segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Primeiro Ano - CNDL
Colégio Notre Dame de Lourdes
Coleção Pitágoras
Terceiro bimestre - História do Brasil
Capítulo 2
Os caminhos da política imperial: da transferência da Corte à Independência do Brasil


Análise e interpretação: versões, opiniões e fontes diversas

Leia o documento a seguir

Dom João, por Graça de Deus, Príncipe Regente de Portugal e dos Algarves daquém e dalém mar, em África de Guiné, e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e da Índia etc. Faço saber aos que a presente Carta de Lei virem, que, tendo constantemente em Meu Real ânimo os mais vivos desejos de fazer prosperar os Estados, a Providência Divina confiou ao meu Soberano Regime e dando ao mesmo tempo a importância devida à vastidão e localidade de meus domínios da América, à cópia e variedade dos preciosos elementos de riqueza que eles em si contêm e outros e Reconhecendo quanto seja vantajosa aos meus fiéis vassalos em geral uma perfeita união e identidade entre os meus reinos de Portugal, e dos Algarves e os meus domínios do Brasil, erigindo estes àquela graduação e categoria políitica, que pelos Plenipotenciários das Potências que formaram o Congresso de Viena, assim no Tratado de Aliança, concluído aos 8 de abril do corrente ano, como no Tratado Final do mesmo Congresso: Sou, portanto, Servido, e Me apraz Ordenar o seguinte:
1º que dada a publicação desta Carta de Lei o Estado do Brasil seja elevado à dignidade, preeminência e denominação de REINO DO BRASIL.
2º Que os meus reinos de Portugal, Algarves e Brasil formam agora em diante um só e único Reino debaixo do título de REINO UNIDO DE PORTUGAL E DO BRASIL, E ALGARVES.
3º Que os títulosinerente à Coroa de Portugal, e de que até agroa Hei feito uso, se substitua em todos os diplomas, Cartas de lei, Alvarás, Provisões e Atos Público o novo título de PRÍNCIPE REGENTE DO REINO UNIDO DE PORTUGAL, E DO BRASIL E ALGARVES DAQUÉM E DE ALÉM MAR, EM ÁFRICA, DE GUINÉ, E DA CONQUISTA, NAVEGAÇÃO E COMÉRCIO DA ETIÓPIA, ARÁBIA, PÉRSIA, E DA ÍNDIA.

Trecho do documento de Elevação do Brasil a Reino Unido, 16 de dezembro de 1815.




1. Apresente, com base no exposto nesse documento, as razões alegadas por D. João para elevar o Brasil a Reino Unido de Portugal e Algarves.

De acordo com as informações apresentadas no documento histórico é possível afirmar que D. João resolver elevar o Brasil à categoria de Reino Unido em razões de suas riquezas e pelas vantagens de se unir Portugal e o Brasil.





2. Leia o texto.

Debandada real
Portugal foi abandonado a frágeis e mal aparelhadas tropas invasoras que jamais conseguiram se apoderar-se totalmente do país. Uma resoluta resistência de D. João e dos exércitos lusitanos teria posto fim rapidamente à invasão. No momento da partida, D. João ordenou aos governadores que nomera que muito bem recebessem, aquartelassem e assisteissem os franceses que vinham chegando. Para muitos liberais, os soldados de Napoleão entravam em Portugal como libertadores. Nesse sentido, a família real escapava das tropas francesas e sobretudo da revolução burguesa que estremecia a Europa desde 1789. A coroa e a aristocracia lusitana temiam que os liberais portugueses fizessem o mesmo que o Terceiro Estado fizera na França. Após uma parada em Salvador da Bahia, o comboio real chegou meio desgarrado na cidade do Rio de Janeiro, a 7 de março de 1808.
A transferência da Família Real para o Novo Mundo não constituiu apenas uma fuga diante das tropas invasoras e do liberalismo europeu. Como vimos, migrando para o Brasil, a aristocracia lusitana fazia da necessidade, virtude, e transferia a sede da administração real para a "melhor parte" do Império lusitano. Em uma das mais olímpicas demonstrações de absoluta falta de raízes e sentimentos nacionais, a grande aristocracia preferia expatriar-se para melhor defender seus privilégios sociais e econômicos [...].

MAESTRI, Mário. Império. São Paulo: Contexto, 2002. pp. 20-1.

a) Apresente a tese do autor para a transferência da Família Real para o Brasil.

Segundo o autor, os portugueses poderiam muito bem tem enfrentado, com sucesso, os francesses. Todavia, estavam temeros das ideias liberais e dos acontecimentos na França e preferiram partir. Sendo assim, a tranferência da Corte para o Brasil constituiu uma fuga diante das tropas invasoras e do liberalismo europeu, mas também representou uma "virtude" dos portugueses que migraram para a melhor parte do império. O autor critica a absoluta falta de raízes e de sentimentos nacionais dos portugueses que preferiram expatriar-se para dessa foram garantir seus privilégios políticos e econômicos.
b) Explique o que o autor quer dizer com transferir a seda da administração real para a "melhor parte" do império lusitano.

Em fins do século 18, a economia da colônia portuguesa já se apresentava em melhores condições que aquela da metrópole portuguesa. O tratado entre Portugal e Inglaterra (Methuen, 1703) apontava nesta direção. Agravada a crise política na Europa no início do séculos 19, as possessões coloniais apresentavam também melhores condições para a manutenção da própria monarquia lusa ameaçada externa e internamente.



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