Roteiro de estudos: A introdução do trabalho livre e assalariado no Brasil
Lista de questões nº 20 História do Brasil - A introdução do trabalho livre no Brasil
1. (Unesp) "Por volta dos anos de 1880, era óbvio que a abolição estava iminente. O parlamento, reagindo ao abolicionismo de dentro e de fora do país, vinha aprovando uma legislação gradualista. As crianças nascidas de mães escravas foram declaradas livres em 1871..."
(Emília V. da Costa, DA MONARQUIA À REPÚBLICA.)
a) Além da Lei do Ventre Livre, qual outra teve esse mesmo caráter gradualista?
b) Justifique o caráter gradualista do movimento da abolição.
resposta da questão 1:
a) A Lei do Sexagenário (1885) que libertava os escravos com mais de 60 anos.
b) No Parlamento, a questão escravista era mais delicada. Como a maioria dos deputados era proprietária de terras e de escravos, defendia a emancipação lenta e gradual dos cativos, com o pagamento, pelo governo, de indenizações aos seus senhores.
2. (Unesp 2014) .[...] até a década de 1870, apesar das pressões, os escravos continuavam a ser a mão de obra fundamental para a lavoura brasileira, sendo que nessa época todos os 643 municípios do Império [...] ainda continham escravos.
A redução da importância do trabalho escravo, ocorrida após 1870, deveu-se, entre outros fatores,
a) ao aumento das fugas e rebeliões escravas e ao crescimento das correntes migratórias em direção ao Brasil.
b) ao desinteresse dos cafeicultores do Vale do Paraíba em manter escravos e à intensa propaganda abolicionista direcionada aos próprios escravos.
c) à firme oposição da Igreja Católica ao escravismo e ao temor de que se repetisse, no Brasil, uma revolução escrava como a que ocorrera em Cuba.
d) à pressão inglesa e francesa pelo fim do tráfico e à dificuldade de adaptação do escravo ao trabalho na lavoura do café.
e) à diminuição do preço do escravo no mercado interno e à atuação abolicionista da Guarda Nacional.
Resposta da questão 2:[A]
Comentário da questão:
A partir de 1870, ganhou impulso a imigração europeia – sobretudo italiana – para a lavoura cafeeira do Oeste Paulista, reduzindo a necessidade de mão de obra escrava. Por outro lado, a intensificação da campanha abolicionista estimulou a fuga de escravos, muitas vezes sob proteção de militantes como os “caifazes”, atuantes na província de São Paulo.
3. (Ufg) (...) Sejamos francos: o tráfico, no Brasil, prendia-se a interesses, ou para melhor dizer, a presumidos interesses dos nossos agricultores; e num país em que a agricultura tem tamanha força, era natural que a opinião pública se manifestasse em favor do tráfico: a opinião pública que tamanha influência tem, não só nos governos representativos, como até nas monarquias absolutas. O que há para admirar em que nós todos, amigos ou inimigos do tráfico, nos curvássemos a essa necessidade?
O texto acima é parte de um discurso de Eusébio de Queiroz, calorosamente aplaudido na Câmara, que encaminhou a lei anti-tráfico, em 1850.
Acerca do debate sobre o fim do tráfico, pode-se afirmar que
( ) o tráfico de escravos permaneceu como prática corrente, defendida pelos agricultores com a conivência do Estado brasileiro, apesar dos acordos firmados entre Brasil e Inglaterra para pôr fim a essa atividade econômica.
( ) a luta contra o tráfico de escravos encontrou, no ambiente urbano, o clima propício para empolgar políticos e intelectuais que se mobilizaram, na primeira metade do século XIX, para a luta contra essa atividade.
( ) os argumentos favoráveis à continuidade do tráfico de escravos estavam associados à defesa da soberania nacional ameaçada pelos ingleses, que aprisionavam os navios negreiros.
( ) os ingleses adotaram o trabalho assalariado, como forma predominante, em seu vasto império colonial, pois estavam coerentes com os princípios democráticos que orientaram sua ação colonizadora; desse modo, era natural que liderassem a luta contra o tráfico de escravos e a escravidão, nos séculos XVIII e XIX.
resposta da questão 3: V, F, V, F
4. (Ufc) Em 29 de maio de 1829, oficiais ingleses abordaram o navio Veloz. "Os diários de bordo e mais papéis do Capitão foram examinados... estavam em ordem. O número de pessoas transportadas obedecia ao que estipulava a lei..."
GÓES José Roberto Pinto de, Cordeiros de Deus: tráfico, demografia e política no destino dos escravos, em: Marco. A. Pamplona (org.) Escravidão, exclusão e cidadania. Rio de Janeiro, Access, 2001, p. 23
Com base no texto acima e em seus conhecimentos, assinale a alternativa correta sobre o tráfico de escravos, durante o Império.
a) A Inglaterra vistoriava os navios para impedir o contrabando de produtos que pudessem concorrer com as manufaturas inglesas.
b) Os traficantes de escravos obedeceram aos tratados e leis firmados com a Inglaterra, inclusive os compromissos assumidos por Portugal, a partir da transferência da Corte.
c) Portugal tinha se comprometido a limitar a prática do tráfico ao sul do equador e, desde então, a Inglaterra tinha o direito de vigiar pelo cumprimento dos acordos firmados.
d) Tratados firmados entre o Brasil e a Angola proibiam o tráfico ao sul do equador.
e) Os tratados assinados, em 1810 e 1831, permitiam aos piratas de Sua Majestade sequestrar carregamentos de escravos e levá-los para as plantações do Caribe.
Lista de questões nº 20 História do Brasil - A introdução do trabalho livre no Brasil
1. (Unesp) "Por volta dos anos de 1880, era óbvio que a abolição estava iminente. O parlamento, reagindo ao abolicionismo de dentro e de fora do país, vinha aprovando uma legislação gradualista. As crianças nascidas de mães escravas foram declaradas livres em 1871..."
(Emília V. da Costa, DA MONARQUIA À REPÚBLICA.)
a) Além da Lei do Ventre Livre, qual outra teve esse mesmo caráter gradualista?
b) Justifique o caráter gradualista do movimento da abolição.
resposta da questão 1:
a) A Lei do Sexagenário (1885) que libertava os escravos com mais de 60 anos.
b) No Parlamento, a questão escravista era mais delicada. Como a maioria dos deputados era proprietária de terras e de escravos, defendia a emancipação lenta e gradual dos cativos, com o pagamento, pelo governo, de indenizações aos seus senhores.
2. (Unesp 2014) .[...] até a década de 1870, apesar das pressões, os escravos continuavam a ser a mão de obra fundamental para a lavoura brasileira, sendo que nessa época todos os 643 municípios do Império [...] ainda continham escravos.
(Lilia Moritz Schwarcz. Retrato em branco e negro, 1987.)
A redução da importância do trabalho escravo, ocorrida após 1870, deveu-se, entre outros fatores,
a) ao aumento das fugas e rebeliões escravas e ao crescimento das correntes migratórias em direção ao Brasil.
b) ao desinteresse dos cafeicultores do Vale do Paraíba em manter escravos e à intensa propaganda abolicionista direcionada aos próprios escravos.
c) à firme oposição da Igreja Católica ao escravismo e ao temor de que se repetisse, no Brasil, uma revolução escrava como a que ocorrera em Cuba.
d) à pressão inglesa e francesa pelo fim do tráfico e à dificuldade de adaptação do escravo ao trabalho na lavoura do café.
e) à diminuição do preço do escravo no mercado interno e à atuação abolicionista da Guarda Nacional.
Resposta da questão 2:[A]
Comentário da questão:
A partir de 1870, ganhou impulso a imigração europeia – sobretudo italiana – para a lavoura cafeeira do Oeste Paulista, reduzindo a necessidade de mão de obra escrava. Por outro lado, a intensificação da campanha abolicionista estimulou a fuga de escravos, muitas vezes sob proteção de militantes como os “caifazes”, atuantes na província de São Paulo.
3. (Ufg) (...) Sejamos francos: o tráfico, no Brasil, prendia-se a interesses, ou para melhor dizer, a presumidos interesses dos nossos agricultores; e num país em que a agricultura tem tamanha força, era natural que a opinião pública se manifestasse em favor do tráfico: a opinião pública que tamanha influência tem, não só nos governos representativos, como até nas monarquias absolutas. O que há para admirar em que nós todos, amigos ou inimigos do tráfico, nos curvássemos a essa necessidade?
O texto acima é parte de um discurso de Eusébio de Queiroz, calorosamente aplaudido na Câmara, que encaminhou a lei anti-tráfico, em 1850.
Acerca do debate sobre o fim do tráfico, pode-se afirmar que
( ) o tráfico de escravos permaneceu como prática corrente, defendida pelos agricultores com a conivência do Estado brasileiro, apesar dos acordos firmados entre Brasil e Inglaterra para pôr fim a essa atividade econômica.
( ) a luta contra o tráfico de escravos encontrou, no ambiente urbano, o clima propício para empolgar políticos e intelectuais que se mobilizaram, na primeira metade do século XIX, para a luta contra essa atividade.
( ) os argumentos favoráveis à continuidade do tráfico de escravos estavam associados à defesa da soberania nacional ameaçada pelos ingleses, que aprisionavam os navios negreiros.
( ) os ingleses adotaram o trabalho assalariado, como forma predominante, em seu vasto império colonial, pois estavam coerentes com os princípios democráticos que orientaram sua ação colonizadora; desse modo, era natural que liderassem a luta contra o tráfico de escravos e a escravidão, nos séculos XVIII e XIX.
resposta da questão 3: V, F, V, F
4. (Ufc) Em 29 de maio de 1829, oficiais ingleses abordaram o navio Veloz. "Os diários de bordo e mais papéis do Capitão foram examinados... estavam em ordem. O número de pessoas transportadas obedecia ao que estipulava a lei..."
GÓES José Roberto Pinto de, Cordeiros de Deus: tráfico, demografia e política no destino dos escravos, em: Marco. A. Pamplona (org.) Escravidão, exclusão e cidadania. Rio de Janeiro, Access, 2001, p. 23
Com base no texto acima e em seus conhecimentos, assinale a alternativa correta sobre o tráfico de escravos, durante o Império.
a) A Inglaterra vistoriava os navios para impedir o contrabando de produtos que pudessem concorrer com as manufaturas inglesas.
b) Os traficantes de escravos obedeceram aos tratados e leis firmados com a Inglaterra, inclusive os compromissos assumidos por Portugal, a partir da transferência da Corte.
c) Portugal tinha se comprometido a limitar a prática do tráfico ao sul do equador e, desde então, a Inglaterra tinha o direito de vigiar pelo cumprimento dos acordos firmados.
d) Tratados firmados entre o Brasil e a Angola proibiam o tráfico ao sul do equador.
e) Os tratados assinados, em 1810 e 1831, permitiam aos piratas de Sua Majestade sequestrar carregamentos de escravos e levá-los para as plantações do Caribe.
resposta da questão 4:[C]
5. (Uerj) Em 1988, quando se comemorou o centenário da Lei Áurea, comentava-se em muitas cidades do Brasil, de forma irônica, que existiria uma cláusula no texto dessa lei que revogaria a liberdade dos negros depois de cem anos de vigência.
O surgimento de tais comentários está relacionado à seguinte característica social:
a) surgimento do "apartheid"
b) permanência do racismo
c) formação da sociedade de classe
d) decadência do sistema de estamentos
O surgimento de tais comentários está relacionado à seguinte característica social:
a) surgimento do "apartheid"
b) permanência do racismo
c) formação da sociedade de classe
d) decadência do sistema de estamentos
resposta da questão 5:[B]
6. (Unicamp) Foi tão grande o impacto da publicação e divulgação de "A origem das espécies", de Charles Darwin, em 1859, que sua teoria passou a constituir uma espécie de paradigma de época,
diluindo antigas disputas.
(Texto adaptado de Lilia M. Schwarcz, "O espetáculo das raças". São Paulo, Cia. das Letras, 1993, p. 54.).
a) Qual a tese central da teoria de Charles Darwin?
b) Por que esta teoria significou uma ruptura com as idéias religiosas dominantes na época?
c) No final do século XIX, quais aspectos da política de imigração para o Brasil estavam relacionados às teses darwinistas?
diluindo antigas disputas.
(Texto adaptado de Lilia M. Schwarcz, "O espetáculo das raças". São Paulo, Cia. das Letras, 1993, p. 54.).
a) Qual a tese central da teoria de Charles Darwin?
b) Por que esta teoria significou uma ruptura com as idéias religiosas dominantes na época?
c) No final do século XIX, quais aspectos da política de imigração para o Brasil estavam relacionados às teses darwinistas?
resposta da questão 6:
a) Evolução das espécies por meio da seleção natural, com a sobrevivência dos mais aptos.
a) Evolução das espécies por meio da seleção natural, com a sobrevivência dos mais aptos.
b) Até então, prevalecia a concepção religiosa cristã de que o homem foi criado por Deus, a partir de Adão e Eva.
c) Incentivo à vinda de imigrantes europeus, principalmente para a lavoura de café.
c) Incentivo à vinda de imigrantes europeus, principalmente para a lavoura de café.
7. (Unesp) A batalha da abolição, como perceberam alguns abolicionistas, era uma batalha nacional. Esta batalha continua hoje e é tarefa da nação.
(J. M. Carvalho, A abolição aboliu o quê? "Folha de S.Paulo", 13.05.1988.)
No texto o historiador José Murilo de Carvalho refere-se à:
a) luta dos quilombolas para se inserirem em melhores condições sociais no interior da sociedade pós-escravista.
b) estratégia dos negros alforriados do sul do país para se inserirem na sociedade estratificada dos brancos.
c) não obtenção da cidadania plena, até os dias atuais, por parte dos negros brasileiros, que são as vítimas mais diretas da escravidão.
d) tática dos negros oriundos do norte para se inserirem na sociedade do sul do país.
e) não obtenção dos direitos de circulação, por parte da elite abolicionista, que foi o contingente mais afetado pelo trabalho compulsório.
resposta da questão 7:[C]
8. (Unesp) Para Caio Prado Jr., o século XIX no Brasil marca uma etapa decisiva em nossa evolução e inicia, em todos os terrenos, social, político e econômico, uma nova fase. O mesmo autor considera a segunda metade do referido século o período de maior transformação na história brasileira.
Indique e caracterize, em cada um dos terrenos mencionados (social, político e econômico), uma transformação ocorrida, a partir de 1850.
resposta da questão 8:
político = republicanismo
econômico = expansão cafeeira e industrialismo de Mauá
9. (UFV) A Lei Áurea de 13 de maio de 1888 libertou os escravos mas não extinguiu totalmente a escravidão, no Brasil.
Dê dois exemplos, um sobre a época da abolição e outro sobre os dias atuais, coerentes com a afirmativa acima
Resposta da questão 9;
A abolição da escravidão estabelecida pela Lei Áurea, não significou o acesso à cidadania por parte dos negros, na medida em que permaneceram marginalizados quanto às possibilidades econômicas e políticas. Atualmente, os direitos constitucionais não
estabelecem discriminações formais a quem quer que seja. No entanto, quanto às oportunidades econômicas, é notória persistência de restrições estabelecidas aos negros, geralmente fruto de condutas racistas e preconceituosas. Isto se confirma, na medida em que se discute o estabelecimento de cotas de vagas para negros nas Universidades públicas e nos órgãos governamentais
10. (Ufv) Nas últimas décadas do século XIX, o Estado brasileiro promoveu a imigração de estrangeiros para atender a crescente demanda por trabalhadores na lavoura cafeeira. Para além das razões econômicas, a política imigratória era definida também por preconceitos e temores com relação a certos grupos étnicos.
Das características a seguir, assinale aquela que NÃO se aplica à "grande imigração" de fins do século XIX.
a) A origem predominante dos imigrantes de determinadas regiões pobres da Europa Mediterrânea, especialmente o Sul da Itália, Portugal e Espanha.
b) O agenciamento de imigrantes na Europa por meio de oferta de passagem gratuita, como forma de concorrer com outros centros de atração de imigração, como os Estados Unidos e a Austrália.
c) O oferecimento de lotes de terra e auxílio financeiro a todos os imigrantes que se dirigissem para o Brasil, especialmente àqueles que se instalassem nos sertões de Goiás e Mato Grosso.
d) A concentração relativa da imigração italiana em São Paulo, sobretudo nas áreas cafeeiras e na capital, e da imigração portuguesa na cidade do Rio de Janeiro.
e) A presença de preconceitos com relação à entrada de imigrantes asiáticos e africanos, justificada pelo "racismo científico", como forma de promover o "branqueamento" progressivo da população.
Resposta da questão 10: [C]
11. (Ufu) Considere o fragmento a seguir:
"O nosso caráter, o nosso temperamento, a nossa organização toda, física, intelectual e moral, acha-se terrivelmente afetada pelas influências com que a escravidão passou trezentos anos a permear a sociedade brasileira. A empresa de anular essas tendências é superior, por certo, aos esforços de uma só geração, mas, enquanto essa obra não estiver concluída, o abolicionismo terá sempre razão de ser."
Joaquim Nabuco. "O Abolicionismo". 1883.
Neste trecho, Joaquim Nabuco, um dos principais líderes abolicionistas da década de 1880, sugere que o fim da escravidão é necessário não apenas pela "barbaridade" que representa em relação aos cativos, mas por ser responsável por efeitos nefastos na
sociedade, na política e na economia brasileira. Para o autor, não se impunha somente a necessidade de eliminar o cativeiro dos escravos, mas também de regenerar as influências da escravidão na sociedade brasileira.
A respeito deste assunto, cite três efeitos (um na sociedade, um na política e um na economia) negativos que a escravidão, aos olhos dos abolicionistas, possa ter criado no Brasil ao longo de seus trezentos anos de existência.
resposta da questão 11:
Sociedade: A marginalização dos negros à condição de cativos, sob a perspectiva eurocêntrica de inferioridade dos povos africanos criou condições instituição de condutas racistas que ainda persistem na sociedade brasileira.
Política: As leis que iniciaram o processo abolicionista (Lei Eusébio de Queiróz - 1850, Lei do Ventre Livre -1871 e a Lei do Sexagenários -1885), ao abolirem parcialmente a escravidão, evidenciam a timidez em relação ao tema, devido a forte dependência ao trabalho escravo no Brasil e ao caráter reacionário dos legisladores, por serem em maioria, representantes da aristocracia fundiária e escravocrata.
Economia: A predominância da agro-exportação apoiada no trabalho escravo, favorecia a prática do tráfico negreiro e também constituía um obstáculo à expansão de mercados consumidores no Brasil para indústria emergente na Inglaterra no século XVIII, decorrendo daí, no início do século XIX, as pressões inglesas pelo fim do tráfico negreiro.
Política: As leis que iniciaram o processo abolicionista (Lei Eusébio de Queiróz - 1850, Lei do Ventre Livre -1871 e a Lei do Sexagenários -1885), ao abolirem parcialmente a escravidão, evidenciam a timidez em relação ao tema, devido a forte dependência ao trabalho escravo no Brasil e ao caráter reacionário dos legisladores, por serem em maioria, representantes da aristocracia fundiária e escravocrata.
Economia: A predominância da agro-exportação apoiada no trabalho escravo, favorecia a prática do tráfico negreiro e também constituía um obstáculo à expansão de mercados consumidores no Brasil para indústria emergente na Inglaterra no século XVIII, decorrendo daí, no início do século XIX, as pressões inglesas pelo fim do tráfico negreiro.
ALENCASTRO, Luiz Felipe de. (Coord.) "História da vida privada no Brasil". São Paulo: Companhia das Letras, 1997. v. 2. p. 19.
Essa foto do final do século XIX é um documento demonstrativo do direito de propriedade de pessoas na ordem escravista e expressa diferença social ao enfocar
a) seis personagens trajados com roupas de tonalidades e modelos diferenciados.
b) um homem negro à esquerda do homem branco, com penteado semelhante ao de seu senhor.
c) o último homem à direita do homem branco, com instrumento de trabalho, diferenciando-se dos demais.
d) um homem à direita e outro à esquerda do senhor, fotografados com posturas corporais diferentes.
e) o homem branco, em primeiro plano, destacando-se dos cinco homens negros descalços.
resposta da questão 12:[E]
13. (UFRJ)
− QUEIRA PERDOAR, MAS... COM AQUELLE NEGRINHO NÃO PODE ENTRAR.
− MAS É QUE EU NÃO POSSO SEPARAR-ME DELLE: É QUEM ME VESTE, QUEM ME DÁ DE COMER, QUEM. ME SERVE EM TUDO, AFINAL!
− É QUE... ENFIM, EM ATTENÇÃO ÀS ILLUSTRES QUALIDADES PESSOAES DE TAO SABIO SOBERANO, CREIO QUE AS NAÇÕES CIVILIZADAS NÃO DUVIDARÃO EM ADMITTIL-O.
(LEMOS, Renato. Uma História do Brasil através da caricatura, 1840-2001. Rio de Janeiro: Bom Texto e Letra & Expressões Editoras, 2001, p. 13)
Explique de que maneira a charge acima, de autoria de Ângelo Agostini, expressa uma das ambiguidades presentes na sociedade brasileira do Segundo Reinado (1840-1889) em relação à escravidão.
resposta da questão 13:
A charge expressa a ambiguidade entre o projeto de governo do IIº Império que pretendia modernizar o país, aproximando-o das referências civilizatórias e de desenvolvimento das grandes potências da época e, de outro, sua vinculação ao arcaísmo que resultava da manutenção da escravidão como peça chave da estrutura produtiva brasileira.
14. (Uff) O colono Thomas Davatz escreveu, numa fazenda de café paulista, em meados do século XIX, "O caso do Brasil é o de um país que já perdeu todo o crédito. E o castigo que merece tal país é, nem mais nem menos, do que a retirada de todos os colonos que lá se acham e a supressão do tráfico brasileiro de braços europeus".
(DAVATZ, Thomas. "Memórias de um Colono no Brasil". SP, Martins-Edusp, 1972)
O autor, ele mesmo um colono estrangeiro que trabalhou na atividade cafeeira, está denunciando, através de seu texto:
a) que os fazendeiros brasileiros, em geral, praticavam o tráfico de escravos europeus, após 1831;
b) as péssimas condições de vida dos colonos italianos que vieram para as grandes fazendas de café de São Paulo, após a adoção da imigração subvencionada pelo governo provincial;
c) que o Brasil é um país que perdeu todo o seu crédito, porque os cafeicultores do Oeste Novo paulista não pagavam a seus colonos pelos serviços prestados;
d) as péssimas condições de vida e de trabalho dos estrangeiros que vieram trabalhar nas colônias de São Paulo, em parceria com os proprietários de terra, onde eram tratados com desrespeito e viviam em crescente endividamento com os fazendeiros que os contratavam;
e) que a vinda de imigrantes para o trabalho nas lavouras do Brasil, em geral, e na cafeicultura paulista, em particular, era inadequada por sua inadaptação às condições climáticas e ao convívio com os escravos.
resposta da questão 14:[D]
15. (Pucpr) Enquanto nos Estados Unidos se promoveu a colonização interna com o "Homested Act", assegurando a cada família a propriedade de uma área de terra, no Brasil dificultou-se o acesso à terra com a criação, em 1850:
a) do Regimento Agrícola.
b) do Ato Adicional.
c) da Provisão Agrária.
d) da Lei de Terras.
e) da Constituição Rural.
resposta da questão 15:[D]
15. (Fatec) Leia as afirmações abaixo sobre o café brasileiro
I - Entre os fatores que colaboraram para o fracasso do "Sistema de Parceria", durante o Segundo Reinado, está a introdução de máquinas modernas e especializadas no cultivo do café, que fez com que grande parte dos trabalhadores fossem dispensados.
II - O sistema de parceria expandiu-se rapidamente para o Oeste Paulista; nesse sistema cada família recebia um certo número de pés de café para cuidar, colher, semear, além de um lote de terra para cultivar, dividindo-se, ao final, a renda do café.
III - Na organização da produção cafeeira utilizou-se, desde o início, a mão-de-obra livre do imigrante europeu.
Destas afirmações está (ão) correta (s) apenas
a) II.
b) III.
c) I e II.
d) I e III.
e) II e III.
16. . (Ufu) Durante o longo reinado de D. Pedro II, manteve-se em grande parte a estrutura econômica colonial, baseada na exportação de produtos primários, produzidos em grandes propriedades de tipo "plantation", através do trabalho escravo. Em termos gerais, a sociedade mudou pouco, mas houve um momento de modernização.
Em relação a esse surto de modernização ocorrido na segunda metade do século XIX no Brasil, assinale a alternativa INCORRETA.
a) A elite agrária tradicionalista e escravocrata continuou defendendo a divisão internacional do trabalho, pela qual o Brasil só poderia ser essencialmente agrícola, mas isto não impediu o desenvolvimento da produção de tecidos, sapatos, chapéus, sabão e bebidas.
b) O tráfico negreiro era o mais importante negócio do Brasil e imobilizava considerável massa de capitais, que ficou disponível com a sua proibição em 1850. A utilização desses recursos em outras atividades gerou um importante surto de progresso econômico a partir da década de 1850, desvinculando-o da influência do capital inglês.
c) Antes mesmo da extinção do tráfico, ocorreram
experiências com o sistema de parceria. Os colonos tinham suas despesas de viagem e instalação pagas pelo fazendeiro, devendo restituir-lhe posteriormente, trabalhando nas fazendas em troca de uma parcela do lucro obtido com a venda do café.
d) Além do pioneirismo no setor de serviços públicos e transporte, com o estímulo dado à navegação com barcos a vapor e à construção das primeiras ferrovias, o Barão de Mauá fundou a Companhia de Gás para a iluminação das ruas do Rio de Janeiro e introduziu o telégrafo urbano.
resposta da questão 16:[A]
17. (UFSCAR 2004) Leia o texto com atenção.
Desvela-se o cotidiano do trabalho numa fazenda do sudeste, em meados dos Oitocentos. De qual trabalhador falamos? Podia ser um José. Um africano com nome cristão. (...) Não um qualquer e sim oriundo de um povo do mesmo nome localizado no nordeste do vale Zambezi, na província de Tete. Lá para as bandas da África Oriental. Mas no Brasil todos o chamavam de José Moçambique. Tinha 17 anos quando embarcou aprisionado no porto de Quilimane, chegando ao Brasil no navio Brigue-Ganges em 1834, já durante o período de ilegalidade do comércio atlântico de escravos. Melhor sorte tiveram outros malungos (como se denominavam os companheiros de viagem dos tumbeiros) que vieram embarcados nesse mesmo navio, numa viagem em 1839. Abordados em alto mar pela marinha inglesa, mobilizada na repressão ao tráfico ilegal, foram considerados africanos livres. No Rio de Janeiro, José não ficou muito tempo (...). Outra viagem se fazia urgente. Rumo às fazendas de café. Chegaria a Vassouras, coração do mundo cafeeiro, dos barões do vale do Paraíba. Inserção e aprendizado ali foram imediatamente realizados com a ajuda de outros africanos que encontrou. E, não passadas duas dúzias de anos, foi a vez de José iniciar na rotina daquela fazenda outros trabalhadores "estrangeiros" recém-chegados. Estes não eram africanos, nem tão iguais. Eram crioulos escravos provenientes do Maranhão, Ceará, Piauí e Sergipe, vendidos no lucrativo comércio interprovincial no pós-1850. (...) José lembra que muitos (...), apesar de oriundos de povos e regiões diferentes eram chamados - a maioria - pelo sobrenome Cabinda, Angola, Congo e Benguela. Tinham uns chamados por fulano Cassange, beltrano Monjolo, sicrano Ganguela, Rebolo, e igualmente vários Moçambique. E posteriormente muitos crioulos. E de muitos lugares. (...)
(Flávio Gomes. "O cotidiano de um escravo". Folha de S.Paulo, Mais! 24.08.2003.)
a) Explique o contexto histórico descrito e os acontecimentos da época que interferiram na vida dos sujeitos históricos mencionados.
b) Explique como o autor se posiciona em relação aos sujeitos históricos citados.
resposta da questão 17:
a) Os apontamentos do texto inserem-se no contexto de transição do Período Regencial no Brasil para o Segundo Reinado e da expansão da lavoura cafeeira no Vale do Paraíba.
Entre os acontecimentos históricos que interferiram na vida dos sujeitos históricos do texto, pode-se destacar:
- O tráfico de negros africanos para o Brasil;
- As restrições impostas pela Inglaterra ao tráfico
negreiro para o Brasil;
- O início e a expansão da lavoura cafeeira no Brasil;
- O tráfico interno de escravos do Nordeste para o Vale do Paraíba em decorrência da crescente demanda de mão-de-obra nas lavouras de café e das restrições ao tráfico de negros da África.
b) O autor descreve aspectos relacionados à escravidão no Brasil, particularmente no Período Imperial destacando o tráfico de escravos provenientes da África e do Nordeste do Brasil para a lavoura do café no Vale do Paraíba.
18. (UFRJ 2004)
As principais formas de se obterem cartas de alforria no Brasil escravista eram: os escravos acumulavam recursos e pagavam aos senhores pela libertação; recebiam as cartas gratuitamente; ou obtinham-nas por meio de acordos que envolviam prestação de serviços por tempo determinado.
Os gráficos adiante mostram como essas formas se distribuíam no Rio de Janeiro em fins do século XVIII e em meados do século XIX.
a) Indique como os padrões de alforria expressos pelos gráficos questionam a tradicional visão que se tem do escravo como mera propriedade senhorial.
b) Explique como a expansão cafeeira influenciou a mudança dos padrões de alforria de escravos entre fins do século XVIII e meados do seguinte.
resposta da questão 18:
a) Ambos os gráficos mostram que os escravos constituíam grupos socialmente ativos e capazes de interferir no desenvolvimento de suas vidas, seja por meio da acumulação de pecúlio ou de negociações que poderiam redundar em sua libertação. Alternativamente, o candidato poderá responder que a natureza socialmente ativa dos escravos se expressava por meio da consciência de sua condição jurídica e do encontrar meios de ultrapassá-la.
b) Ao aumentar a demanda por escravos, a expansão cafeeira resultou no aumento dos preços dos mesmos e, portanto, no preço da sua alforria. Isso explica o incremento das frequências de alforrias obtidas gratuitamente em detrimento das alcançadas via pecúlio.
19. (Ufrs) Analise atentamente os dados da tabela a seguir.
Adaptado de: BETHELL, Leslie. "A abolição do comércio brasileiro de escravos". Brasília: Senado Federal, 2002. p. 440.
Considere as seguintes afirmações, levando em conta os dados da tabela e os efeitos da legislação abolicionista, bem como a pressão exercida pela Inglaterra.
I - Após um pequeno período inicial de estagnação, a entrada de escravos foi crescente, exceto no período 1840-1845, atingindo seu auge nos anos posteriores à aprovação do "Bill Aberdeen".
II - A aprovação da Lei Eusébio de Queiroz, no início da década de 1850, reduziu drasticamente o ingresso de escravos, levando virtualmente ao fim do tráfico legal entre a África e o Brasil.
III - A queda verificada nas importações de escravos na primeira metade da década de 1840 esteve associada à crescente pressão da Inglaterra, que queria monopolizar o tráfico de escravos para a América do Sul.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas III.
c) Apenas I e II.
d) Apenas I e III.
e) Apenas II e III.
resposta da questão 19:[B]
20. (Uerj)
(Caricatura de Angelo Agostini (1888). In: NABUCO, Joaquim. Um estadista do Império. Rio de Janeiro: Topbooks, 1997.)
A caricatura acima procura demonstrar o clima político existente no final do império do Brasil, quando da abolição da escravatura em 1888.
A melhor interpretação da conjuntura política, que levou à deposição do imperador Pedro II, é:
a) existência de conflitos entre republicanos e militares, que possuíam uma posição antiabolicionista
b) tensões nos setores pobres e excluídos da população urbana, que temiam o retorno da escravidão com a República
c) perda de apoio de parte das elites proprietárias de escravos e terras, que se sentiu traída pela abolição da escravatura
d) críticas da imprensa abolicionista e republicana, que responsabilizava os proprietários de terras pela manutenção da escravidão
resposta da questão 20:[B]
21. (Puc-rio) O trabalho escravo indígena e do negro africano desempenhou papel fundamental na colonização da América Portuguesa.
B) Caracterize 1 (uma) repercussão econômica, social ou demográfica do fim do tráfico negreiro intercontinental para a sociedade brasileira em meados do século XIX.
Resposta da questão 21:
a) O aluno poderá citar como razões:
. a escassez crescente de indígenas em função das fugas constantes e dos altos índices de mortalidade verificados;
. o posicionamento da Igreja interessada na catequese da população indígena e que se desdobrava em oposição a sua escravização;
. os interesses da burguesia mercantil portuguesa, relacionados aos lucros provenientes do tráfico escravo intercontinental;
. o interesse do Estado português em transformar tribos indígenas através de sua assimilação por meio da catequese em agentes que contribuiriam para a garantia da soberania portuguesa sobre a terra.
b) O aluno poderá indicar e explicitar, por exemplo:
. o crescimento do tráfico escravo interprovincial. Grandes proprietários de escravos e de terras do nordeste em dificuldades econômicas vendiam a preços crescentes escravos para os plantadores de café do sudeste que demandavam crescimento de mão-de-obra no momento de expansão da lavoura cafeeira;
. a disponibilização de capitais até então imobilizados no tráfico para investimentos em outros setores da economia, tais como: setor de serviços, setor industrial e setor agrícola, mormente para a lavoura cafeeira;
. melhoramentos no campo dos transportes.
22. (UFMG) Leia a frase. "Precisamos de braços (...) no intuito de aumentar a concorrência de trabalhadores e, mediante a lei da oferta e procura, diminuir o salário."
(Fala de um deputado paulista, Anais da Câmara,1888.)
A frase acima se refere.
a) à polêmica em torno da preparação dos trabalhadores brasileiros, visando a sua adequação ao trabalho no interior das fábricas.
b) à discussão frente às revoltas populares que, no final do século XIX, reivindicavam a manutenção dos níveis salariais.
c) ao debate em torno da política imigratória, que permitiu a criação de condições para sustentar a expansão cafeeira.
d) à proposta de solução para a escassez de mão-de-obra escrava no centro-sul do País, no contexto do abolicionismo.
resposta da questão 22:[C]
23. (Ufscar) Leia o seguinte trecho do livro "O Abolicionismo", escrito por Joaquim Nabuco e publicado em 1883. Em 1871, porém, a Nação brasileira deu o primeiro aviso à escravidão de que a consciência a vexava, e ela estava ansiosa por liquidar esse triste passado e começar vida nova. Pode alguém que tenha adquirido escravos depois desta data, queixar-se de não ter sido informado de que a reação do brio e do pudor começava a tingir a face da Nação? O preço dos escravos subiu depois da lei (...) como subira depois de acabado o Tráfico, sendo o efeito de cada lei humanitária que restringe a propriedade humana aumentar-lhe o valor, como o de outra qualquer mercadoria, cuja produção diminui quando a procura continua a ser a mesma.
("O Abolicionismo". Petrópolis: Vozes, 1988, p. 157.)
a) Identifique e escreva sobre o conteúdo da lei de 1871, a que se refere Joaquim Nabuco.
b) De que forma o autor desenvolve o ponto de vista de que a situação da escravidão começou a mudar após 1871?
resposta da questão 23:
a) Em setembro de 1871, os deputados aprovaram, numa perspectiva de emancipação gradual dos cativos, a Lei do Ventre Livre, que declarava libertos os filhos de mulher escrava que nascessem no país a partir da promulgação da lei. Os filhos ficariam sob a guarda do senhor até a idade de 8 anos. A partir de então, o senhor poderia libertá-los, em troca de títulos públicos, ou se utilizar gratuitamente de seus serviços até completarem 21 anos. Na realidade, a Lei do Ventre Livre pretendia esvaziar o movimento abolicionista e, ao mesmo tempo, garantir aos proprietários de terra uma transição segura para o trabalho assalariado. Essa lei teve pouca eficácia. Para se ter uma ideia, o número de crianças libertas em 1879 e 1880, quando teriam alcançado os 8 anos, era insignificante. Até o final de 1880, apenas 4.500 escravos haviam sido libertados pelo Fundo de Emancipação, isto é, apenas 0,3% da população escrava do país naquele ano.
b) O autor considera que a aprovação da referida lei contribuiu para intensificar o processo de abolição na medida em que o preço do escravo elevou-se como já havia elevado anteriormente após a decretação da lei que proibia o tráfico internacional de escravos.
24. (UFPE) Sobre o movimento do republicanismo e do abolicionismo, indique a alternativa correta.
a) A Abolição da Escravatura e o republicanismo no Brasil foram movimentos que caminharam associados, pois estiveram inspirados no Positivismo.
b) O movimento republicano no Brasil, na década de 1870, esteve dissociado da luta abolicionista, porque republicanos e abolicionistas pertenciam a classes sociais divergentes.
c) O movimento abolicionista e o movimento republicano não caminharam associados, pois o primeiro tinha grande apoio do monarca, a ponto de a Lei Áurea ter sido assinada pela Princesa Isabel.
d) O movimento republicano só ganhou força após a abolição, pois significativas parcelas da classe dominante republicana eram proprietárias de escravos e não apoiavam a luta abolicionista. e) O movimento republicano deu um grande impulso ao movimento abolicionista, como já havia ocorrido em outros países da América do Sul, em que a República acarretou o fim da escravidão.
resposta da questão 24:[D]
25. (UFMG) Leia este trecho de documento: Pela presente, por um de nós escrita e por ambos assinada, declaramos que, desejando comemorar por um ato digno da Religião de Cristo, o redentor, e de humanidade, o aniversário que hoje celebramos, e atendendo aos serviços que já tem nos prestado o pardo Sabino, nosso escravo, temos de comum acordo e de muita nossa livre e espontânea vontade, resolvido conferir ao mesmo, como conferimos, a sua liberdade, podendo conduzir-se como se de ventre livre fosse nascido: com a cláusula porém de continuar a servir-nos, ou a pessoa por qualquer de nós designada, ainda por espaço de cinco anos a partir desta data.
(Registro de uma carta de liberdade conferida, em 1866, pelo Dr. Agostinho Marques Perdigão Malheiro e sua mulher ao pardo Sabino. Citado por CHALHOUB, Sidney. "Visões da liberdade". São Paulo: Companhia das Letras, 1990. p.140.)
Com relação à conjuntura histórica em que foi abolida a escravidão e com base nas informações contidas nesse trecho, é CORRETO afirmar que
a) a extinção da escravidão se deu de forma abrupta, sendo que as elites abolicionistas optaram por uma estratégia radical de enfrentamento com a Coroa, o que causou grandes traumas sociais. b) as soluções encontradas para o problema da escravidão não escaparam ao controle político da Igreja Católica, que acabou impondo aos fiéis da elite uma teoria particular do abolicionismo.
c) o debate sobre a abolição trouxe à tona as ambiguidades das atitudes políticas de uma parte da elite brasileira, que julgava o ato de emancipação uma benesse, pela qual o ex-escravo deveria pagar. d) os problemas ligados à escravidão se atenuaram ao longo do século XIX, quando o crescimento das revoltas escravas suprimiu conflitos entre os negros e as elites rurais.
resposta da questão 25:[C]
26. (UFC) Em sua obra "O Abolicionismo", Joaquim Nabuco afirma: "Para nós a raça negra é um elemento de considerável importância nacional, estreitamente ligada por infinitas relações orgânicas à nossa constituição, parte integrante do povo brazileiro. Por outro lado, a emancipação não significa tão somente o termo da injustiça de que o escravo é martyr, mas também a eliminação simultânea dos dois typos contrários, e no fundo os mesmos: o escravo e o senhor."
(NABUCO, Joaquim. "O Abolicionismo." Edição fac-similar. Recife. Fundação Joaquim Nabuco. Ed. Massangana. 1988. p. 20) Em relação à condição do negro na sociedade brasileira, é correto afirmar que:
a) a abolição representou uma perda total da mão-de-obra pelos antigos senhores.
b) o fim da escravidão possibilitou ao negro liberto a integração no mercado de trabalho e o livre acesso à terra.
c) as Sociedades Libertadoras tinham como objetivo principal promover a integração do ex-escravo na sociedade, garantindo-lhe os direitos de cidadania.
d) a diferença entre o processo abolicionista ocorrido nos Estados Unidos da América e o ocorrido no Brasil foi a ausência de preconceito racial em nosso país.
e) o negro livre permaneceu à margem do universo cultural estabelecido por uma sociedade regida pelo branco e continuou sujeito ao preconceito e a novos mecanismos de controle social.
resposta da questão 26:[E]
27. (Unesp) Em 1871, porém, a Nação Brasileira deu o primeiro aviso à escravidão de que a consciência a vexava, e ela estava ansiosa por liquidar esse triste passado e começar vida nova. Pode alguém que tenha adquirido escravos depois desta data queixar-se de não ter sido informado de que a reação de brio e do pudor começava a tingir a face da Nação? O preço dos escravos subiu depois da lei (...).
(J. Nabuco, "O abolicionismo".)
a) Qual a lei que restringiu a instituição da escravidão no Brasil a que se refere Nabuco?
b) Explique o conteúdo dessa lei e por que o autor afirma que, após sua promulgação, "o preço dos escravos subiu".
resposta da questão 27:
a) Lei do Ventre Livre.
b) Essa lei libertava os filhos de mulher escrava nascidos a partir de sua promulgação. Com isso diminuía ainda mais a oferta de novos escravos no mercado interno brasileiro, o que por sua vez contribuía para o aumento no preço dos cativos.
28. (PUCRS) Responder à questão com base nas afirmativas abaixo, sobre o movimento abolicionista no Brasil, na segunda metade do século XIX.
I. A campanha abolicionista reforçava-se pela pressão antiescravista internacional e pelo fato de o Brasil ser o último país independente a manter a escravidão após 1865.
II. O movimento abolicionista tinha a participação de setores agrários não-vinculados à escravidão e das camadas médias urbanas: intelectuais, profissionais liberais e estudantes universitários.
III. Importantes setores do abolicionismo viam a necessidade de serem criados meios de integração dos negros à sociedade na condição de trabalhadores assalariados após a abolição.
Pela análise das afirmativas, conclui-se que
a) apenas a I está correta.
b) apenas a III está correta.
c) apenas a I e a II estão corretas.
d) apenas a II e a III estão corretas.
e) a I, a II e a III estão corretas.
resposta da questão 28:[E]
29. (UFU) Considere o fragmento a seguir:
"O nosso caráter, o nosso temperamento, a nossa organização toda, física, intelectual e moral, acha-se terrivelmente afetada pelas influências com que a escravidão passou trezentos anos a permear a sociedade brasileira. A empresa de anular essas tendências é superior, por certo, aos esforços de uma só geração, mas, enquanto essa obra não estiver concluída, o abolicionismo terá sempre razão de ser."
Joaquim Nabuco. "O Abolicionismo". 1883.
Neste trecho, Joaquim Nabuco, um dos principais líderes abolicionistas da década de 1880, sugere que o fim da escravidão é necessário não apenas pela "barbaridade" que representa em relação aos cativos, mas por ser responsável por efeitos nefastos na sociedade, na política e na economia brasileira.
Para o autor, não se impunha somente a necessidade de eliminar o cativeiro dos escravos, mas também de regenerar as influências da escravidão na sociedade brasileira.
A respeito deste assunto, cite três efeitos (um na sociedade, um na política e um na economia) negativos que a escravidão, aos olhos dos abolicionistas, possa ter criado no Brasil ao longo de seus trezentos anos de existência.
resposta da questão 29:
Os efeitos negativos que a escravidão provocou na sociedade brasileira são diversos. Poderia-se mencionar o fato de ter desenvolvido uma mentalidade preconceituosa (racismo) em relação ao negro, do ponto de vista político foi a não extensão dos princípios de cidadania (direito ao voto) a essa pessoas, e do ponto de vista econômico foi a preservação de uma economia agrária ligada ao trabalho compulsório.
30. (UFG) Leia o texto a seguir. "Não nos basta acabar com a escravidão; é preciso acabar com a obra da escravidão."
Joaquim Nabuco, citado em NOGUEIRA, Marco Aurélio. Joaquim Nabuco: o abolicionismo. In: MOTA, Lourenço Dantas (Org.). "Introdução ao Brasil". Um banquete no trópico 2. 2. ed. São Paulo: SENAC, 2002, p. 184.
Abolicionistas como Joaquim Nabuco e André Rebouças acreditavam que a escravidão instituíra deformidades estruturais, irremovíveis caso a questão fosse enfrentada somente em seus caracteres políticos e jurídicos.
A partir disso, responda às questões a seguir.
a) Cite as duas mais importantes reformas sociais propugnadas pelos propagandistas da abolição e diga se elas se converteram em ação imediata por parte do poder público.
b) A Constituição republicana de 1891 assegurou a todo brasileiro o direito ao voto? Justifique.
resposta da questão 30:
a) As duas mais importantes reformas sociais propostas pelos abolicionistas eram a imediata abolição e a integração dos negros na sociedade brasileira dando-lhe condições básicas de sobrevivência. O governo imperial acabou desenvolvendo um longo processo abolicionista que acabou se arrastando por quase 50 anos, até a abolição definitiva da escravidão no ano de 1888.
b) Não. Pela Constituição de 1891 tinha direito ao voto no Brasil apenas os homens alfabetizados, maiores de 21 anos. Estavam excluídos do direito ao voto as mulheres, os analfabetos.
31. (Uerj) A concentração de imigrantes pobres nas cidades confunde aqueles que contavam utilizar a imigração branca para "civilizar" o país. Torna-se evidente uma realidade social (...): a existência de europeus pobres, nivelados ao estatuto dos escravos de ganho e do eito, exercendo atividades insalubres e personificando formas de decadência social que pareciam estar reservadas aos negros.
(ALENCASTRO, L. F. de e RENAUX, M. L. Caras e modos dos migrantes e imigrantes. In: ALENCASTRO, L. F. de (org.). História da vida privada no Brasil. Império: a Corte e a modernidade nacional. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.)
Em meados de fevereiro, o Ministério do Interior da França divulgou um projeto de lei visando a endurecer as condições de entrada e permanência de estrangeiros. Ora, todo o indivíduo que solicita um visto para a França é tratado como um imigrante clandestino em potencial, sobretudo, se ele é originário de um país pobre.
(MASCHINO, Maurice T. Le Monde Diplomatique, 08/03/2003. Original francês.)
Apesar de retratarem conjunturas históricas distintas, os textos abordam alguns problemas relativos à questão da imigração. No primeiro caso, no último quartel do século XIX, no Brasil, o imigrante era tratado quase como um "escravo branco". No segundo caso, nos dias de hoje, os países desenvolvidos dificultam a entrada de estrangeiros.
a) Descreva um fator que favoreceu a saída de europeus de sua pátria a fim de buscarem novas oportunidades na América, a partir de meados do século XIX.
b) Justifique por que, nos dias de hoje, um indivíduo, principalmente se originário de um país pobre, é tratado, nos países industrializados, como um imigrante clandestino em potencial.
resposta da questão 31:
a) Entre os fatores que motivaram a imigração européia para a América no século XIX, podemos apontar a crença, associada sobretudo aos Estados Unidos, de que a América era uma de terra de oportunidades e de liberdades, a expropriação de muitos camponeses em virtude da incorporação de terras e da mão-de-obra às atividades comerciais e industriais decorrentes da Segunda Revolução Industrial e a Grande Depressão de 1873, que gerou desemprego.
b) Os efeitos da globalização da economia nos países pobres, sobretudo o desemprego, estimulam a imigração de grandes contingentes em busca de melhores oportunidades nos países industrializados, onde as populações locais e em particular os mais jovens, também enfrentam o desemprego. Nasce daí a preocupação da concorrência imigrantes no mercado de trabalho.
32. (Unesp) Todo trabalho é realizado pelos pretos, toda a riqueza é adquirida por mãos negras, porque o brasileiro não trabalha, e quando é pobre prefere viver como parasita em casa dos parentes e de amigos ricos, em vez de procurar ocupação honesta.
(Ina von Binzer. Alegrias e tristezas de uma educadora alemã no Brasil, 1881.)
Segundo a visão da educadora alemã, a sociedade brasileira, no final do século XIX, caracterizava-se pela
a) grande generosidade dos brasileiros brancos ricos, que protegiam a população mais pobre.
b) desclassificação das atividades manuais, consideradas contrárias à própria noção de liberdade.
c) desigualdade social, ainda que houvesse mecanismos institucionais de distribuição de renda.
d) predominância de famílias diminutas, ainda que conservando seu caráter patriarcal.
e) presença do trabalho assalariado, que permitia significativa acumulação de capital.
resposta da questão 32:[B]
33. (Pucrs) Responder à questão com base nas afirmativas abaixo, sobre o movimento abolicionista no Brasil, na segunda metade do século XIX.
I. A campanha abolicionista reforçava-se pela pressão antiescravista internacional e pelo fato de o Brasil ser o último país independente a manter a escravidão após 1865.
II. O movimento abolicionista tinha a participação de setores agrários não-vinculados à escravidão e das camadas médias urbanas: intelectuais, profissionais liberais e estudantes universitários.
III. Importantes setores do abolicionismo viam a necessidade de serem criados meios de integração dos negros à sociedade na condição de trabalhadores assalariados após a abolição.
Pela análise das afirmativas, conclui-se que
a) apenas a I está correta.
b) apenas a III está correta.
c) apenas a I e a II estão corretas.
d) apenas a II e a III estão corretas.
e) a I, a II e a III estão corretas.
resposta da questão 33:[E]
34. (Mackenzie) A Lei Eusébio de Queirós, promulgada em setembro de 1850, durante o Segundo Reinado, extinguindo o tráfico negreiro, foi resultado:
a) de pressões do governo britânico, que, após a Revolução Industrial do século XVIII, se interessava na ampliação dos mercados consumidores para seus produtos manufaturados.
b) da crescente pressão da opinião pública nacional, contrária à escravidão, que se chocava com os interesses econômicos internacionais, especialmente os ingleses.
c) da pressão e do exemplo dos britânicos, que, por motivos religiosos, não aceitavam o trabalho compulsório, empregando e defendendo o trabalho livre assalariado.
d) da exigência britânica, que impunha a extinção do tráfico negreiro como cláusula para reconhecimento da independência brasileira.
e) da pressão executada pela Inglaterra, por meio da lei Bill Aberdeen, que conferia o direito à Marinha britânica de confiscar e utilizar a mão-de-obra escrava nas suas colônias antilhanas.
resposta da questão 34:[a]
335. (Fuvest) Número de escravos africanos trazidos
ao Brasil
Pelos dados apresentados, pode-se concluir que, no século XIX,
a) a importação de mão-de-obra escrava diminuiu em decorrência da crise da economia cafeeira.
b) o surto industrial da época de Mauá trouxe como conseqüência a queda da importação de mão-de-obra escrava.
c) a expansão da economia açucareira desencadeou o aumento de mão-de-obra livre em substituição aos escravos.
d) a proibição do tráfico negreiro provocou alteração no abastecimento de mão-de-obra para o setor cafeeiro.
e) o reconhecimento da independência do Brasil pela Inglaterra causou a imediata diminuição da importação de escravos.
resposta da questão 24:[B]
25. (UFPR) "A introdução de novos africanos no Brasil não aumenta a nossa população e só serve de obstar a nossa indústria. Apesar de entrarem no Brasil perto de quarenta mil escravos anualmente, o aumento desta classe é nulo, ou de muito pouca monta: quase tudo morre ou de miséria ou de desesperação, e todavia custaram imensos cabedais. [...] Os senhores que possuem escravos vivem, em grandíssima parte, na inércia, pois não se vêem, precisados pela fome ou pobreza, a aperfeiçoar sua indústria ou melhorar sua lavoura. [...] Ainda quando os estrangeiros pobres venham estabelecer-se no país, em pouco tempo deixam de trabalhar na terra com seus próprios braços e, logo que podem ter dois ou três escravos, entregam-se à vadiação e desleixo." (ANDRADA E SILVA, José Bonifácio de. Representação à Assembléia Geral Constituinte e Legislativa do Império do Brasil sobre a Escravatura, de 1823. In: DOLHNIKOF, Miriam. "José Bonifácio de Andrada e Silva: Projetos para o Brasil". São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 56-57.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o abolicionismo no Brasil, é correto afirmar que nas duas primeiras décadas do século XIX:
a) o movimento abolicionista consolidava uma articulação de partidos políticos em prol da libertação dos africanos e da sua inserção na sociedade brasileira como trabalhadores livres para a agricultura e para a indústria.
b) as elites dirigentes estavam plenamente convencidas da necessidade da abolição do tráfico negreiro para defender o sistema escravista das pressões empreendidas pelo movimento humanitário internacional.
c) alguns setores sociais pretendiam promover o progresso econômico do Brasil com base na indústria e viam os negros como obstáculo a esse desenvolvimento, na medida em que eles não tinham qualquer aptidão para o trabalho naquele setor.
d) alguns integrantes da elite dominante passaram a compreender a escravidão como um problema que dificultava o progresso nacional, já que a sua manutenção desestimulava novos empreendimentos econômicos.
e) as elites dirigentes do Brasil estavam convencidas de que a abolição da escravidão ocorreria mais cedo ou mais tarde e era necessário, portanto, substituir o escravo pelo trabalhador livre.
resposta da questão 25:[D]
26. (Fuvest - 2012) Examine a seguinte tabela:
A tabela apresenta dados que podem ser explicados
a) pela lei de 1831, que reduziu os impostos sobre os escravos importados da África para o Brasil.
b) pelo descontentamento dos grandes proprietários de terras em meio ao auge da campanha abolicionista no Brasil.
c) pela renovação, em 1844, do Tratado de 1826 com a Inglaterra, que abriu nova rota de tráfico de escravos entre Brasil e Moçambique.
d) pelo aumento da demanda por escravos no Brasil, em função da expansão cafeeira, a despeito da promulgação da Lei Aberdeen, em 1845.
e) pela aplicação da Lei Eusébio de Queirós, que ampliou a entrada de escravos no Brasil e tributou o tráfico interno.
resposta da questão 26:[D]
Comentário da questão:
A tabela mostra um grande aumento da entrada de escravos no Brasil, nos três anos subsequentes à decretação do Bill Aberdeen. É claro que a expansão da cafeicultura nesse período, embora significativa, nem de longe acompanhou o crescimento da importação de escravos. Seria mais correto, portanto, dizer que o aumento do tráfico deveu-se ao receio de que sua extinção ocasionasse uma dramática falta de mão de obra, levando os fazendeiros a formar um estoque de escravos.
27. (FGV) A Lei de Terras, aprovada em 1850, duas semanas após a proibição do tráfico de escravos, "tentou pôr ordem na confusão existente em matéria de propriedade rural, determinando que, no futuro, as terras públicas fossem vendidas e não doadas, como acontecera com as antigas sesmarias, estabeleceu normas para legalizar a posse de terras e procurou forçar o registro das propriedades."
Boris Fausto, "História do Brasil", 1994.
Sobre essa Lei de Terras é correto afirmar que:
a) Sua promulgação coincidiu com a Lei Eusébio de Queiroz, mas não há nenhuma relação de causalidade entre ambas.
b) Ao entrar em vigor, não foi respeitada, podendo ser considerada mais uma "lei para inglês ver".
c) Sua promulgação foi concebida como uma forma de evitar o acesso à propriedade da terra por parte de futuros imigrantes.
d) Sua aprovação naquele momento decorreu de os Estados Unidos terem acabado de aprovar uma lei de terras para o seu território.
e) Ao entrar em vigor, teve efeito contrário ao de sua intenção original, que era a de facilitar o acesso à propriedade.
resposta da questão 27:[C]
28. (UFRJ) A Lei Euzébio de Queiroz e a Lei de Terras, ambas de setembro de 1850, são consideradas marcos na modernização da sociedade brasileira.
a) Explicite o conteúdo de cada uma dessas leis.
b) Explique os motivos pelos quais ambas as leis são consideradas marcos na modernização da sociedade brasileira.
resposta da questão 28 :
a) Lei Eusébio de Queirós proibia o tráfico de escravos da África para o Brasil. Lei de Terras de 1850 atribuía um valor imobiliário às terras, que não seriam mais doadas como haviam sido as sesmarias. Essa lei foi um dos estatutos responsáveis para a consolidação dos latifúndios no Brasil.
b) A Lei Eusébio de Queirós permitiu a liberação de capitais do tráfico negreiro para setores mais produtivos (industrialização, bancos, mecanização das fazendas, etc), enquanto a Lei de Terras valorizou comercialmente as terras brasileiras, aquecendo o mercado interno.
29. (Fuvest) "Na comunidade doméstica de constituição patriarcal, ainda bem viva durante nosso Império, os escravos constituíam uma simples ampliação do círculo familiar. Por isso e também por motivos compreensíveis de interesse econômico, o bem estar dos escravos devia ser mais caro ao fazendeiro do que o dos colonos."
Sergio Buarque de Holanda. Introdução da obra Memória de um colono no Brasil de Thomas Davatz.
Com base no texto,
a) Indique quais os conflitos decorrentes da tradição escravista dos fazendeiros com relação ao emprego da mão-de-obra livre.
b) Explique o que levou os colonos a deixarem a Europa e virem para o Brasil, apesar dos problemas apontados.
resposta da questão 39:
a) Devido o caráter patriarcal das relações senhor-escravo, ao senhor, o estabelecimento do trabalho livre implicaria na perda do status aristocrático definido entre outras coisas pela posse de escravos. Ainda, do ponto de vista econômico, desfazer-se dos escravos significaria a perda de capitais investidos.
b) Entre os fatores que favoreceram a emigração de europeu para o Brasil, no século XIX, podemos apontar os efeitos sociais decorrentes da industrialização, as lutas de unificação na Alemanha e na Itália e processos revolucionários que atingiam outras regiões.
40. (Ufscar) Leia a seguinte nota jornalística.
Escravos premiados com a liberdade. É notório o serviço relevantíssimo que, por ocasião do motim levantado na casa de detenção, a 12 de dezembro último, por grande número que tentaram evadir-se, prestaram a ordem pública os escravos ali reclusos em número superior a 100 ... Estes homens, apesar de sua humilde condição de escravos, procederam então como procederiam bons cidadãos, adquiriram portanto o direito de serem levados até a altura de verdadeiros cidadãos ...
(Jornal "Província de São Paulo", 20.01.1884)
A partir da análise do documento, é correto deduzir que, na época, acreditava-se que:
a) a educação na senzala possibilitava ao escravo uma formação para ser um cidadão.
b) o escravo devia provar seu mérito, em atitudes e comportamentos, para ingressar na sociedade civilizada.
c) a intransigência da escravidão estava ameaçada por leis nacionais relacionadas aos direitos humanos.
d) da perspectiva do caráter, por princípio, a sociedade exigia igualmente dos brancos e negros e dos homens livres e escravos.
e) a condição de escravo era socialmente semelhante a de um cidadão, quando não cometia infrações criminais.
resposta da questão 40:[B]
41. (Ufscar) Observe os versos da canção.
(...)
Mesmo depois de abolida a escravidão
Negra é a mão de quem faz a limpeza
Lavando a roupa encardida, esfregando o chão
Negra é a mão, é a mão da pureza
Negra é a vida consumida ao pé do fogão
Negra é a mão nos preparando a mesa
Limpando as manchas do mundo com água e sabão
(...)
Êta branco sujão
(Gilberto Gil, "A mão da limpeza")
a) Que origens históricas desencadearam a realidade descrita na letra de música apresentada?
b) Que elementos da atual realidade brasileira estão presentes nessa letra de música?
resposta da questão 41:
a) A adoção do trabalho escravo no Brasil Colônia, prolongando-o até quase ao final do Período Imperial. Mesmo após a abolição da escravidão, tem sido negada aos negros a integração na sociedade de classes, o que leva naturalmente à sua marginalização no seio da população brasileira.
b) A presença dos negros em atividades subalternas e mal remuneradas, geralmente em condições de subemprego e relacionadas com o trabalho braçal.
42. (Unesp) Em 1871, porém, a Nação Brasileira deu o primeiro aviso à escravidão de que a consciência a vexava, e ela estava ansiosa por liquidar esse triste passado e começar vida nova.
Pode alguém que tenha adquirido escravos depois desta data queixar-se de não ter sido informado de que a reação de brio e do pudor começava a tingir a face da Nação? O preço dos escravos subiu depois da lei (...).
(J. Nabuco, "O abolicionismo".)
a) Qual a lei que restringiu a instituição da escravidão no Brasil a que se refere Nabuco?
b) Explique o conteúdo dessa lei e por que o autor afirma que, após sua promulgação, "o preço dos escravos subiu".
resposta da questão 42:[D]
a) Lei do Ventre Livre.
b) A lei declarava livres os filhos de escravas nascidos a partir de sua promulgação. Em conseqüência, "o preço dos escravos subiu" diante da perspectiva de não nascerem mais escravos no país.
43. (Uel) "Há trezentos anos que o africano tem sido o principal instrumento da ocupação e da manutenção do nosso território pelo europeu, e que os seus descendentes se misturam com o nosso povo. Onde ele não chegou ainda, o país apresenta o aspecto com que surpreendeu aos seus primeiros descobridores. Tudo o que significa luta do homem com a natureza, conquista do solo para habitação e cultura, estradas e edifícios, canaviais e cafezais, a casa do senhor e a senzala dos escravos, igrejas e escolas, alfândegas e correios, telégrafos e caminhos de ferro, academias e hospitais, tudo, absolutamente tudo, que existe no país, como resultado do trabalho manual, como emprego de capital, como acumulação de riqueza, não passa de um doação gratuita da raça que trabalha à que faz trabalhar."
(NABUCO, Joaquim. "Minha formação". Brasília: Editora UnB, 1981. p. 28-29.)
Com base no texto do integrante do parlamento no Brasil Império e nos conhecimentos sobre o trabalho escravo, é correto afirmar:
a) Apesar de defender a instituição permanente da
escravidão, Joaquim Nabuco destaca a presença fundamental da mão-de-obra livre no contexto do desenvolvimento econômico do Brasil Império.
b) Para o estadista, o fim da escravidão abalaria de forma irreversível a produção agrícola e o comércio no Império.
c) O parlamentar é enfático em suas opiniões sobre a relevância que teve o trabalho escravo para a economia e a sociedade brasileiras.
d) A persistência da escravidão no Brasil por três séculos resulta da submissão dos africanos e da ausência de lutas contra o rigor do cativeiro.
e) A condição de grande proprietário, desfrutada por Joaquim Nabuco, reflete-se em sua visão contrária ao reconhecimento da contribuição do negro para a cultura nacional.
resposta da questão 43:[C]
44. (Pucmg) Dentre outros fatores, assinale a opção que explica o processo imigrantista no Brasil (séc. XIX).
a) a abundância de ex-escravos no território brasileiro que, tornando-se vadios, recusavam-se a trabalhar.
b) o fim do tráfico negreiro levando à necessidade de buscar outras fontes de mão-de-obra fora da África.
c) a escassez de mão-de-obra escrava no continente africano, fonte sustentadora da escravidão brasileira.
d) a existência de uma política de imigração, permitindo ao imigrante tornar-se grande proprietário de terras.
resposta da questão 44:[B]
45. (Pucmg) Segundo a historiadora Emília Viotti da Costa,
"A abolição não correspondeu nem aos receios dos escravistas, nem às expectativas dos abolicionistas. Não foi catástrofe nem redenção".
(COSTA, Emília V. "A abolição". São Paulo: Global, 1982. p.96).
Todas as opções abaixo expressam as idéias dessa afirmativa, EXCETO:
a) Não houve a implantação de uma política de integração do negro na sociedade.
b) O fim da escravidão originou revoltas, abalando a estrutura social.
c) A produção agrária brasileira não foi arruinada após 13 de maio de 1888.
d) O ex-escravo continuou marginalizado social e politicamente.
resposta da questão 45:[B]
46. (Ufjf) "Em regra (...) não se concebia no Rio de Janeiro a existência de um republicano que não fosse, também, abolicionista (...). Em São Paulo, entretanto, nunca se julgara essencial a condição de abolicionista para ser republicano."
(MORAES, Evaristo de. "Da Monarquia para a República". Brasília: Ed. UnB, 1985, pp. 59-60.)
A observação do autor pode ser associada:
a) ao predomínio dos industriais e dos sindicatos operários no movimento republicano do Rio de Janeiro, interessados na eliminação da escravidão.
b) à influência dos cafeicultores no movimento republicano paulista que ainda se utilizavam do braço escravo.
c) à irrelevância da escravidão como forma de trabalho na cafeicultura do Rio de Janeiro, o que favorecia a adesão dos cafeicultores à causa abolicionista.
d) à ausência de reação dos cativos à escravidão em São Paulo, em contraste com as constantes rebeliões no Rio de Janeiro, que reforçavam o movimento abolicionista.
e) ao apoio dos paulistas à política da abolição da escravatura sem indenização, implementada pelo governo imperial, o que os levava a dissociar a ação abolicionista da defesa da mudança de regime.
resposta da questão 46:[B]
47. (Ufrn) Todos os anos, em 30 de setembro, acontecem em Mossoró, no Rio Grande do Norte, grandes festejos públicos para celebrar a abolição da escravidão, ocorrida na cidade em 1883, cinco anos antes da Lei Áurea. Esses festejos enfatizam a generosidade, o espírito progressista e o pioneirismo das camadas dominantes locais, qualidades que teriam sido decisivas para esse processo abolicionista.
Todavia, diversos estudos sobre a libertação dos escravos em Mossoró têm demonstrado que
a) as elites locais no século XIX não precisavam utilizar fundamentalmente mão-de-obra escrava, uma vez que a economia local se baseava no comércio e não na lavoura de exportação.
b) as elites mossoroenses do século XIX reagiram à luta dos negros contra o cativeiro, porém, após a Lei Áurea, apresentaram-se como as principais defensoras da libertação.
c) os senhores de engenho, economicamente decadentes, foram forçados a libertarem seus escravos para se livrarem das despesas com as senzalas.
d) os escravos, fortemente influenciados pelas idéias liberais da Maçonaria, organizaram-se clandestinamente para planejar e executar o movimento libertário
resposta da questão 47:[A]
48. (Ufg) Era um sonho dantesco... O tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho,
Em sangue a se banhar,
Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...
(ALVES, Castro. O navio negreiro. "Canto da esperança". Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1990. p.127.)
O poema "O navio negreiro" (1868), ao descrever as condições desumanas do tráfico de escravos, transformou-se em símbolo da campanha abolicionista na década de 1870. No entanto, deve-se ressaltar que o marco de mudança das relações escravistas ocorreu em 1850, com a Lei Eusébio de Queiroz. Fazem parte dessas modificações, além da abolição do tráfico de escravos, o impulso à imigração, um incipiente surto industrial, a modernização e o crescimento das cidades.
Sobre esse contexto,
a) descreva a atuação da Inglaterra na extinção do tráfico de escravos da África para o Brasil.
b) estabeleça a relação entre a extinção do tráfico de escravos africanos para o Brasil e o início da industrialização brasileira.
resposta da questão 48:
a) A extinção tráfico negreiro foi uma das exigências da Inglaterra para o reconhecimento da independência do Brasil em 1826 e formalizada por uma lei em 1831, ignorada pela aristocracia rural brasileira. Em 1845 a Inglaterra publicou o Bill Aberdeen, recorrendo ao uso da força contra os navios negreiros.
As pressões inglesas pelo fim da escravidão são justificadas pelo interesse na propagação do trabalho assalariado para atender às exigências de ampliação de mercados consumidores após a Revolução Industrial.
b) O fim do tráfico negreiro para o Brasil, proporcionou a geração de capitais excedentes investidos na ampliação de lavouras e em manufaturas e equipamentos necessários à modernização da cafeicultura, o que permite afirmar que o fim do tráfico negreiro favoreceu o início da atividade industrial no Brasil no século XIX.
49. (Uerj) A beleza natural da cidade do Rio de Janeiro fascinava os estrangeiros do século XIX que ali paravam em suas viagens pelo mundo. Enquanto seus navios ancoravam ao largo da baía de Guanabara, eles admiravam as casas caiadas de telhas vermelhas à sombra das montanhas recobertas pela floresta tropical. Uma nota destoante, no entanto, era a visão que os visitantes tinham de um navio negreiro que também adentrava o porto, com sua carga humana. Essa cena portuária prenunciava o que esses turistas do século XIX veriam ao desembarcar, mas outros, desprevenidos, ficavam surpresos diante da natureza da população.
(KARASH, Mary C. "A vida dos escravos no Rio de Janeiro" (1808-1850). São Paulo: Companhia das Letras, 2000.)
A partir do texto, identifique a função econômica da cidade do Rio de Janeiro, no período entre 1830 e 1850, e diferencie, quanto ao modo de vida, as escravidões rural e urbana no Brasil, na mesma época.
resposta da questão 49:
Principal porto do Império quanto às exportações e às importações.
Na escravidão urbana, os escravos, entre outras funções, atuavam como artífices, carregadores, vendedores, domésticos, alugados por seus senhores como escravos de ganho. Possuíam, por isso, certa autonomia e podiam circular pela cidade.
Os escravos que viviam nas áreas rurais ficavam sob o rígido controle de seus senhores e circunscritos aos limites da propriedade. Circulavam pelos arredores das casas-grandes e predominantemente trabalhavam na terra, plantando e colhendo. Alguns poucos envolviam-se com os engenhos e com os ofícios associados à agricultura.
50. (Unifesp) As condições da população escrava, aqui, são muito menos ignóbeis e infelizes, do que esperava encontrar. Os escravos são, em geral, tratados com bondade e humanidade pelos seus donos.
(Walter Colton, 1850)
Eu preferia ser um carneiro, um porco ou um boi; ter liberdade, alimento e descanso durante certo tempo e depois ser abatido, do que ser um escravo em certas plantações.
(Thomas Ewbank, 1856)
a) somente a primeira é correta, pois, como demonstraram muitos historiadores, os escravos eram bem tratados.
b) somente a segunda é correta, pois, como demonstraram muitos historiadores, os escravos eram maltratados.
c) as duas estão erradas, pois, os viajantes confundiram a escravidão daqui com a escravidão no Sul dos Estados Unidos.
d) as duas estão corretas, pois, o tratamento dado aos escravos variava conforme os senhores e as atividades econômicas.
e) ambas se equivocam, pois, a escravidão naquele momento vivia a crise decorrente da extinção do tráfico.
resposta da questão 40:[D]
51. (Fuvest) Sobre a Lei de Terras, decretada no mesmo ano (1850) da Lei Eusébio de Queirós, que suprimiu o tráfico negreiro, é correto afirmar que
a) dificultava o acesso dos ex-escravos à propriedade da terra, estabelecendo o critério da compra e venda.
b) estava associada a uma concepção de distribuição de terras para estimular a produção agrícola.
c) facilitava a aquisição de terras pelos ex-escravos e imigrantes, ao associar terra livre e trabalho livre.
d) estava vinculada à necessidade de expansão da fronteira agrícola e aquisição de terras na Amazônia.
e) superava o antigo conceito de sesmaria, ao impedir a concentração de terras nas mãos de poucos proprietários.
resposta da questão 51:[A]
52. (Fgv) Sobre a proibição do tráfico negreiro para o Brasil, é CORRETO afirmar:
a) As pressões inglesas sobre o governo brasileiro para extinguir o tráfico de africanos permearam as relações entre Inglaterra e Brasil no decorrer do Segundo Reinado, tendo por auge o rompimento das relações diplomáticas na chamada Questão Christie.
b) As pressões inglesas pela extinção do tráfico de escravos foram apoiadas pela Igreja Católica, interessada em reduzir a influência africana na religiosidade popular brasileira e estabelecer sua hegemonia espiritual na América.
c) As pressões inglesas obrigaram o governo brasileiro a negociar com a potência européia um prazo para a extinção do tráfico. Vencido este prazo, em 1831 era promulgada uma primeira lei que proibia o tráfico de africanos para o Brasil.
d) As pressões inglesas pela extinção do tráfico de escravos foram apoiadas pela população que, influenciada pelas idéias liberais, estava ansiosa para acabar com a escravidão no Brasil.
e) As pressões inglesas foram prontamente aceitas pelo governo brasileiro que, para obter o reconhecimento da Independência pela Inglaterra, proibiu o tráfico de africanos para o Brasil em 1823.
resposta da questão 52:[C]
53. (Ufc) "Ceará: Terra da Luz". Esta denominação foi conferida ao Ceará por ter sido a primeira província brasileira a libertar seus escravos.
a) Quais as principais atividades em que era utilizada
a mão-de-obra escrava no Ceará?
b) Caracterize o contexto sócio-político e econômico em que ocorreu a abolição da escravidão no Ceará.
resposta da questão 53:
a) na agricultura, sobretudo na lavoura do algodão e nas atividades domésticas.
b) O tráfico inter-provincial e a seca de 1877, aliados ao envolvimento das populações urbanas nos movimentos abolicionistas contribuíram para o decréscimo do número de escravos na província e a posterior abolição do escravismo.
Vende uma pessoa chegada há pouco do Norte bonitos e moços, entre elles notão-se um official de ourives, uma bonita crioula, uma parda de 18 a 20 annos com habilidades, um preto padeiro e forneiro, um bonito pardo de 17 annos, optimo para pagem e mais pretos moleques; na rua da Alfandega nº 278."
Fonte: Jornal do Commercio, 1854 apud NOVAIS, Fernando. A HISTÓRIA DA VIDA PRIVADA NO BRASIL, v.2. São Paulo: Companhia da Letras, 1997, p.251.
O anúncio anterior, publicado num Jornal do Rio de Janeiro, indica que os referidos escravos eram oriundos de uma Província do Norte, classificação onde se inseria o Ceará, que participou do comércio negreiro interprovincial, em virtude:
a) da promulgação da Lei do Ventre Livre que proibia a permanência da mão-de-obra escrava nas atividades agrárias algodoeiras.
b) da qualificação dos escravos, garantida através da educação ministrada pela Igreja e apoiada pelos abolicionistas locais.
c) do fracasso da campanha desenvolvida por Francisco Nascimento, o Dragão do Mar, contra o comércio de escravos.
d) da proibição do tráfico negreiro internacional e da ausência de atividade produtiva que dependesse sobretudo do trabalho escravo.
e) do declínio da Sociedade Cearense Libertadora considerada prejudicial aos interesses do intenso tráfico negreiro existente.
resposta da questão 54:[D]
55. (Ufpel) Observe o quadro abaixo:
Essa ilustração, publicada no Brasil, no século XIX, é alusiva à disputa dos partidos em torno da causa abolicionista. Os partidos representados são
a) o Republicano Federal e o Liberal.
b) o Liberal e o Conservador.
c) o Conservador e o Trabalhista Brasileiro.
d) o Comunista Brasileiro e o de Representação Popular.
e) a Ação Integralista Brasileira e a Ação Nacional Libertadora.
resposta da questão 55:[B]
a) contou exclusivamente com a participação de negros, que alcançaram seu objetivo após várias revoltas e organização de quilombos.
b) resultou do fracasso do emprego de mão-de-obra escrava na produção açucareira e cafeeira, que só obtiveram sucesso com a presença de imigrantes.
c) aconteceu simultaneamente à independência política brasileira, à semelhança do que ocorreu na América de colonização espanhola.
d) antecedeu a luta pela abolição da escravidão nos Estados Unidos, o que só ocorreu no início da Guerra de Secessão Americana.
e) ocorreu de forma gradual, dado o interesse crescente de vários setores da sociedade, inclusive alguns fazendeiros, no fim do trabalho escravo.
resposta da questão 56:[E]
I - Considerou livres todos os filhos nascidos de mulher escrava a partir da data de promulgação da lei.
II - Determinou a criação de um Fundo de Emancipação para garantir indenização aos proprietários de escravos.
III - Acelerou a extinção do tráfico interprovincial de escravos para as regiões cafeicultoras.
IV - Incentivou a aliança política entre fazendeiros do Oeste paulista e abolicionistas, ambos favoráveis a novas relações trabalhistas, como o assalariamento de escravos.
Assinale a alternativa correta.
a) Apenas as afirmativas I, II e III são verdadeiras.
b) Apenas as afirmativas I e II são verdadeiras.
c) Apenas as afirmativas I, II e IV são verdadeiras.
d) Apenas as afirmativas II, III e IV são verdadeiras.
e) Apenas as afirmativas I e IV são verdadeiras.
resposta da questão 57:[B]
58. (UEL) Com base na imagem e nos conhecimentos sobre o processo abolicionista no Brasil, é correto afirmar:
a) Agostini satiriza a disputa entre fazendeiros e industriais brasileiros pela contratação da mão-de-obra negra como assalariada após a Abolição. Para as elites, os ex-escravos seriam os mais capazes para o trabalho na agricultura e na indústria.
b) A imagem representa a disputa entre fazendeiros e parlamentares para ficar com as glórias pela aprovação da primeira lei de abolição da escravidão na América Latina.
c) Agostini critica as estratégias das elites dirigentes, proprietários de terras e escravos, utilizadas para protelar o fim do trabalho escravo, no contexto da atuação dos movimentos abolicionistas.
d) Agostini apresenta uma crítica à campanha inglesa contra a abolição da escravidão, retratando o vigoroso embate entre abolicionistas brasileiros e comerciantes ingleses radicados no Brasil.
e) A imagem aponta para os embates entre abolicionistas e representantes das camadas populares que, organizadas em clubes, comitês e confederações, empenharam-se para impedir a libertação dos escravos no Brasil.
Resposta da questão 58:[C]
A imagem de Agostini retrata o embate entre os abolicionistas e os senhores de escravos que de tudo fizeram para retardar o processo de abolição, fazendo com que o mesmo foi gradativo.
60. (UERJ)
(SILVA, Eduardo. As camélias do Leblon e a abolição da escravatura. São Paulo:Companhia das Letras, 2003, p. 44.)
Na ilustração anterior, o imperador Pedro II está recebendo buquês de camélias. Segundo Eduardo Silva, essa flor é vista como um emblema do movimento abolicionista radical, que reivindicava o fim da escravidão de forma imediata e incondicional.
a) Aponte duas medidas legais do governo imperial, anteriores à "Lei Áurea", que tenham contribuído para a emancipação dos escravos no Brasil.
b) Apesar da abolição da escravidão em 1888, o escritor Lima Barreto comentava, em 1919: "ninguém quer ser negro no Brasil". Indique dois motivos que confirmem o comentário do autor.
Resposta da questão 60:
a) Poderiam ser citadas as seguintes medidas: aprovação pelo parlamento brasileiro da Lei Eusébio de Queirós, proibindo o tráfico internacional de escravos para o Brasil, a Lei do Ventre Livre, que libertava os filhos de mães escravas nascidos a partir da promulgação dessa lei no ano de 1871, e ainda a Lei dos Sexagenários (1885), que libertava os escravos maiores de 60 anos.
b) O aluno poderia mencionar o fato que os ex-escravos não foram efetivamente incluídos na sociedade brasileira como cidadãos verdadeiros, sofreram com a exclusão social e o preconceito.
61. (Fgv) A respeito da abolição da escravatura no Brasil é CORRETO afirmar:
a) Ocorreu fundamentalmente devido às pressões inglesas que obrigaram as autoridades brasileiras a extinguir a escravidão.
b) Ocorreu depois que os cafeicultores encontraram, na imigração européia, uma forma de substituição da mão-de-obra escrava.
c) Ocorreu de maneira gradual, vinculada à política de promoção da cidadania dos libertos, apesar das pressões políticas dos abolicionistas na segunda metade do século XIX.
d) Ocorreu fundamentalmente devido à crise demográfica do continente africano, que não oferecia mais grandes contingentes humanos que pudessem ser comercializados.
e) Ocorreu devido à força com que as idéias ilustradas foram incorporadas pelas elites brasileiras à época da independência.
Resposta da questão 61:[B]
62. (Ufrs) Sobre a legislação abolicionista do tráfico e da escravidão no Brasil do século XIX, pode-se afirmar que
a) a Lei de 1831 extinguiu definitivamente o tráfico de escravos ao sul da linha do Equador, sendo o primeiro grande baque no sistema escravista brasileiro.
b) a Lei Alves Branco permitia que embarcações inglesas inspecionassem navios negreiros brasileiros, confiscando seus "carregamentos" de cativos, que seriam devolvidos ao continente africano.
c) a Lei do Ventre Livre representou um avanço na legislação abolicionista, visto que dificultou a reprodução endógena do sistema escravista.
d) a Lei dos Sexagenários beneficiou a maioria da população escrava brasileira, pois os anciãos foram considerados libertos.
e) a Lei Áurea, assinada por Pedro lI, extinguiu definitivamente a escravidão no Brasil, resguardando os direitos dos proprietários de cativos, que foram devidamente indenizados pelo Estado.
Resposta da questão 62:[C]
63. (ENEM) Considerando a linha do tempo acima e o processo de abolição da escravatura no Brasil, assinale a opção correta.
a) O processo abolicionista foi rápido porque recebeu a adesão de todas as correntes políticas do país.
b) O primeiro passo para a abolição da escravatura foi a proibição do uso dos serviços das crianças nascidas em cativeiro.
c) Antes que a compra de escravos no exterior fosse proibida, decidiu-se pela libertação dos cativos mais velhos.
d) Assinada pela princesa Isabel, a Lei Áurea concluiu o processo abolicionista, tornando ilegal a escravidão no Brasil.
e) Ao abolir o tráfico negreiro, a Lei Eusébio de Queirós bloqueou a formulação de novas leis anti-escravidão no Brasil.
Resposta da questão 63:[D]
Comentário da questão:
Pela análise da linha do tempo pode-se concluir que o processo abolicionista foi lento atendendo aos interesses da aristocracia escravista brasileira. A Lei Áurea, promulgada em 1888 pela princesa Isabel representa a conclusão do referido processo.
64. (UFMG) Analise esta charge:
Na bandeira, lê-se: "Abaixo a Monarquia abolicionista! Viva a República com indenização!" Considerando-se as informações dessa charge, é CORRETO afirmar que, nela, se faz referência
a) à intensa mobilização das camadas populares a favor de uma transição da Monarquia para a República.
b) à adesão de muitos fazendeiros escravocratas à República, logo após a abolição da escravatura.
c) aos movimentos republicano e abolicionista no Brasil, que se fortaleceram desde a década de 1870.
d) à decidida opção do regime monárquico pela abolição da escravatura, apesar da oposição republicana.
Resposta da questão 64:[B]
Comentário da questão:
Pela análise da charge pode-se concluir que após a abolição sem indenização, muitos escravocratas passaram a apoiar a causa republicana.
65. (UFV) A Lei Áurea de 13 de maio de 1888 libertou os escravos mas não extinguiu totalmente a escravidão, no Brasil. Dê dois exemplos, um sobre a época da abolição e outro sobre os dias atuais, coerentes com a afirmativa acima.
Resposta da questão 65:
A não inclusão dos negros na sociedade brasileira como cidadãos plenos e o forte preconceito social sofrido pelos ex-escravos nos primeiros anos pós-abolição. Atualmente o racismo velado que existe no Brasil é um tema bastante polêmico o que por sua vez faz surgir debates acalorados entre os contrários e os defensores da adoção de cotas raciais nas universidades públicas e nos órgãos públicos no Brasil.
66. (PUC) No Brasil do século XIX, destaca-se uma política imigrantista, que visava atrair estrangeiros para povoar e colonizar os vazios demográficos permitindo a posse do território e a produção de riquezas. Sobre a política de imigração, assinale a afirmativa CORRETA.
a) O perfil do imigrante desejável era o que se enquadrasse na categoria de agricultor, colono e artesão que estivesse disposto a se estabelecer no campo.
b) O estrangeiro vinha para a substituição da mão-de-obra escrava. Era, portanto, trabalhador com acesso à propriedade de terras vinculadas à Coroa portuguesa.
c) O aumento da entrada de imigrantes no país coincide com o desenvolvimento econômico advindo dos engenhos de cana-de-açúcar no Nordeste.
d) O processo de adaptação do imigrante ao país sempre coube ao Estado que, com a imigração subvencionada, catequizava e inseria o estrangeiro no Brasil.
resposta da questão 66 : [A]
67. (Fatec) :Em 4 de setembro de 1850, foi sancionada no Brasil a Lei Eusébio de Queirós (ministro da Justiça), que abolia o tráfico negreiro em nosso país. Em decorrência dessa lei, o governo imperial brasileiro aprovou outra, "a Lei de Terras". Dentre as alternativas a seguir, assinale a correta.
a) A Lei de Terras facilitava a ocupação de propriedades pelos imigrantes que passaram a chegar ao Brasil.
b) A Lei de Terras dificultou a posse das terras pelos imigrantes, mas facilitou aos negros libertos o acesso a elas.
c) O governo imperial, temendo o controle das terras pelo coronéis, inspirou-se no "Act Homesteade" americano, para realizar uma distribuição de terras aos camponeses mais pobres.
d) A Lei de Terras visava a aumentar o valor das terras e obrigar os imigrantes a vender sua força de trabalho para os cafeicultores.
e) O objetivo do governo imperial, com esta lei, era proteger e regularizar a situação das dezenas de quilombos que existiam no Brasil.
resposta da questão 67:[D]
68. (PUCPR) Entre a extinção do tráfico de escravos em 1850 e o impulso da imigração estrangeira, na sociedade brasileira ainda baseada na exploração servil, a agricultura cafeeira serviu-se:
a) de trabalhadores livres atraídos das regiões pastoris do centro-oeste.
b) de escravos vindos do norte, principalmente da região amazônica da borracha.
c) da mão-de-obra indígena, principalmente fornecida pelos aldeamentos do norte do Paraná e sul de Mato Grosso.
d) de trabalhadores livres sulistas, que deixavam as suas regiões agrícolas em busca de razoáveis salários pagos na lavoura cafeeira. e) de escravos vindos do nordeste, principalmente das áreas açucareiras.
resposta da questão 68:[E]
69. (UFRN) Durante o século XIX, no Brasil, desenvolveu-se uma campanha em favor da abolição da escravidão negra. A culminância dessa campanha deu-se com a Lei Áurea, em 1888. Ao ser extinta a escravidão, os libertos
a) permaneceram nas mesmas condições de vida, dada a inexistência de uma política governamental que os integrasse à sociedade.
b) iniciaram negócios próprios, inserindo-se no mercado capitalista, graças a subsídios do governo.
c) ocuparam postos no mercado de trabalho capitalista, em razão da política governamental de educação formal.
d) foram alvo de atitudes segregacionistas da sociedade branca, dificultando-lhes a ascensão social em razão das disposições previstas nas leis abolicionistas.
resposta da questão 69:[A]
70. (ENEM 2007)
ROCCO, Antonio. Os imigrantes, 1910. Acervo Pinacoteca do Estado de São Paulo.
Um dia, os imigrantes aglomerados na amurada da proa chegavam à fedentina quente de um porto, num silêncio de mato e de febre amarela. Santos. - É aqui! Buenos Aires é aqui! - Tinham trocado o rótulo das bagagens, desciam em fila.
Faziam suas necessidades nos trens dos animais onde iam.
Jogavam-nos num pavilhão comum em São Paulo. - Buenos Aires é aqui! - Amontoados com trouxas, sanfonas e baús, num carro de bois, que pretos guiavam através do mato por estradas esburacadas, chegavam uma tarde nas senzalas donde acabava de sair o braço escravo. Formavam militarmente nas madrugadas do terreiro homens e mulheres, ante feitores de espingarda ao ombro.
Oswald de Andrade. Marco Zero II - Chão. Rio de Janeiro: Globo, 1991.
Levando-se em consideração o texto de Oswald de Andrade e a pintura de Antonio Rocco reproduzida acima, relativos à imigração européia para o Brasil, é correto afirmar que
a) a visão da imigração presente na pintura é trágica e, no texto, otimista.
b) a pintura confirma a visão do texto quanto à imigração de argentinos para o Brasil.
c) os dois autores retratam dificuldades dos imigrantes na chegada ao Brasil.
d) Antonio Rocco retrata de forma otimista a imigração, destacando o pioneirismo do imigrante.
e) Oswald de Andrade mostra que a condição de vida do imigrante era melhor que a dos ex-escravos.
resposta da questão 70:[C]
Comentário da questão:
Tanto a imagem quanto o texto expressão de forma significativa as difíceis condições em que se estabeleceram os imigrantes europeus no Brasil no contexto da transição do trabalho escravo para o trabalho livre no país.
71. (Ufal) O Senador Nicolau de Campos Vergueiro, entre 1847 e 1857, foi o pioneiro na utilização de mão-de-obra de imigrantes europeus, cuja experiência teve por características:
( ) A escravização de colonos alemães e suíços nas suas fazendas nas regiões de Jundiaí e Limeira.
( ) A instalação de núcleos coloniais suíços, alemães e açorianos no Vale do Paraíba.
( ) A contratação de assalariados imigrantes portugueses para trabalharem nos municípios de Itú e Avaré.
( ) A instalação do regime de "meiação" com imigrantes alemães e suíços na região do Oeste Paulista, que compreendia a antiga área canavieira de Campinas a Ribeirão Preto.
( ) O assentamento de colonos alemães, suíços, portugueses e belgas, no sistema de parceria, em sua fazenda de café, em Ibicaba, no interior de São Paulo.
resposta da questão 71: F F F F V
72. (Ufpi) Sobre a presença de imigrantes estrangeiros, a partir da segunda metade do século XIX, na sociedade brasileira, analise as afirmativas apresentadas.
I- As áreas ocupadas pelos imigrantes restringiam-se à Província de São Paulo, em decorrência da expansão da economia cafeeira.
II- Uma parcela considerável de imigrantes portugueses e espanhóis se dedicavam às atividades comerciais ou eram empregados no comércio.
III- A maioria dos imigrantes era composta por italianos, apesar da presença de portugueses, alemães e espanhóis.
Assinale a alternativa correta.
a) I e III são verdadeiras.
b) I e II são verdadeiras.
c) II e III são verdadeiras.
d) Apenas I é verdadeira.
e) Apenas III é verdadeira.
resposta da questão 72:[C]
73. (Mackenzie) A propaganda do governo brasileiro e proprietários de terras falava de incentivos e benefícios para atrair imigrantes para o Brasil na 2ª metade do século XIX. Contudo, o sonho de "fazer a América" no Brasil não se concretizou para muitos imigrantes porque:
a) a Lei de Terras, o endividamento, os maus-tratos e discriminação, além da dificuldade de fazer poupança, prejudicaram a ascensão social do imigrante no Brasil.
b) as relações entre elite proprietária e imigrantes eram cordiais, mas o café estava em crise de superprodução.
c) o amplo acesso à pequena propriedade resultou em fracasso, devido à concorrência com o latifúndio e a policultura.
d) a imigração subvencionada pelo Estado agravou a crise da mão-de-obra na área cafeeira.
e) o escravo, sobretudo no oeste paulista, era preferido, como mão-de-obra, ao imigrante.
resposta da questão 73:[A]
74. (Uflavras) Observe a seguinte citação:
"O sistema pecava pela base. Pretendia-se criar um regime de trabalho que pudesse substituir vantajosamente a mão-de-obra escrava na cultura cafeeira. Procurava-se a solução num regime misto que conciliasse fórmulas usuais em colônias de povoamento com interesse de fazendeiros habituados à rotina do braço escravo. O conflito revelou-se inevitável (...)."
(VIOTTI DA COSTA, Emília. "Da Senzala à colônia". São Paulo: Difel, 1966. p. 168.)
O "sistema" a que se refere a autora diz respeito às "colônias de parceria" idealizadas pelo Senador Vergueiro, a partir de meados do século XIX, e que se configurou como uma tentativa fracassada de substituição de mão-de-obra escrava pelo trabalho do imigrante. As opções abaixo apresentam possíveis interpretações que explicariam esse fracasso, EXCETO:
a) Dificuldades de relacionamento entre os fazendeiros (acostumados com o trabalho escravo) e os imigrantes estrangeiros (que traziam inclusive experiência sindical).
b) Não cumprimento de certas cláusulas contratuais por parte dos fazendeiros, que traziam prejuízos aos trabalhadores imigrantes.
c) Endividamento permanente dos colonos, de forma tal que esses se viam "presos" aos fazendeiros.
d) Problemas relativos ao preço do café no mercado, o que dificultava sua venda.
e) Reclamações por parte dos imigrantes, de favorecimento da justiça brasileira aos fazendeiros, quando as pendências chegavam à instância jurídica.
resposta da questão 74:[D]
75. (UFRN) No século XIX, atendendo-se a necessidades de mão-de-obra na agricultura, adotou-se uma política de imigração de trabalhadores livres para o Brasil. Naquele período,
a) os cafeicultores paulistas opunham-se à vinda de imigrantes italianos, que, influenciados pelas idéias socialistas-anarquistas, lideravam movimentos reivindicatórios.
b) a aprovação da Lei de Terras facilitou a fixação dos colonos em pequenas propriedades, exploradas por mão-de-obra familiar e voltadas para o mercado interno.
c) os senhores de engenho pressionaram para que o governo brasileiro patrocinasse a vinda de imigrantes, de modo a reerguer a produção açucareira.
d) o ajustamento social dos colonos imigrantes foi dificultado pelo padrão escravista de administração e pela influência da mentalidade senhorial nas relações de trabalho.
resposta da questão 75:[A]
76. (Ufmg) Leia este trecho de documento:
Pela presente, por um de nós escrita e por ambos assinada, declaramos que, desejando comemorar por um ato digno da Religião de Cristo, o redentor, e de humanidade, o aniversário que hoje celebramos, e atendendo aos serviços que já tem nos prestado o pardo Sabino, nosso escravo, temos de comum acordo e de muita nossa livre e espontânea vontade, resolvido conferir ao mesmo, como conferimos, a sua liberdade, podendo conduzir-se como se de ventre livre fosse nascido: com a cláusula porém de continuar a servir-nos, ou a pessoa por qualquer de nós designada, ainda por espaço de cinco anos a partir desta data.
(Registro de uma carta de liberdade conferida, em 1866, pelo Dr. Agostinho Marques Perdigão Malheiro e sua mulher ao pardo Sabino.
Citado por CHALHOUB, Sidney. "Visões da liberdade". São Paulo: Companhia das Letras, 1990. p.140.)
Com relação à conjuntura histórica em que foi abolida a escravidão e com base nas informações contidas nesse trecho, é CORRETO afirmar que
a) a extinção da escravidão se deu de forma abrupta, sendo que as elites abolicionistas optaram por uma estratégia radical de enfrentamento com a Coroa, o que causou grandes traumas sociais.
b) as soluções encontradas para o problema da escravidão não escaparam ao controle político da Igreja Católica, que acabou impondo aos fiéis da elite uma teoria particular do abolicionismo.
c) o debate sobre a abolição trouxe à tona as ambiguidades das atitudes políticas de uma parte da elite brasileira, que julgava o ato de emancipação uma benesse, pela qual o ex-escravo deveria pagar.
d) os problemas ligados à escravidão se atenuaram ao longo do século XIX, quando o crescimento das revoltas escravas suprimiu conflitos entre os negros e as elites rurais.
resposta da questão 76:[C]
77. (UFU) A instalação de famílias de colonos estrangeiros, no interior do Brasil, foi inicialmente incentivada pelo governo de D. João VI, durante a permanência da corte e, posteriormente também, pelo governo imperial brasileiro. A colônia de Nova Friburgo (RJ), fundada em 1818 para abrigar cem famílias suíças, e a colônia de São Leopoldo (RS), formada por alemães desde 1824, com apoio do Império, são dois exemplos pioneiros desse tipo de ocupação. Posteriormente, no final do século XIX, as políticas de imigração diversificaram-se e foram amplamente utilizadas. Um exemplo disso foi a imigração subsidiada, especialmente para abastecimento das lavouras de café no sudeste do país. Considere as informações acima e responda ao que se pede.
a) Caracterize duas diferentes formas de imigração adotadas no Brasil ao longo do século XIX.
b) Explique os objetivos principais das duas políticas de imigração incentivadas no Brasil.
resposta da questão 77:
a) O sistema de parceria idealizado pelo senador Vergueiro. O fazendeiro pagava as despesas da viagem do imigrante, fornecia a alimentação a crédito, as ferramentas de trabalho, alguns pés de café e um lote de terra para que plantasse gêneros de subsistência. O imigrante dificilmente conseguia pagar o fazendeiro e ficava preso à fazenda, o que causava tensões e conflitos. Pela imigração subvencionada, o Estado pagava as despesas de viagem do imigrante, garantia-lhe um salário fixo e participação na colheita.
b) A solução do problema de mão de obra ocasionada pelo fim do tráfico negreiro e a consolidação do trabalho assalariado no país.
78. (UFPEL) O gráfico está diretamente relacionado
a) à estabilidade do sistema escravista e à emigração europeia no século XIX, quando iniciou a industrialização paulista.
b) à crise do escravismo e à imigração européia para o Brasil, em período de desenvolvimento da cafeicultura.
c) ao Ciclo da Mineração, quando escravos e imigrantes formaram o principal contingente de mão-de-obra.
d) ao processo de transição do escravismo colonial brasileiro para o trabalho assalariado durante o Primeiro Reinado.
e) à necessidade de manutenção de uma força de trabalho em torno de 150 mil pessoas no processo de industrialização paulista, durante o Período Regencial.
resposta da questão 77:[B]
78. (UERJ) A concentração de imigrantes pobres nas cidades confunde aqueles que contavam utilizar a imigração branca para "civilizar" o país. Torna-se evidente uma realidade social (...): a existência de europeus pobres, nivelados ao estatuto dos escravos de ganho e do eito, exercendo atividades insalubres e personificando formas de decadência social que pareciam estar reservadas aos negros.
(ALENCASTRO, L. F. de e RENAUX, M. L. Caras e modos dos migrantes e imigrantes. In: ALENCASTRO, L. F. de (org.). História da vida privada no Brasil. Império: a Corte e a modernidade nacional. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.)
Em meados de fevereiro, o Ministério do Interior da França divulgou um projeto de lei visando a endurecer as condições de entrada e permanência de estrangeiros. Ora, todo o indivíduo que solicita um visto para a França é tratado como um imigrante clandestino em potencial, sobretudo, se ele é originário de um país pobre.
(MASCHINO, Maurice T. Le Monde Diplomatique, 08/03/2003. Original francês.)
Apesar de retratarem conjunturas históricas distintas, os textos abordam alguns problemas relativos à questão da imigração. No primeiro caso, no último quartel do século XIX, no Brasil, o imigrante era tratado quase como um "escravo branco". No segundo caso, nos dias de hoje, os países desenvolvidos dificultam a entrada de estrangeiros.
a) Descreva um fator que favoreceu a saída de europeus de sua pátria a fim de buscarem novas oportunidades na América, a partir de meados do século XIX.
b) Justifique por que, nos dias de hoje, um indivíduo, principalmente se originário de um país pobre, é tratado, nos países industrializados, como um imigrante clandestino em potencial.
resposta da questão 78:
a) A partir de 1870 a conjuntura internacional era bastante favorável ao Brasil, em razão das crises enfrentadas por Itália e Alemanha - que elevaram o desemprego e o custo de vida nesses países - além da política de restrição à imigração adotada pelos EUA.
b) Devido às barreiras imposta pelos países europeus dificultando a entrada de imigrantes.
79. (Ufg) Era um sonho dantesco... O tombadilho Que das luzernas avermelha o brilho, Em sangue a se banhar, Tinir de ferros... estalar de açoite... Legiões de homens negros como a noite, Horrendos a dançar...
(ALVES, Castro. O navio negreiro. "Canto da esperança". Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1990. p.127.)
O poema "O navio negreiro" (1868), ao descrever as condições desumanas do tráfico de escravos, transformou-se em símbolo da campanha abolicionista na década de 1870. No entanto, deve-se ressaltar que o marco de mudança das relações escravistas ocorreu em 1850, com a Lei Eusébio de Queiroz. Fazem parte dessas modificações, além da abolição do tráfico de escravos, o impulso à imigração, um incipiente surto industrial, a modernização e o crescimento das cidades.
Sobre esse contexto,
a) descreva a atuação da Inglaterra na extinção do tráfico de escravos da África para o Brasil.
b) estabeleça a relação entre a extinção do tráfico de escravos africanos para o Brasil e o início da industrialização brasileira.
resposta da questão 79:
a) Desde 1810, com o Tratado de Comércio e Navegação, a Inglaterra pressionava os portugueses para promoveram o fim do tráfico. Essa situação esta relacionada à expansão das idéias iluministas e principalmente à Revolução Industrial, que passou a exigir a ampliação dos mercados consumidores. Em outros momentos a Inglaterra revitalizou suas pressões, como em 1825 – ao reconhecer a independência do Brasil – e posteriormente em 1831 – quando da organização do governo regencial. A pressões se ampliaram em 1845, com a aprovação do Bill Aberdeen pelo Parlamento Inglês e com o aprisionamento de navios negreiros.
b) A extinção do tráfico negreiro em 1850, com a Lei Eusébio de Queiroz, ocorreu em um momento de expansão dos cafezais, principalmente no oeste paulista, que exigiam um aumento do número de trabalhadores. Para atender a essa demanda, governo e cafeicultores desenvolveram uma política de incentivo à imigração, grande parte deles destinados a lavoura de café, a partir do desenvolvimento do sistema de parceria e do trabalho livre.
80. (PUCRJ) A capa da "Revista Ilustrada" do ano de 1880 apresenta a ilustração de Ângelo Agostini intitulada "Emancipação uma nuvem que não pára de crescer".
a) Explique por que a "nuvem da emancipação" não parava de crescer naquela conjuntura.
b) Com base na ilustração e nos seus conhecimentos, identifique dois argumentos utilizados por uma parcela dos proprietários de escravos para se oporem ao crescimento da "nuvem da emancipação".
Resposta da questão 80:
a) A “nuvem da emancipação” não parava de crescer naquela conjuntura porque foi a partir da década de 1880 que o movimento abolicionista ganhou força com o surgimento de associações, jornais e o avanço da propaganda, construindo uma opinião pública favorável à abolição da escravidão no Brasil. Por outro lado, nesse mesmo momento, intensificaram-se as fugas coletivas e revoltas escravas. Em 1886, atuaram em São Paulo os chamados caifazes, libertando os escravos das fazendas. Todos esses fatores contribuíam para o crescimento da “nuvem da emancipação”. No contexto internacional, o Brasil figurava como a única nação escravista.
b) Ao longo da década de 1880, apegavam-se à escravidão os proprietários de terras das zonas cafeeiras do Vale do Paraíba. Diante do crescimento do movimento abolicionista, os defensores dos interesses escravocratas colocavam-se contra o crescimento da “nuvem da emancipação” argumentando que a abolição feria seu direito de propriedade e que, portanto, deveria ser realizada com indenização. Afirmavam, ainda, que a imediata libertação dos escravos provocaria a perturbação da tranquilidade e da segurança pública.
81. (PITÁGORAS) Analise a charge de Ângelo Agostini a respeito da Lei dos Sexagenários, editada em 1885.
Por enquanto, a Nação, escravizada à infamante política negreira, suporta os maus tratos dos que a governam; e a monarquia continua tranquilamente a ocupar-se do que se passa no mundo... da lua. Disponível em: http://www.revistadehistoria.com.br/secao/charge-do-mes/charge-para-a-revista-illustrada. Acesso em 28 de outubro de 2011.
A charge e sua legenda indicam que o artista
a) criticava a política abolicionista “a conta-gotas”, a qual se constituía num empecilho à libertação definitiva dos escravos no país.
b) defendia a manutenção da escravidão no país, apesar de considerá-la conservadora e preconceituosa e de criticar os castigos aplicados aos cativos.
c) denunciava os maus tratos impostos à população de origem indígena, a qual foi utilizada para substituir os escravos que iam sendo libertados.
d) posicionava-se contra as leis abolicionistas, considerando-as inócuas frente aos outros problemas pelos quais passava o país.
e) vinculava a política abolicionista brasileira a uma postura inconsequente do Imperador, o qual demonstrava ignorar suas consequências negativas.
resposta da questão 81: [A]
82. (UNICAMP 2010) Muitos historiadores argumentaram que a parceria era menos eficiente que o trabalho assalariado. Por que, então, os fazendeiros de São Paulo adotaram o sistema de parceria? A parceria permitia que o proprietário se beneficiasse do trabalho da família dos parceiros. Os fazendeiros sempre se opuseram ao recrutamento de homens solteiros, argumentando que os imigrantes com família mostravam-se menos propensos a abandonar as fazendas. Isso pode ser verdade, mas certamente era de igual importância o fato de que as famílias dos imigrantes constituíam uma reserva de trabalho barato na época da colheita, que exigia mais braços.
(Adaptado de Verena Stolcke e Michael Hall, A introdução do trabalho livre nas fazendas de café de São Paulo, em Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 3, nº 6, p. 88-89, 1983.)
a) Identifique no texto dois argumentos a favor da imigração de famílias para as fazendas paulistas.
b) Que fatores levaram o governo paulista a subvencionar a imigração no final do século XIX?
resposta da questão 82:
a) O texto reconhece que o trabalho das famílias é importante para a continuidade da grande lavoura cafeeira, na medida em que prende o colono à fazenda, algo extremamente importante para época, o que inclusive explica a adoção da Lei de Terras de 1850; a adoção da imigração de famílias é relevante na medida em que garante a disciplina e o controle sobre esse segmento barato de mão de obra.
b) Vale salientar que as relações entre fazendeiros e imigrantes eram pautadas em grande parte nas bases das relações escravocratas tradicionais. Essa dinâmica explica a ocorrência de uma série de revoltas nas fazendas de São Paulo, o que quase inviabilizou a continuidade da transferência desses contingentes para o Brasil. Houve inclusive determinações para que o agenciamento de trabalhadores em países como Itália e Alemanha fossem proibidos. Para superar esse impasse as autoridades imperiais passam a subvencionar a transferência desses colonos para o Brasil, aproveitando-se do panorama tumultuado da Europa durante esse período.
83. (Fuvest) Sobre a condição dos escravos no Brasil monárquico, é possível afirmar que eles
a) foram protagonistas de diversas rebeliões.
b) eram impedidos de constituir família.
c) sofreram a destruição completa de sua cultura.
d) concentravam-se no campo, não trabalhando nas cidades.
e) não tinham possibilidades legais de conseguir alforria.
resposta da questão 83:[A]
Comentário da questão:
Os africanos escravizados no Brasil monárquico foram protagonistas em várias revoltas, entre elas, a Revolta dos Malês, ocorrida na Bahia em 1835.
84. (ENEM)
a) O processo abolicionista foi rápido porque recebeu a adesão de todas as correntes políticas do país.
b) O primeiro passo para a abolição da escravatura foi a proibição do uso dos serviços das crianças nascidas em cativeiro.
c) Antes que a compra de escravos no exterior fosse proibida, decidiu-se pela libertação dos cativos mais velhos.
d) Assinada pela princesa Isabel, a Lei Áurea concluiu o processo abolicionista, tornando ilegal a escravidão no Brasil.
e) Ao abolir o tráfico negreiro, a Lei Eusébio de Queirós bloqueou a formulação de novas leis antiescravidão no Brasil.
Resposta da questão 84:[D]
Comentário da questão:
Em 13 de maio de 1888, a princesa Isabel assinou a Lei Áurea que aboliu a escravidão no Brasil, "Áurea" quer dizer "de ouro" e a expressão refere-se ao caráter glorioso da lei que pôs fim a essa forma desumana de exploração do trabalho. Em território brasileiro, a escravidão vigorou por cerca de três séculos, do início da colonização à assinatura da Lei Áurea. Apesar disso, ainda hoje, tanto no Brasil quanto em outros países do mundo, há formas de trabalho semelhantes à escravidão.
85. (ENEM)
Foto de militão, São Paulo, 1879.
ALENCASTRO, L. F. (org). História da vida privada no Brasil.
Império: a corte e a modernidade nacional. São Paulo: Cia. das Letras, 1997.
Que aspecto histórico da escravidão no Brasil do séc. XIX pode ser identificado a partir da análise do vestuário do casal retratado acima?
A) O uso de trajes simples indica a rápida incorporação dos ex-escravos ao mundo do trabalho urbano.
B) A presença de acessórios como chapéu e sombrinha aponta para a manutenção de elementos culturais de origem africana.
C) O uso de sapatos é um importante elemento de diferenciação social entre negros libertos ou em melhores condições na ordem escravocrata.
D) A utilização do paletó e do vestido demonstra a tentativa de assimilação de um estilo europeu como forma de distinção em relação aos brasileiros.
E) A adoção de roupas próprias para o trabalho doméstico tinha como finalidade demarcar as fronteiras da exclusão social naquele contexto.
resposta da questão 85:[C]
Comentário da questão:
Durante todo o período da existência do sistema escravista brasileiro, os cativos eram obrigados a andar descalços. Por isso, os negros forros procuravam usar as vestimentas e os sapatos que caracterizavam o homem livre, tratava-se, portanto, de importantes elementos de diferenciação social.
A desagregação da ordem escravista ocorreu de modo diverso no Império do Brasil e nos Estados Unidos da América, no decorrer da segunda metade do século XIX.
a) Tendo como referência os seus
conhecimentos e a charge reproduzida abaixo, caracterize uma diferença entre
escravistas, emancipacionistas e abolicionistas no Império do Brasil, nas duas
últimas décadas da escravidão.
b) No caso dos EUA, a extinção da
escravidão ocorreu em condições históricas marcadamente diferentes daquelas
verificadas na sociedade imperial brasileira. Descreva essas condições.
resposta da questão 86:
a) Emancipacionistas e
abolicionistas diferenciaram-se dos escravistas por terem promovido a
defesa do fim da escravidão. Tal debate ocorreu, entre outros espaços
sociais, na Câmara dos Deputados, em função da elaboração das leis
editadas a partir de 1871, e, de forma expressiva, na imprensa, como é
exemplificado pela charge da Revista Ilustrada, de 1887. A mesma
permite identificar algum
as diferenças entre
emancipacionistas e abolicionistas. Os primeiros defenderam o fim da
escravidão pela via jurídico-parlamentar nos limites da ordem política
então vigente, sem maiores preocupações com a posterior integração do
ex-escravo na nova condição de trabalhador livre. Alguns emancipacionistas
defenderam a imigração européia subvencionada pelo Estado para a resolução
da questão da mão de obra. Já os abolicionistas entenderam o fim da escravidão
como uma mudança cujas implicações afetariam o próprio exercício da
cidadania, o que os levou a desenvolver reflexões no sentido de adequar o
ex-escravo às novas condições devida. Houve, inclusive, abolicionistas que
estimularam as fugas coletivas de escravos, com o objetivo de apressar o
que parecia se arrastar no âmbito da decisão parlamentar.
b) No caso dos Estados
Unidos, o fim da escravidão esteve associado à Guerra de Secessão (1861-65) e
às divergências, por vezes irreconciliáveis, no âmbito do debate político-parlamentar,
entre escravistas e abolicionistas. A eleição de Abraham Lincoln e a
vitória dos Estados do norte, no confronto militar então instaurado,
selaram a extinção do escravismo nos quadros de uma sangrenta guerra
civil.
87. (Puc RJ 2004) Em meados do século XIX, por meio das leis Eusébio de Queirós (1850) e Nabuco de Araújo (1854), o Estado imperial pôs fim ao tráfico negreiro da África para o Brasil.
a) Tendo em vista a
expansão da lavoura cafeeira, CITE duas alternativas encontradas pelos
interessados na atividade cafeeira para garantir o suprimento de mão-de-obra
durante as décadas de 1850 e 1860.
b) Considerando que, no ano de
1850, o Estado imperial promulgara a Lei de Terras, estabeleça relações entre
Lei de Terras, Imigração Subvencionada e Abolição da Escravatura.
a) O candidato poderá citar:
- a continuação do tráfico intercontinental de escravos, sob a forma de contrabando, pelo menos até 1856 (e apesar da Lei Nabuco de Araújo, que complementava a Lei de 1850 - Lei Eusébio de Queirós);
- a intensificação do tráfico interno de escravos: a) das áreas de "lavoura tradicional" (açúcar, algodão, tabaco), localizadas no "Norte" do Império (o que hoje denominamos Nordeste) para as áreas de "lavoura nova" (a lavoura cafeeira), localizada no "Sul" (hoje, o Sudeste); e/ou b) no interior da própria área cafeeira, de áreas já decadentes para áreas em expansão, o tráfico intermunicipal);
- a utilização de trabalhadores imigrantes de origem européia, sob o regime de parceria, em continuidade à experiência desenvolvida pelo Senador Vergueiro em sua fazenda em Ibicaba;
- a transferência de escravos das áreas urbanas (em especial da cidade do Rio de Janeiro, a Corte imperial) para as fazendas de café, em decorrência tanto de uma certa liberação de mão-de-obra escrava propiciada pelos "melhoramentos materiais" ("a época de Mauá") quanto de uma política médica favorável à diminuição da presença dos escravos no cenário urbano, em particular nos sobrados patriarcais.
b) Ao estabelecer a
compra/venda como forma principal de acesso à propriedade territorial, a Lei de
Terras impedia o livre acesso tanto dos imigrantes que chegavam ao Império
quanto de considerável parcela da população livre e liberta do país à
propriedade da terra, obrigando-os à venda de sua força de trabalho. De outro
lado, a experiência da imigração subvencionada, a partir dos anos oitenta, por
meio da qual ao Estado imperial cabia arcar com os custos de viagem do
imigrante para o Império, propiciou quer a ampliação do fluxo de imigrantes
quer a sua continuidade. A combinação das duas experiências - a da Lei de
Terras e a da Imigração subvencionada - possibilitou a constituição de um
conjunto de trabalhadores livres - quer das despesas decorrentes da vinda para
o Império, o que lhes garantia o direito de escolher para quem trabalhar, quer
da possibilidade de se tornarem proprietários de terras -; estavam criadas as
condições para o abandono da escravidão, sobretudo se também se considerada as
limitações de natureza quantitativa (apenas 750.000 escravos negros em 1888) que
a mesma então representava.
88. (VUNESP 2009)
Itália bela, mostre-se gentil
e os filhos não a abandonarão
senão vamos todos para o Brasil,
e não se lembrarão de retornar.
Aqui mesmo ter-se-ia no que trabalhar
Sem ser preciso para a América emigrar.
O século presente já nos deixa.
o mil e novecentos se aproxima.
A fome está estampada em nossa cara
e para curá-la remédio não há
A todo momento se ouve dizer:
eu vou lá, onde existe a colheita do café.
(Canção Italia bella, mostrati gentile. Em Zuleika M. F. Alvim. Brava gente!)
A partir dessa canção, originária da Itália do fim do século XIX, é correto concluir que
(A) a grande imigração italiana para o Brasil se deu, essencialmente, em meados do século XIX e está associada a questões religiosas, pois a criação do Estado do Vaticano gerou práticas de intolerância contra os não católicos.
(B) o processo imigratório de várias regiões italianas para o Brasil deve ser compreendido dentro de toda a sua complexidade, na qual é necessário que se avalie o espaço de origem como expulsor e o de destino como atraente.
(C) a maior parte dos imigrantes italianos era originária do sul da Itália, em função do forte desenvolvimento econômico, de base industrial, que produziu um forte êxodo rural e o consequente desemprego estrutural.
(D) não interessava ao governo italiano a saída da mão de obra em massa, porém a emigração para o Brasil foi facilitada pelo fácil acesso à pequena e média propriedade rural, o que não ocorria na Itália.
(E) com o processo de unificação nacional na Itália, as diversidades regionais foram eliminadas e a pobreza dos camponeses foi superada com o incentivo do Estado à imigração para o Brasil.
resposta da questão 88:[B]
89. (ESPM) Tendo atuado como advogado e jornalista, colaborou em vários jornais abolicionistas, satíricos, literários e políticos. Dedicou-se a defender escravos nas Cortes de Justiça e freqüentemente ocultou em sua casa escravos fugidos, a quem ajudava a escapar à perseguição de seus senhores. Já em 1870 argumentava, em defesa deum escravo que matara seu senhor, que todo escravo que mata o senhor, o mata em legítima defesa.
(Emília Viotti da Costa. A Abolição)
O texto deve ser relacionado a um dos abolicionistas brasileiros abaixo:
a) André Rebouças.
b) Joaquim Nabuco.
c) Luiz Gama.
d) José Bento.
e) José do Patrocínio.
resposta da questão 89:[C]
Comentário da questão:
Luiz Gonzaga Pinto da Gama, nascido em Salvador em 1830, filho de uma africana e um português, tornou-se uma das principais lideranças abolicionistas que o Brasil conheceu. Atuando em São Paulo tanto como jornalista como advogado, garantiu a libertação de vários escravos daquela província.
90. (Ufv) Leia o texto abaixo:
No processo de transição para o trabalho livre existe uma condição prévia e fundamental que se refere ao acesso à terra. Enquanto a produção fosse efetuada por escravos, a terra era praticamente destituída de valor, pois sua propriedade só teria significado econômico se seu detentor também possuísse um estoque de cativos. Contudo, a partir do momento que a escravidão começou a apresentar os primeiros sintomas de crise, com o término do tráfico africano, tornou-se necessário impedir que os homens livres tivessem acesso à propriedade da terra.
(KOWARICK, Lúcio. "Trabalho e vadiagem: a origem do trabalho livre no Brasil". Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1994. p.75.)
Considerando o contexto tratado no fragmento acima, a respeito da Lei de Terras de 1850, é CORRETO dizer que esta lei:
a) criou empecilhos para a constituição de um mercado de trabalho livre à medida que regulava os novos contratos de trabalho.
b) garantiu o acesso irrestrito aos imigrantes europeus que não conseguiam adaptar-se às novas condições de trabalho.
c) restringiu o acesso à terra, pois transformou a mesma em uma mercadoria.
d) modificou a estrutura fundiária no Brasil, possibilitando o surgimento de pequenas propriedades.
e) possibilitou o acesso à propriedade da terra aos escravos recém-libertos.
resposta da questão 90:[C]
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