segunda-feira, 14 de abril de 2014

Roteiro de estudos: Sociedade, cultura e cotidiano no Brasil Imperial

Roteiro de estudos: Sociedade, cultura e cotidiano no Brasil Imperial


Lista de questões - História do Brasil - Sociedade, cultura e cotidiano no Brasil Imperial


1. (CNDL) “A chegada da Corte portuguesa ao Brasil foi responsável por várias mudanças econômicas e políticas, mas gerou, também, situações complicadas para os habitantes da cidade do Rio de Janeiro”.
Fonte: http://mestresdahistoria.blogspot.com/ acesso em 13/05/2011.
a) Por que a cidade do Rio de Janeiro não estava preparada para receber a Corte Portuguesa, em 1808?
b) Como se deu a acolhida dos nobres da comitiva de D. João?
c) Quais as mudanças mais marcantes puderam ser observadas na região Sudeste?
d) Qual a importância do desenvolvimento das ferrovias?
e) Em que medida a estrutura populacional se tornava mais complexa no Brasil?


resposta da questão 1:

a) O Rio de Janeiro naquela época era ainda um centro urbano com características coloniais, assim como a maioria das cidades brasileiras, com ruelas estreitas, frequentadas por negros de ganho, muita sujeira e pouco conforto para os que para lá se dirigiam e para os que lá viviam.

b)  D. João e sua família se instalaram na Casa dos Governadores. Os nobres foram instalados no prédio da Cadeia e no Convento do Carmo. Entretanto, esses prédios eram claramente insuficientes pra abrigar toda a comitiva de D. João que, então, ordenou que as melhores residências da cidade fossem desapropriadas para acolher os portugueses.

c) A presença da Corte contribuiu para a difusão de hábitos mais sofisticados entre os da elite da cidade, ainda que esses novos hábitos convivessem com a pobreza, a desordem e a criminalidade. As cidades cresceram e se modernizaram, os progressos urbanos se avolumaram, tais como os bondes, iluminação à gás, praças, chafarizes, hotéis, teatros, bibliotecas, confeitarias, lojas em estilo parisiense, etc.

d) As ferrovias diminuíram as distâncias e aumentaram a circulação de mercadorias e ideias.

e) Nas cidades a população se diversificava: negros libertos, homens livres pobres, imigrantes, proprietários rurais e empresários de ramos variados.


2. (Fuvest 2012)  Fui à terra fazer compras com Glennie. Há muitas casas inglesas, tais como celeiros e armazéns não diferentes do que chamamos na Inglaterra de armazéns italianos, de secos e molhados, mas, em geral, os ingleses aqui vendem suas mercadorias em grosso a retalhistas nativos ou franceses. (...) As ruas estão, em geral, repletas de mercadorias inglesas. A cada porta as palavras Superfino de Londres saltam aos olhos: algodão estampado, panos largos, louça de barro, mas, acima de tudo, ferragens de Birmingham, podem-se obter um pouco mais caro do que em nossa terra nas lojas do Brasil.
Maria Graham. Diário de uma viagem ao Brasil. São Paulo, Edusp, 1990, p. 230 (publicado originalmente em 1824). Adaptado.

Esse trecho do diário da inglesa Maria Graham refere-se à sua estada no Rio de Janeiro em 1822 e foi escrito em 21 de janeiro deste mesmo ano. Essas anotações mostram alguns efeitos.
a) do Ato de Navegação, de 1651, que retirou da Inglaterra o controle militar e comercial dos mares do norte, mas permitiu sua interferência nas colônias ultramarinas do sul.
b) do Tratado de Methuen, de 1703, que estabeleceu a troca regular de produtos portugueses por mercadorias de outros países europeus, que seriam também distribuídas nas colônias.
c) da abertura dos portos do Brasil às nações amigas, decretada por D. João em 1808, após a chegada da família real portuguesa à América.
d) do Tratado de Comércio e Navegação, de 1810, que deu início à exportação de produtos do Brasil para a Inglaterra e eliminou a concorrência hispanoamericana.
e) da ação expansionista inglesa sobre a América do Sul, gradualmente anexada ao Império Britânico, após sua vitória sobre as tropas napoleônicas, em 1815.




resposta da questão 2:[C]
Comentário da questão:
O Bloqueio Continental, imposto por Napoleão, leva à invasão de Portugal por tropas francesas e à consequente fuga da família real para o Brasil.
Logo ao chegar, em 28/11/1808, D. João decreta a abertura dos portos às nações amigas. A principal beneficiária dessa medida foi a Inglaterra, que inundou o mercado brasileiro com seus produtos manufaturados. Essa supremacia iria se confirmar com a assinatura dos Tratados de 1810, que fixavam as tarifas para os produtos ingleses em apenas 15% do seu valor; para os portugueses, em 16%; para as mercadorias das demais nações, em 24%.

3. (ENEM 2002) Comer com as mãos era um hábito comum na Europa, no século XVI. A técnica empregada pelo índio no Brasil e por um português de Portugal era, aliás, a mesma: apanhavam o alimento com três dedos da mão direita (polegar, indicador e médio) e atiravam-no para dentro da boca. Um viajante europeu de nome Freireyss, de passagem pelo Rio de Janeiro, já no século XIX, conta como "nas casas das roças despejam-se simplesmente alguns pratos de farinha sobre a mesa ou num balainho, donde cada um se serve com os dedos, arremessando, com um movimento rápido, a farinha na boca, sem que a mínima parcela caia para fora". Outros viajantes oitocentistas, como John Luccock, Carl Seidler, Tollenare e Maria Graham descrevem esse hábito em todo o Brasil e entre todas as classes sociais. Mas para Saint-Hilaire, os brasileiros "lançam a [farinha de mandioca] à boca com uma destreza adquirida, na origem, dos indígenas, e que ao europeu muito custa imitar". 
Aluísio de Azevedo, em seu romance "Girândola de amores" (1882), descreve com realismo os hábitos de uma senhora abastada que só saboreava a moqueca de peixe "sem talher, à mão". 
Dentre as palavras listadas a seguir, assinale a que traduz o elemento comum às descrições das práticas alimentares dos brasileiros feitas pelos diferentes autores do século XIX citados no texto.
a) Regionalismo (caráter da literatura que se baseia em costumes e tradições regionais).
b) Intolerância (não-admissão de opiniões diversas das suas em questões sociais, políticas ou religiosas).
c) Exotismo (caráter ou qualidade daquilo que não é indígena; estrangeiro; excêntrico, extravagante).
d) Racismo (doutrina que sustenta a superioridade de certas raças sobre outras).
e) Sincretismo (fusão de elementos culturais diversos, ou de culturas distintas ou de diferentes sistemas sociais).


resposta da questão 3:[E]


4. (Uerj 2001) Entre 1817 e 1820, dois viajantes estrangeiros, Spix e Martius, participaram de uma missão científica que percorreu diversas regiões do Brasil. Ao chegarem ao Rio de Janeiro, anotaram sua opinião sobre a capital do Império: Quem chega convencido de encontrar esta parte do mundo descoberta só desde três séculos, com a natureza inteiramente rude, violenta e invicta, poder-se-ia julgar, ao menos aqui na capital do Brasil, fora dela; tanto fez a influência da civilização e cultura da velha e educada Europa para remover deste ponto da colônia os característicos da selvajaria americana, e dar-lhe cunho de civilização avançada. Língua, costumes, arquitetura e afluxo dos produtos da indústria de todas as partes do mundo dão à praça do Rio de Janeiro aspecto europeu. 
(SPIX & MARTIUS. "Viagem pelo Brasil: 1817-1820". Belo Horizonte/São Paulo: Itatiaia/EdUSP, 1981.) 

Indique duas realizações da administração de D. João que tenham contribuído para que o Rio de Janeiro adquirisse as características europeias percebidas pelos autores.


resposta da questão 4:

Duas dentre as realizações: 
- construção de novos prédios na cidade do Rio de Janeiro 
- aumento da entrada de produtos vindos de outras praças comerciais, proporcionada pela Abertura dos Portos decretada em 1808 
- vinda da Missão Francesa 
- criação da Biblioteca Nacional 
- criação do Jardim Botânico 
- criação de instituições de ensino superior 


5. (UERJ) "Possa este, para sempre memorável dia, ser celebrado com universal júbilo por toda a América Portuguesa, por uma dilatada série de séculos, como aquele em que começou a raiar a aurora da felicidade, prosperidade e grandeza, a que algum dia o Brasil se há de elevar, sendo governado de perto pelo seu soberano. Sim, nós já começamos a sentir os saudáveis efeitos  da paternal presença de tão ótimo príncipe, que [...] nos deu as mais evidentes provas, que muito alentam as nossas esperanças,  de que viera ao Brasil a criar um grande Império."
 Luís Gonçalves dos Santos "Memórias para servir à História do reino do Brasil". Belo Horizonte: Ed. Itatiaia, São Paulo: EDUSP, 1981.

O texto acima revela o entusiasmo e as esperanças daqueles que assistiram à chegada da família real portuguesa ao Brasil.
Indique duas inovações de caráter científico ou cultural decorrentes da política de D. João. Indique também uma mudança política ou econômica observada durante a permanência da Corte e sua respectiva consequência para o Brasil.


resposta da questão 5:
Duas das inovações:

• Biblioteca Real, atual Nacional 
• Academia Real Militar
• Impressão Régia
• Gazeta do Rio de Janeiro
• aulas de Comércio
• Real Horto, atual Jardim Botânico
• Intendência de Polícia
• vinda da Missão Artística Francesa

Uma das mudanças e sua respectiva consequência:

• abertura dos portos às nações amigas – rompimento com o pacto colonial
• assinatura dos tratados de 1810 com a Inglaterra – aprofundamento da influência comercial britânica
• elevação do Brasil a Reino Unido – fim do status de colônia da América Portuguesa
• estabelecimento do Rio de Janeiro como capital do Império luso-brasileiro – inversão de papéis entre Portugal e Brasil

6. (UFU) A instalação de famílias de colonos estrangeiros, no interior do Brasil, foi inicialmente incentivada pelo governo de D. João VI, durante a permanência da corte e, posteriormente também, pelo governo imperial brasileiro. A colônia de Nova Friburgo (RJ), fundada em 1818 para abrigar cem famílias suíças, e a colônia de São Leopoldo (RS), formada por alemães desde 1824, com apoio do Império, são dois exemplos pioneiros desse tipo de ocupação. Posteriormente, no final do século XIX, as políticas de imigração diversificaram-se e foram amplamente utilizadas. Um exemplo disso foi a imigração subsidiada, especialmente para abastecimento das lavouras de café no sudeste do país.

Considere as informações acima e responda ao que se pede.
a) Caracterize duas diferentes formas de imigração adotadas no Brasil ao longo do século XIX.
b) Explique os objetivos principais das duas políticas de imigração incentivadas no Brasil.


resposta da questão 6:

a) No início do século XIX ,durante o período joanino no Brasil, a política de imigração visava a ocupação de áreas de interesse para as quais se estimulava a vinda de europeus destinados a ocuparem terras nas áreas de fronteiras com os domínios espanhóis. As terras eram doadas a esses imigrantes para que lá se fixassem e garantissem essas terras para o governo.
Com a expansão da lavoura cafeeira no Oeste Paulista, adotou-se inicialmente o sistema de parceria, no qual arregimentava-se imigrantes  europeus pobres para trabalhar nos cafezais com a promessa de participação na produção. Essa modalidade de trabalho resultou em fracasso, pois os imigrantes atraídos com a possibilidade de "fazer a América", foram submetidos a uma intensa exploração, devido ao endividamento crescente para pagar a despesas de viagem financiadas pelo fazendeiro e os gastos cotidianos no armazém da fazenda, onde se praticavam preços abusivos, além de serem tratados como se tratava os escravos.
Diante do fracasso do sistema de parceria, e a crescente demanda por mão de obra nos cafezais, pressionado pelos fazendeiros, o governo imperial adotou o Sistema Subvencionado, pelo qual governo arcava com os custos da imigração, ou seja, com as despesas de recrutamento e viagem do europeu. Ainda na Europa, era assinado um contrato de trabalho, que assegurava garantias ao trabalhador, esclarecia a remuneração e estabelecia a jornada de trabalho.

b) A primeira política de imigração incentivada pelo governo, tinha por objetivo garantir para Portugal, e posteriormente para o Brasil,terras geralmente disputadas com a Espanha e, mais tarde, com países vizinhos.
A segunda tinha como objetivo principal suprir a demanda por mão de obra na lavoura cafeeira num momento de grande expansão em razão do crescimento das exportações de café que tornava-se o principal produto da economia nacional.
Vale observar que a preferência pelo europeu nas políticas de imigração do período imperial, fundamentava-se nas teses racistas da necessidade de embranquecimento  da população brasileira como um caminho para o progresso.


7. (Pucrj) "O Rio de Janeiro é a capital do Brasil há bastante tempo, muito antes de a família real deixar Lisboa. Traçarei uma breve descrição dessa cidade a partir do que pude apurar durante a minha estada. [...] O comércio [...] progrediu muito depois que a cidade tornou-se residência real [...] Os ingleses têm aberto muitos cafés no Rio de Janeiro, uma novidade, que tenho certeza, será bem acolhida. De fato, desde março de 1808, toda a cidade vem passando por transformações e recebendo melhorias. 
Conde Thomas O Neill, 1809. Apud Jean Marcel Carvalho França. "Outras visões do Rio de Janeiro Colonial - Antologia de Textos". Rio de Janeiro, José Olympio, 2000. Pp: 310-320.

A descrição do inglês Thomas O Neill destaca algumas das transformações ocorridas desde a chegada da Corte portuguesa ao Rio de Janeiro no ano de 1808.
a) Explique por que, a partir da abertura dos portos (1808), ocorreu a preponderância dos ingleses nas transações comerciais com o Brasil.
b) Cite duas transformações culturais ocorridas na cidade do Rio de Janeiro durante o Período Joanino (1808-1821).

resposta da questão 7:
a)  Ao decretar a abertura dos portos brasileiros às “nações amigas” em 1808 D. João VI estava beneficiando, sobretudo, a Inglaterra, então, em plena Revolução Industrial, e o principal país que mantinha relações amigáveis com Portugal. A partir dessa data, os produtos manufaturados ingleses começaram a entrar no Brasil, sendo que a ampliação do controle do mercado colonial seria conseguida, anos mais tarde, com a assinatura do Tratado de Comércio e Navegação em fevereiro de 1810. Esse Tratado garantia à Inglaterra a taxação privilegiada de 15% de impostos sobre os seus produtos vendidos no Brasil, enquanto que as mercadorias portuguesas pagariam 16% e as dos demais países, 24%.

b) Durante a permanência da corte joanina no Brasil (1808-1821) o Rio de Janeiro passou por uma série de transformações culturais dentre as quais podemos citar:
- A criação do Jardim Botânico;
- A escola de medicina do Rio de Janeiro;
- O Teatro Real;
- A Imprensa Real;
- A Academia Real de Belas Artes,
- A Biblioteca Real.

8. (PITÁGORAS) Com a chegada da família real o país virou o centro do império português. Ele passou a não ser uma simples colônia. Os impostos ficavam no Brasil não eram enviados à Portugal.Do ponto de vista cultural, o Brasil também saiu ganhando com algumas medidas tomadas por D. João. O rei trouxe a Missão Francesa para o Brasil, estimulando o desenvolvimento das artes e das ciências em nosso país.
Assinale a alternativa que NÃO faz parte das medidas culturais adotadas por D. João VI.
A) Criação do Jardim botânico.
B) Fundação da Biblioteca Real.
C) Fundação da Academia de Belas Artes.
D) Criação do Museu Nacional
E) Fundação da Universidade Federal do Rio de Janeiro.


resposta da questão 8: [E]
Comentário da questão:
A Universidade Federal do Rio de Janeiro, antiga Universidade do Brasil fora criada durante a Era Vargas (1930-1945).

9. (Pucrj) Analise as afirmativas abaixo, referentes à arte e à cultura no Brasil, entre os séculos XVIII e XX: 
I) Ainda que em suas diversas manifestações possam ser percebidos elementos evidenciadores de sua matriz européia, o Barroco assumiu no Brasil colonial feições que lhe conferiram uma identidade própria. 
II) A Missão Artística Francesa, aqui chegada em 1816, foi a grande responsável pela introdução do neoclacissismo no Brasil, estilo que influenciou, por exemplo, a produção arquitetônica principalmente na Corte do Rio de Janeiro. 
III) O Estado imperial brasileiro, sobretudo durante o 2.o Reinado, não promoveu a formulação de uma política cultural, o que o diferenciou do Estado republicano que se caracterizou por diversos incentivos às manifestações artístico-culturais de expressão nacionalista. 
IV) O movimento modernista rompeu, tanto no âmbito das artes plásticas quanto no da literatura, com as abordagens temáticas e a estética características da maior parte da produção cultural das décadas anteriores. 

Indique a opção que apresenta a(s) afirmativa(s) correta(s).
a) I.
b) II e III.
c) III e IV.
d) I, II e IV.
e) Todas.


resposta da questão 9:[D]

10. (Puccamp 2004) Muitos franceses, principalmente professores, cientistas, arquitetos, escultores e pintores vieram ao Brasil no século XIX a partir da instalação da Corte portuguesa no Rio de Janeiro. Pode-se explicar a presença desses franceses no país com o argumento de que
a) a maioria deles chegou ao Brasil com o intuito de colonizar as regiões desabitadas do interior do país, constituindo núcleos de exploração de produtos tropicais, que seriam comercializados na Europa.
b) eles tinham como missão convencer o rei D. João VI a romper relações diplomáticas com a Inglaterra, uma vez que este país tinha estabelecido o Bloqueio Continental, impedindo as relações comerciais entre França e Brasil.
c) grande parte deles desembarcou no Rio de Janeiro estimulados por D. João VI, que tinha como um dos seus grandes projetos trazer uma missão artística francesa, com o objetivo de constituir no Brasil uma base de desenvolvimento cultural.
d) todos esses franceses chegaram ao Brasil como refugiados políticos, uma vez que os mesmos discordavam da política cultural do imperador Napoleão Bonaparte, que perseguia os artistas contrários às suas determinações políticas.
e) parte significativa da população francesa emigrou para o Brasil em razão dos intensos combates ocorridos durante a Comuna de Paris, instalando-se principalmente nos Estados do Maranhão e do Pará e trabalhando na extração da borracha.


resposta da questão 10:[C]

11. (Pucrj) À EXCEÇÃO DE UMA, as alternativas a seguir apresentam de modo correto algumas das transformações culturais e científicas promovidas pelo governo joanino (1808-1821), durante a permanência da Corte portuguesa no Brasil. ASSINALE-A.
a) Ainda que tivessem sido criados a Impressão Régia e o primeiro jornal do Brasil, a existência da censura e a ação da Intendência Geral de Polícia coibiram com sucesso a difusão de idéias contrárias ao governo joanino.
b) Pouco depois de chegar ao Brasil, D. João fundou o Real Horto (o Jardim Botânico do Rio de Janeiro), onde foram aclimatadas e introduzidas novas espécies vegetais.
c) Logo após a elevação do Brasil à categoria de Reino-Unido a Portugal e Algarves, o Príncipe-regente autorizou a vinda da Missão Artística Francesa, chefiada por Joaquim Lebreton, da qual faziam parte artistas como Jean Baptiste Debret.
d) Com o acervo trazido do velho Reino, foi criada a Biblioteca Real, origem da atual Biblioteca Nacional.
e) Chegaram à América portuguesa cientistas e viajantes estrangeiros, como o zoólogo Spix, o botânico Martius e o naturalista Saint-Hilaire, que percorreram o território realizando inventários de comunidades, da geografia, da fauna e da flora.


resposta da questão 11:[A]


12. (ENEM 2000) O texto abaixo foi extraído de uma crônica de Machado de Assis e refere-se ao trabalho de um escravo. "Um dia começou a guerra do Paraguai e durou cinco anos, João repicava e dobrava, dobrava e repicava pelos mortos e pelas vitórias. Quando se decretou o ventre livre dos escravos, João é que repicou. Quando se fez a abolição completa, quem repicou foi João. Um dia proclamou-se a república. João repicou por ela, repicara pelo Império, se o Império retornasse."
(MACHADO, Assis de "Crônica sobre a morte do escravo João", 1897)
A leitura do texto permite afirmar que o sineiro João:
a) por ser escravo tocava os sinos, às escondidas, quando ocorriam fatos ligados à Abolição
b) não poderia tocar os sinos pelo retorno do Império, visto que era escravo.
c) tocou os sinos pela República, proclamada pelos abolicionistas que vieram libertá-lo.
d) tocava os sinos quando ocorriam fatos marcantes porque era costume fazê-lo.
e) tocou os sinos pelo retorno do Império, comemorando a volta da Princesa Isabel.


resposta da questão 12:[D]
Comentário da questão:
Segundo o enunciado, embora ocorressem mudanças políticas ou sociais, João, o sineiro, desempenhava sempre a mesma tarefa de tocar o sino. Machado de Assis quis mostrar que a função daquele sujeitonão iria se modificar ou acompanhar as transformações da época. 



13. (Enem 2013) A recuperação da herança cultural africana deve levar em conta o que é próprio do processo cultural: seu movimento, pluralidade e complexidade. Não se trata, portanto, do resgate ingênuo do passado nem do seu cultivo nostálgico, mas de procurar perceber o próprio rosto cultural brasileiro. O que se quer é captar seu movimento para melhor compreendê-lo historicamente.

MINAS GERAIS. Cadernos do Arquivo 1: Escravidão em Minas Gerais. Belo Horizonte: Arquivo Público Mineiro, 1988.

Com base no texto, a análise de manifestações culturais de origem africana, como a capoeira ou o candomblé, deve considerar que elas

A) permanecem como reprodução dos valores e costumes africanos.
B) perderam a relação com o seu passado histórico.
C) derivam da interação entre valores africanos e a experiência histórica brasileira.
D) contribuem para o distanciamento cultural entre negros e brancos no Brasil atual.
E) demonstram a maior complexidade cultural dos africanos em relação aos europeus.


resposta da questão 13:[C]
Comentário da questão:
O texto exige que o aluno compreenda a relação da herança cultural africana e a experiências histórica brasileira. Essas experiências podem ser verificadas através de manifestações culturais como a capoeira e o candomblé. Assim, as pesquisas históricas tem a função de compreender as especificidades culturais brasileiras.


14. (ENEM 2013) Ninguém desconhece a necessidade que todos os fazendeiros têm de aumentar o número de seus trabalhadores. E como até há pouco supriam-se os fazendeiros dos braços necessários?
As fazendas eram alimentadas pela aquisição de escravos, sem o menor auxilio pecuniário do governo. Ora, se os fazendeiros se supriam de braços à sua custa, e se é possível obtê-los ainda, posto que de outra qualidade, por que motivo não hão de procurar alcançá-los pela mesma maneira, isto é, à sua custa?
Resposta de Manuel Felizardo de Souza e Mello, diretor geral das terras Públicas, ao Senador Vergueiro. In:
ALENCASTRO, l.f. (Org.) História da vida privada no Brasil São Paulo: Cia das letras, 1998 (adaptado)


O fragmento do discurso dirigido ao parlamentar do Império refere-se às mudanças então em curso no campo brasileiro, que confrontam o Estado e a elite agrária em torno do objetivo de :
A) fomentar ações públicas para ocupação das terras do interior.
B) adotar o regime assalariado para proteção da mão de obra estrangeira.
C) definir uma política de subsídio governamental para fomento da imigração.
D) regulamentar o tráfico interprovincial de cativos para sobrevivência das fazendas.
E) financiar a fixação de famílias camponesas para estímulo da agricultura de subsistência.







resposta da questão 14:[C]
Comentário da questão:
A proibição do tráfico negreiro em 1850 criou a necessidade de substituir a mão de obra escrava pelo trabalho assalariado. O confronto entre Estado e elite girava em torno do financiamento da imigração. O Estado desejava que os custos fossem dos fazendeiros e quanto esses buscavam um subsídios estatal.

15. (UFC) Observe, com atenção, a ilustração a seguir.
 
FONTE: SCHMIDT, Mario F. "Nova história crítica do Brasil." São Paulo: Nova Geração, 1997, p.198. A figura se relaciona à elite brasileira na segunda metade do século XIX. A respeito da referida representação, é correto afirmar que:
a) a influência da cultura francesa no processo de urbanização expressou-se na moda valorizada por ambos os sexos.
b) a modernização na maneira de vestir deveu-se à criatividade da elite nacional, que conseguiu romper com a tradição.
c) o uso do "fraque" pelos homens e a valorização dos vestidos longos pelas mulheres restringiam-se às ricas Províncias do Sul.
d) a liberdade das mulheres de passearem sozinhas nas cidades representou o primeiro passo da emancipação feminina.
e) a predominância dos investimentos britânicos na modernização do país impôs a propagação exclusiva do vestuário inglês.




resposta da questão 15:[A]

16. (UFAL) "O Brasil, antes fragmentado em várias regiões que se comunicavam diretamente com a metrópole, adquiriu unidade política e territorial, graças aos mecanismos jurídico-administrativos centralizadores instaurados (...) na cidade. O Rio de Janeiro, antes uma cidade de ruas lamacentas e hábitos provincianos, transformou-se num movimentado centro comercial e cultural (...). O modo de vida da corte, denominação dada à capital, mudou radicalmente. O luxo e a ostentação empolgaram a elite rural escravista, que se transferiu para a cidade. Homens e mulheres, trajando à moda européia, passaram a circular pelas ruas do Rio, numa demonstração eloquente de colonialismo cultural". 

O texto descreve um fenômeno relacionado
a) à extinção do tráfico negreiro e à vinda de imigrantes para o Brasil.
b) à política de incentivo cultural adotada por D. Pedro I.
c) ao desenvolvimento da economia cafeeira no Vale do Paraíba.
d) à instalação da família real portuguesa no Brasil.
e) ao crescimento industrial e à urbanização do Sudeste no final do século XIX.




resposta da questão 16:[D]



17. (UFScar 2004) Sobre a história da urbanização no Brasil, é correto afirmar que:
a) as vilas e as cidades, no período colonial, contribuíram para criar uma tradição de vida urbana desde o século XVII.
b) as descrições dos viajantes da primeira metade do século XIX mostram um quadro de intenso crescimento da vida nas cidades.
c) a urbanização no final do século XIX decorreu da concentração de capitais em áreas com economia em expansão e da formação, mesmo incipiente, de um mercado interno.
d) no final do século XIX, por conta da abolição, os setores médios urbanos da população cresceram e ameaçaram a visão de mundo da aristocracia rural brasileira.
e) as principais capitais brasileiras, no final do século XIX, já eram modernas, com espaços ordenados, uniformes e divididos segundo segmentos sociais.


resposta da questão 17:[C]


18. (CPS 2007) Analise o texto a seguir: 
Até meados do século XIX, durante cerca de seis meses por ano, a cidade de São Paulo ficava alagada pelas águas dos rios Tietê e Tamanduateí, que corriam em terreno plano, formando as várzeas imensas que representaram um papel importante na sua estrutura e configuração urbana, conforme depoimento do historiador Caio Prado Jr. 
Alterações importantes nos cursos dos rios e nas regiões banhadas por eles começaram a ocorrer com a expansão dos cafezais no interior paulista, com a integração da cidade ao complexo agropecuário como centro financeiro e mercantil e, a partir de 1867, com a inauguração da estrada de ferro, construída às margens do Rio Tamanduateí, que ligava São Paulo ao Porto de Santos. Desde então, a cidade passou a utilizar seus rios e várzeas de maneira intensiva, predatória e degradante. 
(JORGE, Janes. "Rios e Várzeas na Urbanização de São Paulo (1890-1940)". São Paulo: Revista Histórica. Arquivo do Estado de São Paulo e Imprensa Oficial do Estado, n¡. 11, 2003.)
 
Sobre a ocupação das margens do Rio Tamanduateí, é válido afirmar que 
I. elas, por serem planas e ainda desabitadas, favoreciam a instalação da ferrovia mais do que as áreas centrais, acidentadas e bastante edificadas. 
II. muitas fábricas se localizaram próximas aos caminhos ou estações ferroviárias, atraídas pela facilidade de transporte de produtos e de mão-de-obra. 
III. o rio e os córregos passaram a ser utilizados como fornecedores de água para as fábricas e escoadouros dos seus detritos industriais. 
IV. a presença das fábricas e da estrada e as obras de retificação do rio fizeram da região a preferida para a fixação de moradias da elite cafeicultora. 

São válidas as afirmações contidas em apenas
a) I, II e III.
b) I, III e IV.
c) I e IV.
d) II e III.
e) II e IV.

resposta da questão 18:[A]



19. (ENEM 2008) 
Cenas da festa conhecida como Entrudo, na obra de Debret
Na obra Entrudo, de Jean-Baptiste Debret (1768-1848), apresentada acima,

a) registram-se cenas da vida íntima dos senhores de engenho e suas relações com os escravos.
b) identifica-se a presença de traços marcantes do movimento artístico denominado Cubismo.
c) identificam-se, nas fisionomias, sentimentos de angústia e inquietações que revelam as relações conflituosas entre senhores e escravos.
d) observa-se a composição harmoniosa e destacam-se as imagens que representam figuras humanas.
e) constata-se que o artista utilizava a técnica do óleo sobre tela, com pinceladas breves e manchas, sem delinear as figuras ou as fisionomias.

resposta da questão 19:[D]
Comentário da questão:
Esta questão está mais fundamentada na arte em si, do que no contexto histórico em que está inserida. E esta é a maior pegadinha na questão.

20. (ENEM 2013) No final do século XIX, as Grandes Sociedades carnavalescas alcançaram ampla popularidade entre os foliões cariocas. Tais sociedades cultivavam um pretensioso objetivo em relação à comemoração carnavalesca em si mesma: com seus desfiles de carros enfeitados pelas principais ruas da cidade, pretendiam abolir o entrudo (brincadeira que consistia em jogar água nos foliões) e outras práticas difundidas entre a população desde os tempos coloniais, substituindo-os por formas de diversão que consideravam mais civilizadas, inspiradas nos carnavais de Veneza. Contudo, ninguém parecia disposto a abrir mão de suas diversões para assistir ao carnaval das sociedades. O entrudo, na visão dos seus animados praticantes, poderia coexistir perfeitamente com os desfiles.
PEREIRA, C.S. Os senhores da alegria: a presença das mulheres nas Grandes Sociedades carnavalescas cariocas em fins do século XIX. In: CUNHA, M.C.P. Carnavais e outras festas: ensaios de história social da cultura. Campinas: Unicamp; Cecult, 2002 (adaptado).

Manifestações culturais como o carnaval também têm sua própria história, sendo constantemente reinventadas ao longo do tempo. A atuação das Grandes Sociedades, descrita no texto, mostra que o carnaval representava um momento em que as
a) distinções sociais eram deixadas de lado em nome da celebração
b) aspirações cosmopolitas da elite impediam a realização da festa fora dos clubes.
c) liberdades individuais eram extintas pelas regras das autoridades públicas.
d) tradições populares se transformavam em matéria de disputas sociais.
e) perseguições policiais tinham caráter xenófobo por repudiarem tradições estrangeiras.


resposta da questão 20:[D]
Comentário da questão:

O entrudo consistia em uma manifestação cultural carnavalesca de origem medieval, que chegou ao Brasil no período colonial e que tinha grande adesão principalmente entre as classes populares. Como é apresentado no texto, as elites se opunham a essa prática considerada ofensiva, pois era no entrudo que as classes populares liberavam seus sentimentos ao ocuparem as ruas da cidade para realizar uma série de brincadeiras. A partir de 1840, a elite brasileira passou a criar campanhas pelo fim do entrudo, pois pretendia festejar o carnaval sem ter contato com as classes populares.



21. (UFPR) No Brasil imperial:
(01) A "Missão Francesa", que chegou ao Brasil em 1816, trazendo artistas plásticos como Debret e Taunay, contribuiu para a transformação da fisionomia cultural do país.
(02) Segundo a organização político-administrativa, as províncias eram administradas por governadores-gerais eleitos pelos membros dos Conselhos Municipais.
(04) Os primeiros anos do Império constituíram-se em um período de rápido crescimento econômico, especialmente em razão das receitas obtidas com as tarifas de importação e com o crescimento da exportação.
(08) O período regencial foi marcado por grandes disputas entre grupos políticos e por intensa agitação social em quase todas as províncias. 
(16) Durante o Segundo Reinado, paralelamente à existência do Poder Moderador e do Conselho de Estado, predominou um regime de governo nos moldes parlamentaristas, no qual o Gabinete era liderado pelo primeiro ministro nomeado pelo Imperador. 
(32) A entrada de imigrantes, a partir da segunda metade do século XIX, esteve relacionada à expansão da cultura cafeeira no oeste paulista e às medidas legais que conduziram à abolição do trabalho escravo. 

Soma ( )


resposta da questão 21:01 + 08 + 16 + 32 = 57


22. (ENEM 2006) No início do século XIX, o naturalista alemão Carl Von Martius esteve no Brasil em missão científica para fazer observações sobre a flora e a fauna nativas e sobre a sociedade indígena. Referindo-se ao indígena, ele afirmou: "Permanecendo em grau inferior da humanidade, moralmente, ainda na infância, a civilização não o altera, nenhum exemplo o excita e nada o impulsiona para um nobre desenvolvimento progressivo (...). Esse estranho e inexplicável estado do indígena americano, até o presente, tem feito fracassarem todas as tentativas para conciliá-lo inteiramente com a Europa vencedora e torná-lo um cidadão satisfeito e feliz."
Carl Von Martius. "O estado do direito entre os autóctones do Brasil". Belo Horizonte/São Paulo: Itatiaia/EDUSP, 1982.
Com base nessa descrição, conclui-se que o naturalista Von Martius
a) apoiava a independência do Novo Mundo, acreditando que os índios, diferentemente do que fazia a missão européia, respeitavam a flora e a fauna do país.
b) discriminava preconceituosamente as populações originárias da América e advogava o extermínio dos índios.
c) defendia uma posição progressista para o século XIX: a de tornar o indígena cidadão satisfeito e feliz.
d) procurava impedir o processo de aculturação, ao descrever cientificamente a cultura das populações originárias da América.
e) desvalorizava os patrimônios étnicos e culturais das sociedades indígenas e reforçava a missão "civilizadora européia", típica do século XIX.


resposta da questão 22:[E]
Comentário da questão:

O MEC adora este tipo de questões, com viés educativo, que abordam questões sociais e/ou éticas. Sabendo disso, vamos ao contexto histórico: no século XIX, a Europa iniciou a corrida imperialista, dividindo, entre os países ricos industriais, territórios da África e Ásia. Para justificar a exploração destes territórios, os europeus argumentavam a necessidade de tornar aqueles povos – selvagens – mais parecidos com os europeus – civilizados. Esta “missão civilizadora” dos europeus não considerava as particularidades culturais daqueles povos. Da mesma forma, considerava a cultura branca européia superior às demais, o que se denomina “eurocentrismo”. Ao interpretar a cultura indígena desta forma, o naturalista Von Martius apenas incorpora o eurocentrismo na interpretação dos povos americanos.


23. (UFU) Leia o seguinte trecho.
 "Dos próprios escravos não obteve Helena desde logo a simpatia e boa vontade; esses pautavam os sentimentos pelos de D. Úrsula. Servos de uma família, viam com desafeto e ciúme a parenta nova, ali trazida por um ato de generosidade. (...) Um só de tantos pareceu vê-la desde princípio com olhos amigos; era um rapaz de dezesseis anos, chamado Vicente, cria da casa e particularmente estimado do conselheiro. Talvez esta última circunstância o ligou desde logo à filha do seu senhor. (...) Vicente foi (...) um fiel servidor de Helena, seu advogado convicto nos julgamentos da senzala."
ASSIS, Machado de. "Helena", São Paulo: FTD, 1992. p. 30-31.

Considerando que o texto acima foi escrito por Machado de Assis em 1876, podemos afirmar que ele
I - em virtude de seu caráter ficcional, atribui aos escravos sentimentos historicamente inverossímeis de solidariedade com seus senhores, o que só é possível imaginar em um texto literário.
II - chama a atenção para uma das facetas da sociedade escravista brasileira do século XIX: a crença da elite senhorial na solidariedade entre os senhores e seus escravos mais "fiéis".
III - demonstra que Machado de Assis era insensível ao tema da escravidão, tratando-a de forma superficial, sem qualquer compromisso de representar as formas de agir e pensar do escravo.
IV- apesar de ficcional, ajuda a entender a sociedade escravista brasileira do século XIX, representando sentimentos envolvidos nas relações entre escravos e senhores.
Assinale a alternativa correta.
a) Apenas II e III estão corretas.
b) Apenas I e III estão corretas.
c) Apenas I e IV estão corretas.
d) Apenas II e IV estão corretas.


resposta da questão 23:[D]


24. (UFSM) "Minha terra tem palmeiras / Onde canta o sabiá; / As aves que aqui gorjeiam, / Não gorjeiam como lá. // Nosso céu tem mais estrelas, / Nossas várzeas têm mais flores, [...]./ Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá [...]"
("Canção do exílio", de Gonçalves Dias.)
Esses versos, escritos por Gonçalves Dias quando estudava em Coimbra e publicados em livro em 1846, relacionam-se com o seguinte momento da história política brasileira:
a) consolidação do escravismo a partir da exuberância tropical e do Estado imperial.
b) luta pelo estabelecimento de uma sociedade agrária, latifundiária e baseada no trabalho assalariado.
c) manutenção dos vínculos culturais com Portugal e exaltação de aspectos europeus da paisagem americana.
d) construção do Estado nacional brasileiro e formação de uma identidade própria.
e) construção de um passado místico no Brasil, enraizado na figura do seu primitivo habitante: o índio.



resposta da questão 24:[D]


25. (UFSM) "Meu canto de morte, / Guerreiros, ouvi: / Sou filho das selvas, / Nas selvas cresci / Guerreiros, descendo / Da tribo Tupi. // Da tribo pujante, / Que agora anda errante / Por fado inconstante, / Guerreiros, nasci: / Sou bravo, sou forte, / Sou filho do Norte; / Meu canto de morte, Guerreiros, ouvi."
("I. Juca Pirama", de Gonçalves Dias.)
Ao assinalar a coragem dos índios diante das adversidades, Gonçalves Dias (1823-1864), como também outros poetas do Romantismo, aponta para o (a)
a) passividade indígena frente ao colonizador branco escravocrata.
b) preservação do ecossistema da Mata Atlântica.
c) avanço da civilização européia no interior do Brasil.
d) nascente consciência de nacionalidade brasileira.
e) aceitação pacífica do domínio europeu.



resposta da questão 25:[D]


26. (Uel 2006) Analise a imagem a seguir.
 
O pintor francês João Batista Debret, que viveu no Brasil entre 1816 e 1831, registrou, como cronista e ilustrador, a vida do Rio de Janeiro colonial. Na imagem em destaque, que retrata o passeio de uma família abastada, estão registrados alguns elementos da diferenciação social no país.
Com base na imagem e nos conhecimentos sobre escravismo no Brasil, considere as afirmativas a seguir.
I. A freqüente integração dos escravos negros às famílias de brancos abastados garantiu, após a abolição da escravidão, um melhor posicionamento dos libertos na economia urbana, como mão-de-obra qualificada.
II. Após a Independência, o escravismo continuou sendo a base do sistema produtivo, embora a estruturação do Estado Nacional tenha fortalecido a burocracia estatal e a camada de profissionais liberais urbanos.
III. Com a iminência do fim do escravismo, a implantação de pequenas e médias propriedades converteu-se na preocupação fundamental tanto dos homens públicos quanto dos fazendeiros.
IV. A interdição das terras somada à inserção de um número crescente de imigrantes estrangeiros na economia brasileira foram fundamentais no processo de marginalização dos escravos libertos.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e IV.
b) II e III.
c) II e IV.
d) I, II e III.
e) I, III, e IV.


resposta da questão 26:[C]


27. (Uerj 2004)
(SCHWARCZ, Lilia M. As barbas do imperador. São Paulo: Companhia de Letras, 1998.)

O povo que chupa o caju, a manga, o cambucá e a jabuticaba pode falar uma língua com igual pronúncia e o mesmo espírito do povo que sorve o figo, a pêra, o damasco e a nêspera?
(ALENCAR, José de. Prefácio a Sonhos d'ouro, 1872.)

A questão colocada pelo autor aponta para a necessidade da construção de uma identidade própria para o Brasil em oposição a tudo aquilo que tinha origem em Portugal. Era preciso, ao longo do Segundo Reinado (1831-1889), criar o sentido de Brasil, através da história e da literatura, como se vê na gravura em que Pedro II é coroado por um indígena representando o Império do Brasil.

a) Aponte duas ações realizadas pelo poder central, neste período, que contribuíram para a construção da nacionalidade brasileira.
b) Explique como, no Brasil, o Romantismo foi um instrumento que contribuiu para a consolidação do projeto de construção de uma identidade nacional.



resposta da questão 27:
a) Duas dentre as ações:
· criação do Arquivo Público
· fundação do Imperial Colégio de Pedro II
· criação do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro
· composição das primeiras obras sobre História do Brasil para uso em escolas
· concessão de bolsas de estudo no estrangeiro a artistas identificados com esse projeto

b) O Romantismo, ao valorizar a natureza tropical e os indígenas, contribuiu para o projeto político de dotar o Brasil de uma feição própria, rompendo os laços culturais do Império com a antiga metrópole portuguesa.


28. (PUC RJ) Sobretudo compreendam os críticos a missão dos poetas, escritores e artistas, nesse período especial e ambíguo da formação de uma nacionalidade. São estes os operários incumbidos de polir o talhe e as feições da individualidade que se vai esboçando no viver do povo. (...) E de quanta valia não é o modesto serviço de desbastar o idioma novo das impurezas que lhe ficaram na refusão do idioma velho com outras línguas? Ele prepara a matéria, bronze ou mármore, para os grandes escultores da palavra que erigem os monumentos literários da pátria.

(José de Alencar. "Benção paterna". In Sonhos D Ouro. Obra Completa. Rio de Janeiro: Editora José Aguilar, 1960, v. 1, pp. 699-700)
O texto de José de Alencar, redigido em 1872, destaca um dos aspectos da formação da nacionalidade brasileira em meados do século XIX.
Com base em seus conhecimentos e nas informações contidas no texto, analise as afirmativas a seguir.
I - José de Alencar foi, entre os escritores associados ao Romantismo, um dos que por meio de sua obra buscaram construir e divulgar valores de uma identidade nacional brasileira, em meados do século XIX.
II - A formação da nacionalidade brasileira impunha a existência de um "idioma novo", diferente do "idioma velho" - a língua dos antigos colonizadores portugueses.
III - Para os escritores românticos, como José de Alencar, a pintura, o teatro e a música eram artes menores, que pouco ou nada contribuíam para a formação da nacionalidade brasileira.
IV - Romances como "O Guarani" de José de Alencar tinham o índio e a natureza tropical como temas, no intuito de afirmar a originalidade e a individualidade da nova nação americana.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e III estão corretas.
b) Somente as afirmativas II e III estão corretas.
c) Somente as afirmativas I, II e IV estão corretas.
d) Somente a afirmativa IV está correta.
e) Todas as afirmativas estão corretas.



resposta da questão 28:[C]



29. (Uel 2008) Observe a imagem e leia o texto a seguir:
 
Victor Meirelles foi aluno da Academia Imperial de Belas Artes durante o segundo reinado no Brasil. A pintura revela a influência do Romantismo no trabalho do artista. Esse movimento, ao lado do Neoclassicismo, orientou o trabalho dos artistas da Academia nesse período. Sobre o Romantismo no Brasil, é correto afirmar:
I. Demonstrou grande originalidade em relação a modelos anteriores, consagrados pela História da Arte.
II. Estava diretamente relacionado ao chamado projeto civilizatório da elite política e cultural do século XIX brasileiro.
III. Buscou a idealização por meio da razão e de formas eruditas resgatadas do passado clássico, capazes de expressar valores universais e eternos.
IV. Procurou valorizar o índio e a exuberância da natureza tropical, com a finalidade de construir uma identidade nacional.
Assinale a alternativa que contém todas as afirmativas corretas.
a) I e II.
b) I e III.
c) II e IV.
d) I, III e IV.
e) II, III e IV.



resposta da questão 29:[C]



30. (Ufc) Leia atentamente o texto. "A capoeira - reprimida pela polícia do final do século passado e incluída como crime no Código Penal de 1890 - é oficializada como modalidade esportiva nacional em 1937. Também o samba passou da repressão à exaltação, de dança de preto a canção brasileira para exportação. Definido na época como uma dança que fundia elementos diversos, nos anos 30 o samba sai da marginalidade e ganha as ruas, enquanto as escolas de samba e desfiles passam a ser oficialmente subvencionados a partir de 1935."
(SCHWARCZ, Lilia M. "Nem preto nem branco, muito pelo contrário: cor e raça na intimidade." ln: NOVAES, Fernando A. (org.) "História da Vida Privada no Brasil. Contrastes da Intimidade Contemporânea. Vol. 4. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 196.)


Sobre as formas de integração das manifestações culturais negras no Brasil, é correto afirmar que:
a) os elementos da cultura negra no Brasil são, a partir da década de 1930, incorporados à cultura nacional, perdendo grande parte de suas características originais.
b) assim como o samba e a capoeira, o futebol é um elemento da cultura negra desenvolvido a partir da herança africana trazida pelos escravos.
c) as manifestações da cultura africana foram incorporadas pela cultura brasileira em sua forma integral e com suas peculiaridades sendo respeitadas.
d) os elementos afro-brasileiros foram aceitos como parte da cultura brasileira logo após a abolição da escravatura, a partir de um programa estatal de integração cultural.
e) a segregação racial manteve-se como a base da formação da cultura brasileira, especialmente a partir da década de 1930, quando é estabelecido um projeto de cultura nacional.



resposta da questão 30:[A]



31. (UFV-2006) Segundo Renato Ortiz, em meados do século XIX, o movimento romântico brasileiro tentou construir um modelo de "ser nacional", porém faltavam àqueles escritores condições sociais que lhes possibilitassem discutir de forma mais abrangente a problemática proposta.
(ORTIZ, Renato. Cultura brasileira & identidade nacional. 5. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994. p. 37.)

Com base nessa interpretação e nos conhecimentos sobre a sociedade brasileira do século XIX, assinale a afirmativa CORRETA:
a) Os escritores românticos brasileiros fundiam o índio idealizado com o branco de origem europeia, descartando o negro, na tentativa de aproximar o país do padrão europeu de civilização.
b) A pressão exercida pelos abolicionistas contra a escravização de índios e negros fez com que a sociedade brasileira se caracterizasse, desde o período colonial, pela ausência de desigualdades étnicas.
c) A existência de um amplo público leitor no Brasil do século XIX permitiu que os literatos estabelecessem em suas obras uma crítica contundente à dominação exercida pelas elites agrárias.
d) A construção da identidade nacional era uma questão superada em meados do século XIX, uma vez que a colonização portuguesa não criara obstáculos ao desenvolvimento do sentimento de brasilidade.
e) A economia brasileira se caracterizou, desde o período colonial, pela dependência em relação ao mercado europeu, mas em termos artísticos e culturais o país sempre preservou sua soberania.



resposta da questão 31: [A]

32. (PITÁGORAS) Leia o texto.

É difícil saber se a "missão artística" foi um plano estratégico da Corte de D. João ou uma espécie de afastamento compulsório de artista ligados a Napoleão. Parece ter existido uma convergência de interesses. De um lado, artistas formados pela Academia francesa inesperadamente desempregados.
De outro, uma monarquia estacionada na América e carente de representação oficial. Foi a partir da conjugação dessas situações que surgiu aquela que é hoje conhecida como a "Missão Francesa de 1816".
A versão oficial sustenta que em 1815 o governo encarregou D. Pedro José Joaquim Vitor de Menezes Coutinho (c. 1775-1823) o marquês de Marialva, embaixador extraordinário de Portugal na França, de contratar diversos artistas reconhecidos em seu meio, a fim de criar uma escola para a formação artística e de trabalhadores industriais. Mas por que a Corte selecionaria justamente os franceses, ainda mais os ligados a Napoleão, responsável direto pela transferência da família real para o Brasil? Mesmo que as relações entre os dois países fossem oficialmente amigáveis desde 1814, havia no mercado artistas italianos, paisagistas holandeses, retratistas ingleses e pintores portugueses e nacionais à disposição. Com certeza, trariam menos embaraços políticos.
Além do mais, o marquês de Marialva mal teve tempo de se inteirar do tema, uma vez que deixou o cargo em 1815, sendo substituído por Francisco José Maria de Brito. Sabe-se que o novo ministro trocou intensa correspondência com Joachim Lebreton (1760-1819), administrador das obras de arte no Museu do Louvre e secretário perpétuo da Classe de Belas-Artes do Instituto de França. A iniciativa de formar um grupo de artistas para servir à Corte portuguesa pode ter sido toda do influente Lebreton, e não do Estado português.
De onde veio, então, a teoria de uma "missão" convocada por D. João? Começou com um membro do grupo, Jean-Baptiste Debret, que no terceiro volume da Viagem pitoresca e histórica ao Brasil se refere a um "convite". A versão virariam tese quando Araújo Porto Alegre, discípulo dileto de Debret, sustentou a interpretação do mestre. Em diversos textos mencionou a "colônia artística", inspirando outras análises consagradas, como o artigo de Araújo Viana "Das artes plásticas no Brasil em geral e na cidade do Rio de Janeiro em particular" (1915)
Mas o grupo ainda não era definido como uma "missão". Foi Afonso Taunay quem adotou a expressão em seu longo artigo "A Missão Artística de 1816", na edição de 1912 da Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB). Bisneto de Nicolas Taunay, o historiador afirma que "a colônia americana vivia abandonada, esquecida e ignorada pelo mundo culto", e só contava com pintores e escultores "medíocres". A vinda dos pintores franceses tiraria "a colônia da modorra secular". Em 1916, o próprio IHGB promoveria uma série de comemorações por conta do centenário da chegada do grupo. Juntava-se o prestígio da família Taunay com a tradição do IHGB, e a "colônia de artistas" passou a ser entendida como uma "missão". Tal interpretação receberia estatuto de verdade com a publicação do ensaio de Taunay em livro, em 1956.
SCHWARCZ, Lília. Eram os franceses mercenários? Revista de História. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, nº 36, set. 2008.

A historiografia tem afirmado que a "Missão Francesa" veio para o Brasil contratada por D. João. Hoje, essa tese é discutida.
a) Apresente quais eram as razões para que D. João não contratasse ou convidasse artistas franceses para vir ao Brasil.
b) Explique de onde veio a ideia de uma "missão" convocada por D. João.




resposta da questão 32:
a) Com tantos artistas no mercado - italianos, holandeses, ingleses, portugueses - era inexplicável que D. João fosse convidar ou contratar logo franceses, próximos de Napoleão, responsável direto pela transferência da família real para o Brasil.
b) Essa ideia começou com Debret que se referiu a um "convite" no 3º volume da Viagem pitoresca e histórica ao Brasil. A versão virou tese, quando seu discípulo Araújo Porto Alegre, sustentou a interpretação do mestre, inspirando outras análises consagradas como a de Araújo Viana.


33. (Fuvest) Relacione seus nomes (Coluna I) às suas respectivas obras (Coluna II) e área de atuação (Coluna III).
I
Angelo Agostini
Joaquim Nabuco
Machado de Assis
Vitor Meireles

II
O abolicionismo
Helena
Revista Ilustrada
A Primeira Missa no Brasil

III
Literatura
Pintura
Política
Caricatura


resposta da questão 33:
Ângelo Agostino - Revista Ilustrada - Caricatura
Joaquim Nabuco - O abolicionismo - Política
Machado de Assim - Helena - Literatura
Victor Meirelles - A primeira missa no Brasil - Pintura


34. (CNDL) Leia o texto a seguir
“As casas do Rio de Janeiro, construídas em terreno úmido, não têm fossas. Todos os detritos domésticos são atirados de qualquer maneira em barris que de noite os escravos despejam no mar. Dá para adivinhar a natureza das emanações que exalam destes barris durante o dia, em meio aos terríveis calores que reinam no lugar. Por volta das seis, uma interminável procissão desemboca de todas as ruas e dirige-se para a praia. É o Rio de Janeiro começando o seu tratamento de limpeza, que entretanto não consegue livra-lo inteiramente das infecções que enchem as casas. Esses negros carregando o barril tradicional que os franceses chamam ‘barrete’ são como o símbolo da cidade.”
EXPILLY, Charles. Citado por MAURO, Fréderic. O Brasil no tempo de Dom Pedro II. São Paulo: Campanha das Letras, 1991. p.15.

 
Desenho da revista carioca. A Semana Ilustrada, 1861. Escravos despejando detritos domésticos no cais do centro do Rio de Janeiro.


Explique por que, no período ilustrado no texto, não era possível a construção de fossas sanitárias no Rio de Janeiro e apresente a solução encontrada pela elite da cidade para a eliminação dos detritos domésticos.


resposta da questão 34:
De acordo com o texto não era possível construir fossas sanitárias na cidade do Rio de Janeiro no período retratado no fragmento em decorrência dessas casas serem edificadas em terrenos úmidos. Os detritos domésticos eram acumulados em barris que posteriormente eram atirados no mar pelos escravos, vulgarmente conhecidos como tigres.


35. (PITÁGORAS) Leia o trecho:
“O Brasil colônia (e Império) foi uma sociedade escravista não meramente devido ao óbvio fato de sua força de trabalho ser predominantemente cativa, mas principalmente devido às distinções jurídicas entre escravos e livres, aos princípios hierárquicos baseados na escravidão e na raça, às atitudes senhoriais dos proprietários e à deferência dos socialmente inferiores. Através da difusão desses ideais, o escravismo criou os fatos fundamentais da vida brasileira. (...)”

S. Schwartz, 1988. (Adaptado)

ASSINALE, dentre as gravuras abaixo, aquela que NÃO É COMPATÍVEL com as informações do texto.


a) 












b)
c)

d)

e)


resposta da questão 35:[D]

36. (Uerj 2012) 


Iracema (1881), de José Maria de Medeiros.
www.itaucultural.org.br

O romance Iracema, de José de Alencar, publicado em 1865, influenciou artistas, como José Maria de Medeiros, que nele encontraram inspiração para representar imagens do Brasil e do povo brasileiro no período imperial (1822-1889).

Na construção da identidade nacional durante o Império do Brasil, identifica-se a valorização dos seguintes aspectos:
(A) clima ameno / índole guerreira dos ameríndios
(B) grandeza territorial / integração racial das etnias
(C) extensão litorânea / sincretismo religioso do povo
(D) natureza tropical / herança cultural dos grupos nativos

 resposta da questão 36:[D]
Comentário da questão:
A questão referente ao Segundo Reinado exigiu do aluno uma maior atenção em relação aos aspectos culturais. A construção de um ideal nacionalista era importante para que fossem ressaltados os aspectos genuinamente brasileiros. Assim, durante o período Imperial, houve uma preocupação do Estado com a construção do ideal nacionalista. Todavia, durante o século XIX, vigorava a concepção do darwinismo social, por meio do qual os seres humanos eram qualificados como raças suscetíveis ao aperfeiçoamento ou não.  Logo, o Estado deveria construir sua identidade nacional em resposta também a ideologia predominante a nível internacional.  Nesse sentido, o negro foi isolado dos discursos que buscavam identificar uma herança comum ao povo brasileiro, por questões relativas à ideia de superioridade do homem branco, em relação ao negro. Ademais, ainda havia o fato de a mão-de-obra escrava negra existir no país. Os índios foram escolhidos como elemento típico nacional, representando simbolicamente a origem brasileira. Ressaltou-se, então, a herança indígena e as características do território por meio do enaltecimento da grandeza territorial e da busca da afirmação da liderança do país na América do Sul.  A questão pode causar dúvida, pois a integração racial das etnias também já foi apontada como principal fator da construção da nacionalidade. Entretanto, essa concepção tornou-se principal ponto de discussão após a abolição da escravidão, principalmente, durante a Primeira República.




37. (Uerj 2010) O enriquecimento da vida cultural do Rio de Janeiro, e até mesmo do país, após 1808, decorreu, sobretudo, das necessidades da elite dominante. No ambiente acanhado da sociedade americana, a novidade dos procedimentos característicos do círculo real exerceram extraordinário fascínio, produzindo um poderoso efeito “civilizador” em relação à cidade. Em contrapartida, a Coroa não deixou de adotar também medidas de controle mais eficientes. Após a tormenta da Revolução Francesa e ainda vivendo o turbilhão do período napoleônico, era o medo dos princípios difundidos pelo século das Luzes, especialmente as “perniciosas” ideias francesas, que ditava essas cautelas.
LÚCIA M. P. DAS NEVES E HUMBERTO F. MACHADO Adaptado de O império do Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.

O texto aborda um duplo movimento provocado pela presença da Corte portuguesa no Brasil: o estímulo às atividades culturais na colônia e, ao mesmo tempo, o controle conservador sobre essas atividades.
Indique duas ações da Coroa que enriqueceram a vida cultural da cidade do Rio de Janeiro.
Explique, ainda, como o Estado português exercia controle sobre as atividades culturais.



resposta da questão 37:
Órgãos do Estado português, agora sediados no Brasil, exerciam a função de fiscalizar e censurar todos os impressos, inclusive os importados, que aqui fossem publicados sob a justificativa de cuidar da moral, da religião e dos bons costumes.
Duas das ações:
• criação da Imprensa Régia
• contratação da Missão Artística Francesa
• fundação do futuro Jardim Botânico (Real Horto)
• fundação da futura Biblioteca Nacional (Real Biblioteca)
• publicação de jornais, periódicos e obras de caráter científico com o aval da Imprensa Régia.

38. (PITÁGORAS) O que, porém, mais atraiu minha atenção foi o movimento e a animação, a vida da cidade, fato inteiramente novo para mim; quando daqui retirei-me, as ruas eram pouco frequentadas, salvo nos dias de festas; as famílias só saíam a visitas, e com o chefe da casa ao lado; não havia em geral hábitos de passeios, nem por diversão ao espírito, nem por necessidade higiênica
As Transformações urbanas ocorridas nas principais cidades brasileiras, sobretudo, no Rio de Janeiro nas primeiras décadas do século XIX, foram reflexos:

a) Da transferência da Corte para o Brasil em 1808.
b) Da vinda da missão cultural francesa ao Brasil no ano de 1816.
c) Da elevação do Brasil à categoria de Reino Unido de Portugal e Algarves.
d) Da transferência da Capital de Salvador para o Rio de Janeiro.
e) Da vinda dos imigrantes europeus para as grandes cidades brasileiras.



resposta da questão 38:[A]

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