domingo, 25 de novembro de 2012

Correção da Fuvest 2013

Correção das questões de História do vestibular da FUVEST 2013



Questão 46 
A escravidão na Roma antiga
a) permaneceu praticamente inalterada ao longo dos séculos, mas foi abolida com a introdução do cristianismo.
b) previa a possibilidade de alforria do escravo apenas no caso da morte de seu proprietário.
c) era restrita ao meio rural e associada ao trabalho braçal, não ocorrendo em áreas urbanas, nem atingindo funções intelectuais ou administrativas.
d) pressupunha que os escravos eram humanos e, por isso, era proibida toda forma de castigo físico.
e) variou ao longo do tempo, mas era determinada por três critérios: nascimento, guerra e direito civil. 

 


resposta:[E] 


A alternativa contempla exclusivamente a origem da condição de escravo na Roma antiga, não abordando a situação do cativo na sociedade nem as relações com seu proprietário. Limita-se a enumerar as três formas de escravidão existentes: a natural (nascer de mãe escrava), a mais praticada (captura em guerra) e a determinada por legislação até 367 a.C., quando foi revogada a escravidão por dívidas.

Questão 47 
Quando Bernal Díaz avistou pela primeira vez a capital asteca, ficou sem palavras. Anos mais tarde, as palavras viriam: ele escreveu um alentado relato de suas experiências como membro da expedição espanhola liderada por Hernán Cortés rumo ao Império
Asteca. Naquela tarde de novembro de 1519, porém, quando Díaz e seus companheiros de conquista emergiram do desfiladeiro e depararam-se pela primeira vez com o Vale do México lá embaixo, viram um cenário que, anos depois, assim descreveram:“vislumbramos tamanhas maravilhas que não sabíamos o que dizer, nem se o que se nos apresentava diante dos olhos era real”.
Matthew Restall. Sete mitos da conquista espanhola. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006, p. 15-16. Adaptado.
 
O texto mostra um aspecto importante da conquista da América pelos espanhóis, a saber,
a) a superioridade cultural dos nativos americanos em relação aos europeus.
b) o caráter amistoso do primeiro encontro e da posterior convivência entre conquistadores e conquistados.
c) a surpresa dos conquistadores diante de manifestações culturais dos nativos americanos.
d) o reconhecimento, pelos nativos, da importância dos contatos culturais e comerciais com os europeus.
e) a rápida desaparição das culturas nativas da América Espanhola.
 



resposta[C] 

O etnocentrismo dos europeus na época das Grandes Navegações (e também presente nos séculos seguintes) fazia com que eles se considerassem superiores às populações pagãs do ultramar. Isso explica seu espanto diante de civilizações como a asteca, capaz de edificar cidades com dimensões e planejamento urbano superior.


Questão 48 
“O senhor acredita, então”, insistiu o inquisidor, “que não se saiba qual a melhor lei?” Menocchio respondeu: “Senhor, eu penso que cada um acha que sua fé seja a melhor, mas não se sabe qual é a melhor; mas, porque meu avô, meu pai e os meus são cristãos, eu quero continuar cristão e acreditar que essa seja a melhor fé”.
Carlo Ginzburg. O queijo e os vermes. São Paulo:  Companhia das Letras, 1987, p. 113.
 
O texto apresenta o diálogo de um inquisidor com um homem (Menocchio) processado, em 1599, pelo Santo Ofício. A posição de Menocchio indica
a) uma percepção da variedade de crenças, passíveis de serem consideradas, pela Igreja Católica, como heréticas.
b) uma crítica à incapacidade da Igreja Católica de combater e eliminar suas dissidências internas.
c) um interesse de conhecer outras religiões e formas de culto, atitude estimulada, à época, pela Igreja Católica.
d) um apoio às iniciativas reformistas dos protestantes, que defendiam a completa liberdade de opção religiosa. 
e) uma perspectiva ateísta, baseada na sua experiência familar.
 


resposta:[A] 



Este teste nos oferece um exemplo do individualismo e do racionalismo que constituem algumas das características do pensamento renascentista, combatido muitas vezes pela Igreja porque questionava a postura dogmática daquela instituição. O texto mostra que, para a autoridade inquisitorial, a doutrina católica era única e inquestionável, devendo ser considerada herética qualquer variação interpretativa, ainda que dentro do pensamento cristão.



Questão 49 
A população indígena brasileira aumentou 150% na década de 1990, passando de 294 mil pessoas para 734 mil, de acordo com uma pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O crescimento médio anual foi de 10,8%, quase seis vezes maior do que o da população brasileira em geral.  http://webradiobrasilindigena.wordpress.com, 21/11/2007.
A notícia acima apresenta
a) dado pouco relevante, já que a maioria das populações indígenas do Brasil encontra-se em fase de extinção, não subsistindo, inclusive, mais nenhuma população originária dos tempos da colonização portuguesa da América.
b) discrepância em relação a uma forte tendência histórica observada no Brasil, desde o século XVI, mas que não é uniforme e absoluta, já que nas últimas décadas não apenas tais populações indígenas têm crescido, mas também o próprio número de indivíduos que se autodenominam indígenas. 
c) um consenso em torno do reconhecimento da importância dos indígenas para o conjunto da população brasileira, que se revela na valorização histórica e cultural que tais elementos sempre mereceram das instituições nacionais.
d) resultado de políticas públicas que provocaram o fim dos conflitos entre os habitantes de reservas indígenas e demais agentes sociais ao seu redor, como proprietários rurais e pequenos trabalhadores.
e) natural continuidade da tendência observada desde a criação das primeiras políticas governamentais de proteção às populações indígenas, no começo do século XIX, que permitiram a reversão do anterior quadro de extermínio observado até aquele momento.
 

 resposta:[B]

A alternativa é autoexplicativa, mas justifica certos esclarecimentos. Ou seja, o declínio da população indígena brasileira, a partir do descobrimento, foi contínuo mas não uniforme, pois a mortandade de nativos pelos colonizadores variou de intensidade, de acordo com a maior ou menor ocupação do território. É interessante constatar que a questão reconhece não ser o mero crescimento vegetativo o fator dominante na reversão daquela tendência, observada nos últimos anos. Com efeito, a abertura de novas possibilidades aos cidadãos de etnia indígena (como o sistema de cotas) tem induzido muitos deles (como também ocorre com os afrodescescentes) a optar por essa identificação nos censos recentes.

Questão 50 
Oh! Aquela alegria me deu náuseas. Sentia-me ao mesmo tempo satisfeito e descontente. E eu disse: tanto melhor e tanto pior. Eu entendia que o povo comum estava tomando a justiça em suas mãos. Aprovo essa justiça, mas poderia não ser cruel? Castigos de todos os tipos, arrastamentos e esquartejamentos, tortura, a roda, o cavalete, a fogueira, verdugos proliferando por toda parte trouxeram tanto prejuízo aos nossos costumes! Nossos senhores colherão o que semearam.
Graco Babeuf, citado por R. Darnton. O beijo de Lamourette. Mídia, cultura e revolução. São Paulo:  Companhia das Letras, 1990, p. 31. Adaptado.
O texto é parte de uma carta enviada por Graco Babeuf à sua mulher, no início da Revolução Francesa de 1789.
O autor
a) discorda dos propósitos revolucionários e defende a continuidade do Antigo Regime, seus métodos e costumes políticos.
b) apoia incondicionalmente as ações dos revolucionários por acreditar que não havia outra maneira de transformar o país.
c) defende a criação de um poder judiciário, que atue junto ao rei.
d) caracteriza a violência revolucionária como uma reação aos castigos e à repressão antes existentes na França.
e) aceita os meios de tortura empregados pelos revolucionários e os considera uma novidade na história francesa. 



resposta:[D]



Até o século XVIII, o aparelho judiciário do Antigo Regime se caracterizava pela crueldade dos métodos punitivos e dos processos de execução capital, com largo emprego de tortura, ainda reconhecida legalmente. Nas monarquias governadas por déspotas esclarecidos, tais procedimentos foram abrandados ou mesmo suprimidos; na França, porém, subsistiram até as vésperas da Revolução Francesa, o que explica a justificação de Babeuf aos excessos populares de 1789 (com na destruição da Bastilha e no Grande Medo que abalou as áreas rurais em julho-agosto daquele ano).

Questão 51 
A economia das possessões coloniais portuguesas na América foi marcada por mercadorias que, uma vez exportadas para outras regiões do mundo, podiam alcançar alto valor e garantir, aos envolvidos em seu comércio, grandes lucros. Além do açúcar, explorado desde meados do século XVI, e do ouro, extraído regularmente desde fins do XVII, merecem destaque, como elementos de exportação presentes nessa economia:
a) tabaco, algodão e derivados da pecuária.
b) ferro, sal e tecidos.
c) escravos indígenas, arroz e diamantes.
d) animais exóticos, cacau e embarcações.
e) drogas do sertão, frutos do mar e cordoaria.



 resposta:[A]



Dos produtos citados, o tabaco foi o mais presente nas exportações brasileiras, tendo em vista sua importância no escambo por escravos africanos. O algodão (produzido no Maranhão desde o século XVII e depois cultivado em outras capitanias) ganhou destaque no século XVIII, em decorrência das necessidades geradas pela Revolução Industrial Inglesa. Quanto aos derivados da pecuária (couros e charque), sua relevância está relacionada com o Renascimento Agrícola de fins do século XVIII e início do XIX, quando a pauta de exportações ganhou maior diversidade.
 

Questão 52
Maldito, maldito criador! Por que eu vivo? Por que não extingui, naquele instante, a centelha de vida que você tão desumanamente me concedeu? Não sei! O desespero ainda não se apoderara de mim. Meus sentimentos eram de raiva e vingança. Quando a noite caiu, deixei meu abrigo e vagueei pelos bosques. (...) Oh! Que noite miserável passei eu! Sentia um inferno devorar-me, e desejava despedaçar as árvores, devastar e assolar tudo o que me cercava, para depois sentar-me e contemplar satisfeito a destruição. Declarei uma guerra sem quartel à espécie humana e, acima de tudo, contra aquele que me havia criado e me lançara a esta insuportável desgraça!
Mary Shelley. Frankenstein. 2ª ed. Porto Alegre: LPM, 1985.
O trecho acima, extraído de uma obra literária publicada pela primeira vez em 1818, pode ser lido corretamente como uma
a) apologia à guerra imperialista, incorporando o desenvolvimento tecnológico do período.
b) crítica à condição humana em uma sociedade industrializada e de grandes avanços científicos.
c) defesa do clericalismo em meio à crescente laicização do mundo ocidental.
d) recusa do evolucionismo, bastante em voga no período.
e) adesão a ideias e formulações humanistas de igualdade social. 



 resposta:[B]

 


A avaliação apresentada pela alternativa foi feita com base no contexto vivido pela Europa Ocidental no início do século XIX: os avanços da Revolução Industrial, pondo em questão os valores sociais tradicionais e o progresso das ciências, da Física e sobretudo da eletricidade. No caso de Frankenstein, a jovem Mary Shelley, ao escrever aquela obra romântica, inspirou-se nas descobertas de Luigi Galvani sobre a capacidade de músculos gerarem eletricidade.


Questão 53 
Durante os primeiros tempos de sua existência, o PCB prosseguiu em seu processo de diferenciação ideológica com o anarquismo, de onde provinha parte significativa de sua liderança e de sua militância. Nesse curso, foi necessário, no que se refere à questão parlamentar, também proceder a uma homogeneização de sua própria militância. Houve algumas tentativas de participação em eleições e de formulação de propostas a serem apresentadas à sociedade que se revelaram infrutíferas por questões conjunturais. A primeira vez em que isso ocorreu foi, em 1925, no município portuário paulista de Santos, onde os comunistas locais, apresentando-se pela legenda da Coligação Operária, tiveram um resultado pífio. No entanto, como todos os atos pioneiros, essa participação deixou uma importante herança: a presença na cena política brasileira dos trabalhadores e suas reivindicações. Estas, em particular, expressavam um acúmulo de anos de lutas do movimento operário brasileiro.
Dainis Karepovs. A classe operária vai ao Parlamento.  São Paulo: Alameda, 2006, p.169.
A partir do texto acima, pode-se afirmar corretamente que
a) as eleições de representantes parlamentares advindos de grupos comunistas e anarquistas foram frequentes, desde a Proclamação da República, e provocaram, inclusive, a chamada Revolução de 1930.
b) comunistas, anarquistas e outros grupos de representantes de trabalhadores eram formalmente proibidos de participar de eleições no Brasil desde a proclamação da República, cenário que só se modificaria com a Constituição de 1988.
c) as primeiras décadas do século XX representam um período de grande diversidade político-partidária no Brasil, o que favoreceu a emergência de variados grupos de esquerda, cuja excessiva divisão impediuos de obterresultados eleitorais expressivos.
d) as experiências parlamentares envolvendo operários e camponeses, no Brasil da década de 1920, resultaram em sua presença dominante no cenário político nacional, após o colapso do primeiro regime encabeçado por Getúlio Vargas.
e) as primeiras participações eleitorais de candidatos trabalhadores ganharam importância histórica, uma vez que a política partidária brasileira da chamada Primeira República era dominada por grupos oriundos de grandes elites econômicas.


 resposta:[E]

A importância do movimento operário no Brasil já era expressiva, antes que ele participasse legalmente da vida política nas citadas eleições municipais de Santos, em 1925. Haja vista as inúmeras greves realizadas, com destaque para a ocorrida em São Paulo no ano de 1917. De qualquer forma, é inegável que o surgimento do PCB (então “Partido Comunista do Brasil”) deu àquele movimento um direcionamento mais preciso e consistente.


Questão 54 
Fosse com militares ou civis, a África esteve por vários anos entregue a ditadores. Em alguns países, vigorava uma espécie de semidemocracia, com uma oposição consentida e controlada, um regime que era, em última análise, um governo autoritário. A única saída para os insatisfeitos e também para aqueles que tinham ambições de poder passou a ser a luta armada. Alguns países foram castigados por ferozes guerras civis, que, em certos casos, foram alongadas por interesses extracontinentais.
Alberto da Costa e Silva. A África explicada aos meus filhos.Rio de Janeiro: Agir, 2008, p. 139.
Entre os exemplos do alongamento dos conflitos internos nos países africanos em função de “interesses extracontinentais”, a que se refere o texto, pode-se citar a participação 
a) da Holanda e da Itália na guerra civil do Zaire, na década de 1960, motivada pelo controle sobre a mineração de cobre na região.
b) dos Estados Unidos na implantação do apartheid na África do Sul, na década de 1970, devido às tensões decorrentes do movimento pelos direitos civis.
c) da França no apoio à luta de independência na Argélia e no Marrocos, na década de 1950, motivada pelo interesse em controlar as reservas de gás natural desses países. 
d) da China na luta pela estabilização política no Sudão e na Etiópia, na década de 1960, motivada pelas necessidades do governo Mao Tse-Tung em obter fornecedores de petróleo.
e) da União Soviética e Cuba nas guerras civis de Angola e Moçambique, na década de 1970, motivada pelas rivalidades e interesses geopolíticos característicos da Guerra Fria. 



 resposta:[E]


Nas décadas de 1960 e 1970, os governos de vários Estados africanos se autoproclamaram “socialistas” e se alinharam com a URSS, o que suscitou, em alguns deles, reações armadas com respaldo de potências capitalistas. Nos casos em que a oposição contrarrevolucionária se tornou mais ameaçadora para seus interesses (Angola, Moçambique e também Etiópia), a União Soviética concedeu apoio militar àqueles governos, enviando tropas cubanas equipadas com armamento russo. Essa interferência assegurou a sobrevivência dos regimes de esquerda nos países mencionados.
 
Questão 55 
O que acontece quando a gente se vê duplicado na televisão? (...) Aprendemos não só durante os anos de formação mas também na prática a lidar com nós mesmos com esse “eu” duplo. E, mais tarde, (...) em 1974, ainda detido para averiguação na penitenciária de Colônia-Ossendorf, quando me foi atendida, sem problemas, a solicitação de um aparelho de televisão na cela, apenas durante o período da Copa do Mundo, os acontecimentos na tela me dividiram em vários sentidos. Não quando os poloneses jogaram uma partida fantástica sob uma chuva torrencial, não quando a partida contra a Austrália foi vitoriosa e houve um empate contra o Chile, aconteceu quando a Alemanha jogou contra a Alemanha. Torcer para quem? Eu ou eu torci para quem? Para que lado vibrar? Qual Alemanha venceu?
Gunter Grass. Meu século. Rio de Janeiro: Record, 2000, p. 237. Adaptado.
O trecho acima, extraído de uma obra literária, alude a um acontecimento diretamente relacionado
a) à política nazista de fomento aos esportes considerados “arianos” na Alemanha.
b) ao aumento da criminalidade na Alemanha, com o fim da Segunda Guerra Mundial.
c) à Guerra Fria e à divisão política da Alemanha em duas partes, a “ocidental” e a “oriental”.
d) ao recente aumento da população de imigrantes na Alemanha e reforço de sentimentos xenófobos.
e) ao caráter despolitizado dos esportes em um contexto de capitalismo globalizado. 



 resposta:[C]





Em 1970, o mundo vivenciava o cenário da Guerra Fria com a bipolarização entre blocos liderados pelos Estados Unidos e URSS. Esse antagonismo era particularmente sentido no continente europeu, dividido pela “Cortina de Ferro”; pode-se portanto considerar o embate futebolístico entre Alemanha Ocidental (democrática e capitalista) e a Alemanha Oriental (totalitária * e socialista) um símbolo daquela conjuntura.

* Apesar de viver sob um regime ditatorial, a Alemanha Oriental era denominada oficialmente “República Democrática Alemã”.




Questão 56 
Quando a guerra mundial de 1914-1918 se iniciou, a ciência médica tinha feito progressos tão grandes que se esperava uma conflagração sem a interferência de grandes epidemias. Isso sucedeu na frente ocidental, mas à leste o tifo precisou de apenas três meses para aparecer e se estabelecer como o principal estrategista na região (...). No momento em que a Segunda Guerra Mundial está acontecendo, em territórios em que o tifo é endêmico, o espectro de uma grande epidemia constitui ameaça constante. Enquanto estas linhas estão sendo escritas (primavera de 1942) já foram recebidas notificações de surtos locais, e pequenos, mas a doença parece continuar sob controle e muito provavelmente permanecerá assim por algum tempo. 
Henry E. Sigerist, Civilização e doença.  São Paulo: Hucitec, 2010, p. 130-132.
O correto entendimento do texto acima permite afirmar
que
a) o tifo, quando a humanidade enfrentou as duas grandes guerras mundiais do século XX, era uma ameaça porque ainda não tinha se desenvolvido a biologia microscópica, que anos depois permitiria identificar a existência da doença.
b) parte significativa da pesquisa biológica foi abandonada em prol do atendimento de demandas militares advindas dessas duas guerras, o que causou um generalizado abandono dos recursos necessários ao controle de doenças como o tifo.
c) as epidemias, nas duas guerras mundiais, não afetaram os combatentes dos países ricos, já que estes, ao contrário dos combatentes dos países pobres, encontravam-se imunizados contra doenças causadas por vírus.
d) a ameaça constante de epidemia de tifo resultava da precariedade das condições de higiene e saneamento decorrentes do enfrentamento de populações humanas submetidas a uma escala de destruição incomum promovida pelas duas guerras mundiais.
e) o tifo, principalmente na Primeira Guerra Mundial, foi utilizado como arma letal contra exércitos inimigos no leste europeu, que eram propositadamente contaminados com o vírus da doença.



 resposta:[D]


A questão enfatiza a relação entre a ocorrência do tifo e a precariedade das condições de higiene e saneamento – agravados, no caso, pelo desenrolar de conflitos bélicos em escala até então jamais vista. Resta lembrar que o texto permite depreender a existência de uma maior letalidade da doença na Primeira Guerra Mundial, dados os progressos na medicina registrados no Período Entreguerras.

3 comentários:

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  2. Obrigado, por visitar o blog Mestres da História. Forte abraço e fique com Deus.

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