Roteiro de estudos: Sociedade e vida cotidiana na América Portuguesa
Lista de questões
História do Brasil
História do Brasil
Sociedade e vida cotidiana
na América portuguesa
1.
(UFMG) "Congregando segmentos variados da população pobre ou
dirigindo-se às áreas de mineração, onde se concentravam enormes
contingentes de escravos, as vendeiras e negras de tabuleiro seriam
constantemente acusadas de responsabilidade direta no desvio de jornais,
contrabando de ouro e diamantes, prática de prostituição e ligação com
os quilombos."
FIGUEIREDO,
Luciano. "O avesso da memória": cotidiano e trabalho da mulher em Minas
Gerais no século XVIII. Rio de Janeiro: José Olympio, 1993.
A partir da leitura e análise desse trecho, é CORRETO afirmar que a escravidão nas Minas Gerais se caracterizava por
a) um perfil rural e patriarcal, o que fazia com que as cativas e as forras ficassem reclusas, em casa, sob controle masculino.
b) uma comunidade igualitária, o que se expressava na liberdade com que os negros circulavam pelas ruas.
c) uma grande diversidade de formas de exploração do trabalho escravo, situação característica de um contexto mais urbano.
d) uma relativa flexibilidade, o que se expressava no livre trânsito dos comerciantes entre as cidades e os quilombos.
resposta da questão 1:[C]
2.
(Fuvest) A sociedade colonial brasileira "herdou concepções clássicas e
medievais de organização e hierarquia, mas acrescentou-lhe sistemas de
graduação que se originaram da diferenciação das ocupações, raça, cor e
condição social. (...) As distinções essenciais entre fidalgos e plebeus
tenderam a nivelar-se, pois o mar de indígenas que cercava os
colonizadores portugueses tornava todo europeu, de fato, um gentil-homem
em potencial. A disponibilidade de índios como escravos ou
trabalhadores possibilitava aos imigrantes concretizar seus sonhos de
nobreza. (...) Com índios, podia desfrutar de uma vida verdadeiramente
nobre. O gentio transformou-se em um substituto do campesinato, um novo
estado, que permitiu uma reorganização de categorias tradicionais.
Contudo, o fato de serem aborígenes e, mais tarde, os africanos,
diferentes étnica, religiosa e fenotipicamente dos europeus, criou
oportunidades para novas distinções e hierarquias baseadas na cultura e
na cor."
(Stuart B. Schwartz, SEGREDOS INTERNOS)
A partir do texto pode-se concluir que:
a)
a diferenciação clássica e medieval entre clero, nobreza e campesinato,
existente na Europa, foi transferida para o Brasil por intermédio de
Portugal e se constituiu no elemento fundamental da sociedade brasileira
colonial.
b)
a presença de índios e negros na sociedade brasileira levou ao
surgimento de instituições como a escravidão, completamente desconhecida
da sociedade européia nos séculos XV e XVI.
c)
os índios do Brasil, por serem em pequena quantidade e terem sido
facilmente dominados, não tiveram nenhum tipo de influência sobre a
constituição da sociedade colonial.
d)
a diferenciação de raças, culturas e condição social entre brancos e
índios, brancos e negros, tendeu a diluir a distinção clássica e
medieval entre fidalgos e plebeus europeus na sociedade colonial.
e)
a existência de uma realidade diferente no Brasil, como a escravidão em
larga escala de negros, não alterou em nenhum aspecto as concepções
medievais dos portugueses durante os séculos XVI e XVII.
resposta da questão 2:[D]
3.
(UFF) Na década de 30, as obras de Gilberto Freyre redirecionaram os
estudos sobre negros e cultura africana quanto à questão da identidade
racial brasileira, pois, contradiziam as afirmativas segundo as quais a
miscigenação tinha causado um dano irreparável à nossa sociedade.
Gilberto Freyre, em seus estudos:
a) trata da confluência do cotidiano rural e urbano no Brasil, o que se destaca em sua primeira obra - Sobrados e Mocambos;
b) detém-se na análise das relações multirraciais vigentes na sociedade baiana do século XVIII;
c) enfatiza o cunho intensamente patriarcal da sociedade brasileira;
d) aprofunda as teorias raciais vigentes no Brasil na segunda metade do século XIX;
e) responsabiliza a sociedade derivada da mestiçagem pelos vícios sociais do povo brasileiro.
resposta da questão 3:[C]
4.
(UFBA) "(...) Os senhores poucos, os escravos muitos; os senhores
rompendo galas, os escravos despidos e nus; os senhores banqueteando; os
escravos perecendo a fome; os senhores nadando em ouro e prata; os
escravos carregados de ferros; os senhores tratando-os como brutos, os
escravos adorando-os e temendo-os como deuses; os senhores em pé
apontando para açoite, como estátua da soberba e da tirania, os escravos
prostrados com as mãos atadas atrás, como imagem vilíssima da servidão e
espetáculos da extrema miséria. Oh Deus! Quantas graças devemos à Fé
que nos destes, (...) para que à vista destas desigualdades reconheçamos
com tudo vossa justiça e providência! (...)"
(Vieira apud AVANCINI, p. 46)
Com base no sermão do Padre Vieira, pode-se inferir:
I - A posição do jesuíta referente à escravidão reflete o pensamento da Igreja Católica no período colonial.
II
- As denúncias da Igreja se limitavam ao repúdio às torturas e aos maus
tratos, não havendo, porém, questionamento da escravidão enquanto
instituição.
III - As desigualdades terrenas são reconhecidas no discurso do jesuíta, que elege como espaço de julgamento o fórum divino.
IV
- A dominação colonialista se fazia pelo poder econômico, jurídico,
político e ideológico sobre a classe trabalhadora escravizada.
V - O negro ingressou na sociedade brasileira como cultura dominada, e as marcas da escravidão persistem no Brasil de hoje.
resposta da questão 4:[E]
5.
(PITÁGORAS) A vida na América Portuguesa era controlada pela Igreja,
que tentava impor aos vassalos do Reino os padrões cristãos de
comportamento. Esses padrões haviam sido definidos no Concílio de Trento, que se preocupou, prioritariamente, com os pecados da carne.
NÃO podemos afirmar sobre a ação da Igreja durante o período colonial que
a) a Igreja se preocupou demasiadamente com a sexualidade do povo esquecendo as injustiças cometidas pelos poderosos.
b) o Santo Ofício era o órgão da Igreja responsável pelo estabelecimento dos padrões de comportamentos do povo.
c)
a Inquisição foi um dos meios utilizados pelos reis com o aval da
Igreja para perseguir prender e matar os opositores políticos.
d)
a Inquisição foi uma instituição importante, pois regulamentou a
existência de outras religiões na colônia estabelecendo assim a
liberdade religiosa.
e)
a Igreja, através da Inquisição estabeleceu um grande controle no modo
de vida da população do reino e da colônia, ditando regras e normas de
conduta.
resposta da questão 5:[D]
6.
(PITÁGORAS) A sociedade do Brasil colonial foi muito complexa, e os
modos de viver, de morar, de festejar e de expressar a religiosidade
foram muito diversos. Se na sociedade nordestina açucareira, a estrutura
familiar e as normas foram mais rígidas, o mesmo não aconteceu nas
áreas da economia pastoril e nas áreas mineradoras.
Sobre a sociedade no período colonial é CORRETO afirmar que
a)
no engenho se desenvolveu uma sociedade rural e democrática onde as
mulheres eram respeitadas e sua autoridade não era questionada por
ninguém.
b)
com o crescimento da mineração surgiu uma sociedade com característica
urbana onde desenvolveu uma classe média formada, sobretudo, pelos
profissionais liberais e comerciantes.
c) o senhor era a autoridade maior dentro do engenho e sua função era fazer com todos trabalhassem e tivessem seus direitos respeitados.
d)
na região mineradora a presença das autoridades civis e militares
inibia qualquer tipo de violência tornando a sociedade pacífica e
ordeira.
e)
na mineração desenvolveu uma sociedade patriarcal, sendo o homem o
chefe da família e dele esperava-se dar-se o respeito e fazer valer sua
autoridade.
resposta da questão 6:[B]
7. (Fuvest) As pirâmides a seguir representam a organização da sociedade brasileira colonial em duas regiões distintas.
a) Qual a diferença mais importante entre elas quanto à estrutura e aos grupos sociais?
b) A que se deve essa diferença?
resposta da questão 7:
a)
As duas pirâmides representam respectivamente a sociedade mineradora e a
sociedade açucareira. A primeira pirâmide apresenta maior diversidade e
complexidade social composta por grandes mineradores, autoridades
reais, tropeiros, oficiais, burocratas, soldados, clérigos,
profissionais liberais, pequenos mineradores e escravos. Por outro lado a
segunda pirâmide mostra menos componentes: senhores de engenho,
escravos e dependente, é importante ressaltar que também havia uma tênue
camada média for trabalhadores livres (carpinteiros, mestres de açúcar,
feitores, etc.)
b)
A diferença na composição social das duas pirâmides se deve ao fato de
que o ouro possibilitava maior chance de ascensão social, apesar do fato
de que poucos se beneficiaram dela. Entretanto, cabe ressaltar que a
mineração estimulou outras atividades econômicas tais como o comércio
interno responsável pelo abastecimento das regiões mineradoras. As
atividades urbanas também ganharam destaque com o desenvolvimento da
economia mineradora.
8.
(UFPI) Considerando-se o período colonial brasileiro (1500-1822) e
tomando-se, nesse recorte, aspectos do cotidiano da sociedade colonial, é
correto afirmar que:
a)
Os sobrados eram armazéns destinados à venda de produtos importados da
Europa, sendo sua denominação decorrente do modo como, pejorativamente,
alguns brasileiros igualavam esses armazéns às "sobras" do comércio
europeu.
b)
A casa-grande, além de encarnar simbolicamente o poder dos senhores de
escravos e engenhos, expandiu-se também, no Brasil Colônia, como símbolo
patriarcal.
c)
A miscigenação étnica, decorrente de condições históricas típicas no
Brasil, contribuiu para a ausência de conflitos entre colonizador e
colonizados.
d)
Uniões formais e duradouras entre nativas indígenas e colonizadores
portugueses comprovam a tese, presente em parte da historiografia sobre o
Brasil, da cordialidade brasileira.
e)
O concubinato nas relações amorosas no Brasil, mais comum na região da
capitania de São Vicente, restringiu-se ao período colonial, tendo sido
completamente banido a partir do início do século XIX.
resposta da questão 8:[A]
9. (PITÁGORAS) Leia o texto a seguir.
Mulher,
mulheres: como seriam no passado? O que faziam? Como viviam, ou melhor,
sobreviviam? [...] [Na América Portuguesa, sua quase invisibilidade as
identificava "aos de baixo". Isso porque a maioria das mulheres era
analfabeta, subordinada juridicamente aos homens e politicamente
inexistente. Sua condição as excluía de qualquer exercício de função nas
câmaras municipais, na administração eclesiástica, proibindo-as de
ocupar cargos de administração que Ihes garantissem reconhecimento
social. O sistema patriarcal instalado no Brasil colonial, sistema que
encontrou grande reforço na Igreja Católica, que via as mulheres como
indivíduos submissos e inferiores, acabou por deixar-Ihes,
aparentemente, pouco espaço de ação explícita.
PRIORE, Mary Dei. Mulheres no Brasil Colonial. São Paulo: Contexto, 2000. p. 9-10 ( Repensando a História).
Um
rápido olhar sobre as ruas e praças das cidades brasileiras logo
destaca a crescente e colorida presença das mulheres, marcando
fortemente uma diferença em relação ao passado. Os espaços públicos se
tornam menos constrangedores, percebe a observadora recém-chegada,
concluindo que houve uma grande mudança nos hábitos e costumes da população. Progressivamente também nota que nos postos de gasolina, nos restaurantes e bares,
nas lojas, bancos, empresas, nas escolas e universidades, ou nas
delegacias, seu número aumentou consideravelmente, mesmo que, muitas
vezes, não nos postos de comando. Ainda assim, uma mulher é a atual
prefeita da maior cidade do país e as negras começam a compor o
ministério do governo de esquerda.
Alvarez, Sonia - Engendering Democracy in Brazil. Princeton University Press, 1990
Após uma leitura dos textos ESTABELEÇA as permanências e as rupturas na condição da mulher no Brasil Colonial e na atualidade.
resposta da questão 9:
Na atualidade as mulheres obtiveram grandes conquista e cada vez mais vai buscando seu espaço na sociedade. A
presença da mulher pode ser notada em todos os setores da vida
econômica, política e social. A situação da mulher mudou
consideravelmente, porém ainda percebemos que em muitos a mulher é
marginalizada. Na relação de trabalho ainda são os homens que ocupam a
maioria dos cargos de chefia e ainda ganham os melhores. Percebemos que
muita coisa mudou, mas ainda esta longe de ser o ideal.
10. (Uel) Examine o quadro abaixo:
Johann Moritz Rugendas, Família de Plantador, 1812. In: SOUZA, L. de M. (org.) "História
da vida privada no Brasil: cotidiano e vida privada na América
portuguesa". São Paulo: Companhia das Letras, 1997. p.100.
Com base nesse quadro, que retrata o interior de uma residência abastada do mundo rural, é correto afirmar:
a) Nas moradias mais ricas, os escravos eram impedidos de conviver com as crianças brancas nos aposentos da casa.
b)
Nos primeiros séculos da colonização, as casas mais abastadas possuíam
um mobiliário luxuoso que acomodava confortavelmente os moradores.
c)
Por se tratar de uma sociedade sem estratificação social, o convívio
entre brancos e negros decorreu sem maiores tensões, favorecendo
reuniões permeadas de cordialidade.
d)
Os moradores da colônia deram grande importância à privacidade,
separando, para tanto, as mulheres do convívio com escravos e demais
membros da família.
e)
Embora existissem domicílios de vários tipos de norte a sul da colônia,
eram inevitáveis a presença de escravos e a sua convivência com os
senhores e demais membros da família.
resposta da questão 10:[E]
11.
(UFRRJ) Leia o texto a seguir do jesuíta Manoel da Nóbrega sobre as
populações indígenas do Brasil no século XVI. Os que communicam com nós
outros até agora são de duas castas, uns se chamam ¢Topinaquis e os
outros £Topinambás. Estes têm casas de palmas mui grandes, e dellas em
que pousarão cincoenta Indios com suas mulheres e filhos. Dormem em
redes d algodão junto do fogo, que toda a noite têm aceso, assim por
amor do frio, porque andam nús, como tambem pelos Demonios que dizem
fugir do fogo. (...) Esta gentilidade nenhuma cousa adora, nem conhece a
Deus; somente aos trovôes chama Tupane, que é como quem diz cousa
divina.
Manoel
da Nóbrega, "Informações das Terras do Brasil". In: NÓBREGA, Manoel da.
"Cartas Jesuíticas I Cartas do Brasil 1549-1560". Belo Horizonte/São
Paulo: Itatiaia/USP, 1988. p. 99. ¢ - Tupiniquins. £ - Tubinambás. ¤ -
Tupã.
A
Companhia de Jesus, fundada por Inácio de Loyola em 1540, constituiu um
dos principais instrumentos de ação da contra-reforma e teve marcante
destaque na cristianização do Japão e da China, como também nas Américas
espanhola e portuguesa.
a)
A partir do trecho acima de uma carta de Manoel da Nóbrega (1517-1570),
explicite uma característica das formas de expressão da religiosidade
indígena em contraposição ao cristianismo do europeu.
b) Aponte 1 (um) aspecto do impacto das missões jesuíticas sobre as comunidades indígenas.
resposta da questão 11:
a)A
religião indígena é politeísta ou seja, acredita em vários deuses,
contrapondo-se assim ao cristianismo que acredita em um único Deus (
monoteísmo )
b)As
missões jesuíticas tinham como objetivo civilizar e evangelizar as
aldeias indígenas.Pretendiam criar uma sociedade de acordo com a
sociedade cristã europeia.
12.
(Unesp 2005) A cana-de-açúcar começou a ser cultivada igualmente em São
Vicente e em Pernambuco, estendendo-se depois à Bahia e ao Maranhão a
sua cultura, que onde logrou êxito - medíocre como em São Vicente ou
máximo como em Pernambuco, no Recôncavo e no Maranhão - trouxe em
conseqüência uma sociedade e um gênero de vida de tendências mais ou
menos aristocráticas e escravocratas.
(Gilberto Freyre, "Casa-Grande e Senzala".)
Tendo por base as afirmações do autor,
a) cite um motivo do maior sucesso da exploração da cana-de-açúcar em Pernambuco do que em São Vicente.
b)
Explique por que o autor definiu "o gênero de vida" da sociedade
constituída pela cultura da cana-de-açúcar como apresentando "tendências
mais ou menos aristocráticas".
resposta da questão 12:
a)
O fato da capitania de Pernambuco ter solo mais fértil, receber maiores
investimentos, se localizar geograficamente mais próxima da Metrópole,
etc.
b)
O autor faz referência ao poder dos senhores de engenho, que
desfrutavam de um prestígio destacado na sociedade colonial. Cabe um
registro de que embora a História tradicional relate a riqueza e o
poder dos senhores, estudos historiográficos mais recentes refutam essa
ideia, apontando que esses senhores enfrentavam uma vida difícil e sem
brilho.
13.
(UFSM) Diz-se geralmente que a negra corrompeu a vida sexual da
sociedade brasileira (...). É absurdo responsabilizar-se o negro pelo
que não foi obra sua (...), mas do sistema social e econômico em que
funcionaram passiva e mecanicamente. Não há escravidão sem depravação
sexual. É da essência mesma do regime. (...) Não era o negro (...) o
libertino: mas o escravo a serviço do interesse econômico e da
ociosidade voluptuosa dos senhores. Não era a raça inferior a fonte de
corrupção, mas o abuso de uma raça por outra".
FREYRE, Gilberto. "Casa-grande & senzala". Rio de Janeiro: Record, 2001. p. 372 e 375.
Considerando o texto, é correto afirmar que a degradação moral da sociedade açucareira do Nordeste brasileiro tinha como eixo
a) a estrutura frágil da Igreja colonial e seu reduzido trabalho na disseminação dos valores cristãos.
b) as relações de poder entre a metrópole e a colônia, desfavoráveis a essa última quanto aos preços dos seus produtos.
c) a complexa formação étnica da sociedade açucareira, misturando raças em detrimento dos costumes portugueses.
d) a natural corrupção do ser humano, que jamais encontra limites, seja na Igreja ou polícia, para a expressão dos instintos.
e) as relações sociais de produção do engenho açucareiro, base da ordem social colonial.
resposta da questão 13:[E]
14. (UFPE) Sobre a formação da sociedade brasileira, analise as alternativas abaixo.
1) A mulher gentia, além da base física da família brasileira, foi um valioso elemento da cultura material.
2)
Os curumins e as cunhatãs foram, ao mesmo tempo, discípulos e mestres
dos jesuítas. 3) O colonizador português, familiarizado com valores
tropicais da Ásia e da África, amenizou a imposição de hábitos estranhos
ao clima e à terra.
4)
A presença negra na formação social brasileira deve-se unicamente ao
grupo nigeriano, responsável pelo desenvolvimento da agricultura no
Brasil.
5) Os bantos e sudaneses foram os principais grupos de africanos que participaram da formação social brasileira.
Está(ão) correta(s) apenas:
a) 1, 2, 4 e 5
b) 2, 3 e 4
c) 1, 2, 3 e 4
d) 5
e) 1, 2, 3 e 5
resposta da questão 14:[E]
15. (UFRN) O texto abaixo analisa as relações entre o homem e a mulher no Brasil, no período da Colônia e do Império.
Muitas
mulheres foram enclausuradas, desprezadas, vigiadas, espancadas,
perseguidas. Em contrapartida, várias reagiram às violências que
sofriam. Parte da população feminina livre esteve sob o poder dos
homens, outra parte rompeu uniões indesejáveis e tornou-se senhora do
próprio destino. As práticas consideradas "mágicas" foram uma das
maneiras pelas quais as mulheres enfrentaram as contrariedades do
cotidiano. Chegaram até mesmo a causar temor entre os homens.
Acreditava-se que as "feiticeiras" tinham o poder de "cura" ou o poder
sobre o amor e a fertilidade masculina e feminina, através de "poções
mágicas".
Adaptado
de: MOTA, Myriam Becho; BRAICK, Patrícia Ramos. História: das cavernas
ao terceiro milênio. São Paulo: Moderna, 1997. p. 239.
A partir do texto, é possível concluir que, na sociedade brasileira colonial e imperial,
a)
as mulheres ocupavam o centro decisório das famílias, mesmo que homens
praticassem atos violentos contra elas, ferindo o estabelecido pela lei.
b) o modelo de família patriarcal, apesar de dominante, era subvertido por vários procedimentos adotados pelas mulheres.
c)
o rompimento de uma relação matrimonial por parte da mulher era
considerado um ato de feitiçaria, passível de punição pela Inquisição
católica.
d)
as mulheres tinham poder de decisão quanto ao número de filhos,
satisfazendo, assim, o modelo feminino característico da sociedade
patriarcal.
resposta da questão 15:[B]
16.
(Fuvest 2011) É assim extremamente simples a estrutura social da
colônia no primeiro século e meio de colonização. Reduz-se em suma a
duas classes: de um lado os proprietários rurais, a classe abastada dos
senhores de engenho e fazenda; doutro, a massa da população espúria dos
trabalhadores do campo, escravos e semilivres. Da simplicidade da
infraestrutura econômica – a terra, única força produtiva, absorvida
pela grande exploração agrícola – deriva a da estrutura social: a
reduzida classe de proprietários e a grande massa, explorada e oprimida.
Há naturalmente no seio desta massa gradações, que assinalamos. Mas,
elas não são contudo bastante profundas para se caracterizarem em
situações radicalmente distintas. Caio Prado Jr., Evolução política do
Brasil. 20ª ed. São Paulo: Brasiliense, p.28-29, 1993 [1942]. Neste
trecho, o autor observa que, na sociedade colonial,
a) só havia duas classes conhecidas, e que nada é sabido sobre indivíduos que porventura fizessem parte de outras.
b) havia muitas classes diferentes, mas só duas estavam diretamente ligadas a critérios econômicos.
c)
todos os membros das classes existentes queriam se transformar em
proprietários rurais, exceto os pequenos trabalhadores livres,
semilivres ou escravos.
d) diversas classes radicalmente distintas umas das outras compunham um cenário complexo, marcado por conflitos sociais.
e) a população se organizava em duas classes, cujas gradações internas não alteravam a simplicidade da estrutura social.
resposta da questão 16:[E]
Questão
de interpretação de texto, de um dos grandes historiadores marxista
brasileiro, que adota com o conceito de “classe social” na análise da
estrutura colonial do Brasil
17.
(UFF) " As festas e as procissões religiosas contavam entre os grandes
divertimentos da população, o que se harmoniza perfeitamente com o
extremo apreço pelo aspecto externo do culto e da religião que, entre
nós, sempre se manifestou (...). O que está sendo festejado é antes o
êxito da empresa aurífera, do que o Santíssimo Sacramento. A festa tem
uma enorme virtude congraçadora, orientando a sociedade para o evento e
fazendo esquecer da sua faina cotidiana.(...). A festa seria como o
rito, um momento especial construído pela sociedade, situação surgida
"sob a égide e o controle do sistema social" e por ele programada. A
mensagem social de riqueza e opulência para todos ganharia, com a festa,
enorme clareza e força. Mas a mensagem viria como cifrada: o barroco se
utiliza da ilusão e do paradoxo, e assim o luxo era ostentação pura, o
fausto era falso, a riqueza começava a ser pobreza, o apogeu decadência"
(Adaptado de SOUZA, Laura de Mello e. "Desclassificados do Ouro". Rio de Janeiro, Graal, 1990, pp. 20-23)
Segundo
a autora do texto, a sociedade nascida da atividade mineradora, no
Brasil do século XVIII, teria sido marcada por um "fausto falso" porque:
a)
a mineração, por ter atraído um enorme contingente populacional para a
região das Gerais, provocou uma crise constante de subalimentação, que
dizimava somente os escravos, a mão-de-obra central desta atividade, o
que era compensado pela realização constante de festas;
b)
o conjunto das atividades de extração aurífera e de diamantes era
volátil, dando àquela sociedade uma aparência opulenta, porém tão fugaz
quanto a exploração das jazidas que rapidamente se esgotavam;
c)
existia um profundo contraste entre os que monopolizavam a grande
exploração de ouro e diamantes e a grande maioria da população livre,
que vivia em estado de penúria total, enfrentando, inclusive, a fome,
devido à alta concentração populacional na região;
d)
a riqueza era a tônica dessa sociedade, sendo distribuída por todos os
que nela trabalhavam, livres e escravos, o que tinha como contrapartida a
promoção de luxuosas cerimônias religiosas, ainda que fosse falso o
poderio da Igreja nesta região;
e)
a luxuosa arquitetura barroca era uma forma de convencer a todos
aqueles que buscavam viver da exploração das jazidas que o
enriquecimento era fácil e a ascensão social aberta a todas as camadas
daquela sociedade.
resposta da questão 17: [C]
18.
(UFU) “Se a transformação de índio em escravo exigiu ajustamentos por
parte da camada senhorial, também pressupunha um processo de mudança por
parte dos índios. Este processo desenrolou-se ao longo do século XVII,
contribuindo para a evolução das bases precárias sobre as quais se
assentava o regime de administração particular. Um dos elementos
centrais deste processo foi a religião que, em certo sentido, servia de
meio para se impor uma distância definitiva entre escravos índios e a
sociedade primitiva da qual foram bruscamente separados".
MONTEIRO,
John Manuel. "Negros da Terra:" Índios e Bandeirantes nas Origens de
São Paulo: São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p.159.
Considerando o e-mail apresentado, assinale a alternativa correta.
a)
A conversão religiosa do índio ao cristianismo era uma estratégia
central para a desarticulação de seus laços culturais originais e sua
inserção, como escravo, na sociedade colonial.
b)
A conversão do índio ao cristianismo não visava ter um efeito qualquer
sobre os comportamentos e hábitos culturais indígenas, servindo apenas
como justificativa para a escravidão.
c)
A camada senhorial de São Paulo não se alterou diante da herança
cultural indígena, impondo aos índios, pela força das armas, sua cultura
e sua religião.
d)
A religião cristã dificultou a inserção do índio como escravo na
sociedade colonial, pois os missionários jesuítas opuseram-se
veementemente à escravidão indígena.
resposta da questão 17:[A]
19.
(UNIFESP) Estima-se que, no fim do período colonial, cerca de 42% da
população negra ou mulata era constituída por africanos ou
afro-brasileiros livres ou libertos. Sobre esse expressivo contingente, é
correto afirmar que
a) era o responsável pela criação de gado e pela indústria do couro destinada à exportação.
b) vivia, em sua maior parte, em quilombos, que tanto marcaram a paisagem social da época.
c) possuía todos os direitos, inclusive o de participar das Câmaras e das irmandades leigas.
d) tinha uma situação ambígua, pois não estava livre de recair, arbitrariamente, na escravidão.
e) formava a mão-de-obra livre assalariada nas pequenas propriedades que abasteciam as cidades.
resposta da questão 19:[D]
20.
(UEMG) Segundo a historiadora Adriana Romeiro, em artigo publicado na
revista Nossa História, “a imagem do caos – tão típica dos relatos dessa
época – estava também associada à fluidez geográfica dos povoados, que
se moviam de um lado para o outro, ao sabor das novas descobertas e do
esgotamento das velhas lavras. O jesuíta italiano Antonil. Forjou uma
bela expressão para descrever o movimento incessante dos arraiais:
‘Freguesias móveis de um lugar para outro como os filhos de Israel no deserto’.”Nossa História, outubro de 2006, p. 13-14.
No trecho citado, a historiadora refere-se
a) à característica itinerante que a pecuária adquiriu à época do Brasil colonial.
b) ao temor que os bandeirantes paulistas espalharam pelo sertão, em busca de ouro.
c) ao quadro conturbado que a descoberta do ouro desenhou na região das Minas.
d) à insegurança que a decadência da atividade mineradora trouxe para a população colonial.
resposta da questão 20: [D]
21. (PUC) A família patriarcal foi o modelo de organização social do Brasil Colônia. Sobre ela, é correto afirmar, EXCETO:
a) A esposa deveria acatar as ordens do marido, administrar a casa e educar cristãmente os filhos.
b) O senhor poderia se servir sexualmente das escravas, consideradas "território do prazer".
c) O primogênito dividia o poder com o pai, pois aos homens cabiam as posições de mando.
d) As filhas eram educadas para reproduzir o papel da mãe como esposas servis e submissas.
e) A autoridade suprema era a do pai, a quem todos deviam respeito, obediência e subordinação.
resposta da questão 21:[C]
22.
(ENEM – 2010) “Pecado nefando” era expressão correntemente utilizada
pelos inquisidores para a sodomia. Nefandus: o que não pode ser dito. A
Assembléia de Clérigos reunida em Salvador, em 1707, considerou a
sodomia “tão péssimo e horrendo crime”, tão contrário à lei da natureza,
que “era indigno de ser nomeado”, e, por isso mesmo, nefando.
NOVAIS, F.; MELLO E SOUZA, L. História da vida privada no Brasil. V.1.São Paulo.Companhia das Letras, 1997 (adaptado)
O
número de homossexuais assassinados no Brasil bateu o recorde histórico
em 2009. De acordo com o Relatório Anual de Assassinato de Homossexuais
(LGBT – Lésbicas, Gays, Bissexuais e Travestis) nesse ano foram
registrados 195 mortos por motivação homofóbica no País.
Disponível em: www.alemdanoticia.com.br/ultimas_noticias.php?codnoticia=3871 .
Acesso em: 29 adr. 2010 (adaptado).
A
homofobia é a rejeição e menosprezo à orientação sexual do outro e,
muitas vezes, expressa-se sob a forma de comportamentos violentos. Os
textos indicam que as condenações públicas, perseguições e assassinatos
de homossexuais no País estão associadas:
a) à baixa representatividade política de grupos organizados que defendem os direitos de cidadania dos homossexuais.
b)
à falência da democracia no País, que torna impeditiva a divulgação de
estatísticas relacionadas à violência contra homossexuais.
c)
à Constituição de 1988, que exclui do tecido social os homossexuais,
além de impedi-los de exercer os seus direitos políticos.
d) a um passado histórico marcado pela demonização do corpo e por formar recorrentes de tabus e intolerância.
e)
a uma política eugênica desenvolvida pelo Estado, justificada a partir
dos posicionamentos de correntes filosófico-científicas.
resposta da questão 22:[D]
A homofobia e suas manifestações discriminatórias e violentas são antigas e sólidas expressões de preconceito nas
sociedades. Ainda que relativamente recentes, e apesar da frequente
omissão do Estado, os grupos homossexuais vêm se articulando para
enfrentar o segregacionismo e se autoafirmar no âmbito dos direitos da cidadania
23. (ENEM 2010 2ª aplicação)
A
sensualidade foi assunto recorrente no Brasil colonial. Opiniões se
dividiam quando o tema afrontava diretamente os "bons costumes". Nesse
contexto, contribuia para explicar essas divergências
a) a existência de associações religiosas que defendiam a pureza sexual da população branca.
b) a associação da sensualidade às parcelas mais abastadas da sociedade.
c) o posicionamento liberal da sociedade oitocentista, que reinvindicava mudanças de comportamento na sociedade.
d) a política pública higienista, que atrelava a sexualidade a grupos socialmente marginais.
e) a busca do controle do corpo por meio de discurso ambíguo que associava sexo, prazer, libertinagem e pecado.
resposta da questão 23: [E]
24. (UFPR 2010) A partir do século XVI, o catolicismo constituiu um dos pilares fundamentais da colonização portuguesa no Brasil. Sobre a difusão da religião católica na América portuguesa, é correto afirmar que ela:
I. contou com a instituição do padroado régio, conforme o qual cabia aos monarcas portugueses propagar a fé católica nas terras conquistadas.
II. pôde contar com intensa atividade dos religiosos jesuítas já nos primeiros processos de povoamento ocorridos sob a égide das capitanias hereditárias.
III. foi apoiada pelo Santo Ofício, que enviou visitações para a Bahia e para Pernambuco.
IV. teve que enfrentar expressões religiosas que mesclavam aspectos do imaginário religioso tupi com traços das hierarquias, títulos e rituais católicos.
Assinale a alternativa correta.
A) Somente a afirmativa 3 é verdadeira.
B) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.
C) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras.
D) Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras.
E) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras
resposta da questão 24:[C]
25. (UFMG) A Companhia de Jesus foi instrumento fundamental para a evangelização das colônias americanas.
a) CITE duas estratégias usadas pela Companhia de Jesus para a difusão da fé católica.
b) IDENTIFIQUE os objetivos da Companhia de Jesus no Novo Mundo.
resposta da questão 25:
a) O uso de linguagens compreensíveis pelo indígena, como música e teatro, o uso da língua indígena na catequese e a organização dos indígenas em reduções (missões) jesuíticas, em que o trabalho era organizado pelos jesuítas.
b) A expansão do catolicismo por meio da atividade missionária e a consolidação de uma utopia social na construção de uma sociedade diferente da europeia, na região dos Sete Povos das Missões.
26. (VUNESP 04) Parece-me cousa mui conveniente mandar Sua Alteza algumas mulheres que lá têm pouco remédio de casamento a estas partes, ainda que fossem erradas, porque casarão todas mui bem, com tanto que não sejam tais que de todo tenham perdido a vergonha a Deus e ao mundo. E digo que todas casarão mui bem, porque é terra muito grossa e larga (…) De maneira que logo as mulheres terão remédio de vida, e os homens [daqui] remediariam suas almas, e facilmente se povoaria a terra.
(Manuel da Nóbrega. Carta do Brasil, 1549.)
Tendo como base a carta do padre Manuel da Nóbrega:
a) dê uma característica da colonização portuguesa nos seus primeiros tempos.
b) por que o jesuíta considera que as mulheres que viessem de Portugal teriam “remédio de vida” e os homens residentes na colônia “remediariam suas almas”?
Resposta da questão 26:
a) De acordo com a carta do Padre Manuel da Nóbrega, no início da colonização portuguesa, notava-se a escassez de mulheres brancas no Brasil.
b) Na opinião do célebre jesuíta, no Brasil as solteiras do Reino conseguiriam arranjar casamento com facilidade, isto é, teriam “remédio de vida”. E para os primeiros colonizadores, uma vez casados, não haveria a necessidade de manter relações sexuais com inúmeras mulheres indígenas, portanto “remediariam suas almas”.
27. (FUVEST 2004) "A fundação de uma cidade não era problema novo para os portugueses; eles viram nascer cidades nas ilhas e na África, ao redor de fortes ou ao pé das feitorias; aqui na América, dar-se-ia o mesmo e as cidades surgiriam..."
João Ribeiro, História do Brasil.
Baseando-se no texto, é correto afirmar que as cidades e as vilas, durante o período colonial brasileiro,
a) foram uma adaptação dos portugueses ao modelo africano de aldeias junto aos fortes para proteção contra ataques das tribos inimigas.
b) surgiram a partir de missões indígenas, de feiras do sertão, de pousos de passagem, de travessia dos grandes rios e próximas aos fortes do litoral.
c) foram planejadas segundo o padrão africano para servir como sede administrativa das capitais das províncias.
d) situavam-se nas áreas de fronteiras para facilitar a demarcação dos territórios também disputados por espanhóis e holandeses.
e) foram núcleos originários de engenhos construídos perto dos grandes rios para facilitar as comunicações e o transporte do açúcar.
Resposta da questão 27:[B]
Comentário da questão:
Trata-se de uma resposta bastante abrangente sobre a origem das cidades coloniais brasileiras, sendo que a alternativa escolhida é a única que completa de forma lógica o texto transcrito no enunciado.
28. (UERJ) "... E permite El-Rei que sejam estes índios escravos por estar certificado de sua vida e costumes que não são capazes para serem forros, e merecem que os façam escravos pelos grandes delitos que têm cometido contra os portugueses, matando e comendo centos deles, e milhares deles, em que entrou um bispo e muitos sacerdotes."
(SOUZA, Gabriel Soares de. In: Anais da Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro: 1941.)
Em sua obra datada de 1587, o autor legitimava a escravidão dos indígenas brasileiros, enumerando razões para esse posicionamento.
A. Indique uma razão ideológica e uma razão econômica, utilizadas pelos agentes da colonização, para justificar a escravização do indígena.
B. Aponte um argumento utilizado pela historiografia atual para explicar a introdução da escravidão negra no Brasil.
resposta da questão 28:
a) Como razão ideológica, a ideia de que os indígenas não eram dotados de alma, comparando-os a animais. Como razão econômica, a falta de recursos para comprar escravos africanos, como acontecia na capitania de São Vicente.
b) Os interesses econômicos do governo e da burguesia metropolitana, que lucravam com o tráfico escravo africano, o que não acontecia com a escravidão indígena.
29. (UERJ)
MOBILIDADE SOCIAL É MITO NO BRASIL
O estudo do Banco Mundial derruba o mito de que o Brasil é um país de grande mobilidade social - onde os filhos dos mais pobres "sobem na vida" com o tempo. Segundo o trabalho, comparado com outros países da América Latina, o Brasil tem ainda menos mobilidade. A principal razão do fenômeno, segundo o Bird, é o acesso à educação, diretamente relacionado às oportunidades de ascensão. (...) "Na verdade, o Brasil é um dos países com o menor nível de mobilidade educacional do mundo", diz o trabalho.
(Jornal do Brasil, 08/10/2003)
A dificuldade na mobilidade social, característica da sociedade brasileira, encontra-se intrinsecamente relacionada a estruturas históricas que se originam no período colonial.
a) A escravidão estigmatizou o trabalho, mas não impediu o desenvolvimento do trabalho livre no período colonial. Identifique duas ocupações para o homem livre na colônia, uma no espaço rural e outra no espaço urbano.
b) Cite um aspecto da educação no período colonial que permaneça até os dias de hoje.
resposta da questão 29:
a) No campo, o homem livre ocupava-se principalmente da pecuária, das funções técnicas nos engenhos, como a carpintaria, a da agricultura familiar. Nas cidades os homens livres dedicavam-se ao artesanato, exerciam cargos públicos e podiam trabalhar como comerciantes e mascates.
b) Além da presença de escolas religiosas (como havia nas colônias), podemos citar também o caráter essencialmente teórico dos currículos escolares e o difícil acesso dos mais pobres à educação, principalmente nos níveis superiores.
30. (VUNESP) A família patriarcal foi a base do sistema (...). Na sociedade assim estabelecida, predominavam a empatia entre as raças e a amenidade na relação senhor-escravo, características que explicariam a miscigenação e seriam peculiares no quadro geral do escravismo americano. (...). Uma linha de raciocínio que o levará a considerar o Brasil uma “democracia racial”, pois a miscigenação largamente praticada corrigia a enorme distância social existente. (Suely R. R. de Queiróz. Escravidão negra em debate. In: Marcos C. de Freitas (org.). Historiografia brasileira em perspectiva)
O autor comentado pelo fragmento é
(A) Sérgio Buarque de Hollanda.
(B) Caio Prado Júnior.
(C) Gilberto Freyre.
(D) Nelson Werneck Sodré.
(E) Celso Furtado.
resposta da questão 30:[C]
Comentário da questão:
O mito da democracia racial é um dos temas clássicos trabalhados na obra de Gilberto Freyre, "Casa Grande & Senzala".
31. (Mack - 2005) Entre as funções desempenhadas pela Igreja Católica no período colonial, destaca - se:
a) CITE duas estratégias usadas pela Companhia de Jesus para a difusão da fé católica.
b) IDENTIFIQUE os objetivos da Companhia de Jesus no Novo Mundo.
resposta da questão 25:
a) O uso de linguagens compreensíveis pelo indígena, como música e teatro, o uso da língua indígena na catequese e a organização dos indígenas em reduções (missões) jesuíticas, em que o trabalho era organizado pelos jesuítas.
b) A expansão do catolicismo por meio da atividade missionária e a consolidação de uma utopia social na construção de uma sociedade diferente da europeia, na região dos Sete Povos das Missões.
26. (VUNESP 04) Parece-me cousa mui conveniente mandar Sua Alteza algumas mulheres que lá têm pouco remédio de casamento a estas partes, ainda que fossem erradas, porque casarão todas mui bem, com tanto que não sejam tais que de todo tenham perdido a vergonha a Deus e ao mundo. E digo que todas casarão mui bem, porque é terra muito grossa e larga (…) De maneira que logo as mulheres terão remédio de vida, e os homens [daqui] remediariam suas almas, e facilmente se povoaria a terra.
(Manuel da Nóbrega. Carta do Brasil, 1549.)
Tendo como base a carta do padre Manuel da Nóbrega:
a) dê uma característica da colonização portuguesa nos seus primeiros tempos.
b) por que o jesuíta considera que as mulheres que viessem de Portugal teriam “remédio de vida” e os homens residentes na colônia “remediariam suas almas”?
Resposta da questão 26:
a) De acordo com a carta do Padre Manuel da Nóbrega, no início da colonização portuguesa, notava-se a escassez de mulheres brancas no Brasil.
b) Na opinião do célebre jesuíta, no Brasil as solteiras do Reino conseguiriam arranjar casamento com facilidade, isto é, teriam “remédio de vida”. E para os primeiros colonizadores, uma vez casados, não haveria a necessidade de manter relações sexuais com inúmeras mulheres indígenas, portanto “remediariam suas almas”.
27. (FUVEST 2004) "A fundação de uma cidade não era problema novo para os portugueses; eles viram nascer cidades nas ilhas e na África, ao redor de fortes ou ao pé das feitorias; aqui na América, dar-se-ia o mesmo e as cidades surgiriam..."
João Ribeiro, História do Brasil.
Baseando-se no texto, é correto afirmar que as cidades e as vilas, durante o período colonial brasileiro,
a) foram uma adaptação dos portugueses ao modelo africano de aldeias junto aos fortes para proteção contra ataques das tribos inimigas.
b) surgiram a partir de missões indígenas, de feiras do sertão, de pousos de passagem, de travessia dos grandes rios e próximas aos fortes do litoral.
c) foram planejadas segundo o padrão africano para servir como sede administrativa das capitais das províncias.
d) situavam-se nas áreas de fronteiras para facilitar a demarcação dos territórios também disputados por espanhóis e holandeses.
e) foram núcleos originários de engenhos construídos perto dos grandes rios para facilitar as comunicações e o transporte do açúcar.
Resposta da questão 27:[B]
Comentário da questão:
Trata-se de uma resposta bastante abrangente sobre a origem das cidades coloniais brasileiras, sendo que a alternativa escolhida é a única que completa de forma lógica o texto transcrito no enunciado.
28. (UERJ) "... E permite El-Rei que sejam estes índios escravos por estar certificado de sua vida e costumes que não são capazes para serem forros, e merecem que os façam escravos pelos grandes delitos que têm cometido contra os portugueses, matando e comendo centos deles, e milhares deles, em que entrou um bispo e muitos sacerdotes."
(SOUZA, Gabriel Soares de. In: Anais da Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro: 1941.)
Em sua obra datada de 1587, o autor legitimava a escravidão dos indígenas brasileiros, enumerando razões para esse posicionamento.
A. Indique uma razão ideológica e uma razão econômica, utilizadas pelos agentes da colonização, para justificar a escravização do indígena.
B. Aponte um argumento utilizado pela historiografia atual para explicar a introdução da escravidão negra no Brasil.
resposta da questão 28:
a) Como razão ideológica, a ideia de que os indígenas não eram dotados de alma, comparando-os a animais. Como razão econômica, a falta de recursos para comprar escravos africanos, como acontecia na capitania de São Vicente.
b) Os interesses econômicos do governo e da burguesia metropolitana, que lucravam com o tráfico escravo africano, o que não acontecia com a escravidão indígena.
29. (UERJ)
MOBILIDADE SOCIAL É MITO NO BRASIL
O estudo do Banco Mundial derruba o mito de que o Brasil é um país de grande mobilidade social - onde os filhos dos mais pobres "sobem na vida" com o tempo. Segundo o trabalho, comparado com outros países da América Latina, o Brasil tem ainda menos mobilidade. A principal razão do fenômeno, segundo o Bird, é o acesso à educação, diretamente relacionado às oportunidades de ascensão. (...) "Na verdade, o Brasil é um dos países com o menor nível de mobilidade educacional do mundo", diz o trabalho.
(Jornal do Brasil, 08/10/2003)
A dificuldade na mobilidade social, característica da sociedade brasileira, encontra-se intrinsecamente relacionada a estruturas históricas que se originam no período colonial.
a) A escravidão estigmatizou o trabalho, mas não impediu o desenvolvimento do trabalho livre no período colonial. Identifique duas ocupações para o homem livre na colônia, uma no espaço rural e outra no espaço urbano.
b) Cite um aspecto da educação no período colonial que permaneça até os dias de hoje.
resposta da questão 29:
a) No campo, o homem livre ocupava-se principalmente da pecuária, das funções técnicas nos engenhos, como a carpintaria, a da agricultura familiar. Nas cidades os homens livres dedicavam-se ao artesanato, exerciam cargos públicos e podiam trabalhar como comerciantes e mascates.
b) Além da presença de escolas religiosas (como havia nas colônias), podemos citar também o caráter essencialmente teórico dos currículos escolares e o difícil acesso dos mais pobres à educação, principalmente nos níveis superiores.
30. (VUNESP) A família patriarcal foi a base do sistema (...). Na sociedade assim estabelecida, predominavam a empatia entre as raças e a amenidade na relação senhor-escravo, características que explicariam a miscigenação e seriam peculiares no quadro geral do escravismo americano. (...). Uma linha de raciocínio que o levará a considerar o Brasil uma “democracia racial”, pois a miscigenação largamente praticada corrigia a enorme distância social existente. (Suely R. R. de Queiróz. Escravidão negra em debate. In: Marcos C. de Freitas (org.). Historiografia brasileira em perspectiva)
O autor comentado pelo fragmento é
(A) Sérgio Buarque de Hollanda.
(B) Caio Prado Júnior.
(C) Gilberto Freyre.
(D) Nelson Werneck Sodré.
(E) Celso Furtado.
resposta da questão 30:[C]
Comentário da questão:
O mito da democracia racial é um dos temas clássicos trabalhados na obra de Gilberto Freyre, "Casa Grande & Senzala".
31. (Mack - 2005) Entre as funções desempenhadas pela Igreja Católica no período colonial, destaca - se:
a) o incentivo à escravização dos nativos, pelos colonos, por meio da qualificação de todos os índios como criaturas sem alma.
b) a tentativa de restringir a utilização de mão de obra escrava indígena, apenas aos serviços agrícolas nas áreas de extração do ouro e da prata.
c) a orientação da educação indígena, no sentido de estimular a formação, na colônia, de uma elite intelectual católica.
d) a imposição dos princípios cristãos por meio da catequese, favorecendo o avanço do processo colonizador.
e) a promoção da plena alfabetização com a conversão de todos os índios e negros à fé católica.
resposta da questão 31:[D]
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