Textos complementares para atividades
Aqui temos diferentes textos (canções e literatura) acerca da escravidão e sua herança de exclusão e discriminação. Visões românticas, esteriótipos, denúncias, cada texto traz consigo um tipo de abordagem, um tipo de mensagem.
I. Leia com atenção a letra das duas canções abaixo:
Barracão
(Luiz Antonio/Oldemar Magalhães)
Elizeth Cardoso
Elizeth Cardoso
Ai, barracão
Pendurado no morro
E pedindo socorro
À cidade a seus pés
Ai, barracão
Tua voz eu escuto
Não te esqueço um minuto
Porque sei
Que tu és
Barracão de zinco
Tradição do meu país
Barracão de zinco
Pobretão infeliz...
Ai, barracão
Pendurado no morro
E pedindo socorro
Ai, a cidade
A seus pés
Barracão de zinco
Barracão de zinco
Saudosa Maloca
(Adoniran Barbosa)
(Adoniran Barbosa)
Si o senhor não tá lembrado
Dá licença de contá
Que aqui onde agora está
Esse edifício arto
Era uma casa véia
Um palacete assobradado
Foi aqui seu moço
Que eu, Mato Grosso e o Joca
Construimos nossa maloca
Mais, um dianois nem pode se alembrá
Veio os home cas ferramentas
O dono mandô derrubá
Peguemos tudo as nossas coisa
E fumos pro meio da rua
Preciá a demolição
Que tristeza que nóis sentia
Cada táuba que caía
Duia no coração
Mato Grosso quis gritá
Mas em cima eu falei:
Os homi tá cá razão
Nós arranja outro lugá
Só se conformemos quando o Joca falou:
"Deus dá o frio conforme o cobertô"
E hoje nóis pega a páia nas grama do jardim
E prá esquecê nóis cantemos assim:
Saudosa maloca, maloca querida,
Que dim donde nóis passemos dias feliz de nossa vida
As duas canções são clássicos do nosso cancioneiro popular. E se referem a duas grandes cidades brasileiras.
Barracão - Rio de Janeiro (pendurado no morro; a cidade à seus pés).
Saudosa Maloca - São Paulo (o tipo de linguagem tipicamente paulistana; o texto indica que a maloca foi demolidad para dar lugar a um edifício alto).
As duas canções tratam de um tipo de construção dos excluídos de todo o país, geralmente denominado "barraco" ou "maloca".
O autor da primeira canção diz que o barracão de zinco é tradição no país porque nasceu com a escravidão e segue até os dias de hoje como sinônimo de marginalidade, exclusão e pobreza.
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