Roteiro de estudos: Sociedade, cultura e cotidiano no Brasil Imperial
Lista de questões - História do Brasil - Sociedade, cultura e cotidiano no Brasil Imperial
1. (CNDL) “A chegada da Corte
portuguesa ao Brasil foi responsável por várias mudanças econômicas e
políticas, mas gerou, também, situações complicadas para os habitantes da
cidade do Rio de Janeiro”.
Fonte:
http://mestresdahistoria.blogspot.com/ acesso em 13/05/2011.
a) Por que a cidade do Rio de
Janeiro não estava preparada para receber a Corte Portuguesa, em 1808?
b) Como se deu a acolhida dos
nobres da comitiva de D. João?
c) Quais as mudanças mais
marcantes puderam ser observadas na região Sudeste?
d) Qual a importância do
desenvolvimento das ferrovias?
e) Em que medida a estrutura
populacional se tornava mais complexa no Brasil?
resposta da questão 1:
a) O Rio de Janeiro
naquela época era ainda um centro urbano com características coloniais, assim
como a maioria das cidades brasileiras, com ruelas estreitas, frequentadas por
negros de ganho, muita sujeira e pouco conforto para os que para lá se dirigiam
e para os que lá viviam.
b) D. João e sua família se instalaram na Casa dos
Governadores. Os nobres foram instalados no prédio da Cadeia e no Convento do
Carmo. Entretanto, esses prédios eram claramente insuficientes pra abrigar toda
a comitiva de D. João que, então, ordenou que as melhores residências da cidade
fossem desapropriadas para acolher os portugueses.
c) A presença da Corte
contribuiu para a difusão de hábitos mais sofisticados entre os da elite da
cidade, ainda que esses novos hábitos convivessem com a pobreza, a desordem e a
criminalidade. As cidades cresceram e se modernizaram, os progressos urbanos se
avolumaram, tais como os bondes, iluminação à gás, praças, chafarizes, hotéis,
teatros, bibliotecas, confeitarias, lojas em estilo parisiense, etc.
d) As ferrovias diminuíram
as distâncias e aumentaram a circulação de mercadorias e ideias.
e) Nas cidades a
população se diversificava: negros libertos, homens livres pobres, imigrantes,
proprietários rurais e empresários de ramos variados.
2. (Fuvest 2012) Fui à terra
fazer compras com Glennie. Há muitas casas inglesas, tais como celeiros e
armazéns não diferentes do que chamamos na Inglaterra de armazéns italianos, de
secos e molhados, mas, em geral, os ingleses aqui vendem suas mercadorias em
grosso a retalhistas nativos ou franceses. (...) As ruas estão, em geral,
repletas de mercadorias inglesas. A cada porta as palavras Superfino de Londres
saltam aos olhos: algodão estampado, panos largos, louça de barro, mas, acima
de tudo, ferragens de Birmingham, podem-se obter um pouco mais caro do que em
nossa terra nas lojas do Brasil.
Maria Graham. Diário de uma
viagem ao Brasil. São Paulo, Edusp, 1990, p. 230 (publicado originalmente em
1824). Adaptado.
Esse trecho do diário da inglesa
Maria Graham refere-se à sua estada no Rio de Janeiro em 1822 e foi escrito em
21 de janeiro deste mesmo ano. Essas anotações mostram alguns efeitos.
a) do Ato
de Navegação, de 1651, que retirou da Inglaterra o controle militar e comercial
dos mares do norte, mas permitiu sua interferência nas colônias ultramarinas do
sul.
b) do Tratado de Methuen, de
1703, que estabeleceu a troca regular de produtos portugueses por mercadorias
de outros países europeus, que seriam também distribuídas nas colônias.
c) da abertura dos portos do
Brasil às nações amigas, decretada por D. João em 1808, após a chegada da
família real portuguesa à América.
d) do Tratado de Comércio e
Navegação, de 1810, que deu início à exportação de produtos do Brasil para a
Inglaterra e eliminou a concorrência hispanoamericana.
e) da ação expansionista inglesa
sobre a América do Sul, gradualmente anexada ao Império Britânico, após sua
vitória sobre as tropas napoleônicas, em 1815.
resposta da questão 2:[C]
Comentário da questão:
O Bloqueio Continental, imposto por Napoleão, leva à invasão de Portugal por tropas francesas e à consequente fuga da família real para o Brasil.
Logo ao chegar, em 28/11/1808, D. João decreta a abertura dos portos às nações amigas. A principal beneficiária dessa medida foi a Inglaterra, que inundou o mercado brasileiro com seus produtos manufaturados. Essa supremacia iria se confirmar com a assinatura dos Tratados de 1810, que fixavam as tarifas para os produtos ingleses em apenas 15% do seu valor; para os portugueses, em 16%; para as mercadorias das demais nações, em 24%.
3. (ENEM 2002) Comer com as mãos era
um hábito comum na Europa, no século XVI. A técnica empregada pelo índio no
Brasil e por um português de Portugal era, aliás, a mesma: apanhavam o alimento
com três dedos da mão direita (polegar, indicador e médio) e atiravam-no para
dentro da boca. Um viajante europeu de nome Freireyss, de passagem pelo Rio de
Janeiro, já no século XIX, conta como "nas casas das roças despejam-se
simplesmente alguns pratos de farinha sobre a mesa ou num balainho, donde cada
um se serve com os dedos, arremessando, com um movimento rápido, a farinha na
boca, sem que a mínima parcela caia para fora". Outros viajantes oitocentistas,
como John Luccock, Carl Seidler, Tollenare e Maria Graham descrevem esse hábito
em todo o Brasil e entre todas as classes sociais. Mas para Saint-Hilaire, os
brasileiros "lançam a [farinha de mandioca] à boca com uma destreza
adquirida, na origem, dos indígenas, e que ao europeu muito custa imitar".
Aluísio de Azevedo, em seu romance "Girândola de amores" (1882),
descreve com realismo os hábitos de uma senhora abastada que só saboreava a
moqueca de peixe "sem talher, à mão".
Dentre as palavras listadas a
seguir, assinale a que traduz o elemento comum às descrições das práticas
alimentares dos brasileiros feitas pelos diferentes autores do século XIX
citados no texto.
a) Regionalismo (caráter da
literatura que se baseia em costumes e tradições regionais).
b) Intolerância (não-admissão de
opiniões diversas das suas em questões sociais, políticas ou religiosas).
c) Exotismo (caráter ou qualidade
daquilo que não é indígena; estrangeiro; excêntrico, extravagante).
d) Racismo (doutrina que sustenta
a superioridade de certas raças sobre outras).
e) Sincretismo (fusão de
elementos culturais diversos, ou de culturas distintas ou de diferentes
sistemas sociais).
resposta da questão 3:[E]
4. (Uerj 2001) Entre 1817 e 1820,
dois viajantes estrangeiros, Spix e Martius, participaram de uma missão
científica que percorreu diversas regiões do Brasil. Ao chegarem ao Rio de
Janeiro, anotaram sua opinião sobre a capital do Império: Quem chega convencido
de encontrar esta parte do mundo descoberta só desde três séculos, com a
natureza inteiramente rude, violenta e invicta, poder-se-ia julgar, ao menos
aqui na capital do Brasil, fora dela; tanto fez a influência da civilização e
cultura da velha e educada Europa para remover deste ponto da colônia os
característicos da selvajaria americana, e dar-lhe cunho de civilização
avançada. Língua, costumes, arquitetura e afluxo dos produtos da indústria de
todas as partes do mundo dão à praça do Rio de Janeiro aspecto europeu.
(SPIX
& MARTIUS. "Viagem pelo Brasil: 1817-1820". Belo Horizonte/São
Paulo: Itatiaia/EdUSP, 1981.)
Indique duas realizações da administração de D.
João que tenham contribuído para que o Rio de Janeiro adquirisse as
características europeias percebidas pelos autores.
resposta da questão 4:
Duas dentre as realizações:
- construção de novos prédios na cidade do Rio de Janeiro
- aumento da entrada de produtos vindos de outras praças comerciais, proporcionada pela Abertura dos Portos decretada em 1808
- vinda da Missão Francesa
- criação da Biblioteca Nacional
- criação do Jardim Botânico
- criação de instituições de ensino superior
5. (UERJ) "Possa este, para sempre
memorável dia, ser celebrado com universal júbilo por toda a América
Portuguesa, por uma dilatada série de séculos, como aquele em que começou a
raiar a aurora da felicidade, prosperidade e grandeza, a que algum dia o Brasil
se há de elevar, sendo governado de perto pelo seu soberano. Sim, nós já
começamos a sentir os saudáveis efeitos da
paternal presença de tão ótimo príncipe, que [...] nos deu as mais evidentes
provas, que muito alentam as nossas esperanças,
de que viera ao Brasil a criar um grande Império."
Luís Gonçalves dos Santos "Memórias para
servir à História do reino do Brasil". Belo Horizonte: Ed. Itatiaia, São Paulo:
EDUSP, 1981.
O texto acima revela o entusiasmo
e as esperanças daqueles que assistiram à chegada da família real portuguesa ao
Brasil.
Indique duas inovações de caráter
científico ou cultural decorrentes da política de D. João. Indique também uma
mudança política ou econômica observada durante a permanência da Corte e sua
respectiva consequência para o Brasil.
resposta da questão 5:
Duas das inovações:
• Biblioteca Real, atual Nacional
• Academia Real Militar
• Impressão Régia
• Gazeta do Rio de Janeiro
• aulas de Comércio
• Real Horto, atual Jardim Botânico
• Intendência de Polícia
• vinda da Missão Artística Francesa
Uma das mudanças e sua respectiva consequência:
• abertura dos portos às nações amigas – rompimento com o
pacto colonial
• assinatura dos tratados de 1810 com a Inglaterra –
aprofundamento da influência comercial britânica
• elevação do Brasil a Reino Unido – fim do status de
colônia da América Portuguesa
• estabelecimento do Rio de Janeiro como capital do Império
luso-brasileiro – inversão de papéis entre Portugal e Brasil
6. (UFU) A instalação de famílias de
colonos estrangeiros, no interior do Brasil, foi inicialmente incentivada pelo
governo de D. João VI, durante a permanência da corte e, posteriormente também,
pelo governo imperial brasileiro. A colônia de Nova Friburgo (RJ), fundada em
1818 para abrigar cem famílias suíças, e a colônia de São Leopoldo (RS),
formada por alemães desde 1824, com apoio do Império, são dois exemplos
pioneiros desse tipo de ocupação. Posteriormente, no final do século XIX, as
políticas de imigração diversificaram-se e foram amplamente utilizadas. Um
exemplo disso foi a imigração subsidiada, especialmente para abastecimento das
lavouras de café no sudeste do país.
Considere as informações acima e
responda ao que se pede.
a) Caracterize duas diferentes
formas de imigração adotadas no Brasil ao longo do século XIX.
b) Explique os objetivos
principais das duas políticas de imigração incentivadas no Brasil.
resposta da questão 6:
a) No início do século XIX
,durante o período joanino no Brasil, a política de imigração visava a ocupação
de áreas de interesse para as quais se estimulava a vinda de europeus
destinados a ocuparem terras nas áreas de fronteiras com os domínios espanhóis.
As terras eram doadas a esses imigrantes para que lá se fixassem e garantissem
essas terras para o governo.
Com a expansão da lavoura
cafeeira no Oeste Paulista, adotou-se inicialmente o sistema de parceria, no
qual arregimentava-se imigrantes europeus pobres para trabalhar nos
cafezais com a promessa de participação na produção. Essa modalidade de
trabalho resultou em fracasso, pois os imigrantes atraídos com a possibilidade
de "fazer a América", foram submetidos a uma intensa exploração, devido
ao endividamento crescente para pagar a despesas de viagem financiadas pelo
fazendeiro e os gastos cotidianos no armazém da fazenda, onde se praticavam
preços abusivos, além de serem tratados como se tratava os escravos.
Diante do fracasso do sistema de
parceria, e a crescente demanda por mão de obra nos cafezais, pressionado pelos
fazendeiros, o governo imperial adotou o Sistema Subvencionado, pelo qual
governo arcava com os custos da imigração, ou seja, com as despesas de
recrutamento e viagem do europeu. Ainda na Europa, era assinado um contrato de
trabalho, que assegurava garantias ao trabalhador, esclarecia a remuneração e
estabelecia a jornada de trabalho.
b) A primeira política de
imigração incentivada pelo governo, tinha por objetivo garantir para Portugal,
e posteriormente para o Brasil,terras geralmente disputadas com a Espanha e,
mais tarde, com países vizinhos.
A segunda tinha como objetivo
principal suprir a demanda por mão de obra na lavoura cafeeira num momento de
grande expansão em razão do crescimento das exportações de café que tornava-se
o principal produto da economia nacional.
Vale observar que a preferência
pelo europeu nas políticas de imigração do período imperial, fundamentava-se
nas teses racistas da necessidade de embranquecimento da população
brasileira como um caminho para o progresso.
7. (Pucrj) "O Rio de Janeiro é
a capital do Brasil há bastante tempo, muito antes de a família real deixar
Lisboa. Traçarei uma breve descrição dessa cidade a partir do que pude apurar
durante a minha estada. [...] O comércio [...] progrediu muito depois que a
cidade tornou-se residência real [...] Os ingleses têm aberto muitos cafés no
Rio de Janeiro, uma novidade, que tenho certeza, será bem acolhida. De fato,
desde março de 1808, toda a cidade vem passando por transformações e recebendo
melhorias.
Conde Thomas O Neill, 1809. Apud Jean Marcel Carvalho França.
"Outras visões do Rio de Janeiro Colonial - Antologia de Textos". Rio
de Janeiro, José Olympio, 2000. Pp: 310-320.
A descrição do inglês Thomas O
Neill destaca algumas das transformações ocorridas desde a chegada da Corte
portuguesa ao Rio de Janeiro no ano de 1808.
a) Explique por que, a partir da
abertura dos portos (1808), ocorreu a preponderância dos ingleses nas
transações comerciais com o Brasil.
b) Cite duas transformações
culturais ocorridas na cidade do Rio de Janeiro durante o Período Joanino
(1808-1821).
resposta da questão 7:
a) Ao decretar a abertura dos
portos brasileiros às “nações amigas” em 1808 D. João VI estava beneficiando,
sobretudo, a Inglaterra, então, em plena Revolução Industrial, e o principal
país que mantinha relações amigáveis com Portugal. A partir dessa data, os
produtos manufaturados ingleses começaram a entrar no Brasil, sendo que a
ampliação do controle do mercado colonial seria conseguida, anos mais tarde,
com a assinatura do Tratado de Comércio e Navegação em fevereiro de 1810. Esse
Tratado garantia à Inglaterra a taxação privilegiada de 15% de impostos sobre
os seus produtos vendidos no Brasil, enquanto que as mercadorias portuguesas
pagariam 16% e as dos demais países, 24%.
b) Durante a permanência da corte joanina no Brasil
(1808-1821) o Rio de Janeiro passou por uma série de transformações culturais
dentre as quais podemos citar:
- A criação do Jardim Botânico;
- A escola de medicina do Rio de Janeiro;
- O Teatro Real;
- A Imprensa Real;
- A Academia Real de Belas Artes,
- A Biblioteca Real.
8. (PITÁGORAS) Com a chegada da
família real o país virou o centro do império português. Ele passou a não ser
uma simples colônia. Os impostos ficavam no Brasil não eram enviados à
Portugal.Do ponto de vista cultural, o Brasil também saiu ganhando com algumas
medidas tomadas por D. João. O rei trouxe a Missão Francesa para o Brasil,
estimulando o desenvolvimento das artes e das ciências em nosso país.
Assinale a alternativa que NÃO
faz parte das medidas culturais adotadas por D. João VI.
A) Criação do Jardim botânico.
B) Fundação da Biblioteca Real.
C) Fundação da Academia de Belas
Artes.
D) Criação do Museu Nacional
E) Fundação da Universidade
Federal do Rio de Janeiro.
resposta da questão 8: [E]
Comentário da questão:
A Universidade Federal do Rio de
Janeiro, antiga Universidade do Brasil fora criada durante a Era Vargas
(1930-1945).
9. (Pucrj) Analise as afirmativas
abaixo, referentes à arte e à cultura no Brasil, entre os séculos XVIII e XX:
I) Ainda que em suas diversas manifestações possam ser percebidos elementos
evidenciadores de sua matriz européia, o Barroco assumiu no Brasil colonial feições
que lhe conferiram uma identidade própria.
II) A Missão Artística Francesa,
aqui chegada em 1816, foi a grande responsável pela introdução do
neoclacissismo no Brasil, estilo que influenciou, por exemplo, a produção
arquitetônica principalmente na Corte do Rio de Janeiro.
III) O Estado imperial
brasileiro, sobretudo durante o 2.o Reinado, não promoveu a formulação de uma
política cultural, o que o diferenciou do Estado republicano que se
caracterizou por diversos incentivos às manifestações artístico-culturais de
expressão nacionalista.
IV) O movimento modernista rompeu, tanto no âmbito das
artes plásticas quanto no da literatura, com as abordagens temáticas e a
estética características da maior parte da produção cultural das décadas
anteriores.
Indique a opção que apresenta a(s) afirmativa(s) correta(s).
a) I.
b) II e III.
c) III e IV.
d) I, II e IV.
e) Todas.
resposta da questão 9:[D]
10. (Puccamp 2004) Muitos franceses,
principalmente professores, cientistas, arquitetos, escultores e pintores
vieram ao Brasil no século XIX a partir da instalação da Corte portuguesa no
Rio de Janeiro. Pode-se explicar a presença desses franceses no país com o
argumento de que
a) a maioria deles chegou ao
Brasil com o intuito de colonizar as regiões desabitadas do interior do país,
constituindo núcleos de exploração de produtos tropicais, que seriam
comercializados na Europa.
b) eles tinham como missão
convencer o rei D. João VI a romper relações diplomáticas com a Inglaterra, uma
vez que este país tinha estabelecido o Bloqueio Continental, impedindo as
relações comerciais entre França e Brasil.
c) grande parte deles desembarcou
no Rio de Janeiro estimulados por D. João VI, que tinha como um dos seus
grandes projetos trazer uma missão artística francesa, com o objetivo de
constituir no Brasil uma base de desenvolvimento cultural.
d) todos esses franceses chegaram
ao Brasil como refugiados políticos, uma vez que os mesmos discordavam da
política cultural do imperador Napoleão Bonaparte, que perseguia os artistas
contrários às suas determinações políticas.
e) parte significativa da
população francesa emigrou para o Brasil em razão dos intensos combates
ocorridos durante a Comuna de Paris, instalando-se principalmente nos Estados
do Maranhão e do Pará e trabalhando na extração da borracha.
resposta da questão 10:[C]
11. (Pucrj) À EXCEÇÃO DE UMA, as
alternativas a seguir apresentam de modo correto algumas das transformações
culturais e científicas promovidas pelo governo joanino (1808-1821), durante a
permanência da Corte portuguesa no Brasil. ASSINALE-A.
a) Ainda que tivessem sido
criados a Impressão Régia e o primeiro jornal do Brasil, a existência da
censura e a ação da Intendência Geral de Polícia coibiram com sucesso a difusão
de idéias contrárias ao governo joanino.
b) Pouco depois de chegar ao
Brasil, D. João fundou o Real Horto (o Jardim Botânico do Rio de Janeiro), onde
foram aclimatadas e introduzidas novas espécies vegetais.
c) Logo após a elevação do Brasil
à categoria de Reino-Unido a Portugal e Algarves, o Príncipe-regente autorizou
a vinda da Missão Artística Francesa, chefiada por Joaquim Lebreton, da qual
faziam parte artistas como Jean Baptiste Debret.
d) Com o acervo trazido do velho
Reino, foi criada a Biblioteca Real, origem da atual Biblioteca Nacional.
e) Chegaram à América portuguesa
cientistas e viajantes estrangeiros, como o zoólogo Spix, o botânico Martius e
o naturalista Saint-Hilaire, que percorreram o território realizando
inventários de comunidades, da geografia, da fauna e da flora.
resposta da questão 11:[A]
12. (ENEM 2000) O texto abaixo foi
extraído de uma crônica de Machado de Assis e refere-se ao trabalho de um
escravo. "Um dia começou a guerra do Paraguai e durou cinco anos, João
repicava e dobrava, dobrava e repicava pelos mortos e pelas vitórias. Quando se
decretou o ventre livre dos escravos, João é que repicou. Quando se fez a
abolição completa, quem repicou foi João. Um dia proclamou-se a república. João
repicou por ela, repicara pelo Império, se o Império retornasse."
(MACHADO, Assis de "Crônica
sobre a morte do escravo João", 1897)
A leitura do texto permite
afirmar que o sineiro João:
a) por ser escravo tocava os
sinos, às escondidas, quando ocorriam fatos ligados à Abolição
b) não poderia tocar os sinos
pelo retorno do Império, visto que era escravo.
c) tocou os sinos pela República,
proclamada pelos abolicionistas que vieram libertá-lo.
d) tocava os sinos quando
ocorriam fatos marcantes porque era costume fazê-lo.
e) tocou os sinos pelo retorno do
Império, comemorando a volta da Princesa Isabel.
resposta da questão 12:[D]
Comentário da questão:
Segundo
o enunciado, embora ocorressem mudanças políticas ou sociais, João, o sineiro,
desempenhava sempre a mesma tarefa de tocar o sino. Machado de Assis quis mostrar
que a função daquele sujeitonão iria se modificar ou acompanhar as
transformações da época.
13. (Enem 2013) A recuperação da
herança cultural africana deve levar em conta o que é próprio do processo
cultural: seu movimento, pluralidade e complexidade. Não se trata, portanto, do
resgate ingênuo do passado nem do seu cultivo nostálgico, mas de procurar
perceber o próprio rosto cultural brasileiro. O que se quer é captar seu
movimento para melhor compreendê-lo historicamente.
MINAS GERAIS. Cadernos do Arquivo
1: Escravidão em Minas Gerais. Belo Horizonte: Arquivo Público Mineiro, 1988.
Com base no texto, a análise de
manifestações culturais de origem africana, como a capoeira ou o candomblé,
deve considerar que elas
A) permanecem como reprodução dos
valores e costumes africanos.
B) perderam a relação com o seu
passado histórico.
C) derivam da interação entre
valores africanos e a experiência histórica brasileira.
D) contribuem para o
distanciamento cultural entre negros e brancos no Brasil atual.
E) demonstram a maior
complexidade cultural dos africanos em relação aos europeus.
resposta da questão 13:[C]
Comentário da questão:
O texto exige que o aluno
compreenda a relação da herança cultural africana e a experiências histórica
brasileira. Essas experiências podem ser verificadas através de manifestações
culturais como a capoeira e o candomblé. Assim, as pesquisas históricas tem a
função de compreender as especificidades culturais brasileiras.
14. (ENEM 2013) Ninguém desconhece a
necessidade que todos os fazendeiros têm de aumentar o número de seus
trabalhadores. E como até há pouco supriam-se os fazendeiros dos braços
necessários?
As fazendas eram alimentadas pela
aquisição de escravos, sem o menor auxilio pecuniário do governo. Ora, se os
fazendeiros se supriam de braços à sua custa, e se é possível obtê-los ainda,
posto que de outra qualidade, por que motivo não hão de procurar alcançá-los
pela mesma maneira, isto é, à sua custa?
Resposta de Manuel Felizardo de
Souza e Mello, diretor geral das terras Públicas, ao Senador Vergueiro. In:
ALENCASTRO, l.f. (Org.) História
da vida privada no Brasil São Paulo: Cia das letras, 1998 (adaptado)
O fragmento do discurso dirigido
ao parlamentar do Império refere-se às mudanças então em curso no campo
brasileiro, que confrontam o Estado e a elite agrária em torno do objetivo de :
A) fomentar ações públicas para
ocupação das terras do interior.
B) adotar o regime assalariado
para proteção da mão de obra estrangeira.
C) definir uma política de
subsídio governamental para fomento da imigração.
D) regulamentar o tráfico
interprovincial de cativos para sobrevivência das fazendas.
E) financiar a fixação de
famílias camponesas para estímulo da agricultura de subsistência.
resposta da questão 14:[C]
A proibição do tráfico negreiro em 1850 criou
a necessidade de substituir a mão de obra escrava pelo trabalho assalariado. O
confronto entre Estado e elite girava em torno do financiamento da imigração. O
Estado desejava que os custos fossem dos fazendeiros e quanto esses buscavam um
subsídios estatal.
15. (UFC) Observe, com atenção, a
ilustração a seguir.
FONTE: SCHMIDT, Mario F.
"Nova história crítica do Brasil." São Paulo: Nova Geração, 1997,
p.198. A figura se relaciona à elite brasileira na segunda metade do século
XIX. A respeito da referida representação, é correto afirmar que:
a) a influência da cultura francesa
no processo de urbanização expressou-se na moda valorizada por ambos os sexos.
b) a modernização na maneira de
vestir deveu-se à criatividade da elite nacional, que conseguiu romper com a
tradição.
c) o uso do "fraque"
pelos homens e a valorização dos vestidos longos pelas mulheres restringiam-se
às ricas Províncias do Sul.
d) a liberdade das mulheres de
passearem sozinhas nas cidades representou o primeiro passo da emancipação
feminina.
e) a predominância dos
investimentos britânicos na modernização do país impôs a propagação exclusiva
do vestuário inglês.
resposta da questão 15:[A]
16. (UFAL) "O Brasil, antes fragmentado
em várias regiões que se comunicavam diretamente com a metrópole, adquiriu
unidade política e territorial, graças aos mecanismos jurídico-administrativos
centralizadores instaurados (...) na cidade. O Rio de Janeiro, antes uma cidade
de ruas lamacentas e hábitos provincianos, transformou-se num movimentado
centro comercial e cultural (...). O modo de vida da corte, denominação dada à
capital, mudou radicalmente. O luxo e a ostentação empolgaram a elite rural
escravista, que se transferiu para a cidade. Homens e mulheres, trajando à moda
européia, passaram a circular pelas ruas do Rio, numa demonstração eloquente de
colonialismo cultural".
O texto descreve um fenômeno relacionado
a) à extinção do tráfico negreiro
e à vinda de imigrantes para o Brasil.
b) à política de incentivo
cultural adotada por D. Pedro I.
c) ao desenvolvimento da economia
cafeeira no Vale do Paraíba.
d) à instalação da família real
portuguesa no Brasil.
e) ao crescimento industrial e à
urbanização do Sudeste no final do século XIX.
resposta da questão 16:[D]
17. (UFScar 2004) Sobre a história da
urbanização no Brasil, é correto afirmar que:
a) as vilas e as cidades, no
período colonial, contribuíram para criar uma tradição de vida urbana desde o
século XVII.
b) as descrições dos viajantes da
primeira metade do século XIX mostram um quadro de intenso crescimento da vida
nas cidades.
c) a urbanização no final do
século XIX decorreu da concentração de capitais em áreas com economia em
expansão e da formação, mesmo incipiente, de um mercado interno.
d) no final do século XIX, por
conta da abolição, os setores médios urbanos da população cresceram e ameaçaram
a visão de mundo da aristocracia rural brasileira.
e) as principais capitais
brasileiras, no final do século XIX, já eram modernas, com espaços ordenados,
uniformes e divididos segundo segmentos sociais.
resposta da questão 17:[C]
18. (CPS 2007) Analise o texto a seguir:
Até
meados do século XIX, durante cerca de seis meses por ano, a cidade de São
Paulo ficava alagada pelas águas dos rios Tietê e Tamanduateí, que corriam em
terreno plano, formando as várzeas imensas que representaram um papel importante
na sua estrutura e configuração urbana, conforme depoimento do historiador Caio
Prado Jr.
Alterações importantes nos cursos dos rios e nas regiões banhadas por
eles começaram a ocorrer com a expansão dos cafezais no interior paulista, com
a integração da cidade ao complexo agropecuário como centro financeiro e
mercantil e, a partir de 1867, com a inauguração da estrada de ferro,
construída às margens do Rio Tamanduateí, que ligava São Paulo ao Porto de
Santos. Desde então, a cidade passou a utilizar seus rios e várzeas de maneira
intensiva, predatória e degradante.
(JORGE, Janes. "Rios e Várzeas na
Urbanização de São Paulo (1890-1940)". São Paulo: Revista Histórica.
Arquivo do Estado de São Paulo e Imprensa Oficial do Estado, n¡. 11, 2003.)
Sobre a ocupação das margens do
Rio Tamanduateí, é válido afirmar que
I. elas, por serem planas e ainda
desabitadas, favoreciam a instalação da ferrovia mais do que as áreas centrais,
acidentadas e bastante edificadas.
II. muitas fábricas se localizaram próximas
aos caminhos ou estações ferroviárias, atraídas pela facilidade de transporte
de produtos e de mão-de-obra.
III. o rio e os córregos passaram a ser
utilizados como fornecedores de água para as fábricas e escoadouros dos seus
detritos industriais.
IV. a presença das fábricas e da estrada e as obras de
retificação do rio fizeram da região a preferida para a fixação de moradias da
elite cafeicultora.
São válidas as afirmações contidas em apenas
a) I, II e III.
b) I, III e IV.
c) I e IV.
d) II e III.
e) II e IV.
resposta da questão 18:[A]
19. (ENEM 2008)
Na obra Entrudo, de Jean-Baptiste
Debret (1768-1848), apresentada acima,
a) registram-se cenas da vida
íntima dos senhores de engenho e suas relações com os escravos.
b) identifica-se a presença de
traços marcantes do movimento artístico denominado Cubismo.
c) identificam-se, nas
fisionomias, sentimentos de angústia e inquietações que revelam as relações
conflituosas entre senhores e escravos.
d) observa-se a composição
harmoniosa e destacam-se as imagens que representam figuras humanas.
e) constata-se que o artista
utilizava a técnica do óleo sobre tela, com pinceladas breves e manchas, sem
delinear as figuras ou as fisionomias.
resposta da questão 19:[D]
Comentário da questão:
Esta questão está mais fundamentada na arte em
si, do que no contexto histórico em que está inserida. E esta é a maior
pegadinha na questão.
20. (ENEM 2013) No final do século XIX, as
Grandes Sociedades carnavalescas alcançaram ampla popularidade entre os foliões
cariocas. Tais sociedades cultivavam um pretensioso objetivo em relação à
comemoração carnavalesca em si mesma: com seus desfiles de carros enfeitados
pelas principais ruas da cidade, pretendiam abolir o entrudo (brincadeira que
consistia em jogar água nos foliões) e outras práticas
difundidas entre a população desde os tempos coloniais, substituindo-os por
formas de diversão que consideravam mais civilizadas, inspiradas nos carnavais
de Veneza. Contudo, ninguém parecia disposto a abrir mão de suas diversões para
assistir ao carnaval das sociedades. O entrudo, na visão dos seus animados
praticantes, poderia coexistir perfeitamente com os desfiles.
PEREIRA, C.S. Os senhores da
alegria: a presença das mulheres nas Grandes Sociedades carnavalescas cariocas
em fins do século XIX. In: CUNHA, M.C.P. Carnavais e outras festas:
ensaios de história social da cultura. Campinas: Unicamp; Cecult, 2002
(adaptado).
Manifestações culturais como o
carnaval também têm sua própria história, sendo constantemente reinventadas ao
longo do tempo. A atuação das Grandes Sociedades, descrita no texto, mostra que
o carnaval representava um momento em que as
a) distinções sociais eram deixadas
de lado em nome da celebração
b) aspirações cosmopolitas da elite
impediam a realização da festa fora dos clubes.
c) liberdades individuais eram
extintas pelas regras das autoridades públicas.
d) tradições populares se
transformavam em matéria de disputas sociais.
e) perseguições policiais tinham
caráter xenófobo por repudiarem tradições estrangeiras.
resposta da questão 20:[D]
Comentário da questão:
O entrudo consistia em uma
manifestação cultural carnavalesca de origem medieval, que chegou ao Brasil no
período colonial e que tinha grande adesão principalmente entre as classes
populares. Como é apresentado no texto, as elites se opunham a essa prática
considerada ofensiva, pois era no entrudo que as classes populares liberavam
seus sentimentos ao ocuparem as ruas da cidade para realizar uma série de
brincadeiras. A partir de 1840, a elite brasileira passou a criar campanhas
pelo fim do entrudo, pois pretendia festejar o carnaval sem ter contato com as
classes populares.
21. (UFPR) No Brasil imperial:
(01) A "Missão
Francesa", que chegou ao Brasil em 1816, trazendo artistas plásticos como
Debret e Taunay, contribuiu para a transformação da fisionomia cultural do
país.
(02) Segundo a organização
político-administrativa, as províncias eram administradas por
governadores-gerais eleitos pelos membros dos Conselhos Municipais.
(04) Os primeiros anos do Império
constituíram-se em um período de rápido crescimento econômico, especialmente em
razão das receitas obtidas com as tarifas de importação e com o crescimento da
exportação.
(08) O período regencial foi
marcado por grandes disputas entre grupos políticos e por intensa agitação
social em quase todas as províncias.
(16) Durante o Segundo Reinado,
paralelamente à existência do Poder Moderador e do Conselho de Estado,
predominou um regime de governo nos moldes parlamentaristas, no qual o Gabinete
era liderado pelo primeiro ministro nomeado pelo Imperador.
(32) A entrada de
imigrantes, a partir da segunda metade do século XIX, esteve relacionada à
expansão da cultura cafeeira no oeste paulista e às medidas legais que
conduziram à abolição do trabalho escravo.
Soma ( )
resposta da questão 21:01 + 08 + 16 + 32 = 57
22. (ENEM 2006) No início do século
XIX, o naturalista alemão Carl Von Martius esteve no Brasil em missão
científica para fazer observações sobre a flora e a fauna nativas e sobre a
sociedade indígena. Referindo-se ao indígena, ele afirmou: "Permanecendo
em grau inferior da humanidade, moralmente, ainda na infância, a civilização
não o altera, nenhum exemplo o excita e nada o impulsiona para um nobre
desenvolvimento progressivo (...). Esse estranho e inexplicável estado do
indígena americano, até o presente, tem feito fracassarem todas as tentativas
para conciliá-lo inteiramente com a Europa vencedora e torná-lo um cidadão
satisfeito e feliz."
Carl Von Martius. "O estado
do direito entre os autóctones do Brasil". Belo Horizonte/São Paulo:
Itatiaia/EDUSP, 1982.
Com base nessa descrição,
conclui-se que o naturalista Von Martius
a) apoiava a independência do
Novo Mundo, acreditando que os índios, diferentemente do que fazia a missão
européia, respeitavam a flora e a fauna do país.
b) discriminava
preconceituosamente as populações originárias da América e advogava o
extermínio dos índios.
c) defendia uma posição
progressista para o século XIX: a de tornar o indígena cidadão satisfeito e
feliz.
d) procurava impedir o processo
de aculturação, ao descrever cientificamente a cultura das populações
originárias da América.
e) desvalorizava os patrimônios
étnicos e culturais das sociedades indígenas e reforçava a missão
"civilizadora européia", típica do século XIX.
resposta da questão 22:[E]
Comentário da questão:
O MEC adora este tipo de
questões, com viés educativo, que abordam questões sociais e/ou éticas. Sabendo
disso, vamos ao contexto histórico: no século XIX, a Europa iniciou a corrida
imperialista, dividindo, entre os países ricos industriais, territórios da
África e Ásia. Para justificar a exploração destes territórios, os europeus
argumentavam a necessidade de tornar aqueles povos – selvagens – mais parecidos
com os europeus – civilizados. Esta “missão civilizadora” dos europeus não
considerava as particularidades culturais daqueles povos. Da mesma forma,
considerava a cultura branca européia superior às demais, o que se denomina
“eurocentrismo”. Ao interpretar a cultura indígena desta forma, o naturalista
Von Martius apenas incorpora o eurocentrismo na interpretação dos povos
americanos.
23. (UFU) Leia o seguinte trecho.
"Dos próprios escravos não obteve Helena
desde logo a simpatia e boa vontade; esses pautavam os sentimentos pelos de D.
Úrsula. Servos de uma família, viam com desafeto e ciúme a parenta nova, ali
trazida por um ato de generosidade. (...) Um só de tantos pareceu vê-la desde
princípio com olhos amigos; era um rapaz de dezesseis anos, chamado Vicente,
cria da casa e particularmente estimado do conselheiro. Talvez esta última
circunstância o ligou desde logo à filha do seu senhor. (...) Vicente foi (...)
um fiel servidor de Helena, seu advogado convicto nos julgamentos da
senzala."
ASSIS, Machado de. "Helena", São
Paulo: FTD, 1992. p. 30-31.
Considerando que o texto acima
foi escrito por Machado de Assis em 1876, podemos afirmar que ele
I - em virtude de seu caráter ficcional,
atribui aos escravos sentimentos historicamente inverossímeis de solidariedade
com seus senhores, o que só é possível imaginar em um texto literário.
II - chama a atenção para uma das
facetas da sociedade escravista brasileira do século XIX: a crença da elite
senhorial na solidariedade entre os senhores e seus escravos mais
"fiéis".
III - demonstra que Machado de Assis era
insensível ao tema da escravidão, tratando-a de forma superficial, sem qualquer
compromisso de representar as formas de agir e pensar do escravo.
IV- apesar de ficcional, ajuda a
entender a sociedade escravista brasileira do século XIX, representando
sentimentos envolvidos nas relações entre escravos e senhores.
Assinale a alternativa correta.
a) Apenas II e III estão
corretas.
b) Apenas I e III estão corretas.
c) Apenas I e IV estão corretas.
d) Apenas II e IV estão corretas.
resposta da questão 23:[D]
24. (UFSM) "Minha terra tem
palmeiras / Onde canta o sabiá; / As aves que aqui gorjeiam, / Não gorjeiam
como lá. // Nosso céu tem mais estrelas, / Nossas várzeas têm mais flores,
[...]./ Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá [...]"
("Canção do exílio", de
Gonçalves Dias.)
Esses versos, escritos por
Gonçalves Dias quando estudava em Coimbra e publicados em livro em 1846,
relacionam-se com o seguinte momento da história política brasileira:
a) consolidação do escravismo a
partir da exuberância tropical e do Estado imperial.
b) luta pelo estabelecimento de
uma sociedade agrária, latifundiária e baseada no trabalho assalariado.
c) manutenção dos vínculos
culturais com Portugal e exaltação de aspectos europeus da paisagem americana.
d) construção do Estado nacional
brasileiro e formação de uma identidade própria.
e) construção de um passado
místico no Brasil, enraizado na figura do seu primitivo habitante: o índio.
resposta da questão 24:[D]
25. (UFSM) "Meu canto de morte, / Guerreiros, ouvi: / Sou
filho das selvas, / Nas selvas cresci / Guerreiros, descendo / Da tribo Tupi.
// Da tribo pujante, / Que agora anda errante / Por fado inconstante, /
Guerreiros, nasci: / Sou bravo, sou forte, / Sou filho do Norte; / Meu canto de
morte, Guerreiros, ouvi."
("I. Juca Pirama", de Gonçalves Dias.)
Ao assinalar a coragem dos índios diante das adversidades,
Gonçalves Dias (1823-1864), como também outros poetas do Romantismo, aponta
para o (a)
a) passividade indígena frente ao colonizador branco
escravocrata.
b) preservação do ecossistema da Mata Atlântica.
c) avanço da civilização européia no interior do Brasil.
d) nascente consciência de nacionalidade brasileira.
e) aceitação pacífica do domínio europeu.
resposta da questão 25:[D]
26. (Uel 2006) Analise a imagem a
seguir.
O pintor francês João Batista
Debret, que viveu no Brasil entre 1816 e 1831, registrou, como cronista e
ilustrador, a vida do Rio de Janeiro colonial. Na imagem em destaque, que
retrata o passeio de uma família abastada, estão registrados alguns elementos
da diferenciação social no país.
Com base na imagem e nos
conhecimentos sobre escravismo no Brasil, considere as afirmativas a seguir.
I. A freqüente integração dos
escravos negros às famílias de brancos abastados garantiu, após a abolição da
escravidão, um melhor posicionamento dos libertos na economia urbana, como
mão-de-obra qualificada.
II. Após a Independência, o
escravismo continuou sendo a base do sistema produtivo, embora a estruturação
do Estado Nacional tenha fortalecido a burocracia estatal e a camada de
profissionais liberais urbanos.
III. Com a iminência do fim do
escravismo, a implantação de pequenas e médias propriedades converteu-se na
preocupação fundamental tanto dos homens públicos quanto dos fazendeiros.
IV. A interdição das terras
somada à inserção de um número crescente de imigrantes estrangeiros na economia
brasileira foram fundamentais no processo de marginalização dos escravos
libertos.
Estão corretas apenas as
afirmativas:
a) I e IV.
b) II e III.
c) II e IV.
d) I, II e III.
e) I, III, e IV.
resposta da questão 26:[C]
27. (Uerj 2004)
(SCHWARCZ, Lilia M. As barbas do imperador. São Paulo:
Companhia de Letras, 1998.)
O povo que chupa o caju, a manga, o cambucá e a jabuticaba
pode falar uma língua com igual pronúncia e o mesmo espírito do povo que sorve
o figo, a pêra, o damasco e a nêspera?
(ALENCAR, José de. Prefácio a Sonhos d'ouro, 1872.)
A questão colocada pelo autor aponta para a necessidade da
construção de uma identidade própria para o Brasil em oposição a tudo aquilo
que tinha origem em Portugal. Era preciso, ao longo do Segundo Reinado
(1831-1889), criar o sentido de Brasil, através da história e da literatura,
como se vê na gravura em que Pedro II é coroado por um indígena representando o
Império do Brasil.
a) Aponte duas ações realizadas pelo poder central, neste
período, que contribuíram para a construção da nacionalidade brasileira.
b) Explique como, no Brasil, o Romantismo foi um instrumento
que contribuiu para a consolidação do projeto de construção de uma identidade
nacional.
resposta da questão 27:
a) Duas dentre as ações:
· criação do Arquivo Público
· fundação do Imperial Colégio de Pedro II
· criação do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro
· composição das primeiras obras sobre História do Brasil
para uso em escolas
· concessão de bolsas de estudo no estrangeiro a artistas
identificados com esse projeto
b) O Romantismo, ao valorizar a natureza tropical e os
indígenas, contribuiu para o projeto político de dotar o Brasil de uma feição
própria, rompendo os laços culturais do Império com a antiga metrópole
portuguesa.
28. (PUC RJ) Sobretudo compreendam os críticos a missão dos
poetas, escritores e artistas, nesse período especial e ambíguo da formação de
uma nacionalidade. São estes os operários incumbidos de polir o talhe e as
feições da individualidade que se vai esboçando no viver do povo. (...) E de
quanta valia não é o modesto serviço de desbastar o idioma novo das impurezas
que lhe ficaram na refusão do idioma velho com outras línguas? Ele prepara a
matéria, bronze ou mármore, para os grandes escultores da palavra que erigem os
monumentos literários da pátria.
(José de Alencar. "Benção paterna". In Sonhos D
Ouro. Obra Completa. Rio de Janeiro: Editora José Aguilar, 1960, v. 1, pp.
699-700)
O texto de José de Alencar, redigido em 1872, destaca um dos
aspectos da formação da nacionalidade brasileira em meados do século XIX.
Com base em seus conhecimentos e nas informações contidas no
texto, analise as afirmativas a seguir.
I - José de Alencar foi, entre os escritores associados ao
Romantismo, um dos que por meio de sua obra buscaram construir e divulgar
valores de uma identidade nacional brasileira, em meados do século XIX.
II - A formação da nacionalidade brasileira impunha a
existência de um "idioma novo", diferente do "idioma velho"
- a língua dos antigos colonizadores portugueses.
III - Para os escritores românticos, como José de Alencar, a
pintura, o teatro e a música eram artes menores, que pouco ou nada contribuíam
para a formação da nacionalidade brasileira.
IV - Romances como "O Guarani" de José de Alencar
tinham o índio e a natureza tropical como temas, no intuito de afirmar a
originalidade e a individualidade da nova nação americana.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e III estão corretas.
b) Somente as afirmativas II e III estão corretas.
c) Somente as afirmativas I, II e IV estão corretas.
d) Somente a afirmativa IV está correta.
e) Todas as afirmativas estão corretas.
resposta da questão 28:[C]
29. (Uel 2008) Observe a imagem e
leia o texto a seguir:
Victor Meirelles foi aluno da
Academia Imperial de Belas Artes durante o segundo reinado no Brasil. A pintura
revela a influência do Romantismo no trabalho do artista. Esse movimento, ao
lado do Neoclassicismo, orientou o trabalho dos artistas da Academia nesse
período. Sobre o Romantismo no Brasil, é correto afirmar:
I. Demonstrou grande
originalidade em relação a modelos anteriores, consagrados pela História da
Arte.
II. Estava diretamente
relacionado ao chamado projeto civilizatório da elite política e cultural do
século XIX brasileiro.
III. Buscou a idealização por
meio da razão e de formas eruditas resgatadas do passado clássico, capazes de
expressar valores universais e eternos.
IV. Procurou valorizar o índio e
a exuberância da natureza tropical, com a finalidade de construir uma
identidade nacional.
Assinale a alternativa que contém
todas as afirmativas corretas.
a) I e II.
b) I e III.
c) II e IV.
d) I, III e IV.
e) II, III e IV.
resposta da questão 29:[C]
30. (Ufc) Leia atentamente o texto.
"A capoeira - reprimida pela polícia do final do século passado e incluída
como crime no Código Penal de 1890 - é oficializada como modalidade esportiva
nacional em 1937. Também o samba passou da repressão à exaltação, de dança de
preto a canção brasileira para exportação. Definido na época como uma dança que
fundia elementos diversos, nos anos 30 o samba sai da marginalidade e ganha as
ruas, enquanto as escolas de samba e desfiles passam a ser oficialmente
subvencionados a partir de 1935."
(SCHWARCZ, Lilia M. "Nem
preto nem branco, muito pelo contrário: cor e raça na intimidade." ln:
NOVAES, Fernando A. (org.) "História da Vida Privada no Brasil. Contrastes
da Intimidade Contemporânea. Vol. 4. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p.
196.)
Sobre as formas de integração das
manifestações culturais negras no Brasil, é correto afirmar que:
a) os elementos da cultura negra
no Brasil são, a partir da década de 1930, incorporados à cultura nacional,
perdendo grande parte de suas características originais.
b) assim como o samba e a
capoeira, o futebol é um elemento da cultura negra desenvolvido a partir da
herança africana trazida pelos escravos.
c) as manifestações da cultura
africana foram incorporadas pela cultura brasileira em sua forma integral e com
suas peculiaridades sendo respeitadas.
d) os elementos afro-brasileiros
foram aceitos como parte da cultura brasileira logo após a abolição da
escravatura, a partir de um programa estatal de integração cultural.
e) a segregação racial manteve-se
como a base da formação da cultura brasileira, especialmente a partir da década
de 1930, quando é estabelecido um projeto de cultura nacional.
resposta da questão 30:[A]
31. (UFV-2006) Segundo Renato Ortiz,
em meados do século XIX, o movimento romântico brasileiro tentou construir um
modelo de "ser nacional", porém faltavam àqueles escritores condições
sociais que lhes possibilitassem discutir de forma mais abrangente a
problemática proposta.
(ORTIZ, Renato. Cultura
brasileira & identidade nacional. 5. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994. p.
37.)
Com base nessa interpretação e
nos conhecimentos sobre a sociedade brasileira do século XIX, assinale a
afirmativa CORRETA:
a) Os escritores românticos
brasileiros fundiam o índio idealizado com o branco de origem europeia,
descartando o negro, na tentativa de aproximar o país do padrão europeu de
civilização.
b) A pressão exercida pelos
abolicionistas contra a escravização de índios e negros fez com que a sociedade
brasileira se caracterizasse, desde o período colonial, pela ausência de
desigualdades étnicas.
c) A existência de um amplo
público leitor no Brasil do século XIX permitiu que os literatos estabelecessem
em suas obras uma crítica contundente à dominação exercida pelas elites
agrárias.
d) A construção da identidade
nacional era uma questão superada em meados do século XIX, uma vez que a
colonização portuguesa não criara obstáculos ao desenvolvimento do sentimento
de brasilidade.
e) A economia brasileira se
caracterizou, desde o período colonial, pela dependência em relação ao mercado
europeu, mas em termos artísticos e culturais o país sempre preservou sua
soberania.
resposta da questão 31: [A]
32. (PITÁGORAS) Leia o texto.
É difícil saber se a "missão
artística" foi um plano estratégico da Corte de D. João ou uma espécie de
afastamento compulsório de artista ligados a Napoleão. Parece ter existido uma
convergência de interesses. De um lado, artistas formados pela Academia
francesa inesperadamente desempregados.
De outro, uma monarquia
estacionada na América e carente de representação oficial. Foi a partir da
conjugação dessas situações que surgiu aquela que é hoje conhecida como a
"Missão Francesa de 1816".
A versão oficial sustenta que em
1815 o governo encarregou D. Pedro José Joaquim Vitor de Menezes Coutinho (c.
1775-1823) o marquês de Marialva, embaixador extraordinário de Portugal na
França, de contratar diversos artistas reconhecidos em seu meio, a fim de criar
uma escola para a formação artística e de trabalhadores industriais. Mas por
que a Corte selecionaria justamente os franceses, ainda mais os ligados a
Napoleão, responsável direto pela transferência da família real para o Brasil?
Mesmo que as relações entre os dois países fossem oficialmente amigáveis desde
1814, havia no mercado artistas italianos, paisagistas holandeses, retratistas
ingleses e pintores portugueses e nacionais à disposição. Com certeza, trariam
menos embaraços políticos.
Além do mais, o marquês de
Marialva mal teve tempo de se inteirar do tema, uma vez que deixou o cargo em
1815, sendo substituído por Francisco José Maria de Brito. Sabe-se que o novo
ministro trocou intensa correspondência com Joachim Lebreton (1760-1819),
administrador das obras de arte no Museu do Louvre e secretário perpétuo da
Classe de Belas-Artes do Instituto de França. A iniciativa de formar um grupo
de artistas para servir à Corte portuguesa pode ter sido toda do influente
Lebreton, e não do Estado português.
De onde veio, então, a teoria de
uma "missão" convocada por D. João? Começou com um membro do grupo,
Jean-Baptiste Debret, que no terceiro volume da Viagem pitoresca e histórica ao
Brasil se refere a um "convite". A versão virariam tese quando Araújo
Porto Alegre, discípulo dileto de Debret, sustentou a interpretação do mestre.
Em diversos textos mencionou a "colônia artística", inspirando outras
análises consagradas, como o artigo de Araújo Viana "Das artes plásticas
no Brasil em geral e na cidade do Rio de Janeiro em particular" (1915)
Mas o grupo ainda não era
definido como uma "missão". Foi Afonso Taunay quem adotou a expressão
em seu longo artigo "A Missão Artística de 1816", na edição de 1912
da Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB). Bisneto de
Nicolas Taunay, o historiador afirma que "a colônia americana vivia
abandonada, esquecida e ignorada pelo mundo culto", e só contava com
pintores e escultores "medíocres". A vinda dos pintores franceses
tiraria "a colônia da modorra secular". Em 1916, o próprio IHGB
promoveria uma série de comemorações por conta do centenário da chegada do
grupo. Juntava-se o prestígio da família Taunay com a tradição do IHGB, e a
"colônia de artistas" passou a ser entendida como uma
"missão". Tal interpretação receberia estatuto de verdade com a
publicação do ensaio de Taunay em livro, em 1956.
SCHWARCZ, Lília. Eram os
franceses mercenários? Revista de História. Rio de Janeiro: Biblioteca
Nacional, nº 36, set. 2008.
A historiografia tem afirmado que a "Missão Francesa" veio para o Brasil contratada por D. João. Hoje, essa tese é discutida.
a) Apresente quais eram as razões
para que D. João não contratasse ou convidasse artistas franceses para vir ao
Brasil.
b) Explique de onde veio a ideia
de uma "missão" convocada por D. João.
resposta da questão 32:
a) Com tantos artistas no mercado
- italianos, holandeses, ingleses, portugueses - era inexplicável que D. João
fosse convidar ou contratar logo franceses, próximos de Napoleão, responsável
direto pela transferência da família real para o Brasil.
b) Essa ideia começou com Debret
que se referiu a um "convite" no 3º volume da Viagem pitoresca e
histórica ao Brasil. A versão virou tese, quando seu discípulo Araújo Porto
Alegre, sustentou a interpretação do mestre, inspirando outras análises
consagradas como a de Araújo Viana.
33. (Fuvest) Relacione seus nomes
(Coluna I) às suas respectivas obras (Coluna II) e área de atuação (Coluna
III).
I
Angelo Agostini
Joaquim Nabuco
Machado de Assis
Vitor Meireles
II
O abolicionismo
Helena
Revista Ilustrada
A Primeira Missa no Brasil
III
Literatura
Pintura
Política
Caricatura
resposta da questão 33:
Ângelo Agostino - Revista
Ilustrada - Caricatura
Joaquim Nabuco - O abolicionismo
- Política
Machado de Assim - Helena -
Literatura
Victor Meirelles - A primeira
missa no Brasil - Pintura
34. (CNDL) Leia o texto a seguir
“As casas do Rio de Janeiro,
construídas em terreno úmido, não têm fossas. Todos os detritos domésticos são
atirados de qualquer maneira em barris que de noite os escravos despejam no
mar. Dá para adivinhar a natureza das emanações que exalam destes barris
durante o dia, em meio aos terríveis calores que reinam no lugar. Por volta das
seis, uma interminável procissão desemboca de todas as ruas e dirige-se para a
praia. É o Rio de Janeiro começando o seu tratamento de limpeza, que entretanto
não consegue livra-lo inteiramente das infecções que enchem as casas. Esses
negros carregando o barril tradicional que os franceses chamam ‘barrete’ são
como o símbolo da cidade.”
EXPILLY, Charles. Citado por
MAURO, Fréderic. O Brasil no tempo de Dom Pedro II. São Paulo: Campanha das
Letras, 1991. p.15.
Desenho da revista carioca. A
Semana Ilustrada, 1861. Escravos despejando detritos domésticos no cais do
centro do Rio de Janeiro.
Explique por que, no período ilustrado no texto, não era possível a construção de fossas sanitárias no Rio de Janeiro e apresente a solução encontrada pela elite da cidade para a eliminação dos detritos domésticos.
resposta da questão 34:
De acordo com o texto não era
possível construir fossas sanitárias na cidade do Rio de Janeiro no período retratado
no fragmento em decorrência dessas casas serem edificadas em terrenos úmidos.
Os detritos domésticos eram acumulados em barris que posteriormente eram
atirados no mar pelos escravos, vulgarmente conhecidos como tigres.
35. (PITÁGORAS) Leia o trecho:
a)
b)
c)
d)
e)
resposta da questão 35:[D]
35. (PITÁGORAS) Leia o trecho:
“O Brasil colônia (e Império) foi
uma sociedade escravista não meramente devido ao óbvio fato de sua força de
trabalho ser predominantemente cativa, mas principalmente devido às distinções
jurídicas entre escravos e livres, aos princípios hierárquicos baseados na
escravidão e na raça, às atitudes senhoriais dos proprietários e à deferência
dos socialmente inferiores. Através da difusão desses ideais, o escravismo criou
os fatos fundamentais da vida brasileira. (...)”
S. Schwartz, 1988. (Adaptado)
ASSINALE, dentre as gravuras
abaixo, aquela que NÃO É COMPATÍVEL com as informações do texto.
36. (Uerj 2012)
37. (Uerj 2010) O enriquecimento da vida cultural do Rio de Janeiro, e até mesmo do país, após 1808, decorreu, sobretudo, das necessidades da elite dominante. No ambiente acanhado da sociedade americana, a novidade dos procedimentos característicos do círculo real exerceram extraordinário fascínio, produzindo um poderoso efeito “civilizador” em relação à cidade. Em contrapartida, a Coroa não deixou de adotar também medidas de controle mais eficientes. Após a tormenta da Revolução Francesa e ainda vivendo o turbilhão do período napoleônico, era o medo dos princípios difundidos pelo século das Luzes, especialmente as “perniciosas” ideias francesas, que ditava essas cautelas.
38. (PITÁGORAS) O que, porém, mais atraiu minha atenção foi o movimento e a animação, a vida da cidade, fato inteiramente novo para mim; quando daqui retirei-me, as ruas eram pouco frequentadas, salvo nos dias de festas; as famílias só saíam a visitas, e com o chefe da casa ao lado; não havia em geral hábitos de passeios, nem por diversão ao espírito, nem por necessidade higiênica
Iracema (1881), de José Maria de
Medeiros.
www.itaucultural.org.br
O romance Iracema, de José de
Alencar, publicado em 1865, influenciou artistas, como José Maria de Medeiros,
que nele encontraram inspiração para representar imagens do Brasil e do povo
brasileiro no período imperial (1822-1889).
Na construção da identidade
nacional durante o Império do Brasil, identifica-se a valorização dos seguintes
aspectos:
(A) clima ameno / índole
guerreira dos ameríndios
(B) grandeza territorial /
integração racial das etnias
(C) extensão litorânea /
sincretismo religioso do povo
(D) natureza tropical / herança
cultural dos grupos nativos
resposta da questão 36:[D]
Comentário da questão:
A questão referente ao Segundo
Reinado exigiu do aluno uma maior atenção em relação aos aspectos culturais. A
construção de um ideal nacionalista era importante para que fossem ressaltados
os aspectos genuinamente brasileiros. Assim, durante o período Imperial, houve
uma preocupação do Estado com a construção do ideal nacionalista. Todavia,
durante o século XIX, vigorava a concepção do darwinismo social, por meio do
qual os seres humanos eram qualificados como raças suscetíveis ao
aperfeiçoamento ou não. Logo, o Estado
deveria construir sua identidade nacional em resposta também a ideologia
predominante a nível internacional. Nesse
sentido, o negro foi isolado dos discursos que buscavam identificar uma herança
comum ao povo brasileiro, por questões relativas à ideia de superioridade do
homem branco, em relação ao negro. Ademais, ainda havia o fato de a mão-de-obra
escrava negra existir no país. Os índios foram escolhidos como elemento típico
nacional, representando simbolicamente a origem brasileira. Ressaltou-se,
então, a herança indígena e as características do território por meio do
enaltecimento da grandeza territorial e da busca da afirmação da liderança do
país na América do Sul. A questão pode
causar dúvida, pois a integração racial das etnias também já foi apontada como
principal fator da construção da nacionalidade. Entretanto, essa concepção
tornou-se principal ponto de discussão após a abolição da escravidão,
principalmente, durante a Primeira República.
37. (Uerj 2010) O enriquecimento da vida cultural do Rio de Janeiro, e até mesmo do país, após 1808, decorreu, sobretudo, das necessidades da elite dominante. No ambiente acanhado da sociedade americana, a novidade dos procedimentos característicos do círculo real exerceram extraordinário fascínio, produzindo um poderoso efeito “civilizador” em relação à cidade. Em contrapartida, a Coroa não deixou de adotar também medidas de controle mais eficientes. Após a tormenta da Revolução Francesa e ainda vivendo o turbilhão do período napoleônico, era o medo dos princípios difundidos pelo século das Luzes, especialmente as “perniciosas” ideias francesas, que ditava essas cautelas.
LÚCIA M. P. DAS NEVES E HUMBERTO
F. MACHADO Adaptado de O império do Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
1999.
O texto aborda um duplo movimento
provocado pela presença da Corte portuguesa no Brasil: o estímulo às atividades
culturais na colônia e, ao mesmo tempo, o controle conservador sobre essas
atividades.
Indique duas ações da Coroa que
enriqueceram a vida cultural da cidade do Rio de Janeiro.
Explique, ainda, como o Estado
português exercia controle sobre as atividades culturais.
resposta da questão 37:
Órgãos do Estado português, agora
sediados no Brasil, exerciam a função de fiscalizar e censurar todos os
impressos, inclusive os importados, que aqui fossem publicados sob a
justificativa de cuidar da moral, da religião e dos bons costumes.
Duas das ações:
• criação da Imprensa Régia
• contratação da Missão Artística
Francesa
• fundação do futuro Jardim
Botânico (Real Horto)
• fundação da futura Biblioteca
Nacional (Real Biblioteca)
• publicação de jornais,
periódicos e obras de caráter científico com o aval da Imprensa Régia.
38. (PITÁGORAS) O que, porém, mais atraiu minha atenção foi o movimento e a animação, a vida da cidade, fato inteiramente novo para mim; quando daqui retirei-me, as ruas eram pouco frequentadas, salvo nos dias de festas; as famílias só saíam a visitas, e com o chefe da casa ao lado; não havia em geral hábitos de passeios, nem por diversão ao espírito, nem por necessidade higiênica
As Transformações urbanas
ocorridas nas principais cidades brasileiras, sobretudo, no Rio de Janeiro nas
primeiras décadas do século XIX, foram reflexos:
a) Da transferência da Corte para
o Brasil em 1808.
b) Da vinda da missão cultural
francesa ao Brasil no ano de 1816.
c) Da elevação do Brasil à
categoria de Reino Unido de Portugal e Algarves.
d) Da transferência da Capital de
Salvador para o Rio de Janeiro.
e) Da vinda dos imigrantes
europeus para as grandes cidades brasileiras.
resposta da questão 38:[A]
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