sexta-feira, 21 de agosto de 2009


20 anos da queda do Muro de Berlim


De Olho na História
Por: João Luís de Almeida Machado Editor do Portal Planeta Educação; Doutor em Educação pela PUC-SP; Mestre em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (SP); Professor Universitário e Pesquisador; Autor do livro "Na Sala de Aula com a Sétima Arte – Aprendendo com o Cinema" (Editora Intersubjetiva).











Muro de Berlim

O Muro que Dividiu o Mundo





Reunidos em Julho de 1945, Josef Stálin da União Soviética, Harry Truman dos Estados Unidos e Winston Churchill da Inglaterra, estavam prestes a dar início a uma nova guerra. E novamente tudo começava em solo alemão, para ser mais preciso, na cidade de Potsdam, onde não muito tempo atrás lideranças alemãs se reuniam para definir os rumos da guerra que travavam contra os aliados.
Não seria uma guerra como a anterior, onde a primazia mundial cabia a alemães e ingleses. Seria diferente até mesmo em termos de sua orientação básica: se nas guerras anteriores o objetivo dos países envolvidos era a conquista do "Espaço Vital" (áreas para novos investimentos, mercados consumidores amplos para seus produtos, matéria-prima abundante e barata e mão de obra de baixo custo); nessa nova guerra as motivações seriam, primordialmente, de base política e ideológica.
Era o confronto entre o Capitalismo e o Socialismo. Materializados nos Estados Unidos e na União Soviética, respectivamente.
O passo inicial?





Além do surgimento da "Cortina de Ferro" (termo cunhado pelo primeiro ministro inglês Winston Churchill, ao se referir ao surgimento de uma zona de influência soviética na Europa Central e Oriental, isolando esses países do contato com o Ocidente e, conseqüentemente, da esfera capitalista liderada pelos EUA), a divisão da Alemanha em zonas controladas pelos vencedores da guerra (originalmente a Alemanha foi dividida entre ingleses, franceses, americanos e russos; as áreas controladas pela França e pela Inglaterra foram, entretanto repassadas para o controle norte americano) contribuíram muito para a noção de um mundo dividido, partilhado entre americanos e russos, mesmo que a despeito do desejo da maioria dos países e suas populações.
A divisão da Alemanha, ensejada ao final da guerra levou o país a uma situação totalmente inusitada:- famílias haviam sido separadas na disputa entre as ideologias. Alguns membros dessas famílias viviam na Alemanha Ocidental, dentro do modelo capitalista. Outros se mantinham na Alemanha Oriental, seguindo as premissas do socialismo.
As perspectivas fora da Alemanha não eram muitas boas no que tange a disputa entre URSS e EUA. Na intensa competição que se estabeleceu entre os dois países, surgiram alianças militares (o Pacto de Varsóvia liderado pelos russos e a OTAN, Organização do Tratado do Atlântico Norte, capitaneado pelos Estados Unidos), tratados da ajuda econômica financiados pelas superpotências (o Plano Marshall dos norte-americanos e o Comecon, Mercado Comum dos países do leste, dirigido pelos soviéticos), a disputa técnica e científica entre os dois países (cujo maior destaque foi a Corrida Espacial) e mesmo, a competição travada no campo esportivo (quando cada medalha conquistada em Olimpíadas ou Campeonatos Mundiais podia valer prêmios, condecorações ou contratos milionários).


Para complicar ainda mais o cenário internacional, em 1949 e 1959 haviam acontecido revoluções socialistas na China e em Cuba. Iniciava-se no Sudeste Asiático, a Guerra da Coréia, entre aliados dos soviéticos e dos norte-americanos (que receberam grande auxílio militar e financeiro das superpotências).
Quando se iniciou a construção do Muro de Berlim, em 1959, já se sabia que seria um símbolo poderoso da divisão do mundo nas esferas de influência capitalista e socialista. A construção era vista como uma necessidade do lado oriental, como uma barreira real e intransponível a ser erigida para evitar as deserções e debandadas em direção ao lado ocidental. Mais que um símbolo, o muro deveria representar a solidez e a firmeza do mundo socialista (mesmo que demonstrasse a incapacidade do sistema no tocante ao abastecimento e garantia de uma boa qualidade de vida a seus cidadãos ou ainda, que expusesse a fragilidade política da Alemanha Oriental, abalada como os demais países do Leste pela falta de transparência e de democracia).
E como era sólido.


Como podemos perceber no desenho acima, o complexo constituía-se do muro, com seus 162 km de extensão (altura média de 4 metros e espessura aproximada de 1,2 metros), armadilhas para tanques, pista operacional, obstáculos para tanques, cerca de arame (com 148 km de extensão) e uma cerca de malha de aço com 2 metros de altura. A construção incluía uma parte do muro enterrada, com quase 2 metros para evitar fugas através de buracos cavados por baixo da muralha externa.
Tão sólido que se manteve intacto durante um período de quase 30 anos. Foi inaugurado em 1961 e derrubado em 1989. Sua queda foi tão significativa que, na esteira de sua destruição, caíram também a URSS e a divisão das Alemanhas, que logo depois se unificariam. Chegava ao fim a Guerra Fria...





Fonte: http://www.planetaeducacao.com.br/ /acesso em: 21/08/2009


Links
- http://www.tvcultura.com.br/aloescola/historia/cenasdoseculo/internacionais/murodeberlim.htm- http://www.estado.estadao.com.br/edicao/pano/99/11/06/int802.html

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