terça-feira, 31 de maio de 2011

Confira uma importante dica de estudos em História

Dicas de estudos com o Prof. Marquinhos de história da Oficina do Estudante de Campinas - SP

Oficina do Estudante, o cursinho que mais aprova nos vestibulares da UNICAMP, FUVEST, UNESP, UFSCAR E UNIFESP.

sábado, 21 de maio de 2011

Confira a correção das avaliações de História do Brasil P2 do segundo bimestre

PRIMEIRO ANO – HISTÓRIA DO BRASIL

1. (PITÁGORAS) A dinâmica colonial foi criando interesses especificamente locais que passaram a se chocar com as políticas adotadas por Portugal no Brasil. Em virtude desses choques constantes, a colônia foi palco de um número significativo de movimentos de rebeldia, por meio dos quais a população exteriorizava o seu descontentamento com as políticas metropolitanas.

Relacione esses movimentos às suas características. Em seguida assinale a alternativa que represente a
sequência CORRETA.

1- Revolta de Beckman
2 - Guerra dos Mascates
3 - Guerra dos Emboabas
4 - Revolta de Filipe dos Santos


( ) Ocorreu em Pernambuco, em 1710, quando Portugal elevou Recife à categoria de vila, que passou a ter sua própria Câmara Municipal, independente de Olinda.
( ) Em 1684, no Maranhão, os colonos se revoltaram contra os jesuítas que proibiam a escravização do índio.
( ) Os mineradores protestavam contra a quantidade de impostos cobrados pelas autoridades portuguesas e a instalação das casas de fundição na região.
( ) Os habitantes da região mineradora estavam insatisfeitos com os paulistas que pretendiam ter o monopólio da extração do ouro.

A alternativa CORRETA é

a) 1, 2, 4, 3
b) 2 , 1, 4, 3
c) 4, 3, 1, 2
d) 3, 4 , 2, 1
e) 4, 3, 2 , 1
resposta: [B]


2. (PITÁGORAS)




DEBRET, Jean-Baptiste. O pelourinho.


Era o pesadelo dos escravos no Brasil. Tratava-se de uma coluna de pedra ou de madeira, erguida em praça pública, na qual os negros que cometiam infrações eram presos e açoitados. Os primeiros exemplares foram construídos em 1558. Com o escravo amarrado ao poste, o homem do açoite, chibata na mão, aplicava a pena. O sangue escorria das costas e dos membros do condenado. Para abafar seus gritos, tambores rufavam, atraindo a atenção dos passantes. Muitos não resistiam e morriam ali. O Largo do Pelourinho, em Salvador, tem esse nome porque, no século XIX, era um local de tortura.

DETERMINE as formas de resistência do negro africano frente à violência da escravidão.

resposta: A escravidão nunca foi aceita pelos negros africanos e estes reagiram a esta prática de diversas formas: através do banzo, infanticídio, suicídio, assassinato dos senhores e feitores e através das fugas para os quilombos.



3. (PITÁGORAS) Leia a afirmação:
“No século XVIII, a área mineradora foi, sem dúvida, palco privilegiado de manifestações contrárias à política da Coroa Portuguesa e de seus agentes.”
Todas as alternativas apresentam explicações coerentes com a afirmação, EXCETO:
a) “Um aspecto que marcou a região ao longo dos Setecentos foi a violência. Ali agiam bandos armados e malfeitores, nas estradas e vilas, tornando imprevisível a ordem social nas Minas.”
b) “A cobrança excessiva de impostos pela Coroa Portuguesa gerou a desobediência, o contrabando e, muitas vezes, as revoltas pautadas na noção do direito de conquista, algumas de cunho fiscal e outras de enfrentamento explícito às autoridades.”
c) “O fato de que, com a descoberta do ouro e dos diamantes, vieram para Minas pessoas desclassificadas, por princípio interessadas numa atitude marginal, o que fez com que a região não apresentasse moradores bem estabelecidos ou cumpridores da lei.”
d) “A vida na região era precária devido ao seu generalizado desabastecimento. E, com isso, os ânimos pessoais se exaltavam, canalizando para as autoridades os descontentamentos sob a forma de sedições, motins ou, simplesmente, protestos mais violentos.”
e) “A incerteza característica da atividade mineradora fazia com que, por diversas vezes, os moradores da região vivenciassem períodos de desabastecimento e carestia, o que estimulava uma reação quase imediata contra a carga tributária imposta pela Coroa lusa.”

resposta: [C]

4. (PITÁGORAS) Leia o trecho:

"E se o castigo for frequente e excessivo, ou se irão embora, fugindo para o mato, ou se matarão por si, como costumam, tomando a respiração ou enforcando-se, ou procurarão tirar a vida aos que lhe dão tão má, recorrendo se for necessário a artes diabólicas, ou clamarão de tal sorte a Deus, que os ouvirá e fará aos senhores o que já fez aos egípcios, quando avexavam com extraordinário trabalho aos hebreus, mandando as pragas terríveis contra suas fazendas e filhos."
Padre Antonil, CULTURA E OPULÊNCIA DO BRASIL,1710

a) IDENTIFIQUE as formas de resistência dos negros à escravidão citadas por Antonil.

resposta: As formas de resistência à escravidão mencionadas no fragmento são fugas, formação de quilombos, suicídio, assassinatos de feitores e senhores, além de práticas de feitiçaria.


b) EXPLIQUE o argumento utilizado por Antonil para convencer os senhores a não se excederem nos castigos.

resposta: A prática de feitiçaria feita pelos negros ou ainda os castigos divinos, que poderiam acarretar em pragas contra suas fazendas e seus filhos.




5. (ENEM) Na América inglesa, não houve nenhum processo sistemático de catequese e de conversão dos índios ao cristianismo, apesar de algumas iniciativas nesse sentido. Brancos e índios confrontaram-se muitas vezes e mantiveram-se separados. Na América portuguesa, a catequese dos índios começou com o próprio processo de colonização, e a mestiçagem teve dimensões significativas. Tanto na América Inglesa quanto na portuguesa, as populações indígenas foram muito sacrificadas. Os índios não tinham defesa contra as doenças trazidas pelos brancos, foram derrotados pelas armas de fogo destes últimos e, muitas vezes, escravizados.
No processo de colonização das Américas, as populações indígenas da América portuguesa

a) foram submetidas a um processo de doutrinação religiosa que não ocorreu com os indígenas da América inglesa.
b) mantiveram sua cultura tão intacta quanto a dos indígenas da América inglesa.
c) passaram pelo processo de mestiçagem, que ocorreu amplamente com os indígenas da América inglesa.
d) diferenciaram-se dos indígenas da América inglesa por terem suas terras devolvidas.
e) resistiram como os indígenas da América inglesa, às doenças trazidas pelos brancos.

resposta: [A]


Questão desafio


(PITÁGORAS) Observe o quadro:





a) EXPLIQUE como os dados apresentados contrariam as ideias geralmente veiculadas sobre o enriquecimento nas Minas do século XVIII.
resposta: Os dados contrariam a historiografia tradicional na medida em que mostram a importância dos homens de negócios (comerciantes) e roceiros na representatividade da Câmara Municipal.

b) Tomando os dados como base, EXPLIQUE o funcionamento da sociedade da mineração no mesmo período.
resposta: Os dados mostram uma sociedade diversificada, cujos homens mais ricos não estavam apenas engajados na atividade mineradora, demonstrando, ainda, a possibilidade de ascensão social. Diversificada / Presença de camadas médias / Urbana.


SEGUNDO ANO – HISTÓRIA DO BRASIL

1. (CNDL) Leia o texto a seguir
“As casas do Rio de Janeiro, construídas em terreno úmido, não têm fossas. Todos os detritos domésticos são atirados de qualquer maneira em barris que de noite os escravos despejam no mar. Dá para adivinhar a natureza das emanações que exalam destes barris durante o dia, em meio aos terríveis calores que reinam no lugar. Por volta das seis, uma interminável procissão desemboca de todas as ruas e dirige-se para a praia. È o Rio de Janeiro começando o seu tratamento de limpeza, que entretanto não consegue livra-lo inteiramente das infecções que enchem as casas. Esses negros carregando o barril tradicional que os franceses chamam ‘barrete’ são como o símbolo da cidade.”

EXPILLY, Charles. Citado por MAURO, Fréderic. O Brasil no tempo de Dom Pedro II. São Paulo: Campanha das Letras, 1991. p.15.




Desenho da revista carioca. A Semana Ilustrada, 1861. Escravos despejando detritos domésticos no cais do centro do Rio de Janeiro.

Explique por que, no período ilustrado no texto, não era possível a construção de fossas sanitárias no Rio de Janeiro e apresente a solução encontrada pela elite da cidade para a eliminação dos detritos domésticos.

resposta: De acordo com o texto não era possível contruir fossas sanitárias na cidade do Rio de Janeiro no período retratado no fragmento em decorrência dessas casas serem edificadas em terrenos úmidos. Os detritos domésticos eram acumulados em barris que posteriormente eram atirados no mar pelos escravos, vulgarmente conhecidos como tigres.


2. (PITÁGORAS) Leia o trecho:
“O Brasil colônia (e Império) foi uma sociedade escravista não meramente devido ao óbvio fato de sua força de trabalho ser predominantemente cativa, mas principalmente devido às distinções jurídicas entre escravos e livres, aos princípios hierárquicos baseados na escravidão e na raça, às atitudes senhoriais dos proprietários e à deferência dos socialmente inferiores. Através da difusão desses ideais, o escravismo criou os fatos fundamentais da vida brasileira. (...)”
S. Schwartz, 1988. (Adaptado)

ASSINALE, dentre as gravuras abaixo, aquela que NÃO É COMPATÍVEL com as informações do trecho:


a)


b)



c)


d)



e)

resposta: [D]



3. (UNIFESP-2009) Tudo compreendeu o meu bom Pancrácio; daí para cá, tenho-lhe despedido alguns pontapés, um ou outro puxão de orelhas, e chamo-lhe besta quando lhe não chamo filho do diabo; cousas todas que ele recebe humildemente, e (Deus me perdoe!) creio que até alegre.
(Machado de Assis. “Bons dias!”, in Obra completa, vol. III. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986.)


O fragmento é de uma crônica de 19 de maio de 1888, que conta o caso, fictício, de um escravista que se converteu à causa abolicionista poucos dias antes da Lei Áurea e agora se gabava de ter alforriado Pancrácio, seu escravo. O ex-proprietário explica que Pancrácio, além de continuar a apanhar, recebe um salário pequeno. Podemos interpretar tal crônica machadiana como uma representação da:

a) ampla difusão dos ideais abolicionistas no Segundo Império, que apenas formalizou, com a Lei Áurea, o fim do trabalho escravo no Brasil.
b) aceitação rápida e fácil pelos proprietários de escravos das novas relações de trabalho e da necessidade de erradicar qualquer preconceito racial e social.
c) mudança abrupta provocada pela abolição da escravidão, que trouxe sérios prejuízos para os antigos proprietários e para a produção agrícola.
d) falta de consciência dos escravos para a necessidade de lutar por direitos sociais e pela recuperação de sua identidade africana.
e) persistência da mentalidade escravista, que reproduzia as relações entre senhor e escravo, mesmo após a proclamação da Lei Áurea.

resposta: [E]


4. (UFV-2006) Segundo Renato Ortiz, em meados do século XIX, o movimento romântico brasileiro tentou construir um modelo de "ser nacional", porém faltavam àqueles escritores condições sociais que lhes possibilitassem discutir de forma mais abrangente a problemática proposta.
(ORTIZ, Renato. Cultura brasileira & identidade nacional. 5. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994. p. 37.)

Com base nessa interpretação e nos conhecimentos sobre a sociedade brasileira do século XIX, assinale a afirmativa CORRETA:

a) Os escritores românticos brasileiros fundiam o índio idealizado com o branco de origem europeia, descartando o negro, na tentativa de aproximar o país do padrão europeu de civilização.
b) A pressão exercida pelos abolicionistas contra a escravização de índios e negros fez com que a sociedade brasileira se caracterizasse, desde o período colonial, pela ausência de desigualdades étnicas.
c) A existência de um amplo público leitor no Brasil do século XIX permitiu que os literatos estabelecessem em suas obras uma crítica contundente à dominação exercida pelas elites agrárias.
d) A construção da identidade nacional era uma questão superada em meados do século XIX, uma vez que a colonização portuguesa não criara obstáculos ao desenvolvimento do sentimento de brasilidade.
e) A economia brasileira se caracterizou, desde o período colonial, pela dependência em relação ao mercado europeu, mas em termos artísticos e culturais o país sempre preservou sua soberania.

resposta: [A]

5. (PITÁGORAS) Analise o trecho:
“Mas o que é, no Brasil de meados do século XIX, o pitoresco e o genérico? Já se observou que a imagem que os brasileiros dão do país e a que os viajantes estrangeiros descrevem sempre foram radicalmente diversas. Ao excesso de exotismo procurado pelos estrangeiros, e que os faz insistir no aspecto africano da cidade baixa de Salvador ou na nudez das lavadeiras do Rio de Janeiro, se opõe nos brasileiros essa cegueira seletiva que passa, sob discreto silêncio, a onipresença do escravo.”

CUNHA, Manuela Carneiro da. Olhar escravo, ser olhado. In: CHRISTIANO JR. Escravos Brasileiros. São Paulo: Ex Libris, p.24.

De acordo com o texto, o Brasil do século XIX
a) era um país exótico, cuja diversidade étnica e cultural era reverenciada tanto por nativos e estrangeiros.
b) chocava a todos os que o visitavam por sua negritude, já que a escravidão era tida como inconcebível nas grandes metrópoles europeias.
c) mantinha uma estrutura social definida por critérios raciais, o que era combatido pelos visitantes estrangeiros.
d) apresentava pouco desenvolvimento econômico e, por conseguinte, muita pobreza, o que repelia a presença de estrangeiros.
e) originava visões distintas e opostas, já que os estrangeiros consideravam a escravidão algo pitoresco e os brasileiros fingiam ignorá-la.

resposta: [E]


Questão desafio

(CNDL) “A chegada da Corte portuguesa ao Brasil foi responsável por várias mudanças econômicas e políticas, mas gerou, também, situações complicadas para os habitantes da cidade do Rio de Janeiro”.
Fonte: http://mestresdahistoria.blogspot.com/ acesso em 13/05/2011.

a) Por que a cidade do Rio de Janeiro não estava preparada para receber a Corte Portuguesa, em 1808?

resposta: O Rio de Janeiro naquela época era ainda um centro urbano com características coloniais, assim como a maioria das cidades brasileiras, com ruelas estreitas, frequentadas por negros de ganho, muita sujeira e pouco conforto para os que para lá se dirigiam e para os que lá viviam.

b) Quais as mudanças mais marcantes puderam ser observadas na região Sudeste no período entre 1808-1889?

resposta: A presença da Corte contribuiu para a difusão de hábitos mais sofisticados entre os da elite da cidade, ainda que esses novos hábitos convivessem com a pobreza, a desordem e a crimanilidade. As cidades cresceram e se modernizaram, os progressos urbanos se avolumaram, tais como os bondes, iluminação à gás, praças, chafarizes, hotéis, teatros, bibliotecas, confeitarias, lojas em estilo parisiense, etc.

c) Em que medida a estrutura populacional se tornava mais complexa no Brasil ao longo do período imperial brasileiro (1822-1889)?


resposta: Nas cidades a população se diversificava: negros libertos, homens livres pobres, imigrantes, proprietários rurais e empresários de ramos variados.


TERCEIRO ANO – HISTÓRIA DO BRASIL
1. (FUVEST)
Canção 1
Suba ao trono o jovem Pedro
Exulte toda a Nação;
Os heróis, os pais da Pátria
Aprovaram com união.


Canção 2
Por subir Pedrinho ao trono,
Não fique o povo contente;
Não pode ser coisa boa
Servindo com a mesma gente.

Quadrinhas populares cantadas nas ruas do Rio de Janeiro em 1840.
Compare as quadrinhas populares e responda:

a) Por que D. Pedro II tornou-se imperador, antes dos dezoito anos, como previa a Constituição?
resposta:Por meio de uma ampla campanha, os liberais – que estavam fora do poder – conseguiram a antecipação da maioridade de D. Pedro II, com a finalidade de antecipar sua coroação, sob o argumento de que somente dessa maneira seria possível retomar a ordem nacional ameaçada pelas rebeliões regenciais. Esta antecipação contrária ao que previa a Constituição de 1824, possibilitou o retorno dos liberais ao poder e ficou conhecida como Golpe da Maioridade de 1840, e deu início ao Segundo Reinado que perdurou até 1889.


b) Quais as diferentes posições políticas expressas nas duas canções populares?

resposta: A primeira quadrinha aprova a antecipação da maioridade de D. Pedro II, vendo-o praticamente como herói ou salvador da Pátria, responsável pela manutenção da união do país. Por outro lado, a segunda quadrinha aponta outro aspecto da posse: a continuidade dos mesmos grupos dominantes no poder. De fato, tanto liberais, quanto conservadores, pertenciam a elite de grandes latifundiários e grandes comerciantes, os quais queriam apenas garantir seus próprios interesses em detrimento dos anseios do povo.


2. (PITÁGORAS) O Segundo Reinado foi marcado por um conjunto de reformas políticas que pareciam dialogar com os diferentes grupos que controlavam os quadros políticos do Brasil naquela época. Esse comportamento político da época é geralmente justificado pelas conturbações experimentadas durante o Período Regencial, tempo em que diversos conflitos regionais se espalharam pelo país em oposição às decisões tomadas pelo governo central.


Analisando o texto e o fluxograma, podemos INFERIR que o sistema de governo adotado no Brasil em 1847 foi o
a) Presidencialismo.
b) Parlamentarismo.
c) Socialismo.
d) Anarquismo.
e) Capitalismo.


resposta: [B]


3. (PITÁGORAS) Ao analisar-se a imigração europeia para o Brasil, na segunda metade do século XIX, é necessário distinguir as motivações de ambos os grupos nela envolvidos: brasileiros e estrangeiros.

EXPLIQUE DUAS razões pelas quais:

a) tornou-se necessária a busca de mão-de-obra livre no exterior para a elite brasileira do período.

resposta: O fim da entrada de novos escravos africanos, com a Lei Euzébio de Queirós, e a constante expansão cafeeira


b) a emigração para o Brasil constituiu-se numa possível mudança de vida para italianos e alemães.
resposta: As consequências dos processos de Unificação e industrialização na Itália e na Alemanha, os quais deixaram muitos pequenos proprietários rurais desprovidos de terras e o crescimento do desemprego nas cidades, em razão das inovações tecnológicas.



4. (PITÁGORAS)
(...) Solano é o diabo
que atrapalha o inglês
que está em nossa casa
no lugar do português.

Solano já não compra
E agora quer vender
Quer tomar da Inglaterra
O mercado e o poder.

A guerra estendeu seu manto
De sangue na terra bruta
E, como sempre, quem vence
Não é quem está na luta

Milton Nascimento e Fernando Brant


a) IDENTIFIQUE o acontecimento mencionado pelo trecho de música.


resposta: A Guerra do Paraguai (1865-1870)

b) CONTRAPONHA as causas de tal acontecimento citadas no trecho àquelas apresentadas pela historiografia atual.


resposta: Enquanto o trecho ainda apresenta como motivações para o conflito o improvável conflito de interesses entre um Paraguai desenvolvido e independente do capital estrangeiro e uma Inglaterra ávida em submetê-lo ao seu imperialismo, a historiografia atual demonstra que o conflito foi movido por questões geopolíticas na região, em especial a garantia da livre-navegação na Bacia do Prata.


5. (PITÁGORAS) Analise a gravura, que reproduz uma etiqueta para tecidos, criada em 1888, pela empresa Samuel, Irmãos e Cia.

(Fonte: A construção do Brasil. Número especial da revista Nossa História. São Paulo, 2006)
Com ela, tanto o artista quanto a empresa objetivavam homenagear a Lei Áurea, então recém-editada, sob uma visão

a) racista, já que deixa bem clara a supremacia do branco – bem-vestido e calçado – sobre o negro, ainda descalço, porém agora liberto.
b) realista, pois o 13 de maio aproximou os ex-escravos da população branca, já que ambos passaram a ser tratados da mesma forma.
c) ultrapassada, já que os laços de amizade entre brancos e negros, mesmo escravos, já existiam desde meados do século XIX.
d) utópica, buscando retratar uma igualdade e aproximação entre brancos e ex-escravos que, na realidade, relegada a último plano.
e) progressista, na medida em que expõe a idéia de que o recém liberto passará a constituir-se em mercado consumidor de tecidos.
resposta: [D]



Questão desafio
(UFRJ) Ficou célebre uma frase atribuída ao político pernambucano Holanda Cavalcanti : - " Nada se assemelha mais a um saquarema que um Luzia no poder. Saquarema , nos primeiros anos do Segundo reinado , era o apelido dos conservadores [...] Luzia era o apelido dos liberais [...] A idéia de indiferenciação dos partidos parecia também confirmar-se pelo fato de ser frequente a passagem de políticos de um campo para o outro "
O texto dá conta de algumas das características das correntes políticas que predominavam no Segundo Reinado (1840-1889).

a) Identifique um aspecto comum e outro divergente entre as correntes políticas mencionadas no texto.

resposta: Aspectos comuns: do ponto de vista ideológico, não apresentavam diferenças significativas; visavam assegurar a posse do poder e com ele o acesso a prestígio e benefícios; apresentavam identidade de interesses quanto à preservação da grande propriedade fundiária e do regime de
trabalho escravo; utilizavam-se dos mesmos recursos políticos como a concessão de favores aos simpatizantes e o emprego da violência aos indecisos e adversários; defendiam a ordem, a estabilidade política, a unidade territorial e o pleno apoio ao Imperador como autoridade máxima do governo central.

Divergentes: A defesa predominante entre os liberais do fortalecimento do poder da Câmara dos Deputados;
A defesa predominante entre os conservadores de uma política tarifária favorável
a baixas taxas de importação; a defesa predominante entre os conservadores das restrições às liberdades e ao exercício da cidadania.


b) Explique uma diferença entre a experiência parlamentarista brasileira do Segundo Reinado e o modelo liberal inglês da mesma época.

resposta: Diferenças: O Imperador brasileiro indicava o Presidente do Conselho de Ministros (nosso equivalente ao Primeiro Ministro), ao contrário do caso inglês em que o Chefe de Governo era escolhido pelo Parlamento.
O Imperador poderia dissolver a Câmara de Deputados e convocar novas eleições, caso esta não apoiasse o gabinete de preferência do Chefe de Estado (o Parlamentarismo inglês não previa esses poderes para a Monarquia inglesa); de outro modo, o candidato poderá explicar que, sobretudo, o que distinguiu a experiência brasileira do Parlamentarismo inglês foram as atribuições conferidas ao Imperador brasileiro por meio do Poder Moderador.

Confira abaixo um resumo do período republicano brasileiro

Sociedade e vida cotidiana na América Portuguesa


CNDL – Colégio Notre Dame de Lourdes

Primeiro Ano – Segundo Bimestre

Coleção Pitágoras

Capítulo 5

Sociedade e vida cotidiana na América Portuguesa

Problematização do tema





A sociedade da América Portuguesa foi muito complexa. Os modos de viver, de morar, de festejar e de expressar a religiosidade foram muito diversos. Esta tele aula procura mostrar o caráter heterogêneo da sociedade da América Portuguesa e o hibridismo que a caracterizou. Foi, por excelência uma sociedade mestiça, fruto das três diferentes culturas que a formaram.


1. Como pode ser caracterizada a sociedade da América Portuguesa?
A sociedade colonial foi, por excelência, muito complexa e híbrida, um resultado da mistura dos hábitos e dos costumes dos nativos, dos africanos e dos portugueses.

2. O que os estudos da História Cultural trazem de novo para a análise da sociedade colonial?
Os estudos da História Cultural trouxeram à tona dois temas cruciais para o entendimento da dinâmica e da sociedade colonial: o papel das mulheres e o do controle da sexualidade pela Igreja como forma de controle social.
3. Como enquadrar as mulheres na sociedade da América Portuguesa?

Muito embora se tenha destinado um papel submisso para elas e pouco espaço para sua ação, não foi bem isso que aconteceu. Como afirma a historiadora Mary del Priore, "as mulheres souberam estabelecer formas de sociabilidade e de solidariedade que funcionavam em diversas ocasiões, como uma rede de conexões capazes de reforças seu poder individual ou de grupo, pessoal ou comunitário".

4. Qual foi o papel cumprido pela Igreja na colônia?
A Igreja Católica tratou de normatizar a vida na América Portuguesa por meio dos preceito do Concílio de Trento, condenando aquilo que pode ser chamado de sexualidade ilícita, ou seja, uma vida sexual voltada para o prazer, atos sodomitas, adultério, concubinato entre outros delitos da carne.
Confira um resumo sobre o que vai estudar ao longo do capítulo


Esse capítulo procura mostrar a heterogeneidade da sociedade da América Portuguesa e o hibridismo que a caracterizou. Foi, por excelência, uma sociedade mestiça, fruto das três diferentes culturas que a formaram. Cabe ressaltar, com já se fez na Problematização do Tema, que quando se fala em cultura africana, está se pensando nas diferentes culturas de diferentes grupos, vindos de diversas partes da África, assim como nossos diferentes grupos indígenas também possuíam culturas diferentes. Procurou-se, nesse capítulo, apresentar, em primeiro lugar, as formas de morar e de viver no nordeste açucareiro. Na seção Análise e interpretação: versões, opiniões e fontes diversas há um documento sobre o que é ser um senhor de engenho no Brasil, da lavra do jesuíta Antonil, que o considera como se fora um fidalgo do Reino, e um texto de Mary del Priore que mostra a vida difícil e sem brilho do senhor de engenho no Nordeste açucareiro, numa perspectiva inovadora.
A seção O tema em foco apresenta um texto de Stuart Schwartz sobre a heterogeneidade da elite baiana, muito além da mera presença de senhores de engenhos. Este é um texto que quebra a velha bipolaridade pretensamente existente na área açucareira entre o senhor de engenho X escravo.
O capítulo trata a seguir da sociedade na região mineradora, especialmente as formas de viver. Na seção Análise e interpretaçao: versões, opiniões e fontes diversas trata-se das mulheres na sociedade mineradora e é apresentado um documento do Conde de Galvêas que mostra a coerção sobre as mulheres do Distrito Diamantino. Na seção O tema em foco, examina-se um trecho do verbete de marco Antônio Silveira sobre a sociedade mineradora no qual ele analisa os três aspectos fundamentais que determinam sua feição. No capítulo, trata-se, a seguir, de examinar a intromissão da Igreja, pela via do Santo Ofício, na vida das pessoas, por meio do controle da sexualidade e da imposição dos sacramentos do casamento e da confissão, como determinado no Concílio de Trento.
Na Seção Análise e interpretação: versões, opiniões e fontes diversas são apresentados dois textos para que os alunos cheguem a conclusão de como a Igreja Católica via e tratava a sexualidade dos colonos na América Portuguesa. Já na seção O tema em foco, pede-se uma pesquisa sobre o barroco mineiro (arquitetura, especialmente a religiosa, pintura, música). Na seção Construindo habilidades e competências, seguindo recomendação do MEC contra a homofobia nas escolas, sugere-se que seja convidado um especialista pra falar sobre a homossexualidade masculina e feminina e previamente elaborado, em grupo, um roteiro de perguntas e dúvidas para ser submentido ao palestrante.

A sociedade açucareira

O jesuíta Antonil afirmava, em 1711, que o “ser senhor de engenho é título a que muito aspiram, porque traz consigo o ser servido, obedecido de muitos”. O jesuíta trata ainda da dependência que tem os lavradores dos senhores de engenho, do seu enriquecimento, crescimento da soberba e desprezo pela gente mais pobre. Embora o jesuíta tenha sido uma testemunha da sociedade açucareira, estudos recentes têm mostrado que a vida no engenho não era fácil.
O senhor e sua família alimentavam-se muito mal, abusavam dos doces, sofriam de inúmeras doenças. Os senhores, em geral, em razão da vida promiscua que levavam, tinham sífilis, enfermidade que lhes enchia o corpo de chagas. Os senhores deviam manter a ordem nos engenhos, controlando a escravaria e impedindo que colocassem em prática as suas várias formas de resistência, como revoltas, criação de quilombos, escapadelas e outras mais. Além disso, precisavam evitar serem vítimas de seus escravos que, não raras vezes, assassinavam, mutilavam e estupravam senhores, seus familiares e feitores.
Assim, a ideia de uma sociedade ordeira, estável e faustosa nas áreas açucareiras é hoje colocada em xeque pelos recentes estudos históricos sobre o tema.

Formas de morar

O senhor de engenho morava com sua família e seus escravos domésticos na chamada casa-grande. Eram, em geral construção de dois pavimentos, avarandadas, com numerosos quartos, ampla sala e uma imensa cozinha. Apesar da imponência das casas-grandes, seu imobiliários era bastante simples, confeccionado pelos próprios escravos nas oficinas da propriedade. Os utensílios mais sofisticados eram importados da Europa. Toda casa-grande tinha sua capela, com seu santo de devoção que, muitas vezes, dava seu nome à propriedade. Cada unidade açucareira tinha seu capelão, que cuidava da vida espiritual de seus moradores.

Nos engenhos, os colonos moravam em mocambos, casas pequenas e desconfortáveis. Já os escravos dormiam em senzalas, cuja construção era uma reprodução das moradias africanas. Era assim que os negros viviam nas suas regiões na África.


Vida familiar


O senhor de engenho era o centro da família e dele esperava-se dar-se ao respeito, fazer valer sua autoridade e agir nas ocasiões necessárias. Sob seu comando estavam os filhos, bastardos, parentes pobres, afilhados, agregados e escravos. As esposas dos senhores dedicavam-se ao trabalho doméstico – costura, bordado, quitandas – e às práticas religiosas. Contudo, na ausência de seus maridos, eram elas que assumiam as responsabilidades do bom funcionamento do engenho.
Na sociedade nordestina, apenas o filho mais velho tinha o direito à herança. Todas as propriedades lhe eram transmitidas. Esse costume tinha o objetivo de manter as propriedades íntegras, sem dividi-las. As propriedades eram repassadas de geração para geração, sempre por meio do filho mais velho.
Os demais filhos eram encaminhados pelo pai ou à vida religiosa (mesmo que não tivesse vocação) ou à Europa, onde se dedicavam ao estudo do Direito ou da Medicina.

Análise e interpretação: versões, opiniões e fontes diversas


Leia os texto a seguir.




[...] O ser senhor de engenho é título a que muitos aspiram, porque traz consigo o ser servido, obedecido e respeitado de muitos. E se for, qual deve ser, homem de cabedal e governo, bem se pode estimar no Brasil o ser senhor de engenho, quando proporcionalmente se estimam os títulos entre os fidalgos do Reino.
ANTONIL. Cultura e opulência do Brasil, 1711.
[...] Vivia, contudo, essa gente [os senhores de engenho] uma vida difícil. Alimentavam-se mal, comendo dura carne de boi. Só uma vez ou outra, frutos poucos e bichados. Raros os legumes. A falta da boa comida de sal era compensada pelos excessos de doce: goiabadas, marmeladas, doces de caju e mel de engenho, alfenins e cocadas, arredondando senhores e iaiás, mucamas e mães-pretas. Quando da passagem de um padre da Companhia de Jesus, abria-se, com esforço, as despensas e matavam-se os animais de criação: patos, leitões e cabritos [...] A abundância registrada em alguns engenhos não era a norma. Os que se davam ao luxo de mandar vir alimentos do Reino consumiam víveres mal conservados [...] O senhor de engenho sofria doenças de estômago, atribuída por doutores da época não à precária alimentação, mas aos “maus ares” do trópico. A saúva, as enchentes ou a seca dificultavam ainda mais o suprimento de víveres frescos. A sífilis marcava-lhes o corpo, deixando-o vincado com as suas chagas. Era ridicularizado o jovem que não passasse por precoce iniciação sexual cujas marcas não eram exibidas, segundo o viajante Martius, em 1817, como uma ferida de guerra.

Assediado pelo fantasma da fragilidade física, o senhor de engenho era ainda açodado por ataques de índios. No primeiro século de instalação na América Portuguesa, o “gentio” levantava-se, queimando e destruindo engenhos e roças, volta e meia matando homens e gado, tomando à casa grande água e mantimentos. Houve guerras que duraram de sete a oito anos. Outra ameaça física eram os piratas e corsários franceses ou holandeses. Esses tinham o hábito de subir os rios, à beira dos quais encontravam-se instalados os engenhos. “a fim de fazer aguada para suas tropas”. Aproveitavam a oportunidade para assaltos e saques dos quais nasciam “porfiadas brigas”, muitas delas com mortos e feridos. Cabia, portanto, aos senhores de engenho armar e aparelhar lanchas do Recôncavo para a defesa militar e marítima da cidade.
Ás ameaças vindas de fora, somavam-se as internas. Senhores de engenho tinham de controlar, vigiar e punir desde ameaças de fuga a rebeliões escravas, de escapadelas de fim de semana á instalação de quilombos. Maus tratos físicos ou morais, arbitrariedades do capataz ou do próprio senhor, mudanças de laços afetivos e familiares ou de dono, enfim, toda quebra de acordos, costumes e compromissos anteriormente acertados incentivava defecções.
Senhores e escravos moviam-se num mundo feito de “negociação e conflito”, de coerção e consenso. O equilíbrio era, contudo, delicado.

PRIORE, Mary del. Deus ou dabo nas terras do açúcar: o senhor de engenho na América Portuguesa. In:-; Revisão do Paraíso. Os brasileiros e o Estado em 500 anos de História. Rio de Janeiro: Campus, 2000. p. 20-21.



1. As informações do texto de Mary del Priore sustentam, ou não, a posição do jesuíta Antonil sobre “o ser senhor de engenho”? Justifique sua resposta.
Sustentam, em parte. Contudo, enquanto Antonil vê o senhor de engenho com um grande poder, Mary del Priore, além de mostrar a vida cotidiana difícil desses senhores, aponta também para o delicado equilíbrio em que viviam os atores sociais do engenho.

Confira as características da sociedade do açúcar no período colonial brasileiro




O professor de História, Ricardo Carvalho faz nesta aula uma abordagem da sociedade colonial brasileira.


A sociedade mineradora

A violência nas áreas mineradoras atingiu níveis muito elevados. Assassinatos, roubos, raptos, estupros e infanticídios eram constantes. Bandos de salteadores e quilombolas ameaçavam constantemente a população que vivia se queixando às autoridades dos perigos a que estava exposta. Em Mato Grosso e em Goiás, além dos bandoleiros, os colonos se viam às voltas com ataques de índios bravios que destruíam seus arraias e dizimavam suas populações.
Além dos salteadores, quilombolas, ataques indígenas, a sociedade mineradora, bastante heterogênea e urbanizada, enfrentava conflitos diários entre negros e brancos, ricos e pobres, homens e mulheres.
A imagem de Rugendas apresenta um espaço, por excelência, da desordem – as matas e os sertões por onde passavam os caminhos que se dirigiam para as minas e onde se escondiam malfeitores e quilombolas.




Formas de viver


No início da ocupação das áreas de mineração, a principal forma de moradia era o rancho, construção extremamente simples, que servia mais como um lugar de descanso dos viajantes e seus animais e dos mineradores. Para erguê-lo, usavam-se materiais toscos como a madeira, o barro, o sapé e o cipó de embira para aramação. Eram formados por um único cômodo, com uma trempe para cozinhar, e um catre ou girau para descanso.
Na região mineradora não havia muita distinção entre áreas urbanas e áreas rurais, já que construções tipicamente rurais estiveram presentes nas áreas urbanas. Contudo, é possível apontar três diferentes tipos de propriedades rurais naquela região: engenhos, fazendas e sítios.
Nas áreas mais urbanas, com o passar do tempo, os ranchos foram sendo substituídos por casas térreas ou sobrados, estes últimos residências de dois andares mais bem elaboradas, habitadas por pessoas de posses.
No sobrado, apenas o andar superior era utilizado pelos seus moradores. O térreo era usado como senzala, depósito ou abrigo de animais. Podia també ser usado como venda, hábito que fora importado de Portugal. Ainda nos espaços urbanos era comum a existência de chácaras - com feições bastante rurais. Essas chácaras possuíam casas maiores com enormes varandas. Nelas, criavam-se animais e cultivavam-se hortas e pomares. Já a população mais pobre das vilas e dos arraiais morava em casas térreas, muitas vezes feitas de pau-a-pique.
As construções mais sofisticadas eram as religiosas, principalmente no seu interior. Muitas casas tinham seus oratórios dos santos de invocação, peças trabalhadas em madeira e ornadas com ouro em pós e cores vivas.


O tema em foco



Leia o texto.



Em princípios do século XVIII, a elite baiana torna-se um grupo mais heterogêneo; embora ainda predominassem os senhores de engenho, outros setores da economia e outras profissões propiciavam a ascensão social.
Os comerciantes de Salvador haviam sido importantes nas esferas econômica e social já no século XVI, mas por volta de 1700 seu status e influência política eram inegáveis. Conquanto alguns se casassem com membros de famílias de senhores de engenho ou entrassem para a classe destes últimos através da compra de engenhos, outros tornaram-se preeminentes sem associar-se ao setor açucareiro. Havia também os grandes latifundiários do sertão, que desbravaram o interior e receberam imensas sesmarias, de milhares de léguas, em recompensa por seus serviços. Homens com Garcia d’Ávila, estabelecido ao norte de Salvador, e João Peixoto Viegas, com terras ao longo das margens do rio Paraguaçu, desenvolveram grandes propriedades que, em fins do século XVII, constituíram-se em impérios pecuarista ou, no caso de Peixoto Viegas, também em fazendas de fumo. Embora a tendência fosse de, com o tempo, essas famílias fundirem-se com a elite açucareira do Recôncavo, suas origens eram distintas das desta última. Além disso, juntaram-se às elites magistrados da Coroa e oficiais militares, a cujas ocupações normalmente se atribuíram grande prestígio e insígnias de nobreza, além de serem consideradas altamente honrosas.
SCHWARTZ, Stuart B. Segredos internos. Escravos e engenhos na sociedade colonial. São Paulo: Companhia das Letras, 1988. p. 227-228.



2. A sociedade açucareira baiana foi muito mais complexa do que a mera presença de senhores de engenho. A partir das informações do texto, explique a heterogeneidade da elite baiana.
A elite baiana era constituída, além dos senhores de engenho, de grandes pecuaristas, proprietários de grandes fazendas de fumo, magistrados da Coroa e oficiais militares.





Confira uma canção de Roberto Ribeiro que fez sucesso no final da década de 1970, cujo video foi ambientado num cenário típico de uma cidade colonial brasileira



Saiba mais sobre a sexualidade na América Portuguesa

Veja a teleaula do professor Edenilson Morais, neste video são abordadas as manifestações da sexualiadade no período colonial brasileiro e maneira pela qual a Igreja Católica tentou diminuir o apetite sexual dos colonos e estabelecer um controle social na América Portuguesa.



De olho no vestibular






Q1. (UFF) " As festas e as procissões religiosas contavam entre os grandes divertimentos da população, o que se harmoniza perfeitamente com o extremo apreço pelo aspecto externo do culto e da religião que, entre nós, sempre se manifestou (...). O que está sendo festejado é antes o êxito da empresa aurífera, do que o Santíssimo Sacramento. A festa tem uma enorme virtude congraçadora, orientando a sociedade para o evento e fazendo esquecer da sua faina cotidiana.(...). A festa seria como o rito, um momento especial construído pela sociedade, situação surgida "sob a égide e o controle do sistema social" e por ele programada. A mensagem social de riqueza e opulência para todos ganharia, com a festa, enorme clareza e força. Mas a mensagem viria como cifrada: o barroco se utiliza da ilusão e do paradoxo, e assim o luxo era ostentação pura, o fausto era falso, a riqueza começava a ser pobreza, o apogeu decadência" (Adaptado de SOUZA, Laura de Mello e. "Desclassificados do Ouro". Rio de Janeiro, Graal, 1990, pp. 20-23) Segundo a autora do texto, a sociedade nascida da atividade mineradora, no Brasil do século XVIII, teria sido marcada por um "fausto falso" porque:



a) a mineração, por ter atraído um enorme contingente populacional para a região das Gerais, provocou uma crise constante de subalimentação, que dizimava somente os escravos, a mão-de-obra central desta atividade, o que era compensado pela realização constante de festas;
b) o conjunto das atividades de extração aurífera e de diamantes era volátil, dando àquela sociedade uma aparência opulenta, porém tão fugaz quanto a exploração das jazidas que rapidamente se esgotavam;
c) existia um profundo contraste entre os que monopolizavam a grande exploração de ouro e diamantes e a grande maioria da população livre, que vivia em estado de penúria total, enfrentando, inclusive, a fome, devido à alta concentração populacional na região;
d) a riqueza era a tônica dessa sociedade, sendo distribuída por todos os que nela trabalhavam, livres e escravos, o que tinha como contrapartida a promoção de luxuosas cerimônias religiosas, ainda que fosse falso o poderio da Igreja nesta região;
e) a luxuosa arquitetura barroca era uma forma de convencer a todos aqueles que buscavam viver da exploração das jazidas que o enriquecimento era fácil e a ascensão social aberta a todas as camadas daquela sociedade.
resposta: [C]



Q2. (UFU) “Se a transformação de índio em escravo exigiu ajustamentos por parte da camada senhorial, também pressupunha um processo de mudança por parte dos índios. Este processo desenrolou-se ao longo do século XVII, contribuindo para a evolução das bases precárias sobre as quais se assentava o regime de administração particular. Um dos elementos centrais deste processo foi a religião que, em certo sentido, servia de meio para se impor uma distância definitiva entre escravos índios e a sociedade primitiva da qual foram bruscamente separados".
MONTEIRO, John Manuel. "Negros da Terra:" Índios e Bandeirantes nas Origens de São Paulo: São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p.159.



Considerando o e-mail apresentado, assinale a alternativa correta.



a) A conversão religiosa do índio ao cristianismo era uma estratégia central para a desarticulação de seus laços culturais originais e sua inserção, como escravo, na sociedade colonial.
b) A conversão do índio ao cristianismo não visava ter um efeito qualquer sobre os comportamentos e hábitos culturais indígenas, servindo apenas como justificativa para a escravidão.
c) A camada senhorial de São Paulo não se alterou diante da herança cultural indígena, impondo aos índios, pela força das armas, sua cultura e sua religião.
d) A religião cristã dificultou a inserção do índio como escravo na sociedade colonial, pois os missionários jesuítas opuseram-se veementemente à escravidão indígena.
resposta:[A]



Q3. (UNIFESP) Estima-se que, no fim do período colonial, cerca de 42% da população negra ou mulata era constituída por africanos ou afro-brasileiros livres ou libertos. Sobre esse expressivo contingente, é correto afirmar que



a) era o responsável pela criação de gado e pela indústria do couro destinada à exportação. b) vivia, em sua maior parte, em quilombos, que tanto marcaram a paisagem social da época. c) possuía todos os direitos, inclusive o de participar das Câmaras e das irmandades leigas. d) tinha uma situação ambígua, pois não estava livre de recair, arbitrariamente, na escravidão. e) formava a mão-de-obra livre assalariada nas pequenas propriedades que abasteciam as cidades.

resposta:[D]



Q4. (UFPEL) “Não queremos dar a nossa terra aos brancos porque os brancos já têm muita terra”, diz Davi Kopenawa. "Nós somos os que a protegemos, as pessoas da cidade abatem árvores. O homem branco ama o dinheiro, o avião, o carro. Nós pensamos diferente." Kopenawa está de visita pela Europa para defender a causa do seu povo, os yanomamis. Luta para que no Brasil não haja revoltas como as que aconteceram no Peru. Os yanomamis querem preservar o seu modo de vida: caçam com arco e flecha, pescam com uma liana que atordoa os peixes, cultivam na selva. São nômades: a cada dois ou três anos, quando a terra se esgota, mudam-se [...]
CERDEIRA, Sônia. Reportagem publicada no jornal El Pais, do dia 21/06/2009



Sobre a questão das terras indígenas na América do Sul, considere as seguintes afirmações:



I) Os yanomamis estão preocupados com que não aconteçam no Brasil conflitos violentos como os que aconteceram em 2009, no Peru, entre brancos e indígenas.
II) A situação da ocupação das terras indígenas vem sendo um problema, desde o período colonial até os nossos dias.
III) As recentes decisões de tribunais brasileiros, de determinar demarcações contínuas das áreas indígenas, colaboram com a integridade física e cultural de povos ameríndios.



Está(ão) correta(s)
a) somente a I e a II.
b) somente a II e a III.
c) somente a I e a III.
d) somente a II. e) todas as afirmações.



resposta: [A]



Q5. (UFMG) "Congregando segmentos variados da população pobre ou dirigindo-se às áreas de mineração, onde se concentravam enormes contingentes de escravos, as vendeiras e negras de tabuleiro seriam constantemente acusadas de responsabilidade direta no desvio de jornais, contrabando de ouro e diamantes, prática de prostituição e ligação com os quilombos." FIGUEIREDO, Luciano. "O avesso da memória": cotidiano e trabalho da mulher em Minas Gerais no século XVIII. Rio de Janeiro: José Olympio, 1993. A partir da leitura e análise desse trecho, é CORRETO afirmar que a escravidão nas Minas Gerais se caracterizava por


a) um perfil rural e patriarcal, o que fazia com que as cativas e as forras ficassem reclusas, em casa, sob controle masculino. b) uma comunidade igualitária, o que se expressava na liberdade com que os negros circulavam pelas ruas.

c) uma grande diversidade de formas de exploração do trabalho escravo, situação característica de um contexto mais urbano.
d) uma relativa flexibilidade, o que se expressava no livre trânsito dos comerciantes entre as cidades e os quilombos.



resposta:[C]



Q6. (UEMG) Segundo a historiadora Adriana Romeiro, em artigo publicado na revista Nossa História, “a imagem do caos – tão típica dos relatos dessa época – estava também associada à fluidez geográfica dos povoados, que se moviam de um lado para o outro, ao sabor das novas descobertas e do esgotamento das velhas lavras. O jesuíta italiano Antonil. Forjou uma bela expressão para descrever o movimento incessante dos arraiais: ‘Freguesias móveis de um lugar para outro como os filhos de Israel no deserto’.”
Nossa História, outubro de 2006, p. 13-14.

No trecho citado, a historiadora refere-se
a) à característica itinerante que a pecuária adquiriu à época do Brasil colonial.
b) ao temor que os bandeirantes paulistas espalharam pelo sertão, em busca de ouro.
c) ao quadro conturbado que a descoberta do ouro desenhou na região das Minas.
d) à insegurança que a decadência da atividade mineradora trouxe para a população colonial.

Resposta: [D]

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Saiba mais sobre as primeiras décadas da República no Brasil

CNDL - Colégio Notre Dame de Lourdes
Segundo Ano - História do Brasil
A nova ordem republicana

Segundo Bimestre - Capítulo 1

A República dos Excluídos

Na proclamação da República, a vitória do projeto dos cafeicultores, aliado a determinados princípios positivistas, trouxe a necessidade de se operar, com o conceito de federalismo. Contudo, o nosso federalismo às avessas, não democrático, que nunca foi além da ideia de descentralização, como afirma José Murilo de Carvalho, tem impactos importantes no Brasil contemporâneo. Durante a República Velha ocorreu a exclusão da maioria absoluta da população brasileira do sistema político-eleitoral que vigorou no período.


Em 24 de fevereiro de 1891, foi promulgada a primeira Constituição Republicana do Brasil.

A Carta Constitucional de 1891 consagrou o federalismo com a autonomia dos estados, o presidencialismo, os três poderes – o Executivo, Legislativo e Judiciário – e o regime de representatividade. Nesse regime, o voto era direto, universal e descoberto, excluídos menores de 21 anos, analfabetos, soldados, religiosos de ordens monásticas, mendigos e mulheres. Para se ter uma ideia da restrição do direito de voto, em 1894, 3,2% da população brasileira tinha o direito de votar, enquanto, em 1872, ainda no Império, o total de eleitores era de 13%. Basicamente, a partir da Constituição de 1891, a maioria quase absoluta da população brasileira era composta pelos chamados cidadãos inativos, isto é, aqueles que, apesar de serem contemplados com direitos civis, eram excluídos da participação política.

As reformas políticas republicanas ampliaram a capacidade de ação dos grupos dominantes, tornando a nova elite política mais representativa e os interesses regionais mais fortes, especialmente os de São Paulo e Minas Gerais. Nos municípios, o coronelismo, fenômeno ligado à formação de poderes locais vinculados a uma ampla clientela política, assentou-se em uma sociedade agrária extremamente desigual, com baixa representatividade política e presença de relações não-capitalistas de produção. Com a implantação da República, fortaleceu-se o poder dos chefes locais. Um bom indicador do poder do coronel era o número de votos de que podia dispor nas épocas de eleições, já que esse número informava as potencialidades de influir na composição das câmaras, do Senado e na escolha do candidato para a presidência da República.

Sem dúvida, a República Velha ou Primeira República, período, não era a República dos sonhos dos brasileiros. Caracterizada por fraudes eleitorais, corrupção, jogo de favores e exclusão do povo da política, tornou-se o pior dos mundo para a maioria absoluta dos brasileiros.

A exclusão política, a incipiente industrialização, as péssimas condições de vida e de trabalho do operariado urbano e, também, do trabalhador rural, levaram a uma série de movimentos de contestação da ordem vigente, fossem eles impulsionados pelas novas culturas políticas que emergiam no país como o anarcossindicalismo e, na década de 1920, o comunismo, fossem iluminados pelo messianismo que grassava no campo.

Pense sobre o que acabou de ler e responda:

1. Quais os resultados, no que diz respeito à representação política, da Constituição de 1891?

2. E das reformas políticas republicanas?

3. Em que se assentava o coronelismo?

4. Quais as características predominante da República Velha ou Primeira República?

5. Por que a República Velha foi palco tanto de vários movimentos urbanos quanto de movimentos rurais?

Confira uma síntese do que irá estudar neste capítulo

A República dos Excluídos


domingo, 15 de maio de 2011

A crise da ordem liberal e a Segunda Guerra Mundial

Coleção Pitágoras - Terceiro Ano
Segundo Bimestre
Capítulo 4
A crise da ordem liberal e a Segunda Guerra Mundial







PICASSO, Pablo. Guernica, 1937


"Conta-se que Aberz, embaixador de Hitler em Paris, ficou tão impressionado com a obra, que teria perguntado a Picasso, apresentando desinteresse:
- É obra sua?
- Não. Sua. - Replicou o artista com frieza. [...]"
CARRASCO, Walcir. Picasso. São Paulo: Abril, 1977. p. 20. Coleção Mestres da Pintura.

Confira abaixo um resumo do que você irá estudar neste capítulo


Crise de 1929 - crash na Bolsa e New Deal



O maior período de crise econômica mundial ocorreu entre os anos de 1929 e 1933. Atingiu, em primeiro lugar, a economia norte-americana, espalhando-se em seguida para a Europa e, a seguir, para todos os continentes.


Veja, a seguir, as etapas da crise:


· Em 1929 vivia-se um momento de euforia, de intensa especulação na Bolsa de Valores dos Estados Unidos. Os valores das ações estavam em níveis elevadíssimos, fora da realidade.


· De repente, em 24 de outubro, 70 milhões de títulos foram jogados no mercado - mas não encontraram quem os comprasse. Sem demanda pelos papéis, os preços das ações e dos títulos despencaram, gerando uma onda de desconfiança irracional. O dia passou à história como "Quinta-Feira Negra".


· A desconfiança contaminou outras áreas da economia, inclusive o setor produtivo. Os bancos congelaram os empréstimos, as fábricas começaram a parar, a demanda se retraiu, os lucros despencaram.


· Como uma bola de neve, as falências se sucederam e milhões de trabalhadores perderam o emprego.


· Quando a crise atingiu proporções internacionais, o comércio mundial ficou reduzido a um terço do que era antes de 1929.


· Tentando proteger suas economias, os países aumentaram as taxas alfandegárias, o que reduziu ainda mais o comércio internacional.


· Coube aos Estados instituir mecanismos para controlar a crise e reativar a produção.


Conheça a importância da Crise de 1929



Professor de história explica causas e efeitos da maior de todas as crises do capitalismo. Aspectos podem ser comparados com a crise financeira dos últimos anos.


New Deal


· Nos EUA, o presidente Herbert Hoover preferiu deixar que o próprio mercado se regulasse, o que provocou uma crise social sem precedentes.


· Em 1933, com a eleição de Franklin Delano Roosevelt, criou-se o New Deal, um programa de intervenção estatal na economia.


· Roosevelt interveio em todo o sistema econômico. Criou um audacioso plano de obras públicas, controlou o sistema financeiro, desvalorizou o dólar (para favorecer as exportações) e criou a Previdência Social.


· O plano de Roosevelt fortaleceu e consolidou o sistema capitalista nos EUA. Nos anos de sua aplicação, o grande capital passou por um intenso processo de desenvolvimento e concentração, enquanto pequenas empresas eram eliminadas ou absorvidas.


· O período de 1929 a 1933 deixou uma lição: os mercados vivem crises periódicas - e se não ocorrem respostas rápidas para os problemas, essas crises tendem a se alastrar, afetando vários setores da economia e podendo alcançar um poder de destruição em massa.


Professor explica a Crise de 29 e o New Deal




O professor de história Rogério Athayde, do Colégio PH, no Rio de Janeiro, fala das causas e consequências da crise de 29. Ele também dá mais informações sobre o New Deal.

Violência e propaganda foram as armas de Adolf Hitler



Após a derrota na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), a Alemanha foi forçada a assinar o Tratado de Versalhes, em 1919. De acordo com seus termos, o país perdeu grande parte de seu território, além de sofrer fortes restrições no campo militar. Foi proibida de desenvolver uma indústria bélica, de exigir o serviço militar obrigatório e de possuir um exército superior a cem mil homens. Para piorar, deveria pagar aos aliados uma vultosa indenização pelos danos provocados pelo conflito. O Tratado de Versalhes foi considerado humilhante pelos alemães e vigorou sobre um país arrasado e caótico, tanto no aspecto político quanto no econômico. O período de crise estendeu-se de 1919 a 1933. Nesse panorama conturbado, o nazismo surgiu e se fortaleceu. Aos poucos, chegou ao governo do país, impondo-lhe uma ditadura baseada no militarismo e no terror.


Uma república desastrosa


Diante da eminente derrota para os aliados, na Primeira Guerra, o imperador alemão, Guilherme 2º, abdicou ao trono no final de 1918. Em 9 de novembro, foi proclamada a República na Alemanha. Estabeleceu-se um governo provisório, liderado pelo Partido Social-Democrata, que assinou a paz com as outras nações e convocou eleições para uma Assembléia Nacional Constituinte. Entretanto, chefiados por Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht, os comunistas alemães viam na crise uma oportunidade de tomar o poder, por meio de uma rebelião. Porém, o governo e as forças armadas acabaram sufocando o levante, cujos líderes foram mortos. Nem por isso, o governo republicano deixou de enfrentar uma oposição de esquerda e de direita, na medida em que era incapaz de lidar com a precária economia alemã, que sofria uma terrível escalada hiperinflacionária. A sociedade alemã empobrecia cada vez mais. Isso apenas fazia aumentar a tensão social e política, já muito grande. Em novembro de 1923, o marco alemão estava tão desvalorizado, que um único dólar equivalia a 4 bilhões e 200 milhões de marcos.


Inflação na Alemanha pós-guerra


O Partido Nacional-Socialista foi fundado, em 1920, por Adolf Hitler, um antigo cabo do exército alemão, de origem austríaca. Defendia exagerados ideais nacionalistas, que também se misturavam ao militarismo. Nos primeiros momentos, o grupo era inexpressivo. Reunia inconformados com a derrota alemã e os que não acreditavam no regime republicano. Em 1923, aproveitando-se dos níveis estratrosféricos da hiperinflação, Hitler e seus correligionários decidiram seguir o exemplo dos comunistas, organizando uma revolta armada na cidade de Munique. Tal como o levante socialista de 1918, porém, o golpe nazista fracassou e Hitler foi preso. Permaneceu na cadeia durante oito meses. Nesse tempo, passou suas idéias para o papel, com o auxílio de Rudolf Hess, um companheiro de partido. Assim surgiu o livro "Minha Luta" ("Mein Kampf"), que se transformaria numa espécie de Bíblia da Alemanha nazista.


Ilusões demagógicas de Hitler


Entre 1924 e 1929 as idéias de Hitler não encontraram eco na sociedade alemã. O nacional-socialismo só viria a obter respaldo popular após o advento da grande depressão mundial em 1929. Então, a já combalida economia da Alemanha entrou em colapso, com a falência de milhares de empresas, o que elevou para 6 milhões o número de desempregados. O desespero gerado pela miséria e a incerteza quanto ao futuro, a facilidade humana de acreditar na demagogia e nas soluções autoritárias, a necessidade de resgatar a autoestima nacional depois das humilhações do Tratado de Versalhes foram alguns dos fatores que fizeram da Alemanha um terreno fértil a ser semeado pelos nazistas. O discurso de um líder carismático como Adolf Hitler oferecia segurança e a perspectiva de melhores dias, com promessas e ilusões demagógicas. Além da classe média, dos camponeses e do operariado em desespero, as Forças Armadas também se identificavam com as posições nacionalistas de Hitler. Os grandes capitalistas alemães, por sua vez, acharam conveniente financiar os nazistas, que aparentavam protegê-los da ameaça comunista. Assim, de 1930 a 1932, o número de deputados do Partido Nazista no Parlamento alemão passou de 170 para 230.


Adolf Hitler e o início do 3º Reich


No Parlamento, o próprio Hitler que se mostrou competente no plano das negociações políticas. Desse modo, a 30 de janeiro de 1933, o líder nacional-socialista foi nomeado Chanceler, ou Primeiro-Ministro, o principal cargo executivo da República alemã. Popularmente, já era chamado de "Führer" (condutor). Tinha início o que os nazistas chamavam de III Reich (Terceiro Império), designação que se refere ao Sacro Império Germânico, da Idade Média, e ao Segundo Império, que se estendeu da Unificação dos Estados germânicos, em 1871, à República, em 1918.


Ricardo Carvalho comenta a ascensão do Nazismo




Confira um trecho do programa Vestibular em Foco com Ricardo Carvalho comentando sobre a ascensão de Hitler, o Nazi-Fascismo e a II Guerra Mundial.


O ditador Hitler e seu colega italiano Mussolini


Ideologicamente, Hitler se apropriou de idéias nacionalistas já em voga na Alemanha, radicalizando-as. Defendia a necessidade de unidade nacional, garantida por um Estado governado por um partido único, o Nazista, do qual ele era o líder supremo. Identificado com a própria nação, Hitler passou a ser cultuado como um super-homem pela imensa maioria do povo alemão.


Superioridade racial da raça ariana


O nazismo proclamava também a "superioridade biológica da raça ariana" (a que pertenceria o povo alemão) e, conseqüentemente, a necessidade de dominar as "raças inferiores". Entre estes, colocavam-se os judeus, os eslavos, os ciganos e os negros. Também era necessário extinguir os considerados "doentes incuráveis": homossexuais, epiléticos, esquizofrênicos, retardados, alcoólatras, etc. Com a ascensão de Hitler ao poder, a ideologia nazista passou a influenciar também a ciência do país, que se dedicou a inventar teorias supostamente biológicas para o racismo e o anti-semitismo.


A conquista do "espaço vital"


Com fundamento nesses princípios, o propósito nazista era construir um império ariano, puro e forte, centralizado em torno de Hitler. O passo decisivo para esse projeto se tornar realidade seria a expansão territorial e a integração de todas as comunidades germânicas da Europa num "espaço vital" único. Além da própria Alemanha, isso incluiria a Áustria, a Tchecoslováquia, a Prússia (oeste da Polônia) e a Ucrânia.


Concorrência comunista


Porém, para triunfar, o nazismo precisava combater seu principal concorrente ideológico, o socialismo revolucionário ou comunismo, com o qual teria de disputar a adesão popular. Igualmente totalitário, o comunismo também se arvorava a construir uma sociedade perfeita, não só na Alemanha, mas no mundo. Entretanto, no lugar de uma raça superior, colocava uma classe social - o proletariado - à frente do processo. Por isso, o anticomunismo constituía um ponto central do pensamento de Hitler. Desenvolvendo uma propaganda agressiva e eficiente, administrada por Joseph Goebbels, o Partido Nazista se infiltrou em toda a sociedade alemã e controlou a imprensa, a rádio, o teatro, o cinema, a literatura e as artes. Conseguiu incutir na mentalidade do povo a visão de mundo nazista e a devocão incondicional ao Führer. A educação da infância e juventude, em especial, foi usada como uma ferramenta do Estado, para gravar no cérebro e no coração de crianças e adolescentes o orgulho de pertencer à raça ariana, bem como a obediência e a fidelidade ao "Führer".


Sturmabteilungen (SA) e Schutzstafell (SS)


Mas a vitória do nazismo não se deveu exclusivamente ao trabalho ideológico, Hitler também empregou a força para conquistar a Alemanha. Nesse ponto manifesta-se o caráter essencialmente militarista do nacional-socialismo que, desde o início, contou com a participação de organizações paramilitares próprias.


Heinrich Himmler


Para começar, foram criadas as SA ("Sturmapteilungen"), ou Divisões de Assalto, uma espécie de milícia particular nazista. Composta por desempregados, ex-militares, desajustados de qualquer espécie e até criminosos comuns, espalhavam o terror junto aos inimigos de Hitler, por meio da surra, da tortura e do assassinato. O grupo quase saiu do controle dos líderes e precisou ser transformado numa nova instituição a SS (Schutzstafell), ou Tropas de Proteção, um grupo de elite que contava com homens selecionados e disciplinados. A partir de 1929, sob o comando de Heinrich Himmler, a SS cresceu e chegou a contar com um exército próprio, a Waffen SS (SS Armada), independente do Exército alemão. Além disso, também absorveu a Gestapo, a polícia secreta nazista, em 1939, juntamente com a qual comandaria os campos de concentração e extermínio nos países ocupados.


As vítimas preferenciais do nazismo: os judeus


Nos seis anos anteriores à Segunda Guerra Mundial, iniciada em 1939, os nazistas institucionalizaram a violência, prendendo arbitrariamente e executando seus inimigos políticos: comunistas, sindicalistas e líderes esquerdistas de modo geral. O nacional-socialismo soube manipular os instintos agressivos do ser humano e canalizou o ódio dos alemães particularmente contra os judeus, pois existia uma tradição anti-semita entre os povos nórdicos. Desse modo, os judeus serviram como bode expiatório para todos os males alemães. A partir de 1934, o anti-semitismo tornou-se uma prática do governo, além de nacional. Os judeus foram proibidos de trabalhar em repartições públicas. Suas lojas e fábricas foram expropriadas pelo governo. Além disso, eram obrigados a usar braçadeiras com a estrela de Davi, para poderem ser facilmente discriminados. A radicalização do anti-semitismo oficial forçou mais da metade da população judaico-alemã a deixar o país, à procura de exílio. Às vésperas da Segunda Guerra Mundial, restavam apenas 250 mil judeus na Alemanha, menos de 0,5% da população total. Com a Guerra, tanto estes quanto os judeus dos paíes ocupados por Hitler foram enviados para os campos de extermínio, o que resultou no holocausto - o massacre de 6 milhões de pessoas.


Ricardo Carvalho comenta as guerras do século XX



O professor de História do EducaBahia faz um comentário sobre as principais características das guerras do século XX


Rumo à Segunda Guerra Mundial


Inglaterra, França e Estados Unidos, as três potências democráticas, não se preocuparam em deter a ascensão do nazismo. Acreditavam que uma Alemanha forte funcionaria como um cordão de isolamento, livrando o Ocidente da influência da União Soviética. Esta, por sua vez, assinou um pacto de não-agressão com a Alemanha, em agosto de 1939, em que se comprometiam a não atacar uma à outra e se manterem neutras caso uma delas fosse atacada por uma terceira potência. Desse modo, a Alemanha logo começou a contar com crédito e recursos internacionais e passou a prosperar. Surgiram empresas industriais poderosas, de minério, petróleo, borracha, etc., da noite para o dia. Foram construídas grandes obras públicas, como estradas e aeroportos, reduzindo rapidamente e logo acabando (ou quase) com desemprego. A recuperação econômica deu cada vez mais popularidade aos nazistas. Ao mesmo tempo, o grosso da população alemã recuperava autoconfiança. Aproveitando-se disso tudo, Hitler gradativamente deixou de respeitar as cláusulas do Tratado de Versalhes. A partir de 1935, a indústria bélica foi reconstruída e o serviço militar tornou-se obrigatório.


O eixo nazi-fascista


Em 1938, Hitler aliou-se ao ditador italiano Benito Mussolini formando o eixo nazi-fascista. Ainda no mesmo ano, passou a controlar a totalidade das finanças alemãs, colocando-se à frente do Banco do Reich. Também anexou a Áustria e os Sudetos, na Tchecoslováquia. Eram regiões de numerosa população germânica, ricas em matérias-primas e complexos industriais. As potências democráticas e a URSS mantinham-se na passiva posição de simples observadores, mas os acontecimentos se precipitavam rapidamente na direção de uma Segunda Guerra Mundial.
A Segunda Guerra Mundial, entre 1939 e 1945, possibilitou o desenvolvimento pleno de tendências sociais latentes no mundo, após a Primeira Guerra Mundial. Envolveu interesses econômicos, mas foi marcada também pela defesa de interesses ideológicos que punham em disputa várias visões sobre a política, o homem e a sociedade. O mundo estava tomado pelas doutrinas do fascismo, na Itália, do nazismo e do anti-semitismo na Alemanha e do comunismo na União Soviética. A guerra refletiu a disputa econômica e política dos grandes países industrializados, mas também um confronto em torno do melhor modelo ideológico capaz de orientar, naquele momento histórico, o desenvolvimento da humanidade. Em campos diferentes se defrontavam três sistemas políto-econômicos: as democracias liberais capitalistas, os nazi-fascistas e os comunistas.
No âmbito das relações exteriores o mundo apresentava um equilíbrio precário, desde o fim da Primeira Guerra, em 1918. Este foi testado ao extremo diante da política expansionista alemã liderada por Hitler, ao mesmo tempo em que se consolidava o regime comunista na União Soviética. Em 1938, a Alemanha ocupou a Áustria e, posteriormente, a região de Sudetos na Tchecoslováquia, deixando claro que os planos militares de Hitler não se limitavam aos territórios de língua alemã. O nazismo, que até então era visto como uma possível defesa contra o comunismo pelas democracias liberais, começava a revelar-se uma faca de dois gumes.


Conferência de Munique


Diante dessa ofensiva, os chefes de Estado da Inglaterra, da França, da Itália e da Alemanha reuniram-se na cidade de Munique (Conferência de Munique). O resultado dessa negociação foi o reconhecimento do direito alemão de anexar a região dos Sudetos, cuja população tinha origem germânica em sua maioria. Assim, o nazismo parecia estar com o caminho aberto para seus objetivos expansionistas e nacionalistas. Há historiadores que analisam a Conferência de Munique como uma forma de a França e a Inglaterra "empurrarem" a Alemanha contra a União Soviética, já que a reunião legitimou a invasão alemã de um território que dava passagem à Rússia. Ao perceber a complacência francesa e inglesa, Hitler ganhou mais confiança. Ao mesmo tempo, assinou um pacto de não-agressão com o ditador russo Josef Stálin. Em setembro de 1939, tropas alemãs invadiram a Polônia, dando início à guerra que, até seu final, em 1945, mataria cerca de 40 milhões de pessoas.


As idéias racistas e de superioridade germânica difundidas pelo nazismo desde 1933, quando Hitler subiu ao poder, foram o fermento ideológico que uniu fortemente o povo alemão em torno dessa verdadeira cruzada, empreendida em nome da construção de um império ariano.


Ações de extermínio


A Polônia foi o exemplo mais trágico dos objetivos e das disposições da política nazista. Cerca de 5,8 milhões de poloneses foram exterminados pelos alemães, e destes apenas 123 mil eram militares. Ou seja, o alvo dos alemães eram principalmente os civis judeus, que formavam parte significativa da população polonesa. Assim, desde a invasão da Polônia de 1939, ficou claro que, para a Alemanha, essa seria uma guerra de extermínio dos povos que o nazismo considerava inferiores ou indesejáveis: além dos judeus, os eslavos e ciganos, sem falar em homossexuais e nos deficientes físicos e mentais.
Para eles, foram criados campos de concentração, como Treblinka, Auschwitz, Birkenau e Sobibor, onde os "indesejáveis" eram exterminados em ritmo industrial. Havia, inclusive, a preocupação das autoridades alemãs em criar métodos mais eficientes e baratos de matar um maior número de pessoas no menor tempo possível. Vale lembrar também que o dinheiro e os bens dessas pessoas - em especial dos judeus - eram expropriados pelos nazistas, que tentaram lucrar inclusive com os cadáveres, fabricando sabão com gordura humana e botões com ossos.


A guerra na Europa


Depois da rápida vitória sobre a Polônia, as tropas alemãs não pararam mais. Atacaram primeiramente a França, que também sucumbiu em poucos dias, e depois a Inglaterra, que resistiu heroicamente e enfrentaria os alemães e seus aliados, italianos e japoneses, até o fim da guerra, na Europa, no norte da África e no Oriente. O primeiro-ministro britânico Winston Churchill foi o primeiro estadista ocidental a perceber a ameaça nazista e a ela se opor tenazmente, malgrado, Hitler, a princípio, manifestasse interesse num armistício com os ingleses.
Em meados de 1941, rompendo o acordo com Stálin, Hitler decidiu atacar a União Soviética. Contrariando as estratégias de seus generais, que queriam primeiro tomar Moscou, fez questão de invadir Leningrado, símbolo da Revolução Russa de 1917. No entanto, Leningrado resistiu bravamente, embora a cidade tenha ficado sem luz e sem suprimentos, sob um cerco que durou 900 dias.
Os russos, porém, não se rendiam e contaram com a aliança com seu inverno austero, ao qual os alemães não estavam acostumados. Ainda assim, as tropas nazistas chegaram a 30 quilômetros de Moscou, decididos a tomar a cidade. Foi quando se deu a virada no chamado front oriental europeu. O general Zukhov, comandante do exército vermelho, conevenceu Stálin a trazer para a Europa as tropas russas estacionadas na Ásia, o extremo oriente da União Soviética, por temora uma invasão japonesa. Esses reforços tiveram um papel decisivo na contenção dos nazistas. No Oriente, onde o Japão já desenvolvia uma política expansionista análoga à de Hitler, outro fato veio reverter os rumos da guerra, a partir do bombardeio japonês à ilha de Pearl Harbour, pertencente aos Estados Unidos, no final de 1941. Atacados por um aliado de Hitler, os americanos tinham agora um motivo para intervir diretamente na guerra, em vez de apenas prestar apoio econômico aos ingleses.


A partir daí, a guerra se estendeu pelo mundo inteiro. Assistiu-se também a um velocíssimo desenvolvimento bélico norte-americano, o que colocaria o país na posição de maior potência militar ao longo do século 20.
Na Europa, a guerra envolvia a população civil, além da militar, e provocou uma grande devastação humana operada pelo avanço nazi-fascista. Já nos oceanos Pacífico e Índico, as batalhas se travavam entre navios e aviões ou em territórios cuja população local - muitas vezes indígena - não se envolvia no conflito. Mesmo assim, o número de mortos e feridos foi grande entre os militares, em especial do Japão e dos Estados Unidos, os principais protagonistas das batalhas nessa região.


Batalha de Stalingrado
O cerco alemão à União Soviética teve que retroceder no fim de 1941, mas Hitler retomou seus planos em setembro de 1942, dando início à batalha de Stalingrado, que se estendeu até fevereiro de 1943, com a vitória dos soviéticos. Esta batalha deu início à contra-ofensiva soviética que mudaria os rumos da guerra. A partir de então, os russos pressionariam os alemães de volta para seu país, enquanto, na Europa ocidental, americanos e ingleses reconquistavam posições na Itália e na França. Em 6 junho de 1944 (o chamado Dia D), sob o comando geral do general americano Dwight Eisenhower, ocorreu o desembarque das tropas aliadas na Normandia (França), a partir do que os alemães se viram pressionados nos dois lados da Europa. Ao mesmo tempo, as populações dos países invadidos pelos nazistas organizavam movimentos de resistência à ocupação, sabotando os alemães e cooperando com os aliados.

Derrota do Eixo


O chamado Eixo, formado pela Alemanha, Itália e Japão, foi derrotado em 1945, depois de seis anos de conflito. Isso aconteceu em duas etapas. Na Alemanha, ocupada pelos aliados, Hitler suicidou-se e seus generais se renderam incondicionalmente em 8 de maio. O Japão resistiu mais alguns meses, até que as cidades de Hiroshima e Nagasaki foram destruídas pelas bombas atômicas norte-americanas, em agosto. Foi a primeira vez que se usou armas nucleares num conflito e seu poder de devastação obrigou os japoneses à rendição.


Julgamento dos nazistas em Nuremberg
Em novembro de 1945, os líderes nazistas capturados foram julgados no tribunal internacional de Nuremberg, em razão dos crimes cometidos contra a humanidade. Calcula-se que cerca de 6 milhões de judeus tenham sido mortos nos campos de extermínio e nos guetos. A guerra deixou, ainda, um saldo de 18 milhões de russos mortos, 5,8 milhões de poloneses e 4,2 milhões de alemães, sem falar nos outros povos diretamente envolvidos, cujas mortes também se contam aos milhares.
Muitos criminosos nazistas, porém, não se deixaram julgar, Hermann Göering, um dos principais comandantes nazistas, sucidou-se na prisão antes de ir ao tribunal. Kurt Franz, o comandante do campo de Treblinka, responsável direto pela morte de 600 mil judeus, foi condenado à prisão perpétua, mas foi indultado antes da morte, em 1993. Gustav Franz Wagner, comandante de Sobibor, culpado da morte de 250 mil pessoas, fugiu e escondeu-se em Atibaia (SP), onde viveu tranquilamente até ser descoberto e suicidar-se, em 1980.


Herança do conflito


Novas relações mundiais se configuraram após a guerra, já que seus principais vencedores - os Estados Unidos e a União Soviética - eram adversários ideológicos e possuíam uma capacidade bélica equivalente, o que os impedia de partir para um conflito aberto. Teve início a chamada Guerra Fria: o mundo foi dividido em dois blocos, o comunista e o capitalista, ambos com suas promessas de desenvolvimento, paz e prosperidade para seus cidadãos, assim como suas fragilidades, crises e fracassos sociais e econômicos.