sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Cine História





O MENINO DO PIJAMA LISTRADO








Durante a Segunda Guerra Mundial, uma família alemã se muda de Berlim para Auschwitz, quando o patriarca é ordenado a trabalhar em um campo de concentração. Assim, Bruno, um garoto de 8 anos e filho do oficial, começa uma linda amizade com um menino judeu da mesma idade. O filme mostra o modo como o preconceito, o ódio e a violência afetam pessoas inocentes, especialmente as crianças.
 

As mais diferentes visões do trágico período do nazismo, que deixou uma cicatriz indelével na história contemporânea, já ganharam espaço em inúmeros filmes. O Menino do Pijama Listrado tem na manga o trunfo de explorar de maneira única a forma como um menino de oito anos enxerga o envolvimento de sua família no regime nazista. O diferencial acaba fazendo com que ele se destaque dentre outros dramas com temática semelhante.



Baseado no livro homônimo do irlandês John Boyne, O Menino do Pijama Listrado é dirigido e roteirizado por Mark Herman (Hope Springs: Um Lugar Para Sonhar) e acompanha a história de Bruno (Asa Butterfield). Aos oito anos, ele parece ser um pouco mimado e alienado demais. Em meio à Segunda Guerra Mundial, em Berlim - onde o nazismo encontra seu terreno mais fértil -, o menino acompanha de longe as atividades do pai (David Thewlis), um destacado militar do exército de Hitler. Sua mãe (Vera Farmiga) acompanha com pouco entusiasmo as atividades do marido, diferentemente da irmã do menino, Gretel (Amber Beattie).



Quando a família é obrigada a se mudar para uma cidade no interior da Alemanha por conta das responsabilidades do pai junto ao regime nazista, Bruno se vê sozinho em meio a um ambiente inóspito. Sem freqüentar a escola, sente falta dos amigos e de pessoas de sua idade com quem possa brincar. Normal. Com sua natural curiosidade infantil, vê da janela de seu quarto algo que parece ser uma fazenda, onde os fazendeiros usam pijamas listrados. Ou seja: um campo de concentração, o qual o menino é incapaz de identificar, mesmo com tamanha proximidade com o regime nazista. Bruno demora a descobrir as atrocidades que ocorrem lá e, com sua ingenuidade extrema - muitas vezes irritante -, explora os arredores e acaba ficando amigo de Shmuel (Jack Scanlon), menino judeu preso no campo. A amizade se desenvolve tendo como separação a cerca eletrificada que separa esses mundos tão distintos na aparência, mas tão semelhantes em sua essência.



Por meio de sua história, não é difícil saber que O Menino do Pijama Listrado é um drama pesado, daqueles de fazer os espectadores fungarem no cinema. O tema já é pesado e a forma como ele é apresentado por meio desta trama já bastam para comover o público. Mas o que faz toda a diferença é a visão infantil do protagonista em relação a essa situação tão revoltante e trágica. A direção é clássica e a trilha sonora é mais presente do que o necessário, o que pode incomodar, mas não compromete. No fundo, a verdadeira força de O Menino do Pijama Listrado é a história que o longa se propõe a contar. É um dramalhão realizado de forma competente, no mínimo.
 

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