HISTÓRIA DO BRASIL
QUESTÃO 45
As circunstâncias históricas europeias de princípios do século XIX
foram responsáveis pela transferência da sede do Estado português
para a colônia brasileira. Essa decisão, tomada para preservar o
trono lusitano em mãos da família Bragança em face da invasão
francesa, foi decisiva para deflagrar o processo que culminaria na
Independência do Brasil. A esse respeito, julgue (C ou E) os itens
subsequente
1. O contexto histórico europeu das duas primeiras décadas do
século XIX em muito favoreceu a Independência do Brasil: a
relativa paz alcançada com a renúncia de Napoleão Bonaparte
ao projeto expansionista que embalara suas pretensões
imperialistas e o fim da era revolucionária levaram as
monarquias ibéricas a conceder a emancipação de suas
colônias.
2. A vitória da Revolução Constitucionalista do Porto, em 1820,
teve o efeito de adiar a Independência do Brasil: por ser
liberal, além de eliminar os resquícios de absolutismo em
Portugal, ela ampliou consideravelmente a autonomia da
colônia, atendendo aos interesses dos potentados rurais e dos
comerciantes urbanos.
3. A abertura dos portos, tão logo a Corte portuguesa chegou ao
Brasil, significou a ruptura do pacto colonial que definia as
relações de dominação e de dependência entre metrópole e
colônia, rompendo com o monopólio (“exclusivo de
comércio”) e abrindo largos espaços à entrada de produtos
britânicos na colônia; essa influência britânica ampliou-se, a
seguir, com a assinatura de tratados vantajosos para o país
pioneiro da Revolução Industrial.
4. Embora conduzida pelo príncipe herdeiro do trono português,
a Independência é consensualmente vista como ato político que
rompeu com as estruturas básicas do período colonial, o que
foi possível em face da conciliação que aproximou as elites
brasileiras em torno do projeto maior de assegurar a
emancipação do país e de inseri-lo vantajosamente na
economia internacional.
QUESTÃO 46
Diferentemente das demais colônias americanas, o Brasil
adotou o regime monárquico ao proclamar sua emancipação
política. Sob o comando de D. Pedro I, o Primeiro Reinado
(1822-1831) foi marcado por graves crises políticas, que
culminaram na abdicação do imperador. Seguiu-se o período
regencial (1831-1840), por muitos considerado uma experiência
republicana, assinalado pela eclosão de movimentos armados em
vários pontos do país. A antecipação da maioridade de D. Pedro II
(o chamado Golpe da Maioridade) deu início ao Segundo Reinado
(1840-1889), o qual foi derrubado por um golpe militar que
instaurou a República.
A respeito da trajetória histórica brasileira ao longo do século XIX,
julgue (C ou E) os itens subsequentes.
1 Após a abdicação de D. Pedro I, liberais radicais se insurgiram
em vários pontos do país contra os grupos no poder:
ressentindo-se da extrema centralização política, alguns
defendiam o modelo federativo, outros propunham a abolição
gradual da escravidão e, ainda, havia os que pleiteavam a
nacionalização do comércio.
2. Refletindo a nova mentalidade que acompanhava a expansão
do mercado internacional e a revolução no sistema de
transportes, a Lei de Terras (1850) reduziu o poderio dos
latifundiários e ampliou as possibilidades de acesso à
propriedade rural por camponeses e pequenos proprietários.
3. Embora a Guerra do Paraguai tenha estreitado os laços entre os
diversos setores do exército e o governo imperial, os militares
estiveram à frente do golpe que instituiu a República, o que
conferiu ao ato o caráter de movimento popular,
diferentemente do que ocorreu quando da Independência.
4. As elites brasileiras que assumiram o poder em 1822
organizaram um sistema político com eleições indiretas,
baseadas no voto censitário, excluindo a grande maioria da
população do processo eleitoral; a criação da Guarda Nacional
veio propiciar às classes proprietárias a força policial
necessária à manutenção do poder local.
QUESTÃO 47
A Primeira República (1889-1930) constituiu, nas consagradas
expressões da historiografia, a “República que não foi” e o
autêntico “teatro das oligarquias”. Fruto de um golpe de Estado
conduzido por militares, em pouco tempo, viu chegarem ao poder
os representantes dos grupos proprietários rurais, em um contexto
no qual, repetindo a realidade colonial e monárquica
pós-Independência, a terra continuou a ser o polo irradiador
do poder. Relativamente a esse período da história brasileira,
julgue (C ou E) os itens que se seguem.
1. De princípios do século XX ao início da Primeira Guerra
Mundial, o Brasil avançou no surto industrial iniciado ainda no
Segundo Império, graças, entre outros fatores, à oferta de
energia elétrica, aos capitais liberados pelo café e à progressiva
ampliação do mercado interno; com a Grande Guerra, abriu-se
novo período de expansão para a indústria no Brasil.
2. Depois das contínuas crises políticas dos primeiros anos, a
República conheceu certa estabilidade com o governo de
Campos Sales: com a Política dos Estados, também conhecida
como Política dos Governadores, montou-se a engrenagem
legislativa e assegurou-se o predomínio das oligarquias
estaduais que estavam no poder.
3. No quadro de esgotamento do regime republicano, ao longo
dos anos 20 do século XX, a ação dos tenentes assumiu papel
de destaque no cenário nacional: seus levantes armados em
1922 e em 1924 abriram o caminho para a vitória do
movimento de 1930 e confirmaram a identidade ideológica
entre tenentismo e comunismo, algo que foi reiterado após a
ascensão de Vargas ao poder.
4. O esplendor de cidades como Manaus e Belém, de que
seriam exemplos exponenciais os teatros Amazonas e da Paz,
explica-se pela riqueza gerada pela borracha, cujo ciclo de
expansão estendeu-se até meados do século XX, quando esse
produto conquistou o mercado mundial e desbancou a
importância econômica do café na Primeira República.
QUESTÃO 48
A Era Vargas (1930-1945) assinala o início do processo de
modernização do país, a começar pela implantação da indústria
de base. Enquanto os direitos civis e políticos eram suprimidos
pela força de um Estado crescentemente autoritário, os direitos
sociais vinham à tona, especialmente com a legislação trabalhista.
A respeito desse período da República brasileira, julgue
(C ou E) os itens a seguir.
1. Nesse período, a política externa brasileira alinhou-se
decididamente aos Estados Unidos da América, notadamente
a partir de 1941, tendo se distanciado dos países do rio da
Prata, onde havia simpatias pelo nazifascismo.
2. A recusa de Getúlio Vargas, em 1945, de convocar novas
eleições presidenciais e uma assembleia nacional constituinte
levou à sua derrubada por uma aliança entre a cúpula militar e
a União Democrática Nacional.
3. Nos primeiros anos após a Revolução de 1930, a ação do
governo federal concentrou-se no fortalecimento do papel do
Estado, sem representar diretamente os interesses de uma
classe social.
4. A ditadura do Estado Novo, instalada em 1937, foi sustentada
pela burocracia civil e militar, pela burguesia industrial e pela
classe operária organizada nos sindicatos.
QUESTÃO 49
Implantada a partir da queda do Estado Novo de Vargas (1945), a
República Liberal (1946-1964) viu o Brasil industrializar-se e
urbanizar-se, conhecendo inédita experiência democrática, com
partidos nacionais, eleições periódicas e ampliação dos mecanismos
de participação política. Todavia, graves foram as crises desse
período, que culminaram no golpe de 1964. No que se refere a esse
período, julgue (C ou E) os itens subsequentes.
1. Durante o governo de Juscelino Kubitschek, a política de
industrialização nacional incluiu a participação de capitais
estrangeiros.
2. A proposta da Operação Pan-Americana foi recebida com
resistências pelos EUA, que arcaria com grande parte de seus
custos financeiros, e pela Argentina, que via na iniciativa uma
tentativa de hegemonia brasileira no continente.
3. Durante o seu curto governo, o presidente Jânio Quadros
conciliou iniciativas simpáticas à esquerda em política externa
com medidas simpáticas aos conservadores em política
econômica.
4. A Constituição de 1946 seguiu o modelo liberal-democrático
mas, na área trabalhista, adotou um modelo corporativo
herdado da década anterior.
QUESTÃO 50
Entre 1967 e 1974, a ditadura consolidou um modelo de
modernização conservadora e ditatorial, impulsionada pelo Estado.
Houve, em grande medida, uma retomada da tradição
nacional-estatista e da noção da importância-chave do Estado como
promotor e regulador da economia, da política e da cultura.
Daniel Aarão Reis. In: História do Brasil Nação. Rio de Janeiro:
Objetiva/MAPFRE, 2014, v. 5 (1964-2010), p. 23-4 (com adaptações).
Considerando o trecho de texto acima e o período histórico nele
referido, julgue (C ou E) os itens a seguir.
1. A política econômica do governo de Médici, baseada na firme
condução pelo Estado, provocou um ciclo de grande
crescimento econômico.
2. O projeto de desenvolvimento e industrialização, impulsionado
pelo Estado, articulava capitais nacionais e estrangeiros;
no plano político, o Ato Institucional n.º 5 servia para reprimir
as oposições.
3. Nesse período, o Brasil teve posturas de subordinação aos
interesses comerciais dos países industrializados, apoiando as
posições desses países nos fóruns internacionais em que se
discutia o comércio internacional. .
4. Houve a estatização da indústria cinematográfica, com a
criação da empresa estatal EMBRAFILME, que tinha o
monopólio da produção e distribuição de filmes no Brasil.
HISTÓRIA MUNDIAL
QUESTÃO 51
Iniciada nas últimas décadas do século XVIII, na Inglaterra, a
Revolução Industrial é um processo que se prolonga no tempo.
A partir de meados do século XIX, ela conheceu novo e
extraordinário impulso, etapa normalmente definida como Segunda
Revolução Industrial. Esse período é assinalado pela difusão do uso
do aço, da eletricidade e do petróleo, entre outras inovações.
Com referência a esse período da moderna industrialização, julgue
(C ou E) os próximos itens.
1 O ritmo da industrialização europeia, principalmente na
Alemanha, Inglaterra e Itália, foi prejudicado pelo
encarecimento das novas formas de energia e pela falta de
mão de obra, decorrente da emigração em massa de europeus
para os EUA e para a América do Sul.
2 Incrementou-se o comércio internacional, tendo havido, ainda,
expansão econômica da América Latina, particularmente da
economia primária e de exportação.
3 A utilização de novos materiais e fontes de energia ampliou a
capacidade de produção e consolidou o capitalismo como
sistema dominante.
4 O processo industrial expandiu-se para os diferentes
continentes e, simultaneamente, o sistema financeiro
internacionalizou-se.
QUESTÃO 52
Entre fins do século XVIII e as primeiras décadas do século
seguinte, a maior parte das colônias americanas conquistou sua
independência. Em geral, malgrado a singularidade de cada colônia,
essas emancipações enquadraram-se no contexto mais amplo de
crise do Antigo Regime europeu e, sobretudo em relação às
colônias ibéricas, também refletem o quadro histórico suscitado
pela Era Napoleônica. Com relação ao processo de independência
nas Américas, julgue (C ou E) os itens a seguir.
1. Na América Hispânica, a luta pela independência pretendia
alcançar uma espécie de novo pacto colonial, de modo que
seus produtores pudessem ter contato direto com a grande
potência econômica que a Revolução Industrial consagrara, a
Inglaterra.
2. Os colonos na América Inglesa sublevaram-se contra o
monopólio comercial, a interdição da produção local de
manufaturas e a proibição do cultivo do chá.
3. Na América Hispânica, o processo de independência foi
liderado pela elite mineradora, em reação ao imposto da Coroa
de 20% sobre a produção de metais preciosos.
4. Os movimentos de independência nas Américas inglesa e
hispânica tinham em comum o fato de terem se originado de
alterações no equilíbrio europeu causado pela França e o de
defenderem a forma federalista de organização do Estado
pós-independência.
QUESTÃO 53
O título dado por Henry Kissinger a sua tese de doutoramento
— O Mundo Restaurado — desvela a correta dimensão do
Congresso de Viena (1815). Aparentemente, vencida estava a
etapa histórica representada pela Revolução Francesa e pelo
expansionismo napoleônico. Todavia, cinco anos depois,
iniciaram-se ondas revolucionárias (1820, 1830, 1848) que
convulsionariam a Europa e, em larga medida, a América. A
respeito do Congresso de Viena, julgue (C ou E) os itens que se
seguem.
1. O princípio do equilíbrio europeu norteou as decisões tomadas;
para tanto, limitou-se o poderio francês.
2. A criação da Santa Aliança estava subordinada a duplo
objetivo: manter a ordem na Europa e impedir a independência
das colônias.
3. O resultado do congresso em apreço foi parcialmente
frustrado devido a guerras entre a França e a Espanha e entre
o Piemonte e a Suíça.
4. O princípio da legitimidade foi utilizado na defesa da política
de restauração da antiga ordem.
QUESTÃO 54
Entre 1870-71, completou-se o processo de unificação política
da Alemanha e da Itália, o que alterou substancialmente o
mapa político europeu. Em 1914, a eclosão da Grande Guerra
sepultou as ilusões da Belle Époque e destruiu uma estratégia
de convivência entre as potências que se pretendia assentada
no equilíbrio. Com relação ao período entre 1871 e 1914, julgue
(C ou E) os itens a seguir.
1. As relações intra-europeias foram tensas, devido à aliança
de defesa mútua entre o Reino da Itália e o Império
Austro-Húngaro, na última década do século XIX, para conter
as ameaças francesa e alemã.
2. Houve a neutralização da Confederação Suíça, em 1871, e a
incorporação a seu território de parte da Savoia, o que
contribuiu para restabelecer o equilíbrio geopolítico na Europa
continental.
3. Houve expressiva hierarquia e estratificação de poder entre as
cinco grandes potências — Alemanha, França, Grã-Bretanha,
Rússia e Áustria-Hungria — e os demais países europeus.
4. Ocorreu desequilíbrio de poder em favor da Grã-Bretanha e em
detrimento da Alemanha, como resultado da superioridade dos
recursos econômicos, demográficos e militares britânicos.
QUESTÃO 55
O crash da Bolsa de Valores de Nova York, em outubro de 1929,
foi o sinal do que ocorreria nos próximos anos: uma crise
econômica sem precedentes, na qual falências, desemprego e falta
de perspectivas se somaram para configurar um cenário socialmente
dramático. A eleição do democrata Franklin D. Roosevelt desalojou
os republicanos do poder e inaugurou uma nova era para os EUA.
Relativamente à política de Roosevelt para enfrentar a referida
crise, julgue (C ou E) os itens seguintes.
1. Reduziram-se as funções do Estado, de modo a diminuir os
gastos públicos e a cobrança de impostos, para induzir a
ampliação da poupança privada com vistas a gerar demanda e
investimentos que recuperassem a atividade produtiva.
2. Foram criados subsídios à indústria, com a finalidade de
reduzir a pressão inflacionária sobre a população e garantir a
continuidade do emprego nas linhas de produção.
3. Para aliviar o desemprego, criou-se o Civilian Conservation
Corps, que empregou trabalhadores na recuperação de parques
e em obras ligadas à infraestrutura física do país.
4. No início de sua administração, priorizou-se a criação de
instrumentos voltados para pôr fim ao processo deflacionário
e aliviar a situação da população, principalmente das camadas
mais pobres.
QUESTÃO 56
O século XX é considerado o século das revoluções. A partir de
1917, quando a autocracia czarista foi derrubada, as utopias
engendradas pelo século XIX buscaram materializar-se. A rigor, as
revoluções se universalizaram, indo da Europa à Ásia, da América
à África. Relativamente às revoluções do século XX, julgue
(C ou E) os itens subsequentes.
1. A Revolução Cubana, iniciada em 1956 sob a liderança de
Fidel Castro, tinha caráter comunista e contou com o apoio
logístico e político do Partido Socialista Popular
(futuro Partido Comunista) para se consolidar nas montanhas
de Sierra Maestra.
2. A Revolução Russa de 1917 confirmou a tese de Marx segundo
a qual o fim do capitalismo começaria pelos países menos
desenvolvidos, que ele classificou como os elos mais fracos da
corrente, onde a miséria era maior.
3. Em 1949, os comunistas chineses tomaram o poder em Pequim
após uma longa luta de guerrilhas, que se estendeu pela área
rural e, posteriormente, chegou às cidades.
4. A Revolução Mexicana, de 1910, foi desencadeada a partir de
uma questão político-eleitoral, a reeleição de Porfirio Díaz, e
ganhou densidade com as demandas sociais, especialmente as
do campo.
QUESTÃO 57
Seguindo a marcha de afirmação da Revolução Industrial,
o século XIX testemunhou a consolidação do capitalismo como
um sistema que estende seu domínio sobre as demais formas
de organização da economia. Como já previa o Manifesto
Comunista, de 1848, ele se universalizou, incorporando as
mais diversas regiões do planeta. Esse processo de expansão
é comumente denominado imperialismo e tem no
neocolonialismo sua face mais visível. Relativamente a esse
cenário que desvela, sob o ponto de vista econômico,
a contemporaneidade, julgue (C ou E) os itens seguintes.
1. A expansão imperialista do século XIX encontrou unidade
e consistência na ideia, disseminada à exaustão, de que a
expansão seria benéfica para os povos por ela atingidos:
assim, levar o progresso e propagar a civilização seria
missão e direito; e a incompreensão dos beneficiários seria
o “fardo do homem branco”, na conhecida expressão
de Kipling.
2. Na Índia, o impacto da dominação britânica pode ser
sintetizado em dois aspectos essenciais: a desarticulação da
economia artesanal, especialmente a rural, e a exploração
imperialista sistemática, ou seja, a adoção de determinadas
práticas de dominação e de controle pelos ingleses.
3. No Extremo Oriente, a expansão do mercado capitalista foi
facilitada pelo fato de que China e Japão eram sociedades
historicamente abertas ao intercâmbio com estrangeiros, o
que pode ser comprovado pela presença, em ambos os países,
de número considerável de comerciantes e missionários
ocidentais.
4. Ainda que possa ser interpretada como uma continuidade
da expansão ocorrida na Idade Moderna, a expansão
capitalista ao longo do século XIX assumiu novas
características em termos de motivações inspiradoras,
métodos utilizados e objetivos perseguidos.
QUESTÃO 58
Um dos mais expressivos resultados da Segunda Guerra Mundial
(1939-1945) foi a nova configuração geopolítica do mundo
contemporâneo: de um lado, a emergência de um sistema de poder
assentado na bipolaridade americano-soviética e, de outro, um
vigoroso processo de descolonização protagonizado, sobretudo, por
asiáticos e africanos. Em relação ao cenário histórico mundial
pós-1945, julgue (C ou E) os itens subsequentes.
1. Marco da nova configuração mundial pós-Segunda Guerra, a
conferência de Bandung, na Indonésia, reuniu, pela primeira
vez, cerca de três dezenas de chefes de Estado da Ásia e da
África e, ao final, pronunciou-se a favor de um capitalismo “de
face humana”, pela condenação do Ocidente (EUA) e pela
aproximação política com a URSS.
2. O processo de independência das colônias africanas e asiáticas
derivou de vários fatores e ações que envolveram o poder das
velhas metrópoles europeias, as condições internas de cada
colônia e a conjuntura internacional, desde fins da Segunda
Guerra, amplamente favorável à mudança do status quo
político dos impérios em causa.
3. Embora detentores de inegáveis instrumentos de poder e de
dissuasão, Estados Unidos da América (EUA) e União das
Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) optaram por ficar à
margem do processo de descolonização, salvo em poucas
situações, justamente para que não fosse prejudicado o projeto
de hegemonia mundial que ambos acalentavam.
4. A vitória militar francesa na batalha de Dien Bien Phu, em
1954, preservou por mais alguns anos a Indochina — uma
artificial invenção do colonialismo — e permitiu ao governo de
Paris comandar o processo de negociação que levou à
independência gradual do Vietnã, do Laos e do Camboja.
QUESTÃO 59
Independentes em 1776, os EUA lançaram-se ao esforço
de consolidação nacional ao longo do século XIX, assumindo e
vencendo muitos desafios, mas foram envolvidos em uma
monumental guerra civil que explicitou diferenças marcantes —
aparentemente inconciliáveis — entre o Sul e o Norte do país. Ao
fundo, o que estava em jogo era o modelo de desenvolvimento
econômico, que colocava no centro do debate a dramática questão
da escravidão. A eleição de 1860, na qual Abraham Lincoln saiu-se
vitorioso, polarizou de tal forma o debate acerca do trabalho
escravo que abriu o caminho para a Guerra de Secessão.
A respeito da história norte-americana no século XIX, julgue
(C ou E) os itens que se seguem.
1. O governo de Andrew Jackson conduziu os EUA a uma
democracia de massas, e suas propostas inovadoras —
universalização do voto, demarcação de terras indígenas e
grandes obras públicas — angariaram o que antes parecia
impossível: o apoio de democratas e republicanos, de
lideranças sulistas e nortistas.
2. Na Guerra de Secessão, defrontaram-se o Sul —
essencialmente agrícola, senhorial e escravista — e o Norte,
onde vigoravam o trabalho assalariado, a pequena propriedade
e uma sólida classe média urbana; em ambos os casos, porém,
o negro estava excluído da vida política.
3. Legítimo representante do Norte empreendedor e capitalista,
Abraham Lincoln era antiescravista e abolicionista, defensor da
igualdade racial: por tais posições, sua eleição constituiu a
senha que deu início ao conflito que dividiu o país ao meio.
4. A partir da aquisição da Louisiana à França, no governo de
Thomas Jefferson, o sentimento nacionalista norte-americano
começou a ganhar nova roupagem, a de conquistas territoriais,
vindo a Marcha para o Oeste traduzir esse espírito.
QUESTÃO 60
Contraditório, o século XX já foi chamado de luminoso e de
sombrio. Da mesma forma que viu a expansão de regimes
democráticos, mormente após a Segunda Guerra Mundial, ele
também conviveu com um fenômeno político visceralmente
antiliberal e antidemocrático, os fascismos. Em verdade, os anos
20 e 30 desse século foram marcados pela crise do liberalismo e
pela ascensão de regimes totalitários de esquerda (URSS) e de
direita, como, entre outros países e regiões, na Itália, Alemanha,
Polônia, Península Ibérica e no Japão. Acerca dessa realidade
histórica, julgue (C ou E) os próximos itens.
1. Em meio à grande depressão decorrente da crise de 1929, que
devastou a economia alemã, Adolf Hitler se fez líder do
Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães e, ante
um país depauperado, mas com as instituições políticas ainda
fortalecidas, ele comandou o golpe militar que o levou ao
poder em 1933.
2. Se, no Japão, os militares assumiram posições claramente
fascistas e puseram em prática um ambicioso processo de
expansão do país pela Ásia, na Península Ibérica deu-se o
contrário: em Portugal e na Espanha, Salazar e Franco
prescindiram do apoio militar e chegaram ao poder com apoio
popular, comprovado em vitórias eleitorais de seus respectivos
partidos.
3. As condições criadas pela Primeira Guerra Mundial foram
decisivas para que, em 1917, duas ondas revolucionárias
abalassem a autocrática Rússia czarista: em fevereiro, uma
revolução liberal depôs o czar; em outubro, os bolcheviques
chegaram ao poder e instauraram um regime baseado nas teses
marxistas.
4. O quadro de instabilidade gerado pela Grande Guerra de 1914,
com o país, embora vencedor, se sentindo ludibriado pelos
aliados mais poderosos, levou os fascistas de Benito Mussolini
ao poder na Itália, em 1922. A Marcha sobre Roma pretendeu
ser uma demonstração de força do partido e de seu líder
supremo, que acabou sendo convidado pelo rei para assumir a
condução do governo italiano.
QUESTÃO 61
Em pleno desenrolar da Segunda Guerra Mundial, reuniões eram
feitas entre as principais lideranças aliadas com vistas à
reconfiguração geopolítica mundial pós-conflito. Na nova ordem
que emergiu a partir de 1945, também se traçou o destino da
América Latina e se discutiu a posição que ela iria ocupar no
sistema bipolar. Relativamente aos múltiplos aspectos que
envolvem essa questão, julgue (C ou E) os itens subsequentes.
1 No contexto da Segunda Guerra, os EUA condicionaram suas
relações com os países latino-americanos ao grau de adesão
desses países à política de guerra e de envolvimento no
conflito, o que explica, por exemplo, o adensamento das
relações de Washington com o Brasil e o México.
2 Na América do Sul, destaca-se a posição da Argentina de
atrelamento incondicional à política externa norte-americana
do pós-Segunda Guerra, o que acirrou as desconfianças de
países vizinhos, entre os quais o Brasil.
3 No pós-Segunda Guerra, a chancelaria brasileira deu apoio
explícito à criação da Organização dos Estados Americanos no
quadro da estratégia global dos EUA para a América Latina, à
luz dos condicionamentos impostos pela ordem bipolar.
4 Malgrado ter cassado o registro do Partido Comunista
Brasileiro e os mandatos de seus parlamentares, além de ter
rompido relações diplomáticas com a URSS, o Brasil se
recusou a assinar o Tratado Interamericano de Assistência
Recíproca (TIAR) por ver nele um instrumento de dominação
ideológica sobre a América Latina.
GABARITO
QUESTÃO 45: E E C E
QUESTÃO 46: C E E C
QUESTÃO 47: C C E E
QUESTÃO 48: E E C C
QUESTÃO 49: C E C C
QUESTÃO 50: C C E E
QUESTÃO 51: E C C E
QUESTÃO 52: C E E E
QUESTÃO 53: C C E C
QUESTÃO 54: E E C E
QUESTÃO 55: E E C C
QUESTÃO 56: E E C C
QUESTÃO 57: C C E C
QUESTÃO 58: E C E E
QUESTÃO 59: E C E C
QUESTÃO 60: E E C C
QUESTÃO 61: C E C E
Nenhum comentário:
Postar um comentário