravos, que atuavam no litoral atlântico da África
e do Brasil e asseguravam o suprimento de mão de obra para as colônias
portuguesas.
(D) donatários das primeiras
capitanias hereditárias, que assumiram formalmente a posse das novas terras coloniais na América e
implantaram as primeiras lavouras para o cultivo da cana-de-açúcar.
(E) súditos portugueses enviados
para o litoral do Brasil ou para a costa da África, geralmente como degredados,
que acabaram por se tornar precursores da colonização.
resposta da questão 3:[E]
Comentário da questão:
É importante perceber que o texto
trata do chamado período pré-colonial brasileiro, marcado pela relativa
negligência da coroa portuguesa com sua colônia americana devido aos grandes
lucros proporcionados pelo comércio com o Oriente. Essa questão trata
justamente dos primeiros colonos que foram enviados ao Brasil, no caso um
conjunto de degredados, ou seja, pessoas que não eram desejadas no reino e que
se tornaram assim os responsáveis por representar a posse do território
colonial nos primeiros trinta anos. Vale destacar que a letra a e a b tratam de
personagens qualificados da colonização, logo não podem ser considerados
“lançados” como se refere o texto.
Na letra c e d, as atividades
citadas só seriam implementadas posteriormente ao período pré-colonial do qual
o texto trata.
(UNESP 2012) No processo de
ocupação portuguesa do atual território do Brasil, as primeiras três décadas
que se seguiram à passagem da armada de Cabral podem ser caracterizadas como um
período em que:
(A) Portugal não se dedicou
regularmente à sua colonização, pois estava voltado prioritariamente para a
busca de riquezas no Oriente.
(B) prevaleceram as atividades
extrativistas, que tinham por principal foco a busca e a exploração de ouro nas
regiões centrais da colônia.
(C) Portugal estabeleceu rotas
regulares de comunicação, interessado na imediata exploração agrícola das
férteis terras que a colônia oferecia.
(D) prevaleceram as disputas pela
colônia com outros países europeus e sucessivos episódios de invasão holandesa
e francesa no litoral brasileiro.
(E) Portugal implantou
fortificações ao longo do litoral e empenhou- se em estender seus domínios em
direção ao sul, chegando até a região do Prata.
Resposta da questão 4:[A]
Comentário da questão:
O aluno que respondeu a questão
anterior não teve dificuldade nenhuma em responder essa outra, pois ela trata
da característica geral que marcou o período abordado pelo texto. Como dito
anteriormente, Portugal se dedicou nos primeiros trinta anos que seguiram a
viagem de Cabral ao seu comércio com as Índias, devido aos altos dividendos que
ele proporcionava, relegando sua colônia na América a um segundo plano.
5. (UNESP 2005) A cana de açúcar
começou a ser cultivada igualmente em São Vicente e em Pernambuco, estendendo-se
depois à Bahia e ao Maranhão a sua cultura, que onde logrou êxito – medíocre
como em São Vicente ou máximo como em Pernambuco, no Recôncavo e no Maranhão –
trouxe em consequência uma sociedade e um gênero de vida de tendências mais ou
menos aristocráticas e escravocratas.
(Gilberto Freyre, Casa-Grande e
Senzala.)
Tendo por base as afirmações do
autor,
a) cite um motivo do maior
sucesso da exploração da cana de açúcar em Pernambuco do que em São Vicente.
b) Explique por que o autor
definiu “o gênero de vida” da sociedade constituída pela cultura da cana de açúcar
como apresentando “tendências mais ou menos aristocráticas”.
Resposta da questão 5:
a) Entre os elementos
responsáveis pelo maior sucesso da exploração da cana-de-açúcar em Pernambuco,
encontramos: o solo de massapé, a maior proximidade geográfica com Portugal e a
utilização de mão-de-obra escrava africana.
b) Gilberto Freyre, ao mencionar
“tendências mais ou menos aristocráticas” na sociedade canavieira, está se referendo
à concentração fundiária, ao caráter excludente de uma sociedade pautada no
escravismo e na imobilidade social.
(FUVEST adaptada) Leia o texto e responda as
questões 6 e 7.
"De hoje em diante, os
continentes americanos, pela condição livre e independente que assumem e
mantêm, não devem estar sujeitos a futuras colonizações por nenhuma potência
europeia."
Neste trecho da mensagem anual ao
Congresso dos Estados Unidos, em 1823, o Presidente James Monroe estabeleceu
princípios básicos da política externa norte-americana.
6. A que "futuras
colonizações" se refere o Presidente Monroe?
Resposta da questão 6:
Às futuras colonizações
europeias.
7. Qual a frase que resume a
chamada "Doutrina Monroe"?
resposta da questão 7:
A frase que resume a doutrina é:
"América para os americanos"
O seu pensamento consistia em
três pontos: a não criação de novas colônias nas Américas; a não intervenção
nos assuntos internos dos países americanos; a não intervenção dos Estados Unidos
em conflitos relacionados aos países europeus como guerras entre estes países e
suas colônias.
8. (FUVEST) A população que, em 1790,
era de quase 4 milhões de habitantes passou para cerca de 31 milhões em 1860. Dez
anos depois, alcançava os 40 milhões. Boa parte desse contingente era formado
por estrangeiros: entre 1830 e 1860 entraram no país quase 5 milhões de
imigrantes europeus.
José Robson de A.
Arruda e Nelson Piletti
A História dos Estados Unidos da
América, no que diz respeito à fase do expansionismo interno e à ocupação e ao
povoamento do atual território norte-americano, teve como justificativa a
Doutrina do Destino Manifesto, sobre a qual é INCORRETO afirmar que:
a) explicitava uma visão racista
que agia como alimento moral para o desenvolvimento da nação.
b) seus objetivos nunca foram
utilizados para legitimar invasões, intervenções ou conquistas territoriais em países
do continente americano.
c) baseava-se em um sentimento de
superioridade do imigrante europeu branco, diante dos índios e dos mexicanos.
d) contém elementos inspirados no
Darwinismo Social, no qual as relações sociais destacam a sobrevivência dos
mais capazes.
e) os norte-americanos tinham
sido predestinados por Deus à conquista dos territórios situados entre os oceanos
Atlântico e Pacífico.
Resposta da questão 8:[B]
Comentário da questão:
O México, que perdeu para os
Estados Unidos cerca de 1/3 de seu território, em 1848, constitui o exemplo mais
clamoroso de aplicação da doutrina do “Destino Manifesto” no continente
americano.
9. (UFV) Leia os trechos de
notícias de jornais publicados nos Estados Unidos no século XIX:
(1) (...) um espírito de
interferência hostil [de outras nações] para conosco, com o objetivo confesso
de deformar nossa política e prejudicar nosso poder, limitando nossa grandeza e
impedindo a realização de nosso Destino Manifesto, que é estendermo-nos sobre o
continente que a Providência fixou para o livre desenvolvimento de nossos
milhões de habitantes, que ano após ano se multiplicam.
(Democratic Review)
(2) A universal nação ianque pode
regenerar e libertar o povo do México em poucos anos; e cremos que é parte de
nosso destino civilizar esse belo país e capacitar seus habitantes para
apreciar algumas das numerosas vantagens e bênçãos de que dispõem.
(New York Herald)
(Citados por AQUINO, R.S.L. et
al. "História das sociedades americanas". Rio de Janeiro: Livraria Eu
e Você, 1981. p.140 e 141.)
Quanto à história do
expansionismo norte-americano no século XIX, pode-se afirmar que:
a) na época, os Estados Unidos
apossaram-se de várias áreas do território mexicano sem o pagamento de
indenizações e, da mesma forma, apropriaram-se de colônias da França, da
Inglaterra e da Rússia, orientados por seu "Destino Manifesto" .
b) as ações expansionistas dos
Estados Unidos visavam empurrar suas fronteiras até o Oceano Pacífico e excluir
a região sul do país porque nela predominava uma economia agrário-exportadora
que impedia o avanço da industrialização.
c) o expansionismo
norte-americano sobre as colônias espanholas contou com o apoio da Santa
Aliança porque ela pretendia ver instauradas repúblicas, livres e democráticas,
nas metrópoles europeias e em suas colônias.
d) por força de seu "Destino
Manifesto", a descoberta do ouro nas colinas californianas estreitou as
relações entre mexicanos e americanos evitando novos conflitos e disputas nas
fronteiras, o que permitiu o acesso dos Estados Unidos ao Oceano Pacífico.
e) a imprensa dos Estados Unidos,
na época, acreditava que eles tinham uma predestinação: a missão de civilizar
povos inferiores do continente americano por causa de seu "Destino
Manifesto", ou seja, o seu domínio representava a vontade de Deus.
Resposta da questão 9:[E]
Comentário da questão:
A doutrina do "Destino
Manifesto" é uma filosofia que expressa a crença de que o povo dos Estados
Unidos foi eleito por Deus para comandar o mundo, sendo o expansionismo
geopolítico norte-americano apenas uma expressão desta vontade divina.
10. (FUVEST 2014) A ideia de ocupação
do continente pelo povo americano teve também raízes populares, no senso comum
e também em fundamentos religiosos. O sonho de estender o princípio da “união”
até o Pacífico foi chamado de “Destino Manifesto”.
Nancy Priscilla S. Naro. A
formação dos Estados Unidos. São Paulo: Atual, 1986, p. 19.
A concepção de “Destino
Manifesto”, cunhada nos Estados Unidos da década de 1840,
a) difundiu a ideia de que os
norte-americanos eram um povo eleito e contribuiu para justificar o
desbravamento de fronteiras e a expansão em direção ao Oeste.
b) tinha origem na doutrina
judaica e enfatizava que os homens deviam temer a Deus e respeitar a todos os
semelhantes, independentemente de sua etnia ou posição social.
c) baseava-se no princípio do
multiculturalismo e impediu a propagação de projetos ou ideologias racistas no
Sul e no Norte dos Estados Unidos.
d) derivou de princípios
calvinistas e rejeitava a valorização do individualismo e do aventureirismo nas
campanhas militares de conquista territorial, privilegiando as ações
coordenadas pelo Estado.
e) defendia a necessidade de se
preservar a natureza e impediu o prosseguimento das guerras contra indígenas,
na conquista do Centro e do Oeste do território norte-americano.
Resposta da questão 10: [A]
Comentário da questão:
Os Estados Unidos, após sua
Independência, em 1776, começaram a receber milhares de imigrantes de várias regiões
da Europa. Para abrigar esses imigrantes, cresceu a necessidade de novas terras,
a oeste, além dos Montes Apalaches.
Tal Marcha para o Oeste (Far West) necessitava
de uma ideologia. Melhor ainda se fosse uma ideologia de base religiosa e de
grande aceitação popular.
O Destino Manifesto (“Deus se manifestou e
ainda deu um destino ao povo americano”) era o de conquistar todas as terras a
Oeste, até o Pacífico, nem que para isso fosse preciso dizimar as tribos
indígenas nativas. Nasceu um novo ditado popular, complementar ao Destino manifesto,
reproduzido na frase que afirmava: “Índio bom é índio morto”. O ideal do "povo eleito" ou do "cowboy" desbravador, isto é, o "Destino Manifesto", cumpriu seu papel: conquistaram todas as terras até o Oceano Pacífico, descobriram ouro na Califórnia (1848) e cometeram o genocídio de quase todos os povos nativos e parte do povo mexicano para ficarem com suas terras, além da grande destruição da natureza, em nome do progresso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário