PUC - RIO 2014
PROVA DISCURSIVA
HISTÓRIA
Questão nº 1
Kennedy e Khrushchev, em charge de 1962.
Disponível em <http://cmais.com.br/aloescola/historia/guerrafria/index.htm>.
Acesso em: 11 set. 2013.
Considerando a imagem:
a) identifique a causa da tensão entre as duas superpotências da época e explique suas consequências para o sistema político mundial do período;
b) cite uma ação tomada pelo governo americano ou soviético que levou à crise em Cuba em 1962.
GABARITO QUESTÃO 1
a) O candidato deverá mencionar que após a Segunda Grande Guerra a tensão entre americanos e soviéticos estava relacionada ao crescente arsenal atômico mantido pelos dois países. Como mostra a charge, americanos e soviéticos ameaçavam-se com ataques maciços de bombas de hidrogênio que poderiam ser acionadas em escala global e levariam a destruição de ambos os países. A principal consequência desse sistema seria o equilíbrio precário e sem vencedores que caracterizou o período da Guerra Fria. O candidato pode mencionar como exemplos dessa “queda de braço” diversos conflitos regionais que ocorreram no período, podem ser citados: a crise de Berlim, a Guerra da Coréia, a Guerra do Vietnã, a Independência de diversos países africanos (Angola e Moçambique, especialmente) e a própria crise dos mísseis em Cuba.
b) Por parte do governo americano podemos citar a tentativa de derrubar o governo Castro com o fracassado desembarque de oposicionistas na Baía dos Porcos ou a instalação de mísseis na Turquia e na Itália. Por parte dos soviéticos podemos citar o deslocamento de tropas para Cuba e posteriormente a construção de plataformas para lançamento de mísseis que poderiam atingir o território americano.
Questão nº 2 (valor: 3,0 pontos)
“Da figura e da atuação de Juscelino Kubitschek terá ficado, para adversários e admiradores, a imagem de seu espírito otimista e criador, iluminado por inegável tolerância política. Não deixa de seduzir o fascínio do “50 anos em 5” do presidente que ousou duvidar da eterna vocação agrícola do país e que aliou ao desenvolvimento acelerado uma experiência bem sucedida de governo democrático.”
Maria Victoria Benevides. In: Ângela de Castro Gomes. O Brasil de JK. Rio de Janeiro, Editora da FGV/CPDOC, 1991, p. 9.
a) Caracterize duas ações do governo JK relacionadas à superação do subdesenvolvimento.
b) Explique a percepção de que o governo JK foi “uma experiência bem sucedida de governo democrático”.
GABARITO QUESTÃO 2
a) As ações do governo JK relacionadas à superação do subdesenvolvimento estão relacionadas ao Plano de Metas. O desenvolvimentismo foi consolidado num conjunto de 30 objetivos a serem alcançados em cinco setores básicos da economia. Os setores que mais recursos receberam foram energia, transportes e indústrias de base. Os outros dois setores incluídos no plano eram alimentação e educação. As metas, em sua maioria, alcançaram resultados considerados positivos. O crescimento das indústrias de base, fundamentais ao processo de industrialização, foi de praticamente 100% no quinquênio 1956-1961. Como exemplos, podemos citar a criação de hidrelétricas e a produção de energia elétrica, a ampliação da produção de petróleo e da produção siderúrgica, a instalação das multinacionais da indústria automobilística, entre outros.
A construção de Brasília, não incluída no Plano, foi considerada a 31 meta, concernente ao projeto de integração nacional, através das comunicações e dos transportes.
b) Em meio às experiências de interrupção dos mandatos presidenciais durante o período democrático de 1946 a 1964, Juscelino Kubitschek foi o único presidente civil a completar o seu mandato. Getúlio Vargas suicidou, Jânio Quadros renunciou, João Goulart foi deposto. Logo a seguir, o país vivenciou 21 anos de governos militares.
A memória histórica nacional apresenta JK como um presidente tolerante e conciliador que lidava com o movimento social sem medidas repressivas, negociava com adversários políticos e anistia os golpistas militares.
Questão nº 3
Frederick Jackson Turner, em “O significado da fronteira na história americana” (1893), apresentou-nos um determinado imaginário sobre o Oeste: “Até os nossos dias, a história americana foi em grande medida a história da colonização do Grande Oeste. A existência de uma área de terras livres, sua contínua recessão e o avanço do povoamento americano em direção ao Oeste, explicam o desenvolvimento americano.”
Marco A. Pamplona. Revendo o Sonho Americano: 1890-1972. São Paulo: Ed. Atual, 1998, p. 13
Comparando as duas perspectivas - o texto e o mapa - sobre a expansão territorial no século XIX:
a) responda se o Oeste era uma região despovoada aguardando a colonização pelo homem branco e justifique sua resposta.
b) cite duas motivações econômicas que tenham levado o grande capital a investir nessa expansão territorial atraindo para lá imigrantes e habitantes das cidades do Leste.
GABARITO QUESTÃO 3
a) Todas essas terras se encontravam povoadas por inúmeras tribos indígenas: Senecas, Cherokees, Creek, Seminoles, Navajos, Sioux, Comanches, Shoshoni e Apaches são algumas das mais conhecidas por nós. Desde 1830, o Decreto de Remoção Indígena (Indian Removal Act) confinou 60 mil índios de 5 tribos consideradas civilizadas no chamado Território Indígena (atual estado de Oklahama). A partir de 1870 o governo federal deixou de reconhecer as tribos como entidades independentes e de negociar com os chefes tribais. Os índios viram-se forçados a abandonar a sua cultura e assimilar a cultura ocidental. Finalmente, o Dawes Severalty Act, de 1887, autorizou o presidente a dividir as terras das tribos indígenas, criando lotes para indivíduos indígenas somente. Também o Texas (anexado em 1845) e os territórios conquistados ao México durante a guerra (1846-48) – Califórnia, Arizona, Utah, Novo México, Oregon, Washington e Colorado – contavam com a presença de populações hispano-americanas.
b) Dentre as motivações para a ocupação dos novos territórios (criados a partir das terras conquistadas aos índios e das arrebatadas na guerra contra o México, 1846-48), encontram-se: o desenvolvimento da mineração (1848), a criação de gado , o desenvolvimento da agricultura em grande escala/em especial as plantations no Novo Sul (algodão), petróleo e a construção de ferrovias (Northern, Central e Southern Pacific) cruzando o continente. Foi muito importante para o sucesso desses investimentos a política do governo de promoção da ocupação dessas terras por meio do Homestead Act (1862): decreto do Congresso que autorizava todo chefe de família e cidadão americano acima de 21 anos reclamar até 160 acres de terras públicas no Oeste, sem qualquer custo, pagando apenas a pequena taxa do seu registro.
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