Drama, mistério e suspense
Ela é, então substituída por Glorinha, uma tímida atriz em começo de carreira que sequer desconfia que há muito mais coisas ligando sua vida à de Ângela.
Aos poucos, ela vai se identificando com a morta, reproduzindo inclusive os seus casos amorosos, e acaba entrando numa crise suicida.
Gloria (Carla Camurati) está desempregada e deseja muito se tornar atiz. Ela finalmente encontra trabalho em um estúdio. Quando a atriz principal do filme, Angela (Cristina Aché), morre em um grave acidente automobilítico, Gloria é chamada para fazer a dublagem, pois sua voz é muito parecida com a voz da atriz falecida. Tão logo se iniciam os trabalhos no filme, Gloria começa pouco a pouco a assumir a personalidade de Angela. Gloria é uma doce garota tímida. As características de Angela são decisivas e diretas e ela também é mulher manipuladora e com uma vida sexual desinibida. Os papéis são trocados - Angela e as características de sua vida parecem se misturar com o mesmo destino. Possessão? Gloria é lentamente possuída por Angela. Esta possessão cresce e se fortalece cada vez mais. Gloria vê Angela em seus sonhos e começa a viver Angela ou com as características da vida de Angela - seu espelho às vezes reflete o rosto de Angela em sua própria face. Caos e ambiguidade se seguem. As coisas parecem caminhar para um desastre. A dança macabra é está pra começar novamente. É isso que aparenta. Uma estória promissora! "A Estrela Nua" ofereça muitos simbolos e sinais (um espelho quebrado, alho, luz de velas), mas infelismente essse sinais não levam à nenhm lugar. Sem sentido real, em minha opinião - apenas símbolos, porque eles não são baseados em nada. Gloria era uma garota normal sem aparentes problemas de relacionamento (e o filme não mostra nenhum problema crescendo dentro dela) e de repente do nada ela se torna possuída! "A Estrela Nua" (como muitos outros filmes brasileiros, a exemplo de "Cidade Baixa" e "Amarelo Manga") carece de profundidade. Os filmes brasileiros, geralmente, são bons em retratar situações realisticas e conflitos simples surgidos a partir delas. Mas quando eles tentam retratar sentimentos profundos eles acabam naufragando.
Baseado numa obra da escritora Clarisse Lispector, "A Estrela Nua" é um bom filme nacional. Realizado por José Antônio Fernández García e Ícaro Martins, o filme narra a história de duas mulheres em um mundo onde o sexo, a loucura, o delírio e o desejo se confundem no limite entre a ficção e a realidade.
O trabalho de direção é razoavelmente bom, bem como a trilha sonora assinada por Arrigo Barnabé. No elenco, os destaques ficam por conta das atuações de Carla Camurati e Cristina Aché.
Embora o roteiro pudesse ter sido melhor estruturado, "A Estrela Nua" é um filme que merece ser visto.
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