A Internacionalização das Empresas Brasileiras
Pio Penna Filho*
O Brasil é um país em plena transformação. Nos últimos anos, além do crescimento econômico e da nossa projeção política, assistimos também a um fenômeno novo: a internacionalização de empresas brasileiras. É cada vez maior a quantidade de empresas que se projetam para o exterior, abrindo novos mercados e gerando riquezas tanto para o Brasil quanto para os países que recebem essas empresas.
A internacionalização é diferente do mero comércio direto. Ou seja, significa ir muito além de “simplesmente” exportar produtos. Trata-se de uma tendência geral que responde a vários estímulos, dentre eles a necessidade de ampliar a participação das empresas no mercado expandindo seu campo de atuação. Isso exige muito planejamento, ousadia e capacidade de inovação, uma vez que a economia mundial é cada vez mais competitiva e os consumidores mais exigentes. Em suma, não é uma tarefa para amadores.
Estima-se que existam hoje cerca de 877 empresas brasileiras atuando no exterior, em diversos segmentos e continentes. Essas empresas, entre as quais se destacam Vale do Rio Doce, Petrobras, Braskem, Coteminas, Embraco, Natura, Perdigão, Sadia, Marcopolo, Grupo Gerdau, Embraer, Grupo Votorantim, Companhia Siderúrgica Nacional, Camargo Corrêa, Grupo Odebrecht, Aracruz e Weg, constituem o núcleo da primeira geração de multinacionais brasileiras.
Com capacitação notória e reconhecida competência em suas respectivas áreas de atuação, elas estão competindo com as tradicionais empresas norte-americanas e européias, que até bem pouco tempo praticamente mantinham uma espécie de monopólio do mercado mundial destinado a atuação internacionalizada.
Para que uma empresa consiga internacionalizar-se é preciso que ela possua qualidade com padrão internacional nos seus produtos ou serviços, capacidade técnica de gestão e, claro, inovação. No caso brasileiro, algumas empresas antes quase totalmente restritas ao mercado interno tiveram tanto sucesso em sua projeção para o mundo que atualmente parte substancial de suas receitas provem de mercados externos. Podemos citar como exemplos a Sadia e a Embraer. Metade da receita total da Sadia é obtida por meio de sua atuação no exterior. A Embraer é outra empresa que conseguiu um nível tão elevado de participação no mercado internacional que já é a 3a maior fabricante de aviões do mundo e a 1a no segmento de jatos regionais.
De acordo com dados do Banco Central, em 2008 os investimentos brasileiros no exterior cresceram 185%, atingindo a cifra aproximada de US$ 20 bilhões. Esse valor só é menor do que o verificado em 2006, quando se registrou um montante de US$ 28 bilhões de investimentos no exterior. Outro dado relevante é que o estoque de capitais brasileiros em outros países já ultrapassa a casa dos US$ 100 bilhões.
Em suma, semelhante ao fenômeno verificado no fator humano, haja vista que nas últimas décadas o Brasil virou um exportador de mão de obra, estamos também internacionalizando as nossas empresas, o que é bom para o país.
* Professor do Instituto de Relações Internacionais da USP e Pesquisador do CNPq. E-mail: piopenna@gmail.com
Pio Penna Filho*
O Brasil é um país em plena transformação. Nos últimos anos, além do crescimento econômico e da nossa projeção política, assistimos também a um fenômeno novo: a internacionalização de empresas brasileiras. É cada vez maior a quantidade de empresas que se projetam para o exterior, abrindo novos mercados e gerando riquezas tanto para o Brasil quanto para os países que recebem essas empresas.
A internacionalização é diferente do mero comércio direto. Ou seja, significa ir muito além de “simplesmente” exportar produtos. Trata-se de uma tendência geral que responde a vários estímulos, dentre eles a necessidade de ampliar a participação das empresas no mercado expandindo seu campo de atuação. Isso exige muito planejamento, ousadia e capacidade de inovação, uma vez que a economia mundial é cada vez mais competitiva e os consumidores mais exigentes. Em suma, não é uma tarefa para amadores.
Estima-se que existam hoje cerca de 877 empresas brasileiras atuando no exterior, em diversos segmentos e continentes. Essas empresas, entre as quais se destacam Vale do Rio Doce, Petrobras, Braskem, Coteminas, Embraco, Natura, Perdigão, Sadia, Marcopolo, Grupo Gerdau, Embraer, Grupo Votorantim, Companhia Siderúrgica Nacional, Camargo Corrêa, Grupo Odebrecht, Aracruz e Weg, constituem o núcleo da primeira geração de multinacionais brasileiras.
Com capacitação notória e reconhecida competência em suas respectivas áreas de atuação, elas estão competindo com as tradicionais empresas norte-americanas e européias, que até bem pouco tempo praticamente mantinham uma espécie de monopólio do mercado mundial destinado a atuação internacionalizada.
Para que uma empresa consiga internacionalizar-se é preciso que ela possua qualidade com padrão internacional nos seus produtos ou serviços, capacidade técnica de gestão e, claro, inovação. No caso brasileiro, algumas empresas antes quase totalmente restritas ao mercado interno tiveram tanto sucesso em sua projeção para o mundo que atualmente parte substancial de suas receitas provem de mercados externos. Podemos citar como exemplos a Sadia e a Embraer. Metade da receita total da Sadia é obtida por meio de sua atuação no exterior. A Embraer é outra empresa que conseguiu um nível tão elevado de participação no mercado internacional que já é a 3a maior fabricante de aviões do mundo e a 1a no segmento de jatos regionais.
De acordo com dados do Banco Central, em 2008 os investimentos brasileiros no exterior cresceram 185%, atingindo a cifra aproximada de US$ 20 bilhões. Esse valor só é menor do que o verificado em 2006, quando se registrou um montante de US$ 28 bilhões de investimentos no exterior. Outro dado relevante é que o estoque de capitais brasileiros em outros países já ultrapassa a casa dos US$ 100 bilhões.
Em suma, semelhante ao fenômeno verificado no fator humano, haja vista que nas últimas décadas o Brasil virou um exportador de mão de obra, estamos também internacionalizando as nossas empresas, o que é bom para o país.
* Professor do Instituto de Relações Internacionais da USP e Pesquisador do CNPq. E-mail: piopenna@gmail.com
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