terça-feira, 30 de novembro de 2010


O Império Desnudado

Pio Penna Filho*

Novas e indiscretas revelações do site Wikileaks (www.wikileaks.org) recolocaram o governo norte-americano numa situação extremamente desconfortável perante a comunidade internacional. As informações divulgadas pelo site são sensíveis e perturbadoras para as autoridades dos Estados Unidos.
Muitas das informações divulgadas não são necessariamente novidades. A novidade em si é que elas confirmam o que muitos pensavam e/ou suspeitavam sobre a atuação dos Estados Unidos pelo mundo afora.
Revelam também as indiscrições cometidas por agentes públicos de diversos países em conversas com diplomatas norte-americanos, como o caso do Ministro da Defesa do Brasil, Nelson Jobim, que teria dito que o presidente boliviano, Evo Morales, teria um tumor no nariz. Ora, o que tem a ver Nelson Jobim e o governo brasileiro com uma questão tão íntima do presidente Evo Morales?
Aliás, a documentação, nesse caso, revela também a percepção que os Estados Unidos tem do Brasil. Para eles, somos, em vários aspectos, competidores e não aliados automáticos e confiáveis. Confiável é o ministro Jobim, que faz as vezes do agente pró-americano no governo brasileiro, em contraponto ao ministro Celso Amorim, visto com grande desconfiança.
Com relação ao Brasil nota-se ainda a obsessão norte-americana em encontrar na tríplice fronteira (Argentina-Brasil-Paraguai) a atuação de grupos terroristas islâmicos. Mesmo que não existam evidências concretas sobre isso, o assunto foi motivo de vários encontros de diplomatas norte-americanos com autoridades brasileiras. O mesmo deve ter ocorrido nos países vizinhos. A lição é clara: na ausência do inimigo, nós os criamos!
Dentre outras revelações, a da existência de armas nucleares táticas norte-americanas em vários países europeus é reveladora da persistência de dinâmicas relacionadas à finada Guerra Fria. Por que os Estados Unidos ainda mantém armas nucleares táticas (de curto e médio alcance) em países como a Holanda e a Bélgica? Por que os governos desses países permitem que esse tipo de armamento continue estocado em seus territórios? Chega a ser até uma contradição com todo o discurso norte-americano relacionado à proliferação nuclear.
Outra revelação: parece não existir uma claraseparação entre a pura espionagem e a diplomacia dos Estados Unidos. Monitoramento de autoridades, conversas indiscretas que são retransmitidas a agências de segurança, preocupação excessiva focada no chamado “terrorismo” internacional e outras matérias acabam desqualificando os diplomatas dos Estados Unidos espalhados pelos quatro cantos do mundo, inclusive no Brasil.
Agora o governo norte-americano tenta pressionar o fundador e os administradores do site, buscando encontrar brechas legais para incriminá-los. Se o estrago para a imagem dos Estados Unidos foi grande, essas revelações são alvissareiras para o resto do mundo, uma vez que desnudam a forma de atuação e a falta de escrúpulos dos norte-americanos em termos de diplomacia e espionagem.

Refugiados – 60 Anos do ACNUR

Pio Penna Filho
Professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB) e Pesquisador do CNPq. E-mail: piopenna@gmail.com


O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) completa 60 anos de existência. O ACNURé uma agência das Nações Unidas que assumiu importantes funções humanitárias desde a sua criação e que continua trabalhando incansavelmente para que milhões de pessoas em sérias dificuldades possam desfrutar de alguma assistência das Nações Unidas.
Estima-se que existam hoje no mundo cerca de 15 milhões de refugiados e 27 milhões de deslocados, que são os principais beneficiados pelas ações do ACNUR. Essa gente está espalhada por todos os continentes, sendo que o mais problemático de todos continua sendo a África, não por acaso onde residem os mais pobres.
Segundo a Convenção de Genebra (1951), um refugiado é aquele que, em razão de fundados temores de perseguição de qualquer natureza (política, religiosa, racial, etc), se vê obrigado a buscar refúgio em outro país para preservar a sua vida. Nesse sentido, trata-se de uma decisão extrema visando a segurança e a sobrevivência.
Deslocados são aqueles que geralmente são obrigados a deixar suas regiões de origem ou de residência para buscar abrigo em outra região, usualmente no mesmo país. As motivações costumam ser muito parecidas com as dos refugiados. Ou seja, os deslocados migram em função de perseguições de natureza variada (política, religiosa, racial etc) ou em decorrência de catástrofes naturais.
Ambos constituem-se em grupos vulneráveis, fragilizados e sem apoio ou com quase nenhuma atenção dos seus países de origem, daí a enorme importância que a ONU, por meio do ACNUR, desempenha em suas vidas. São pessoas esquecidas, abandonadas à própria sorte.
Os refugiados costumam viver em campos que surgem do nada, normalmente em lugares distantes e sem nenhuma infraestrutura. Falta-lhes de tudo: água, comida, abrigo, remédios, roupas, assistência médica. Como se amontoam aos milhares e num curto período de tempo, acabam criando condições propícias para o surgimento de epidemias que costumam ser devastadoras, ainda mais num contexto de fome e subnutrição. São também suscetíveis à violência de gangues e de grupos que acabam se aproveitando da lei do mais forte para retirar-lhes o quase nada que possuem.
Os brasileiros tem certa dificuldade em entender o drama vivenciado pelos refugiados e pelos deslocados porque não temos, na nossa história, experiências e traumas de grande envergadura dessa natureza. Além disso, somos um país que tradicionalmente recebe poucos refugiados, fato que nos afasta ainda mais da dura realidade dos milhões de seres humanos que passam por essa situação.
Sem o ACNUR o drama vivenciado por essas pessoas certamente seria muito mais intenso. É nele que os milhões de refugiados e deslocados acabam encontrando alguma esperança de dias melhores e, em muitos casos, da própria sobrevivência. O ideal seria que não tivéssemos que celebrar a existência de uma entidade dessa natureza, mas infelizmente o ser humano tem se mostrado cada vez mais hostil à sua própria espécie.

Confira as questões da prova de História da UERJ 2010

Prova de História da UERJ 2010


01. "O casal Arnolfini"





http://upload.wikimedia.org

Sempre que se evoca o tema do Renascimento, a imagem que nos vem à mente é a dos grandes artistas e de suas obras mais famosas. Isso nos coloca a questão: por que razão o Renascimento implica esse destaque tão grande dado às artes visuais? De fato, as artes plásticas acabaram se convertendo num centro de convergência de todas as principais tendências da cultura renascentista. E mais do que isso, acabaram espelhando os impulsos mais marcantes do processo de evolução das relações sociais e mercantis.
NICOLAU SEVCENKO. Adaptado de O Renascimento. São Paulo: Atual; Campinas: Ed. Unicamp, 1984.

As diversas manifestações da cultura renascentista na Europa ocidental, entre os séculos XIV e XVI, estiveram relacionadas à criação de novos valores e práticas sociais que se confrontaram com aqueles da sociedade medieval. Cite dois aspectos da cultura renascentista que justifiquem a sua importância para o início dos Tempos Modernos.

Resposta
Sería possível escolher dois entre os aspectos abaixo:
• valorização do indivíduo
• abandono do teocentrismo
• defesa dos ideais humanistas
• defesa dos valores burgueses
• valorização da liberdade individual
• utilização da razão na explicação do mundo
• visão mais natural e humanizada da religião


.

02 Pelo que, começando, digo que as riquezas do Brasil consistem em seis coisas, com as quais seus povoadores se fazem ricos, que são estas: a primeira, a lavoura do açúcar; a segunda, a mercancia; a terceira, o pau a que chamam do Brasil; a quarta, os algodões e madeiras; a quinta, a lavoura de mantimentos; a sexta e última, a criação de gados. De todas estas coisas o principal nervo e substância da riqueza da terra é a lavoura dos açúcares.
AMBRÓSIO FERNANDES BRANDÃO, 1618. Adaptado de PRIORE, M. del; VENÂNCIO, R. P. O livro de ouro da história do Brasil. Rio de Janeiro: Ediouro, 2001.

Considera-se hoje que o Brasil colonial teve um desenvolvimento bastante diferente da interpretação de Caio Prado Júnior. É que mudou a ótica de observação: os historiadores passaram a analisar o funcionamento da colônia. Não que a intenção da política metropolitana fosse diferente do que propõe o autor. Mas a realidade se revelava muito mais complexa. No lugar da imagem de colonos engessados pela metrópole, vem à tona um grande dinamismo do comércio colonial.
SHEILA DE CASTRO FARIA. Adaptado de www.revistadehistoria.com.br

O texto do século XVII enumera interesses da metrópole portuguesa em relação à colonização do Brasil; já o segundo texto, uma análise mais contemporânea, descreve uma sociedade mais complexa que ia além dos planos dos exploradores europeus. Indique dois objetivos da Coroa Portuguesa com a implantação da empresa açucareira no Brasil colonial. Em seguida, identifique duas características da economia colonial que comprovam o seu dinamismo interno


Respostas:

Dois dos objetivos:

• fixar população portuguesa à terra

• garantir o controle político do território por Portugal

• produzir mercadoria de alto valor comercial no mercado europeu
• garantir rendas à Coroa Portuguesa por meio da produção de gêneros de valor comercial
• garantir o monopólio do Atlântico Sul e, consequentemente, da rota marítima para o Oriente
• afirmar a preponderância portuguesa no cenário das grandes nações europeias do século XVI

Duas das características:
• existência de atividades econômicas utilizando mão de obra livre
• desenvolvimento de relações comerciais internas e com outras regiões, apesar das proibições
características do monopólio metropolitano
• existência de uma quantidade de capital circulante na colônia, empregado não só no tráfico
negreiro como também na criação do gado e na lavoura de subsistência, voltadas
principalmente para o mercado interno

A queda da Bastilha simbolizou a vitória dos ideais revolucionários sobre o regime absolutista e
aristocrático.


03.





Candidatos a presidente da República do Brasil em 1989: Mário Covas, Aureliano Chaves, Luis Inácio Lula da Silva, Guilherme Afif Domingos, Fernando Collor de Mello, Paulo Maluf, Ronaldo Caiado, Roberto Freire, Leonel Brizola, Ulysses Guimarães.

O Jornal do Brasil aproveitou a corrida eleitoral pela presidência do Brasil em 1989 e consultou a opinião dos candidatos para a seguinte questão: “Se o senhor tivesse vivido a Revolução Francesa, que personagem da época gostaria de ter encarnado?” A maioria preferiria ter sido povo. Dois gostariam de ter sido filósofos. Ninguém quis ser político. Mas, curiosamente, aqueles que queriam ser povo ou filósofo em 1789, duzentos anos depois, almejavam a presidência. Candidatos a presidente da República do Brasil em 1989: Mário Covas, Aureliano Chaves, Luis Inácio Lula da Silva, Guilherme Afif Domingos, Fernando Collor de Mello, Paulo Maluf, Ronaldo Caiado, Roberto Freire, Leonel Brizola, Ulysses Guimarães.
Adaptado de www.jblog.com.br
O dia 14 de julho de 1789, data da queda da Bastilha, é considerado pelos historiadores um marco da Revolução Francesa.
Considerando o contexto político da França em 1789, explique a importância simbólica da queda da Bastilha para o movimento revolucionário francês.
Apresente, também, duas propostas da Revolução Francesa que ainda façam parte da ordem política contemporânea.

Duas das propostas:
• direito ao voto
• soberania popular
• cidadania política
• liberdade de religião
• liberdade de expressão
• igualdade perante a lei
• sistema político representativo
• estabelecimento do sistema republicano
• estabelecimento de regimes parlamentares
• divisão do poder político em três instâncias: Executivo, Legislativo e Judiciário


04. O enriquecimento da vida cultural do Rio de Janeiro, e até mesmo do país, após 1808, decorreu, sobretudo, das necessidades da elite dominante. No ambiente acanhado da sociedade americana, a novidade dos procedimentos característicos do círculo real exerceram extraordinário fascínio, produzindo um poderoso efeito “civilizador” em relação à cidade. Em contrapartida, a Coroa não deixou de adotar também medidas de controle mais eficientes. Após a tormenta da Revolução Francesa e ainda vivendo o turbilhão do período napoleônico, era o medo dos princípios difundidos pelo século das Luzes, especialmente as “perniciosas” ideias francesas, que ditava essas cautelas.
LÚCIA M. P. DAS NEVES E HUMBERTO F. MACHADO Adaptado de O império do Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.
O texto aborda um duplo movimento provocado pela presença da Corte portuguesa no Brasil: o estímulo às atividades culturais na colônia e, ao mesmo tempo, o controle conservador sobre essas atividades.
Indique duas ações da Coroa que enriqueceram a vida cultural da cidade do Rio de Janeiro.
Explique, ainda, como o Estado português exercia controle sobre as atividades culturais.

Órgãos do Estado português, agora sediados no Brasil, exerciam a função de fiscalizar e censurar todos os impressos, inclusive os importados, que aqui fossem publicados sob a justificativa de cuidar da moral, da religião e dos bons costumes.

Duas das ações:
• criação da Imprensa Régia
• contratação da Missão Artística Francesa
• fundação do futuro Jardim Botânico (Real Horto)
• fundação da futura Biblioteca Nacional (Real Biblioteca)
• publicação de jornais, periódicos e obras de caráter científico com o aval da Imprensa Régia.


05.


Em nome do povo do Rio Grande, depus o governador e entreguei o governo ao seu substituto legal. E em nome do Rio Grande do Sul, digo que nesta província extrema, afastada da Corte, não toleramos imposições humilhantes. O Rio Grande é a sentinela do Brasil que olha vigilante o Rio da Prata. Não pode e nem deve ser oprimido pelo despotismo. Exigimos que o governo imperial nos dê um governador de nossa confiança, que olhe pelos nossos interesses, ou, com a espada na mão, saberemos morrer com honra, ou viver com liberdade.

Carta escrita em 1835 por Bento Gonçalves, líder farroupilha, ao Regente Feijó. Adaptado de PESAVENTO, S. J. A Revolução Farroupilha. São Paulo: Brasiliense, 1990.

Rio-grandenses! Tenho o prazer de anunciar-vos que a guerra civil que por mais de nove anos devastou esta bela província está terminada. Os irmãos contra quem combatíamos estão hoje congratulados conosco e já obedecem ao legítimo governo do Império do Brasil. União e tranquilidade sejam de hoje em diante nossa divisa. Viva a religião, viva o Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil. Viva a integridade do Império.

Proclamação feita pelo Barão de Caxias em 1845, fim da Revolução Farroupilha. Adaptado de SOUZA, A. B. de. Duque de Caxias: o homem por trás do monumento. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008.

A consolidação do Império do Brasil, entre as décadas de 1830 e 1850, significou a vitória de determinado projeto político e também o combate de propostas, como as defendidas pelos que
lutaram na Revolução Farroupilha.
Aponte uma das propostas dos líderes farroupilhas e explique por que esse movimento foi considerado ameaçador pelos dirigentes do Império do Brasil.

Respostas:
Uma das propostas:
• defesa do federalismo
• abolição da escravidão
• possibilidade de separatismo
• defesa do regime republicano
• revisão da política tributária imperial relativa ao charque sulino.

Os farroupilhas criticavam a monarquia e principalmente sua política centralizadora e unitarista, ameaçando a integridade territorial da nação e o ideal de unidade estabelecido pela Constituição
de 1824.




6.Durante os últimos três meses, visitei uns vinte estados deste belo país extraordinariamente rico. As estradas do oeste e do sudoeste pululam de pessoas famintas pedindo carona. As fogueiras dos acampamentos dos desabrigados são visíveis ao longo de todas as estradas de ferro. Os fazendeiros estão sendo pauperizados pela pobreza das populações industriais, e as populações industriais, pauperizadas pela pobreza dos fazendeiros. Nenhum deles tem dinheiro para comprar o produto do outro; consequentemente há excesso de produção e carência de consumo, ao mesmo tempo e no mesmo país.
Relato feito em 1932 por Oscar Ameringer à Câmara dos Representantes dos Estados Unidos. Adaptado de MARQUES, A. M. et al. História contemporânea através de textos. São Paulo: Contexto, 1990.

O depoimento acima faz referência a efeitos da Crise de 1929 para a sociedade norte-americana.
Apresente dois fatores que contribuíram para deflagrar essa crise e cite seu principal desdobramento para a economia europeia naquele momento.

Dois dos fatores:
• especulação financeira
• superprodução agrícola
• superprodução industrial
• desaceleração do consumo
• quebra da Bolsa de Nova York
• reaquecimento das economias europeias
Um dos princípios:
• abertura para a iniciativa privada em pequena escala
• manutenção do controle estatal sobre os setores-chave da produção
A crise econômica e financeira, iniciada com a falência de empreendimentos agrícolas e industriais dependentes de capitais norte-americanos, repatriados em função da quebra da Bolsa de Nova York.



07 Cuba e as reformas do bloco socialista: back to the future?
Os líderes cubanos excitaram a imaginação do mundo ao lançarem em setembro o mais radical pacote de medidas. As reformas cubanas trazem logo à mente duas grandes ondas de reforma na antiga União Soviética: a Nova Política Econômica - NPE, nos anos 1920, e o início da Perestroika, em meados dos anos 1980. Em ambas, inicialmente, as medidas tomadas e o espírito condutor eram bastante parecidos, mas os resultados das duas foram completamente diferentes. Qual desses caminhos seguirá Cuba, em um mundo cada vez mais globalizado?
ÂNGELO SEGRILLO Adaptado de O Globo, 19/09/2010
No mundo contemporâneo, países socialistas viveram situações de crise, contornadas por meio da promoção de reformas, como as mencionadas no texto.
Aponte um princípio comum à Nova Política Econômica e à Perestroika. Em seguida, indique o
principal resultado de cada uma dessas políticas promovidas pelo governo soviético.
A NPE permitiu contornar a crise e consolidou a orientação socialista soviética. A Perestroika conduziu à desintegração da União Soviética e ao fim do socialismo nos países do bloco sob sua influência direta.

Dois dos efeitos para a sociedade japonesa:
• destruição de cidades
• proibição de rearmamento
• prejuízos para a população civil
• reconstrução nacional em bases capitalistas
• aceitação da rendição incondicional perante os EUA
• ocupação militar e intervenção política e administrativa norte-americana
• adoção de reformas políticas de restrição ao poder exercido pelo imperador

08.


Cidade de Hiroshima após o lançamento da bomba atômica em 6 de agosto de 1945http://pt.wikipedia.org


Os EUA enviaram, em 2010, pela primeira vez, um embaixador, John Ross, para participar das comemorações relativas ao ataque nuclear em Hiroshima. A cidade industrial de Hiroshima foi bombardeada no dia 6 de agosto de 1945, o que resultou na morte de cerca de 140 mil pessoas. Essa é considerada a maior tragédia nuclear da história. Três dias mais tarde, os EUA lançaram uma segunda bomba em Nagasaki, causando mais 70 mil mortes. No âmbito das comemorações em Hiroshima, o Secretário Geral da ONU, Ban-Ki-Moon, voltou a apelar pelo desarmamento nuclear no mundo.
Adaptado de http://dn.sapo.pt

O lançamento das bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki possibilitou o fim da Segunda Guerra Mundial, acarretando, para todos os países envolvidos no conflito, muitas transformações e inaugurando novas tensões internacionais.
Aponte dois efeitos da Segunda Guerra Mundial para a sociedade japonesa e dois efeitos da utilização de armamentos nucleares para as relações internacionais no pós-guerra.
Dois dos efeitos para as relações internacionais:
• instauração da Guerra Fria
• reavaliação dos riscos decorrentes das guerras
• desenvolvimento de políticas armamentistas nucleares
• concorrência entre os países pela posse de arsenal nuclear

09


A Copa do Mundo de Futebol de 2010 teve grande destaque na mídia internacional, em especial,
devido ao fato de ser realizada, pela primeira vez, no continente africano. Esse evento seria
impossível décadas antes, em função do boicote proposto pela Organização das Nações Unidas
- ONU à África do Sul em 1962.
Apresente o motivo que levou a ONU a propor um boicote de seus países-membros à África do Sul
em 1962 e cite duas características do regime político sul-africano daquela época que justifiquem
essa atitude internacional.
Existência do regime segregacionista denominado Apartheid, legitimado pelas leis do país.
Duas das características:
• criminalização do casamento inter-racial
• segregação dos negros no tocante à educação e ao lazer
• exclusão dos habitantes negros do exercício da cidadania política
• criação de áreas para residência de negros, sem qualquer infraestrutura, chamadas bantustões
• impedimento do acesso dos negros à propriedade de terra nas áreas privilegiadas com
infraestrutura e mais ricas produtivamente
• discriminação da população negra no tocante a postos de trabalho e ao acesso a bens materiais
e culturais destinados exclusivamente aos brancos

Adaptado de Nosso século. Vol. 5. São Paulo: Abril Cultural, 1980.
ZIRALDO
Nosso século. Vol. 5. São Paulo: Abril Cultural, 1980.
No decorrer da década de 1970, medidas econômicas implementadas pelos governos militares
afetaram de maneiras variadas as condições de vida dos brasileiros, como ilustram a propaganda
e a charge.
Indique duas dessas medidas econômicas e dois dos seus efeitos sociais.
Duas das medidas:
• controle da inflação
• controle do câmbio pelo Estado
• favorecimento do grande capital
• controle da mão de obra por meio de políticas de arrocho salarial
• favorecimento do consumo de bens duráveis por meio da facilitação do crédito
• estímulo ao crescimento do setor industrial de bens de consumo duráveis, como eletrodomésticos e automóveis
Dois dos efeitos:
• arrocho salarial
• concentração de renda
• perda da estabilidade no emprego
• aumento das desigualdades sociais
• aumento das desigualdades regionais
• aumento da concentração da propriedade urbana e rural

O que foi a Revolta da Chibata?
No dia 22 de novembro de 1910, marujos liderados pelo marinheiro negro, João Cândido Felisberto, iniciaram uma insurreição contra os castigos físicos, baixos salários e péssimas condições de trabalho na Marinha brasileira da época
Paula Takada (paula.takada@abril.com.br)




João Candido Felisberto, líder da Revolta
da Chibata. Fonte: Associação Cultural
do Arquivo Nacional
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No início do século 20, a maior parte dos trabalhadores da Marinha brasileira era composta por mulatos e negros, escravos libertos ou filhos de ex-escravos. As condições de trabalho eram precárias: os marinheiros tinham remuneração baixa, recebiam péssima alimentação durante as longas viagens nos navios e, o mais grave, estavam submetidos a punições corporais, caso desobedecessem alguma regra.
Mais de duas décadas após a abolição da escravidão, a prática de castigos físicos ainda era comum na Marinha brasileira. Punições típicas do período colonial haviam sido revogadas com a Proclamação da República, em 1889, e reintroduzidas pelo Decreto 328, de abril de 1890. O rebaixamento de salário, o cativeiro em prisão solitária por um período de três a seis dias, a pão e água, para faltas leves ou reincidentes, e as 25 chibatadas para faltas graves eram penas regulamentadas em plena República.

Esse contexto revoltava centenas de marujos que durante os anos de 1908 e 1909 passaram a se organizar, buscando, sem sucesso, negociar melhorias trabalhistas com o governo. No dia 21 de novembro, o marinheiro Marcelino Rodrigues de Menezes, acusado de embarcar com uma garrafa de cachaça, foi violentamente punido não com 25, mas com 250 chibatadas, na presença de todos os tripulantes.

O castigo exagerado do marujo levou ao início da revolta, no dia 22 de novembro, com a participação de cerca de 2.300 marinheiros que, liderados por João Cândido Felisberto, tomaram o controle dos encouraçados Minas Gerais, São Paulo e do cruzador-ligeiro Bahia (recém-construídos na Inglaterra) e do antigo encouraçado Deodoro. Uma carta reivindicando melhores condições de trabalho e modificações na legislação penal e disciplinar com destaque para a extinção das chibatadas foi enviada ao governo. Com os canhões das embarcações apontados para a cidade do Rio de Janeiro, os marinheiros ameaçavam bombardear a capital do país, caso suas exigências não fossem atendidas.

O governo cedeu às pressões dos marujos e em 27 de novembro de 1910 a chibata foi abolida da Marinha de Guerra brasileira. Oficialmente, a anistia estava garantida aos revoltosos liderados por João Cândido - que a partir desse momento, passou a ser tratado pela imprensa como o "Almirante Negro". No dia seguinte, porém, o presidente da República, Marechal Hermes da Fonseca assinou o decreto 8.400 que permitia a exclusão da Marinha de qualquer marujo cuja presença fosse julgada inconveniente por seus superiores. Repressão violenta na Ilha das Cobras

Segundo o historiador Marco Morel, cerca de 1.200 homens foram expulsos da Marinha, centenas foram presos e outros 30 foram assassinados. As prisões do Batalhão Naval localizado na Ilha das Cobras, na baía de Guanabara, estavam lotadas e, em 9 de dezembro, uma nova rebelião foi iniciada. O governo rapidamente reprimiu a insurreição e usou a situação para suspender a anistia oficialmente anunciada semanas antes.


João Cândido então foi preso, acusado de liderar a recente rebelião. Na noite de 24 de dezembro, véspera de Natal, 31 marinheiros foram trancados em duas pequenas celas repletas de cal, que teria sido utilizada para higienizar o ambiente. No dia 26, quando os funcionários do cárcere voltaram ao trabalho, apenas dois marujos sobreviviam: João Cândido e João Avelino Lira.

Bastante traumatizado e tendo alucinações, João Cândido foi levado ao Hospital Nacional dos Alienados, no bairro da Urca, onde permaneceu internado por três meses. Depois de recuperado, foi levado de volta à prisão na Ilha das Cobras, cumprindo pena até 30 de dezembro de 1912.

Impedido de retornar à Marinha, João Cândido trabalhou em embarcações particulares, sendo constantemente demitido por pressão da Marinha sobre seus patrões. Passou a ganhar a vida como pescador e comerciante de peixes na Praça XV. Morreu em 1969, aos 89 anos, vitima de um câncer de pulmão.

Em 1977, Aldir Blanc e João Bosco homenagearam o líder da Revolta da Chibata compondo o samba "Mestre-sala dos Mares", interpretado por Elis Regina.

Em 2008, o presidente Luís Inácio Lula da Silva sancionou a lei federal de número 11.756 concedendo a anistia póstuma a João Cândido e a outros marinheiros que participaram da revolta. No entanto, a indenização aos descendentes dos marujos foi vetada pelo presidente da República.


"Mestre-sala dos Mares", de Aldir Blanc e João Bosco

Há muito tempo nas águas da Guanabara
O dragão do mar reapareceu
Na figura de um bravo feiticeiro
A quem a história não esqueceu
Conhecido como o navegante negro
Tinha a dignidade de um mestre-sala
E ao acenar pelo mar na alegria das regatas
Foi saudado no porto pelas mocinhas francesas
Jovens polacas e por batalhões de mulatas

Rubras cascatas
Jorravam das costas dos santos
entre cantos e chibatas
Inundando o coração
do pessoal do porão
Que, a exemplo do feiticeiro,
gritava então

Glória aos piratas
Às mulatas,
às sereias
Glória à farofa
à cachaça,
às baleias

Glória
a todas as lutas inglórias
Que através da nossa história
não esquecemos jamais

Salve o navegante negro
Que tem por monumento
as pedras pisadas do cais
Mas salve

Salve o navegante negro
Que tem por monumento
as pedras pisadas do cais

Mas faz muito tempo
Minas de ouro guardam histórias de sofrimento dos negros, na época da escravidão


Terra de Minas visita antigas minas de ouro na região de Ouro Preto.
Minas de ouro guardam histórias de sofrimento dos negros, na época da escravidão.
Conheça a lenda de Chico Rei, a alma dos congados em Minas Gerais



Lenda do Chico Rei está na alma dos congados

Lenda ou história? Chico Rei, o homem que era rei na África e virou escravo no Brasil, faz parte do imaginário. A luta também está na alma dos congados - tradição que mistura música, dança e fé.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Navio Negreiro, de Castro Alves

Confira o poema Navio Negreiro, de Castro Alves na voz de Paulo Autran
Com imagens do filme Amistad, realizado por Steven Spielberg.
Escute Tragédia no mar (ou O navio negreiro) de Castro Alves, na voz de Paulo Autran.
O poeta Castro Alves escreveu O navio negreiro aos 22 anos, em 1869. A lei Eusébio de Queirós, que proibia o tráfico de escravos, fora promulgada quase vinte anos antes. Cada parte do poema tem métrica própria, de maneira que o ritmo de cada estrofe retrata a situação apresentada nela.



Navio Negreiro

Castro Alves


I

'Stamos em pleno mar... Doudo no espaço
Brinca o luar — dourada borboleta;
E as vagas após ele correm... cansam
Como turba de infantes inquieta.

'Stamos em pleno mar... Do firmamento
Os astros saltam como espumas de ouro...
O mar em troca acende as ardentias,
— Constelações do líquido tesouro...

'Stamos em pleno mar... Dois infinitos
Ali se estreitam num abraço insano,
Azuis, dourados, plácidos, sublimes...
Qual dos dous é o céu? qual o oceano?...

'Stamos em pleno mar. . . Abrindo as velas
Ao quente arfar das virações marinhas,
Veleiro brigue corre à flor dos mares,
Como roçam na vaga as andorinhas...

Donde vem? onde vai? Das naus errantes
Quem sabe o rumo se é tão grande o espaço?
Neste saara os corcéis o pó levantam,
Galopam, voam, mas não deixam traço.

Bem feliz quem ali pode nest'hora
Sentir deste painel a majestade!
Embaixo — o mar em cima — o firmamento...
E no mar e no céu — a imensidade!

Oh! que doce harmonia traz-me a brisa!
Que música suave ao longe soa!
Meu Deus! como é sublime um canto ardente
Pelas vagas sem fim boiando à toa!

Homens do mar! ó rudes marinheiros,
Tostados pelo sol dos quatro mundos!
Crianças que a procela acalentara
No berço destes pélagos profundos!

Esperai! esperai! deixai que eu beba
Esta selvagem, livre poesia
Orquestra — é o mar, que ruge pela proa,
E o vento, que nas cordas assobia...
..........................................................

Por que foges assim, barco ligeiro?
Por que foges do pávido poeta?
Oh! quem me dera acompanhar-te a esteira
Que semelha no mar — doudo cometa!

Albatroz! Albatroz! águia do oceano,
Tu que dormes das nuvens entre as gazas,
Sacode as penas, Leviathan do espaço,
Albatroz! Albatroz! dá-me estas asas.


II


Que importa do nauta o berço,
Donde é filho, qual seu lar?
Ama a cadência do verso
Que lhe ensina o velho mar!
Cantai! que a morte é divina!
Resvala o brigue à bolina
Como golfinho veloz.
Presa ao mastro da mezena
Saudosa bandeira acena
As vagas que deixa após.

Do Espanhol as cantilenas
Requebradas de langor,
Lembram as moças morenas,
As andaluzas em flor!
Da Itália o filho indolente
Canta Veneza dormente,
— Terra de amor e traição,
Ou do golfo no regaço
Relembra os versos de Tasso,
Junto às lavas do vulcão!

O Inglês — marinheiro frio,
Que ao nascer no mar se achou,
(Porque a Inglaterra é um navio,
Que Deus na Mancha ancorou),
Rijo entoa pátrias glórias,
Lembrando, orgulhoso, histórias
De Nelson e de Aboukir.. .
O Francês — predestinado —
Canta os louros do passado
E os loureiros do porvir!

Os marinheiros Helenos,
Que a vaga jônia criou,
Belos piratas morenos
Do mar que Ulisses cortou,
Homens que Fídias talhara,
Vão cantando em noite clara
Versos que Homero gemeu ...
Nautas de todas as plagas,
Vós sabeis achar nas vagas
As melodias do céu! ...


III


Desce do espaço imenso, ó águia do oceano!
Desce mais ... inda mais... não pode olhar humano
Como o teu mergulhar no brigue voador!
Mas que vejo eu aí... Que quadro d'amarguras!
É canto funeral! ... Que tétricas figuras! ...
Que cena infame e vil... Meu Deus! Meu Deus! Que horror!


IV


Era um sonho dantesco... o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...

Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs!

E ri-se a orquestra irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais ...
Se o velho arqueja, se no chão resvala,
Ouvem-se gritos... o chicote estala.
E voam mais e mais...

Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!

No entanto o capitão manda a manobra,
E após fitando o céu que se desdobra,
Tão puro sobre o mar,
Diz do fumo entre os densos nevoeiros:
"Vibrai rijo o chicote, marinheiros!
Fazei-os mais dançar!..."

E ri-se a orquestra irônica, estridente. . .
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais...
Qual um sonho dantesco as sombras voam!...
Gritos, ais, maldições, preces ressoam!
E ri-se Satanás!...


V


Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus?!
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?...
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!

Quem são estes desgraçados
Que não encontram em vós
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fúria do algoz?
Quem são? Se a estrela se cala,
Se a vaga à pressa resvala
Como um cúmplice fugaz,
Perante a noite confusa...
Dize-o tu, severa Musa,
Musa libérrima, audaz!...

São os filhos do deserto,
Onde a terra esposa a luz.
Onde vive em campo aberto
A tribo dos homens nus...
São os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidão.
Ontem simples, fortes, bravos.
Hoje míseros escravos,
Sem luz, sem ar, sem razão. . .

São mulheres desgraçadas,
Como Agar o foi também.
Que sedentas, alquebradas,
De longe... bem longe vêm...
Trazendo com tíbios passos,
Filhos e algemas nos braços,
N'alma — lágrimas e fel...
Como Agar sofrendo tanto,
Que nem o leite de pranto
Têm que dar para Ismael.

Lá nas areias infindas,
Das palmeiras no país,
Nasceram crianças lindas,
Viveram moças gentis...
Passa um dia a caravana,
Quando a virgem na cabana
Cisma da noite nos véus ...
... Adeus, ó choça do monte,
... Adeus, palmeiras da fonte!...
... Adeus, amores... adeus!...

Depois, o areal extenso...
Depois, o oceano de pó.
Depois no horizonte imenso
Desertos... desertos só...
E a fome, o cansaço, a sede...
Ai! quanto infeliz que cede,
E cai p'ra não mais s'erguer!...
Vaga um lugar na cadeia,
Mas o chacal sobre a areia
Acha um corpo que roer.

Ontem a Serra Leoa,
A guerra, a caça ao leão,
O sono dormido à toa
Sob as tendas d'amplidão!
Hoje... o porão negro, fundo,
Infecto, apertado, imundo,
Tendo a peste por jaguar...
E o sono sempre cortado
Pelo arranco de um finado,
E o baque de um corpo ao mar...

Ontem plena liberdade,
A vontade por poder...
Hoje... cúm'lo de maldade,
Nem são livres p'ra morrer. .
Prende-os a mesma corrente
— Férrea, lúgubre serpente —
Nas roscas da escravidão.
E assim zombando da morte,
Dança a lúgubre coorte
Ao som do açoute... Irrisão!...

Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus,
Se eu deliro... ou se é verdade
Tanto horror perante os céus?!...
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
Do teu manto este borrão?
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão! ...


VI


Existe um povo que a bandeira empresta
P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!...
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!...
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?
Silêncio. Musa... chora, e chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto! ...

Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança...
Tu que, da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!...

Fatalidade atroz que a mente esmaga!
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu nas vagas,
Como um íris no pélago profundo!
Mas é infâmia demais! ... Da etérea plaga
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo!
Andrada! arranca esse pendão dos ares!
Colombo! fecha a porta dos teus mares!

sábado, 27 de novembro de 2010

Saiba mais sobre a população escrava de Minas Gerais no século 18

Minas Gerais concentrava a maior população de negros no século 18.
Homens e mulheres chegaram com técnicas para extrair ouro e pedras preciosas. Muitos compraram a própria liberdade.

Golpe na Costa do Marfim

Pio Penna Filho
Professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB) e Pesquisador do CNPq. E-mail: piopenna@gmail.com

Mais um país africano está passando pelo teste da democracia e as perspectivas não são das melhores. O resultado das eleições na Costa do Marfim indicaram a vitória de um dos setores da oposição, liderado por Alassane Ouattara. O atual presidente, Laurent Gbagbo, é rival antigo de Ouattara e não quer aceitar o resultado das eleições. Aliás, por influência direta de Gbagbo e em comunicado oficial, o presidente do Conselho Constitucional do país, Paul Yao N’dré, já declarou que o pleito foi oficialmente considerado inválido.
A Costa do Marfim é um ex-colônia francesa que obteve a independência em 1960, no contexto do processo de descolonização. Se destacou durante a maior parte de sua existência como país soberano pela estabilidade política e relativo sucesso econômico no difícil cenário africano.
No plano regional tinha uma das economias mais dinâmicas e era candidato a líder, rivalizando com a outra potência regional, a Nigéria. Ambos participam de um bloco econômico, a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (ECOWAS, em inglês).


A economia da Costa do Marfim segue o padrão geral dos Estados africanos, ou seja, é predominantemente primário-exportadora, com grande concentração nas atividades agrícolas, setor que emprega em torno de 60 a 70% da mão de obra do país. Dentre os seus produtos de exportação destacam-se cacau, café, borracha, milho, arroz e frutas tropicais. Também possui petróleo e ouro. Em termos de indústria, esta é ainda incipiente e com pouca diversificação, com ênfase na indústria alimentícia e têxtil.
Desde o Golpe de Estado ocorrido em 1999, o quadro politico do país se complicou. A partir daí grupos políticos lutaram violentamente pelo controle do Estado e não conseguiram estabelecer um modus vivendi democrático e baseado no diálogo. Registre-se que o processo foi extremamente violento, levando à morte milhares de pessoas e deixando um país dividido entre o norte e o sul.


Outra consequência da instabilidade política que se seguiu ao Golpe de 1999 foi a intervenção estrangeira, uma vez que capacetes azuis das Nações Unidas e tropas francesas foram enviadas à Costa do Marfim, as quais até hoje permanecem no país.
A crise política e o clima de guerra civil teve um importante impacto negativo na economia marfinense, fragilizando ainda mais a sua precária condição econômica. Mesmo com a retomada das atividades econômicas nos últimos anos, o crescimento tem sido modesto. Em 2008 o crescimento do PIB foi de apenas 2,3%, uma taxa baixa para o padrão de crescimento africano verificado na última década.


A atual crise, que pode levar a uma nova guerra civil, é um complicador a mais para a Costa do Marfim. Se o atual presidente insistir em desrespeitar a constituição e levar adiante o seu Golpe de Estado, ele certamente será o principal responsável pela catástrofe que provavelmente virá. O Golpe não é ruim apenas para a Costa do Marfim, uma vez que ajuda a arranhar a imagem de um continente inteiro que luta justamente para demonstrar ao mundo que está mudando e tem um compromisso com a democracia.

O som da história
Eu quero ver quando Zumbi chegar
Zumbi é o senhor das guerras, Zumbi é o senhor das demandas, quando Zumbi chega é Zumbi quem manda

"Angola, Congo, Benguela Monjolo, Cabinda, Mina Quiloa, Rebolo"
(Jorge Ben, África/Brasil-Zumbi)
O texto refere-se a grupos africanos escravizados e trazidos para o Brasil durante a colonização.
Zumbi foi o chefe do maior quilombo construído no Brasil, o de Palmares.Em 1694, tropas comandadas pelo paulista Domingos Jorge Velho destruíram o quilombo de Palmares, que havia se formado desde o início do século XVII. Poucos sobreviveram ao ataque final, refugiando-se nas matas da Serra da Barriga sob a liderança de Zumbi, morto em 20 de novembro de 1695, depois de resistir por quase dois anos.A luta de Zumbi representa o episódio maior da resistências negra contra a escravidão.

Esta canção de Jorge Benjor é ótima para se abordar a temática da escravidão negra no Brasil.

Jorge Benjor
Zumbi
Angola Congo Benguela
Monjolo Cabinda Mina
Quiloa Rebolo
Aqui onde estão os homens
Há um grande leilão
Dizem que nele há
Um princesa à venda
Que veio junto com seus súditos
Acorrentados num carro de boi
Eu quero ver
Eu quero ver
Eu quero ver
Angola Congo Benguela
Monjolo Cabinda Mina
Quiloa Rebolo
Aqui onde estão os homens
Dum lado cana de açúcar
Do outro lado o cafezal
Ao centro senhores sentados
Vendo a colheita do algodão tão branco
Sendo colhidos por mãos negras
Eu quero ver
Eu quero ver
Eu quero ver
Quando Zumbi chegar
O que vai acontecer
Zumbi é senhor das guerras
È senhor das demandas
Quando Zumbi chega e Zumbi
É quem manda
Eu quero ver
Eu quero ver
Eu quero ver
O som da história
Música de Jorge Benjor fala sobre o carro de boi que fez parte da história do Brasil como meio de transporte de carga e de pessoas num passado remoto de nosso país



Oé Oé (Faz O Carro De Boi Na Estrada)
Jorge Ben Jor
Composição: Augusto de Agosto / Jorge Ben Jor
Oé oé, faz o carro de boi na estrada
Oé oé, faz o carro de boi na estrada
Bota pouca carga mas rica carga
Pois o boi nem o carro são de carga
O boi e o carro são de estimação
Preparar eles para exposição
Não esquecendo de passar carvão na roda
Nem de lavar o carro, nem de enfeitar o boi
Pois eu quero ver o boi mugir e o carro cantar
Oé oé, faz o carro de boi na estrada
Oé oé, faz o carro de boi na estrada
Bota pouca carga mas rica carga
Pois o boi nem o carro são de carga
O boi e o carro são de estimação
Preparar eles para exposição
Não esquecendo de passar carvão na roda
Nem de lavar o carro, nem de enfeitar o boi
Pois eu quero ver esse carro campeão
Pois eu quero ver todo o pessoal dizer com emoção
Que carro de boi!
Ou é o gemedor
Que carro de boi!
Ou é o cantador
Oé oé, faz o carro de boi na estrada
Oé oé, faz o carro de boi na estrada
Tradições que movimentaram o Brasil Colônia são fontes de rende até hoje




Tradições de três séculos de história permanecem nos caminhos da Estrada Real. Atividades artesanais que movimentaram a economia do Brasil no passado ainda hoje são fonte de renda para famílias.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Conheça a história da primeira capital de Mato Grosso
O professor Edenilson Morais faz uma abordagem sobre o processo de formação histórica de Vila Bela da Santíssima Trindade, fundada junto às margens do rio Guaporé, na fronteira com o domínio espanhol na América do Sul, foi escolhida estratégicamente para sediar a recém criada Capitania de Mato Grosso e se tornou o antemural da colônia no momento histórico em que as coroas ibéricas estabeleciam os limítes de suas possessões coloniais no Novo Mundo.
Confira a aula em video.
Coreia versus Coreia

Pio Penna Filho*
*Professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB) e Pesquisador do CNPq. E-mail: piopenna@gmail.com

Um só povo, a mesma tradição, a mesma cultura, a mesma língua e dois países. Um povo que tem uma das civilizações mais antigas que se tem notícia na face da terra. Sua civilização remonta a séculos antes de Cristo e é considerada, em termos de continuidade, como a mais remota. É esse povo que está, atualmente, em pé de guerra, dividido em dois Estados que não se entendem.
Os últimos acontecimentos na península coreana dispararam o alerta de guerra. Parece de difícil solução o problema da divisão da Coréia, essa herança maldita dos anos da Guerra Fria e das injunções e interferências estrangeiras no continente asiático.
Embora não tenha sido o único caso de um país dividido em termos ideológicos, o diferencial da Coréia com relação a outros casos é que essa divisão permaneceu, mesmo com o fim da era bipolar. A Alemanha, por exemplo, conseguiu retomar a sua unidade e segue adiante, apesar dos traumas e dos desequilíbrios regionais.
A divisão do país ocorreu logo após o final da Segunda Guerra Mundial. Em 1948 dois governos se estabeleceram, um no norte, de feição comunista, e outro no sul, pró-capitalista. Em 1950, os norte coreanos tentaram unificar os dois governos a partir de uma atitude de força, invadindo militarmente o sul. A guerra se estendeu até 1953, deixando um saldo de mais de um milhão de mortos e um país realmente dividido, com ódios mútuos entre as regiões.
O que garantiu a divisão do país foi a interferência estrangeira. Sob o abrigo das Nações Unidas, os Estados Unidos lideraram uma ampla coalizão de forças que impediram a praticamente certa vitória militar do norte sobre o sul. Até o Brasil foi convidado a participar dessa coalizão, mas o presidente Vargas sábia e diplomaticamente negou o envio de tropas brasileiras para um cenário de guerra tão distante dos nossos interesses.
Não fosse, portanto, a intervenção estrangeira, motivada por questões ideológicas, a Coréia teria permanecido um país unificado, mesmo que sob regime dito comunista.
Não é à toa que os Estados Unidos dedicaram grande atenção para a região, se envolvendo diretamente na guerra. Vale lembrar que a China havia passado, na época, por um processo revolucionário que levou os comunistas ao poder. Alguns anos depois seria a vez da antiga Indochina entrar em efervescência revolucionária, ampliando ainda mais, mesmo que gradativamente, a presença norte-americana no contexto asiático.
Enfim, a questão coreana é complexa e quem mais sofre, como sempre, é o povo coreano. Certa vez conversei com um coreano e ele me observou, com a típica calma e paciência asiática, que o seu povo e o seu país tinham uma história de mais de cinco mil anos e que essa divisão, inevitavelmente, cederia aos fundamentos da civilização coreana, voltando o seu povo a ser um só. Pena que para isso uma geração inteira de coreanos tenha que pagar um preço tão alto.
Saiba mais sobre a participação das mulheres na política
Carlota Queiroz foi a primeira deputada federal eleita no Brasil.
Assista à aula em vídeo.


Lucas Kodama Seco, professor de história do Anglo, dá uma aula sobre a participação das mulheres na política.

A primeira mulher eleita deputada federal na história do Brasil, em 1933, foi Carlota Queiroz. Ao longo da segunda metade do século 20, a luta das mulheres por direitos e igualdade passa a ser maior.
No Brasil, a eleição de Dilma Roussef neste ano é um marco importante, independente de questões partidárias. Do ponto de vista histórico, a eleição dela tem um grande peso simbólico, segundo Kodama.

Confira aula completa em vídeo.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

domingo, 21 de novembro de 2010

Saiba mais sobre o governo de Itamar Franco na presidência da República




Itamar Franco era o vice-presidente no governo de Fernando Collor de Mello, mas depois de todas as lambanças feitas pelo "caçador de marajás", não teve jeito, veio o impeachment e aí o homem do topete assumiu a presidência.

O seu governo foi caracterizado pelo retorno ao passado, quando ele resolveu retomar a produção do "Fusca", carro que o presidente era fã de carteirinha. O objetivo da medida era gerar mais empregos na indústria automobilística e propiciar para a classe média a possibilidade de realizar um sonho de consumo com a aquisição de um carro novo. Bem, a verdade é que essa boa intenção acabou se mostrando um verdadeiro fracasso, visto que já havia no mercado brasileiro da época, carros mais baratos e bem mais resistentes.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Hoje é o Dia da Consciência Negra


Saiba mais sobre o município de União dos Palmares.
Alunos aprendem na escola a valorizar a história e a cultura afro-brasileiras



Quinte mil novos professores estão sendo treinados pelo projeto 'A cor da cultura', que tem parceria da TV Globo e do Canal Futura.
Intertexto entre telas de Debret e música de Clara Nunes


Obras de Debret com trilha sonora de Clara Nunes "O canto das três raças".


Canto Das Três Raças
Clara Nunes
Composição: Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro

Ninguém ouviu
Um soluçar de dor
No canto do Brasil

Um lamento triste
Sempre ecoou
Desde que o índio guerreiro
Foi pro cativeiro
E de lá cantou

Negro entoou
Um canto de revolta pelos ares
No Quilombo dos Palmares
Onde se refugiou

Fora a luta dos Inconfidentes
Pela quebra das correntes
Nada adiantou

E de guerra em paz
De paz em guerra
Todo o povo dessa terra
Quando pode cantar
Canta de dor

ô, ô, ô, ô, ô, ô
ô, ô, ô, ô, ô, ô

ô, ô, ô, ô, ô, ô
ô, ô, ô, ô, ô, ô

E ecoa noite e dia
É ensurdecedor
Ai, mas que agonia
O canto do trabalhador

Esse canto que devia
Ser um canto de alegria
Soa apenas
Como um soluçar de dor
Zumbi Dos Palmares - Edson Gomes

Zumbi dos Palmares nasceu no estado de Alagoas no ano de 1655. Foi um dos principais representantes da resistência negra à escravidão na época do Brasil Colonial. Foi líder do Quilombo dos Palmares, comunidade livre formada por escravos fugitivos das fazendas. O Quilombo dos Palmares estava localizado na região da Serra da Barriga, que, atualmente, faz parte do município de União dos Palmares (Alagoas). Na época em que Zumbi era líder, o Quilombo dos Palmares alcançou uma população de aproximadamente trinta mil habitantes. Nos quilombos, os negros viviam livres, de acordo com sua cultura, produzindo tudo o que precisavam para viver...
(Rickbaiano)

Zumbi dos Palmares e a comemoração do 20 de novembro

Documentário produzido pela TV Câmara sobre a escravidão africana e abordando também a trajetória de Zumbi dos Palmares.

Café atrai imigrante europeu para o Brasil

Café atrai imigrante europeu para o Brasil
Por Eliane Yambanis Obersteiner*
Especial para a Folha
A exclusão do negro do mundo do trabalho assalariado, que se inaugura oficialmente no Brasil ao final do século 19, motivada predominantemente por uma visão racista, abre a possibilidade de imigrantes ocuparem as funções até então realizadas por escravos na lavoura cafeeira.

O imigrante que vem para cá nesse período, pressionado pelo empobrecimento provocado pelo desenvolvimento do sistema capitalista europeu, vê aqui a chance de reverter esse quadro, com a possibilidade de se tornar, com o tempo, um pequeno proprietário rural.
No entanto, a precariedade de sua situação e o endividamento contraído com o latifundiário, que financia a passagem de vinda, torna o imigrante subalterno.

Despreparado para lidar com a realidade do trabalho assalariado, o latifundiário, habituado com os mecanismos escravocratas de coerção, criará formas de prender o imigrante através do endividamento, obrigando-o inclusive a comprar víveres na mercearia de sua propriedade.
Esse tipo de mecanismo denota a coexistência de formas capitalistas e de semi-servidão no Brasil, nas portas de entrada do século 20.

Cabe lembrar que, apesar da visão eurocêntrica, que exclui o negro e opta pelo imigrante europeu, prevalece um grande preconceito referente ao trabalho braçal, desde os primórdios da colonização, levando o latifundiário, muitas vezes, a desconsiderar a condição de homem livre que caracteriza o imigrante, inclusive colocando-o sob vigilância.
Mesmo aqueles imigrantes que se dirigem diretamente para a zona urbana e, portanto, não se defrontam com os mecanismos da sociedade agrária e patriarcal, não irão encontrar condições de vida favoráveis.
O processo de urbanização e industrialização nesse período é gradual, e a formação de um operariado urbano, uma novidade econômica e social.
Não há no Brasil legislação específica que permeie as relações capital-trabalho até os anos 30, o que determinará a sujeição do trabalhador aos donos do capital, seja este agrário ou urbano, definindo assim a precariedade das condições em que viverá a maior parte dos imigrantes nesse período.
*Eliane Yambanis Obersteiner é professora de história do Colégio Equipe

Simulado de História - 4º Bimestre

CNDL - Colégio Notre Dame de Lourdes
Simulado de História - 4º Bimestre
Professor Edenilson Morais
PRIMEIRO ANO
1. (ENEM) Em 2008 foram comemorados os 200 anos da mudança da família real portuguesa para o Brasil, onde foi instalada a sede do reino. Uma sequência de eventos importantes ocorreu no período 1808-1821, durante os 13 anos em que D. João VI e a família real portuguesa permaneceram no Brasil.
Entre esses eventos, destacam-se os seguintes:
• Bahia — 1808: Parada do navio que trazia a família real portuguesa para o Brasil, sob a proteção da marinha britânica, fugindo de um possível ataque de Napoleão.
• Rio de Janeiro — 1808: desembarque da família real portuguesa na cidade onde residiriam durante sua permanência no Brasil.
• Salvador — 1808: D. João VI assina a carta régia de abertura dos portos ao comércio de todas as nações amigas, ato antecipadamente negociado com a Inglaterra em troca da escolta dada à esquadra portuguesa.
• Rio de Janeiro — 1816: D. João VI torna-se rei do Brasil e de Portugal, devido à morte de sua mãe, D. Maria I.
• Pernambuco — 1817: As tropas de D. João VI sufocam a revolução republicana.
GOMES, L. 1808: como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a história de Portugal e do Brasil. São Paulo: Editora Planeta, 2007 (adaptado).

Uma das consequências desses eventos foi
a) a decadência do império britânico, em razão do contrabando de produtos ingleses através dos portos brasileiros.
b) o fim do comércio de escravos no Brasil, porque a Inglaterra decretara, em 1806, a proibição do tráfico de escravos em seus domínios.
c) a conquista da região do rio da Prata em represália à aliança entre a Espanha e a França de Napoleão.
d) a abertura de estradas, que permitiu o rompimento do isolamento que vigorava entre as províncias do país, o que dificultava a comunicação antes de 1808.
e) o grande desenvolvimento econômico de Portugal após a vinda de D. João VI para o Brasil, uma vez que cessaram as despesas de manutenção do rei e de sua família.

2. (UFSM)


(TEIXEIRA, Francisco M. P. "Brasil História e Sociedade". São Paulo: Ática, 2000. p.162.)
O quadro Independência ou Morte, de Pedro Américo, concluído em 1888, é uma representação do 7 de setembro de 1822, quando o Brasil rompeu com Portugal. Essa representação enaltece o fato e enfatiza a bravura do herói D. Pedro, ocultando que
a) o fim do pacto colonial, decretado na Conjuração Baiana, conduziu à ruptura entre o Brasil e Portugal.
b) o processo de emancipação política iniciara com a instalação da Corte portuguesa no Brasil e que as medidas de D. João puseram fim ao monopólio metropolitano.
c) o Brasil continuara a ser uma extensão política e administrativa de Portugal, mesmo depois do 7 de setembro.
d) a Abertura dos Portos e a Revolução Pernambucana se constituíram nos únicos momentos decisivos da separação Brasil-Portugal.
e) a separação estava consumada, o processo estava completo, visto que havia, em todo o Brasil, uma forte adesão militar, popular e escravista à emancipação.



3. (PUC) Dentre as características da Carta Imperial de 1824, outorgada por D. Pedro I, NÃO está incluído ou incluída:
a) o voto universal e secreto.
b) o exercício do Poder Moderador pelo monarca.
c) a forma unitária do Estado.
d) o casamento apenas religioso, com efeitos civis.
e) a divisão do território nacional em Províncias.


4. (UFV) Dentre as diversas revoltas e insurreições que antecederam a abdicação de D. Pedro I em 1831, uma foi especialmente importante pelos ideais republicanos de seus líderes, entre os quais Frei Caneca. Outra característica desse movimento teria sido a proclamação da república em 1824, com a adoção da Constituição da Colômbia. O movimento foi duramente reprimido e Frei Caneca condenado à morte e fuzilado. O movimento em questão ficou conhecido como:
a) Inconfidência Mineira.
b) Confederação do Equador.
c) Questão Cisplatina.
d) Guerra dos Mascates.
e) Revolta dos Farrapos.


GABARITO
1. C
2. B
3. A
4. B


SEGUNDO ANO

1. (FGV) Vai minha tristeza/ E diz a ela que sem ela não pode ser/ Diz-lhe numa prece/ Que ela regresse/ Porque não posso mais sofrer/ Chega de saudade/ A realidade é que sem ela/ Não há paz/ Não há beleza/ É só tristeza e a melancolia/ Que não sai de mim/ Não sai de mim/ Não sai.” Chega de Saudade, Tom Jobim e Vinícius de Moraes
Esse é o trecho de uma das principais canções da bossa nova, gênero que renovou a música brasileira. Nessa época, vivia-se uma fase de otimismo no país.
Altos índices anuais de crescimento econômico, grandes obras públicas, estabelecimento de empresas estrangeiras, manutenção da estabilidade política pelo presidente eleito e significativas conquistas esportivas em competições internacionais eram características:
a) do governo do Garrastazu Médici e do chamado “Milagre Brasileiro”;
b) do governo de João Goulart e da implementação das “Reformas de Base”;
c) do governo de Getúlio Vargas e da política de substituição de importações;
d) do governo de Jânio Quadros e da desnacionalização da economia;
e) do governo de Juscelino Kubitschek e do chamado “Nacional Desenvolvimentismo”.

2. (UFF) Bossa-nova mesmo é ser presidente / Desta terra descoberta por Cabral / Para tanto basta ser tão simplesmente / Simpático, risonho, original. / Depois, desfrutar da maravilha / De ser o presidente do Brasil / Voar da "velhacap" pra Brasília / Ver o Alvorada e voar de volta ao Rio. / Voar, voar, voar, / Voar, voar pra bem distante / Até Versailles, onde duas mineirinhas / Valsinhas, dançam como debutantes / Interessante. / Mandar parente a jato pro dentista / Almoçar com o tenista campeão / Também pode ser um bom artista / Exclusivista / Tomando, com Dilermando, umas aulinhas de violão. / Isso é viver como se aprova / É ser um presidente bossa-nova / Bossa-nova / Muito nova / Nova mesmo / Ultra nova. (CHAVES, Juca. "Presidente Bossa-nova". ln: História da Música Popular Brasileira. SP, Abril Cultural, fascículo e LP n.o41) Esta letra de música deixa transparecer uma crítica política ao presidente Juscelino Kubitschek, bem como o clima de inovação que marcou a história do Brasil a partir da segunda metade dos anos 50. Assinale a opção que faz alusão a movimentos culturais brasileiros deste período.
a) A construção de Brasília representou a associação entre os ideais dos movimentos culturais brasileiros que tinham como inspiração a cultura americana do pós-guerra.
b) A euforia promovida pelo Plano de Metas, que prometia um crescimento de nossa economia na base de "50 anos em 5", favoreceu a emergência do movimento conhecido como "Jovem Guarda" liderado por Roberto Carlos.
c) A década de 50 abriu caminho para o desenvolvimento da música nordestina que se transformou, nos anos 60, em referência nacional.
d) O nacional-desenvolvimentismo deste período sepultou a cultura brasileira, mediante a imposição dos padrões culturais hollywoodianos.
e) O nacional-desenvolvimentismo vigente neste período originou manifestações culturais como o cinema novo, a bossa-nova e o teatro político.






3. (UERJ) Varre, varre, varre, varre, vassourinha. Varre, varre a bandalheira, Que o povo já está cansado De sofrer desta maneira. Jânio Quadros é a esperança deste povo abandonado. (Nosso Século. São Paulo: Abril Cultural, 1980.) Esse "jingle" acompanhou o candidato Jânio Quadros durante a sua campanha à presidência da República, em 1960. A letra sintetiza a seguinte política de resolução dos problemas da época:
a) a austeridade do governo e o controle dos gastos públicos conteriam a inflação e a corrupção oficial.
b) a disputa de mercados externos e a ideologia nacionalista aumentariam o superávit comercial e a geração de renda.
c) o atendimento à economia popular e à produção de alimentos baixariam o custo de vida e os gastos do governo.
d) a defesa dos interesses nacionais e a adoção de uma política externa independente gerariam emprego e novas possibilidades econômicas.

4. (UFPEL)



A charge demonstra que a conjuntura política de 1962 favorecia a João Goulart
a) antecipar a implantação do seu projeto parlamentarista.
b) reduzir a força do Poder Executivo, que lhe fazia oposição.
c) promover o retorno do presidencialismo (efetivado com o plebiscito de 1963).
d) derrubar as Reformas de Base, propostas pelo Parlamentarismo.
e) fechar o Congresso Nacional e governar por decretos.

5. (UFSM)


BRENER, J. Jornal do Século XX. São Paulo: Moderna, 1998, p. 229. A charge, uma crítica ao golpe militar no Brasil em 1964, pode ser interpretada da seguinte maneira:
a) As manifestações populares foram vitoriosas, e o governo militar não teve controle sobre os movimentos de massa.
b) As reivindicações eram representativas dos interesses dos grupos populares e dos setores industriais emergentes.
c) Os militares, através das organizações partidárias, tiveram controle sobre os movimentos dos trabalhadores.
d) Os militares, através de imposição repressiva, tiveram de enfrentar a organização de diversos grupos populares.
e) As reivindicações populares representavam os interesses do capital estrangeiro.

GABARITO
1. E
2. E
3. A
4. C
5. D
Museu em São João de Meriti vai homenagear o Almirante Negro


João Cândido Felisberto viveu na humilde casa no Parque Alian, na Baixada Fluminense. Ele liderou o movimento conhecido como Revolta da Chibata. A previsão é que o museu fique pronto em 2012.
A música caipira nas aulas de história

A história do Brasil através da música sertaneja. A sina do caboclo na cidade grande, canção enfoca o problema do êxodo rural característico da década de 1980.

A música caipira nas aulas de História


Dino Franco e Mouraí
Caboclo na cidade
Composição: Dino Franco e Nhô Chico

Seu moço eu já fui roceiro
No triângulo mineiro
Onde eu tinha o meu ranchinho.

Eu tinha uma vida boa
Com a Isabel minha patroa
E quatro barrigudinhos.

Eu tinha dois boi carreiros
Muito porco no chiqueiro
E um cavalo bom, arriado.

Espingarda cartucheira
Quatorze vaca leiteira
E um arrozal no banhado.

Na cidade eu só ia
A cada quinze ou vinte dias
Para vender queijo na feira.

E no demais estava folgado
Todo dia era feriado, pescava a semana inteira.

Muita gente assim me diz
Que não tem mesmo raíz
Essa tal felicidade

Então aconteceu isso
Resolvi vender o sítio
Pra vir morar na cidade.

Minha filha Sebastiana
Que sempre foi tão bacana
Me dá pena da coitada.

Namorou um cabeludo
Que dizia Ter de tudo
Mas foi ver não tinha nada.

Se mandou para outras bandas
Ninguém sabe onde ele anda
E a filha está abandonada.

Como dói meu coração
Ver a sua situação
Nem solteira e nem casada.

Até mesmo a minha velha
Já está mudando de idéia
tem que ver como passeia.

Vai tomar banho de praia
Está usando mini-saia
E arrancando a sombrancelha.

Nem comigo se incomoda
Quer saber de andar na moda
Com as unhas todas vermelhas.

Depois que ficou madura
Começou a usar pintura
Credo em cruz que coisa feia.

Voltar "pra" Minas Gerais
Sei que agora não dá mais
Acabou o meu dinheiro.

Que saudade da palhoça
Eu sonho com a minha roça
No triângulo mineiro.

Nem sei como se deu isso
Quando eu vendi o sítio
Para vir morar na cidade.

Seu moço naquele dia
Eu vendi minha família
E a minha felicidade!


A música caipira nas aulas de História


Tião Carreiro e Pardinho
Pagode em Brasília

Quem tem mulher que namora
quem tem burro impacador

quem tem a roça no mato me chame
que jeito eu dou
eu tiro a roça do mato sua lavoura melhora
e o burro impacador eu corto ele de espora
e a mulher namoradeira eu passo o coro e mando embora

Tem prisioneiro inocente no fundo de uma prisão
tem muita sogra increnqueira e tem violeiro embruião
pro prisioneiro inocente eu arranjo adevogado
e a sogra increnqueira eu dou de laço dobrado
e os violeiro embruião com meus versos estão quebrado

Bahia deu Rui Barbosa
Rio Grande deu Getúlio
Em minas deu Juscelino
de São Paulo eu me orgulho
baiano não nasce burro e gauch é o rei das cochilhas
Paulista ninguém contesta é um brasileiro que brilha
Quero ver cabra de peito pra fazer outra Brasília

No Estado de Goiás meu pagode está mandando
No Bazar do Vardomiro em Brasília é o soberano
No repique da viola balancei o chão goiano
Vou fazer a retirada e despedir dos paulistano
Adeus que eu já vou me embora que Goiás tá me chamando