domingo, 22 de junho de 2014

Correção Unesp 2014

Confira a resolução comentada no vestibular 2014/2
2ª fase da VUNESP 
CIÊNCIAS HUMANAS
Foto: Unesp 2014/2: Baixe as provas da segunda fase do vestibular e acompanhe a correção http://abr.ai/1psnWqT

O tema da redação foi "A tolerância da sociedade brasileira à violência sexual contra mulheres".
1. Sob qualquer aspecto, este [a Revolução Industrial] foi provavelmente o mais importante acontecimento na história do mundo, pelo menos desde a invenção da agricultura e das cidades. E foi iniciado pela Grã-Bretanha. É evidente que isto não foi acidental.
(Eric Hobsbawm. A era das revoluções: 1789-1848, 1986.)

Aponte dois fatores que justifiquem a importância dada pelo texto à Revolução Industrial e indique dois motivos do pioneirismo britânico.

Resolução
Fatores que justificam a importância dada pelo texto à Revolução Industrial: grandes avanços tecnológicos, consolidação do sistema capitalista e transformações da sociedade, com a ascensão da burguesia e o surgimento do proletariado.
Motivos que justificam o pioneirismo inglês: maior acumulação primitiva de capitais durante a Idade Moderna, abundância de carvão e ferro, progressos na metalurgia, grande disponibilidade de mão de obra em consequência dos cercamentos, hegemonia marítima e controle sobre os mercados mundiais, fácil acesso à matéria-prima têxtil e maior participação da burguesia na vida política em função das Revoluções Inglesas do século XVII.

2. A transformação do Rio de Janeiro em corte real começou apenas dois meses antes da chegada do príncipe regente, quando notícias do exílio real – tão “agradáveis” quanto “chocantes”, cheias de “sustos e alegrias” – foram recebidas. Entretanto, como descobriram os residentes da cidade, os preparativos iniciais para acomodar Dom João e os exilados marcaram apenas o começo da transformação do Rio de Janeiro em corte real, pois o projeto de construir uma “nova cidade” e capital imperial perdurou por todo o reinado brasileiro do príncipe regente. Construir uma corte real significava construir uma cidade ideal; uma cidade na qual tanto a arquitetura mundana como a monumental, juntamente com as práticas sociais e culturais dos seus residentes, projetassem uma imagem inequivocamente poderosa e virtuosa da autoridade e do governo reais.
(Kirsten Schultz. Versalhes tropical, 2008. Adaptado.)


Explique o principal motivo da transferência da Corte portuguesa para o Brasil, em 1808, e indique duas mudanças importantes por que o Rio de Janeiro passou para receber e abrigar a família real.


Resolução
O principal motivo da transferência da corte portuguesa para o Brasil, em 1808: fuga da Família Real à invasão de Portugal pelas tropas napoleônicas, invasão essa provocada pela desobediência portuguesa ao Bloqueio Continental decretado por Napoleão contra a Grã-Bretanha.
Mudanças ocorridas no Rio de Janeiro para receber e abrigar a Família Real: desapropriação de residências para abrigar os recém-chegados e elevação dos impostos para atender às despesas decorrentes da transferência da corte e dos órgãos administrativos do Estado Português.




3. É particularmente no Oeste da província de São Paulo – o Oeste de 1840, não o de 1940 – que os cafezais adquirem seu caráter próprio, emancipando-se das formas de exploração agrária estereotipadas desde os tempos coloniais no modelo clássico da lavoura canavieira e do “engenho” de açúcar.
(Sérgio Buarque de Holanda. Raízes do Brasil, 1987.)

Cite duas semelhanças e duas diferenças significativas entre a exploração agrária cafeeira no Oeste paulista do século XIX e a que predominou na lavoura canavieira no Nordeste colonial.


Resolução
Duas semelhanças: latifúndio, monocultura e direcionamento para exportação.
Duas diferenças: Na lavoura canavieira, predomínio do escravismo e do transporte por meio de tração animal; na lavoura cafeeira do Oeste Paulista, predomínio da mão de obra livre e do transporte ferroviário.


4. A chamada “abertura política”, do final da década de 1970 e início da década de 1980, foi um fator importante, ao lado de outros, para o encerramento do regime militar e para a redemocratização brasileira. Caracterize essa “abertura”, citando dois exemplos de ocorrências relacionadas a ela.


Resolução
A abertura política iniciada pelo governo Geisel foi definida pelo próprio presidente como “lenta, gradual e segura”, de modo a impedir represálias contra os agentes da repressão durante o regime militar.
Exemplos de ocorrências relacionadas com a abertura: extinção do AI-5 (1979), promulgação da Lei da Anistia (1979), restabelecimento do pluripartidarismo (1980) e eleição direta para governadores (1982).


5. 

A partir das informações apresentadas e de conhecimentos geográficos, indique as áreas e as razões que levam algumas zonas do planeta a estarem sujeitas a maior incidência de terremotos e, em seguida, aponte dois motivos que explicam por que determinadas regiões do planeta possuem um maior número de mortes por milhão de habitantes em consequência dos tremores de terra.


Resolução
As áreas onde a incidência de terremotos é maior se situam nas regiões de encontro ou de separação das placas tectônicas, locais do subsolo onde grandes quantidades de energia são liberadas pela movimentação do magma do manto. Essas regiões são conhecidas como “Círculo do Fogo” e incluem um cinturão que dá a volta na Terra envolvendo a costa oeste das Américas, a costa Leste da Ásia, o Sul da Europa e o Norte da África, o Oriente Médio, o Sudeste asiático, parte da Oceania Ocidental e regiões de fraturas tectônicas no interior dos Oceanos Atlântico, Pacífico e Índico.
As regiões que apresentam maior número de mortos em função dos abalos sísmicos, causados pela movimentação tectônica (Oriente Médio, Ásia Oriental, América do Sul, Europa Oriental, Japão, Europa Ocidental, América do Norte, principalmente), são locais onde a ocorrência de terremotos é maior, possuem contingentes populacionais consideráveis, com grandes edificações, ou, no caso de regiões menos desenvolvidas, como o Oriente Médio, a América do Sul, a Ásia Oriental e a Europa Oriental, não possuem estrutura ou preparo para enfrentar tais cataclismos naturais.


6. O processo de inserção do neoliberalismo enquanto ideologia e corrente de pensamento para a condução das políticas e dos recursos públicos no território brasileiro se deu de forma lenta e gradual, num período que compreende quase três décadas.
(Mirlei Fachini Vicente Pereira e Samira Peduti Kahil. www.ub.edu.
Adaptado.)


Indique dois fundamentos da ideologia neoliberal e dê um exemplo de política ou prática neoliberal implantada no Brasil a partir dos anos 1990, apontando suas consequências à sociedade e à economia brasileiras.


Resolução
O neoliberalismo se baseia no retorno às ideias do liberalismo econômico que dominou a economia do mundo capitalista até a crise de 1929. Ele se pauta pelo retorno ao predomínio da livre iniciativa sobre o controle estatal da economia, a desregulamentação de leis que possam bloquear ou limitar o incremento do lucro (aumentando a especulação financeira), a abertura ao mercado externo e a transferência de empresas estatais para o setor privado. 
A partir do governo Collor de Melo e, notadamente, no governo de Fernando Henrique Cardoso, o Estado brasileiro passou a desburocratizar parte da economia, destacando-se nesse processo a abertura ao mercado externo, com o incremento das importações.
Essa aber tura provocou uma maior concorrência com os produtos de origem brasileira (principalmente a concorrência de produtos chineses e do leste asiático), causando o fechamento de diversas empresas nacionais (aquelas que não se modernizaram para concorrer), resultando em redução na oferta de em pregos; por outro lado, a maior concorrência forçou uma melhoria na qualidade dos produtos fabricados internamente. Outra medida adotada foi a venda de diversas empresas estatais, como a Companhia Vale do Rio do Doce (antiga CVRD, atualmente Companhia Vale), entre outras, que, com isso, desnacionalizou corporações genuinamente brasileiras. Por outro lado, essas empresas, uma vez privatizadas, dinamizaram suas administrações, reduzindo pessoal ocupado (o que resultou em desemprego). Mesmo assim, esse dinamismo passou a render maiores dividendos, aumentando sua lucratividade.


7. Examine a charge e leia o texto.



O fenômeno não é novo e nem universal e, nas duas últimas décadas, adquiriu uma escala internacional. Apesar de não serem novidade, os loteamentos murados e os condomínios fechados produziram, em função da sua escala e de sua extensão, uma nova morfologia urbana. Assemelham-se em várias cidades do mundo e têm a singularidade de ser um produto imobiliário com barreiras físicas que impedem a entrada dos não “credenciados”.
(Arlete Moysés Rodrigues. Loteamentos murados e condomínios fechados. In: Pedro de Almeida Vasconcelos et al. (orgs.). A cidade contemporânea, 2013. Adaptado.)

Indique dois fatores que contribuíram para a proliferação dos condomínios fechados e dos loteamentos murados e aponte  duas consequências resultantes da instalação desses empreendimentos imobiliários para as cidades brasileiras.

Resolução
Entre as causas do surgimento de condomínios fechados ou murados, a principal apontada pode ser a concentração de renda das classes dominantes que, no condomínio murado, pretende isolar-se dos demais segmentos da população. Ao mesmo tempo, surge o temor de expressiva parcela dessa classe de ter sua segurança ou seu patrimônio afetado por parte dos despossuídos. Também a exclusividade de serviços ou bem estar que os mais ricos desejam usufruir poderia incluir   se entre as causas do isolamento nos condo mínios.
A instalação de condomínios fechados ou murados isola os grupos sociais, o que pode levar a uma maior animosidade entre eles, resultando em violências (assaltos, invasões). A paisagem da cidade mudará: numa aglomeração urbana comum, não há muros que separem bairros, enquanto nos condomínios fechados, os muros de proteção são o principal ele mento de segregação. Além disso, os condomínios fechados
incluem sistemas de monitoramento eletrônico e segurança privada, ao contrário da vigilância policial comum das cidades.

8. Analise o gráfico.




Indique dois desafios existentes ao deslocamento de pessoas e de mercadorias na cidade de São Paulo e aponte dois fatores que ajudam a explicar a evolução da frota e da participação de motocicletas no trânsito dessa cidade brasileira.


Resolução
A cidade de São Paulo caracteriza-se pelo gigantismo de seu espaço geográfico, chegando a distâncias quilométricas entre seus diversos bairros. Um dos desafios é cobrir esse espaço com um deslocamento em tempo hábil, de forma econômica e rápida, para se chegar aos destinos dentro dos horários exigidos.
Outro desafio é que a grande população em trânsito e a ausência de uma política de transportes consistente, ao longo de décadas, levou ao uso do veículo particular individual (de alto consumo de combustível e lento) como forma de deslocamento, gerando grandes congestionamentos. A motocicleta surge como solução para esses problemas, por ser um veículo pequeno, que ocupa pouco espaço, leve, que consome menor quantidade de combustível e, por esses motivos, chega aos destinos com maior rapidez, tornando-se acessível às populações de menor renda.


9. 
Texto 1
Você quer ter boa saúde e vida longa para você e sua família? Anseia viver num mundo onde a dor, o sofrimento e a morte serão coisas do passado? Um mundo assim não é apenas um sonho. Pelo contrário, um novo mundo de justiça logo será realidade, pois esse é o propósito de Deus. Jeová levará a humanidade à perfeição por meio do sacrifício de resgate de Jesus. Os humanos fiéis viverão como Deus queria: para sempre e com saúde perfeita.
(A Sentinela, dezembro de 2013. Adaptado.)

Texto 2
Assim, tenho de contradizê-lo quando prossegue argumentando que os homens são completamente incapazes de passar sem a consolação da ilusão religiosa, que, sem ela, não poderiam suportar as dificuldades da vida e as crueldades da realidade. Sem a religião, terão de admitir para si mesmos toda a extensão de seu desamparo e insignificância na maquinaria do universo; não podem mais ser o centro da criação, o objeto de terno cuidado por parte de uma Providência beneficente. Mas não há dúvida de que o infantilismo está destinado a ser supera do. Os homens não podem permanecer crianças para sempre; têm de, por fim, sair para a “vida hostil”. Podemos chamar isso de “educação para a realidade”.
(Sigmund Freud. O futuro de uma ilusão, 1974. Adaptado.)


Comente as diferenças entre os dois textos no tocante à religião.


Resolução
O texto 1 é um texto explicitamente religioso, cujo sentido se encontra apenas na fé. O discurso religioso revela um mundo cujo futuro é seguro e perfeito para os merecedores ou os “humanos fiéis”. É evidente que uma leitura mais ampla permite perceber que o discurso religioso não é tão otimista quanto parece, uma vez que pode prometer o mais terrível destino aos chamados infiéis (que não professam esta ou aquela fé). 
O texto 2 é produto do racionalismo do século XIX, do desenvolvimento do pensamento científico e que via no fenômeno religioso apenas um lenitivo para a condição humana, marcada pela falta de sentido, pela contingência e pelo abandono, como entendia Freud, pai da psicanálise. O problema evolveu para outras concepções, as quais procuraram ver na estrutura da consciência humana uma abertura para a transcendência, como fez um dos grandes discípulos de Freud, Carl Gustav Jung.



10
Texto 1
A natureza é hierárquica; assim, uma sociedade ordenada é naturalmente dividida em estratos ou classes, de modo que a igualdade, tanto política, social como econômica, vai contra a natureza. Para Edmund Burke (1729-1797), a ideia de igualdade, esta “monstruosa ficção” apregoada pela Revolução Francesa, só serve para subverter a ordem e para “agravar e tornar mais amarga a desigualdade real que nunca pode ser eliminada e que a ordem da vida civil estabelece”.
(Francisco Weffort. Os clássicos da política, vol. 2, 2001. Adaptado.)


Texto 2
Com Stuart Mill (1806-1873), o liberalismo despe-se de seu ranço conservador, defensor do voto censitário e da cidadania restrita, para incorporar em sua agenda todo um elenco de reformas que vão desde o voto universal até a emancipação da mulher. Na obra de Mill podemos acompanhar um esforço articulado e coerente para enquadrar e responder às demandas do movimento operário inglês.
(Francisco Weffort. Os clássicos da política, vol. 2, 2001. Adaptado.)


Classifique os dois pensadores citados nos textos, de acordo com as tendências liberal democrática ou liberal conservadora, e comente as diferenças que justificam essa classificação.


Resolução
Burke era um liberal conservador, o que pode ser verificado na justificação legitimadora das desigualdades sociais, baseada na hierarquia presente na natureza. Para ele, a democracia era "capaz de expressar as mais cruéis opressões sobre a minoria." E, nesse sentido, Burke se opôs à Revolução Francesa – para ele, um edifício erguido sobre mentiras e violência.
Já John Stuart Mill era um liberal democrata, o que pode ser identificado na defesa do voto universal. Mill admitia o despotismo em sociedades atrasadas, mas com a evolução humana e social, o homem caminharia naturalmente para uma sociedade mais democrática. 


11
Texto 1
A verdade é esta: a cidade onde os que devem mandar são os menos apressados pela busca do poder é a mais bem governada e menos sujeita a revoltas, e aquela onde os chefes revelam disposições contrárias está ela mesma numa situação contrária. Certamente, no Estado bem governado só mandarão os que são verdadeiramente ricos, não de ouro, mas dessa riqueza de que o homem tem necessidade para ser feliz: uma vida virtuosa e sábia.
(Platão. A República, 2000. Adaptado.)

Texto 2
Um príncipe prudente não pode e nem deve manter a palavra dada quando isso lhe é nocivo e quando aquilo que a determinou não mais exista. Fossem os homens todos bons, esse preceito seria mau. Mas, uma vez que são pérfidos e que não a manteriam a teu respeito, também não te vejas obrigado a cumpri-la para com eles.
Nunca, aos príncipes, faltaram motivos para dissimular quebra da fé jurada.
(Maquiavel. O Príncipe, 2000. Adaptado.)

Comente as diferenças entre os dois textos no que se refere à necessidade de virtudes pessoais para o governante de um Estado.

Resolução
Platão era defensor da aristocracia, contudo não no sentido da riqueza material. Os filósofos e homens de nobreza intelectual e de caráter deveriam governar.
Maquiavel sustentou uma antropologia pessimista: o homem seria naturalmente mau. Assim, o Estado precisa ser coerente com seus fins, deixando de lado virtudes morais, como promessas, que podem corroer a boa administração pública.

12
Texto 1
Foi assim que, com Paracelso (1493-1541), nasceu e se impôs a iatroquímica. E os iatroquímicos, em certos casos, chegaram a alcançar grandes êxitos, muito embora as justificações de suas teorias, vistas com os olhos da ciência moderna, apareçam-nos hoje bastante fantasiosas.
Assim, por exemplo, com base na ideia de que o ferro é associado ao planeta vermelho Marte e a Marte, deus da guerra coberto de sangue e de ferro, administraram com sucesso sais de ferro a doentes anêmicos – e hoje conhecemos as razões científicas desse sucesso.
(Giovanni Reale e Dário Antiseri. História da filosofia, vol. 2, 1991.
Adaptado.)


Texto 2
A ciência busca compreender a realidade de maneira racional, descobrindo relações universais e necessárias entre os fenômenos, o que permite prever acontecimentos e, consequentemente, também agir sobre a natureza. Para tanto, a ciência utiliza métodos rigorosos e atinge um tipo de conhecimento sistemático, preciso e objetivo.
(Maria Lúcia de A. Aranha e Maria Helena P. Martins. Temas de
filosofia, 1992.)

Baseando-se na descrição do método científico do texto 2, explique por que as fundamentações da iatroquímica podem ser caracterizadas como fantasiosas.

Resolução
A iatroquímica, fundada por Jan Baptista van Helmont, fundamentava-se na concepção do funcionamento do organismo humano a partir de processos e reações químicas, o que introduziu compostos químicos no tratamento de doenças. Porém, as ideias da iatroquímica eram imbuídas de uma concepção sobrenatural. Van Helmont achava que os fenômenos vitais eram determinados por uma força misteriosa cha mada “arqueus”, situada na região estomacal.
Iatroquímicos e alquimistas da época realizavam experiência com mínimo rigor científico e bastante fantasiosas. Nesse sentido, o texto exemplifica a relação que se estabelecia entre mitologia (deus Marte), astronomia (o planeta Marte) e os compostos químicos (no caso, ferro).


sábado, 21 de junho de 2014

O Período Joanino e a Independência do Brasil

Roteiro de estudos: O período joanino e o processo de independência do Brasil



O PERÍODO JOANINO E A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL


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Lista de questões de História do Brasil
O Período Joanino (1808-1821) e o processo de independência do Brasil (1822)

1. (ENEM 2010) Leia o texto:

“Eu, o Príncipe Regente, faço saber aos que o presente Alvará virem: que desejando promover e adiantar a riqueza nacional, e sendo um dos mananciais dela as manufaturas e a indústria, sou servido abolir e revogar toda e qualquer proibição que haja a este respeito no Estado do Brasil”. 
(Alvará de liberdade para as indústrias (1º de Abril de 1808). In: Bonavides, P.; Amaral, R. Textos políticos da História do Brasil. Vol. 1. Brasília: Senado Federal, 2002 (adaptado).

O projeto industrializante de D. João, conforme expresso no alvará, não se concretizou.
Que características desse período explicam esse fato?
a) A ocupação de Portugal pelas tropas francesas e o fechamento das manufaturas portuguesas.  
b) A dependência portuguesa da Inglaterra e o predomínio industrial inglês sobre suas redes de comércio.  
c) A desconfiança da burguesia industrial colonial diante da chegada da família real portuguesa.  
d) O confronto entre a França e a Inglaterra e a posição dúbia assumida por Portugal no comércio internacional.  
e) O atraso industrial da colônia provocado pela perda de mercados para as indústrias portuguesas.

resposta da questão 1:[B]    
Comentário da questão: 

 A opção correta é a B, pois destaca que, a despeito da revogação feita por D. João do alvará que então proibia a construção de indústrias na América Portuguesa, a região não atingiu qualquer destaque no setor. Aspecto que corrobora esta análise é a presença maciça de produtos industrializados ingleses no mercado brasileiro neste período.


2. (FGV) A instalação da Corte portuguesa no Rio de Janeiro, em 1808, representou uma alternativa para um contexto de crise política na Metrópole e a possibilidade de implementar  as  bases  para  a formação de um  império  luso-brasileiro na  América.  Das alternativas abaixo, assinale aquela que NÃO diz respeito ao período joanino.

a) Ocupação da Guiana Francesa e da Província Cisplatina e sua incorporação ao
Império Português, como resultado da política externa agressiva adotada por D. João.
b) Abertura dos portos da Colônia às nações aliadas de Portugal, como a Inglaterra, dando início a uma fase de livre-comércio.
c) Ocorreu uma inversão da relação entre metrópole e colônia, já que a sede política do império passava do centro para a periferia.
d) Atendeu às exigências do comércio britânico, que conseguiu isenções alfandegárias.
e) Ocorreu a Revolução Pernambucana de 1817, que defendia o separatismo com o governo republicano e a manutenção da escravidão.

resposta da questão 2:[D]
Comentário da questão:
 A abertura dos portos brasileiros não foi acompanhada pelo oferecimento de isenção impostos a Inglaterra. Na verdade, os ingleses foram beneficiados com o pagamento de uma taxa preferencial, menor em relação à de outros países que poderiam comercializar com o Brasil.

3. (PUCSP) Entre os eventos que antecederam a independência política do Brasil e propuseram ou criaram condições para a autonomia, podem-se mencionar

a) as iniciativas da Coroa portuguesa no Brasil, no início do século XIX, como a permissão ao comércio internacional sem mediação da Metrópole e a criação de sistema bancário oficial.
b) as revoltas ocorridas na região das Minas Gerais, no decorrer do século XVIII, com características e projetos, em todos os casos, emancipacionistas e propositores de um Estado brasileiro autônomo.
c) as mudanças ocorridas no cenário europeu, entre o final do século XVIII e o início do XIX, com a ascensão de Napoleão ao trono francês e a conquista, por
suas tropas, de toda a Europa Ocidental e de suas possessões coloniais.
d) as ações de grupos de comerciantes da Colônia, desde o início do século XIX, desejosos de ampliar sua independência comercial e de estabelecer vínculos diretos com países do Ocidente europeu e do Extremo Oriente.
e) as vitórias, no século XVIII, das lutas pela independência nas regiões de colonização espanhola, francesa e inglesa das Américas, gerando um conjunto de impérios autônomos, possíveis parceiros comerciais para o Brasil.


Resposta da questão 3:[A]
Comentário da questão:
 Durante o Período Joanino (1808-1821), o governo português instalado no Brasil adotou diversas medidas que, mais tarde, favoreceriam a existência do Brasil como país independente. A Abertura dos Portos de 1808 (que quebrou o "exclusivo" metropolitano e praticamente pôs fim ao Pacto Colonial) e a criação do Reino Unido (1815) foram, sem dúvida, as iniciativas mais importantes. Mas a criação do Banco do Brasil (também em 1808) deve ser levada em conta.



4. (UTFPR/PR) A transferência da Corte de D. João VI para a colônia portuguesa teve apoio do governo britânico, uma vez que:
a) Portugal negociou o domínio luso na Península Ibérica com a Inglaterra, em troca de proteção estratégica e bélica na longa viagem marítima ao Brasil.
b) Em meio à crescente Revolução Industrial, os negociantes ingleses precisavam expandir seus mercados rumo às Américas, já que o europeu era insuficiente.
c) O bloqueio continental imposto por Napoleão fechou o comércio inglês com o continente europeu; a instalação do governo luso no Brasil propiciou a retomada dos negócios luso-anglicanos.
d) O exército napoleônico invadiu Portugal visando a instituir o regime democrático republicano de paz e comércio, em franca oposição ao expansionismo da monarquia britânica.
e) Os ingleses pretendiam consolidar novos mercados na América Portuguesa, tendo em vistas antigas afinidades socioculturais com os ibéricos.


resposta da questão 4:[C]

5. (UNEMAT/MT) Este ano (2008) a mídia tem tratado, através de várias matérias, das motivações e das decorrências da chegada da família real portuguesa ao Brasil, que completa duzentos anos. Em relação a este importante acontecimento histórico, assinale a alternativa incorreta.
a) A transferência da sede da monarquia portuguesa para o Brasil mudou de modo significativo a fisionomia do Rio de Janeiro, com o incremento de sua vida cultural.
b) Entre outras importantes medidas de caráter econômico, D. João VI revogou os decretos que proibiam a produção de manufaturas no Brasil.
c) Com a abertura dos portos, a França foi beneficiada, pois os seus produtos manufaturados ficaram isentos de taxas de importação.
d) Se a abertura dos portos favoreceu aos exportadores de açúcar e algodão, prejudicou os interesses de comerciantes instalados no Rio de Janeiro.
e) Com a vinda da família real portuguesa, além de artesãos qualificados, deslocaram-se para o Brasil, cientistas e viajantes estrangeiros.

resposta da questão 5:[C]

Justificativa: A abertura dos portos às nações amigas (1808) beneficiou a economia inglesa que pode colocar seus produtos no mercado brasileiro amenizando os impactos comerciais do Bloqueio Continental decretado por Napoleão, na Europa. Em 1810, ocorreu a assinatura do Tratado de Comércio e Navegação, que por sua vez concedeu o privilégio de baixas tarifas alfandegárias aos produtos ingleses (15%). 

6. (UFMT)  Em 2008, foi relembrada e comemorada uma data especialmente importante na história brasileira, os 200 anos da chegada da Família Real ao Brasil e a consequente transferência da capital do Reino para o Rio de Janeiro. A decisão de D. João VI de abandonar Portugal e vir para o Brasil deveu-se
a) ao expansionismo da Espanha que, sob o reinado de Felipe II, procurava restabelecer a União Ibérica.
b) à expansão francesa e à constituição do Império napoleônico, uma vez que Portugal havia se negado a apoiar o bloqueio continental contra a Inglaterra.
c) à tentativa das Cortes Portuguesas reunidas na cidade do Porto de estabelecerem uma monarquia constitucional em Portugal.
d) aos movimentos de independência que desde a Inconfidência Mineira haviam se multiplicado no Brasil.
e) às riquezas do Brasil que permitiriam sustentar mais facilmente o luxo excessivo da corte portuguesa.


resposta da questão 6:[B]


7. (UFES) No Brasil colonial, noções de medicina e saúde eram estudadas em Colégios da Companhia de Jesus, onde também foram incorporados conhecimentos sobre utilização terapêutica de plantas nativas. Os jesuítas tornaram-se os verdadeiros enfermeiros e médicos da Colônia, somando-se a outros agentes de cura, como físicos, cirurgiões, barbeiros e boticários. Mas as primeiras escolas médicas foram, efetivamente, criadas no Brasil, pelo Príncipe Regente D. João. Foram elas:
a) Escola de Cirurgia da Bahia e Escola Anatômica, Cirúrgica e Médica do Rio de Janeiro, ambas em 1808.
b) Escola de Saúde Joana Angélica, na Bahia, e Escola de Enfermagem Ana Neri, no Rio de Janeiro, ambas em 1810.
c) Escola de Anatomia da Bahia e Escola de Belas Artes e Anatomia, no Rio de Janeiro, ambas em 1816.
d) D) Real Academia de Cirurgia da Bahia e Academia Real de Saúde, Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, ambas em 1821.
e) Escola de Farmácia de Ouro Preto e Escola Politécnica do Rio de Janeiro, ambas em 1870.


resposta da questão 7:[A]


8. (PUC-MG) O mapa a seguir mostra a Europa Ocidental nos anos iniciais do século XIX. 

A situação assinalada resultou na vinda da Corte Portuguesa para o Brasil, em 1808. Portanto, o mapa retrata:
a) O Tratado de Comércio e Navegação, assinado entre D. João e Lord Strangford, que garantia liberdade comercial para ingleses e portugueses.
b) O Tratado de Fontainebleau, assinado por França e Espanha, que supunha a invasão de Portugal e divisão de suas colônias.
c) A Convenção Secreta, acordo entre Inglaterra e Portugal, que determinava a defesa marítima dos lusitanos pelos ingleses.
d) o Bloqueio Continental determinado por Napoleão Bonaparte, que proibia os países europeus de comercializarem com os ingleses.

resposta da questão 8:[D]
Comentário da questão:
Observando bem o mapa tem-se claro que é a Europa com destaque para a parte ocidental. Deve-se perceber uma linha em negro isolando a Inglaterra. Essa linha foi embargo proposto pela França, que na época era governada por Napoleão Bonaparte, que visava arruinar a economia britânica. Portanto a resposta correta é a LETRA D.

9. (FUVEST) Em novembro de 1807, a família real portuguesa deixou Lisboa e, em março de 1808, chegou ao Rio de Janeiro. O acontecimento pode ser visto como
a) incapacidade dos Braganças de resistirem à pressão da Espanha para impedir a anexação de Portugal.
b) ato desesperado do Príncipe Regente, pressionado pela rainha-mãe, Dona Maria I.
c) execução de um velho projeto de mudança do centro político do Império português, invocado em épocas de crise.
d) culminância de uma discussão popular sobre a neutralidade de Portugal com relação à guerra anglo-francesa.
e) exigência diplomática apresentada por Napoleão Bonaparte, então primeiro cônsul da França.



resposta da questão 9: [C]

10. (PITÁGORAS) “D. João sabia que ele e Portugal estavam numa enorme encrenca. Ou cedia a Napoleão e aderia ao Bloqueio Continental, ou aceitava a oferta dos aliados ingleses, que garantiam proteger o rei na viagem para o Brasil, levando junto a família real, a maior parte da nobreza, seus tesouros e todo aparato do Estado.
Aparentemente, era uma oferta generosa. Na prática, tratava-se de uma chantagem. Se o príncipe regente ficasse do lado de Napoleão, os ingleses não só bombardeariam Lisboa e sequestrariam a frota portuguesa, como muito provavelmente tomariam suas colônias ultramarinas, das quais o país dependia para sobreviver”.
GOMES, Laurentino.1808. São Paulo, Ed. Planeta do Brasil, 2008

O Bloqueio Continental decretado por Napoleão tinha por OBJETIVO
A) enfraquecer a Inglaterra economicamente para depois vencê-la militarmente.
B) fortalecer o comércio externo francês colocando fim ao mercantilismo.
C) enfraquecer o comércio externo português para fortalecer a economia francesa.
D) fortalecer as economias Ibéricas tornando estes países aliados da França.
E) implantar o Liberalismo Econômico nos países aliados da França.




resposta da questão 10: [A]


12. (PITÁGORAS) As pressões inglesas bem como seu apoio para a transferência da Corte portuguesa para o Brasil OBJETIVAVAM:
A) Saquear Portugal, aproveitando da ausência do governo e da insatisfação popular.
B) Apoderar-se das colônias portuguesas no além mar abandonadas à própria sorte.
C) Estabelecer relações comerciais com a colônia brasileira a partir do fim do exclusivo colonial.
D) Restabelecer o comércio das especiarias com as Índias a muito abandonado por Portugal.
E) Resgatar a economia açucareira brasileira e monopolizar seu rendoso comércio na Europa.




resposta da questão 11: [C]

12. (PITÁGORAS) Observe a charge abaixo.




(Fonte: NOVAES, Carlos Eduardo & LOBO, César. História do Brasil para principiantes. São Paulo, Ática, 1998.)

A charge SATIRIZA

A) o estabelecimento de casas comerciais inglesas no Brasil.
B) a procura de produtos ingleses pela população devido aos baixos preços.
C) o incremento do comércio de produtos brasileiros devido ao desenvolvimento industrial.
D) a entrada maciça de produtos ingleses no Brasil após a assinatura do Tratado de 1810.
E) a política protecionista adotada por D.João VI através da concessão de privilégios aos produtos portugueses.

resposta da questão 12: [D]

13. (PITÁGORAS) Com a chegada da família real o país virou o centro do império português. Ele passou a não ser uma simples colônia. Os impostos ficavam no Brasil não eram enviados à Portugal.Do ponto de vista cultural, o Brasil também saiu ganhando com algumas medidas tomadas por D. João. O rei trouxe a Missão Francesa para o Brasil, estimulando o desenvolvimento das artes e das ciências em nosso país.
Assinale a alternativa que NÃO faz parte das medidas culturais adotadas por D. João VI.
A) Criação do Jardim botânico.
B) Fundação da Biblioteca Real.
C) Fundação da Academia de Belas Artes.
D) Criação do Museu Nacional
E) Fundação da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

resposta da questão 13: [E]
A Universidade Federal do Rio de Janeiro, antiga Universidade do Brasil fora criada durante a Era Vargas (1930-1945).

14. (PITÁGORAS) Em minha passagem de bonde por várias ruas da cidade, e de carro por outras, notei desde logo a profunda diferença que ela apresenta em relação ao tempo de minha residência aqui: o seu aspecto é sem dúvida bem outro. O que, porém, mais atraiu minha atenção foi o movimento e a animação, a vida da cidade, fato inteiramente novo para mim; quando daqui retirei-me, as ruas eram pouco frequentadas, salvo nos dias de festas; as famílias só saíam a visitas, e com o chefe da casa ao lado; não havia em geral hábitos de passeios, nem por diversão ao espírito, nem por necessidade higiênica.

As Transformações urbanas ocorridas nas principais cidades brasileiras, sobretudo, no Rio de Janeiro nas primeiras décadas do século XIX, foram reflexos:

A) Da transferência da Corte para o Brasil em 1808.
B) Da vinda da missão cultural francesa ao Brasil no ano de 1816.
C) Da elevação do Brasil à categoria de Reino Unido de Portugal e Algarves.
D) Da transferência da Capital de Salvador para o Rio de Janeiro.
E) Da vinda dos imigrantes europeus para as grandes cidades brasileiras.

resposta da questão 14: [A]

15. (UNICAMP 2009) Sobre a transferência da Corte de D. João VI para o Brasil, o historiador Kenneth Maxwell afirma: Novas instituições foram criadas pela coroa portuguesa, e a maioria delas foi estabelecida no Rio de Janeiro, que, assim, assumiu um papel centralizador dentro de uma América portuguesa que antes era muito fragmentada no sentido administrativo. Houve resistência a isso, principalmente em Pernambuco, em 1817. Mas, no final, o poder central foi mantido.
(Adaptado de Kenneth Maxwell, “Para Maxwell, país não permite leituras convencionais”. Entrevista concedida a Marcos Strecker. Folha de São Paulo, 25/11/2007, Mais, p. 5.)

a) Segundo o texto, QUAIS as mudanças suscitadas pela transferência da Corte portuguesa para o Rio de Janeiro em 1808?

b) EXPLIQUE os objetivos do movimento de Pernambuco em 1817.



resposta da questão 15:
a) O estabelecimento da Corte Lusitana no Brasil, a partir de 1808, exigiu a criação de órgãos político-administrativos, como ministérios, a imprensa oficial, o Banco do Brasil, a Casa da Moeda e outros. Esse processo representou a constituição de um aparelho de Estado central que assumiu relevante papel na independência concretizada em 1822. 

b) A chamada Revolução Pernambucana de 1817 levantou os setores liberais mais radicais, entre civis e militares, com o intuito de romper o domínio colonial português e estabelecer uma república federativa no país segundo o modelo norte-americano de Estado livre vigente desde 1776.


16. (PUC-RJ) "O Rio de Janeiro é a capital do Brasil há bastante tempo, muito antes de a família real deixar Lisboa. Traçarei uma breve descrição dessa cidade a partir do que pude apurar durante a minha estada. [...] O comércio [...] progrediu muito depois que a cidade tornou-se residência real [...] Os ingleses têm aberto muitos cafés no Rio de Janeiro, uma novidade, que tenho certeza, será bem acolhida. De fato, desde março de 1808, toda a cidade vem passando por transformações e recebendo melhorias.
Conde Thomas O Neill, 1809. Apud Jean Marcel Carvalho França. "Outras visões do Rio de Janeiro Colonial - Antologia de Textos". Rio de Janeiro, José Olympio, 2000. Pp: 310-320.

A descrição do inglês Thomas O Neill destaca algumas das transformações ocorridas desde a chegada da Corte portuguesa ao Rio de Janeiro no ano de 1808.
a) Explique por que, a partir da abertura dos portos (1808), ocorreu a preponderância dos ingleses nas transações comerciais com o Brasil.



b) Cite duas transformações culturais ocorridas na cidade do Rio de Janeiro durante o Período Joanino (1808-1821).


resposta da questão 16:
a) Ao decretar a abertura dos portos brasileiros às “nações amigas” em 1808 D. João VI estava beneficiando, sobretudo, a Inglaterra, então, em plena Revolução Industrial, e o principal país que mantinha relações amigáveis com Portugal. A partir dessa data, os produtos manufaturados ingleses começaram a entrar no Brasil, sendo que a ampliação do controle do mercado colonial seria conseguida, anos mais tarde, com a assinatura do Tratado de Comércio e Navegação em fevereiro de 1810. Esse Tratado garantia à Inglaterra a taxação privilegiada de 15% de impostos sobre os seus produtos vendidos no Brasil, enquanto que as mercadorias portuguesas pagariam 16% e as dos demais países, 24%.


b) Durante a permanência da corte joanina no Brasil (1808-1821) o Rio de Janeiro passou por uma série de transformações culturais dentre as quais podemos citar:
- A criação do Jardim Botânico;
- A escola de medicina do Rio de Janeiro;
- O Teatro Real;
- A Imprensa Real;
- A Academia Real de Belas Artes,
- A Biblioteca Real.

17. (PITÁGORAS) Leia o texto a seguir.
Concebida, desde o século XVII, como solução de emergência em situações de crise, a mudança da Corte para a América voltou a ser considerada pelo anglófilo Rodrigo de Souza Coutinho às vésperas de sua demissão da pasta de secretário da Marinha e Ultramar; em 1803, mas somente entrou na pauta governamental do dia quando sucessivas ameaças da França evidenciaram, a partir de 1807, a iminência da invasão de Portugal pelas tropas napoleônicas. Convencido de que a integridade da monarquia somente estaria assegurada por meio da preservação dos domínios americanos, cujos recursos naturais e humanos superavam os do reino, D. João e a Corte partiram de Lisboa em 29 de novembro de 1807, compondo uma comitiva de 15 mil pessoas, incluindo apenas uma pequena parte da alta nobreza lusitana.
VAINFAS, Ronaldo. (ORG) Transmigração da Corte. ln Dicionário do Brasil colonial. Rio de Janeiro: Objetiva. 2000. p. 557.
Marque a alternativa que corresponde a um fator determinante para a transferência da Corte portuguesa para o Brasil e que tenha sido evidenciado pelo texto acima.

A) A necessidade de impedir a prática do contrabando e da corrupção, presentes no Brasil desde o início da colonização.
B) A necessidade de melhorar e modernizar as estruturas políticas e econômicas do Brasil para evitar o surgimento de movimentos emancipacionista.
C) A não-adesão de Portugal à política napoleônica que resultou na invasão do país por tropas francesas.
D) A aliança com a Inglaterra como forma de evitar o êxito dos planos de Napoleão Bonaparte na Europa e nas Américas.



resposta da questão 17: [C]

(PITÁGORAS) Responder às questões 18 e 19 a partir dos dados da tabela abaixo.
 

18. EXPLIQUE porque até o ano 1808 não temos a entrada de navios estrangeiros no Brasil.


resposta da questão 18:
Até 1808, a colônia brasileira não podia receber navios ou produtos que não fossem de Portugal, pois aqui funcionava o Pacto Colonial e o exclusivo metropolitano que proibia o Brasil de estabelecer relações comerciais com outros países além de Portugal.

19. DETERMINE e EXPLIQUE o fato histórico que colaborou para entrada de navios estrangeiros no Brasil a partir de 1808.


resposta da questão 19:
A Abertura dos portos brasileiro às nações amigas (1808) que estabeleceu o fim do monopólio comercial português no Brasil, dando início ao livre comércio.

20. (PITÁGORAS) As constantes denúncias de que uma rebelião estava sendo tramada levaram o governador de Pernambuco a ordenar a prisão de alguns membros da Maçonaria. Esse fato precipitou a ação dos revoltosos. Em março de 1817, começou a revolta. Os líderes prenderam o governador e instalaram um governo provisório revolucionário.
A respeito da Revolução Pernambucana, considera-se como VERDADEIRA a seguinte afirmação:
A) O movimento foi motivado pela insatisfação dos pernambucanos devido à crise econômica e aos altos impostos instituídos por D. João VI.
D) O movimento foi apoiado pelas elites mineiras, insatisfeitas com a decadência da mineração e cobranças de abusivos impostos.
C) Os pernambucanos defendiam a adoção de uma monarquia centralizada como forma de moralizar a administração pública e contornar a crise econômica.
D) Os revolucionários exigiam o retorno imediato de D. João VI a Portugal e a anulação do Tratado de 1810 com a Inglaterra.


resposta da questão 20: [A]


21. (PITÁGORAS) Essa situação, estimulada pela Revolução Liberal na vizinha Espanha, levou à convocação das cortes em Lisboa, em 1820. Imediatamente, os líderes do movimento formaram um governo provisório que convocou uma Assembléia Constituinte (as Cortes Gerais) para a elaboração de uma constituição para o reino. Se a nova Constituição assumia uma atitude liberal em Portugal, o mesmo não acontecia em relação ao Brasil, pois as medidas das Cortes de Lisboa buscavam anular todas as medidas liberais adotadas pelo príncipe regente, a partir de 1808.  
ANASTASIA, Carla Maria Junho. Coleção Pitágoras , 1ª série , História Ensino Médio

Analisando o texto, podemos CONCLUIR que a Revolução do Porto objetivava:
A) O retorno da Corte e o restabelecimento do absolutismo português.
B) A recolonização do Brasil e o restabelecimento do Pacto Colonial.
C) O rompimento das relações diplomáticas e comerciais com a Inglaterra.
D) O restabelecimento das relações diplomáticas e comerciais com a Espanha.
E) O fim do colonialismo português na América e a defesa do liberalismo político.




resposta da questão 21: [B]

22. (PITÁGORAS) Leia os texto abaixo.
Texto 1
“A situação da Europa, na passagem do século XVIII para o XIX, era crítica. Napoleão Bonaparte havia chegado ao poder da França e adotava uma política expansionista no continente europeu. Sua política entrou em choque com a Inglaterra, que até então exercia um papel dominante na Europa Ocidental. França e Inglaterra disputavam o controle dos países do continente europeu. (...) Napoleão visando enfraquecer a Inglaterra, decretou o Bloqueio continental, que proibia aos países do continente europeu comercializarem com a Inglaterra.”
Texto 2
"Não corram tanto! Vão pensar que estamos fugindo!'
(Frase atribuída a D. Maria I, a Louca, quando a família real portuguesa se retirava de Lisboa para o Brasil, em 1807. "Nossa História". Rio de Janeiro, a. 1, n. 2, dez. 2003)

ESTABELEÇA a relação entre o texto 1 e o texto 2.

resposta da questão 22:
A decretação do Bloqueio Continental, a invasão francesa em Portugal e a fuga da família real portuguesa para o Brasil.


23. (Uerj 2010) O enriquecimento da vida cultural do Rio de Janeiro, e até mesmo do país, após 1808, decorreu, sobretudo, das necessidades da elite dominante. No ambiente acanhado da sociedade americana, a novidade dos procedimentos característicos do círculo real exerceram extraordinário fascínio, produzindo um poderoso efeito “civilizador” em relação à cidade. Em contrapartida, a Coroa não deixou de adotar também medidas de controle mais eficientes. Após a tormenta da Revolução Francesa e ainda vivendo o turbilhão do período napoleônico, era o medo dos princípios difundidos pelo século das Luzes, especialmente as “perniciosas” ideias francesas, que ditava essas cautelas.
LÚCIA M. P. DAS NEVES E HUMBERTO F. MACHADO Adaptado de O império do Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.

O texto aborda um duplo movimento provocado pela presença da Corte portuguesa no Brasil: o estímulo às atividades culturais na colônia e, ao mesmo tempo, o controle conservador sobre essas atividades.
Indique duas ações da Coroa que enriqueceram a vida cultural da cidade do Rio de Janeiro.
Explique, ainda, como o Estado português exercia controle sobre as atividades culturais.



resposta da questão 23:
Órgãos do Estado português, agora sediados no Brasil, exerciam a função de fiscalizar e censurar todos os impressos, inclusive os importados, que aqui fossem publicados sob a justificativa de cuidar da moral, da religião e dos bons costumes.
Duas das ações:
• criação da Imprensa Régia
• contratação da Missão Artística Francesa
• fundação do futuro Jardim Botânico (Real Horto)
• fundação da futura Biblioteca Nacional (Real Biblioteca)
• publicação de jornais, periódicos e obras de caráter científico com o aval da Imprensa Régia.


24. (Unesp) Em março de 1808, a corte portuguesa desembarcou na cidade do Rio de Janeiro, que se tornou a capital do império português.
a) Por que a família real teve que abandonar Portugal?
b) Cite duas conseqüências, de ordem cultural, decorrentes da presença dos Bragança no Rio de Janeiro.

resposta da questão 24:
a) A vinda da família real ocorreu a partir do contexto internacional com a invasão das tropas napoleônicas a Portugal. Para não se submeter aos invasores franceses, a Corte foi transferida para o Brasil.

b) A Coroa portuguesa efetivou uma série de transformações culturais que foram desde a instalação da Imprensa Régia, a fundação de cursos superiores de Medicina e de escolas de formação de oficiais militares, a criação do Jardim Botânico e da Biblioteca Real, e a vinda da missão artística francesa, a partir de 1816, dentre outras.





25. (PUC RJ 2008) A imagem a seguir, do pintor Jean Baptiste Debret, intitulada "Um funcionário do governo sai a passeio com a família", constitui um registro do cotidiano daqueles que habitavam o Rio de Janeiro no tempo do governo joanino (1808-1821). 



A partir da observação da gravura e de seus conhecimentos sobre o período: 

a) APRESENTE dois elementos que identificam a posição dos diferentes grupos sociais na hierarquia da sociedade da época. JUSTIFIQUE.   



b) EXPLIQUE por que durante o governo de D. João VI o Rio de Janeiro passou a ser identificado como "nova Lisboa".   


resposta da questão 25: 

 a) O pai (branco) à frente dos demais membros da família simboliza a autoridade e o poder dos homens sobre as mulheres na sociedade da época. O lugar ocupado pela dona de casa (branca) na fila, atrás dos filhos - fossem esses meninos ou meninas - e à frente dos escravos, evidencia, respectivamente, seu papel de mãe dos filhos do marido e de administradora de um lar extenso. A mulher branca exercia, portanto, o domínio sobre os escravos e as escravas no espaço da casa. As redes de poder e hierarquia envolvendo a própria comunidade negra também são perceptíveis na imagem: os escravos(as) que aparecem com melhores vestimentas provavelmente desfrutavam uma posição vantajosa em relação aos seus pares na hierarquia social. Os pés descalços marcam a condição de escravo, diferenciando-os dos libertos e dos livres. 

b) O governo de D. João VI proporcionou uma série de melhorias na cidade do Rio de Janeiro e beneficiou os grandes proprietários e comerciantes das capitanias do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais que, por estarem próximos da Corte, desfrutavam de privilégios, proteção e prestígio social. A política joanina gerou um aumento significativo dos impostos para a manutenção da Corte na cidade do Rio de Janeiro, que passou a ser identificada como "nova Lisboa", sobretudo por aqueles que habitavam as demais regiões do Brasil. Comentava-se que o Rio de Janeiro passara a sediar grupos que defendiam os interesses "portugueses" oprimindo os "brasileiros" do restante do país. Sendo assim, o domínio político da colônia passara de Lisboa para o Rio de Janeiro. A Revolução Pernambucana de 1817 constitui um exemplo de tal insatisfação.