Abordagens sobre políticas
patrimoniais no Enem
Neste texto são oferecidas
algumas indicações de abordagens possíveis sobre o tema Políticas Patrimoniais
no Enem.
As igrejas barrocas do interior
de Minas Gerais são consideradas Patrimônio Histórico e Artístico nacional.
Fonte: Brasil Escola
Olá, pessoal! Tudo certo?
Neste texto apresentamos algumas
dicas sobre políticas patrimoniais, assunto que pode ser tema de abordagens das
provas do Enem. Trazemos, também, a análise de uma questão do Enem de 2012
especificamente sobre esse conteúdo.
O tema das políticas patrimoniais
é, por definição, interdisciplinar, já que interessa, de um lado, às
disciplinas de humanidades, como a Museologia, História, Geografia, Sociologia
e Filosofia – haja vista que um patrimônio histórico consiste naquele que foi
produzido pela humanidade no passado –, e, de outro lado, às disciplinas da
área de Ciências da Natureza, como a Biologia, Química e a Física, pois as
técnicas de preservação e conservação dos bens patrimoniais implicam a
participação dessas áreas do conhecimento.
Grosso modo, entende-se por
política patrimonial o tipo de legislação que se refere à preservação de bens
considerados importantes para a história de uma nação, de uma civilização ou da
humanidade como um todo. Esses bens podem ser construções arquiteturais, como
igrejas, palácios, templos e muralhas, como a Muralha da China ou o Muro de
Berlim, ou, mesmo, cidades inteiras (como Brasília – DF e Ouro Preto – MG).
Podem ser também obras de arte (pinturas, esculturas etc.) e projetos
paisagísticos, como jardins, parques, entre outros.
As políticas patrimoniais têm o
intuito de gerir os “lugares de memória” (segundo denominação do historiador
francês Pierre Nora), isto é, aqueles lugares – como os mencionados no
parágrafo anterior – que “testemunham” a ação humana passada, que guardam em
suas estruturas os rastros da atmosfera do passado histórico. O patrimônio,
segundo opinião do historiador François Hartog, em seu ensaio “Tempo e
Patrimônio”, “se apresenta então como um convite à anamnese (rememoração)
coletiva. Ao 'dever' da memória [...] se teria acrescentado alguma coisa como a
'ardente obrigação' do patrimônio, com suas exigências de conservação, de
reabilitação e de comemoração.”
Sendo assim, o patrimônio é
importante na medida em que articula nossas lembranças com a experiência
histórica passada. É uma forma muito especial de documento histórico,
exatamente em razão de seu caráter coletivo e agregador que se interpõe na vida
de diferentes pessoas através de gerações. Instituições internacionais, como a
UNESCO (Organização das Nações Unidas Para a Educação, a Ciência e a Cultura),
fomentam desde a segunda metade do século XX legislações que visam à proteção e
preservação de patrimônios do mundo todo, atentando sempre para o valor
monumental que eles apresentam.
No caso específico de nações,
como o Brasil, há desde muito tempo o cuidado com a guarda de patrimônio. Na
época do Estado Novo, em 1937, Getúlio Vargas autorizou a criação de um serviço
para o patrimônio histórico e artístico nacional, o SPHAN (Serviço do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), cuja denominação atual é IPHAN,
mudando-se o termo “Serviço” para “Instituto”. A questão do Enem que trouxemos
para análise aborda exatamente a criação desse órgão. Leia, a seguir, o texto
da questão 13 do Enem de 2012 (caderno Azul):
.
O Enem de 2012 abordou as
políticas patrimoniais a partir de um texto de um dos idealizadores do SPHAN,
Rodrigo Andrade.
Esse texto foi escrito pelo
historiador e jornalista Rodrigo Mello Franco de Andrade, um dos idealizadores
do SPHAN, que depois se tornaria IPHAN. Inclusive o dia do patrimônio
histórico, no Brasil, é comemorado no dia do nascimento de Rodrigo, em 17 de
agosto. Veja agora como a questão se estruturou a partir do texto apresentado.
A resposta correta está marcada na cor verde.
A questão exige que o candidato
assinale a alternativa que corresponda ao tipo de ideias motivadoras da criação
do SPHAN. Pois bem, percebe-se, no texto de Rodrigo Andrade, uma defesa da
preservação do patrimônio artístico e histórico brasileiro com o objetivo de
“livrá-lo do perecimento” para assim não prejudicar indescritivelmente a
memória e a história do Brasil.
Das cinco alternativas
apresentadas, apenas as duas últimas, D e E, mencionaram diretamente aquilo que
Rodrigo deixou explícito no seu texto: a preocupação com o perecimento e a
destruição do patrimônio histórico e artístico nacional. Entretanto, apenas a
letra D, que está correta, mencionou o fator das políticas públicas como forma
de proteger e resguardar esses bens culturais.
Fiquem atentos, portanto, a
criação do SPHAN (IPHAN) no contexto da Era Vargas, bem como à importância que
órgãos internacionais, como a mencionada UNESCO, dão às políticas patrimoniais.
Além disso, leiam com atenção as questões do Enem. Uma boa interpretação é
decisiva para um bom desempenho.
Bons Estudos!!!
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